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As cores do arco-íris dão o tom à orla de Copacabana, no Rio de Janeiro, neste domingo (19). É a 28ª edição da Parada LGBTI+, a mais antiga do país. Além de celebrar a diversidade, organizadores e participantes pedem o combate a retrocessos que ameaçam direitos de lésbicas, gays, bissexuais, pessoas trans e interssexuais, com o lema "O Amor, a Cidadania e a Luta LGBTI+ Jamais Vão Recuar".

Um dos retrocessos que os organizadores e apoiadores da parada apontam é o projeto de lei no Congresso Nacional que prevê proibir casamento entre pessoas do mesmo sexo, direito garantido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) desde 2011.

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A deputada Dani Balbi (PCdoB), primeira transsexual da Assembleia Legistativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), defendeu maior participação das pessoas LGBTI+ na política.

“Se o segmento LGTBI+ não está ocupando os parlamentos municipais, estaduais e federal, há um déficit de representatividade. É muito importante que, cada vez mais, ocupemos esse espaço para materializar as políticas públicas para buscar uma sociedade mais equânime”, disse. “Ainda morremos bastante, temos uma série de direitos desrespeitados, dificuldades em relação ao mercado de trabalho, ao ensino”, pontuou.

No Brasil, de acordo com o primeiro levantamento oficial feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há pelo menos 2,9 milhões de pessoas de 18 anos ou mais que se declaram lésbicas, gays ou bissexuais. Ainda não foram feitos levantamentos nacionais oficiais do restante da população LGBTQIAP+.    Para Cláudio Nascimento, presidente do Grupo Arco-Íris e coordenador-geral da marcha, o evento mostra que pode-se "fazer luta com muita guerra, mas também alegria e celebração. A gente pode celebrar com o punho em riste. Nós temos nossa própria dinâmica enquanto movimento social”. 

Os organizadores e apoiadores ressaltaram ainda que a pauta do evento não é uma luta exclusiva para a comunidade LGBTI+. “Não precisa ser LGBTI+ para defender direitos LGBTI+”, disse Carlos Tufvesson, coordenador executivo da Diversidade Sexual da prefeitura do Rio. “Eu não preciso ser negro para ser contra o racismo”, comparou.   Um dos trios elétricos na orla representa a temática da defesa de direitos de negros, indígenas e religiões minoritárias.

Anjos da diversidade 

À frente da parada, estão oito participantes caracterizados como anjos da diversidade. Exibindo nas costas um par de asas de 1,5 metro de altura, Igor Almeida representa o anjo arco-íris da diversidade.

  “Estamos aqui para trazer a paz, o amor, a harmonia, a verdade, a sinceridade e o carinho. Mostrar que os anjos, que representam a paz celestial, também podem reinar na parada gay”, explicou à Agência Brasil. 

Para animar os participantes, são oito trios elétricos na Avenida Atlântica. As cantoras Lexa e Valéria Barcellos são as convidadas a se apresentar ao lado de mais 50 artistas da comunidade LGBTI+. 

 “Na minha família, meu irmão é gay. Vejo o preconceito dentro da nossa família. A gente tem que defender o amor, essa é a maior mensagem. Para isso, a gente traz a música e a leveza”, afirmou Lexa. 

A partir desta edição, Valéria terá a responsabilidade de ser a voz do Hino Nacional durante as paradas.  Cidadania e saúde Além da celebração da diversidade, do combate à LGBTIfobia e aos retrocessos, o evento é um espaço para o cuidado da saúde da população.

A prefeitura do Rio montou um estande para oferecer vacinação, testagem de sífilis e hepatites, e informações sobre PrEP e PEP. A Fiocruz também faz acompanhamento. A Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) é um método preventivo que consiste no uso diário de um comprimido antirretroviral por pessoas que não vivem com o HIV, mas que estão expostas à infecção. A Profilaxia Pós-Exposição (PEP) é uma medida preventiva de urgência que atende indivíduos já expostos ao vírus por diferentes motivos.

Parceiros como o Tribunal de Justiça, Defensoria Pública e Ministério Público estão em trailers na Avenida Atlântica prestando serviços de cidadania. O posto avançado faz atendimentos de possíveis situações de LGBTIfobia ou outros delitos nas áreas criminal, cível, violência doméstica, entre outros.  Turismo O tradicional desfile na orla de Copacabana é o terceiro evento que mais atrai turistas para o Rio de Janeiro, atrás apenas do Carnaval e do Réveillon.

“Essa parada faz o dono do hotel ganhar, o vendedor de mate ganhar, o motorista do Uber. É uma cadeia democrática. A gente está dinamizando uma economia”, disse o presidente da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), Marcelo Freixo. A edição deste ano tem apoio da empresa do governo federal.

“A parada não é uma coisa que termina em um dia. É um processo civilizatório. A gente quer que o mundo visite um Brasil que não é racista, não é machista, onde as trans não são assassinadas. Esse é o país que estamos construindo”, declarou. 

A população LGBTI+ que está em situação de vulnerabilidade e risco social passa a contar com uma casa de acolhimento inaugurada pela Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Social, Direitos Humanos, Juventude e Políticas sobre Drogas (SDSDHJPD). Desde a última segunda-feira (15), a Casa de Acolhimento Municipal LGBTI+ Roberta Nascimento, está funcionando na Rua Pereira Coutinho Filho, 48, bairro da Iputinga, e tem capacidade para receber até 20 pessoas.

A Casa é um local de apoio e segurança para que os acolhidos e acolhidas possam se fortalecer e se tornar independentes a partir dos mecanismos oferecidos pela rede municipal de Assistência Social. O equipamento funciona tal qual uma residência, com atendimento 24 horas e seis refeições diárias, além de profissionais qualificados tais como psicólogo, assistente social e educador social. A Casa de Acolhimento Municipal LGBTI+ Roberta Nascimento,  será gerenciada pela OS Instituto Ensinar de Desenvolvimento Social (IEDES) vencedora do processo licitatório.

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O caminho para ter acesso à casa de acolhimento é ter sido atendido pelo Centro de Referência em Cidadania LGBTI+ do Recife, localizado na Rua dos Médicis, 86, na Boa Vista. É preciso ter mais de 18 anos e ter sido vítima de formas de violência motivadas pela orientação sexual e/ou identidade de gênero, como preconceito, abusos e maus tratos, negligência e abandono.

A criação da Casa de Acolhimento Municipal LGBTI+ amplia as políticas públicas para esse segmento no Recife, que vem sendo construída ao longo dos últimos anos. Atualmente, a rede de atendimento à população LGBTI+ é conta com serviços da Secretaria de Desenvolvimento Social, Direitos Humanos, Juventude e Políticas sobre Drogas, Secretaria de Saúde, Secretaria da Mulher, entre outros.

A Casa traz o nome de Roberta Nascimento, 33 anos, uma mulher trans vítima de transfeminicídio, que teve  mais de 40% do corpo queimado, e faleceu em 2021, no Hospital da Restauração, em Recife.

A Prefeitura do Recife realiza algumas ações contínuas voltadas ao público LGBTI+, que são:

 

Cetro LGBT  

Inaugurado pela Prefeitura do Recife em 2014, o Centro de Referência em Cidadania LGBT do Recife é um espaço de promoção da cidadania e garantia de direitos de gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais, habilitado a fornecer orientações sobre direitos humanos e prestar atendimento especializado a vítimas de discriminação e violência homofóbica. Trata-se do primeiro Centro de Referência Municipal do Estado de Pernambuco. Com equipe interdisciplinar, formada por agente de direitos humanos, psicólogo, advogado e assistente social, o equipamento tem mais de 2,3 mil usuários cadastrados e realizou mais de 12 mil atendimentos. O equipamento fica na Rua dos Médicis, nº 86, Boa Vista, e funciona de segunda a sexta-feira, das 8 às 17h.

 

Denúncia online

Lançado em 2018, a plataforma online de denúncias contra LGBTfobia está disponível no site da Prefeitura do Recife, por meio do link http://bit.ly/DenunciaLGBTRecife. O canal recebe registro de casos com base nas leis municipais nº 16.780/2002 e nº 17.025/2004, que proíbem manifestações preconceituosas ou discriminatórias em razão da orientação sexual ou identidade de gênero, punindo os estabelecimentos públicos ou particulares, empresas ou organizações sociais que desrespeitarem as legislações. Após o registro da denúncia, a equipe da Gerência de Livre Orientação Sexual (Glos), em conjunto com órgãos administrativos da Prefeitura, dá início a um processo administrativo para a apuração da denúncia e, se for o caso, as punições impostas pelas leis são aplicadas. Além disso, a GLOS também se dispõe a propor ações educativas junto aos estabelecimentos que forem denunciados. Outros tipos de discriminação e violência, não previstos na legislação, podem procurar o Centro LGBT.

 

Ambulatório LGBT

O Ambulatório LGBT Patrícia Gomes, na Policlínica Lessa de Andrade, foi aberto pela Sesau Recife em 2017, sendo o primeiro ligado à Atenção Básica em Pernambuco. De segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, os pacientes são assistidos por equipe multiprofissional formada por médicos e psicóloga, além de residentes do Programa Multiprofissional de Saúde da Família. O serviço, que tem capacidade em torno de 100 atendimentos por semana, considerando os profissionais citados, oferece exames clínicos e processo transexualizador ambulatorial (hormonização), adequado à necessidade do usuário. Além desses serviços, desde outubro de 2021, o ambulatório passou a ofertar o acompanhamento da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) de risco à infecção pelo HIV que consiste no uso preventivo de medicamentos antirretrovirais antes da exposição sexual ao vírus, para reduzir a probabilidade de infecção pelo HIV.

 

Ambulatório LBT

Já o Ambulatório LBT do Hospital da Mulher do Recife, no Curado, tem, atualmente, cerca de 350 lésbicas, bissexuais e transexuais cadastradas. A mulher pode conhecer o serviço e ter acesso à entrevista social, sem necessidade de marcação prévia. Para isso, basta se dirigir ao HMR, de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h. O atendimento da Ginecologia acontece nas segundas e quartas-feiras. Para além do atendimento médico, é possível ter acesso ao serviço de Psicologia e outras especialidades ofertadas no Hospital. É importante lembrar que só são atendidas pacientes com SUS do Recife.

 

Saúde LGBT  

Para promover a saúde integral de lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e travestis, a Prefeitura do Recife instituiu, em 2015, a Política de Atenção à Saúde da População LGBT do Recife, que, entre outras ações, inclui abertura de espaços de referência para o acolhimento e cuidado com a saúde desse público, como o Ambulatório LGBT Patrícia Gomes e o Ambulatório LBT do Hospital da Mulher do Recife. Mais de 1.200 profissionais das Unidades de Saúde da Família e de Centros de Atenção Psicossocial já passaram por capacitações e sensibilização em sexualidade, gênero e saúde da população LGBT.

 

Núcleo Institucional de Mulheres LBT

Criando em 2021 e sob a coordenação da Secretaria da Mulher do Recife, o Núcleo Institucional de Mulheres Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LBT), tem como objetivo orientar as estratégias para implementação de políticas públicas de gênero, diversidade e sexualidade, fortalecendo a intersetorialidade na gestão. Além das reuniões mensais, o núcleo já realizou ação conjunta com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, o CredPop Recife para a população LBT. Também participou Jogos do Orgulho, promovido pela Secretaria Executiva de Juventude, e, em comemoração aos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, realizou uma roda de diálogo com mulheres trans, no Centro de Referência Clarice Lispector.

Reivindicação histórica do movimento de lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis e intersexuais (LGBTI+), a produção de dados oficiais sobre essa população deu um passo inédito neste ano, com a divulgação da primeira contagem populacional de homossexuais e bissexuais na Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No Dia do Orgulho LGBTI+, comemorado hoje (28), ativistas e pesquisadores explicam que, apesar desse avanço, a subnotificação mostra o longo caminho de luta contra os temores e estigmas que levam essas pessoas, muitas vezes, a  esconderem sua identidade. 

Divulgada em maio, a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) contabilizou 2,9 milhões de homossexuais e bissexuais no Brasil. Na própria apresentação dos dados, o IBGE pediu cautela ao interpretar a informação. “A gente não está afirmando que existem 2,9 milhões de homossexuais ou bissexuais no Brasil. A gente está afirmando que 2,9 milhões de homossexuais e bissexuais se sentiram confortáveis para se autoidentificar ao IBGE como tal”, disse a analista Nayara Gomes, em entrevista coletiva.

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O instituto apontou principalmente o estigma e o preconceito por parte da sociedade como fatores que podem fazer com que as pessoas não se sintam seguras em declarar a própria orientação sexual. O IBGE também ponderou que a falta de familiaridade da população com os termos usados na pesquisa pode ter contribuído para a subnotificação.

Professor do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro e representante do Conselho Regional de Psicologia no Conselho Estadual dos Direitos da População LGBT, Pedro Paulo Bicalho considera que qualquer dado produzido sobre a população LGBTI+ sempre estará sujeito à subnotificação, enquanto o contexto social incluir violências e estigmas contra a diversidade de identidades de gênero e de orientações sexuais.

"Para conseguir fazer uma pesquisa em que não haja subnotificação e em que a gente consiga entender quem são, como são e como vivem todas as pessoas LGBTI+, teríamos que fazer isso em uma sociedade livre de LGBTIfobia, que não é a nossa. Acredito que não será a nossa geração, em que pesem todos os esforços e lutas sociais para que isso possa diminuir",  afirma Bicalho. "O máximo que a gente consegue é uma pesquisa sobre pessoas que se reconhecem LGBTI+".

O pesquisador explica que esse obstáculo deve ser encarado como contexto para interpretar os dados, e não como motivo para que não sejam coletados. "Não quer dizer que não devemos continuar insistindo, só que precisa ser muito bem construído". 

O psicólogo defende que um ponto importante é estabelecer relação de confiança da pesquisa com a população LGBTI+, para que ela acredite na finalidade do estudo e no aproveitamento dos dados para produzir uma vida melhor.

"Mesmo entre as pessoas que se reconhecem LGBTI+, passa por uma relação de confiança falar sobre isso, então, um tipo de pesquisa como essa precisa ser muito bem preparada. Esse Estado que chega à casa das pessoas e pergunta quem elas são precisa fazer isso de forma que essa pessoa confie e entenda para que está dando a informação. Passa também, acrescenta o pesquisador, por uma relação de confiança que não é só entre entrevistador e entrevistado, mas também em relação ao país em que se vive. Se o LGBTI+ não consegue entender que esse país tem vontade política de produzir políticas públicas sobre nós, será muito complicado". 

Visibilidade

A presidente da Associação Nacional de Travestis e Transexuais, Keila Simpson, também acredita que um trabalho de treinamento das pessoas envolvidas em pesquisas como a PNS e o Censo poderia criar um clima mais acolhedor para que os entrevistados respondam sobre questões como a identidade de gênero e a sexualidade. 

"O próprio IBGE pode procurar consultores e consultorias de pessoas que trabalham com o assunto, têm essa experiência e que vão ajudar a achar o melhor caminho para fazer essas perguntas", avalia. "Um elemento importante é fazer formação, contratar pessoas com traquejo nesse universo e que possam tratar com humanidade os que vão responder à pesquisa".

Apesar dos estigmas e violências, Keila defende que há, mesmo assim, grande número de LGBTI+ disposto a responder pesquisas de órgãos oficiais para ajudar na produção de dados. "Quando a gente vê uma parada LGBTI+, as pessoas que estão ali querem visibilidade. Elas não iriam se ocultar de responder a um Censo do IBGE". 

Enquanto deu o primeiro passo para produzir dados oficiais sobre homossexuais e bissexuais, a PNS ainda deixou de fora a população transexual, já que nenhuma pergunta sobre identidade de gênero foi incluída no estudo. Sem dispor de informações oficiais em temas como trabalho, saúde e segurança pública, a Antra - Associação Nacional de Travestis e Transexuais - é uma das organizações não governamentais que se engajou na produção dos próprios dados e divulga anualmente o Dossiê de Assassinatos e Violências Contra Travestis e Transexuais Brasileiras. O trabalho é parecido com o realizado pelo Grupo Gay da Bahia, que produz relatórios anuais sobre casos de assassinatos de LGBTI+ noticiados pela imprensa. 

"O que a Antra faz é mexer em uma temática que, se a gente não jogar luz, ela não vai existir", afirma Keila,. Ela conta que a associação não tem recursos para contratar pesquisadores e depende de voluntários e ativistas para que o estudo possa ser lançado todo dia 29 de janeiro, quando é comemorado o Dia Nacional da Visibilidade Trans.

Censo

A falta de mais dados faz com que as demandas dessa população não sejam contempladas como poderiam, argumenta o diretor de políticas públicas da Aliança Nacional LGBTI+, Cláudio Nascimento, que esteve à frente do programa estadual Rio Sem Homofobia.

"É necessário ter política focalizada para a população LGBTI+? Sabemos que sim, mas não temos dados para confirmar essa informação e garantir, nos próximos anos, um conjunto de políticas públicas que possam mudar essa realidade. É muito grave que hoje exista um apagão de dados oficiais no Brasil que interfira de maneira estratégica na produção de políticas para a comunidade LGBTI+".

Cláudio Nascimento considera que um passo importante nesse sentido teria sido a inclusão de perguntas no próximo Censo que pudessem gerar mais dados, ainda que possivelmente subnotificados.

"A inclusão da população LGBTI+ no Censo vai além de saber quantos somos. É preciso qualificar a análise da inclusão ou não da população LGBTI+ em diversas políticas, como acesso à educação, saúde, nível de emprego, formação profissional, condições de moradia", afirma. "Quando foi incluído o quesito cor/raça, observou-se, no primeiro momento, grande subnotificação, porque não existiam campanhas e havia pouca capacitação das equipes do IBGE. Com o tempo, campanhas e capacitação, houve uma mudança enorme e mais de 50% se declaram pretos e pardos hoje. A mesma coisa é com os LGBTI+. Num primeiro momento, pode ser que ocorra subnotificação, mas é um passo importante".

Após ação civil pública do Ministério Público Federal, a inclusão de perguntas sobre orientação sexual e identidade de gênero no Censo chegou a ser determinada pela Justiça Federal do Acre no início deste mês, mas o Tribunal Regional Federal da 1ª Região derrubou a liminar ao atender a um recurso da Advocacia Geral da União (AGU). O IBGE havia argumentado que não é mais possível incluir as questões a menos de dois meses do início das operações do Censo e que, para cumprir a decisão, teria que adiar novamente a realização da pesquisa, que já foi postergada em 2020 e 2021.

Apesar de acatar o pedido, o desembargador federal José Amilcar Machado afirmou na decisão que se baseou em aspectos gerenciais e temporais, considerando que faltam menos de dois meses para a realização da pesquisa, e que não se questiona a necessidade de buscar tais informações. “O cuidado e o esforço dos governantes devem ser amplos e considerar todo cidadão, buscando o atendimento dos seus direitos e a proteção das suas garantias, o que demanda política pública própria devida a essa minoria, sem discriminação alguma.” 

De fora do Censo, as questões relacionadas a identidade de gênero e orientação sexual estão previstas pelo IBGE entre os tópicos da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), no primeiro trimestre de 2023; da Pesquisa Nacional de Demografia em Saúde (PNDS), prevista para o segundo trimestre de 2023; da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), que deverá ser realizada em 2024; e da próxima edição da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF).

Dados contra o preconceito

Para o antropólogo e professor do Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) Sérgio Carrara, a discussão do tema e a produção de dados, ainda que subnotificados, são um avanço. Ele lembra que há menos de 20 anos, institutos de pesquisas classificavam como dado inconsistente a presença de dois adultos do mesmo sexo que declarassem cônjuges.  

"O próprio sistema descartava o dado, porque não poderia haver uma relação de tipo conjugal entre pessoas do mesmo sexo. Então, você não só não tinha a informação como, quando ela era fornecida, era eliminada. A gente parte desse momento em que não se tem informação nenhuma, quando se discute a possibilidade de coleta da informação e ela começa a ser feita".

Carrara também considera que a subnotificação está ligada ao preconceito, mas vê a própria realização das pesquisas como forma de combatê-lo.

"Apenas o fato de colocar a questão já contribui para diminuir o estigma e a discriminação. A pessoa que ouve a pergunta, independentemente da resposta, vai perceber que aquilo pode ser perguntado. Então, o fato de a questão estar no Censo contribui para combater o preconceito, que faz com que as respostas sejam subnotificadas em um primeiro momento". Para ele, silenciar a questão é colaborar com o preconceito. "Colocar a questão, mesmo sabendo que vai haver subnotificação inicialmente, é importante para que se chegue a um ponto em que a subnotificação não seja tão significativa". 

Iniciativas que promovem a inclusão e equidade nos espaços corporativos são necessárias para a população LGBTI+. A pesquisa “A Workplace Divided”, da Human Rights Campaign Foundation, realizada em 2018, mostra que 75% dos profissionais LGBTI+ já esconderam sua orientação sexual e/ou identidade de gênero no ambiente de trabalho.

Além disso, o levantamento aponta que mais de 50% desses profissionais vivenciaram situações vexatórias envolvendo piadas nas corporações. E 31% desses contratados se sentiram infelizes ou deprimidos no ambiente empresarial.

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Para a especialista em diversidade e co-founder da consultoria Div.A Diversidade Agora, Renata Torres, trazer o tema diversidade para o mercado de trabalho é essencial para que haja, de fato, igualdade e inclusão. Na análise de Renata, muitas empresas ainda não oferecem um ambiente seguro para profissionais LGBTI+.

“Quando a empresa começa a ter um olhar genuíno para a diversidade, inicia também um processo de transformação para uma cultura inclusiva, no qual todas as pessoas passam a se sentir seguras para serem elas mesmas, sabendo que suas diferenças serão respeitadas, sem medo de se envergonhar ou sofrer qualquer tipo de preconceito”, explica a especialista.

Endossando a explicação de Renata Torres, a também co-founder da Div.A e especialista em diversidade, Kaká Rodrigues, ressalta que é necessário que as empresas passem por mudanças e entendam que o respeito e a inclusão devem ser feitos na prática.

“Diversidade é ter diversos tipos de pessoas dentro das organizações, em todos os níveis hierárquicos. Trazendo esse recorte para as pessoas LGBTQIAP+, estamos falando de cerca de 20 milhões de indivíduos no Brasil. Ou seja, 20% da população brasileira (ABGLT) que precisa, além de políticas públicas efetivas que garantam seus direitos civis, de ações afirmativas por parte das empresas que garantam o acesso e a inclusão a empregos dignos”, expõe.

Pelo menos cinco pessoas LGBTI+ foram vítimas de homicídio no País a cada semana em 2021, segundo o Observatório de Mortes e Violências contra LGBTI+. Ao todo, foram 262 assassinatos, aumento de 21,9% em relação ao ano anterior, quando o total foi de 215. Em 2020, diante da quarentena imposta pela pandemia do novo coronavírus, houve queda de vários tipos de crime.

Segundo o relatório, que vai ser lançado nesta quarta-feira, 11, os alvos mais comuns foram gays (48,9%) e mulheres transexuais e travestis (43,9%). O dossiê é baseado em levantamento em notícias encontradas em jornais e portais eletrônicos, por causa das lacunas de estatísticas oficiais sobre esses crimes. "Há, provavelmente, uma significativa subnotificação do número de mortes violentas de LGBTI+ no Brasil", escrevem os pesquisadores.

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Para Alexandre Bogas, diretor executivo da Acontece - Arte e Política LGBTI+, os números refletem não apenas os casos mais extremos, mas também o cenário de preconceito contra essa parcela da sociedade e o descaso do poder público. "E o assassinato é só o resultado final. A gente sofre no dia a dia, já começa na família. A violência é muito forte." Além da Acontece, o observatório inclui a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA) e a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT).

O levantamento destaca ainda a quantidade de mortes violentas na população LGBTI+. Nesta conta, entram também, por exemplo, os suicídios. Conforme os pesquisadores, essas mortes também refletem o problema estrutural. Foram, no total, 316 mortes violentas de pessoas dessa comunidade - uma a cada 27h, incluindo homicídios, suicídios, entre outros.

LGBTIfobia

De acordo com Bogas, a análise dos dados também expõe a crueldade dos casos e o ódio como motivação. "Ocorre muita pedrada e facada. Isso reflete a LGBTfobia estrutural", avalia. Esfaqueamento (28,8%), armas de fogo (26,27%), espancamento (6,33%), asfixia (3,16%), perfurações no corpo (2,53%) e queimaduras (2,22%) foram as principais causas de óbito. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2020, o principal instrumento empregado em mortes violentas intencionais no Brasil, considerando a população em geral, foi a arma de fogo (72,5%), seguido de arma branca (19,3%).

O documento apresenta ainda uma tendência de crescimento no total de mortes violentas reportadas de LGBTI+, mas a avaliação de que isso está ligado também à atenção maior dos movimentos organizados e da própria mídia ao assunto. Em 2000, por exemplo, foram 130 mortes violentas relatadas. "A violência sempre ocorreu historicamente, mas não se tinha um esforço de mensurá-la e combatê-la", destaca o relatório.

Jovens de 20 a 29 anos foram as principais vítimas, com 30,4% eram das vítimas nessa faixa etária. O dossiê ainda destaca as mortes de defensores de direitos humanos LGBTI+. Foram nove no ano passado, ante sete em 2020. O Centro-Oeste aparece como a macrorregião mais violenta, com 2,15 mortes violentas a cada milhão de habitantes, seguida do Nordeste (2,01), do Norte (1,69), do Sudeste (1,15) e do Sul (0,92).

Reivindicações

As entidades listam, no dossiê, medidas que ajudariam a garantir a segurança dessa população. Entre elas, combater a impunidade e a subnotificação dos casos de abuso e violência; garantir políticas específicas para profissionais do sexo, moradores de favela e da periferia, pessoas em situação de rua, detentos e egressos das prisões. Segundo especialistas, grande parte da população LGBTI+ tem dificuldade para avançar nos estudos e conseguir empregos de melhor renda, diante das situações de preconceito e insegurança.

Os grupos do observatório pedem ainda a ampliação da estrutura e o orçamento do Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, Comunicadores e Ambientalistas. Procurado, o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos não se pronunciou até a publicação da matéria. O lançamento oficial do relatório será às 20h desta quarta, no link.

Visando a prevenção da violência contra as pessoas trans, a Prefeitura do Recife anunciou nesta quarta-feira (07), ações de fortalecimento das políticas públicas para a população LGBTI+.

A cidade irá contar com a Estação da Diversidade e a autorização do edital para a implantação da Casa de Acolhida LGBTI+. As iniciativas serão executadas pela Secretaria de Desenvolvimento Social, Direitos Humanos, Juventude e Políticas sobre Drogas e pela Secretaria da Mulher do Recife.

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O novo espaço de acolhida para a população será destinado à população LGBTI+, em especial para pessoas trans e travestis e o local vai ofertar leitos para amparar pessoas do segmento em maior situação de vulnerabilidade social. 

O edital de chamamento público será direcionado para empresas ou Organizações Sociais interessadas em viabilizar uma casa de acolhimento municipal para acolher pessoas LGBTI+ que vivem em situação de vulnerabilidade nas ruas da cidade.

A Estação da Diversidade visa realizar o atendimento do Centro Municipal de Referência em Cidadania LGBT de maneira descentralizada para ampliar o atendimento da população LGBTI+ para os serviços da rede municipal e referenciar as demandas desse público. 

A ação vai divulgar os serviços oferecidos pelo Centro Municipal de Referência em Cidadania LGBTI+ e demais serviços voltados a essa população  na capital pernambucana, como o Ambulatório LGBT Patrícia Gomes, na Policlínica Lessa de Andrade, e o Ambulatório LBT do Hospital da Mulher do Recife, além de reforçar a campanha municipal Recife Sem Preconceito e Discriminação que, desde 2013, divulga as leis que punem e proíbem atos descriminatórios em estabelecimentos públicos e privados.

Durante uma semana, sempre das 14h às 17h, a Estação da Diversidade vai realizar atendimento descentralizado nos bairros, a princípio, da Várzea, Ibura, Dois Unidos e Casa Amarela. Os locais e territórios estão sendo definidos pelas equipes responsáveis a partir de análise e estudos de casos.

De 31 de maio a 4 de junho, será realizada a ‘Feira Diversa’, evento que busca aproximar profissionais lésbicas, gays, bissexuais, trans, intersexuais e das mais diversas orientações sexuais e identidade de gênero a empresas. On-line, a iniciativa promove contato com companhias que valorizam a diversidade em seus negócios.

Na programação do evento estão previstos workshops, palestras, ações de networking, cadastros de currículos e até processos seletivos para eventuais vagas de emprego. De acordo com a organização da Feira Diversa, os perfis de alguns inscritos já estão sendo analisados pelas marcas, tais como Ambev, Itaú, Santander, Bradesco, Heineken, entre outras.

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“A programação conta com diversos nomes importantes do cenário LGBTI+, entre eles: Erika Hilton, vereadora de São Paulo, a cantora Daniela Mercury, Danielle Torres, sócia-diretora de práticas profissionais da KMPG e Maite Schneider, cofundadora do projeto Transempregos. E, para descontrair os intervalos entre palestras, o humorista e ator Marcos Oli fará performances com seus personagens, de forma bem humorada, sobre os desafios que pessoas LGBTI+ enfrentam em entrevistas de emprego, processos seletivos e no ambiente de trabalho”, informou a assessoria de comunicação da Feira Diversa.

Segundo o sócio-fundador da ‘Mais Diversidade’, entidade responsável pela organização do evento, Ricardo Sales, a feira é uma grande oportunidade de ponte entre os participantes e o mercado de trabalho. “A Feira Diversa é o melhor fórum de conexão entre profissionais LGBTI+ e empresas que possuem uma cultura inclusiva no Brasil. Nossa intenção não é que a Feira seja apenas um evento, mas que ela sirva como um ponto de conexão, inspiração, oportunidades, desenvolvimento, networking e empregabilidade”, declarou, conforme informações da assessoria.

As inscrições podem ser feitas de maneira gratuita por meio do site da iniciativa. Confira a programação completa da Feira Diversa.

A pandemia de coronavírus impulsionou um forte crescimento do discurso LGBTfóbico em toda Europa e Ásia Central, de acordo com um estudo anunciado nesta terça-feira (16) por um grupo que defende os direitos da população LGBTI+.

Os ataques verbais contra membros da comunidade LGBTI+ por parte de políticos aumentaram na Albânia, Azerbaijão, Bósnia, Bulgária, República Tcheca, Estônia, Finlândia, Hungria, Itália, Kosovo, Letônia, Moldávia, Macedônia do Norte, Polônia, Rússia, Eslováquia e Turquia, apontou a federação ILGA-Europa em seu relatório anual que consultou 54 países.

Os líderes religiosos em Belarus, Grécia, Eslováquia, Turquia e Ucrânia também são acusados no relatório sobre discurso de ódio, e alguns deles alegam que as pessoas LGBTI+ estão por trás da propagação da covid-19.

A federação, que representa 600 associações, também apontou o aumento do discurso de ódio nos meios de comunicação online na Bélgica, Bulgária, Croácia, República Tcheca, Malta, Montenegro, Rússia e Turquia, e nos principais meios de comunicação em alguns casos, particularmente na Eslovênia e Ucrânia.

"Houve um ressurgimento de autoridades e funcionários que usam as pessoas LGBTI+ como bodes expiatórios", disse a chefe da ILGA-Europa, Evelyne Paradis.

O ataque faz parte de uma "repressão geral contra a democracia e a sociedade civil" em muitos países, disse a federação, destacando especialmente Polônia e Hungria.

Destacou também as "áreas livres de ideologia LGBT" estabelecidas na Polônia em diversas cidades, junto com a reforma da Constituição na Hungria para enfatizar a orientação sexual binária tradicional para os pais e uma lei que proíbe a adoção para casais do mesmo sexo.

Durante o evento on-line Movimento Afro Presença, que inicia nesta quarta-feira (30), a empresa de telefonia brasileira Tim irá convidar  estudantes a participarem de um programa de estágio totalmente inclusivo, que será anunciado ainda este ano, com foco e metas de contratação de estudantes negros e negras, pessoas LGBTI+ e pessoas acima de 45 anos, usualmente preteridos em programas de seleção. Os interessados em participar da transmissão devem realizar as inscrições gratuitamente pela internet. O momento será realizado entre os dias 30 de setembro e 2 de outubro. 

As ações da operadora para ampliar a participação de pessoas negras no mercado de trabalho e contribuir com indicadores sociais mais igualitários no país serão apresentadas também pela VP de Recursos Humanos da TIM, Maria Antonietta Russo, em um debate no dia 2 de outubro, às 16h. A apresentação será dentro do painel “Racismo Estrutural Empresarial”, no eixo intitulado “Sociedade em Debate” na programação da conferência.

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O encontro está sendo idealizado e coordenado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e realizado pelo Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU). Durante a transmissão também serão apresentadas as políticas inclusivas já em curso na companhia, onde pessoas negras representam 34% dos funcionários.

Durante os três dias, executivos da Tim estarão presentes em um stand virtual, onde apresentarão a operadora aos participantes, diariamente, das 10h às 20h, com conteúdos sobre negócio, tecnologia, evolução dos serviços e ofertas, ações de clima, engajamento, diversidade e inclusão, ações de responsabilidade social e seus principais programas de treinamento e desenvolvimento de carreira. Também promoverão uma roda de conversa sobre carreira e representatividade negra com profissionais da companhia. Os líderes ainda irão discutir com os participantes sobre os desafios do mercado de trabalho e apresentarão oportunidades de ingresso em diferentes áreas de atuação na empresa. 

De acordo com a VP de Recursos Humanos da TIM, Maria Antonietta Russo, “a força e as peculiaridades de cada país se refletem nas características do seu povo e na sua cultura. O Brasil é composto por várias etnias, histórias e uma imensa diversidade cultural. Não somente devemos valorizar essa riqueza, mas sobretudo buscarmos o equilíbrio social, que é a base da evolução de uma sociedade. Neste sentido, o mundo empresarial pode contribuir muito, não somente com políticas internas, mas também estimulando novas iniciativas e a reflexão na sociedade. Por isso, estamos muito orgulhosos de participar deste evento e gerar network, trocar experiências, estimular conhecimento e, sobretudo, dar a oportunidade a jovens estudantes negros e negras de expressar o próprio talento” comenta, de acordo com informações da assessoria.

Estão abertas as inscrições para incentivar projetos desenvolvidos para a população de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, pessoas intersexos e soropositivo (LGBTI+) afrobrasileiras. As candidaturas para a iniciativa, promovida pelo doutorando em serviço social Henrique Costa, em parceria com o Instituto Baobá, podem serão realizadas até 8 de junho, através de formulário disponibilizado neste link. O resultado será divulgado no dia 10 deste mês. 

O projeto tem o objetivo de selecionar sete ações desenvolvidas por pessoas LGBTI+ negras nordestinas que, na realização, tornem viáveis atividades de prevenção e denúncia de violação de direitos frente à pandemia global do novo coronavírus. 

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Dentre as realizações, são validadas ações como live informativa ou reflexiva sobre os impactos da LGBTIfobia no contexto da pandemia; material gráfico com formas de linguagens que consigam chegar junto de pessoas LGBTI+ pobres e negras; show virtual que contribuam para que o isolamento seja algo menos traumático; ou ainda vídeo que se proponha a trazer informação. 

Os selecionados serão contactado pelo idealizador do projeto via e-mail. Os conteúdos educativos produzidos, de acordo com as orientações do edital da seleção, devem ser desenvolvidos até 22 junho. Neste mesmo prazo, um breve relatório deve ser entregue, contando como a ação se deu. Os projetos serão premiados ao final da competição, no valor de R$ 200.

A Defensoria Pública da União (DPU) recomendou que a Universidade Internacional da Lusofonia Afrobrasileira (Unilab), que tem campi no Ceará e na Bahia, restabeleça o edital que oferecia vagas destinadas às pessoas transexuais e intersexuais, através de vestibular. A orientação foi feita na última quinta-feira (8).

A proposta original destinava vagas ociosas, decorrentes de desistências ou que não foram ocupadas, com reservas para o público em questão. Contudo, o Ministério da Educação (MEC) recomendou suspensão do vestibular, processo anunciado pelo presidente Jair Bolsonaro, em 16 de julho, um dia após a sua criação.

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Estudantes, professores e técnicos administrativos da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) devem responder, até esta sexta-feira (14), a um levantamento que promete identificar o perfil e características das violências praticadas contra pessoas LGBTI+ na instituição de ensino. Iniciada em 29 de agosto, a pesquisa está disponível no sistema Siga.

Intitulada “Perfil e Violência contra LGBTI+ na UFPE”, a pesquisa é uma realização da Diretoria LGBT da Universidade. Até o fechamento desta matéria, mais de 3 mil respostas haviam sido registradas. Não foi divulgado o prazo para anúncio dos resultados.

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Os taiwaneses votaram neste sábado a favor de uma proposta para que o casamento seja reconhecido exclusivamente como uma união entre um homem e uma mulher.

A proposta, apresentada em referendo, recebeu cerca de 7 milhões de votos, muito mais do que o apoio recebido pela proposta favorável à união homossexual.

Em 2017, a Justiça taiwanesa havia aberto caminho para as uniões entre homossexuais, decisão que não foi implementada. A partir de então, os opositores da medida se organizaram para pedir um referendo, e o mesmo fizeram os defensores.

Os taiwaneses puderam se pronunciar sobre cinco propostas diferentes envolvendo o casamento gay, em um dia de plebiscitos populares sobre vários assuntos.

A proposta pró-gays que recebu mais votos, de que o Código Civil concedesse aos casais do mesmo sexo o direito de se casarem, obteve apenas 3 milhões de votos.

Festival de Cinema de Diversidade Sexual e de Gênero, um dos maiores e mais importantes festivais de cinema com a temática LGBT do País, anunciou hoje a lista dos filmes selecionados pela comissão julgadora para a mostra competitiva do festival. Dos mais de 150 inscritos, foram escolhidos 26 curtas, sete deles produzidos em Pernambuco.

A sexta edição do Recifest acontece entre os dias 20 e 24 de novembro no Recife, no Cinema São Luiz, e vai ganhar programação posterior, de 04 a 07 de dezembro, em Nazaré da Mata, distante 65 km da capital pernambucana.

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Os filmes inscritos irão concorrer numa das seguintes categorias: “Produção Pernambucana”, para filmes realizados dentro do Estado, com empresa produtora e diretores locais, e “Produção Nacional”, para filmes realizados em todo o território brasileiro, incluindo Pernambuco.

Eles concorrerão aos troféus Rutílio de Oliveira e premiações em dinheiro. O festival ainda contempla outros prêmios, como o Mistika, com mais R$ 9.000 em serviços para diretores e produtores; e o Looke, que escolherá três filmes que participarão da plataforma de streaming por dois anos, de forma remunerada.

O público do Recifest também poderá votar para escolher suas obras favoritas através de um formulário que será entregue nos dias de exibição dos filmes. Os vencedores de cada uma das categorias na votação popular também receberão troféus e prêmio em dinheiro.

Realizado pela Panela Produções Artísticas (Rosinha Assis), e Casa de Cinema (Carla Francine), e com incentivo do Funcultura, do Governo de Pernambuco, o Recifest tem programação totalmente gratuita e traz ainda as mostras Diva, com filmes de animação, e a Mostra Internacional. São produções premiadas e vindas do Brasil e de vários países, todos inéditos no Recife. As duas mostras terão sua programação anunciadas no início de novembro.

Para mais informações acesse o site do festival.

Serviço

Recifest – Festival de Cinema de Diversidade Sexual e de Gênero

20 e 24 de novembro

Cinema São Luiz - (R. da Aurora, 175 - Boa Vista, Recife)

Gratuito 

Da assessoria de imprensa

A cada 19 horas, um LGBTI+ é assassinado ou se suicida vítima da “LGBTfobia” no Brasil. Os dados alarmantes fazem parte do relatório divulgado pelo Grupo Gay Bahia, que detalha o cenário no primeiro trimestre de 2018.

A LGBTfobia está diretamente relacionada a atitudes que proporcioam a exclusão, violência, ódio e negação dos direitos mais elementares, como a vida, de lésbicas, gays e bissexuais. E esse tipo de violência não vem apenas de pessoas desconhecidas, acontece em diversas esferas sociais, desde a família, trabalho e escola. As vítimas do ódio sofrem consequências tanto na saúde física quanto na mental.

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No país que mais mata LGBTI+ no mundo, o Brasil, o espaço escolar também contribui na disseminação de discriminação à essa população. De acordo com relatório desenvolvido pela Secretaria de Educação da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), em parceira com o Grupo Dignidade, em 2015, 77,5% dos (das) estudantes LGBTI+ com idade de 13 a 21 anos já foram agredidos (as) verbalmente nas escolas. O mesmo documento detalha uma série de outros pontos relacionados à realidade educacional no Brasil.

Aos 11 anos, no ensino fundamental, Rua Gabirua, mulher trans, foi agredida fisicamente por colegas de classe a caminho de casa. “Os garotos - um pouco mais velhos que eu - começaram a me ameaçar dentro da sala de aula. E assim foi por dias, até que um deles me pegou um dia sozinha voltando para casa com uma corrente na mão e faquinha de serra. Foi horrível. Ele me batia e ameaçava esfaquear minha cara. Eu, muito pequena, só tremia. Acredito que se não fosse uma moça que ia passando na hora, eu estaria com marcas piores daquele episódio, digo físicas, porque as psicológicas permanecem até hoje”, relembra a estudante, que hoje, aos 24 anos, detalha que o bullying e violência sempre fez parte do seu dia a dia estudantil desde a alfabetização.

Para Rua, essa problemática torna a sua realação com a sexualidade ainda mais confusa . “Nessa época, eu não tinha noção nem do que era ser viado e já fui nomeado várias vezes como isso. Eles me ameaçavam com palavras de baixo calão, dizendo que merecia virar homem, já que queria virar mulher. Mas, eu também, não queria ser mulher, nem muito menos um homem”, explica.

“Tudo parecia não mudar, as ameaças e agressões começaram na escola, mas chegaram à rua, em casa. Isso me afetou muito, sentia-me uma pessoa anormal. Abandonei a escola”, enfatiza. Rua ainda destaca que não comentava os casos vivenciados com a família, por não se sentir segura no que diz respeito à receptividade do núcleo familiar.

Os episódios de agressão se repetiam e com o passar do tempo, Rua considera que assumiran um novo cenário quando ela começou a utilizar roupas tidas como femininas, além de alisar o cabelo. “Me viam como sexo fácil. Eu estudei até o primeiro ano do ensino médio e foi nesse ano que sofri violência sexual dentro do banheiro da escola. Eles me prenderam e me obrigaram. Sai da escola. Não aguentei”, recorda. Gabirua ainda descreve que a escola não estava preparada para assumir a sua realidade e suporte quase não existiu.

De acordo com o relatório da ABGLT, 36% dos jovens ouvidos pela pesquisa consideram “ineficaz” a resposta dos/das profissionais de educação para impedir as agressões. Para mais de 50% dos entrevistados, "nunca" aconteceu intervenção por parte dos educadores.

Como consequência das constantes agressões, a evasão escolar é considerada uma "saída" por parte dos estudantes. Além disso, segundo pesquisa do Grupo Dignidade, 64,7% dos jovens faltam à escola por questões relacionadas à orientação sexual (frequentemente ou quase sempre) e 34,7% por causa da identidade/expressão de gênero (frequentemente ou quase sempre).

Eric Alves, de 20 anos, foi um dos estudantes que deixaram o ambiente escolar. Em entrevista ao LeiaJá, ele detalha o processo traumático vivenciado durante o período escolar e as consequências psicológicas das agressões e diretos silenciados; confira:

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 O caso de Eric não é isolado. Diversos LGBTI+, durante os anos escolares, já vivenciaram algum tipo de agressão que trouxeram marcas que perduram até hoje. Para João*, estudante de 17 anos, do terceiro ano do ensino médio, a vivência diária é complicada, principalmente por estudar em um colégio religioso. “São diferentes agressões, sabe? Desde até um olhar torto até um empurrão. Durante toda a minha vida, tive que conviver com essa realidade opressora. É difícil ganhar o título de o ‘gay’ da escola, principalmente quando implicam com o meu jeito de ser. Isso acontece desde o ensino fundamental e até hoje eu escuto coisas diariamente, desde a gestão até colegas de classe. Só quero sair da escola e entrar na faculdade”, lamenta. João* almeja entrar em um curso de moda e seguir carreira no universo que, segundo ele, é mais inclusivo do que outras áreas.

Foto: Reprodução/Pesquisa Nacional Sobre o Ambiente Educacional no Brasil em 2016

Os números refletem em uma realidade em que as agressões não se restringem apenas ao campo verbal, mas, também, ao lado psicológico e físico. “Em torno de um terço (35,8%) dos/das estudantes LGBT foram agredidos/as fisicamente (ex.: puxados/as, empurrados/as) em algum momento na instituição educacional no último ano por causa de alguma característica pessoal”, aponta a pesquisa.

A transexual Lorena* vivenciou o período de transição de identidade de gênero na escola. “Esse momento foi muito importante para mim, mas na escola não tive esse apoio. Cheguei a ser agredida umas três vezes por estudantes. Até por meninas, quando tentei usar o banheiro feminino. Me encararam como uma aberração. As marcas não estão no corpo, elas passaram, mas na minha cabeça permanecem”, explica.

“A população trans e os estudantes que apresentam comportamento diferente ao esperado para o gênero de nascimento são o que mais vivenciam casos complicados na escola. Tudo que é diferente é visto de forma excluída dentro do ambiente escolar. Esse processo está enraizado. E as consequências são casos de bullying, agressões e violência em suas diferentes formas”, explica doutora em saúde coletiva Edna Granja. Para a especialista, é necessário ter um acompanhamento psicológico tendo casos ou não de agressão. O ideal é oferecer assistência dentro do espaço escolar. “Cuidar da saúde mental dos LGBTI+ é o primeiro passo para não intensificar casos de evasão e possível suicídio", alerta.

Uma das consequências mais comuns em todo esse processo é o desenvolvimento de transtorno de ansiedade e depressão. “Esses fatores contribuem para que o estudante se sinta ainda mais descolado socialmente. Na escola, considerada a segunda casa, ele deve se sentir acolhido. Mas quando esse ambiente se torna algo com atitudes de repressão é comum que não haja desejo de ir. Essas agressões também podem influenciar no futuro educacional e cidadão desse estudante”, enfatiza Edna.

Caminhos para mudar

Estabelecer um diálogo entre a família e escola é o primeiro passo para tentar identificar casos de agressão e violência. Para Marco Mota, cientista político e coordenador da Aliança Nacional LGBTI+, cabe ao Estado a criação de políticas públicas que proporcionem o auxílio a essa população.

“Durante toda essa fase, o estudante passa por diversas situações e a questão de gênero também pode ser considerada. Quando há uma escola e família orientada haverá um acolhimento desse jovem. Mas há uma falta de programas que facilitem esse diálogo”, explica.

Marco detalha que a falta de centros e de apoio às vítimas de violência dificultam essa situação. Segundo ele, ao vivenciarem situações como essas, os estudantes devem buscar ajudas em organizações e institutos que auxiliem no procedimento adequado para cada Estado. "É importante correr atrás da denúncia e abrir a discussão sobre essa problemática", conclui o cientista político. 

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Com o tema “Votar colorido é assumir nenhum direito a menos”, a 9ª edição da Parada da Diversidade de Casa Amarela reuniu cerca de 8 mil pessoas na tarde deste domingo (2) na Zona Norte do Recife. Os números foram divulgados pelo Movimento LGBT da Zona Norte, que é o organizador da marcha. A Polícia Militar não divulgou a estimativa de público.

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Dois trios elétricos desfilaram no trajeto de dois quilômetros que começou por volta das 15h em frente ao Clube Treze do Vasco. "Fazemos ações o ano inteiro no bairro. Orientações relacionadas à saúde, violência, homofobia. Então hoje não é um dia apenas de festa, é um ato político para chamar atenção para a classe LGBT no estado. O tema desse ano é prova disso. Temos que eleger pessoas que atendam as nossas demandas", disse Xandy Show, coordenador do Movimento LGBT da Zona Norte.

As ruas do bairro ficaram tomadas pelos participantes, muitos com bandeiras com as cores do arco-íris. As drag queens também marcaram presença, entre elas a multi artista caricata Salário Mínimo, homenageada do evento. "Fico emocionada por estar aqui, por esse carinho. A gente luta o ano inteiro pelos nossos direitos, por respeito", conta a artista.

Em um dos trios elétricos da Parada, a cantora Michele Melo ressaltou a importância do ato. "A gente precisa aprender a respeitar as diferenças, a ter tolerância. Todo mundo tem o direito de viver, ser feliz. É uma violência dizer ao outro que ele não pode ser o que ele quer. Por isso o dia de hoje é tão importante, porque precisamos apoiar essas pessoas que sofrem tanta violência e preconceito diariamente", disse a artista que participa pela primeira vez da Parada da Diversidade de Casa Amarela.

Acompanhado dos amigos e do namorado, o estudante Anderson Júnior, de 19 anos, definiu a marcha como liberdade. "Me sinto livre, ninguém me incomoda. Posso beijar meu namorado sem problemas. No dia a dia é difícil, a gente sofre muito preconceito, muito julgamento. A minha família me respeita e me apoia, mas a sociedade ainda é muito preconceituosa", desabafou. Ao final do desfile dos trios, haverá concursos de drag, e shows da cantora Nega do Babado, DJs e tenda eletrônica.

A Diretoria LGBT da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) publicou, no sistema interno da comunidade acadêmica, o Siga, uma pesquisa com o objetivo de conhecer o perfil e a violência contra pessoas LGBTI+ na instituição, além de investigar quais fatores contribuem para que ela ocorra. o trabalho é coordenado pela professora Luciana Vieira, responsável pela gestão da Diretoria LGBT, e pelo professor Felipe Rios, membro do Núcleo de Formação e Pesquisa da diretoria, destinando-se a discentes, docentes e técnicos.

De natureza voluntária, a pesquisa garante anonimato e a confidencialidade aos colaboradores. Os coordenadores informam que o registro do CPF é necessário, pois assegura que apenas pessoas vinculadas à UFPE tenham acesso ao estudo. 

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A Assessoria Especial para Assuntos Internacionais (AEAI) do governo do Estado de São Paulo e a Rede Brasil do Pacto Global (ONU) promovem a TRANSdocumenta, que tem como foco os transexuais.

De 28 de junho a 9 de julho, serão apresentados documentários e filmes de longa e curta metragem nacionais e estrangeiros, sobre a população LGBTI+. Além disso, haverá atividades culturais, rodas de conversa, pocket shows, lançamento de projetos e o Ocupa Diversa, feira de empreendedores LGBTI+.

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A abertura do evento, no próximo dia 28, Dia Internacional do Orgulho LGBTI+, ocorre na Red Bull Station, e terá abertura do projeto Memórias da Diversidade, do Museu da Diversidade Sexual, com depoimentos de pessoas LGBTIs com mais de 65 anos de idade.

“Queremos fazer uma ação de sensibilização onde as pessoas trans estejam envolvidas não só na teoria, mas estejam conosco de forma atuante, como participantes, e também como parte dos serviços contratados para os eventos”, explica o Coordenador de Cooperação Internacional do Estado de São Paulo, Andrey Brito.

Veja aqui a programação completa:

28/06 (quinta-feira)

Abertura da Mostra no “Dia do Orgulho LGBTI”
Lançamento do projeto “Memórias da Diversidade”
Lançamento da “Ocupa Diversa”
Empregabilidade Trans
Exibição do documentário “Estamos todos aqui” e conversa com os diretores Chico Santos e Rafael Mellin
Coquetel com pocket show (artista a confirmar)
Exposição de fotografias
Local: Red Bull Station

29/06 (sexta-feira)

Exibição do documentário “Last chance” (Última Chance)
Local: Museu da Diversidade Sexual

30/06 (sábado)

Exibição do documentário “Meu nome é Jacque”
Exibição do documentário “Auf der anderen Seite” (Do outro lado)
Local: Museu da Diversidade Sexual

01/07 (domingo)

13h Exibição do documentário “Meu corpo é político”
Conversa com a diretora Alice Riff
16h Exibição do documentário “Transit Havana”
Local: Casa das Rosas

05/07 (quinta-feira)

20h Exibição ao ar livre do documentário “My prairie home” (Meu Lar nas Pradarias)
Local: Casa das Rosas

09/07 (segunda-feira) – Encerramento da Mostra

Exibição do documentário “Quarto Camarim”
Exibição do documentário “Transit Havana”
Local: MIS – Museu da Imagem e do Som
Festa Colaborativa
Exposição de fotografias
Local: Tokyo SP (a confirmar)

A chapa feminista do PSOL que disputará o Governo de Pernambuco inicia, nesta terça-feira (22), às 19h, uma série de encontros programáticos para coletar ideias que devem basear o programa de governo da pré-candidata Dani Portela. A primeira reunião da iniciativa será em Garanhuns, no Agreste, e serão discutidas políticas públicas para a população LGBTI+. 

De acordo com Dani, que mediará o debate, a intenção é coletar propostas para fomentar o projeto “Se a gente governasse Pernambuco?”, que também pode ser acessado por meio de uma plataforma online. Além da pré-candidata a governadora, também participam do evento a travesti e estudante de ciências sociais Amanda Palha, pré-candidata a deputada federal pelo PCB; o sociólogo Well Leal; e o professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco e doutor em Letras, João Batista Martins de Morais. 

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Outros eventos para discutir temas como orçamento, comunicação, combate ao racismo, mobilidade, trabalho, saúde e educação devem acontecer nos próximos meses em outras cidades pernambucanas. A chapa é composta ainda por Gerlane Simões, como vice-governadora; e as pré-candidatas a senadoras Albanise Pires e Eugênia Lima. 

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