Tópicos | liberdade

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) recorreu à Justiça na sexta-feira, 8, contra a decisão que libertou Monique Medeiros, denunciada como uma das responsáveis pela morte do próprio filho, Henry Borel, em março de 2021. Também é acusado do crime o ex-namorado de Monique, o agora ex-vereador Jairo Souza Santos Junior, o Dr. Jairinho - ambos alegam inocência.

Assim como Jairinho, Monique estava presa desde abril do ano passado. Ela saiu do Instituto Penal Santo Expedito, em Bangu, na zona oeste, por ordem da juíza Elizabeth Machado Louro, da 2ª Vara Criminal do Rio.

##RECOMENDA##

Desde a noite de terça-feira, 5, está em prisão domiciliar, com tornozeleira eletrônica. Deve cumprir algumas medidas restritivas. Entre elas, só pode conversar com parentes e com seu advogado e não pode fazer postagens em redes sociais.

Em sua decisão, a juíza argumentou que Monique recebeu ameaças dentro da penitenciária. Afirmou ainda que a manutenção de sua prisão "não favorece a garantia da ordem pública". A magistrada também argumentou que Monique não é acusada de praticar "violência extremada" contra o filho e que "não há nos autos nenhuma indicação de que a requerente tenha visto sequer qualquer dos atos violentos".

Para o MP-RJ, é impossível afirmar que a conduta de Monique foi menos importante do que a do então namorado para causar a morte de Henry. Para os promotores, a acusada nada fez para defender o filho das agressões supostamente praticadas por Jairinho.

"Segundo a inicial, o acusado Jairo pratica uma ação, enquanto a acusada Monique se omite e assim permite o resultado, o óbito. Pergunta-se: será uma conduta pior do que a outra? Será que podemos separar os dois personagens responsáveis pela morte do pequeno Henry, de acordo com uma escala, a qual permite aferir a intensidade de suas responsabilidades e a intensidade da reprovação de suas condutas? Ambas as condutas tiveram o mesmo grau de periculosidade e concorreram de igual maneira para a violação do bem protegido, qual seja, a vida", diz trecho do recurso interposto pela 2ª Promotoria de Justiça.

O documento lembra que, quando estava em liberdade, Monique coagiu uma babá de Henry a apagar mensagens que mostravam seu conhecimento acerca das agressões sofridas por seu filho.

Para o MP-RJ, a preocupação de Monique, após a morte do filho, nunca foi a obtenção da Justiça, mas sim a busca por se livrar de eventual responsabilidade penal.

"Tal expediente demonstra a disposição da acusada em embaraçar a colheita de provas, sendo certo que esta colheita, tratando-se de processo afeto ao Tribunal do Júri, perdura até o dia do julgamento em plenário. Não houve mudança em relação a este cenário, que por si só já autoriza a manutenção da prisão de Monique", afirma o documento.

Outro argumento para o pedido feito pelo MP-RJ para que Monique volte à prisão foi uma postagem na internet, que supostamente desrespeitaria a ordem judicial proibindo essas publicações. O texto foi feito em um Instagram chamado "Monique Inocente", criado por uma estudante paulista de 19 anos que defende a inocência da mãe de Henry Borel.

Às 17h30 deste domingo, 10, a página tinha 90 publicações e 5.360 seguidores. Uma postagem feita na noite de quarta-feira, 7 (um dia após a libertação de Monique, portanto), continha um agradecimento aos advogados de Monique e a frase "A Justiça tarda, mas não falha".

Ao saber que o MP-RJ atribuiu a postagem à mãe de Henry, a criadora da página anunciou que foi ela, e não Monique, quem publicou a mensagem. A defesa de Monique também se manifestou negando que sua cliente tenha usado as redes sociais.

Um homem foi preso em flagrante em Goiânia após a filha da namorada expor áudios em que ele a ameaça em troca de imagens dela sem roupa. A garota, de 12 anos, enviou um pedido de socorro à mãe, que buscou ajuda com o ex-marido e pai da menina, que é policial militar.

Ela se surpreendeu com as mensagens enviadas pela filha, pois namorava o suspeito há três anos e disse que não havia percebido nenhum comportamento estranho.

##RECOMENDA##

O homem entrou no apartamento da família sem que a menina percebesse e gravou cerca de 17 vídeos íntimos dela durante 30 minutos.

Em seguida mandou os áudios para chantageá-la e diz a menor que tem curiosidade em vê-la sem roupa: “de ver você sem roupa. E aí eu vou embora. É sério. Segredinho nosso”, sugeriu no material publicado pelo G1.

Com medo do homem, ela encaminhou o material para a mãe, que voltou para o prédio acompanhada do ex-marido policial. "Mamãe, ele chegou de surpresa aqui em casa e eu não tinha visto. Daí ele começou a gravar uns vídeos íntimos meus. Mamãe, estou com medo por que ele ameaçou mostrar para você ou se eu deixasse ele me ver sem roupa, ele não mostraria. Eu tô gravando o que ele fala para mim aqui desde o início", escreveu a filha.

O suspeito ainda estava no local e foi abordado pelos pais da vítima. "Nós nos encontramos no hall de entrada no meu apartamento. Ele veio e eu falei: 'Cara, você é louco, você é doido, o que que você fez?' E ele falou: 'Não, não fiz nada", relatou a mulher.

Fiança

Autuado em flagrante por tentativa de estupro, ele recebeu liberdade provisória e pagou a fiança de R$ 1,1 mil.

A juíza Maria Antônia Faria estabeleceu medidas protetivas para a menina e o liberou por entender que não houve intimidação à vítima, nem que o homem prejudicaria o processo, uma vez que não fugiu de casa, possui residência fixa, emprego e é réu primário.

“Ele está sendo um perigo porque está solto. Ele acha que não fez nada, como sempre repetiu desde o momento da prisão. Então, se isso para ele é normal, será que ele deve mesmo ficar solto?", questionou a mãe.

As autoridades sauditas libertaram uma princesa e sua filha, detidas sem acusações durante quase três anos na capital, informou uma organização de direitos humanos neste sábado (8).

Basmah bin Saud, uma empresária de 57 anos, foi detida em março de 2019. Em abril de 2020, implorou ao rei Salman e ao príncipe herdeiro, Mohamed bin Salman, que a libertassem por motivos de saúde.

A princesa "e sua filha Suhud [...] foram libertadas", disse a organização ALQST pelos Direitos Humanos no Twitter.

"Ela não recebeu o atendimento médico de que precisava contra condições potencialmente fatais", disse o grupo. O tipo de doença que ela sofria não foi revelado.

"Em nenhum momento durante sua detenção foram feitas acusações contra ela", acrescentou.

As autoridades sauditas não comentaram o caso.

A princesa Basmah foi detida pouco antes de uma viagem à Suíça para tratamento médico, segundo uma fonte próxima à família.

O príncipe Mohamed bin Salmán foi considerado um reformista desde que foi nomeado por seu pai, o rei Salmán, em junho de 2017.

Desde então, ordenou várias reformas, como permitir que as mulheres dirijam ou a flexibilização das regras que dão aos homens autoridade sobre as mulheres de suas famílias.

Mas as autoridades também fizeram campanha contra os críticos do poder e opositores em potencial, de religiosos à ativistas pelos direitos das mulheres, mesmo quando se trata de membros da família real.

A princesa Basmah estava detida na prisão de Al Hair, onde estão vários presos políticos.

Em depoimento escrito enviado às Nações Unidas em 2020, ao qual a AFP teve acesso, sua família afirmou que a princesa havia sido detida em grande parte por causa de suas "críticas abertas aos abusos" cometidos na Arábia Saudita.

Em março de 2020, a guarda real deteve o irmão e sobrinho do rei Salman, acusados de ter fomentado um golpe contra o príncipe herdeiro, segundo várias fontes.

A China continua sendo o país com mais jornalistas detidos, enquanto Índia e México bateram recordes de repórteres assassinados, afirma o relatório do Comitê de Proteção dos Jornalistas (CPJ), que destaca o agravamento do cenário da liberdade de imprensa no mundo.

Vinte e quatro jornalistas foram assassinados em 2021, de acordo com os dados do CPJ, que ainda investiga outros casos, em particular no México.

Em números absolutos, a Índia foi o país mais perigoso para o exercício da profissão, com quatro jornalistas assassinados por seu trabalho e outro que faleceu durante um protesto.

Mas o México pode assumir a liderança no triste ranking caso sejam confirmados os seis casos que estão sob investigação, que seriam adicionados aos três confirmados.

A crescente intolerância e a perseguição contra o jornalismo independente provocaram a detenção de 193 profissionais da imprensa, afirma o CPJ, que cita a China, que se prepara para receber os Jogos Olímpicos de Inverno Pequim-2022, como o país com mais detidos.

Com 50 jornalistas presos, a China é a primeira na lista, que tem ainda Mianmar (26), Egito (25), Vietnã (23), Belarus (19), além de Turquia, Eritreia, Arábia Saudita, Rússia e Irã.

A organização afirma que Hong Kong entrou pela primeira vez para a lista, com a detenção, entre outros, do fundador do jornal Apple Daily, Jimmy Lai, que este ano recebeu o prêmio de liberdade de imprensa Gwen Ifill, concedido pelo CPJ.

E o número continua aumentando. A Etiópia, em plena guerra civil, se tornou um dos países com mais jornalistas detidos na África Subsaariana, atrás apenas da Eritreia.

"Prender jornalistas por informar é a marca de um regime autoritário", afirmou o diretor do CPJ, Joel Simon.

"Este é o sexto ano consecutivo que o CPJ documenta um número recorde de jornalistas detidos no mundo", o que reflete, para Simon, dois fatos inquestionáveis: que os "governos estão determinados a controlar e dirigir a informação e que fazem isso de maneira cada vez mais flagrante".

A deterioração é generalizada. Na Europa, Belarus, que desviou um voo comercial para prender o jornalista Raman Pratasevich, tem 19 repórteres detidos, o maior número desde que o CPJ começou a coletar dados em 1992.

Na América Latina, Cuba tem três, a Nicarágua dois e o Brasil um.

Na Cúpula pela Democracia convocada pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ao menos sete países convidados figuram da lista do CPJ de violadores da liberdade de imprensa.

E muitos têm um histórico de impunidade, como Brasil, Índia, Iraque e Filipinas, onde as autoridades continuam perseguindo jornalistas independentes, como a vencedora do Prêmio Nobel da Paz deste ano, Maria Ressa, recorda a organização.

O presidente Jair Bolsonaro pediu, nesta sexta-feira (26), a sargentos da Aeronáutica que fiquem "vigilantes" sobre a situação do País. Em cerimônia de formatura dos oficiais, o chefe do Executivo voltou a dizer que há um processo de perda de liberdades no País - sem, contudo, elencar os elementos de sua tese.

"Devemos estar vigilantes, pensar no que de pior pode acontecer conosco e estar vigilantes", disse Bolsonaro em solenidade em Guaratinguetá (São Paulo) para promoção de 207 servidores da Aeronáutica à graduação de terceiro-sargento. "O que de mais importante e valioso querem nos roubar, e não é de hoje? Não é nosso ouro, nosso nióbio, nossas terras, nossa biodiversidade, nossa água ou nosso espaço. É a nossa liberdade, algo muito, mas muito mais sagrado que a nossa própria vida", acrescentou.

##RECOMENDA##

No auge das tensões com o Supremo Tribunal Federal (STF), Bolsonaro defendia que a Corte cassava liberdades individuais quando punia atitudes antidemocráticas de apoiadores do presidente.

Durante a cerimônia, que contou com a presença de ministros como Walter Braga Neto (Defesa) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria-geral da Presidência), o chefe do Executivo ainda recebeu uma homenagem chamada de "ordem dos especialistas".

A Justiça do Ceará concedeu, na noite dessa sexta-feira (22), a liberdade do DJ Ivis. O músico passou três meses preso após agredir a ex-mulher, Pamella Holanda. Segundo informações do G1, advogados e alguns familiares foram à penitenciária esperar a soltura de Ivis. Ele estava detido no presídio Irmã Imelda Lima Pontes, na Região Metropolitana de Fortaleza.

No início de julho, Pamella divulgou na imprensa vídeos nos quais aparece apanhando do DJ. Em um dos conteúdos, ela aparece sendo agredida na frente da mãe e da filha de nove meses. Ivis teve a prisão decretada no dia 14 de julho. A prisão aconteceu em um condomínio de luxo. Na ocasião, o artista foi encaminhado para a Delegacia Metropolitana do Eusébio.

##RECOMENDA##

O governador do Ceará, Camilo Santana, chegou a anunciar no Twitter a prisão do DJ Ivis: "Acabo de ser informado pelo nosso secretário de Segurança da prisão do DJ Ivis, no caso das agressões a Pamella Holanda. A prisão preventiva havia sido solicitada ontem pela nossa Polícia Civil e decretada há pouco pela Justiça. Que responda pelo crime cometido".

Quando as imagens de Ivis agredindo Pamella Holanda viralizaram, diversas pessoas criticaram a postura dele. Famosos como Xand Avião, Solange Almeida, Marília Mendonça e Camila Pitanga se manifestaram a respeito do assunto. O cantor Latino decidiu cancelar a divulgação de um trabalho em parceria com o DJ.

"DJ Ivis seria o meu convidado na minha próxima música de trabalho! Já tínhamos todo o planejamento de lançamento determinado, já tínhamos gravado o clipe, inclusive com a presença dele. Vamos refazer todo o trabalho, clipe e tudo mais com alguém que de fato mereça o nosso respeito!", explicou a voz do hit Festa no Apê.

O porta-voz do presidente filipino, Rodrigo Duterte, disse nesta segunda-feira (11) que o fato de a jornalista crítica do governo Maria Ressa ter ganhado o Prêmio Nobel é uma prova de que "a liberdade de imprensa está viva" no país.

A cofundadora do portal de notícias Rappler e o jornalista russo Dmitri Muratov receberam o Prêmio Nobel da Paz na última sexta-feira (8) por seus esforços para "proteger a liberdade de expressão".

Desde que Duterte assumiu o poder, em 2016, Ressa e Rappler foram alvo de várias acusações penais e de investigações que, de acordo com os advogados deste veículo de imprensa, constituem assédio, por parte do Estado, ao trabalho. Entre outras pautas do site, está a cobertura da sangrenta guerra do governo contra o tráfico de drogas.

Duterte já classificou o Rappler de "sucursal de notícias falsas", e Ressa foi vítima de assédio nas redes.

"É uma vitória para uma filipina, e estamos muito felizes", declarou o porta-voz de Duterte, Harry Roque, em entrevista coletiva.

"A liberdade de imprensa está viva, e a prova é o Prêmio Nobel de Maria Ressa", completou Roque.

Veículos da imprensa e grupos de direitos humanos das Filipinas aplaudiram o prêmio, considerando-o um "triunfo", em um país classificado como um dos mais perigosos do mundo para jornalistas.

Ex-jornalista da CNN e autora de "How to Stand Up to a Dictator" ("Como enfrentar um ditador", em tradução livre), Ressa, de 58 anos, está sendo processada em sete casos diferentes.

No momento, encontra-se em liberdade sob fiança. Ela espera a decisão sobre um recurso apresentado por sua defesa, após ser condenada por difamação em junho passado. Se for considerada culpada neste caso, ela corre o risco de ser condenada a uma pena de até seis anos de prisão.

Outros dois casos de difamação on-line foram arquivados há alguns meses.

Ainda assim, o porta-voz de Duterte rejeitou a ideia de que Ressa seja um problema para o governo, insistindo em que "ninguém nunca foi censurado nas Filipinas".

"Maria Ressa ainda tem de limpar seu nome nos nossos tribunais", completou Roque, que a chamou de "criminosa condenada".

- Escudo -

Em declarações à AFP no sábado (9), Ressa disse confiar em que o prêmio será uma espécie de escudo protetor para ela e para outros jornalistas filipinos, que sofrem ataques físicos e cyberbullying.

"Esse 'nós contra eles' não foi criado por jornalistas. Foi criado pelas pessoas que estão no poder, que estão comprometidas com uma forma de governar que divide a sociedade", afirmou, descrevendo o prêmio como uma "dose de adrenalina".

"Espero que permita que os jornalistas façam bem seu trabalho, sem medo", acrescentou.

Durante anos, Maria Ressa destacou a violência que acompanha a campanha antidrogas iniciada por Duterte. Segundo organizações de direitos humanos, esta política já deixou dezenas de milhares de mortos. Em setembro, o Tribunal Penal Internacional (TPI) autorizou sua investigação.

O Rappler é um dos meios de comunicação que publicam imagens hediondas dos assassinatos e questionam seu embasamento jurídico.

Outros veículos pagaram caro pela cobertura desta política, como a rádio ABS-CBN, que perdeu sua licença no ano passado.

Maria Ressa acredita, no entanto, que a independência do Rappler permite que se defenda.

"Não temos outras empresas para proteger, então é fácil para nós nos defendermos", explicou.

Preso desde 8 de julho por desacato à Justiça, o ex-presidente sul-africano Jacob Zuma foi posto em liberdade condicional por motivos de saúde - anunciaram as autoridades carcerárias do país no domingo (5).

Zuma, 79, está hospitalizado - por motivos que não foram divulgados - desde 6 de agosto fora da prisão onde cumpre uma pena de 15 meses por ter-se recusado a comparecer diante uma comissão de inquérito sobre a corrupção do Estado durante sua presidência (2009 - 2018).

"O Departamento de Serviços Penitenciários pode confirmar que o Sr. Jacob Gedleyihlekisa Zuma foi posto em liberdade condicional médica", disse um comunicado.

A liberdade condicional entra em vigor neste domingo, e Zuma cumprirá o restante de sua pena de prisão de 15 meses fora da prisão.

"A concessão da liberdade condicional médica ao Sr. Zuma significa que (...) ele deve cumprir uma série de condições específicas e estará sujeito à supervisão até o cumprimento de sua pena", acrescentou a nota.

A atriz Rafaela Mandelli, de 42 anos, foi até a sua conta do Instagram para fazer um protesto. Na plataforma, ela publicou uma foto nua para falar da opressão enfrentada pelas mulheres. Ela reforçou na postagem que ninguém possui o direito de interferir em sua liberdade.

"Esse post não é desrespeitoso e nem está sendo feito pra constranger, menos ainda sensualizar. É para mostrar que posso me expressar como e quando quero. Ainda bem. Não é para ver dedos moralistas apontados e o machismo exacerbado. É para dizer que, a minha liberdade como mulher não vai ser tirada por ninguém. Minha solidariedade, apoio e compaixão a todas as que, de alguma forma, lutam contra a opressão", disse.

##RECOMENDA##

[@#video#@]

Os seguidores exaltaram a postura de Mandelli. "Isso, Rafa, estou contigo. Nós, mulheres, somos donas das nossas vontades", comentou uma internauta. A atriz Carol Castro parabenizou a atitude da amiga. Rafaela Mandelli ficou conhecida nacionalmente ao protagonizar 'Malhação', em 2001. Na época, ela interpretou a doce Nanda.

O juiz Diego Paes Moreira, da 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo, determinou a libertação do empresário Dalton Baptista Neman, de seu filho Caio Alonso Neman e de Cristiane Cheruti. Eles foram presos durante a Operação Tempestade, em maio. O trio é acusado de compor o núcleo financeiro de uma organização criminosa, o chamado Banco do Crime, que lavaria dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC) e movimentaria recursos desviados de hospitais de campanha para a Covid-19 no Rio, na gestão do governador cassado Wilson Witzel.

A decisão da Justiça é motivada pelo fato de a defesa dos acusados não ter tido acesso a um vídeo com a delação do colaborador de Justiça que deu origem à investigação, o piloto de helicóptero Felipe Ramos Morais. A Polícia Federal (PF) teme que a decisão seja estendida a outras operações do órgão que tiveram origem na mesma delação. Isso pode afetar principalmente duas delas: a Além-Mar e a Rei do Crime, no âmbito das quais cerca de 20 integrantes do PCC foram presos e acusados de lavagem de dinheiro ligado ao tráfico internacional de drogas. Nelas foi bloqueado quase R$ 1 bilhão em bens e recursos financeiros.

##RECOMENDA##

Pela decisão do magistrado, os Neman e Cristiane terão de usar tornozeleira eletrônica e comparecer mensalmente à Justiça Federal. Estão ainda proibidos de deixar o País, bem como devem apresentar seus passaportes e não podem manter contato com os demais réus ou exercer atividades financeiras.

A decisão de soltar os acusados ocorreu após o juiz ser informado sobre a existência de um vídeo gravado pela PF em Mato Grosso do Sul durante as negociações para a realização do acordo de delação. O material estava arquivado.

Foi a defesa dos Neman que informou ao magistrado sobre o vídeo do piloto. A Procuradoria da República informou que não havia juntado a gravação do delator porque ela foi feita quando o acusado negociava o acordo. O vídeo é contínuo e tem diversos relatos misturados. Seria impossível, segundo a procuradoria, separar os fatos, muitos dos quais em apuração.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O senador Flávio Bolsonaro (Patriotas-RJ) quer ampliar o porte de arma aos advogados. Por meio de um projeto de lei, ele pretende mudar o Estatuto de Advocacia da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a lei que já garante registro, posse e venda de armas de fogo.

Para sugerir o PL, o senador argumentou que o resultado do trabalho de um advogado pode desagradar o cliente e repercutir em uma vingança, publicou o colunista Lauro Jardim.

##RECOMENDA##

"A atuação do advogado pode desagradar o cliente ou a parte contrária, a ponto de o profissional ser ameaçado ou atacado por vingança. Segundo a OAB, de 2016 a 2019, 80 advogados foram assassinados. (...) Nessas situações, o porte de arma de fogo daria ao advogado uma chance de se defender de uma injusta agressão e de tentar salvar sua vida", defendeu Flávio.

Em defesa da Família

Ele também advogado inscrito na OAB e recentemente conseguiu transferir sua licença suplementar do Rio de Janeiro para o Distrito Federal.

Com intuito de armar mais pessoas, o governista sugere que os advogados devem ter esse direito incluso pois "são contratados por seus clientes para defender seus interesses, que , muitas vezes, envolvem questões delicadas e sensíveis, como a liberdade, a família e o patrimônio".

O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP) negou neste domingo, 8, um pedido de liberdade provisória para o motoboy Paulo Roberto da Silva Lima, conhecido como Paulo Galo. Ele está detido desde o dia 28 de julho, quando se apresentou espontaneamente à delegacia e admitiu participação no incêndio à estátua do bandeirante Borba Gato, localizada na zona sul de São Paulo.

"Não se vislumbra patente ilegalidade ou teratologia que justifique a concessão da pretendida liminar, razão pela qual fica indeferida", apontou o juiz plantonista Xisto Rangel ao negar o habeas corpus com pedido de liminar. Segundo a decisão, o que importa, por ora, é que "bem ou mal, o juízo justificou a decretação da preventiva".

##RECOMENDA##

"Além do mais, até pelas manifestações de apoio que diz receber, o tratamento leniente aqui desejado, com concessão, sem mais, da liberdade provisória ao paciente, fatalmente poderá servir de estímulo a que muitos outros que nele se espelham - ou que o glorificam pelo que fizera -, se sintam estimulados à replicação", acrescentou o magistrado.

O juiz mencionou ainda que, ao alegar que Lima estaria sendo cooperativo com as investigações, a defesa rechaça "o suposto perigo à ordem pública atribuído à libertação do paciente".

O ministro Ribeiro Dantas, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), concedeu liminar na última quinta-feira, dia 5, em habeas corpus revogando a prisão temporária de Lima. Segundo ele, não havia "razões jurídicas convincentes e justas" para manter a detenção.

Depois disso, ainda na quinta-feira, a Polícia Civil enviou um relatório parcial do inquérito à Justiça paulista e pediu a manutenção da prisão de Galo e a detenção de outros dois investigados no caso.

A juíza Gabriela Marques da Silva Bertoli, do Tribunal de Justiça do Estado, converteu na sexta-feira, dia 6, a prisão dos acusados de temporária para preventiva. Na avaliação da juíza, as provas colhidas apontam para a materialidade dos crimes.

Além de Lima, o motorista Thiago Vieira Zem também está preso pelo incêndio. Já o terceiro investigado pelo caso, o motorista Danilo Silva de Oliveira, está foragido, mas deve se entregar na próxima segunda-feira, 9. A informação foi dada ao Estadão pelo advogado Jacob Filho, responsável pela defesa de Lima e Oliveira.

"O que aconteceu é muito raro, considero inclusive um desrespeito a uma ordem superior", disse o advogado criminalista Daniel Gerber.

Segundo ele, o decreto da prisão preventiva é "absolutamente político, midiático e não encontra eco nos fundamentos do artigo 312 do Código de Processo Penal".

Sob o lema #LiberdadeParaGalo, manifestações pela soltura do motoboy têm ganhado força nas redes sociais.

A Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres) retomou as inscrições para programa de remição de pena através da leitura aos reclusos das 21 unidades prisionais de Pernambuco. Até a terça-feira (3), 1.308 pessoas privadas de liberdade (PPLs) confirmaram o interesse na iniciativa, que segue com as inscrições abertas.

A Seres lembra que em 2020 houve 2.187 inscritos nos dois ciclos do projeto, mas a pandemia da Covi-19 impediu a realização dos aulões e das provas. Na proposta de remição por leitura, cada obra lida confere sete dias a menos de reclusão, desde que a PPL faça um resumo ou resenha do livro com nota igual ou superior a 7.

##RECOMENDA##

“O projeto Remição de Pena pela Leitura convida o preso a pensar, formar opinião e, com o hábito de ler, criar para si uma história melhor. É um incentivo à reinserção social utilizando a leitura aliada à redução da pena”, avaliou o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico.

Conforme o órgão, o Presídio Juiz Antonio Luiz Lins de Barros (Pjallb), no Complexo do Curado, Zona Oeste do Recife, e o Presídio de Igarassu (PIG), registram o maior número de inscritos com 199 e 167 presos, respectivamente.

O projeto foi criado em outubro de 2016, inscreveu 8.683 reeducandos com mais de 72% de aprovação e conta com acervo de 23 mil livros, informa. Todas as unidades prisionais do Estado, que funcionam nos regimes fechado e semiaberto, dispõem de salas de leitura e 21 delas têm escolas.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou, nesta segunda-feira (26), que atos antidemocráticos não devem ser alvos de inquéritos por se tratarem de livre manifestação do pensamento.

"Se alguém comete um ato antidemocrático, é contra o governo federal, não é contra um do supremo. Eu não estou reclamando, entendo como liberdade de opinião. Você quer levantar um cartaz na rua ai pedindo pena de morte, faça o que você bem entender, isso é liberdade de expressão. O cara levanta uma placa AI-5. Ai é na constituição anterior, não existe mais", disse a apoiadores na saída do Palácio da Alvorada.

##RECOMENDA##

O deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), integrante da base bolsonarista no Congresso, foi preso, em fevereiro deste ano, por divulgar vídeos no qual fazia ofensas aos membros do Supremo Tribunal Federal. No mês passado, o parlamentar, que cumpria prisão domiciliar, foi detido novamente por não pagar fiança de R$ 100 mil.

O desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), revogou, nessa quinta-feira (6), a última prisão preventiva decretada contra o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (MDB-RJ). A cautelar havia sido decretada em 2017 na Operação Sepsis e era o único empecilho que impedia o ex-parlamentar de responder aos processos em liberdade.

No último dia 28, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), o Tribunal da Lava Jato, revogou a prisão decretada contra Cunha na operação. O ex-presidente da Câmara cumpria o regime em casa desde o ano passado, em razão da pandemia.

##RECOMENDA##

O desembargador sustentou que, passado mais de um ano da prisão domiciliar, não vislumbrou necessidade da manutenção da prisão preventiva de Cunha no caso. "Notadamente, pelo tempo em que a medida constritiva foi determinada, em razão de não se ter notícia do descumprimento das obrigações impostas, e também, pela demora em se marcar o julgamento da apelação já interposta em favor do requerente", disse.

Os advogados Pedro Ivo Velloso, Ticiano Figueiredo e Délio Lins e Silva, responsáveis pela defesa de Eduardo Cunha, celebraram a decisão: "Fez-se Justiça".

Cunha foi alvo da Operação Sepsis, desdobramento da Lava Jato que apurou desvios do Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS), gerido pela Caixa Econômica Federal.

O ex-presidente da Câmara poderá responder aos processos em liberdade. A única restrição imposta foi a proibição de viagens internacionais.

O presidente Jair Bolsonaro em um discurso rápido, afirmou que as Forças Armadas, conforme determina a Constituição, não medirão esforços para garantir a liberdade do povo brasileiro. Durante a solenidade de troca na chefia do Comando Militar do Sudeste (CMSE) em São Paulo, nesta quinta-feira (15), Bolsonaro abriu mão de usar expressões como "meu exército" e disse que as Forças Armadas pertencem ao povo. "O povo brasileiro pode continuar contando com o seu Exército."

"A nossa nação tem uma vocação, a liberdade acima de tudo, e a certeza desse povo maravilhoso - de mais de 210 milhões de pessoas - que as suas Forças Armadas sempre, dentro das quatro linhas da Constituição, não medirão esforços para garantir o oxigênio da vida, que é a nossa liberdade", disse o mandatário.

##RECOMENDA##

No discurso, Bolsonaro agradeceu, em especial, o general Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, que substitui o general Eduardo Antonio Fernandes no CMSE, e o empresário Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), aliado político e opositor do governador João Doria (PSDB). "Um homem que colaborou desde o início para que o nosso colégio militar cada vez mais se transformasse numa realidade", afirmou Bolsonaro sobre o empresário.

O relatório Variações da Democracia (V-Dem) da Universidade de Gotemburgo, na Suécia, indicou que o Brasil é o 4º país que mais se afastou da democracia em 2020. O levantamento avaliou 202 países e colocou o país atrás de três regimes de extrema direita.

"Quase todos os indicadores que usamos mostram uma drástica queda do Brasil a partir de 2015. O único ponto em que o país não perdeu de lá pra cá foi em liberdade de associação", comentou o diretor do Instituto Variações da Democracia e cientista político, Staffan Lindberg, à BBC.

##RECOMENDA##

O resultado vem da análise de 450 indicadores, que medem aspectos como a liberdade do Judiciário e do Legislativo em relação ao Executivo; a liberdade de expressão da população; a disseminação de fake news por fontes oficiais; a repressão a manifestações; a liberdade e a independência da imprensa, e da oposição política.

O V-Dem estipula o índice de 0 a 1. Enquanto o 0 representa ditadura completa, o 1 indica democracia plena. O Brasil registrou 0,51, o que significa a queda de 0,28 se comparado ao resultado de 2010. A queda do país só não foi maior que as da Polônia, Hungria e Turquia, governados por regimes de extrema direita.

O estudo publicado em março deste ano é desenvolvido com a contribuição de 3,5 mil pesquisadores e analistas. 85% deles vinculados a universidades de todo o mundo. O V-Dem é um instrumento usado por investidores para definir estratégias de ações globais.

O presidente Jair Bolsonaro voltou a vincular as medidas de isolamento social para conter o avanço da Covid-19 com a ameaça de uma ditadura no Brasil. Na manhã deste sábado (10), o chefe do Planalto foi de motocicleta para São Sebastião, uma região administrativa do Distrito Federal, e conversou com mulheres venezuelanas em uma residência no local.

Durante a visita, Bolsonaro abriu uma transmissão ao vivo em sua conta no Facebook. "Nunca nosso Exército vai fazer qualquer coisa contra a liberdade privada de vocês e vocês sabem que, toda vez que precisaram das Forças Armadas, elas estiveram ao seu lado, não ao lado de possíveis governadores com vieses ditatoriais", afirmou Bolsonaro ao atacar governadores pelas medidas de fechamentos de atividade econômica durante a crise. "Isso não existe da minha parte. Farei tudo para manter a nossa liberdade."

##RECOMENDA##

Bolsonaro criticou novamente o Supremo Tribunal Federal (STF) por ter dado aval a decretos de prefeitos e governadores que proibiram cultos e missas na pandemia. O presidente da República classificou a decisão como o "absurdo do absurdo", apesar de o País já ter registrado só em abril mais de 27 mil mortes pela doença, número que chega a ser superior a meses inteiros como setembro, outubro, novembro e dezembro do ano passado. Na transmissão, ele chamou o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), de "patife".

Rechaçando acusações de ser um "ditador", Bolsonaro afirmou que "tudo tem um limite". "Eu e todo meu governo estamos ao lado do povo. Não abusem da paciência do povo brasileiro", disse o presidente, reforçando que estava "lamentando os super poderes que o STF deu a governadores e prefeitos para fechar, inclusive, salas e igrejas de cultos religiosos".

O ataque ao STF ocorre na semana em que o ministro Luís Roberto Barroso, um dos magistrados do tribunal, determinou a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado para investigar a conduta do governo federal na pandemia. Após a decisão, o presidente da República acusou Barroso de "politicalha".

Neste sábado, 10, o presidente da República voltou a questionar as medidas de isolamento, indicadas por especialistas como única forma de conter o avanço da covid-19 antes da vacinação da população. "Quem abre mão de parte da sua liberdade em troca de segurança vai ficar no futuro sem a liberdade e sem segurança."

[@#galeria#@]

O youtuber e influenciador digital Felipe Neto lançou recentemente, em parceria com quatro escritórios de advocacia, o movimento apartidário “Cala a Boca Já Morreu”, que tem a missão de prestar assistência jurídica gratuita a quem for alvo de investigação criminal ou administrativa por ter expressado alguma opinião ou criticado autoridades públicas.

##RECOMENDA##

A iniciativa surge como resposta ao abuso de autoridade e ataques constantes à democracia, com grave ameaça à liberdade de expressão, no Brasil. O site da campanha informa que todo aquele que estiver sendo investigado por ter manifestado uma crítica ou opinião, relacionada a uma autoridade pública, e não encontrar meios públicos ou privados para agir em sua defesa pode receber ajuda.

Em vídeo de lançamento, Felipe Neto ressalta que o movimento não defende pessoas que incitam o discurso do ódio, ruptura institucional e que ameaçam governantes ou demais autoridades públicas.

Bárbara Feio, advogada e professora de Direito Civil, lembra que a liberdade de expressão é a representatividade de um Estado Democrático de Direito e que, em 2009, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), por meio da ADPF 130 (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental), consagraram a liberdade de expressão como patrimônio imaterial e a representação de uma evolução político-cultural de uma sociedade democrática.

Entretanto, a advogada diz que há um ponto muito importante a ser identificado da liberdade de expressão: entender que o direito de alguém termina onde começa o do próximo. “Você precisa ter conhecimento de que você não pode utilizar a liberdade de expressão como instrumento para diminuir, ferir a dignidade humana, para afetar e reduzir o outro sujeito. O limite é exatamente este”, salienta.

Bárbara também orienta quanto ao conteúdo compartilhado na internet e que os usuários devem ter cuidado com o que é divulgado nas redes. “Nós precisamos fazer um exercício grande de reconhecimento de que temos um instrumento muito forte nas mãos, que é a internet, a virtualidade, e precisamos entender que existe, sim, a responsabilidade quando você invade e ultrapassa os limites da liberdade de expressão”, diz.

A advogada explica que a responsabilidade civil no Estado brasileiro é muito clara e que, além do grande alcance que tem, uma pessoa ainda pode ser punida por algum ato ou crime cometido nas redes sociais. “Temos o artigo 186, o artigo 927, temos diversos artigos que fazem esse amparo legal, que trazem uma proteção do ser humano e da dignidade em face desse tipo de violação”, destaca.

Bárbara alerta pais de menores e afirma que eles devem estar vigilantes quanto ao uso das redes para manifestação e propagação de discursos de ódio e de raízes discriminatórias. Ela também lembra que crianças e adolescentes, apesar de não cometerem crimes, podem cometer atos considerados infracionais. Em casos assim, os pais serão responsabilizados.

Quanto à liberdade de expressão, Bárbara acredita que é possível defendê-la com muita qualidade quando utilizada com responsabilidade e respeito por ela ser patrimônio imaterial representativo de um povo, de um Estado democrático evoluído política e culturalmente. “O seu direito de falar, de expressar livremente os seus pensamentos termina no momento em que você diminui o outro, fere o outro, atinge o outro na sua honra subjetiva, na sua dignidade e a gente precisa estar muito atento a isso”, complementa a advogada.

Linha tênue

Diego Santos, professor de História, explica que com as eleições de 2018 viu-se uma tendência voltada para a direita, caracterizada por uma visão mais conservadora de sociedade. Segundo ele, isso requer atualização da legislação, abarcando as diversas ferramentas utilizadas pela liberdade de expressão, que é fundamental para a democracia.

“Nós viemos de uma eleição que apontou para o que os especialistas chamariam de um apontamento à direita. Então passa a ter a necessidade de atualizarem esses códigos e de se pensar que, na sociedade que nós temos hoje, é fundamental que você tenha, sim, um respeito a esse cenário de liberdade”, relata.

O professor conta que a liberdade de expressão é um princípio da democracia, o qual passou a ser garantido a partir da Constituição de 1988. Porém, ressalta que o Brasil possui uma conexão direta e histórica com a ditadura civil-militar que se iniciou no país em 1964. “Então, historicamente, existe uma fragilidade muito grande do nosso sistema democrático. Até porque muitas dessas fragilidades do sistema ainda têm princípios e poderes ligados à constituição de elementos da própria ditadura”, afirma.

“É o caso, inclusive, da (lei) Segurança Nacional, com o qual foi feita a queixa-crime contra o Felipe Neto. Ela está diretamente relacionada a uma lei de 1983, portanto ainda do período da ditadura. E, logicamente, deveria ter sido atualizada ou, pelo menos, repensada num momento como esse”, exemplifica Diego Santos.

O youtuber Felipe Neto foi acusado por crime contra a segurança nacional após ter chamado o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de “genocida”, ao referir-se à gestão do governo em relação à pandemia da covid-19. O professor alerta para a problemática da protocolização dessa queixa-crime ser feita pelo filho do presidente, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). “Parece que há uma tentativa sempre muito articulada de se frear questionamento. Eu vejo um problema dentro desse Estado Democrático de Direito que não é só cercear a liberdade de expressão, mas é também de fazer com que não se tenha um questionamento à família Bolsonaro”, destaca.

Diego Santos acredita que a grande repercussão na fala do youtuber foi a geradora da tentativa de abafamento. O governo iniciado em 2018, diz o professor, pautou-se na ideia do discurso de ódio em relação à minoria e aos opositores, repercutindo para o cenário de crise vivida hoje. A pandemia não parou as ofensas e ataques ao Supremo Tribunal Federal ou às pessoas que questionam o governo, observa Diego.

O professor traça uma linha histórica entre o momento atual e o resquício da ditadura militar. “Existe um paralelo histórico entre esse resquício da ditadura militar porque grande parte dos ministros, que compõem o Ministério, são militares que a apoiam. Até certo ponto estão ligados àquilo que o Bolsonaro fala e o apoiam publicamente”, diz Diego Santos.

O professor reitera a fragilidade da democracia ao lembrar fatos da história democrática do país após o fim da ditadura. “Quando a ditadura termina, as primeiras eleições são indiretas. O primeiro presidente eleito de fato, no Brasil, foi o Fernando Collor de Mello e logo depois tem o próprio impeachment. Então nós temos nessa breve democracia dois presidentes que sofreram processo de impeachmnet: o Fernando Collor de Mello e a Dilma Rousseff”, explica.

A liberdade de expressão e o discurso de ódio, na sociedade atual, andam lado a lado. “Então, tem uma fragilidade muito grande dentro do nosso campo democrático. E a linha tênue entre o que é liberdade de expressão e o que é discurso de ódio é muito frequente na nossa sociedade”, finaliza Diego Santos.

Para mais informações a respeito do movimento acesse www.calaabocajamorreu.com.br

Por Carolina Albuquerque e Isabella Cordeiro.

 

O massagista do Clube Náutico Capibaribe que estava preso desde o dia 22 de fevereiro, acusado de assaltar um ônibus no fim de 2018 já está em casa. Após 25 dias no Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), a defesa de Paulo Mariano de Arruda Neto conseguiu um habeas corpus e garantiu sua liberdade nesta sexta-feira (19).

Integrante de uma família dedicada ao desporto em Pernambuco, Paulinho foi solto por volta das 9h30, após ser autuado no próprio Centro de Treinamento do clube. “O emocional ainda tá à flor da pele mesmo. Agora ele viu os filhos, tá com a mulher e os pais, mas ainda assim tá muito abalado com o que aconteceu”, descreve a advogada Virgínia Barreto.

##RECOMENDA##

Ela relata que o massagista emagreceu no tempo em que esteve preso e, apesar de não sofrer maus-tratos dos demais reclusos, foi humilhado ao vivenciar a dura realidade do presídio em plena pandemia.

O processo segue no Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) mas, caso não haja absolvição, a defesa vai recorrer da decisão e indica que imagens do assalto comprovam que o verdadeiro criminoso possui características físicas diferentes a do cliente.

Além de uma tatuagem no antebraço, Virgínia garante que publicações nas redes sociais comprovam que Paulinho estava em casa no dia do roubo. Ela voltou a criticar a prisão, pois afirma que o massagista nem tinha conhecimento da acusação, nem chegou a ser intimado a prestar esclarecimentos à Polícia Civil, nem em juízo.

LeiaJá também:

---> Massagista do Náutico recebe habeas corpus e será solto

---> Náutico defende massagista: prisão de forma 'errônea'

---> Família de massagista do Náutico preso fala em "injustiça"

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando