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O Ministério Público Federal (MPF) divulgou, nesta terça-feira, 3, nota técnica contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 65/2012, que derruba licenciamento ambiental para obras. Para a Procuradoria, na prática, "a medida descaracteriza o processo de licenciamento ambiental - composto por várias etapas - e impede qualquer controle posterior sobre o cumprimento das obrigações socioambientais por parte do empreendedor". O documento será encaminhado ao Senado Federal.

"A Proposta de Emenda Constitucional nº 65/2012, ao acrescentar o § 7° ao art. 225 da Constituição, com a redação apresentada e aprovada pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado Federal, altera por completo a sistemática vigente acerca do licenciamento ambiental, em flagrante violação a Cláusulas Pétreas da Constituição, a princípios constitucionais explícitos e a compromissos internacionais assumidos pelo Brasil perante a comunidade internacional", diz a conclusão da Nota Técnica subscrita por três subprocuradores-gerais e um procurador da República.

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"A justificação da PEC não encontra respaldo fático ou jurídico, e o seu conteúdo fragiliza a proteção do meio ambiente, diminuindo drasticamente ou até mesmo eliminando o padrão de proteção ambiental atualmente proporcionado pela legislação em vigor. A modificação proposta - e seus reflexos analisados nessa Nota Técnica - contraria frontalmente as disposições constitucionais que tratam das obrigações do Poder Público para dar efetividade ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e, se aprovada pelo Congresso Nacional, colocará em risco não somente o equilíbrio ambiental, mas o bem-estar de toda a população, desta geração e elas futuras."

A PEC 65/2012, de autoria do senador Acir Gurgacz (PDT-RO) e relatada pelo senador Blairo Maggi (PR-MT), estabelece que, a partir da simples apresentação de um Estudo Impacto Ambiental (EIA) pelo empreendedor, nenhuma obra poderá mais ser suspensa ou cancelada. Na prática, o processo de licenciamento ambiental, que analisa se um empreendimento é viável ou não a partir dos impactos socioambientais que pode gerar, deixa de existir.

"A simples apresentação desse estudo não tem o condão de autorizar desde logo a execução de uma obra ou atividade, pela total inadequação desse instrumento para esse fim, que necessariamente deverá ser analisado pelos órgãos de controle ambiental", ressaltam os membros do Ministério Público Federal.

A proposta de Emenda Constitucional foi aprovada em 27 de abril pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado e acrescenta o § 7º ao artigo 225 da Constituição Federal: "A apresentação do estudo prévio de impacto ambiental importa autorização para a execução da obra, que não poderá ser suspensa ou cancelada pelas mesmas razões a não ser em face de fato superveniente".

Para os procuradores que assinam o documento, a PEC "reforça o descaso com a população diretamente atingida por obras e atividades que, pela complexidade e gravidade de seus impactos, necessitam passar pelo processo de licenciamento ambiental". Na visão da Procuradoria, a PEC também retira do Poder Judiciário e do próprio órgão licenciador qualquer controle efetivo sobre o cumprimento das condicionantes estabelecidas. A consequência direta, segundo eles, é o favorecimento da corrupção.

A nota foi elaborada pelo Grupo Intercameral Grandes Empreendimentos, composto pelas Câmaras de Meio Ambiente e Patrimônio Cultural, Populações Indígenas e Comunidades Tradicionais e pela Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão. Os procuradores ressaltam que o estudo de impacto ambiental (EIA) é um mecanismo técnico de planejamento e, pela própria natureza, não equivale a uma licença ou autorização para execução do que quer que seja.

O Ministério Público sustenta que é preciso discutir os impactos do empreendimento com a população interessada, por meio de consultas e/ou audiências públicas. "O EIA deve ser complementado e corrigido quando se mostrar necessário (e a prática demonstra que a qualidade desses estudos deixa muito a desejar, exigindo atenção redobrada em sua análise) e, quando necessário, submetido inclusive ao controle do Ministério Público e do Poder Judiciário", defende a Procuradoria na nota técnica.

De acordo com os procuradores, o licenciamento ambiental "é um procedimento complexo, composto por diversas etapas".

"Fazem parte dele o Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EIA), o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) e a licença ambiental propriamente dita. Quanto a esta última, a cada uma das etapas, um tipo de licença é expedido pelo Poder Público: Licença Prévia (LP), Licença de Instalação (LI) e Licença de Operação (LO)", informa em nota a Procuradoria.

Para o Ministério Público Federal, "a PEC 65/2012 subverte, a um só tempo, a função de um dos instrumentos mais importantes de atuação administrativa na defesa do meio ambiente - o Estudo Prévio de Impacto Ambiental - EIA, bem como fulmina a estrutura técnico-jurídica em que se fundamenta o devido processo de licenciamento ambiental, com suas indispensáveis etapas (viabilidade ambiental, instalação e operação) para obras com significativo impacto ambiental".

Nenhum sinal de trabalhadores em obras. Cercado por tapumes, o mato crescido e entulhos habituais dos terrenos abandonados. O hotel-marina do Porto Novo Recife no Cais de Santa Rita, inicialmente, era para estar pronto para a Copa de 2014. Já este ano, novo prazo dado para início da construção: junho. Às vésperas do penúltimo mês do ano, o cenário não muda. Nada acontece.

Arrendada em 2012 pela empresa Gerencial Brasitec Serviços Técnicos, subsidiária da Companhia Excelsior de Seguros, a área foi contemplada com projeto de revitalização dos armazéns 7 ao 17, entre os quais já funcionam o polo gastronômico e a Central de Artesanato de Pernambuco. O hotel, marina e o centro de convenções, que funcionarão de forma integrada, correspondem aos armazéns 15, 16 e 17, respectivamente. 

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Quando ganhou a licitação, há três anos, o grupo Excelsior obteve o direito de transformar os antigos armazéns de carga por 25 anos. Diretor-financeiro da empresa, Sérgio Bivar não se mostra satisfeito com a demora. “Estamos esperando a licença (de construção) sair. Não sei qual é o problema na prefeitura e acho até bom vocês cobrarem deles. O projeto parece que passou pela Regional, como projeto arquitetônico, mas ainda precisa ser aprovado pela CTTU, Secretaria de Meio Ambiente”. 

Bivar revela que um protocolo foi encaminhado à Secretaria de Meio Ambiente, no intuito de receber a licença de instalação, em meados de março de 2015. O empresário admite que o projeto “perdeu o ciclo econômico (de expansão) do Estado e o cenário de receita agora é outro”. “Éramos para ter começado há três anos. Dentro de um prazo de 25 anos, já perdemos mais de 7%, quase beirando a inviabilidade do projeto. Mas a crise não afetará, porque assumimos o compromisso”, disse o executivo da empreiteira. 

O hotel terá sete pavimentos, com mais de 200 leitos, com bares, restaurante e uma marina internacional com também 200 vagas. Interligado ao centro de convenções e um empresarial construídos nos armazéns 16 e 17, o projeto tem um investimento total de R$ 160 milhões.

Prefeitura rebate: grupo não deu entrada no pedido de licença

Através da Secretaria de Mobilidade e Controle Urbano, a Prefeitura do Recife se defendeu e disse haver pendências do Grupo Excelsior de Seguros. Em nota, explica que o projeto do hotel-marina foi aprovado em fevereiro de 2015, após passar pela Comissão de Controle Urbanístico (CCU), pelo Conselho de Desenvolvimento Urbano (CDU) e “nas demais instâncias exigidas em um processo de análise de empreendimentos de impacto”.

Desde a aprovação, a Secretaria afirma que os “responsáveis pela construção não deram entrada na licença de construção”. Situação semelhante em relação aos armazéns 16 e 17, onde serão construídos o centro de convenções e empresarial. “O projeto seguiu para análise dos diversos órgãos e instituições envolvidos e foram feitas exigências aos empreendedores – etapa esta que ainda não foi concluída pelos mesmos”, explicita o texto. 

O discurso é o mesmo da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade. Segundo a pasta, as licenças prévias para a construção nos armazéns citadas já foram emitidas para os responsáveis pelo Porto Novo Recife. Porém, a Secretaria “aguarda a apresentação de novos documentos por parte do empreendedor para concluir o processo de licenciamento ambiental”. 

Dois bares foram fechados e outros sete autuados em uma operação da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Recife, na sexta-feira (15), na zona sul da cidade. A fiscalização visava combater o uso irregular de som alto em bares e restaurantes já com histórico de denúncias nos bairros do Ibura e Cohab.

Durante a vistoria, a secretaria registrou oito estabelecimentos que não possuíam licença ambiental para funcionar e um deles estava provocando poluição sonora. O som alto foi verificado no Bar Titanic, localizado na avenida Pernambuco, na Cohab. 

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Segundo a secretaria, por volta da meia-noite, uma banda de pagode se apresentava no Bar Titanic. O decibelímetro, equipamento usado para aferir a intensidade do som, apontou 75 decibéis, 15 pontos acima do permitido para o horário. “O bar Titanic não possuía qualquer tipo de tratamento acústico para abrigar apresentações ao vivo nem som eletrônico. Ele também não tinha as licenças necessárias para funcionar. Agora, o dono responderá a um processo administrativo na Prefeitura e poderá ser multado em até R$ 5 mil pelas irregularidades. Já para reabrir as portas, precisará se regularizar junto à Secretaria e fazer vários ajustes na sua estrutura”, detalhou a chefe de fiscalização Janaína Macedo.

Além do Titanic, foi interditado o Kerobetas Refeições, na avenida Doze de Junho, também na Cohab. O estabelecimento funcionava sem licença ambiental e já havia sido autuado por poluição sonora em outra oportunidade. Os sete estabelecimentos que foram autuados por falta de licença terão 15 dias para recorrer da medida e responderão a processos administrativos junto à Secretaria de Meio Ambiente, podendo receber multas que variam de R$ 50 a R$ 5 mil.

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A equipe de fiscalização florestal da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) apresentou, nesta sexta-feira (24), uma operação realizada no Engenho Veneza, no município de Xexéu, Mata Sul de Pernambuco, para atender a uma denúncia de furto de madeiras em mata da localidade. A fiscalização, ocorrida na última terça-feira (21), resultou também no resgate de pássaros silvestres criados em cativeiro.

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No local indicado pelas investigações, a CPRH encontrou 12 sacos de carvão prontos para o transporte e toras de madeiras espalhadas, significando um desmatamento de aproximadamente 10 mil metros quadrados de Mata Atlântica. Não foi encontrado responsável no local apesar da abordagem surpresa.

A operação no engenho resgatou ainda 44 pássaros silvestres, entre canário da terra, papa capim, chorão, xexéu da mata, sabiá laranjeira, guritiã e sanhaçú. Do total, 16 foram devolvidos à natureza por estarem em condições de soltura. Os demais foram entregues à Unidade de Gestão de Fauna da CPRH.

Ainda na operação, a CPRH visitou uma serraria  que, segundo denúncias, recebia e beneficiava a madeira ilegal da mata do Engenho Veneza. No estabelecimento, foram encontradas 15 unidades de madeira em formato de linha e quatro toras das espécies Camaçari, Cupiúba e Amarelo. Ainda foram identificados quatro metros cúbicos de madeira serrada e a ausência de licença ambiental para o funcionamento.  

O proprietário da serraria não estava no local, mas foi identificado e intimado a comparecer à CPRH. O infrator pode ser punido com o pagamento de R$ 300 de multa por metro cúbico de madeira serrada e por unidade de tora apreendida, além da multa por falta de licença ambiental. O estabelecimento foi lacrado e a madeira e o maquinário apreendidos.

A Vale anunciou nesta segunda-feira que recebeu a licença ambiental de instalação e a autorização de supressão da vegetação para o ramal ferroviário que ligará a Serra Sul de Carajás à Estrada de Ferro Carajás (EFC), no Pará. A licença foi emitida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

"As licenças permitem o início da construção do ramal ferroviário de 101 km, que ligará o pátio de estocagem do projeto S11D à EFC, sendo 85 km da linha principal e 16 km da pera ferroviária", afirma a Vale em fato relevante. O ramal ferroviário é parte integrante do projeto CLN S11D, que permitirá a expansão da capacidade logística de Carajás para 230 milhões de toneladas métricas por ano de minério de ferro.

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"S11D é o maior projeto da história da Vale e também o maior da indústria de minério de ferro, constituindo-se na nossa principal alavanca de crescimento da capacidade de produção e da manutenção da liderança da Vale no mercado global em termos de volume, custo e qualidade", informa a empresa.

A Polícia Federal estima que deverá indiciar até 50 pessoas no inquérito que investiga fraudes em processos de licenciamento ambiental no Rio Grande do Sul. Na segunda-feira, 18 suspeitos foram presos temporariamente, entre eles os secretários do Meio Ambiente do Estado e de Porto Alegre.

O esquema investigado pela PF e pelo Ministério Público Federal identificou a liberação de licenciamentos ambientais com prioridade, que passavam à frente na fila, ou com admissão de irregularidades, por funcionários de órgãos públicos federais, estaduais e municipais. As fraudes ocorriam mediante pagamento de propinas - que chegavam a R$ 70 mil - em dinheiro repassado por despachantes ou empresários com trânsito direto nas repartições.

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Foram presos o secretário estadual do Meio Ambiente, Carlos Fernando Niedersberg (PC do B), o secretário municipal do Meio Ambiente, Luiz Fernando Zachia (PMDB), e o consultor Berfran Rosado (PPS), que foi secretário estadual do Meio Ambiente no governo de Yeda Crusius (PSDB). Todos estão nas celas destinadas a policiais, agentes da Justiça e formados em algum curso superior do Presídio Central de Porto Alegre.

Os secretários foram afastados dos cargos pelo governador Tarso Genro (PT) e pelo prefeito José Fortunati (PDT).

A PF começou a tomar os depoimentos ainda na segunda-feira, logo após as prisões. Os mandados de prisão temporária expedidos pela Justiça Federal vencem na sexta-feira. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Uma operação da Polícia Federal detectou um esquema de fraudes em licenciamentos ambientais e cumpriu 18 mandados de prisão temporária e 29 de busca e apreensão em Porto Alegre, Canoas, Taquara, Pelotas, Caxias do Sul, Caçapava do Sul, Santa Cruz do Sul, São Luiz Gonzaga, no Rio Grande do Sul, e Florianópolis, em Santa Catarina, nesta segunda-feira.

Um balanço das apreensões divulgado no final da tarde pela Polícia Federal revelou que foram recolhidos R$ 468 mil em dinheiro, US$ 44 mil e 5,2 mil euros, além de 22 computadores, seis armas, diversos cheques e documentos. A Polícia Federal prevê que o número de indiciados ao final do inquérito, a ser concluído em 30 dias, venha a se aproximar dos 50. Conforme o que tiverem praticado, eles responderão por corrupção ativa e passiva, falsidade ideológica, crimes ambientais e lavagem de dinheiro.

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Empresários interessados em obter ou apressar licenciamento ambiental para projetos de extração mineral, especialmente de areia de rios do interior do Rio Grande do Sul, e empreendimentos imobiliários na capital e litoral do Estado, teriam usado despachantes ou contatos pessoais diretos para obter as autorizações de funcionários de órgãos públicos que fariam vistas grossas diante de irregularidades mediante recebimento de propinas em forma de presentes ou dinheiro.

A Polícia Federal não divulgou nomes e nem individualizou as condutas, mas soube-se, pela prefeitura, governo do Estado e pessoas próximas, que entre os presos temporariamente estão os secretários estadual do Meio Ambiente do Rio Grande do Sul, Carlos Niedersberg (PC do B), um de seus antecessores, Berfran Rosado (PPS), que foi secretário de Yeda Crusius (PSDB), e o secretário municipal do Meio Ambiente, Luiz Fernando Zachia (PMDB). Os demais são um geólogo do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), dois técnicos da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), seis despachantes e seis empresários.

PT e PMDB

As prisões atingem os dois principais núcleos políticos gaúchos, formados em torno do PT e do PMDB, rivais históricos no Estado. O PC do B é aliado do PT, do governador Tarso Genro, e está na administração do Estado. O PPS e o PMDB costumam andar juntos na condição de adversários do PT no Rio Grande do Sul. Zachia foi chefe da Casa Civil no governo de Yeda Crusius (PSDB), em 2007, e presidente da Assembleia Legislativa em 2006.

O governador Tarso Genro, que está em Israel, e o prefeito José Fortunati (PDT) foram avisados pelo Ministério da Justiça da Operação da Polícia Federal e afastaram seus secretários quase ao mesmo tempo em que eles foram presos. Ambos afirmaram que a medida é preventiva e não significa um juízo de valor sobre a conduta dos envolvidos.

Durante a tarde, o chefe da Casa Civil do governo gaúcho, Carlos Pestana, anunciou a nomeação temporária da subchefe de sua pasta, Mari Perusso (PPL) para a Secretaria do Meio Ambiente. O PC do B continuará com a pasta, mas só escolherá o sucessor de Niedersberg quando o presidente estadual da sigla, Raul Carrion, voltar de Israel, onde acompanha a comitiva de Tarso. Fortunati escolheu o procurador-geral-adjunto de Licitações, Contratos, Pessoal e Serviços Públicos, Marcelo Kruel Milano do Canto, um servidor da área técnica, para ocupar interinamente a Secretaria Municipal do Meio Ambiente.

Surpresa

Assim como os governantes, os partidos e advogados dos políticos envolvidos disseram desconhecer o motivo das prisões e demonstraram surpresa diante delas. O PC do B emitiu nota defendendo "profunda investigação" do caso e prometendo se manifestar depois de tomar conhecimento do conteúdo da acusação. O presidente do diretório municipal do PMDB, vereador Valter Nagelstein, afirmou que a hora é de cautela porque a prisão temporária é usada para assegurar a coleta de provas e não corresponde a um juízo condenatório. O presidente estadual do PPS, deputado estadual Paulo Odone, não tratou do assunto alegando que a Polícia Federal não mostrou provas e não individualizou as condutas. Lembrou, ainda, que Rosado não vem participando de atividades partidárias desde o ano passado.

O advogado Eduardo Campos, defensor de Niedersberg, disse que seu cliente "está surpreso e desconhece os elementos que fundamentaram a decisão", referindo-se à emissão dos mandados pela Justiça Federal. Revelou, ainda, que tem a expectativa de ver seu cliente ser liberado logo depois de prestar depoimento. Já Rafael Coelho Leal, advogado de Zachia, afirma que não há como comentar o caso antes de ter acesso ao inquérito. O escritório que defende Rosado não retornou as ligações da reportagem.

A Polícia Federal do Rio Grande do Sul prendeu 18 pessoas acusadas de fraudar licenças ambientais e autorizações mineiras no Estado. A operação desta segunda-feira, dia 29, cumpriu 29 mandados de busca e apreensão e de prisão temporária. A PF confirmou que entre os presos estão alguns dirigentes dos órgãos públicos responsáveis pelo controle ambiental, mas até o momento nenhum nome foi divulgado.

Iniciadas em junho do ano passado, as investigações identificaram o grupo criminoso formado por servidores públicos, consultores ambientais e empresários. Os suspeitos são acusados de envolvimento em crimes ambientais, crimes contra a administração pública e lavagem de dinheiro. As prisões aconteceram em oito cidades do RS (Porto Alegre, Taquara, Canoas, Pelotas, Caxias do Sul, Caçapava do Sul, Santa Cruz do Sul e São Luiz Gonzaga) e também em Florianópolis, em Santa Catarina. Cerca de 150 policiais participaram da operação.

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Recém-empossado como líder do governo na Câmara de Vereadores do Recife, vereador Aerto Luna (PRP), já começa sob pressão ao responder a críticas sobre a taxa de licenciamento ambiental. Na tarde desta terça-feira (17), Aerto Luna explicou que a taxa é regulamentada pelo decreto 24.540 de 2009 e é exigência da lei municipal 17.171 de 2005.

Segundo o líder do governo não há nele nenhum artifício para aumentar a arrecadação como havia sido dito semana passada pelo vereador Inácio Neto (PSB) na tribuna da Casa. “Nesta gestão foi criada a secretaria do Meio Ambiente, ficando ela responsável por autorizar e cobrar a taxa de licenciamento ambiental e não mais a CPRH como era feito antes”.

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Aerto Luna lembrou que a licença ambiental obedece a critérios, tais como licença prévia, licença para instalação e licença para operação, sendo as duas primeiras obrigatórias na implantação de um empreendimento e a de operação autoriza o funcionamento das atividades. “As taxas praticadas estão dentro da legislação em vigor”.

O vereador Inácio Neto, que havia denunciado a cobrança exorbitante da taxa, afirmou que a mesma teria passado a ser aplicada sobre o metro quadrado do empreendimento, onerando as empresas. Ele disse ainda que estava feliz por receber uma resposta do governo dez dias após ele ter se pronunciado e reclamado da cobrança exorbitante. “Era a CPRH quem cobrava a taxa de todos os 11 municípios da Região Metropolitana. Agora o Recife tem taxa diferenciada porque é cobrada sobre o metro quadrado do empreendimento. Uma loja de carros com 3 mil metros quadrados vai pagar R$ 7 mil de IPTU e o dobro de licença ambiental, a cada dois meses”.

Inácio Neto disse que vai requerer uma audiência pública e convidar os empresários para darem seus depoimentos. O pior, diz ele, é que os comerciantes estão migrando para outros municípios vizinhos onde pagarão menos de licença. Carlos Gueiros (PTB) frisou que o colega exercia sua obrigação em defender o contribuinte. No entanto, lembrou que a fala dele remetia à uma lembrança recente do comportamento da Casa, que aprova as leis, que por sua vez são vetadas pelo Prefeito, e cujo veto é acatado pelos mesmos parlamentares que aprovam aquela lei.

Carlos Gueiros lembrou ainda que ano passado ele ponderou junto aos colegas que a taxa de licença ambiental teria de ser objeto de uma lei e não de um decreto. “Pedi na época para que o decreto fosse examinado, porque só uma lei pode alterar valores de taxas, onerando o contribuinte”.  Já Vicente André Gomes (PSB) explicou que o projeto de lei colocava o valor da taxa sem distorção. Para ele, o prefeito está cumprindo a lei aprovada nesta Casa, ou seja, o executivo acatou a lei e mudou a forma de cobrar por decreto.



























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