Após quatro embates acirradíssimos, Corinthians e UNINASSAU decidem, nesta terça-feira (2), às 21h30, o título da Liga de Basquete Feminino (LBF). O jogo será realizado na cidade de Americana-SP, a cerca de 140 km da capital paulista. O lugar carrega a força da tradição no esporte e já foi palco de outras decisões protagonizadas pelo time local. Com pouco mais de 200 mil habitantes, o município viu algumas de suas revelações no basquete migrarem para outros Estados e passarem a defender outras cores dentro de quadra.
A armadora Débora e a ala/armadora Tássia são grandes exemplos desse êxodo esportivo. Elas nasceram no município do interior paulista e nele se apaixonaram pelo basquete. Hoje, ambas retornam à terra natal para jogar a decisão da LBF temporada 2016/2017 pela equipe pernambucana. “Joguei por 15 anos em Americana, onde comecei nas escolinhas da categoria de base e fui campeã muitas vezes no ginásio do Centro Cívico”, comenta a armadora. Deborinha, como foi apelidada carinhosamente pela torcida, já está em sua segunda temporada na UNINASSAU. ‘Americana’, ela não esconde a felicidade de disputar a final próximo da casa dos pais, irmã e irmão. Somado a isso, ela conta ainda com tios, tias, primos, avós e amigos, que também moram na cidade e serão presença certa nas arquibancadas. “Estou confiante e muito feliz também por ter de perto o apoio e torcida de meus familiares e amigos que estarão no ginásio amanhã apoiando a nossa equipe”, comemora.
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Sentimento parecido com o Deborinha, viverá Tássia - um dos mais novos xodós da equipe comandada pelo técnico Roberto Dornelas. A ala/armadora faz sua primeira temporada pela UNINASSAU e já é mais uma das peças-chaves do setor de criação do time, entrando muito bem nas partidas que disputou na Liga. “Eu amo Americana, uma cidade ótima e muito receptiva. Sinto-me em casa, em um ambiente familiar. Mas, sinceramente, na hora do jogo, a gente nem pensa nisso”, revela a jogadora.
No entanto, para Tássia, terá uma situação ainda mais adversa durante o duelo, já que do outro lado da quadra, trabalhando pelo time adversário, está a sua própria mãe. A Dona Bete, como conhecida em Americana, é funcionária do time do Corinthians e já declarou ao LeiaJá que “herança genética é herança genética, mas basquete à parte”, apesar do amor de mãe não ter deixado com que ela perdesse nenhum dos jogos sequer da UNINASSAU transmitidos com exclusividade pelo LeiaJá, na fase classificatória da Liga. A situação, ainda mais peculiar do que a da companheira de time, no entanto, não é uma surpresa para Tássia - que compartilha do pensamento de Dona Bete. “Já me adaptei com a minha mãe de outro lado, procuro não pensar muito nisso e pensar que ela é, no momento, minha adversária”, explica a atleta.
Decerto, tanto Tássia quanto Débora, atualmente, só pensam em uma coisa: o título da LBF na própria casa. No entanto, caso conquistem essa façanha em Americana, elas já sabem para onde querem levar a taça logo depois. “Estamos muito focadas para o jogo desta terça-feira e tenho certeza que cada uma dará o seu melhor para sagrarmos campeãs e levarmos esse título para o povo pernambucano”, pontua Débora.