Não é surpresa para ninguém que o público recifense, fãs do irreverente cantor carioca Lobão, estava ávido por uma apresentação sua. Desde que seu show “Lobão Elétrico” foi cancelado em abril deste ano por causa das chuvas, o cantor estava, digamos, “devendo” este momento de alegria aos seus fãs. E que pese o adjetivo.
A escolha para substituir a inglesa The Fall não poderia ter sido mais acertada pela produção do evento. Composto prioritariamente por pessoas “mais velhas” (leia-se pessoas cuja juventude foi durante os anos 1980), o público vibrava com hits “Essa noite não”, “Me chama”, “A vida é doce” e até com a homenagem ao amigo e parceiro Cazuza, ao cantar e tocar a enérgica “Vida louca, vida” entoado pelo público que ficou até o fim. Aliás, e que “fim” – Lobão voltou ao palco após da insinuação do término do show e tocou, em média, mais umas cinco músicas de seu repertório. Até “Help”, dos Beatles, saiu.
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Enfim, foi um “senhor” show de fechamento para a primeira noite do festival. Outro destaque das apresentações dentro do teatro foi a britânica The Guillemots que, simpatias à parte, foi a banda mais contagiante da noite no quesito interação com o público. Além de atender a maioria dos fãs no camarim, em um dado momento do show, o palco foi invadido pelos fãs, com permissão dos artistas, em um momento marcante para o festival. “Acho que o que mais deixou o show instigante foi que eles estavam demonstrando realmente o carinho pelo público durante a apresentação. Valeu muito à pena ter vindo”, disse a estudante Laura Damasceno, de 19 anos, que veio especialmente de Maceió com mais duas amigas para conferir as atrações do Coquetel Molotov.
As estudantes ficaram encantadas com a simpatia do vocalista Fyfe Dangerfield, que receberam muito bem os fãs no camarim antes da apresentação. “Viemos de Maceió pela primeira vez ao festival e conseguimos entrar no camarim. Ele foi superfofo, tirou foto com a gente e tudo”, disse Marília de Carvalho de 18 anos, primeira vez no festival.
Confira a galeria de imagens da primeira noite do festival
A apresentação da The Health foi uma das atrações mais “surpresa de uva” da noite. Uma pancadaria melódica, noize-rock com sintetizadores, e um vocal à la banda Placebo parecia que apresentava ao festival um ritual meio ensaio, principalmente pelas experimentações do integrante cabeludo meio loucão.
Morno – A apresentação de Maquinado, projeto solo do guitarrista Lucio Maia, foi um tanto morna, em parte pela pegada do som (que em muito se assemelha à irmã Nação Zumbi e seus riffs guitarrísticos) e em parte por ter sido a banda de abertura da parte “paga” do Coquetel.
Na Sala Cine, o destaque foi para os rappers Rodrigo Brandão, de São Paulo, que tocou com o baterista mais esperado da sala, o M.Takara. O americano Beans, da banda Antipop Consortium, deu um show do ritmo hipo hop e mostrou ter bastante swing, mas para um público bastante tímido e formado, prioritariamente (e como não poderia deixar de ser no Coquetel Molotov), por indies e rockeiros.