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O lançamento nesta terça-feira (24) para a Lua da sonda Chang'e 5, encarregada de coletar amostras de rochas lunares, é mais um passo na conquista espacial da China, iniciada há 60 anos por Mao e agora visando Marte.

A China investe bilhões de dólares em seu programa espacial, tentando alcançar a Europa, os Estados Unidos e a Rússia.

Entre seus projetos mais ambiciosos está colocar um veículo robótico controlado remotamente em Marte no próximo ano, construir uma grande estação espacial até 2022 e enviar chineses à Lua em 2030.

Estas são as principais etapas da conquista espacial chinesa:

- Chamado de Mao -

Em 1957, a União Soviética colocou em órbita terrestre o primeiro satélite feito pelo homem, o Sputnik. O fundador da República Popular da China, Mao Tsé-Tung, lançou então um apelo aos seus cidadãos: "Nós também fabricaremos satélites!"

A primeira etapa se concretizou em 1970. A China lançou seu primeiro satélite com a ajuda do foguete "Longa Marcha", nome que lembra a jornada do Exército Vermelho que permitiu a Mao se estabelecer como líder do Partido Comunista Chinês.

Mas demorou até 2003 para que o gigante asiático enviasse o primeiro chinês ao espaço, o astronauta Yang Liwei, que deu a volta à Terra 14 vezes em 21 horas.

Com este voo, a China se tornou o terceiro país, depois da União Soviética e dos Estados Unidos, a enviar um ser humano ao espaço por seus próprios meios. Desde então, realiza regularmente missões espaciais tripuladas.

- Módulos e coelho -

A China já havia deliberadamente descartado a participação na Estação Espacial Internacional (ISS), que associa americanos, russos, europeus, japoneses e canadenses.

Sua intenção é construir a sua própria estação.

Para isso, o país lançou primeiro um pequeno módulo espacial, o Tiangong-1 ("Palácio Celestial 1"), colocado em órbita em setembro de 2011. Foi usado para treinamento de astronautas e experimentos médicos.

Em 2013, a segunda astronauta chinesa no espaço, Wang Yaping, deu um curso de física transmitido ao vivo para centenas de milhões de estudantes e espectadores na Terra.

O Tiangong-1 encerrou suas operações em março de 2016. O laboratório era considerado uma fase preliminar na construção de uma estação espacial.

Outro marco importante aconteceu em 2013: a aterrissagem do pequeno robô telecomandado "Coelho de Jade", responsável por tirar fotos, por exemplo.

Ele teve problemas técnicos no início, mas foi reativado e explorou a superfície lunar por 31 meses, muito mais do que sua expectativa de vida.

Em 2016, a China lançou seu segundo módulo espacial Tiangong-2. Os astronautas realizaram, entre outras manobras, acoplamentos técnicos.

- O "sonho do espaço" -

Sob o lema "sonho de espaço" do presidente chinês Xi Jinping, o país agora almeja objetivos ainda maiores.

A montagem de sua estação espacial começaria este ano e deveria ser concluída em 2022. A China se tornaria o terceiro país a construir uma por conta própria (depois dos Estados Unidos e da URSS).

O gigante asiático também planeja construir uma base na Lua. O chefe da agência espacial chinesa (CNSA) declarou que a intenção é enviar uma missão tripulada ao único satélite natural da Terra até 2029.

O programa espacial chinês teve um fracasso no verão de 2017 com o lançamento frustrado do Longa Marcha 5, crucial porque permite propulsar as cargas pesadas necessárias para algumas missões.

Este revés levou ao adiamento por três anos da missão Chang'e 5, que foi finalmente lançada nesta terça-feira.

A China conseguiu um feito em janeiro de 2019: a aterrissagem de um robô controlado remotamente (o "Coelho de Jade 2") no lado oculto da Lua.

O país lançou em junho de 2020 o último satélite que completa seu sistema de navegação Beidou (concorrente do GPS americano). No mês seguinte, enviou uma sonda a Marte. Em maio do próximo ano, devo pousar um veículo em solo marciano.

Astronautas e cientistas também falaram sobre o possível envio de chineses ao planeta vermelho em um futuro mais distante.

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