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Em seu discurso no segundo dia de reunião do Brics, nesta quarta-feira (23), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu que o empoderamento feminino é uma característica fundamental para o “pleno desenvolvimento” econômico e social dos países. O líder brasileiro exaltou a atuação conciliadora das mulheres em espaços de decisão e condenou o sexismo em sociedade por, em suas palavras, “silenciar metade da população”. 

"Em muitos lugares, enquanto os homens fazem a guerra, são as mulheres que lutam pela conciliação. A valorização e o fortalecimento do papel das mulheres na resolução dos conflitos será cada vez mais central para o mundo em paz. Mais do que isso, o empoderamento das mulheres é pré-condição para o pleno desenvolvimento econômico e social", afirmou. 

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Ao discursar, reconheceu a presença de algumas das mulheres na reunião, como a presidente do Novo Banco de Desenvolvimento, Dilma Rousseff, e a representante da Aliança Empresarial de Mulheres do Brics, Lebogang Zulu. O petista também parafraseou no discurso o ex-presidente de Burkina Faso Thomas Sankara. "Não podemos almejar uma sociedade onde a metade da população é silenciada pelo machismo e pela discriminação na participação política e no mundo do trabalho". 

Esta edição da reunião da cúpula do Brics acontece em Joanesburgo, na África do Sul. O grupo econômico é composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Os líderes estão reunidos para debater diversas pautas, dentre elas, a adição de novos países ao Brics, questões ambientais e o confronto entre Rússia e Ucrânia. 

Esforço pelo “cessar-fogo” 

Desde que assumiu o Planalto, Lula é vocal sobre o conflito no Leste europeu. Nesta terça-feira (23), o mandatário voltou a defender uma solução de paz para Rússia e Ucrânia, apesar de reconhecer que “alcançar a paz” não é uma tarefa simples. O presidente ressaltou a importância da atuação dos demais países na busca dessa articulação e indicou potenciais caminhos para uma nova abordagem nas relações multilaterais.  

“Não podemos nos furtar a tratar o principal conflito da atualidade, que ocorre na Ucrânia e tem efeitos globais. O Brasil tem uma posição histórica de defesa da soberania, da integridade territorial e de todos os propósitos e princípios das Nações Unidas. Achamos positivo que um número crescente de países, entre eles os países do BRICS, também esteja engajado em contatos diretos com Moscou e Kiev”, afirmou. 

Líder brasileiro também citou que o conflito atinge outros países, em especial os sob desenvolvimento: “Não subestimamos as dificuldades para alcançar a paz. Tampouco podemos ficar indiferentes às mortes e à destruição que aumentam a cada dia. Estamos prontos a nos juntar a um esforço que possa efetivamente contribuir para um pronto cessar-fogo e uma paz justa e duradoura. Todos sofrem as consequências da guerra. As populações mais vulneráveis nos países em desenvolvimento são atingidas desproporcionalmente”. 

 

A cidade de Chihuahua, localizada no Estado do norte do México com o mesmo nome, prevê iniciar esta semana medidas contra a apresentação de canções que com letras machistas ou que "degradem as mulheres" em shows ou eventos que precisam de licença municipal. A cidade pretende aplicar multas que variam de 674 mil pesos a 1,2 milhão de pesos (R$ 190 mil a R$ 340 mil) para aqueles que descumprirem a proibição.

O prefeito Marco Bonilla disse em um vídeo publicado na semana passada que a lei proibia a execução de músicas que "promovem a violência contra as mulheres" ou encorajam sua discriminação, marginalização ou exclusão. Bonilla disse que a violência contra a mulher em Chihuahua chegou em níveis que podem ser considerados "uma pandemia" e explicou que sete em cada dez ligações que recebem na central de emergência estão relacionadas à violência familiar.

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"Embora seja verdade que por um princípio de liberdade de expressão não podemos proibir que grupos que executam esse tipo de música apareçam na cidade onde as mulheres não são mais vistas como seres humanos cheios de virtudes e em troca são sexualizadas, denigre-as e os faz parecer um objeto, o que podemos fazer é que as multas impostas a eles vão para abrigos para mulheres violentas ou programas de prevenção da violência", disse o prefeito.

A Câmara Municipal aprovou a proibição por unanimidade em 26 de julho em meio a um aumento nos assassinatos de mulheres em todo o México nos últimos anos. O dinheiro arrecadado com as multas será canalizado para um instituto de mulheres em Chihuahua e um abrigo para mulheres, disse Blanca Patricia Ulate Bernal, vereadora da cidade de Chihuahua que propôs a proibição.

A proibição das letras foi aprovada cerca de um mês depois que o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, criticou canções conhecidas como corridos tumbados, ou baladas armadilhadas, cujas letras glorificam os traficantes de drogas e a violência. "Nunca vamos censurar ninguém", disse López Obrador em uma coletiva de imprensa em junho. "Eles podem cantar o que quiserem, mas não vamos ficar calados."

A medida não é a primeira em que a cidade de Chihuahua assumiu uma posição forte contra a execução de certas canções. Citando altos níveis de violência relacionada às drogas, Chihuahua baniu a banda Los Tigres del Norte em 2012, após um show durante o qual o grupo apresentou três canções que celebravam as façanhas dos traficantes de drogas. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

A CazéTV, canal do streamer Casimiro Miguel, desativou o chat da própria transmissão da partida da Copa do Mundo feminina entre Nova Zelândia e Noruega após uma chuva de falas machistas tomarem conta dos comentários durante a abertura da competição, na madrugada desta quinta-feira.

Ao longo do primeiro tempo da partida, era possível ler falas de espectadores que zombavam das atletas, questionavam a qualidade da atuação das seleções em campo e acusavam o influenciador de ter se rendido a "lacração". Na volta do segundo tempo, os comentários no chat do YouTube foram desativados.

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A transmissão da disputa, no entanto, continuou e chegou a alcançar 35 mil espectadores simultâneos durante a madrugada desta quinta. Ao lado do narrador Luís Felipe Freitas e das comentaristas Ju Cabral e Belle Suarez, Casimiro acompanhou a surpreendente vitória da Nova Zelândia. O Brasil estreia na competição na segunda-feira, diante do Panamá, às 8h de Brasília. A seleção brasileira tenta se colocar entre as principais do torneio.

Favorita no confronto de abertura, a Noruega, que já foi campeã do mundo, foi dominada a maior parte do tempo e viu a equipe de casa vencer por 1 a 0 e conquistar seu primeiro triunfo na história da Copa do Mundo. A CazéTV transmitirá todas as 64 partidas do Mundial Feminino. O formato é o mesmo da Copa do Catar, em 2022, com 32 seleções.

O ocorrido no chat do Casimiro, no entanto, está longe de ser a primeira vez em que o machismo contra a modalidade feminina toma conta das redes sociais brasileiras. Na última semana, o influenciador Fred Bruno, do canal Desimpedidos, gravou um vídeo onde questionava o motivo pelo qual seus seguidores tinham tanta raiva do futebol feminino.

"Fiz um post incentivando as pessoas a consumirem mais futebol feminino, ainda mais agora que a gente está chegando perto da Copa do Mundo. Imaginei que teriam alguns comentários sujos, ruins, atacando a modalidade, mas fiquei surpreso pelo número de comentários", afirmou Fred, em sua postagem nas redes.

"O tanto de gente que tirou o dia para ser escrota... vocês têm todo o direito de não gostar, mas tirar o tempo de vocês para atacar a modalidade, as meninas que jogam, as que consomem e influenciadoras que divulgam, aí realmente acho que vocês estão errados", disse.

As mulheres iranianas poderão assistir aos jogos de futebol masculino, após uma proibição de 40 anos, anunciou o presidente da Federação Iraniana de Futebol neste domingo.

"Uma das principais características desta temporada é que as mulheres poderão entrar nos estádios", declarou Mehdi Taj durante uma cerimônia de sorteio de jogos transmitida ao vivo. O campeonato masculino, do qual 16 equipes participam, deve começar em agosto.

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A república islâmica proíbe o acesso de mulheres aos jogos de futebol masculino há mais de 40 anos, com algumas exceções. Os religiosos, que têm um papel-chave nas decisões tomadas no Irã, consideram que as mulheres devem evitar estar em um ambiente masculino e ver homens usando roupas esportivas, como shorts.

Taj especificou que alguns estádios nas cidades de Isfahan, Kerman (centro) e Ahvaz (oeste) estão "prontos" para receber mulheres durante os jogos. Nenhum estádio em Teerã, capital do país, foi mencionado.

Em agosto de 2022, as mulheres foram autorizadas, excepcionalmente, a assistir a um jogo do campeonato de futebol em Teerã. E em outubro de 2019, cerca de 4.000 mulheres iranianas puderam assistir ao jogo de classificação do Irã para a Copa do Mundo de 2022, contra o Camboja, no Estádio Azadi, em Teerã, pela primeira vez desde a revolução de 1979.

O Irã enfrenta uma pressão crescente para permitir a entrada de mulheres nos jogos, após a morte, em 2019, da torcedora Sahar Khodayari, que se imolou por medo de ser presa depois de tentar assistir a um jogo disfarçada de homem.

Um aluno do Centro de Ensino Médio (CEM) 9, em Ceilândia, no Distrito Federal (DF), cometeu um ato racista contra sua professora de português, na última quarta-feira (8). No Dia da Mulher, ele entregou para a docente, uma mulher negra, um pacote de esponja de aço na sala de aula, na frente dos demais colegas.

A cena foi filmada por outro aluno e publicada nas redes sociais. No vídeo é possível ouvir a professora comentando, após abrir o 'presente': “tudo o que vem, volta”. Ela ainda agradece ao aluno pelo presente e ele responde "Por nada, professora. Feliz Dia da Mulher.".

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A escola informou, em entrevista à TV Globo, que solicitou ao aluno que escrevesse um texto pedindo desculpas à professora, e que os pais foram notificados sobre o caso. A diretoria da escola informou também que já conversou com a professora.

Em nota, a Secretaria de Educação do DF (SEDF) lamentou o caso, e disse que “repudia qualquer tipo de preconceito e reforça compromisso e empenho na busca por elementos que permitam o esclarecimento dos fatos, bem como o suporte aos envolvidos”.

Procurada pelo LeiaJá, a SEDF atualizou sobre os passos que serão tomados, já que a escola só ficou sabendo do ocorrido na última segunda-feira (13). "A direção da escola indicou ainda que fará ações nas salas de aula, como rodas de conversa para instruir estudantes sobre o assunto", diz a nota.

O presidente do Sindicato dos Professores (Sinpro-DF), Samuel Fernando, também se manifestou por meio de nota. “É lamentável episódio como esse contra professora em exercício da profissão dentro da sala de aula. Precisa ser apurado com o rigor da lei. É apenas mais um exemplo de como os professores são tratados em sala de aula, os professores precisam ser valorizados, os professores merecem respeito”, disse ele.

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O Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, chama atenção para diversos desafios que o público feminino enfrenta diariamente. Um deles é o machismo no âmbito futebolístico. De acordo com levantamento realizado pela Kantar Ibope em 2022, focado em mídias digitais, mulheres representam 44% da base de fãs de futebol no país. Apesar dos dados mostrarem que o público feminino representa uma grande parte nos estádios de futebol, o machismo ainda está muito presente nesses locais.

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Segundo a advogada Vanessa Egla Rocha do Nascimento, integrante do Movimento Feminino de Arquibancada, o ambiente dos estádios paraenses ainda é voltado a masculinidades, não atendendo às necessidades específicas das mulheres. “Na hora de reformar, de construir, de aplicar melhorias nas arenas esportivas, as mulheres não são ouvidas. Nada melhor do que as mulheres falarem por nós mesmas para que as melhorias sejam implementadas", disse Vanessa, mestra em Segurança Pública pelo Programa de Pós-Graduação em Segurança Pública da Universidade Federal do Pará (UFPA) e hoje atuando como agente distrital de Mosqueiro.

Diante das frequentes ocorrências que exemplificam a conclusão da pesquisa de Vanessa, medidas têm sido tomadas pelo poder público. É o caso da Lei 9.622, sancionada no Pará em junho de 2022, que prevê a criação de campanha permanente contra a importunação sexual nos estádios paraenses a partir de orientações. Vanessa também destaca a existência de uma viatura exclusiva para o atendimento às mulheres nos dias de jogos.

A estudante Vanessa Gonçalves, de 21 anos, conta que já sofreu assédio sexual por um torcedor dentro do Estádio Mangueirão quando tinha apenas 16 anos. No momento em que foi acionar a policia, a estudante ouviu do policial a seguinte frase: "Você, sendo bonita desse jeito, é supernormal de acontecer, você nem deveria estar fazendo isso", descreveu.

Vanessa Gonçalves é torcedora apaixonada do Clube do Remo e frequenta os estádios de futebol desde a adolescência. Segundo ela, os estádios de futebol só são seguros para as mulheres se elas estiverem acompanhadas de um homem. “Afinal, homem só respeita homem”, afirmou.

O que falta para avançar

Apesar de reconhecer os avanços nas políticas públicas nessa área, Vanessa Egla afirmou que ainda é preciso avançar mais no combate, não só à violência sexual, como também às outras manifestações de machismo nos estádios. “Em várias rodas de conversa que nós tivemos com as mulheres, constatamos que há a necessidade de uma tropa feminina da Polícia Militar do Estado pra lidar com as mulheres torcedoras e para lidar com casos de importunação sexual. O segundo ponto que as mulheres solicitam é câmera nos estádios de futebol. Além disso, a instalação de fraldários, que sejam tanto no banheiro feminino quanto no banheiro masculino”, disse, enfocando medidas que são necessárias para garantir a segurança, a permanência e o conforto de mulheres nesses ambientes.

No entanto, essas mudanças não se encontram somente nas mãos do poder público. Segundo Vanessa Egla, uma transformação no modo como o público feminino é tratado nos ambientes futebolísticos passa por modificações na visão da mulher no esporte, que ainda é uma área muito associada ao masculino. “As mulheres geralmente são vistas como musas, musa do futebol. A gente vê aí ainda uma sexualização, uma objetificação das mulheres no ambiente masculino que ainda é hoje o estádio de futebol”, disse.

Beatriz Cobel, estudante de Jornalismo e assessora de imprensa do Tapajós Futebol Clube, relata que já sofreu ofensas em estádios de futebol por ocupar um lugar que, segundo os xingamentos, não deveria ser representado por uma mulher. "Fiquei pensativa se realmente ali me pertencia de fato", disse.

Apesar das inúmeras situações em que mulheres são ignoradas e agredidas dentro do âmbito esportivo, como torcedoras, jornalistas, árbitras ou diretoras de clubes de futebol, elas resistem na luta e no combate contra o machismo e a misoginia fortemente presentes no futebol brasileiro. Em sua rede social, Beatriz escreveu: “Ali é meu lugar; onde eu quiser estar será o meu lugar”.

Caminhos para a conscientização

Os pontos de vista misóginos entranhados na sociedade podem ser modificados, de acordo com Vanessa Egla, a partir de educação, conversas e conscientização. “A gente avança nisso conscientizando, discutindo, conversando, levando conhecimento e levando todas as formas que nós temos de nos manifestar”, afirmou.

Por outro lado, a ocupação de espaços dentro do mundo do futebol por parte de mulheres também é uma forma de enfrentar o preconceito e de mudar paradigmas, conforme o que foi destacado pela advogada. “A ocupação dos espaços é imprescindível e ela já está sendo feita. A cada dia nós avançamos mais. Nós temos agora uma narradora mulher de futebol, que no ano passado fez um sucesso grandioso, temos árbitras, comentaristas esportivas, jogadoras, repórteres”, disse.

Vanessa Egla destacou que, unindo medidas que garantem respeito e segurança ás mulheres nos ambientes futebolísticos com a insistência feminina em conquistar lugares na área do futebol, será possível avançar muito mais. “O pontapé inicial já foi dado e a gente vai continuar sim ocupando os espaços como torcedoras de arquibancada, enquanto profissionais do esporte, enquanto jogadoras de futebol. O mercado tende a crescer cada vez mais, mas ele não vai crescer sem luta, sem uma ocupação consciente dos espaços, uma ocupação consciente dos nossos papéis”, afirmou.

Por Jéssica Quaresma e Maria Clara Passos (sob a supervisão do editor prof. Antonio Carlos Pimentel).

 

Neste Dia Internacional da Mulher, celebrado hoje, 8 de março, a prefeita de Uberaba (MG), Elisa Gonçalves (Solidariedade) publicou nas redes sociais alguns ataques que recebe diariamente de moradores da cidade na internet. Na publicação, a gestora exaltou que “nem tudo são flores”, e que, além de todo o trabalho, precisa “lidar e conviver com esse tipo de ataque misógino”. 

Ataques como “te odeio”, “você vai pagar, desgraçada”, “meu sonho era saber que alguém matou você”, “você é lixo para mim”, foram expostos por Elisa Gonçalves no seu perfil oficial do Instagram. 

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“Nós ainda temos que lidar e conviver com esse tipo de ataque misógino, machista e que reforça o desrespeito que ainda existe contra nós, mulheres, principalmente, quando estamos em cargos ocupados, historicamente, por homens”, disse a prefeita, ao comentar sobre como é ser mulher e ocupar um cargo majoritariamente masculino. 

No entanto, de acordo com Elisa, “esse tipo de ataque que diminui e descredibiliza muito mais pelo simples fato de ser mulher, não me abala”. “Sigo firme e focada no propósito de trabalhar, diariamente, pela nossa cidade e por cada um e cada uma que vive aqui. Também por aqueles que torcem contra. A mulher pode ser o que ela quiser e estar onde quiser”, salientou. 

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“Globo apoia abuso psicológico” está entre os assuntos mais falados do Twitter desde a madrugada deste sábado (28), depois que, mais uma vez, o brother Gabriel Tavares voltou a ser machista e grosseiro com a sister Larissa, após ser interrompido por ela enquanto conversava com Bruna Griphao. 

Os internautas apontam que a “Globo apoia abuso psicológico” por ainda manter o modelo na casa, mesmo depois da chamada do apresentador Tadeu Schmidt ao rapaz, que se “afastou” de Griphao mas segue com as mesmas atitudes e não é expulso pela emissora. 

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Ao ver o casal conversando na festa, Larissa chegou perto e questionou: “É momento de conversar agora? Vocês dois?”. “Não sei, Lari. Você é a mãe dela?”, respondeu Gabriel, e Griphao saiu em defesa da amiga em seguida: “Para, respeita ela”. 

Depois disso, o modelo foi conversar com cara de sapato no quarto, que afirmou que ele teria que “mudar por conta da nossa atitude [dos homens], não por causa da atitude de Larissa”. “Mas eu tô mudando, só que a questão não pode deixar de falar”, defendeu Gabriel. 

“Mano, tu tá com a cabeça fechada. Amanhã a gente troca uma ideia”, disse Cara de Sapato, que foi criticado pela atitude por Gabriel em seguida. “Eu tava querendo chamar a tua atenção. Tu não tá vendo não que a gente tá querendo chamar a tua atenção para o teu bem? Tu tá sendo um burro. A gente tá aqui trocando uma ideia, eu tô perdendo o meu sono e tô falando com você porque me preocupo com você, com a sua cabeça e com o que vai ser de você lá fora”, afirmou Sapato, em referência à fala do apresentador Tadeu Schmidt, quando chamou atenção sobre o relacionamento abusivo entre Gabriel e Griphao na casa mais vigiada do Brasil.

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“Tu tá debatendo comigo como se eu tivesse contra você. Como se tivesse que chamar a atenção da Larissa. Você errou, irmão. Você foi pelo caminho errado e tá continuando no caminho errado. Eu tô te mandando o papo reto, se você não quiser, tudo bem. Só que eu tô chegando aqui porque eu me preocupo com você, não porque eu quero que tu saia daqui feito um babaca, porque é isso o que tá acontecendo. Então não vai por esse caminho. Só pensa antes de agir”, apontou Cara de Sapato.  

Na festa, Larissa diz pra Bruna que “para mim, ele [Gabriel] é um baita de um merda e nem chega perto de mim, só isso”. “Qualquer amigo dele vai ficar com ele. Mas não é o momento de você ficar com ele. O Brasil falou isso e tu tá sendo [sic]. Não é pra ti fazer isso. É só isso. Eu quero te proteger. E também porque ele tava bêbado e vai falar merda. É os dois [bêbados]. Não é o momento de conversar. Amanhã vocês conversam”, aconselha Larissa. E Griphao responde que “queria muito que você pudesse ter acesso a nossa conversa para você ver”. 

 

A Prefeitura do Paulista, na Região Metropolitana do Recife, apresentou nesta terça-feira (13) o projeto "Multileituras Antimachistas" aos estudantes do 8º ano A, da Escola Municipal Cônego Costa Carvalho, na Vila Torres Galvão. A iniciativa tem como objetivo motivar os alunos para atuar como agentes multiplicadores na desconstrução da sociedade machista. A ação é coordenada pela Secretaria de Educação e a Secretaria Executiva da Mulher da cidade.   

Durante a apresentação do projeto, a secretária Executiva da Mulher, Bianca Pinho Alves, conversou com os estudantes da turma do professor de Geografia e História, Fábio Paulo. O projeto é inovador por trazer o combate à cultura machista trabalhado sob a ótica de diversas disciplinas como português, geografia, história, matemática, expressando-se, ao final, em diversas linguagens. A medida tem como escopo o premiado projeto Maria da Penha Vai à Escola. O projeto também conta, de forma parceira, com o engajamento do pedagogo Gláucio Ramos, da pasta da Educação.   O trabalho está focado no momento na Escola Cônego Costa. Cerca de 270 meninas e meninos do 6º ao 9º ano, de forma gradual, estão sendo orientados pelos professores de suas respectivas turmas. 

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A igualdade de gênero também será debatida por todas as disciplinas, inspirada no 5° tópico dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, durante a Conferência das Nações Unidas (ONU) sobre desenvolvimento sustentável no Rio de Janeiro em 2012. 

Participam do projeto a gestora da unidade, Taciana Ferreira, os professores Gláucio Ramos e Gleidecele da Silva (Língua Portuguesa), Priscila Augusta (Inglês), Elanne Neves (Ciências), Fábio Paulo (Geografia e História) e Edson Oliveira (Matemática). O professor Gláucio Ramos destacou que pretende desenvolver nas turmas de língua portuguesa atividades poéticas. "O trabalho final será divulgado nas linhas dos ônibus da Região Metropolitana do Recife", assegurou.

  O projeto conta ainda com o apoio das secretarias de Saúde e de Políticas Sociais e Direitos Humanos

*Da assessoria 

O senador Flávio Bolsonaro, o filho 01 do presidente, publicou um vídeo do pai no estilo ‘tiktoker’ nesta sexta-feira (29), dizendo “quando dizem que o presidente não gosta de mulheres”. O vídeo em questão é uma resposta a vários vídeos do presidente Jair Bolsonaro (PL) tendo falas machistas e criticando ações feitas por mulheres serem divulgados na tentativa de reafirmar que o presidente “não gosta de mulheres”.

No conteúdo divulgado pelo 01, com a legenda “charme, simpatia e muito estilo”, o presidente aparece posando, depois vira de costas e segue andando, quando aparecem várias mulheres brancas, algumas com a camisa do Brasil, o seguindo dançando. 

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A Lumiar Escola de Dança apresenta, neste fim de semana, em Belém, o espetáculo “Mudanças”, dirigido pelos coreógrafos e professores de dança Aline Moreira e Rullien Polizeli, que retratará situações de violência vividas por mulheres no dia a dia. A apresentação será no domingo (29), no Teatro Margarida Schivasappa, do Centur, às 19 horas.

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“A arte toca as pessoas de um jeito que nada mais pode. Nós expressamos, atuamos e dançamos situações do cotidiano que são muito fortes para as mulheres. Nós retratamos violências explícitas e implícitas buscando impactar e levar as pessoas a refletir sobre o tema”, disse Flávia Magalhães, dançarina do espetáculo.

A dançarina Vitória Alves afirma que o que a motivou a participar do projeto foi a negligência com a qual o assunto é tratado, e o potencial que a arte tem de impactar homens e mulheres acerca do tema. “Poucas vezes falamos disso, e quando falamos é de uma forma branda, como se quiséssemos evitar chocar os outros. Nós queremos tratar disso sem rédeas, e um projeto forte como esse é muito importante, principalmente, para homens terem entendimento de tudo pelo o que nós passamos no nosso dia a dia", observa.

“A dança de salão é muito machista, as formações e didáticas são todas voltadas para o homem. Eu aprendi com a minha mãe a valorizar a mulher em todos os ambientes, e ao formar parceria com a Aline, que é uma dançarina que sempre trabalhou sozinha, eu aprendi a ressignificar a dança de salão. Essa temática nós trazemos para a nossa escola. Nós não trabalhamos com 'damas' e 'cavalheiros'. Nós conduzimos e somos conduzidos uns pelos outros”, diz o diretor Rullien Polizeli, CEO da Lumiar.

“No início da produção, eu tive bastante receio em participar. Eu pensei se, em alguma fase da minha vida, eu já tive atitudes parecidas com as dos personagens que nós interpretamos. Mas a vontade de mostrar isso para as pessoas, de gerar em outros homens esse mesmo incômodo que eu senti, e ajudá-los a reconhecer que eles têm comportamentos que não devem se repetir, me motivou a continuar no projeto”, disse o dançarino Jonathas Nascimento.

Quanto às coreografias, a dançarina Ana Carla Pamplona diz que o uso de mais força e energia nas suas danças, mescladas a técnicas teatrais, demonstra como as violências física e psicólogica causadas por homens para com mulheres são graves e prejudiciais para a sociedade. “Nós trazemos tudo isso para a nossa coreografia para levar, da forma mais impactante possível, essa mensagem para o público.”

No Brasil, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em 2021, ocorreram 1.319 feminicídios, em média uma mulher foi vítima a cada 7 horas. Foram registrados 56.098 boletins de  ocorrência de estupros conta mulheres. Uma menina ou mulher foi vítima de estupro a cada 10 minutos, considerando apenas os casos que chegaram até as autoridades policiais. As mulheres ganharam em média 20,50% menos do que os homens no 4º trimestre de 2021, contra 19,70% a menos no final de 2020.

Serviço

Espetáculo "Mudanças", domingo, Teatro Margarida Schivasappa (Centur), 19 horas.

Os ingressos antecipados estão à venda na Lumiar, localizada na avenida João Paulo II, 1945 (esquina com a Pirajá). Ingressos à venda também no dia da apresentação, na entrada do Teatro, no valor de R$ 30,00.

Antes do espetáculo haverá um workshop de dança, das 15h30 às 17 horas, com professores da escola e convidados. O espetáculo tem faixa etária mínima de 14 anos (acompanhados de responsáveis).

Todas as programações realizadas pela Lumiar Escola de Dança são divulgadas em sua conta do Instagram (@lumiar.danca).

Fontes: forumseguranca.org.br e Idados.id

Fotos: Paulo Ricardo Carneiro, Vitória Letícia

Por Paulo Ricardo Carneiro (sob a supervisão do editor prof. Antonio Carlos Pimentel).

 

 

 

  A produtora e ex-dançaria Giselle Bezerra, está marcando presença na pré-campanha do marido e pré-candidato à presidência da República Ciro Gomes (PDT). Sempre ao lado de seu companheiro, sua principal aparição é como apresentadora da live semanal no youtube, publicada no canal de Ciro.   

O público feminino corresponde a 53% do eleitorado brasileiro. Dessa forma, é importante relembrar que desde a disputa presidencial de 2002, o pedetista ainda carrega a "fama" de machista, depois de dizer que a função de sua então mulher na epóca Patrícia Pilar, na campanha era dormir com ele. Ele mesmo já admitiu ter sido infeliz na sua fala e afirmou que aquilo contribuiu para sua derrota. Além disso, na sua jornada política Ciro se envolveu em diversas polêmicas e processos judiciais. 

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Estratégia Política 

Sobre o motivo da estratégia política usada por Ciro em manter a presença da sua esposa na pré-campanha, o cientista político Caio Souza, acredita que corresponde em trazer a presença feminina. "Na verdade Ciro usa a mesma estratégia de Lula e Bolsonaro que não conseguem justificar a ausência de mulheres nas chapas majoritárias de 2022. Claramente, apesar dos candidatos da esquerda possuírem bandeiras e pautas contrárias ao ideal de famílias tradicionais, bem como pregarem contra machismo, terminam por ter que acenar para a figura feminina como símbolo da família tradicional, além de tentarem justificar a ausência feminina em suas campanhas e chapas. Contradições próprias do processo eleitoral", afirmou. 

Machismo   

O especialista ainda acredita que o motivo da presença de Giselle não corresponde a acusação de machismo que Ciro carrega durante sua trajetória. "Não entendo que Ciro busque qualquer estratégia para alguma acusação de machismo, o que vemos é o protagonismo da primeira-dama no cenário político, o que tem provocado os adversários de Bolsonaro a ter que suprir a ausência de mulheres na campanha através da apresentação das suas respectivas companheiras. Estranho que as bandeiras dos candidatos de esquerda estejam omitindo seus quadros políticos de mulheres, e compensando com personagens que não possuíam essa visibilidade no espaço político", enfatizou.  

O ex-deputado federal Arthur do Val, o Mamãe Falei, teve o mandato cassado pela Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) por unanimidade, com 73 votos favoráveis e nenhum contrário ou abstenção. Com isso, ele se torna inelegível por oito anos.

Arthur renunciou ao mandato em abril, e a atitude foi vista pelos seus opositores como manobra para evitar a continuidade do processo, que continuou ainda assim. Ele passou a enfrentar o pedido de cassação após o vazamento de áudios com comentários sexistas sobre as mulheres ucranianas. 

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Antes de abrir mão do cargo ele chegou a admitir a possibilidade de ser cassado, mas garantiu que iria “cair atirando”. 

O primeiro e, até então, único caso de cassação analisado pelo Conselho de Ética da Alesp ocorreu em 1999, com o então deputado Hanna Garib, que teve o mandato extinto após ser acusado de envolvimento em esquemas de corrupção na administração da cidade de São Paulo.

 

Falas machistas

Em viagem à fronteira da Ucrânia em março deste ano, para, de acordo com o ex-deputado, prestar apoio aos refugiados que estavam saindo do País por conta dos ataques da Rússia, Mamãe Falei disse, em um áudio enviado num grupo, que as mulheres ucranianas “são fáceis porque são pobres”. 

Na ocasião, ele reconheceu as frases como “repulsivas” e “grotescas”. Ele chegou a pedir judicialmente ao Conselho de Ética que fosse realizada uma perícia nos áudios vazados para identificar se houve alteração, mas a solicitação foi negada. Além do próprio parlamentar, a sua ex-namorada, Giulia Blagitz, também prestou depoimento ao Conselho e confirmou que os áudios eram de Arthur.

A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) voltou a se manifestar sobre o processo de impeachment que a tirou do Palácio do Planalto em 2016. Para a petista, sua saída foi fundamentada em misoginia e opositores se utilizaram da sua “condição de mulher” para fundamentar a investigação. A declaração foi feita durante entrevista ao podcast Mano a Mano, conduzido pelo músico e ativista Mano Brown, nesta quinta-feira (28). 

“Acho que sofri impeachment porque representava um projeto diferente para o Brasil, de inclusão social. Tentaram criminalizar o exercício do orçamento. Havia uma certa dificuldade de me acusar de qualquer coisa. [...] Agora, eu acho que o golpe utilizou profundamente da minha condição de mulher para criar o meio ambiente para me tirar do governo”, analisou. 

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Ao falar sobre as “pedaladas fiscais”, Dilma disse que “adora” mencionar o assunto. Ela considerou que esse argumento foi usado porque não havia nada que as pessoas pudessem acusá-la de corrupção, a não ser de gastar dinheiro em um projeto de inclusão social no Brasil. 

“Eu não quero o compromisso eleitoral porque eu quero falar as coisas que eu acredito. Eu cansei de escutar ministro do Supremo, o próprio Temer dizendo que não foi bem pedalada fiscal, foi porque eu não tinha apoio político. Só que não ter apoio político no Brasil não é razão para impeachment”, continuou. 

Desigualdade social 

A ex-presidente também criticou a “insensibilidade” da classe mais alta do país com as pessoas pobres, o que analisou ser uma herança escravocrata no comportamento da sociedade brasileira. Segundo Dilma, o Brasil tem dinheiro para dar escolas de graça à população, da creche até a faculdade, mas tem uma elite que não se preocupa com o povo. 

“O que eu acho mais absurdo no Brasil é a absoluta insensibilidade da elite brasileira, das oligarquias brasileiras, sejam financeiras, industriais, agrícolas, seja quem for, pelo destino de seu próprio povo. Isso é imperdoável”, disse. 

E completou: “Nunca vamos esquecer que um dos problemas mais graves do Brasil é a escravidão. Não só porque escravizaram nosso povo, mas porque, quem escravizou, e o fez por 300 anos, é a elite desse país. É só isso que explica a insensibilidade dela perante o seu próprio povo”. 

Dilma também defendeu a revogação do chamado teto de gastos, em vigor desde o governo de Michel Temer, que impõe limite de despesas ao Estado. 

Como parte da pauta voltada para o Mês da Mulher no Senado, o Plenário aprovou em votação simbólica nesta terça-feira (15) proposta que incentiva ações nacionais de atendimento aos homens, em especial na área da saúde mental, para prevenção da violência contra a mulher. O substitutivo da senadora Leila Barros (Cidadania-DF) ao PL 4.147/2021, do senador Wellington Fagundes (PL-MT), altera a Lei Maria da Penha (Lei 11.340, de 2006). O projeto segue para a Câmara dos Deputados. 

A proposta original criava uma lei autônoma, mas a senadora Leila, em seu parecer de Plenário, entendeu ser mais adequado abrigá-la na Lei Maria da Penha, "principal referência no combate e na prevenção da violência contra a mulher".

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  O Ministério da Cidadania, por intermédio do senador Nelsinho Trad (PSD-MS), pediu que a palavra "programas" fosse trocada por "ações" no texto. A solicitação foi acatada pela relatora. Outra alteração foi a retirada de dispositivo, considerado inconstitucional, que obrigaria o Executivo a regulamentar a lei em 90 dias. 

Leila Barros acolheu ideia contida em emenda do senador Fabiano Contarato (PT-ES), que estendeu a responsabilidade de desenvolver os programas de atendimento aos homens aos "serviços de ensino, assistência social e atenção psicossocial", e não apenas ao Sistema Único de Saúde (SUS), como na proposta inicial de Wellington Fagundes. 

O projeto de lei determina ao poder público instituir instrumentos facilitadores da assistência ao homem que demande apoio para a contenção da violência doméstica. Entre eles está a disponibilização de serviço telefônico gratuito, de âmbito nacional. Para atuar nessas ações e programas, os profissionais deverão ser capacitados. Essas ações podem ser promovidas também na modalidade remota, com uso de recursos de telemedicina. 

A senadora Rose de Freitas (MDB-ES) pediu a palavra para louvar o projeto: "É bom saber que se pode voltar o olhar para a questão da saúde mental do homem. É a estruturação patriarcal da nossa sociedade que permite — e legitima, sobretudo — atos de violência cometidos contra as mulheres somente pela nossa condição feminina. Nós, mulheres, lutamos por uma brechinha que seja, para superar o machismo". 

*Da Agência Senado

O procurador-geral da República, Augusto Aras, divulgou um vídeo, nesta quarta-feira (9), em que diz ter sido "mal compreendido" após reforçar estereótipos ligados ao gênero feminino e dedicar uma homenagem para mulheres que "têm o prazer de escolher a cor da unha que vai pintar".

"Hoje é dia de homenagem à mulher, no seu sentido mais profundo, da sua individualidade, da sua intimidade. A mulher que tem o prazer de escolher a cor da unha que vai pintar, a mulher que tem o prazer de escolher o sapato que vai calçar", afirmou o PGR em discurso sobre a importância do Dia Internacional da Mulher, em evento do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), no dia 8 de março.

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"Apenas destaquei que é possível buscar qualquer posição até o mais alto posto da República sem abrir mão da sua feminilidade", afirmou, sem, de fato, pedir desculpas por sua declaração no dia anterior.

O PGR se disse ainda "implacável contra o preconceito" e defende que a mulher brasileira tem liberdade de fazer escolhas "que vão desde a sua intimidade até a participação no mercado de trabalho e na política."

Apontando projetos para mulheres encampados no Ministério Público, concluiu que quer continuar aprendendo. "Os fatos demonstram isso contra qualquer tipo de especulação", completou.

'Mulheres praticamente integradas'

A fala de Aras se destacou em meio a uma série de gafes cometidas por figuras públicas no Dia da Mulher, que acabaram chamando ainda mais atenção após o episódio envolvendo áudios sexistas gravados pelo deputado estadual Arthur do Val (sem partido-SP). Antes do PGR, o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que, atualmente, as mulheres estão "praticamente integradas à sociedade" e que elas foram "feitas do homem".

Ainda na terça-feira, foram divulgadas mensagens atribuídas ao deputado federal Neucimar Fraga (PSD-ES) e consideradas machistas. Uma captura de tela reproduzida nas redes sociais mostra que, em um grupo de WhatsApp com lideranças políticas do Espírito Santo, o parlamentar enviou imagens de supostas soldadas ucranianas e ironizou: "Como a Ucrânia quer ganhar a guerra sem nenhum canhão?".

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 37,5% dos cargos de liderança em todo o Brasil são ocupados por mulheres, ou seja, menos da metade dos lugares de chefia em empresas do país.

O quantitativo ainda pequeno, muitas vezes, não tem relação com qualificação ou preparo das profissionais, mas das barreiras impostas por um sistema laboral que tem predileção pela contratação de homens, o que também reflete na questão salarial. Segundo um levantamento realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), em 2021, mostra que a diferença da remuneração entre os dois gêneros chega a 19,9%.

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Ocupar um cargo de liderança, a princípio, não estava nos planos de Elaine Martins. Quando ela saiu de Tabira, no Sertão de Pernambuco, aos 21 anos, para o Recife, cidade que nunca havia conhecido, Elaine carregava apenas alguns pertences e a vontade de “ser alguém” e, assim, proporcionar melhor qualidade de vida ao filho, que permaneceu em Tabira sob os cuidados da avó materna. No Sertão pernambucano, ficaram apenas as lembranças da gravidez aos 18 anos, algumas dificuldades e um relacionamento, que por um tempo, foi marcado pela violência.

Até chegar na função de gerente de suprimentos e logística do Grupo Dislub Equador, distribuidora de derivados de petróleo independente, Elaine Martins precisou se adaptar a uma nova rotina. “Eu nunca tinha andado de ônibus na vida. Minha amiga dizia para que eu fosse junto ao cobrador para não me perder ou errar a parada”, relembra.

No caminho até o cargo de gerente, Elaine teve outras ocupações. Vendeu doces pelas ruas do Centro do Recife e roupas, que uma amiga mandava da loja em Toritama, Agreste do Estado. O desejo de trabalhar “de carteira assinada” chegou a se concretizar, no entanto, a instituição iniciou a atrasar pagamentos e o cenário tornou-se violento. “Algumas vezes, aparecia gente armada. Lembro que, em uma dessas vezes, eu e mais algumas outras pessoas tivemos que correr”, relata.

Na busca por um novo emprego, a gerente sentiu o machismo estrutural. "Certa vez, fiz uma seleção de emprego, antes de iniciar na Dislub. Já estava tudo certo, a vaga era minha. Mas, ligaram para me informar que preferiram contratar um homem, porque, segundo eles, o emprego era mais para homem", expõe ao LeiaJá

A chegada à Dislub trouxe possibilidades para Elaine Martins. Observadora e disposta a ajudar nos demais setores, ela foi aprendendo e desenvolvendo habilidades. Em determinado momento, precisou colocar em prática o que tinha visto, mesmo com algumas inseguranças. A dedicação fez com que Martins passeasse por diversos setores na empresa. " A empresa abriu uma filial no Norte e me chamaram. Cheguei em lugares que antes só os homens eram chamados", comentou.

Na instituição, ela pôde ingressar na faculdade, realizar uma pós-graduação, estudar inglês e espanhol, como também, possibilitou uma melhora na qualidade de vida da mãe, da irmã e do filho, que Elaine aponta como o principal incentivo para não desistir. "Imagina se eu não tivesse saído de Tabira? Não conquistaria nada disso. Hoje é tudo diferente". 

 

 

Atos de racismo, machismo e assédio sexual em estádios e ginásios de Pernambuco vão render uma multa de até R$ 1 mil ao infrator e R$ 20 mil aos clubes. A Lei estadual 17.522/21 foi publicada no Diário Oficial na sexta-feira (10).

A proposta do autor, o deputado estadual João Paulo Costa (Avante), é extinguir as práticas discriminatórias com a volta de 100% da capacidade em eventos esportivos.

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“Com a pandemia, houve uma redução de 53% das ocorrências de racismo no futebol em 2020. A volta do público aos estádios reacende a necessidade de desestimular as práticas preconceituosas dentro desses ambientes”, destacou. 

A gravidade dos ataques pela condição de gênero também foi apontado pelo parlamentar.

“É inadmissível que, nos dias de hoje, as mulheres ainda não se sintam seguras para frequentar lugares esportivos sem sofrer assédio”, disse.

Penalidade

A lei prevê multa entre R$ 500 e R$ 1 mil para os torcedores identificados; Já os clubes, agremiações e administradores dos estádios e ginásios vão desembolsar a multa fixada entre R$ 5 mil e R$ 20 mil. Em casos de reincidência, o valor duplica de acordo com a gravidade e as circunstâncias do preconceito preticado.

O mais recente caso de acusação de assédio, cometido pelo ex-diretor e irmão do presidente do Náutico, Errison Melo, contra Tatiana Roma, dentro do clube, jogou os holofotes mais uma vez para o machismo envolto no meio do futebol. Algo que parece nunca ter fim.

De quebra, homofobia e racismo também entraram na pauta. Coisas diferentes, mas questionamentos parecidos. O ano de 2021 trouxe alguns exemplos de como essas coisas ainda seguem bem vivas no futebol pernambucano. Quem não se lembra da proibição, que acabou revertida, e que proibia o Náutico de usar a camisa do 'Vidas Negras Importam'? E do ataque homofobico sofrido pelo ex-BBB Gil do Vigor por parte de conselheiros do Sport e que acabou em pizza?

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Por conta da necessidade de discutir o tema, na série de entrevistas do LeiaJá com os candidatos às eleições no Náutico - Bruno Becker, Diogenes Braga e Plínio Albuquerque - todos foram questionados e apresentaram suas visões e seus projetos para combater atos como os citados.

Veja o que disse cada um.

Bruno Becker - Náutico Sustentável

“Se eu quero tratar de forma orgânica isso dentro do clube, eu preciso ter uma diretoria para cuidar disso. A questão das minorias é uma questão social que o clube tem. Ele está inserido no contexto social e precisa se posicionar sobre diversas pautas. Isso não é ativismo político. Não faz sentido o executivo mandar um ofício para o conselho com intuito de jogar com a camisa rosa, a maioria votar para jogar com a camisa, a CBF autorizar e o clube, sem dar satisfação, decidir que não ia jogar mais com a camisa rosa”.

Diogenes Braga - Avança Náutico

"Os clubes são formadores de opinião, são grandes multiplicadores de ideias e de pensamentos e a entidade tem que se comprometer com todos os valores sociais. Temos inúmeros projetos nesse sentido, da própria forma de comunicação do clube, da demonstração do clube que já aconteceu e vem acontecendo. Não é uma questão de começar a ser feito. A camisa preta que o Náutico colocou é muito simbólica. Não adianta ter um projeto, ou uma ação, é uma questão muito mais comportamental”.

Plinio Albuquerque - Inova Náutico

"Não acho que uma camisa vai dizer qual conceito de uma gestão. A minha gestão vai ser uma gestão inclusiva na prática e de todas as formas. Seja num banheiro que respeite homens e mulheres, seja no respeito a qualquer pessoa de qualquer opção sexual, de cor, de qualquer coisa. Vai ser uma gestão de fato inclusiva. Não pode ser só uma camisa”. 

A locadora de veículos Localiza foi condenada a ressarcir o valor de R$50 por mês trabalhado a uma ex-funcionária por gastos com maquiagem. Segundo os relatos do processo, a empresa exigia que suas atendentes se apresentassem todos os dias com maquiagem completa, o que incluía batom vermelho, sombra e base. Embora a locadora fizesse tal exigência, a empresa não fornecia os itens para as funcionárias e também não custeava a aquisição dos produtos.

Segundo o relator, o juiz Celso Garcia, pertence ao empregador os riscos do negócio, devendo arcar com as despesas com itens obrigatórios exigidos dos empregados para se apresentarem ao trabalho diariamente.

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A decisão cita alguns precedentes do Tribunal Superior do Trabalho (TST), cujo entendimento é que, havendo determinação do empregador sobre a forma específica de apresentação de seus  empregados, demandando custos próprios, tais valores devem ser ressarcidos, por gerar  benefício à imagem e prestígio da empresa.

O valor da indenização foi calculado com base na média de gastos citados nos depoimentos das testemunhas do caso. A decisão do relator foi seguida pelos demais membros da 3ª turma do TRT-18.

Da assessoria do TRT-18

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