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De acordo com a 7ª edição da Pesquisa Game Brasil (PGB), 69,8% das mulheres no Brasil aderiram aos jogos eletrônicos. Além disso, o público feminino representa 53,8% dos jogadores no país. E embora tenham parte expressiva nesse segmento, as gamers ainda sofrem com o machismo da comunidade, seja nas partidas online ou na discussão entre amigos.

A doutora em microbiologia Raquel Dias, 34 anos, da Califórnia (EUA), teve o primeiro contato com um videogame na infância, quando os pais presentearam o irmão dela com um Master System da Sega. O brinquedo foi uma alternativa escolhida por eles para evitar que os filhos tivessem contato com a violência nas ruas. "A nossa recompensa por estudar e tirar boas notas no fim do ano era substituir o videogame antigo por um novo. Foi assim que eu conheci Super Nintendo, Mega Drive, Nintendo 64 e Playstation, e nunca mais larguei o mundo dos videogames", comenta.

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Raquel Dias, do canal "RD Gameplays & Tech" | Foto: Arquivo Pessoal

Após se mudar do Brasil, Raquel conheceu o mundo dos jogos online. Mesmo em uma comunidade estrangeira, ela afirma que precisa lidar com ofensas, assédios e insultos, como "volta para a cozinha". "Uma vez, me fizeram perder partidas ranqueadas, como quando alguns jogadores não se movem e sabotam o jogo por ter uma mulher no time", relembra.

Para evitar aborrecimentos, Raquel precisou alterar seu apelido no jogo para um nome mais masculino, além de desativar o chat de voz. "Sei que isso não resolve o problema. Eu sempre tento reportar os comportamentos tóxicos também e tento manter uma postura positiva no jogo para dar um bom exemplo", explica. "Quando vejo uma outra jogadora sendo discriminada ou assediada também tento repreender e denunciar esse tipo de comportamento", complementa.

Apesar dos desafios, Raquel tem muito carinho pelos jogos e cita alguns títulos que a marcaram, como "Legacy of Kain Soul Reaver" (Crystal Dynamics), "Final Fantasy VII" (Square Enix) e "The Last of Us" (Naughty Dog). Ela também administra um canal de games no YouTube, o "RD Gameplays & Tech".

Provar mais do que o necessário

A apresentadora do canal "XboxBr", Isadora Basile, 18 anos, de Embu das Artes (SP) é apaixonada por videogames desde a infância, quando o assunto era quase que obrigatório no grupo de amigos. Hoje, ela também precisa lidar com os desafios de ser uma mulher dentro da comunidade gamer e se sentir pressionada a ter que se provar mais do que o necessário. "O que mais me entristece nesse meio é o lado corporativo. Representantes de marcas ou empresas entram em contato comigo para trabalhos, quando na realidade há segundas intenções por trás. Esse obstáculo é um dos que mais doem", desabafa.

A apresentadora do canal "XboxBr", Isadora Basile | Foto: Arquivo Pessoal

A apresentadora, que tem como referência os jogos "Minecraft" (Mojang Studios) e "League of Legends" (Riot Games), diz que conta com a ajuda dos parentes para não desanimar em meio as pressões dos jogadores machistas. "As coisas negativas saem do nosso controle, mas quando temos as pessoas certas e que querem nosso bem por perto, tudo fica mais fácil de lidar", afirma ela, que é fã de "The Witcher 3" (CD Projekt RED) e "Counter-Strike: Global Offensive" (Valve).

 

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O novo filme de Mark Wahlberg, "Good Joe Bell", lançado na segunda-feira no Festival de Cinema de Toronto, explora a cultura machista e homofóbica que ainda prevalece nos Estados Unidos, especialmente nas áreas rurais.

O filme conta a história de um pai em sua jornada pelo país para aumentar a consciência sobre os perigos trágicos do deboche homofóbico a partir da experiência de seu filho.

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Baseado em uma história real, a trajetória de Joe mostra como o preconceito é passado de geração em geração e levanta a questão do que significa ser homem no mundo de hoje.

“Significa acampar, lutar? O que significa ser durão?”, questionou o diretor Reinaldo Marcus Green em entrevista à AFP antes da estreia.

Wahlberg reforçou uma imagem de "macho alfa" em 2018, quando começou a compartilhar uma rotina de exercícios estafantes, que incluía levantar às 2h30 da manhã, com sessões de ginástica e crioterapia, que viralizou na internet.

Ele aplicou a mesma disciplina à preparação para "Good Joe Bell", escrita pelos roteiristas de "O Segredo de Brokeback Mountain" e que defende a masculinidade baseada na "sensibilidade, em estar aberto e aprender a amar", disse Green.

"Mark o descreveu como o papel mais importante de sua carreira", continuou Green. "Falamos no FaceTime quase todos os dias, desde o momento em que o conheci em dezembro de 2018 ... seja no avião, na sessão de crioterapia, Mark sempre me atendeu".

Wahlberg, o caçula de nove irmãos de Boston cujos pais se divorciaram quando ele tinha 11 anos, envolveu-se com drogas e violência na adolescência.

Ele cumpriu pena por agressão antes de ficar famoso como rapper, modelo, ator e produtor em Hollywood.

“Quando conheci Mark, conversamos sobre nossos pais”, lembra Green. "Viemos de comunidades onde esse machismo é muito prevalente."

Green, que sonhava ser jogador de beisebol incentivado por seu pai amoroso, mas "rígido", agora dirige um filme biográfico sobre Richard Williams - o pai das lendas do tênis Serena e Venus Williams - estrelado por Will Smith.

"É uma história verdadeiramente inspiradora", disse ele. "Acho que pode realmente ajudar, pode inspirar uma geração de crianças que vêm de algumas áreas."

O festival de Toronto, o maior da América do Norte, é celebrado principalmente de forma virutal devido à pandemia e termina no domingo.

O comediante Tirullipa foi acusado de machismo após fazer uma publicação na última terça-feira, dia 1º, na qual mostrava o corpo da modelo Ana Bezerra em dois ângulos diferentes alegando a importância do VAR (Árbitro Assistente de Vídeo) para fotos que são publicadas no Instagram. Depois do ocorrido, os usuários do Twitter não perdoaram a atitude do humorista e comentaram:

Sinceramente, Tirullipa nunca me desceu. Depois dessa, peguei ranço de vez. Sem noção e sem senso do ridículo. Fazer piada com corpo de mulher? Me poupe, errou feio. Muito feio!

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Ridículo isso do Tirullipa

Mesmo depois do post do comediante ter sido apagado, Ana Bezerra se pronunciou em seu Instagram e afirmou estar surpresa com a situação:

- Em meio a essa pandemia, a todas essas pessoas que estão morrendo, um momento delicado, me surpreende nós mulheres ainda termos que ver e ouvir comentários machistas. Sermos julgadas pelo nosso corpo e, muitas vezes, passar por situações de assédio sexual na rua, na internet... Isso é inaceitável. É um humor machista que, na verdade, não é humor. Eu acho que isso tem que acabar de uma vez por todas. Machismo mata.

A modelo também repostou um Stories de Tirullipa, no qual o comediante pedia desculpas à modelo pela publicação:

- Ana Bezerra, minha amiga, Tirullipa passando aqui para me retratar. Como a gente conversou por telefone, eu passei o dia todo gravando e não vi as minhas últimas postagens. Tem pessoas que trabalham na minha produção e que fazem essas postagens por mim. Mostraram uma foto sua com a minha cara no seu corpo. Mara mandou para mim, minha amiga do Rio Grande do Norte, e eu imediatamente retirei porque, de fato, não concordei com isso. Como a gente conversou no telefone, eu estou do seu lado, estou com você, abraço essa causa junto com você e te peço perdão porque preciso ser responsável pelas minhas postagens do meu Instagram. Fique tranquila, estou aqui para o que der e vier. Me perdoe.

Desde o mês de junho a atriz Deborah Secco decidiu abrir espaço nas suas redes sociais para dar voz a mulheres negras e projetos sociais. Nesta sexta-feira (3), a conta da atriz no Instagram questionou: “O que você já deixou de fazer por ser mulher?”. A provocação recebeu diversas participações.

A ação é parte do projeto da historiadora Jamine Miranda, que tem como objetivo dar visibilidade às mulheres, na luta por uma sociedade melhor.

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Foram diversos comentários e depoimentos de mulheres em poucos minutos, contando situações vividas. “Já deixei de praticar esporte à noite na minha cidade”, “Usar roupa curta, falar palavrão, me esquivar de rodinha de homens”, comentaram algumas seguidoras sobre o que elas já deixaram de fazer.

Uma outra seguidora da atriz relatou: “Não fui estudar fora pq meu pai disse q eu era mulher, e filha dele não vai estudar fora não, pra não ficar mal falada. Meu irmão foi!”, disse ela.

O pedido judicial das jogadoras (e campeãs mundiais) da equipe feminina da seleção americana de futebol - que pleiteava igualdade salarial em relação aos jogadores homens - foi negado pelo juiz R.Gary Klausner, do Tribunal do Distrito Central da Califórnia, após quatro anos de campanha legal contra a Federação Americana de Futebol, a US Soccer. 

O juiz concordou com as alegações da federação de que as jogadoras haviam ganho mais que a equipe masculina “tanto cumulativamente quanto na média por jogo”, rejeitando os argumentos de discrepância salarial sistemática por parte das atletas. 

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A decisão do juiz, no entanto, preservou as queixas das jogadoras no que diz respeito a tratamento desigual em viagens, acomodações de hotéis, e equipe técnica. Essa parte do processo será julgada no dia 16 de junho.  

Por meio de um porta voz, elas afirmaram que vão recorrer da decisão. Apesar da vitória no tribunal, a US Soccer não celebrou o feito, que é altamente impopular uma vez que as demandas por igualdade de gênero vêm ganhando força dentro e fora do mundo esportivo. 

“Estamos ansiosos para trabalhar com a equipe nacional feminina para traçar um caminho positivo para o crescimento do esporte aqui e em todo o mundo. A US Soccer tem sido a líder mundial do futebol feminino dentro e fora do campo, e estamos comprometidos em continuar esse trabalho para garantir que nossa equipe nacional de mulheres continue sendo a melhor do mundo e estabeleça o padrão para o futebol feminino”, disse a federação em comunicado.

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Durante pronunciamento na Câmara Municipal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, na terça-feira (7), o vereador delegado Wellington de Oliveira (PSDB) disse que "mulher sem fazer sobrancelha, fazer unha, fazer cabelo, não tem marido nesse mundo que vai aguentar", ao defender a abertura dos estabelecimentos do comércio, entre eles, os salões de beleza.

No fim da sessão que discutia a flexibilização das regras de isolamento, o parlamentar argumentou que todos os serviços são essenciais e que precisa haver a abertura com estabelecimento de regras. "Salão de cabeleireiro é importante. Então tem que ir, fazer lá, tratar da autoestima", disse.

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Na sua fala, o vereador também defendeu a abertura das igrejas: "Se a pessoa quiser matar a mulher, matar os filhos, ele bate na igreja e a igreja está fechada, ele fala assim 'é um aviso de Deus pra eu voltar lá e matar'."

O pronunciamento do político gerou críticas e uma nota de repúdio da Associação Brasileira de Mulheres de Carreiras Jurídicas. Segundo o grupo, o vereador usou falas machistas e preconceituosas para defender o relaxamento nas regras de isolamento social. "Os comentários absurdos e desrespeitosos feitos pelo vereador, que tem formação jurídica e é delegado de polícia, devem ser expressamente repreendidos pela Casa de leis, inclusive com abertura de processo administrativo disciplinar", diz a nota.

Após a repercussão, o delegado Wellington emitiu uma nota de esclarecimento em que disse manter compromisso na luta pelos direitos da mulher e no combate ao feminicídio e à violência doméstica. "(...) minha fala foi interpretada como machismo, ao invés de somente exaltar a mulher, as profissionais da área estética e a importância da autoestima feminina", escreveu. O vereador disse que vai pedir a retirada da fala da ata da sessão.

O discurso do delegado pode ser conferido abaixo na marca de 1h13m20s.

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"Ela é louca." O diagnóstico duro, ouvido ao longo de sua trajetória, continha a frase machista que mais a impressionou. Não foram uma, duas, nem três vezes que ela recebeu um "parecer" assim. Perdeu até a conta. "Essa é a forma mais eficaz de desestabilizar a imagem de uma mulher", disse ao jornal O Estado de São Paulo a secretária da Cultura, Regina Duarte.

Convidada pelo presidente Jair Bolsonaro para ingressar na equipe, Regina não relacionou a frase à sua decisão de ser a quarta titular da secretaria em um governo com pouco mais de um ano. A atriz que deu vida à revolucionária protagonista de "Malu Mulher" - mas já admitiu nunca ter sido feminista como a personagem - afirmou ficar impressionada até hoje com o preconceito enfrentado por mulheres. O sentimento independe de classe social, profissão e hierarquia. No Dia Internacional da Mulher, comemorado neste domingo, as mulheres no exercício do poder, seja em Brasília, nos Estados ou nos municípios, têm de enfrentar ambientes de trabalho masculinizados.

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No Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia e Rosa Weber são as únicas ministras entre os 11 integrantes da Corte. Cármen já reclamou até mesmo que os colegas homens interrompem seu raciocínio em plenário. Em abril de 2018, por exemplo, ela comandava uma sessão quando o colega Marco Aurélio Mello se irritou com sua decisão. O ministro a chamou de "toda poderosa". Ela não deixou passar: "Sou apenas presidente da Corte".

Na tese de mestrado apresentada por Cármen Lúcia na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), nos anos 1980, o machismo também ficou registrado. "A aluna mulher raciocina brilhantemente como homem, por isso a nota total", escreveu o professor. Ao Estado, a ministra fez questão de destacar que notas em teses nunca são justificadas. "A minha, naquele caso, foi", lamentou. O nome do professor só será revelado, diz ela, em suas memórias.

A diretora da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) Elisa Bastos disse, por sua vez, que não é raro um homem se apropriar da ideia de uma mulher sem dar o devido crédito. "Não importa se você está em um cargo de liderança ou não. Enquanto não houver uma mudança cultural, acontecerá com todas, independentemente de ser a estagiária ou a presidente de uma multinacional."

Levantamento feito pelo jornal O Estado de São Paulo com números do Ministério da Economia revela que, na máquina do governo federal, somente 38% dos 32 mil cargos de direção e funções gratificadas - com exigência de diploma universitário - são preenchidos por mulheres. É um índice em decréscimo desde 2006, quando elas ocupavam 41,5% dos postos.

A desigualdade fica visível quando se observam os dados do Censo Escolar. Há mais de duas décadas as mulheres passaram os homens nos cursos superiores do País. Hoje, 57% dos estudantes são do sexo feminino.

Um dos nomes mais populares da gestão Bolsonaro, a ministra Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) conta que o mais forte ato de machismo vivenciado por ela ocorreu em novembro de 2018. Damares estava em Belo Horizonte quando, após receber o título de cidadã honorária de Minas Gerais, leu na internet que tinha perdido a chance de fazer sexo com Jesus ao subir em um pé de goiaba. O post se referia ao vídeo em que ela contou ter visto Jesus numa goiabeira. Era um relato sobre o tempo de menina, que encontrou na fé a força para encarar os traumas da violência sexual cometida por um falso pastor.

Deputada licenciada pelo DEM, a ministra Tereza Cristina aponta o Congresso como o ambiente onde mais percebeu hostilidade. "Em toda minha carreira, onde eu vi mais machismo foi no Parlamento", relatou.

A entrada na política de Brasília, por meio do voto, também não é das mais fáceis. Em 130 anos de República, a Câmara e o Senado nunca foram comandados por mulheres. Das 594 cadeiras do Congresso, apenas 77 foram ocupadas por mulheres nas últimas eleições. No comando de negociações, as mulheres assertivas muitas vezes recebem o carimbo de bélicas e complicadas. Vanessa Canado, assessora especial do ministro da Economia, Paulo Guedes, não está imune. Ela é uma das principais negociadoras do governo no debate da reforma tributária. A assessora, de 39 anos, observa que a idade é outro obstáculo que pesa mais para as mulheres. Enquanto para os homens jovens colocados em destaque é dado o adjetivo de talentoso, para as mulheres, paira a dúvida sobre o conhecimento técnico.

No Superior Tribunal Militar (STM), Maria Elizabeth Rocha é a primeira e única ministra desde a criação da Corte por d. João VI, em 1808. Em 2014, a magistrada era vice-presidente do tribunal quando o titular se aposentou. Naturalmente, ela ascenderia ao comando, mas dois ministros se movimentaram para mudar o regimento e impedi-la.

A maioria não aceitou a manobra. "Claro que aquilo era uma discriminação de gênero", diz Maria Elizabeth. Foi durante julgamento de uma tentativa de estupro que outro episódio de machismo a marcou. Um cabo do Exército era julgado por atacar sexualmente a mulher de um oficial. Uma parte do plenário entendia que o crime não passava de uma "importunação sexual". "Diziam que a condenação do rapaz que tentou estuprá-la deixaria marcas e comprometeria sua ficha corrida", afirmou.

Primeira mulher a comandar o Superior Tribunal de Justiça, a ministra Laurita Vaz diz que, entre os 33 integrantes da instituição, somente seis são do sexo feminino. "Quando se chega ao ápice da carreira jurídica, a disputa não depende mais de provas e títulos, mas de abertura política e de reconhecimento dos próprios pares, na maioria homens, que, muitas vezes, dificultam o acesso das mulheres."

Na semana passada, a prefeita de Ilhabela, Maria das Graças Ferreira, a Gracinha (PSD), precisou pedir providências à polícia para cessar ataques racistas. A casa onde mora, o corte de cabelo e até as roupas que veste foram usados como ofensas. "A cidade já teve vários prefeitos. Ninguém nunca se preocupou se eles se vestiam bem ou mal".

No Rio Grande do Sul, Leany Lemos, secretária de Planejamento, foi barrada recentemente num evento em que acompanhava o governador Eduardo Leite (PSDB). Tentava ingressar em uma sala repleta de homens engravatados para uma importante reunião. "Isso já aconteceu várias vezes. Na cabeça das pessoas, não é um lugar de mulheres. Ouço muito: ‘Você é secretária de qual secretário?’". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O machismo que marca a sociedade brasileira e causa diversos problemas às mulheres em seus cotidianos se faz presente também no meio político, causando um distanciamento feminino dos espaços de disputa direta de poder. Essa é uma realidade refletida em números: de acordo com dados da Câmara dos Deputados, a casa legislativa conta com apenas 77 mulheres em um total de 513 deputados. 

Neste 8 de março, data que marca a celebração do Dia Internacional da Mulher, o LeiaJá ouviu mulheres engajadas na política para entender quais são os obstáculos que se apresentam no caminho daquelas que trilham uma carreira na vida pública e o que é necessário para mudar esse quadro e aumentar a presença de mulheres em postos de comando do meio político. 

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Izabel Urquiza (PSC) disputou as eleições para a Prefeitura de Olinda mais de uma vez e no ano de 2016 chegou perto de passar para o segundo turno contra o candidato (e atual prefeito) Professor Lupércio. A política já está presente em sua família há bastante tempo: sua mãe, Jacilda Urquisa, foi a primeira prefeita eleita no município. Quando perguntada sobre as razões que distanciam as mulheres da política, Izabel aponta as obrigações com o trabalho doméstico, muitas vezes incompatíveis com a rotina de uma pessoa que está em campanha ou ocupa um cargo eletivo. 

“A política exige muito da pessoa no sentido de que você não tem sábado, não tem domingo, não tem feriado, não tem noite, e isso para as mulheres é uma questão muito mais complicada, conciliar as atribuições políticas com as atribuições de casa e com as atribuições profissionais exige muito mais da mulher do que do homem. Apesar dos avanços, a gente ainda constata que as mulheres sempre tiveram mais atribuições, mas não se eximiram das tarefas de casa. Eu acho que isso faz com que muitas mulheres não tenham condições de entrar na política competindo em condições de igualdade”, declarou ela. 

Para além disso, Izabel também aponta dificuldades impostas pelas estruturas partidárias que, via de regra, beneficiam os homens em detrimento das candidaturas femininas. “As candidaturas masculinas conseguem uma articulação maior para financiamento da campanha, mesmo agora com a verba partidária, se analisar os recursos que são gastos com candidaturas masculinas, há uma disparidade muito grande. Há um movimento de mulheres compondo chapas majoritárias, mas sempre como vice. Uma mulher na cabeça de chapa é mais raro. A candidatura de Priscila Krause, por exemplo, foi uma dificuldade grande de conseguir um vice, na maioria das vezes eles querem ter o protagonismo e não colocar a mulher como protagonista”, afirmou Izabel. 

Quando questionada sobre o que falta para que as mulheres tenham mais espaço, mais recursos em suas campanhas e apoio do eleitorado feminino, Izabel aponta para a necessidade de maior estruturação das candidaturas femininas dentro das estruturas partidárias. “A gente quando vai entrar numa campanha política tem que ter a disposição da pessoa. Ninguém é candidato de si mesmo, então tem que ter o reconhecimento e a musculatura política de partidos e de pessoas envolvidas que estejam acreditando naquela candidatura, e tem também o aporte financeiro”, disse a ex-candidata. 

Izabel continua, afirmando que a falta de visibilidade para as candidaturas de mulheres diminui o conhecimento das eleitoras a respeito das ideias dessas mulheres e, consequentemente, as chances de sucesso eleitoral. 

“Quando vai para a mídia, sempre vão candidaturas masculinas. Não acho que a mulher não vota em mulher, as pessoas votam naquilo que elas veem. Se ela não vê mulheres na política, se não tem oportunidade de avaliar que aquelas mulheres defendem causas em que elas acreditam, vai votar fazendo uma política muito clientelista”, declarou Izabel. 

A deputada federal Marília Arraes (PT-PE) tentou viabilizar sua candidatura ao Governo do Estado de Pernambuco no último pleito, mas já nos últimos momentos uma movimentação interna do partido decidiu pela retirada de sua candidatura e apoio à reeleição do atual governador Paulo Câmara (PSB). Membro de uma família com tradição na política do Estado e com anos de carreira política no currículo, a deputada não hesita ao afirmar que o machismo do meio político teve peso na decisão da cúpula de seu partido. “Sem dúvida foi um episódio extremamente machista. Se fosse um homem no meu lugar no mínimo teria tido um tratamento diferente. É injusto dizer que as mulheres não querem estar na política, existem vários fatores.”, declarou a deputada.

Quando perguntada sobre as razões que levam ao distanciamento feminino dos espaços de disputa de poder e representação política, Marília faz uma análise da maneira desigual como a sociedade cria homens e mulheres desde a infância. “A sociedade faz as mulheres acharem que só serão felizes se casarem, mantiverem o casamento, forem bonitas, gera diferenças de anseios. Para o homem ser bem-sucedido a sociedade acha que ele tem que ter dinheiro, mulheres. Para a mulher, ela pode ter uma carreira, mas se o casamento acaba ou fica pouco com os filhos apontam que não foi bem-sucedida”, afirma a deputada. 

Além disso, Marília também aponta para uma hostilidade do mundo político, majoritariamente masculino, em relação às mulheres. “Quando comecei meu primeiro mandato nem mesmo tinha banheiro feminino na câmara. E na câmara federal temos dificuldade de nos integrar nas atividades mesmo eleitas com mais votos porque é de fato um ambiente masculino”, disse ela. A deputada segue o raciocínio contando que passa por situações de preconceito político no exercício do mandato frequentemente. 

“A gente passa todos os dias. Desde ser barrada todo dia na câmara porque tem espaços que só deputados podem passar, e os seguranças discretamente liberam e depois veem se está com broche ou crachá e as mulheres primeiro barra para depois olhar. Até coisas mais sérias de dificuldades partidárias. Homens mais velhos de histórias consolidadas que não aceitam uma mulher com mais destaque e popularidade que eles e não as apoiam. Eu sou mulher jovem, apesar de privilegiada, mas em todas as esferas as mulheres sofrem preconceitos”, disse ela. 

Sheyla Lima, de 55 anos, trabalha há 36 anos no Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) e também é a primeira presidenta do Sindicato dos trabalhadores de TI em Pernambuco (SINDPD-PE). O que a motivou a entrar para o movimento sindical foi o fato de trabalhar em uma categoria majoritariamente masculina e “a necessidade de ter uma representação das mulheres, que geralmente por conta das triplas jornadas não têm condições e disponibilidade de fazer movimento de classe”, de acordo com ela. 

As lutas das trabalhadoras, de acordo com Sheyla, geraram muitos ganhos importantes ao longo dos anos e houve avanço na própria estrutura sindical do Brasil, mas ainda com muitas marcas do machismo. “Para sermos ouvidas foi e é muita luta diária, recebemos 25% a menos que os homens, mesmo com o nível de escolaridade das mulheres sendo maior. Para ter o respeito muitas vezes é preciso gritar. Para sermos ouvidas, ter nossas pautas respeitadas e abraçadas, por muitas vezes só através de grandes debates, discussões, votação e briga”, disse ela. 

Dani Portela é historiadora, advogada, militante feminista e concorreu nas últimas eleições ao Governo do Estado de Pernambuco pelo PSOL. Filha de um ex-preso político da ditadura militar brasileira, ela conta que já tinha uma atuação política em outras frentes, não partidárias, mas que isso mudou a partir do ano de 2016. 

“Meu pai falece aos 86 anos sofrendo de insônia e se repetia um pesadelo que tinha vindo de uma vivência real, de gritos de uma mulher. Ele escutou isso ao longo de uma noite toda e no final ele escutou o choro de uma criança. Essa mulher e essa criança morreram e quem estava nessa prisão era o Coronel Brilhante Ustra. Em 2016 meu pai contraiu Chikungunya e entrou em coma no dia da votação do impeachment da ex-presidenta Dilma. Me peguei sentindo um misto de alívio por meu pai ter desacordado justamente naquele momento sem ter assistido o então deputado Jair Messias Bolsonaro subir no plenário e reverenciar o Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra que não foi só o pavor de Dilma Rousseff, foi o pavor na vida de muitas pessoas. Naquele leito de hospital prometi ao meu pai que eu tinha que mudar meu papel de atuação política, eu decido virar uma página e colocar o meu nome, o meu corpo, minha luta e a minha história nessa disputa”, contou ela. 

Dani aponta para dificuldades na estruturação e financiamento das campanhas das mulheres, apoio dos partidos e distribuição de tempo de TV, além do machismo estrutural da sociedade brasileira como razões que dificultam o acesso das mulheres aos espaços de poder e decisão política. Como consequência dessa lógica, segundo ela, há uma redução da atenção dos governantes para a criação de políticas públicas que atendam às necessidades das mulheres. 

“Aqui no Recife, de 39 vereadores, você tem seis mulheres. Essa caneta precisa estar na nossa mão pela alternância de poder. As mulheres precisam ocupar espaços de poder e decisão não só na política, mas profissionalmente falando. A gente precisa pensar que o feminismo acima de tudo uma grande busca por igualdade, para que a gente possa pensar numa sociedade que seja mais justa, porque uma sociedade melhor para a mulher é melhor para todas as pessoas”, declarou ela. 

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Luciana Santos (PCdoB) foi prefeita de Olinda e atualmente é vice-governadora do Estado de Pernambuco. O interesse dela por política surgiu do convívio com seu pai, que foi preso político, e de sua participação no movimento estudantil durante a universidade, quando decidiu se filiar ao partido. “O ex-presidente do partido sugeriu que eu fosse candidata a vereadora em Olinda. Era uma candidatura para construir o partido, a gente não imaginava que eu pudesse me eleger, mas fiquei como primeira suplente, viram que eu tinha vocação e nunca mais saí”, contou ela. 

Em sua trajetória, Luciana já ter sofrido com machismo no meio político. “Nos primeiros momentos para ser escutada, respeitada, para escutarem suas opiniões na política no início não é fácil. Foi um processo, uma trajetória longa de afirmação das opiniões, das ideias ditas. Nada explícito, mas é natural que você perceba posições sendo ignoradas”, afirmou Luciana, que avalia essa situação como não sendo exclusiva do meio político. “Eu penso que não só na política isso acontece em todas as áreas a mulher tem que se esforçar em dobro”, disse ela. 

O problema, na avaliação da vice-governadora, também está presente nas organizações internas dos partidos e, por mais que exista uma lei que busca reduzir a desigualdade de gênero na política, Luciana avalia que essa iniciativa não tem bastado. “Instâncias partidárias e as instituições são feitas de gente, por mais avançado que seja o programa de um partido, o machismo é cultural e histórico. Quando se faz marcos legais para promover a participação das mulheres, na prática, em Pernambuco só tivemos cinco mulheres deputadas federais na história. Quando se formam as chapas, isso se rebate porque o machismo contamina essas instituições. Passou a ser obrigatória a participação, o fundo eleitoral, o tempo de tv, mas há uma dificuldade para tirar do papel essa legislação. Essa política afirmativa tem sido insuficiente”, afirmou ela. 

De acordo com a cientista política Priscila Lapa, o distanciamento das mulheres do meio político se dá, em grande parte, por uma questão cultural fortemente estabelecida de um processo histórico de definição de papéis. “Política é um espaço de exercício de poder, é como se esse papel fosse naturalmente atribuído aos homens, isso não fomentou nos quadros políticos a participação das mulheres. Isso se reflete não só no número de candidaturas, mas no número de mulheres que chefiam mulheres. Tem um viés de cultura comportamental. A gente não passa a imagem de que as mulheres podem ter carreiras de chefia, de poder. Essa é uma das principais barreiras, se você não forma pessoas para uma tarefa elas não vão se ver ali”, explicou ela. 

Além disso, o modo como se formam não somente as chapas e lideranças políticas também tem interferência nesse processo. “A formação dos partidos tem clãs, famílias, isso causa esvaziamento ideológico e acaba não dando espaço às mulheres. Geralmente quando a mulher tá na política é como herança de um homem na família, mas o acesso das mulheres não é pela mesma via dos homens, de ocupar os espaços. Não é algo que é conquistado com essa mesma naturalidade”, explicou a cientista política. 

A associação da figura feminina com assuntos ligados ao cuidado e não a uma posição de liderança é outra questão que, na visão de Priscila, gera o preconceito no ambiente político, uma vez que além de ser dominada por homens, a disputa política exige da mulher características que a sociedade enxerga como tipicamente masculinas. 

“Normalmente a mulher vai cuidar da saúde, educação, assistência social. Desenvolvimento, infraestrutura, são áreas vistas como masculinas em que as mulheres não se saem bem. As mulheres tão se tornando candidatas competitivas mesmo com problemas. É como se ela tivesse que provar competência duas vezes, conseguir ser racional, falar grosso, firme. Quando se tem essa presunção de que não vai dar certo, se acha que ela vai ser engolida. Os papéis que tem que ser exercidos na política tem que corresponder aos papéis que precisam ser exercidos na sociedade”, declarou a especialista. 

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Em mensagem divulgada pelo Twitter, o presidente Jair Bolsonaro faz referência ao Dia Internacional da Mulher, celebrado neste domingo (8).

"Em nome da Sra. Olinda Bonturi Bolsonaro, minha mãe que fará 93 anos dia 28 de março, saúdo todas as mulheres do nosso Brasil", escreveu o presidente, antes de concluir com citação de "Provérbios 14:1" - "A mulher sábia edifica o lar".

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As mulheres têm conquistado cada vez mais espaço e garantido seu lugar de fala na sociedade derrubando estigmas e preconceitos arraigados há gerações no comportamento de todo o mundo.  A luta feminista, no entanto, é constante e feroz, uma vez que os princípios patriarcais e machistas estão impregnados no cotidiano, muitas vezes de forma velada. 

Até mesmo expressões linguísticas corriqueiras, ditas e repetidas - por homens e até mesmo mulheres - carregam consigo níveis de machismo e preconceito que, às vezes, nem são percebidos devido à sua banalização. O aplicativo de idiomas Babbel convocou linguistas de 12 diferentes países para analisar os termos mais falados, nesse sentido, em seus idiomas, e montar uma lista de frases machistas que são proferidas em larga escala, diariamente, ao redor do planeta.

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O objetivo é apontar as 'falhas' nessas sentenças alertando para questões semânticas que influenciam na formação cultural de cada sociedade, perpetuando o machismo e até mesmo, o naturalizando. Confira. 

Brasil

Como uma mulher tão bonita como você está solteira?

Obviamente, essa frase implica que apenas mulheres feias ficam solteiras – como se a opinião dos homens sobre estética feminina tivesse o poder de decidir seu status civil. Nem os próprios homens saem ganhando com esta frase, já que ela comunica que eles são tão fúteis ao ponto de basearem suas escolhas apenas em aparências.

Mulher tem de se dar ao respeito

Esta afirmação significa que mulher que se preze tem de se portar e se vestir de uma certa maneira para ser respeitada por homens. Caso contrário, ela corre o risco de ser considerada vulgar e não digna de respeito – o que acaba justificando assédios e até estupros. “A frase é muito usada para tentar transferir a culpa de ações como essas, inclusive as criminosas, minimizando a responsabilidade de quem realmente cometeu a agressão. É bom lembrar que essa cultura de culpabilização da mulher é tão forte que também é reproduzida por mulheres”, diz Camila Rocha Irmer, linguista brasileira da Babbel.

Comporte-se como uma mocinha

Esta frase geralmente é usada para ensinar "boas maneiras" a meninas. “Comportar-se como uma mocinha” significa ser obediente, quieta e graciosa, implicando que qualquer outro comportamento fora desse escopo não é adequado e deve ser condenado.

Mal-amada

O termo, que é usado apenas para mulheres, pretende “descrever” a atitude de uma mulher usando uma suposta causa – falta de afeto masculino. Contudo, quando o mal-humorado é um homem, ele é o dono do próprio estado emocional/ atitude – e nunca um mal-amado. Já a expressão “mal-amada” sugere que um homem, ou a falta dele, teria o poder de moldar a personalidade feminina.

Mulher de malandro

A expressão normaliza a violência doméstica ao subestimar um assunto sério. Usar o termo, que se refere à mulher que apanha mas não larga o marido, é colocar na vítima a responsabilidade pela violência sofrida, absolvendo o agressor. Chamar alguém de "mulher de malandro" é ignorar os motivos que a fazem ficar em uma relação abusiva: falta de condições econômicas para criar as crianças sozinha, falta de apoio das pessoas ao redor, medo de ser assassinada pelo marido, etc. Quando está presa em uma relação abusiva, muitas vezes nunca consegue se libertar porque o abusador a humilha e a diminui até aniquilar a força e a autoestima necessárias para que consigam sair da relação.

Argentina

Sabes cocinar, ahora ya te podes casar (significado: sabe cozinhar, agora já pode se casar).

Apesar de já estarmos em 2020, esta frase remonta à primeira metade do século passado, quando as mulheres eram majoritariamente donas de casa. Contudo, ela continua sendo repetida não só na Argentina, mas no Brasil e em muitos outros países.

Chile

Con ese carácter, nadie te va a aguantar (significado: com essa personalidade, ninguém vai te aguentar)

Esta frase tem a ver com o termo “mal-amada” em português. Mais uma vez, mulheres que apresentam opiniões fortes e não são sempre “doces” acabam sendo vistas como desagradáveis – o que supostamente as impediriam de ter um parceiro.

Colômbia

Eso fue que se lo dio al jefe (significado: ela deve ter dormido com o chefe)

Apesar de o mercado de trabalho estar cada vez mais igualitário, esta frase, que ainda é muito proferida, denuncia o longo caminho que ainda é preciso percorrer. “Eso fue que se lo dio al jefe” supõe que uma mulher só chega a ser bem-sucedida se dormir com seu próprio chefe. “A verdade é que a persistência da desigualdade salarial e o abuso generalizado de mulheres dentro e fora do trabalho destacam desigualdades profundamente enraizadas – tanto na sociedade quanto na linguagem” comenta David Marín, linguista colombiano da Babbel.

Espanha

A los hombres se les conquista por el estómago (significado: homem se conquista pelo estômago)

Esta frase remonta à argentina Sabes cocinar, ahora ya te podes casar. As duas impõem a ideia de que mulheres precisam cuidar dos homens. Do contrário, não são “boas mulheres”.

Itália

Tanto a voi basta aprire le gambe (significado: você só precisa abrir as pernas)

No mesmo sentido da colombiana Eso fue que se lo dio al jefe, esta frase, ainda muito usada na Itália, anula a capacidade profissional e intelectual das mulheres em alcançar seus objetivos.

França

C'est une affaire d'homme (significado: isso é negócio de homem)

Geralmente usada para excluir mulheres de assuntos intelectuais ou sobre negócios. Um exemplo é quando uma mulher tenta participar de uma conversa, mas é bloqueada com esta frase. Esse “não é da sua conta” subestima, mais uma vez, a capacidade intelectual da mulher, além de cancelar sua opinião sobre certo tema.

Alemanha

Bis du heiratest ist das weg (significado: quando casar passa)

Também na Alemanha, quando uma garotinha se machuca ainda dizem “quando casar passa” – como se o casamento fosse eliminar todas as dores de sua vida. 

Reino Unido

Man up (significado: seja homem!)

Esse imperativo é usado para exigir que alguém se endureça e enfrente as coisas de frente. A frase implica que só através da masculinidade é possível vencer desafios.

Estados Unidos

Bubbly (tradução literal: espumante/ com gás)

O termo é usado para descrever um suposto traço de personalidade feminina extrovertida, que é feliz, bobo, comunicativo, mas sem conteúdo. O fato de bubbly não ser usado para homens, por si só, já denuncia o problema.

Austrália

Don't be such a girl (significado: não seja um mariquinha)

Frase frequentemente dita a meninos, comunicando que sensibilidade e tristeza são traços de fraqueza reservados a meninas. 

Nova Zelândia

 

Cook the man some (fucking) eggs (tradução literal: cozinhe alguns ovos para o homem!)

Esta é uma frase de um filme da Nova Zelândia chamado Once were warriors. Nele, um personagem masculino ordena sua esposa a cozinhar alguns ovos para o amigo dele. Ela se recusa e o marido a agride violentamente. Desde então, é usado na popularmente com o significado "faça algo por mim". Contudo, seu uso como piada minimiza a gravidade da violência doméstica.

*Com informações da assessoria

O Atlético-MG divulgou um vídeo nesta quinta-feira para amenizar a polêmica sobre a atitude machista da mascote do clube no último domingo. Nas imagens, o Galo Doido, um símbolos do time, assina uma carta de desculpas e vai ao treino da equipe feminina para entregar às jogadoras a mensagem e ressaltar que houve um aprendizado, apesar do impacto negativo do episódio.

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No final de semana, o Atlético-MG apresentou no estádio do Mineirão o time feminino à torcida e a mascote fez a zagueira Vitória Calhau dar uma "voltinha" para poder olhar o corpo da atleta. A atitude teve uma repercussão negativa. A diretoria anunciou primeiramente o afastamento do funcionário que atua como Galo Doido e lhe deu uma advertência.

Depois disso, os canais oficiais do clube gravaram uma reportagem em que a mascote escreve uma carta de desculpas e entrega cópias para cada uma das jogadores do elenco feminino. Alvo da atitude machista, Vitória também recebeu a mensagem, ficou emocionada e aceitou o pedido de desculpas do Galo Doido.

"Percebi que é uma carta que precisa ser dirigida à toda sociedade. Sempre representei a alegria e jamais tive a intenção de constranger alguém. Mas os tempos mudaram. E ainda bem que mudaram. Peço desculpas de coração, falo sobre reconhecer um erro, se arrepender e mudar. Não é da boca para fora, é porque realmente aprendi", disse o texto lido em voz alta pela jogadora.

A mascote se ajoelha diante de Vitória para pedir desculpas e, na carta, relata que aprendeu uma lição. "Sei que aprendi de uma forma difícil, mas acredito que posso evoluir e essa é uma grande oportunidade para que todos nós possamos melhorar e entender que o respeito está acima de tudo", escreveu.

Depois de apresentar o seu uniforme com modelos de biquíni em 2016 e de colocar jogadoras do time profissional como gandulas em jogo do Campeonato Mineiro deste ano, o Atlético-MG voltou a ter o seu nome envolvido em uma polêmica sobre machismo e assédio. Na apresentação do elenco do time feminino para a temporada, a mascote do clube, o "Galo Doido", no domingo, no estádio do Mineirão, fez a zagueira Vitória Calhau dar uma "voltinha" para olhar o corpo da atleta.

Pelas redes sociais, a namorada da jogadora se manifestou. "A reação dele esfregando as mãos e passando a mão na boca me dá nojo, já me incomodaria sendo uma pessoa que não conheço, mas me incomoda mais ainda sendo minha namorada. São atletas profissionais, estão ali pela profissão, serem reconhecidas como jogadoras não por corpo ou beleza!", disse Lorraynne Macedo, atleta do Flamengo.

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Em nota, o Atlético-MG lamentou o ocorrido e disse que o funcionário que dá vida ao "Galo Doido" foi "sumariamente afastado" de suas funções. "O Atlético-MG lamenta e repudia o comportamento do funcionário, que foi sumariamente afastado. Pedimos desculpas à atleta, às demais jogadoras e a todas as torcedoras e torcedores pelo lamentável ato".

O fato ocorreu durante o intervalo da partida que terminou em derrota do Atlético-MG para a Caldense por 2 a 1, em confronto válido pela sexta rodada do Campeonato Mineiro. No mesmo evento, o centroavante Diego Tardelli foi apresentado aos torcedores para sua terceira passagem pelo clube mineiro.

Já o time feminino do Atlético-MG estreia no Campeonato Brasileiro A-2 no dia 15 de março, em casa, contra o Vila Nova-ES. Local e horário dos jogos da competição serão divulgados pela CBF.

RECORRENTE - No começo desta temporada, o Atlético-MG foi criticado por colocar seis atletas do time profissional como gandulas na vitória da equipe sobre o Tupynambás por 5 a 0, pelo Campeonato Mineiro. O clube alegou que o convite para a função também foi feito para os jogadores do time masculino sub-20. Como as jogadoras dividem o mesmo espaço de treinos, tanto masculino como feminino tiveram as mesmas oportunidades.

Em 2016, o time alvinegro também se envolveu em polêmica ao lançar o seu uniforme com modelos trajando biquínis. Para piorar, nas instruções de lavagem, a empresa Dry World colocou como instrução: "Dê para sua esposa". Na época, o presidente Alexandre Kalil, atual prefeito de Belo Horizonte, tentou deslegitimar a discussão gerada: "Num país com tanta roubalheira, implicar com bunda de fora parece sacanagem. Esse assunto já deu", escreveu em seu Twitter.

José de Abreu voltou a cair na boca do povo e seu nome figurava como um dos mais comentados no Twitter, na manhã desta terça (4). O motivo, uma entrevista que ele concedeu na qual reforçou suas duras críticas à atual secretária da cultura, Regina Duarte, e rebateu as acusações de que seria machista e misógino. Em sua fala, o ator diz ser contra o fascistas, independente do gênero, e afirma que "vagina não transforma fascista em ser humano".

O ator José de Abreu tem tecido duras críticas à sua ex-colega de profissão, Regina Duarte, desde que ela aceitou o convite do presidente Jair Bolsonaro para assumir a Secretaria Especial da Cultura. Desde então, ele tem usado as redes sociais e dado entrevistas afirmando que irá "desmascarar" a ex-atriz e que ela não se lembra "de quantos gays lhe tiraram as rugas, coloriram seus cabelos brancos e criaram figurinos para esconder suas banhas".

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Acusado de ser machista e misógino após as declarações, José de Abreu voltou a se manifestar e, em entrevista ao jornal Folha de São Paulo manteve sua posição. O ator garantiu ter conversado com figurinistas, maquiadores e camareiros da Rede Globo - todos homossexuais - assegurando que eles estão muito preocupados com o apoio de Duarte a um "presidente homofóbico", e que seriam deles as falas em relação às rugas e "banhas": "Aquilo que eu postei não é uma criação minha. As pessoas me ligam apavoradas. Como pode uma atriz participar de um governo desse? É um negócio de louco", disse.

Ele também se defendeu garantindo não ser machista e colocou não ser possível defender "fascistas", independente de seu gênero: "Eu não tenho o menor respeito. Para mim não interessa se é homem ou mulher. Não pode. Não há como considerar o fascista um ser humano. Fascista não tem sexo. Vagina não transforma mulher em um ser humano. Assim como o pênis não me transforma em um machista misógino". 

O clima está tenso entre Lexa e Pitty, que, na última sexta-feira, dia 15, se apresentaram em uma festa universitária em São José dos Campos, no interior de São Paulo. Isso porque, durante o show, a funkeira criou a maior polêmica ao relatar um suposto caso de machismo por parte da equipe da roqueira e, de quebra, alegar que foi expulsa quando tentava assistir a performance da colega.

- Eu sou muito fã dessa mulher que é maravilhosa e guerreira. Lutou pelo seu espaço no meio do rock, que é tão difícil, e ela como mulher representou. Mas eu preciso falar sobre a equipe dela que foi muito grosseira. Quis ver um show dela aqui do cantinho, e aí me tiraram do palco. Até aí tudo bem. Fui expulsa? Fui. Ok. O problema não é esse. Disseram que eu não poderia pular, eu entendi, começou Lexa.

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Em seguida, ela falou que as bombeiras que trabalhavam no local foram maltratadas pela equipe de Pitty:

- A equipe de bombeiros foi maltratada. Tiveram que mudar de lugar para a Pitty poder fazer o show. Sinceramente. Eram duas mulheres, bombeiras, que estão aqui no canto, e que merecem respeito. Eu não estou aqui por mim não, estou por elas. Atendi as duas no camarim e elas me relataram isso. Nem ia falar sobre. Mas estou aqui para defender as mulheres.

Por fim, Lexa encerrou o discurso no palco mandando um recado para a roqueira:

- Sei que a Pitty não tem nada a ver com isso, mas ela precisa analisar essa situação. Mulheres precisam ser respeitadas. É isso.

A declaração deu o que falar e não demorou até que Pitty se pronunciasse. Ao responder alguns internautas, primeiro ela declarou:

Eu apurei e não teve nada disso. Estão querendo caçar confusão onde não tem.

Porém, após a intensa repercussão, voltou a atrás e disparou o maior textão. Confira:

Sororidade seria ela ter vindo falar diretamente comigo caso algo realmente tivesse acontecido, e não me exposto sem fundamento. Não teve machismo. Ela estava em uma área que não podia ficar por conta de fiação e segurança. Minha equipe tentou levá-la para o outro lado do palco onde era seguro, e ela entendeu errado. Como a mesma já disse, foi um mal entendido.

E continua:

Cansei de ficar aqui tentando proteger ela e passar pano para uma atitude antiprofissional e que gerou essa confusão toda. Isso sim, é sororidade. E agora, chega. Eu vivo, há mais de 16 anos de música e não de polêmica. Beijos de luz, finalizou.

É claro que, rapidamente, Lexa rebateu o comentário de Pitty e reforçou que apenas tinha saído em defesa das bombeiras:

Não, a equipe dela não tentou fazer isso não, tanto que quando eu voltei pro camarim o segurança dela estava discutindo feio com o meu, mas como eu disse, se fosse só comigo, eu não teria falado nada. A questão toda foi que duas bombeiras que viram a situação vieram relatar o que tinham vivido pra mim imediatamente. Por isso eu achei que tinha que falar mesmo, elas me disseram: Falaram que quando ela passasse aqui não era nem pra olharmos pra ela, começou.

Quero deixar muito claro que quando eu falei no palco eu tomei todo o cuidado do mundo, comecei elogiando a Pitty e só me referi a equipe por conta de duas mulheres que foram constrangidas. Se vocês tivessem conversado com elas, entenderiam minha posição de defendê-las. Só isso. Eu senti por outras mulheres. Eu cheguei uma hora mais cedo no show só pra assistir o show da Pitty, viemos na van cantando as musicas dela e como falei: Eu nunca, jamais feri a honra da Pitty, não teria essa coragem, só me referi há homens que precisam e devem saber se comportar com uma mulher, rebateu a funkeira.

A deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) tem sido atacada desde que, em meio à crise de seu partido, foi destituída da liderança do governo no Congresso Nacional. As ofensas vêm, inclusive, de antigos aliados. E estão sendo feitas justamente no ambiente que foi fundamental para que ela obtivesse votação recorde em 2018: as redes sociais. "Sofro ataques machistas e canalhas de um grupo do qual Eduardo e Carlos Bolsonaro fazem parte", afirma.

A parlamentar diz estar enfrentando o machismo pela primeira vez agora e acrescenta que se trata de algo tão "cafona" quanto o feminismo. "Eu vejo o feminismo como um machismo de sinal contrário", diz. "A veia boa do início do feminismo foi distorcida demais."

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Deputada mais votada da história do País, com mais de 1 milhão de votos, Joice pode deixar a Câmara Federal em breve. Ela é pré-candidata à Prefeitura de São Paulo pelo PSL. "Eu só declinaria da candidatura à Prefeitura para algo maior. Algumas pessoas do meu partido já estão me procurando com essa intenção", revela.

A seguir, os principais trechos da entrevista:

A senhora é uma mulher que se posiciona, que sempre trabalhou fora, que se diz pai e mãe dos filhos. Com esse papel de força, por que não defende o feminismo?

Eu vejo o feminismo como um machismo de sinal contrário. Como eu acho o machismo cafona, eu acho o feminismo cafona. A veia boa do início do feminismo foi distorcida demais, acabou virando um jogo de mulheres contra homens. Eu sou contra isso. A gente não tem de ser contra ninguém: é chegar, ocupar nosso espaço, pronto e acabou. Acho que a gente precisa refundar o movimento feminino no mundo todo, não só no Brasil, para conseguir valorizar o que a mulher tem de fato. Se houver uma 'refundação', posso até entrar nisso, mas para ser um movimento feminino. E não uma guerrinha de sexos.

A senhora falou que o feminismo perdeu a veia boa. Qual seria essa veia?

Lá atrás, houve vitórias como a conquista do voto, por exemplo. Mas isso não pode ser atribuído ao movimento feminista. E sim ao movimento de mulheres. Não havia naquele grupo só feministas. Estavam ali também donas de casa, que queriam cuidar do marido e dos filhos. Hoje, no entanto, vejo mulheres sendo criticadas porque querem se dedicar ao papel de mãe. Ou seja, o movimento feminista acaba ridicularizando mulheres que não optam por esse lado mais duro. Não conheço mulher mais dura e firme do que eu. Mas tenho de mesmo de ser feminista? Não, porque eu sou liberal e não quero impor nada para ninguém.

A senhora considera que já sofreu ataques machistas?

Nunca tinha sofrido nenhum ataque machista. Nunca houve um único caso, uma única gracinha na Câmara. Por quê? Porque eu cheguei com a alma preparada para enfrentar o que der e vier. As ofensas começaram agora. Eduardo Bolsonaro e Carlos Bolsonaro fazem parte do grupo que me ataca nas redes sociais. São mais do que ataques machistas, são canalhas. Emojis de porco, postagens me associando à (personagem de desenho animado) Peppa Pig, montagens.

Considera que o presidente Bolsonaro e seus filhos são machistas?

Não vi nenhuma manifestação pública do Flávio, por enquanto. Internamente, é outra coisa. O presidente também não falou nada. Prefiro dar a ele o benefício da dúvida de que é contra tudo isso que está acontecendo.

Apenas 15% dos cargos em disputa nas eleições do ano passado foram conquistados por mulheres. Como avalia a situação?

Quando você faz um comparativo, as mulheres são mais preparadas do que os homens em relação a estudo. Porém, ainda falta para algumas delas o preparo de alma. O preparo de coração, de vontade, de querer entrar na guerra, ir à luta e ganhar. Então, essa questão de cota me incomoda um pouco. Para mim, o mais importante é convencer a mulher de que ela deve entrar na política porque quer, para entregar algo para o País. Sou a prova viva de que não é preciso ter cotas. Fiz minha carreira sozinha no maior colégio eleitoral do País e trouxe mais quatro (deputados) comigo.

Como fazer para que mais mulheres ocupem espaço na política institucional? O que falta para que isso ocorra?

Financiamento é importante, mostrar a comunicação para mulher, o fazer campanha olho no olho. Por outro lado, nem acho que esse mundo (da política) seja tão masculino assim. Se eu estou em um lugar que tem cem homens e só eu de mulher, não me sinto intimidada. Por mim, tanto faz quanto tanto fez. Quebrar isso com o exemplo é o melhor caminho. Essa mulher que está aqui, brigando na Câmara, gosta de um batom, de unhas feitas, de um cabelinho escovado. É menina como todas elas. Mas que chegando aqui tem um papel de mulher forte.

Os últimos governos foram criticados pelo fato de contarem com poucas ministras. Qual a sua visão sobre o tema?

Não gosto dessa observação, como se você tivesse de ter uma cota. Mas os governantes precisam olhar um pouco mais para as qualificações das mulheres. Não venham me dizer que, para a formação de uma equipe ministerial, não há mulheres excepcionais no mercado. Nós temos mais tendência à conciliação, a conversar, a ouvir o contraditório, a não perder a paciência. A mulher pode usar na política a sensibilidade feminina e a força que tem para gerar e criar filhos.

Se existem mulheres conciliadoras e com currículo excepcional, por que não são escolhidas?

Você está perguntando para a pessoa errada. Precisa perguntar para quem nomeia. Particularmente, gosto de trabalhar com mulheres para algumas funções e não para outras. A questão do jeitinho da mulher e do jeitão do homem ajuda em alguns momentos. Para assessoria de comunicação, gosto de trabalhar com mulher, tem o jeitinho para falar com repórter. Mas meu motorista é homem.

Como é feita a articulação da bancada feminina, da esquerda à direita? Existe essa união?

A bancada feminina é organizada, é única, funciona bem quando as pautas não são polêmicas. Quando são, existe uma divisão até por causa da orientação partidária. Em temas de costumes, há divisão. Agora, em outras pautas a mulherada se junta. Define qualquer votação. São 77 mulheres. É maior do que qualquer bancada e consegue decidir o que quiser na Câmara.

A senhora tem um projeto de lei para endurecer a Lei Maria da Penha. Que outras pautas quer propor em prol das mulheres?

Não gosto de fazer pauta específica para mulheres, homens e crianças. A gente tem de pensar no Brasil. As minhas pautas são nacionais, como o combate à corrupção, a segurança pública… O meu projeto (PL 11/2019; a proposição está aguardando parecer na Comissão de Segurança Pública da Câmara) para mexer na Lei Maria da Penha não é uma pauta feminina. É pauta humana, em defesa das pessoas que estão sendo mortas no País. Há levantamentos mostrando que, após denunciarem a agressão, algumas mulheres são espancadas, violentadas e até mortas quando voltam para casa. E isso é feminicídio. Quero que o delegado possa analisar o caso e conceder medidas protetivas imediatamente.

A crise do PSL afeta seus planos de disputar a Prefeitura de São Paulo? A pré-candidatura está mantida?

Está totalmente mantida. A minha disputa pela Prefeitura de São Paulo é fundamental para barrar o plano da esquerda de voltar à Presidência. Está na hora de as paulistanas se orgulharem da mulher que comanda a Prefeitura. Eu só declinaria da candidatura por algo maior. Algumas pessoas do meu partido já estão me procurando com essa intenção.

O que seria algo maior?

Aí vocês interpretam da maneira como quiserem. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A cosmetologista paulista Mariah Fernandes é o rosto e o corpo que ilustram a capa da Playboy em Portugal neste mês de setembro. Em suas redes sociais, ela celebrou o trabalho internacional e mostrou a dedicatória especial que fez em um dos exemplares da publicação para o presidente de seu país, Jair Bolsonaro, segundo ela, o "maior machista do Brasil". 

Mariah Fernandes estampa as páginas e a capa da revista portuguesa sem nunca ter posado para nenhuma publicação brasileira. Em entrevista à Playboy, ela explicou porque preferiu fazer seu ensaio sensual em terras internacionais: "O Brasil é um país machista e somos liderados por um cara machista e homofóbico". 

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Complementando sua fala à revista, Mariah fez uma publicação em suas redes sociais mostrando a dedicatória que fez em um dos exemplares ao presidente Bolsonaro. Na legenda, ela falou sobre o seu protesto: "Muitos me questionaram se eu posaria nua no Brasil, sempre achei o Brasil país machista e hoje somos governados por um. Aqui meu protesto em forma de dedicatória ao maior deles".

A deputada federal e presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, rebateu a afirmação do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, sobre a agressão de homens contra mulheres.

Moro sugeriu que homens violentam mulheres porque se sentem intimidados com o crescente papel delas na sociedade. Em resposta, Hoffmann classificou como ‘vergonhosa’ o posicionamento do ministro.

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“Não, Moro, homens agridem pela cultura patriarcal, que coisifica as mulheres. Acham que são superiores, que são donos... O ministro da Justiça relativizar o machismo e a misoginia é vergonhoso”, afirmou a petista nesta quinta-feira (8).

A parlamentar aproveitou para pontuar dados de feminicídio no Brasil. “Nos últimos três anos, o feminicídio matou 12 mil mulheres e quase 900 mil pediram medida protetivas, sem falar no estupro e na violência psicológica. E as mulheres intimidam os homens?”, questionou.

Britto Jr., ex-apresentador do reality show 'A Fazenda', causou mal estar nesta terça-feira (23) após citar o nome de Luana Piovani. O jornalista compartilhou uma notícia sobre a atriz, e gerou revolta ao opinar sobre a vida de solteira dela. Na rede social, Britto escreveu que Luana, que recentemente se separou do surfista Pedro Scooby, precisa de um homem ao seu lado.

"A bela Luana Piovani que me perdoe, mas ela está precisando de um homem de verdade em sua vida. Eu sei que está cada vez mais difícil, com tantos caras virando maricas. É direito deles, mas mulheres maravilhosas acabam ficando sem parceiros, por falta de héteros no mercado", declarou.

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Depois que publicou a mensagem, diversos usuários do microblog acusaram Britto Jr. de machismo e homofobia. "Nossa, eu achei que você era mais que isso. Que comentário preconceituoso e triste", comentou uma internauta. Em resposta a ela, Britto soltou: "Preconceito mudou de lado. Nós, héteros, viramos minoria. Não tenho nada contra quem pensa o oposto, nada. Cada qual que faça o que quiser com seu corpo, sua vida. A questão é que o preconceito agora parte da nova maioria, ao não admitir o pensamento da nova minoria".

Minutos depois, Britto continuou opinando sobre a postagem que havia feito em relação a Luana e ao público LGBT. "LGBTs não aceitam homens que gostam de mulher. É tão normal quanto às preferências de vocês. Nada contra. Mas continuo gostando de mulher", disse. Nesta quarta-feira (24), o nome do jornalista alcançou o primeiro lugar dos TTs na rede social.

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O Goiás está perto de lançar seu uniforme para a temporada 2019. O teaser do novo padrão, porém, viralizou por outros motivos: uma acusação de machismo.

O vídeo mostra imagens de mulheres em poses sensuais usando a camisa esmeraldina. Nas redes sociais, alguns internautas acusaram o clube de objetificar o público feminino. 

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"X vídeos tá patrocinando vocês é?", postou uma usuária do Twitter. Outras críticas seguiram: "Tanto debate sobre Mulher de Arquibancada, e vocês fazem essa palhaçada mantendo padrões dentro do futebol Brasileiro com viés machista. Ridículos!"; "As minas brigam tanto pra serem aceitas e respeitadas no futebol pra vir o clube e sexualizar desse jeito. Que retrocesso."

Confira o vídeo:

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Quem acessou o Twitter no início da semana com certeza se deparou com a polêmica envolvendo a gamer e influencer Gabi Cattuzzo, uma das vozes femininas expressivas dos streamings de jogos brasileiro. A influenciadora chegou aos trend topics da rede social após a repercussão de um tuíte em que dizia que “homem é lixo”, como resposta a um usuário que fez um comentário de cunho sexual em uma foto sua. O problema é que os seguidores da gamer não gostaram da resposta dada por Gabi e começaram a hostilizá-la na rede social.

Ação e reação

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A história se desenrolou quando a influenciadora postou em sua conta no Twitter uma foto montada em um touro mecânico. Um de seus seguidores, em seguida, comentou na imagem: "pode montar em mim à vontade". Irritada com a frase de mau gosto a gamer escreveu: "Sempre vai ter um macho f*dido para falar m*rda e sexualizar mulher até quando a mulher tá fazendo uma piada, né?" e terminou com um "É por isso que homem é lixo".

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A última frase gerou revolta entre seus seguidores que tentaram argumentar contra a generalização da gamer, mas ela defendeu seu argumento afirmando que “homem que não é ‘merda’ é exceção”. 

Após o tuíte, Gabi passou a receber xingamentos e ameaças pessoais e à sua família. Vários internautas passaram a pedir que o contrato da influenciadora com a Razer, empresa de hardware que patrocinava a jogadora, fosse encerrado. O posicionamento da empresa quanto à polêmica envolvendo a garota, que era uma das embaixadoras de seu material, foi de postar um comunicado na mesma rede social anunciando que não renovará o contrato com a gamer.

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Famosos contra o assédio 

Em resposta a atitude da empresa e as reações dos usuários na internet, diversas personalidades do mundo Geek saíram em defesa de Gabi.

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