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A diferença na participação e remuneração das mulheres no mercado de trabalho ainda existe, mas dados mais recentes da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério do Trabalho, revelam que os números aumentaram nos últimos anos. Segundo o estudo, a participação feminina passou de 40,85%, em 2007, para 44% em 2016.

E quando o assunto é ganho salarial a notícia também é positiva. Isso porque, no período analisado, a diferença salarial diminuiu de 17% para 15%. Em 2007, o rendimento dos homens era R$ 1.458,51 e das mulheres R$ 1.207,36. Já em 2016, a média salarial masculina era de R$ 3.063,33 e a feminina, R$ 2.585,44.

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Atualmente, o Distrito Federal é a única unidade da federação onde o rendimento das mulheres é maior do que o dos homens. O contrário acontece em São Paulo, onde foi registrada a maior diferença salarial entre gêneros. Conheça outros destaques revelados pela Rais:

Escolaridade 

- Mulheres são maioria entre os trabalhadores com ensino superior completo 

- Em 2016, elas representaram 59% dos profissionais com vínculo empregatício

Setores

- Equilíbrio ocorre apenas no setor de Serviços: 48,8% da participação é feminina e 52,2% é masculina

- Administração Pública é o único setor econômico em que as mulheres são maioria

Estados 

- Roraima (49,3%), Amapá (47%) e Acre (46,7%) são os estados com menor disparidade de participação no mercado de trabalho

- Alagoas e Pará têm a menor desigualdade salarial entre homens e mulheres

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"Diga aos soldados: há uma nova ordem. Não te mataremos. Dispararemos na vagina". Isso foi o que disse o Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, incitando para que os militares disparassem na parte íntima das mulheres integrantes de um grupo terrorista do país. Tal declaração acabou repercutindo mal e gerando revolta por organizações locais e internacional.

Esse depoimento foi dado no último dia 7 de fevereiro, no entanto seu conteúdo só foi revelado hoje, numa transcrição oficial. A explicação para o que foi dito, é que as mulheres "sem vagina, seriam inúteis", revelou o chefe de Estado. a Human Rights Watch (HRW) qualificou esses comentários como "misógino".

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Com apurações do Uol, Em outro comunicado, a organização feminista filipina Gabriela comentou que Duterte "fomenta abertamente a violência contra as mulheres, contribui para sua impunidade e se confirma como o macho fascista mais perigoso no governo neste momento".

Essa não é a primeira vez que algo do tipo repercute contra o Presidente das Filipinas, que é acusado de ser mulherengo, manter discursos fora do tom, sexistas ou depreciativos contra as mulheres.

Uma postagem feita em um site carioca promete pagamento de R$ 10 mil para quem se oferecer para jogar ácido sulfúrico em mulheres declaradamente feministas. O relato foi feito por seguidoras de Gleide Davis, que mantém a página Feminismo Sem Demagogia no Facebook. Além da promessa de pagamento, o site também disponibiliza dados pessoais dos alvos, como endereço, telefone e até faturas de cartões de crédito.

A postagem foi feita no site Rio de Nojeira pelo usuário identificado como ricwagner1, que alega que a agressão é a “cura” para o feminismo. Esse tipo de atitude faz parte de uma prática antiga indiana que usava esse método como punição para mulheres adúlteras. A venda de ácido sulfúrico foi restrita em 2013 no país asiático, após o aumento no número de ataques a mulheres com a substância. O composto químico pode cegar, deformar a pele e levar à morte.

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O agressor afirma que haverá pagamento de bônus para aqueles que acertarem os olhos das vítimas. Em seu perfil nas redes sociais a ativista Gleide Davis, que mora em Salvador, disse que apesar de chocantes, as ameaças não são novidade e que ela também sofre constantemente injúrias raciais por também participar do movimento negro. “Perseguições políticas sempre acontecerão neste cenário, e 2018 promete ser um ano muito difícil para a esquerda. Mas nós não podemos deixar de nos manifestar por conta dessas perseguições”, conclui Gleide.

A Prefeitura do Recife pode passar a ter que destinar um percentual mínimo do orçamento destinado para publicidade e propaganda institucional à campanhas contra o machismo. A medida será adotada caso a Câmara dos Vereadores aprove um projeto de lei, de autoria do vereador Ivan Moraes (PSOL), que prevê a mudança. 

De acordo com o texto, a cota mínima deve ser de 20% a partir do previsto pela Lei Orçamentária Anual (LOA). A proposta diz que as campanhas serão baseadas na legislação de defesa da mulher e voltadas para a conscientização ao respeito do gênero, além do combate à violência e ao assédio.

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"Hoje em dia, infelizmente, a mulher quase sempre é retratada em campanhas publicitárias diversas de forma submissa ou objetificada. A reprodução dessas lógica machista na televisão, rádio e grandes meios de difusão contribui para que milhões de mulheres sigam enfrentado uma grave realidade de opressão, assédio, violência e desigualdade”, justifica Moraes em seu projeto. 

Após a reportagem do LeiaJa.com que traz casos de mulheres vítimas de algum tipo de violência que ao chegarem à delegacia para realizar a denúncia foram destratadas, a Polícia Civil enviou um posicionamento através de nota. “O atendimento de excelência, humano e sem julgamento, nas Delegacias da Mulher - e também nas demais delegacias do Estado - é uma constante preocupação da PCPE”, diz o texto. 

De acordo com a Polícia Civil, de janeiro até o mês de novembro deste ano, 30.182 mulheres prestaram queixas contra agressões físicas, verbais, psicológicas e sexuais em Pernambuco. Desse número, três foram vítimas de feminicídio. 

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Foram solicitadas pelas onze Delegacias Especializadas da Mulher do Estado, 5.176 Medidas Protetivas até novembro deste ano. “Todas encaminhadas ao Poder Judiciário em menos de 48 horas, como determina a lei. Importante ressaltar que cabe ao Judiciário decidir sobre a expedição das Medidas Protetivas, assim como a notificação delas à vítima e ao agressor”, explica a nota da instituição. Mais de 40% dessas medidas foram realizadas na Delegacia da Mulher de Santo Amaro, local em que três das mulheres citadas na reportagem alegaram ter sido maltratadas. 

Sobre essa questão do atendimento, a nota diz que todos os servidores das Delegacias da Mulher são preparados para lidar com estado de pressão e vulnerabilidade das vítimas. “As capacitações são continuadas e constantes. Os novos policiais, que estão em formação na academia, já receberam treinamento específico para lidar com vítimas de violência”. Vale destacar que uma das mulheres ouvida pela reportagem disse ter sido vítima de psicologia reversa por uma delegada da Delegacia da Mulher de Santo Amaro.

Por fim, a corporação diz que mais de cinco mil pessoas, entre policiais civis, militares, alunos de escola pública, associação de bairros, sindicatos, igrejas e canteiras de obra, receberam orientações sobre os direitos da mulher vítima de violência doméstica, oferecido pelos profissionais do Departamento da Mulher. Em caso de atendimento inadequado, a recomendação é procurar a ouvidoria da Secretaria da Mulher, no número 0800.281.8187. “Todas as denúncias serão apuradas e caso comprovado, as medidas cabíveis - que vão desde novas capacitações, remoção do serviço de atendimento à mulher até o processo administrativo – serão tomadas”.

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A estudante de Pedagogia Remís Carla Costa, de 24 anos, antes de ser assassinada pelo companheiro já vinha sendo vítima de violências do mesmo. Quando decidiu denunciar Paulo César Oliveira da Silva por agressões, a experiência na delegacia foi como uma extensão da violência que Remís pretendia relatar. Ao invés de oferecer acolhimento adequado a uma pessoa fragilizada, a polícia entregou um atendimento grosseiro, lento, intimidador e desdenhoso.

A história daquele 23 de novembro de 2017 está em um forte relato escrito por Jéssika Alves, amiga próxima de Remís. O LeiaJa.com traz este e mais alguns casos de mulheres que decidiram não se silenciar e procurar apoio das instituições de segurança, mas que acabaram vivendo uma experiência muito ruim por causa de policiais despreparados.

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Remís Carla Costa, 24 anos - Na Delegacia da Mulher de Santo Amaro, no centro do Recife, a estudante foi constantemente incentivada a desistir da denúncia de lesão corporal, crime de dano, injúria, ameaça e cárcere privado. "Tem certeza que você quer fazer isso? É muito burocrático, você vai ter que ir em muitos lugares" e "Por que você não largou esse homem?" foram algumas das frases que Remís precisou ouvir, segundo relato da sua amiga.

O procedimento era lento. Remís e Jéssika foram informadas que precisariam se deslocar sozinhas ao Instituto de Medicina Legal (IML) para exame de corpo de delito. Lá, a vítima entra só em uma sala. "O perito perguntou porque foi que eu não vim ontem, que foi o dia da agressão, esfregou minha roncha e perguntou se eu não tinha pintado de caneta", teria dito a jovem ao sair da sala.

Elas voltaram à delegacia para solicitar a medida protetiva. Foram horas de uma espera angustiante em um ambiente nada convidativo. O pedido de proteção seria encaminhado para um juiz fazer a liberação e demoraria cerca de dez dias, apesar da Lei Maria da Penha informar que o delegado deve remeter o pedido ao juiz para que este aprecie em até 48 horas.

Remís foi assassinada pelo companheiro no dia 17 de dezembro na residência dele, no bairro da Várzea, Zona Oeste do Recife. A Polícia Civil disse que Paulo César não foi notificado da medida protetiva porque não foi localizado pela Justiça. Confira o relato completo de Jéssika Alves:

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F.N., 35 anos - Moradora de uma comunidade pobre de Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, a doméstica F.N. era vítima de violência psicológica constante praticada pelo companheiro. Mãe de duas crianças e grávida do terceiro filho, ela era verbalmente agredida na frente de todos.

"Ele tratava a mulher como se fosse uma serviçal", conta a amiga que levou F.N. até a polícia. Com o passar do tempo, a situação ficou mais crítica. O marido chamava a companheira de 'burra', dava empurrões e a puxava pelo cabelo.

Um dia, F.N. teve uma trombose. No celular da amiga, havia dez chamadas telefônicas não atendidas. Era a doméstica pedindo socorro. Do quarto, o marido gritou "é frescura".

Na 2ª Delegacia de Polícia da Mulher, na Estrada da Batalha, em Jaboatão, a doméstica foi recebida por um policial. "Você não percebeu essa situação antes? Por que demorou esse tempo todinho?", ela ouviu.

As perguntas eram feitas logo na recepção, na frente de outras pessoas. "O senhor vai fazer a ouvida aqui mesmo? Não tem sala adequada?", a amiga cobrou.

F.N. foi levada para uma sala para dar mais detalhes pessoais. Foi nesse momento que o policial que a atendeu deu em cima dela. "Ela saiu dizendo 'cheguei lá, o policial ficou se insinuando para mim, disse que qualquer coisa eu podia ligar para ele, anotou o número no papelzinho, ficou dando em cima de mim. Eu já estava numa situação difícil, suando frio, que absurdo'", lembra a amiga.

T.C., 29 anos – Em outubro, a mulher, que tem o costume de dormir despida, acordou com um pedreiro na janela, lhe encarando. O condomínio onde mora, em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, passava por obras, mas em local distante, o que faz T.C. pensar que o homem possa ter premeditado aquilo.

Ela procurou a Delegacia de Boa Viagem no dia seguinte, quando estava um pouco mais calma. A vítima foi recebida por dois agentes. “Eles se comportaram como se fosse algo comum, disseram que não era motivo de fazer boletim de ocorrência”, ela conta. Para os agentes, não havia provas e o pedreiro poderia argumentar que estava apenas trabalhando.

T.C. diz ter ficado em choque e cobrado pelo menos um boletim para ser colocado na portaria do prédio. O agente disse que iria fazer apenas por ela estar pedindo, porque não daria em nada e não havia motivo para o homem ser chamado. “Por isso tantas desgraças acontecem”, disse T.C. aos policiais. Os agentes resolveram chamar o delegado de plantão. “Ele veio, disse ‘isso aí nem...’ e foi embora. Hoje continuo com medo. Não sei o que pode acontecer amanhã ou depois. Foi chocante, você já está chocada e ter que escutar isso tudo. Eu me senti humilhada, indefesa, desprotegida e arrependida de ter ido”.

L.C., 34 anos - Em outubro deste ano, L.C. sofreu quase uma hora de espancamento do marido em seu apartamento em Boa Viagem, Zona Sul do Recife. A agressão só parou porque ela conseguiu fugir até a portaria do prédio. Lá, pediu ao porteiro que acionasse sua família e a polícia.

Quando os policiais chegaram, questionaram se ela tinha certeza que queria que subissem até o apartamento, pois acarretaria na prisão do companheiro. "Daí eles, os policiais, disseram que estavam largando e foram embora", lembra a fisioterapeuta. 

Na delegacia, L.C. passava mal e vomitava. "Quando [a delegada] perguntou pelo agressor aos meus pais e soube que os policiais não subiram por eu não permitir, pois essa foi a versão dos policiais para justificar que não entraram, ela começou a dizer que eu não permiti porque fiquei com peninha dele e da mãe dele e se fiz isso era porque iria voltar para ele", lembra a vítima. 

"Depois com o escrivão, tive que ouvir de outro agente o seguinte: 'menino, o cabra tava com raiva mesmo, que estrago que ele fez', mas isso com um tom de deboche misturado com a rotina", diz a mulher. 

Na delegacia, ela foi informada para ligar dentro de oito dias para saber onde buscar a medida protetiva. "Ser vítima vai além da dor física, dos traumas. A gente tem que lutar e gritar para que todos entendam que isso não pode ficar assim".

O LeiaJa.com procurou a Polícia Civil para conversar com alguma representante do Departamento de Polícia da Mulher. O órgão informou que irá se posicionar através de nota. 

 

Entrevista com Wânia Pasinato, socióloga, representante da ONU Mulheres no Brasil e consultora independente em pesquisas aplicadas sobre Gênero, Violência e Políticas de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres para projetos do governo e de ONGs

LeiaJa.com (LJ) - Por que há tantos casos de mulheres que são destratadas nas delegacias e têm suas denúncias minimizadas?

Wânia Pasinato (WP) - Infelizmente nós ainda precisamos investir mais nesse atendimento, na capacitação dos policiais. Esse primeiro atendimento é fundamental para que a mulher tome coragem de fazer a denúncia, para que se sinta respeitada, e para que o caso tenha o encaminhamento correto na rapidez que é necessária. Precisamos investir em procedimentos novos, protocolos para atendimento.

LJ - Este é um problema nacional ou você acha que é uma situação exclusiva de certas regiões?

WP - Do que eu conheço de Brasil, é um problema nacional. Talvez pudéssemos apontar raríssimas exceções, que são casos pessoais, homens ou mulheres que já tenham uma formação anterior. No quadro geral, é uma falha histórica na constituição das delegacias da mulher. Entendemos que é preciso um serviço especializado para atender mulheres vítimas de violência. A delegacia da mulher não pode ser limitada à existência de uma placa na porta, equipe formada só por mulheres ou predominantemente de mulheres. Tem que ser um local orientado para dar uma resposta adequada às violências cotidianas, física, psicológica, ameaças, para que a gente possa de forma mais concreta não só aplicar a Lei Maria da Penha, mas evitar mortes como a da estudante, que teve um alcance nacional.

LJ - O que é preciso para que a construção de um atendimento mais adequado às mulheres nas delegacias seja feita com maior celeridade?

WP - A Secretaria de Segurança Pública precisa responder pela morte dessas mulheres. O inquérito tem que ser mais ágil. Há uma parcela de culpa do judiciário, que não aprecia as medidas protetivas no tempo previsto da lei, de 48 horas. E quando a medida for aprovada, que seja logo entregue ao autor da violência. Essa é a mensagem do Estado de que está de olho no comportamento dele. Só isso não vai inibir o comportamento criminoso, mas nos ajuda a ter alguma garantia que o Estado está se mobilizando para aplicar a Lei Maria da Penha. Temos que investir na formação dos policiais, dos oficiais de Justiça, dos próprios juízes e ministério público e desenvolver mais protocolos. É preciso que delegacias estejam equipadas. Tudo já está previsto na legislação e nenhum governo deu cumprimento de uma maneira integral. Precisamos que nossos governos cumpram aquilo que já temos nos nossos instrumentos legais. Não é preciso mais lei nem punição mais severa.

LJ - Queria voltar à primeira pergunta. Tudo bem que é preciso investir em capacitação, mas, novamente, por que há tantos casos de mulheres destratadas nas delegacias? O tratamento adequado não deveria ser o básico?

WP - Sim, atendimento digno é óbvio, é o básico, já devíamos ter condição de parar de cobrar isso. Falam que o policial precisa ser sensível para o atendimento. Ele não precisa ser sensível, é um funcionário público, tem que atender com respeito qualquer cidadão. Infelizmente, embora tanto se fale na gravidade da violência contra a mulher, isso ainda é visto como problema de menor importância, é um problema cultural. Ainda temos na nossa sociedade como se isso fosse um problema da mulher, privado, que ela tem que resolver porque provavelmente ela provocou, pelo seu comportamento, pela forma de tratar seu companheiro. Há uma minimização da gravidade da violência e de ver isso como um problema estrutural, que precisa ser resolvido com políticas públicas. Falamos muito mais do que falávamos 11 anos atrás, temos certo alerta quando se trata desses casos, mas ainda há um longo caminho.

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O deputado estadual Edilson Silva (Psol) também lamentou a morte da estudante de pedagogia Remís Carla. O namorado da jovem, o pedreiro Paulo César de Oliveira confessou que a asfixiou, após uma briga na casa dele. Edilson disse, por meio de sua página no Facebook, que conheceu Remís e que ela fazia parte de uma equipe de militantes que aprendeu a respeitar. 

O parlamentar ressaltou que a morte da estudante impõe mais empenho na luta contra o patriarcado. “O assassinato de Remís, mais um feminicídio para confirmar que o machismo mata e precisa ser enfrentado com toda força, nos impõe ainda mais empenho na luta contra o patriarcado e sua função estruturadora de relações de brutal opressão contra o gênero feminino. Revoltante”, lamentou o parlamentar.

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“Esse crime contra Remís nos traz a tona, da forma mais cruel, que tipo de sociedade gera esta violência e estes desfechos. André Balaio escreveu que o assassino em questão não é um monstro, mas um homem comum que levou seu machismo às últimas consequências. Concordo com ele. É por isso que devemos todos lutar contra a ideologia e a cultura do patriarcado, aparentemente tão natural, mas que é o pano de fundo desta violência machista, que chega a matar”, frisou. 

Edilson ainda falou que o empoderamento feminino é uma urgência. “O patriarcado trata as mulheres como objeto, como patrimônio e algo a ser subjugado. Aquela função doméstica que é "naturalmente" das mulheres, carrega uma visão de mundo que pode chegar aos extremos da violência física, obstétrica, e até ao feminicídio. Isso é grave. O empoderamento feminino é uma urgência. Respeitar seu local de fala ė um gesto revolucionário”, escreveu. 

O deputado contou que irá encaminhar, na próxima semana, uma solicitação à corregedoria da Secretaria de Defesa Social (SDS) para apurar a suposta negligência de agentes da Polícia Civil no caso, que foi denunciada por amigos e familiares. 

O moderador de um grupo de direita “alternativa” americano revelou durante que houve uma fraude na avaliação do filme “Star Wars: Episódio VIII- Os Últimos Jedi” no site de críticas Rotten Tomatoes. O grupo político Down With Disney's Treatment of Franchises and its Fanboys ("Abaixo a Disney e seu tratamento das franquias e dos fãs") assumiu que a nota de 53% de aprovação que o filme exibe no site foi alcançada através de perfis falsos.

Em entrevista ao site Huffington Post, um dos moderadores do grupo afirmou que a tentativa de diminuir a nota do filme é um protesto contra o protagonismo feminino que a franquia assumiu desde a retomada em 2015 e contra a suposta homossexualidade de alguns personagens masculinos.

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Em nota oficial, o site Rotten Tomatoes afirma que não identificou nenhuma atividade ilegítima na avaliação do filme, mas vai continuar monitorando.

O Rotten Tomatoes é considerado um dos mais importantes sites de avaliação de filmes do mundo. Nele são apresentadas as fichas da diversos filmes com a porcentagens das avaliações do público e da crítica. Atualmente o novo “Star Wars” está com 92% de aprovação da crítica contra 53% do público.

“Star Wars: Episódio VIII- Os Últimos Jedi” já está em cartaz nos cinemas brasileiros.

O relógio marca 19h no Centro do Recife. Em plena segunda-feira, a iluminada quadra, ao lado do Skate Park na Rua da Aurora, recebe um grupo de mulheres. Uma bola, algumas chuteiras, afinal nem existe a obrigação do uso do calçado, e muitas risadas. As peladeiras chegaram para mais uma noite de muito futebol.

Não há novidade alguma em dizer que este grupo, com idade média entre 18 e 25 anos, gosta de jogar futebol. Afinal essa é a rotina do Aurora F.C desde o dia 13 de janeiro de 2016. Porém, ter a coragem de ocupar o espaço público e aguentar certas situações erradas, mas corriqueiras, do cotidiano na cidade, é algo inspirador.

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Tudo começou com um grupo. Organizado entre amigas que buscavam bater bola na quadra de um prédio mas acabaram sendo barradas. Daí, era hora de procurar o equipamento da cidade. O local escolhido é costumeiramente ocupado por homens. Tanto que de início foi preciso encarar algumas situações chatas. Em conversa com os usuários, as meninas ouviram que não tinham preferência para jogar por serem mulheres.

"O conceito surgiu da prática. Só quando começamos a jogar foi que realizamos o fato de sermos o único grupo de mulheres jogando em quadra pública. No começo algumas pessoas passavam de bicicleta dentro da quadra, alguns meninos ficavam chutando bola para dentro também e a gente pedia para sair. Até que, com o tempo, fomos conquistando o espaço, e o respeito do entorno", destaca a advogada Andrielly Gutierrez.

Até por esse período já de estabilidade, e até certa tranquildade para as jogadoras do Aurora F.C, que um episódio no último dia 4 foi marcante. Por meio de uma postagem no Facebook, o grupo denunciou a atitude machista de um único homem para impedir a realização da pelada. Sozinho, o indivíduo alegou que não deixaria a quadra por ter chegado mais cedo e, quando acabou cedendo à inferioridade numérica, ameaçou trazer outros homens para expulsá-las. 

"Foi até estranho para nós. Não o fato de um homem ser infantil com mulheres que jogam bola, mas um único cara, sozinho, não deixar a gente jogar, mesmo sabendo que estamos há quase dois anos com esse horário reservado. Dissemos que era possível ele jogar depois de terminarmos, ou até estabelecer um horário, porém não havia acordo", contou Andrielly.

Problema resolvido, ao menos por enquanto. A ameaça de voltar com outros para expulsar as jogadoras na base da força não foi cumprida. E mesmo que houvesse, a Guarda Municipal marcou presença para garantir a tranquilidade do grupo. O LeiaJá visitou a pelada e conversou com algumas integrantes para explicar mais sobre a iniciativa exemplar.

Conheça o Aurora F.C.:

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Limpar, cozinhar e, sobretudo, não falar: estes eram os preceitos de um "curso de moral para mulheres" que as autoridades chinesas acabaram suspendendo depois da divulgação de um polêmico vídeo com uma de suas aulas.

"As mulheres têm que falar menos, limpar mais e se calar", assegura uma professora a um grupo de estudantes, no vídeo que se tornou viral nas redes sociais.

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"As mulheres não deveriam se esforçar para subir na escala social, e sim ficarem sempre no nível mais baixo", continua, em um curso organizado na cidade de Fushun, no nordeste do país.

"Se você encomenda comida ao invés de cozinhá-la, está desobedecendo as regras das mulheres", afirma depois um instrutor.

Essas aulas começaram em 2011 por iniciativa da "Associação de Pesquisa sobre a Cultura Tradicional de Fushun" para defender os valores confucianos. Mas as imagens causaram grande revolta.

"É a escravidão para as mulheres, não a moral para as mulheres", critica um internauta na rede social Weibo.

A Prefeitura de Fushun assinalou que as aulas começaram sem o aval das autoridades e, portanto, seriam suspensas, informou a agência oficial Xinhua, detalhando que foram abertas filiais em outras três cidades do país.

Nos últimos anos, os cursos de moral tradicional se multiplicaram na China, fundando-se nos princípios da filosofia de Confúcio para propagar os valores de obediência e conservadorismo.

O confucionismo, venerado na época imperial, foi combatido pelos comunistas após sua chegada ao poder em 1949.

Mas esta filosofia volta a estar em voga há cinco anos, sob a Presidência de Xi Jinping, que não hesita em citar o famoso pensador para defender a cultura chinesa tradicional com fins patrióticos.

Mal entrou na disputa presidenciável de 2018 e a candidata do PCdoB, a deputada estadual Manuela D’Ávila já se deparou com edição e manipulação de sua imagem. Em publicação na sua página do Facebook, nesta terça (21), a parlamentar se disse vítima de machismo e misoginia [ódio contra as mulheres] e postou a foto editada. 

“O machismo e a misoginia seguem com suas manguinhas de fora. Depois de ler uma matéria sobre meu cabelo (cabelo de candidatA é assunto... de candidato? Nunca), agora, começam as fotos manipuladas”, escreveu.

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D’Ávila também contou que tatuagens foram inseridas. “Aumentaram minhas olheiras. São grandes mesmo, eu acordo às 5h com minha filha e ainda a amamento, pro desespero dos que sexualizam esse ato lindo da natureza, e fizeram mais tatuagens em meu corpo. Tenho muitas tatuagens mesmo e as exibo porque são lindas. Não são esses desenhos feinhos que vocês fizeram de Lenin e Che”, ressaltou. 

A deputada falou que até uma faixa presidencial foi colocada, mas deixou um recado: “nunca coloquei [a faixa], mas estou na disputa com minhas olheiras e tatuagens e contra o machismo e as manipulações grotescas de vocês. Beijinho no ombro”. 

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No Recife, assim como em diversas outras cidades brasileiras, mulheres se reuniram para protestar contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 181 nesta segunda-feira (13). O projeto faz alterações que proíbem todas as formas de aborto. 

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As mulheres se concentraram entre a Avenida Conde da Boa Vista e Rua Sete de Setembro, no centro da capital. Por alguns minutos, elas fecharam o trânsito na avenida. Diante da manifestação, um BRT parado com uma mulher ao volante. “Eu sou a favor do aborto em casos de estupro”, a motorista concordou, apoiando o ato que atrapalhava o seu trabalho. 

“Nós temos o direito de decidir sobre nossos corpos”, disse a manifestante Carmen Silva, do Fórum de Mulheres de Pernambuco. O grupo carregava faixas e cartazes sobre a legalização do aborto.

A PEC 181 está sendo chamada de PEC Cavalo de Tróia por ter surgido como uma medida positiva para as mulheres. Inicialmente, o projeto do senador Aécio Neves (PSDB) pretendia aumentar a licença maternidade das mães de bebês prematuros. O deputado Jorge Tadeu Mudalen (DEM), entretanto, propôs duas mudanças no texto.

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As alterações adicionadas por Mudalen inserem a frase “dignidade da pessoa humana desde a concepção ”no inciso que trata dos princípios fundamentais; e “a inviolabilidade do direito à vida desde a concepção” no artigo sobre a igualdade de todos perante a lei. Em seu Facebook, o deputado diz que está havendo muitas mentiras e que a PEC não fala em estupro – o que de fato não faz, apesar de estar clara a associação entre as alterações que ele fez e o tema.

 

Em uma Comissão Especial da Câmara, a proposta foi aprovada por 18 votos a um, sendo 18 votos de deputados homens e o único voto contrário sendo de Erika Kokay (PT). Outras propostas de edição da PEC serão votadas antes que o texto siga para o plenário da Câmara, onde haverá votação em dois turnos. Se aprovado, o texto segue ao Senado para votação em dois turnos. Caso haja alterações no Senado, a PEC volta para a Câmara dos Deputados. 

A Polícia saudita declarou, nesta segunda-feira (9), ter autuado uma mulher que aparece em um vídeo dirigindo, e exigiu o "respeito à lei" até a suspensão desta proibição, no ano que vem.

O incidente aconteceu menos de duas semanas após a publicação de um decreto real que autoriza as mulheres a dirigir a partir de junho de 2018. A Arábia Saudita é, até hoje, o único país do mundo onde mulheres não têm o direito de conduzir veículos.

A saudita que foi alvo do incidente foi autuada por ter infringido a legislação rodoviária após ter sido filmada pilotando um carro saindo de um hotel de luxo da capital saudita Riade.

"A mulher que conduzia saindo do hotel Ritz Carlton não foi presa", garantiu o porta-voz da polícia à AFP. Ela teria recebido uma "contravenção" - mas não foi precisado qual a natureza desta sanção.

"Nós apelamos a todos os cidadãos sauditas que respeitem a lei e esperem o fim da proibição formal de conduzir para as mulheres", declarou o porta-voz.

Uma empresa de mídia e tecnologia da informação do Paraná foi condenada a indenizar duas jornalistas vítimas de assédio moral. Segundo o Tribunal Superior do Trabalho (TST), o supervisor das jornalistas proferia discursos preconceituosos em relação às mulheres. Cada jornalista receberá R$ 10 mil.

As jornalistas trabalhavam na montagem de clippings para clientes. Na reclamação, contaram que eram seguidamente humilhadas de forma preconceituosa pelo supervisor do setor, que se dirigia a todos com termos chulos e palavrões.

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No primeiro grau, a Justiça decidiu pela condenação após confirmar a denúncia. De acordo com o TST, o supervisor chamava mulheres de "porcas", pelo fato de ter encontrado louças sujas na cozinha. Entre outras ofensas, ele dizia que, por serem mulheres, elas "deveriam fazer a limpeza dos banheiros e da cozinha quando a servente faltava". Os depoimentos também comprovariam que ele proferia ofensas também aos moradores de Curitiba, que "queriam ser melhores que os outros" e eram denominados por palavrões.

Quando o caso chegou ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT), a decisão do juiz foi para excluir a indenização com o entendimento de que as ofensas eram dirigidas de forma genérica e não diretamente às jornalistas. Para o TRT, embora o comportamento do supervisor não fosse o mais adequado a um ambiente de trabalho, a análise dos depoimentos comprovou que os xingamentos eram utilizados de forma indistinta.

No TST, o ministro Hugo Carlos Scheurmann destacou a decisão do tribunal regional. "Se o xingamento é generalizado e atinge a todos, o universo do assédio é maior. Tal procedimento é ainda mais grave, porque ofende a todos", pontuou.

Para o relator do caso, o ministro Lelio Bentes, a situação revela ainda não foi alcançado um "patamar civilizatório". "É um tratamento que não se aceita em nenhuma circunstância, nem em casa, nem no comércio e até mesmo no esporte", assinalou. 

Um trio de ex-funcionárias da Google entrou, nesta quinta-feira (14), com uma ação judicial acusando a gigante tecnológica de pagar menos às mulheres que aos homens pela mesma função.

No processo apresentado na corte de São Francisco, as três mulheres acusam a Google de "discriminação sistêmica e profunda no pagamento e na promoção das funcionárias mulheres".

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Advogados estão buscando conferir um status de ação de classe ao processo, para tentar representar mais mulheres que atualmente sejam ou tenham sido funcionárias na Google.

Em resposta ao processo, a gigante tecnológica americana negou ter qualquer política discriminatória.

"Nós trabalhamos bastante para criar um ambiente de trabalho bom para todos e dar a todo mundo a chance de prosperar aqui", disse a porta-voz da Google Gina Scigliano em resposta à AFP.

"Em relação a esse processo específico, vamos revisar em detalhes, mas discordamos das alegações centrais".

Advogados das mulheres acusam a Google de violar a lei de pagamento equitativo da Califórnia, bem como o código trabalhista estadual.

A denúncia também alegou que a Google repetidamente atribuiu mulheres a "níveis mais baixos" ou "carreiras de trabalho" com remuneração menor e menos oportunidades de promoção do que as dos homens.

Uma das três mulheres, Kelly Ellis, disse num comunicado divulgado por seus advogados que o processo trata de "um problema generalizado de tendência sexista na Google".

Scigliano garantiu que os níveis dos cargos e promoções na empresa são determinados por comitês "rigorosos" e passam por uma revisão que inclui a verificação de sexismo.

"Se nós vemos discrepâncias individuais, ou problemas, nós trabalhamos para consertá-los", disse ela.

O Departamento de Trabalho dos Estados Unidos está auditando as remunerações da empresa, avaliando possíveis discriminações de gênero.

A Google também lida com as consequências de uma grande polêmica sobre sexismo e liberdade de expressão provocada por um "manifesto" publicado como um memorando interno pelo então empregado James Damore.

O memorando do engenheiro da Google defendeu a diferença de gênero do Vale do Silício, alegando que as "diferenças biológicas" eram um fator-chave no baixo percentual de mulheres em empregos no setor tecnológicos. O memorando foi vazado e desencadeou uma crise pública.

Luiz Carlos, vocalista da banda de pagode Raça Negra, precisou 'segurar essa barra' que é passar por uma 'saia justa' ao vivo. Em participação no programa Encontro com Fátima, na manhã desta quinta (14), o cantor foi repreendido pela apresentadora da atração, Fátima Bernardes, ao dar uma declaração sobre abuso sexual de menores. 

Ao ser questionado em relação ao tema, Luiz Carlos afirmou que as garotas não deveriam frequentar a escola com roupas curtas e maquiagem para evitar os olhares masculinos: "Hoje você vê uma menina de 12 anos, ela quer se portar como uma mulher. Mas ela é uma criança. A gente tem que prestar atenção também nessas coisas", disse. Fátima Bernardes confrontou o convidado alegando que a vítima nunca deve ser culpabilizada: "Mas aí o equívoco está no comportamento do homem que olha assim", disse a apresentadora.

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Nas redes sociais, a declaração do artista também não foi bem recebida. Comentários como: "Olha lá, o cara do Raça Negra tá passando vergonha no programa da Fátima Bernardes"; "Esse cordão do Luiz do Raça Negra deveria estar escrito '100% machista', '100% Mico', '100% Não Sei Falar'"; e "Meu respeito pelo Raça Negra foi lá embaixo agora"; pipocaram entre os internautas. 

Joaquina Bonfim, de 39 anos, ensina Jiu-Jitsu há quase uma década. Antes de se tornar professora, ela sempre esteve inserida no cenário dos esportes. O pai foi jogador de futebol e a mãe foi responsável para que ela praticasse vôlei. Porém, após o falecimento dela, a modalidade acabou sendo deixada de lado. "Eu gostava de jogar, mas eu me afastei por sentir um certo vazio", recorda-se.

Depois de largar as quadras, Joaquina conheceu o Jiu-Jitsu e encontrou uma forma de recomeçar a carreira esportiva. A lutadora participou de alguns projetos sociais, onde dava aula no bairro em que morava. De acordo com ela, a maioria dessas iniciativas pararam devido a pausa dos recursos dados pelo Governo.

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Durante todo esse tempo como professora e lutadora, Joaquina já passou por algumas situações de machismo e preconceito. Para ela, nesses momentos você precisa se impôr para fazer com que essas pessoas percebam seus erros. Segundo a atleta, as mulheres precisam estar inseridas no cenário das artes marciais. "Não importa onde (Jiu-Jitsu, MMA, UFC, entre outros), a mulher tem que estar nele. Precisam mostrar o que estão fazendo", disse.

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Segundo ela, a receita para atrair cada vez mais mulheres para as artes marciais é divulgar. "Precisamos mostrar que tem mães, avós, que praticam. Você tem que estar inserida no meio. Pode praticar por lazer, para competir, ser atleta. O importante é se fazer presente", afirmou.

Joaquina, que também já lutou boxe e foi campeã universitária de judô, chegou a ensinar em um turma exclusiva de mulheres. Hoje em dia, ela também é professora de homens e tem uma rotina puxada. Além de dar aulas, ela divide seu tempo entre competições e a faculdade de educação física. Em entrevista exclusiva ao LeiaJá, a lutadora contou um pouco sobre sua vida, falou de preconceitos e sobre a importância da mulher neste cenário.

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A cantora Valesca Popozuda, 38, falou sobre machismo a Faa Morena, apresentadora do "Ritmo Brasil", da RedeTV. Durante a gravação da atração, que vai ao ar neste sábado (22), a cantora também contou detalhes sobre sua trajetória no funk que, afirma, a ajudou a "mudar de vida".

A funkeira também falou sobre o palco, feminismo e machismo. "É uma coisa que sempre vai existir. A gente luta contra isso, mas é algo que vem de casa. Não quero homem gritando 'gostosa, maravilhosa' para mim, não. Eu quero as mulheres gritando por liberdade e poder. Queremos ser respeitadas", pontuou.

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Sobre as conquistas que Valesca obteve com os sucessos musicais, ela disse ser realizada. "Realizei um sonho muito grande que foi tirar a minha mãe da rua. Quando as pessoas criticam o funk, eu digo que consegui muitas coisas graças a esse movimento que nem sonhava fazer parte".

A artista também falou sobre um trecho de sua autobiografia "Sou Dessas - Pronta Pro Combate" (editora Best Seller), de 2016, em que conta ter machucado um empresário depois de um assédio.

"Estava no camarim me arrumando e ele entrou querendo alguma coisa. Chegou encostando em mim. Uma hora ele disse: 'para de palhaçada, até parece que é santa' e veio querendo colocar o órgão [sexual] dele para fora. Eu estava com um 'babyliss' [modelador eletrônico de cabelo] na mão e encostei nele sem querer. Chorei muito e guardei isso para mim por um tempo", declarou.

Um outro ponto polêmico da entrevista foi o assunto da proposta de lei que criminaliza o funk, enviada ao Senado com mais de 20 mil assinaturas. A ideia, que considera o gênero musical como "crime de saúde pública", é de autoria do empresário paulista Marcelo Alonsa.

No plenário, a sugestão acabou nas mãos do senador Romário (Podemos-RJ), que logo se declarou contra a proibição. Ele propôs realizar uma audiência pública, ainda sem data, sobre o tema com a presença de artistas, como a própria Valesca, e sociólogos.

"Não se pode calar uma cultura", disse Valesca. "Eu nasci no Rio de Janeiro. Cresci ouvindo funk desde que me entendo por gente. Vivi minha adolescência em bailes e isso nunca me tornou uma pessoa pior. [...] Não tratem o funk como algo ruim, não tratem o funk como um ritmo de uma só classe, tratem o funk com respeito", explicou.

Rotulado por criar letras machistas, o cantor João do Morro, recentemente, levantou a bandeira do feminismo e vai se apresentar dessa forma na proxima sexta-feira (14), no evento ‘Bregalize de Férias’. Através da personagem ‘Joana’, o artista agora está entoando canções que exaltam a mulher. A festa será realizada na Casa Rosada, na Zona Norte do Recife.

Depois de criar uma música para Dilma Rousseff e de desencadear inúmeras polêmicas sobre o teor machista, o cantor disse que naquele momento não estava sendo machista. Para ele, a intenção da melodia era totalmente política, que na época era contra a reeleição de dela. Após a repercussão, o artista levantou a bandeira do feminismo nos seus shows.

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Segundo o cantor, não houve uma mudança de pensamento, apenas ele externou a realidade vivida no seu ciclo de amizade. Confira a entrevista com João do Morro no vídeo a seguir: 

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"Até quando vão continuar objetificando e hipersexualizando o corpo da mulher?". O questionamento é da jornalista Paula Passos, de 22 anos, impedida de entrar em uma unidade de saúde de Pernambuco por causa do tamanho de seu vestido. O episódio constragendor aconteceu por volta das 14h desta quarta-feira (12), no Hospital dos Servidores do Estado, no bairro do Espinheiro, Zona Norte da capital pernambucana.

A jornalista estava na unidade de saúde para buscar injeções para a mãe, que sofre com câncer e está fazendo quimioterapia. "Após cada sessão, ela precisa tomar cinco injeções para imunidade. Cheguei do trabalho e coloquei a primeira roupa que vi para ir ao hospital pegar as injeções porque tem o horário certo para aplicá-las", relata.

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Ao chegar ao local, ela conta que foi "barrada" ainda na portaria do hospital porque, de acordo com a atendente da recepção, "seu vestido estava muito curto". Constrangida com a situação, Paula explicou o caso para a atendente e destacou a importância das injeções para o tratamento da mãe, mas a resposta foi que não poderia subir com aquela vestimenta.

"Tive que ir até o Serviço Social para liberarem a minha permanência no hospital por alguns minutos, enquanto o gelo derretia no isopor em que as vacinas precisam ficar até voltar para geladeira", diz. Em entrevista ao LeiaJá.com, a jornalista explicou que após muitos olhares de repulsa, conseguiu finalmente a autorização para subir rapidamente e buscar os remédios.

"No caminho, encontrei uma senhora magra, por volta dos 50 anos, com o vestido de mesmo comprimento que o meu, andando tranquilamente pelo hospital. Por que ela pode e eu não?", questiona. Ela conta também que em outro momento, no mesmo hospital, já presenciou homens usando bermudas sem restrições.

"Até quando minhas pernas vão incomodar ao ponto de punir minha mãe do seu tratamento? Só porque, em tese, elas são mais "atrativas" do que as da senhora de 50? Até quando vão colocar a culpa nas mulheres por um machismo institucionalizado?", questiona a jornalista.

Procurada pela reportagem do LeiaJá, a assessoria de comunicação do Instituto de Recursos Humanos de Pernambuco, órgão responsável pela administração da unidade de saúde, afirmou que está apurando o caso, já entrou em contato com o hospital e deve se pronunciar ainda nesta quarta-feira. 

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