Tópicos | Máfia do ISS

O ministro do Superior Tribunal de Justiça Sebastião Reis Júnior suspendeu, liminarmente, a prisão para cumprimento de pena de Marco Aurélio Garcia, irmão do vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (DEM). A ordem para seu encarceramento havia sido expedida pela Justiça de São Paulo no dia 29 de novembro para que o empresário cumprisse pena de 16 anos de prisão na Máfia do ISS. Ele é considerado foragido pela Justiça de São Paulo.

"A partir de uma breve leitura das peças que instruem este mandamus, verifico estarem presentes os requisitos necessários para a concessão da tutela de urgência pleiteada no tocante à necessidade de suspensão do cumprimento do mandado de prisão", afirma o ministro.

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Reis afirma que "questões referentes às nulidades da suposta violação do princípio do juiz natural e de uma eventual intempestividade do recurso de apelação ministerial demandam um exame mais aprofundado dos autos, o que é inviável neste juízo de cognição sumária".

"Contudo, quanto ao ponto pertinente à manutenção da pena-base dosada pelo Juízo sentenciante, após uma análise sumária da fundamentação exarada no acórdão impugnado, entendo existir fumus boni iuris. Por sua vez, o periculum in mora decorre do fato de o paciente ter permanecido em liberdade durante todo o curso da ação penal na origem, tendo sido determinada a sua prisão apenas por oportunidade do julgamento do recurso de apelação e dos respectivos embargos de declaração", escreveu.

Os mandados de prisão foram expedidos no dia 29 de novembro pela juíza Alexandra Teixeira Miguel, da 25ª Vara Criminal da capital. Garcia foi condenado por, segundo a Justiça, vender imóveis e contratar empresas de fachada dos fiscais para ajudar fiscais a ocultar parte de supostas propinas.

O caso se tratou de operações de lavagem do dinheiro ilícito obtido pela ação da máfia. Garcia era o locatário de uma sala comercial no calçadão do centro velho da cidade que, segundo o Ministério Público Estadual (MPE), era usada como escritório por Ronilson Bezerra, ex-adjunto da Receita na gestão Kassab (PSD), e pelos integrantes da máfia, uma sala apelidada de "ninho" entre os agentes.

Garcia também vendeu três flats para os fiscais da Prefeitura, mas não fez a transferência das propriedades. Para a acusação, essas ações foram pagamentos para a ocultação dos bens. Além disso, Garcia contratou a empresa de consultoria de Ronilson para a prestação de serviços que, segundo o MPE, não ocorreram.

O empresário chegou a ser considerado foragido pela Justiça de São Paulo. O Ministério Público Estadual acionou a Interpol no dia 31 de janeiro para solicitar apoio para sua captura.

O Ministério Público de São Paulo denunciou essa semana o ex-subsecretário da Receita Municipal, Ronílson Bezerra Rodrigues, e quatro ex-auditores fiscais da prefeitura por envolvimento na chamada máfia do IPTU. De acordo com as investigações do MP, dois diretores do Shopping D e mais duas pessoas fraudaram documentos e pagaram propina para obter uma redução no valor do imposto devido aos cofres públicos.

Algumas pessoas denunciadas hoje por envolvimento nesse esquema também foram acusadas de participar da máfia do ISS, por cobrar propina em troca da redução da carga tributária das empresas. As denúncias foram apresentadas pelos promotores do Grupo Especial de Repressão aos Direitos Econômicos (Gedec) e as acusações são de formação de quadrilha, associação criminosa, concussão e lavagem de dinheiro. No total, foram desviados quase R$ 500 milhões dos cofres municipais.

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Após as primeiras investigações em 2016, a prefeitura enviou uma equipe ao local onde fica o shopping e constatou uma área equivalente a dois campos de futebol que pertencia ao empreendimento, mas que não era tributada.

Dois ex-executivos da Unimed Paulistana foram denunciados à Justiça por corrupção, em parceria com o homem apontado como chefe da Máfia do Imposto sobre Serviços (ISS), Ronilson Bezerra Rodrigues. Para o Ministério Público Estadual (MPE), Ronilson recebeu propina para alterar um projeto de lei e beneficiar a cooperativa. Em depoimento, um dos executivos disse que chegou ao subsecretário por indicação do prefeito da época (2011), Gilberto Kassab (PSD), hoje ministro das Comunicações, Ciência, Tecnologia e Inovação.

Segundo a denúncia, assinada por quatro promotores do Grupo de Atuação Especial de Repressão aos Crimes Econômicos (Gedec) à Justiça, Valdemir Gonçalvez da Silva, ex-diretor financeiro da Unimed Paulistana, e Maurício Rocha Neves, ex-CEO da cooperativa, pagaram para Ronilson em troca de mudança na tributação.

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Para resolver o que classificavam como bitributação, ainda de acordo com o MPE, os executivos procuraram diretamente Kassab. Escolheram o ex-prefeito, segundo depoimento prestado ao Gedec, porque Pedro Kassab, pai do ministro, é um dos fundadores da Unimed Paulistana. "O prefeito indicou Ronilson Bezerra Rodrigues para orientar. O declarante não sabia no primeiro momento que Ronilson era subsecretário", informou Rocha Neves, em depoimento prestado por carta precatória no começo de abril.

A ajuda de Ronilson, de acordo com a denúncia, se deu com a inclusão de um artigo em um projeto de lei que tramitava na Câmara Municipal em 2011, que alterava regimes tributários de uma série de setores econômicos da cidade. A abrangência da proposta era tanta que o projeto ganhou o apelido de "X-Tudo".

Para subsidiar a denúncia, os promotores do caso acrescentaram um e-mail, enviado por Ronilson aos assessores técnicos, em que pede alterações no texto para a inclusão do artigo para "planos de saúde". O projeto tramitou entre abril e julho de 2011, foi aprovado e sancionado pelo prefeito Kassab em 8 de julho. Assim, a dívida da Unimed com a Prefeitura, na época em R$ 400 milhões, teve uma redução de 40%.

Aprovada a mudança, a Unimed pagou R$ 56 mil à empresa de Ronilson, a Pedra Branca Assessoria, simulando a prestação de consultoria, ainda de acordo com a denúncia feita pelo MPE. Advogado dos executivos, o criminalista Luiz Eduardo Greenhalgh foi procurado em seu escritório, por telefone, para comentar o caso, mas não respondeu à reportagem.

Demandas

O defensor de Ronilson, Márcio Sayeg, classificou a denúncia formulada pelo Gedec como "absurda". "Como ele pode receber esse tipo de acusação? Ele não legisla."

Por meio de nota oficial, a assessoria de imprensa do ministro Gilberto Kassab afirmou que "todas as demandas trazidas ao conhecimento do então prefeito Gilberto Kassab por entidades de classe, movimentos sociais e grupos empresariais eram encaminhadas às respectivas secretarias, que tinham total autonomia para analisar e encaminhar as questões apresentadas à luz das regras públicas e legislação vigentes".

Problemas

Em 2 de setembro do ano passado, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) anunciou a proibição da venda de planos pela Unimed Paulistana, por problemas técnicos e financeiros. Em fevereiro deste ano, determinou-se liquidação extrajudicial. A empresa recorre na Justiça.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os vereadores Adilson Amadeu (PTB) e Aurélio Miguel (PR) foram acusados de receber da Máfia do Imposto Sobre Serviços (ISS) propina de R$ 5 milhões, paga pelo ex-subsecretário de Arrecadação de São Paulo, Ronilson Bezerra Rodrigues. Ele é apontado como suposto chefe do esquema que atuou na Prefeitura durante a gestão de Gilberto Kassab (PSD).

A denúncia foi feita pelo fiscal Eduardo Horle Barcellos, que confessou ter participado da Máfia do ISS. Barcellos, que fez acordo de delação premiada, relatou aos promotores do Grupo Especial de Delitos Econômicos (Gedec), do Ministério Público Estadual (MPE), que, seguindo ordens de Ronilson, fez um dos pagamentos a Adilson Amadeu.

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"Em meados de 2012, Ronilson pediu que o declarante (Barcellos) entregasse um envelope pardo cheio de dinheiro para Adilson Amadeu", diz o delator. O texto diz que o pagamento ocorreu na frente de uma cafeteria na Rua Líbero Badaró, no centro de São Paulo. "O declarante chegou a questionar Ronilson da razão daquela entrega. Ronilson não respondeu."

Sobre Aurélio Miguel, Barcellos declarou que os pagamentos foram feitos em sua casa. "Ronilson disse ao declarante que Aurélio Miguel o recebia em uma sala onde havia um aparelho de som, sendo que Aurélio Miguel ligava o aparelho e aumentava o volume até as alturas quando ia pegar o dinheiro de modo a impedir qualquer gravação que pudesse registrar a entrega das quantias", conclui.

Em nota, Amadeu disse que "desconhece o teor do depoimento de Barcellos e nega veementemente qualquer relação de vantagem com o servidor".

Miguel, também por nota, disse que "repudia com veemência toda e qualquer afirmação no sentido de que tenha recebido dinheiro de Ronilson, de qualquer funcionário da Secretaria de Finanças ou qualquer outro funcionário municipal". O texto ressalta que Barcellos não apresentou prova sobre pagamentos ao vereador e diz que a sala onde haveria o som potente em sua casa "não existe".

Mais vereadores

Miguel e Amadeu não foram os únicos citados no depoimento. Barcellos declarou também ter informações de que o atual presidente da Câmara, Antonio Donato (PT), e o ex-presidente, o ministro dos Transportes, Antonio Carlos Rodrigues (PR), também receberam propina. O fiscal contou que Ronilson fez pagamentos a eles porque "ficou em débito" com os parlamentares após ter sido nomeado subsecretário. Durante a CPI do IPTU, que ocorreu em 2009, os vereadores enviaram "inúmeros" ofícios à Prefeitura convocando autoridades para prestar depoimento como forma de pressionar pela sua nomeação.

Donato diz que seu nome vem sendo "usado indevidamente" pelos delatores e afirma que, na época dos fatos, fazia oposição a Kassab. O ministro Rodrigues disse que o delator deveria apresentar provas do que diz e que "jamais" recebeu dinheiro da Máfia do ISS.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Justiça de São Paulo autorizou a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Alex de Mello, auditor fiscal aposentado da Prefeitura de São Paulo. Ele é investigado pelo Ministério Público Estadual (MPE) e pela Controladoria-Geral do Município (CGM) por suspeita de integrar a Máfia do Imposto sobre Serviços (ISS) - esquema de corrupção montado por auditores fiscais para cobrar propina de incorporadoras de imóveis.

Segundo as investigações da Promotoria do Patrimônio Público, Mello tem bens incompatíveis com o salário de R$ 24 mil brutos. Na declaração da Prefeitura do ano passado, consta que ele é dono de sete apartamentos, um terreno, tem aplicações na caderneta de poupança e na Bolsa de Valores. No total, Mello declarou ter patrimônio avaliado em R$ 2,680 milhões.

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Mas os investigadores acreditam que muitos bens, principalmente os imóveis, estão declarados com valor muito abaixo do mercado. O apartamento em que Mello mora fica em Moema, na zona sul da capital, tem 273 metros quadrados e está avaliado no mercado imobiliário em R$ 2,5 milhões. Na sua declaração, Mello informou que o imóvel vale R$ 390 mil. Os promotores acreditam que o valor real do patrimônio de Mello supere R$ 10 milhões.

Investigação

O esquema de corrupção foi descoberto em 2013. Na ocasião, quatro servidores ligados à Secretaria de Finanças foram presos: Ronilson Bezerra Rodrigues, Eduardo Horle Barcellos, Carlos Di Lallo Leite do Amaral, e o agente de fiscalização Luis Alexandre Cardoso Magalhães.

Todos respondem em liberdade. Magalhães fez acordo de delação premiada com a Promotoria em troca de redução de pena, mas perdeu esse direito após ser flagrado cobrando propina.

O nome de Mello aparece na segunda fase da investigação que apura o envolvimento de mais sete servidores. Quando o caso veio à tona, o auditor pediu aposentaria por tempo de serviço.

O promotor José Carlos Blat disse que será aberta uma ação de improbidade administrativa contra Mello assim que chegarem as informações da quebra de sigilo. "As investigações mostram que os indícios são muito fortes de que houve enriquecimento ilícito", afirmou. A CGM informou quer está finalizando o procedimento para pedir a cassação da aposentadoria de Mello.

O advogado Alan Apolidorio, que defende o auditor aposentado, disse que seu cliente é inocente e que foi comprovado na CGM e no MPE que a evolução patrimonial de Mello foi legal.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Justiça determinou nessa segunda-feira (28), o bloqueio de R$ 2,7 milhões da ex-servidora pública Paula Sayuri Nagamati, apontada como uma das integrantes da Máfia do Imposto Sobre Serviços (ISS) e ex-chefe de gabinete do ex-secretário de Finanças Mauro Ricardo.

O sequestro dos bens foi deferido pela 8ª Vara de Fazenda Pública em ação movida pela Prefeitura de São Paulo. Em sua decisão, o juiz Claudio Campos da Silva levou em conta a materialidade dos danos causados aos cofres públicos, além dos indícios de enriquecimento e de participação da ex-auditora fiscal no esquema que desviou cerca de R$ 500 milhões.

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Exonerada em novembro de 2013, Paula foi demitida no primeiro semestre deste ano após investigações realizadas pela Controladoria-Geral do Município (CGM).

A ação de sequestro de bens proposta pela Procuradoria-Geral do Município é baseada nos indícios de corrupção e na incompatibilidade entre os bens adquiridos por Paula e seus ganhos como servidora pública. A evolução patrimonial foi verificada em uma sindicância realizada pela Controladoria.

O bloqueio de bens, deferido em medida cautelar, visa evitar que a ex-auditora fiscal se desfaça do patrimônio, garantindo o futuro ressarcimento aos cofres públicos.

Shoppings centers, supermercados e motéis de São Paulo são investigados por supostos pagamentos de propina a servidores da Prefeitura em troca de descontos no Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). Segundo o Ministério Público Estadual (MPE), o inquérito envolve "os maiores e mais luxuosos" estabelecimentos da cidade, no caso dos centros de compras. Na próxima semana, a promotoria deve denunciar os envolvidos no caso do MorumbiShopping, revelado na quinta-feira, 24, pelo jornal O Estado de S. Paulo.

As suspeitas contra os shoppings têm como base as delações premiadas feitas por três ex-operadores do esquema. O trio citou ao menos três empresas, todas donas de grandes shoppings, como pagadoras de propina. Um dos promotores à frente da investigação, Roberto Bodini, afirma que os delatores, todos servidores municipais, agiam como parceiros da Máfia do Imposto sobre Serviços (ISS) - quarteto que dava desconto do imposto para grandes construtoras da cidade -, descoberta em 2013.

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Os operadores eram encarregados de fiscalizar os shoppings e aferir se as áreas construídas estavam de acordo com as plantas aprovadas na Prefeitura. Eles foram descobertos à medida que surgiram informações, há dois anos, de que a Máfia do ISS também cobrava propina para aliviar o IPTU.

"Como é que quem fiscalizava o ISS poderia estar envolvido no IPTU?", disse o promotor, ao contar como os delatores foram identificados. "Ao reunirmos as informações sobre essas pessoas, nós as chamamos. Eles toparam colaborar, uma vez que também poderiam ser denunciados criminalmente", explica Bodini.

A partir dessas delações foi possível identificar os pagamentos feitos pelo MorumbiShopping, que somaram R$ 1,5 milhão. Eles foram realizados entre o fim de 2012 e 2013, em cinco parcelas de R$ 300 mil.

"No caso do Morumbi, a empresa veio até nós, confessou os pagamentos e passou a colaborar. O entendimento é que a empresa sofreu achaque dos fiscais", diz o promotor. Não é o caso de outros shoppings citados pelos delatores, segundo Bodini, que negam terem feito os pagamentos.

Dezena

O MPE e a Controladoria-Geral do Município (CGM) suspeitam de que até dez servidores participavam do esquema, além dos quatro já relacionados à Máfia do ISS - Luís Alexandre Cardoso de Magalhães, Carlos Augusto Di Lallo Leite do Amaral, Eduardo Horle Barcellos e o subsecretário de Arrecadação da gestão Gilberto Kassab (PSD), Ronilson Bezerra Rodrigues. "Não tem como esse grupo ter agido sem apoio de um braço político. Mas nossas investigações, até aqui, param no subsecretário", diz o promotor Bodini.

A reportagem procurou a Associação Brasileira de Shoppings (Abrasce) e os advogados dos fiscais, mas ninguém foi localizado. A defesa do MorumbiShopping informou que colabora com as investigações e se diz vitima de achaque.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), disse, na manhã desta sexta-feira, que o Ministério Público, aliado à Controladoria-Geral do Município (CGM), "está recolhendo indícios e provas para levar adiante, até as últimas consequências, as investigações" sobre o envolvimento de servidores públicos na Máfia do Imposto sobre Serviços (ISS). Em relação à nova denúncia contra sete pessoas por causa da Máfia, revelada ontem pelo Estado, Haddad afirmou que desconhece o caso. O prefeito ainda elogiou a parceria entre MP e Controladoria, que juntos estariam procurando "provas robustas para eventualmente indiciar as pessoas".

Na nova acusação, o empresário Marco Aurélio Garcia, irmão do secretário estadual da Habitação, Rodrigo Garcia, foi denunciado por lavagem de dinheiro em parceria com o ex-subsecretário da Receita municipal, Ronilson Bezerra Rodrigues, apontado como principal líder do esquema. A peça criminal menciona ainda seis empresas que colaboraram com atos de lavagem. Quatro delas têm participação societária de Marco Aurélio ou de sua mulher.

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A nova denúncia é um desdobramento das investigações iniciadas em 2013, que ainda estão em curso, e já resultaram em outras duas acusações. Todas são analisadas pela 21.ª Vara Criminal da Capital. "A Controladoria tem reuniões periódicas com o Ministério Público. Nós fornecemos informações adicionais periodicamente e ele (MP) obtém informações em função da quebra de sigilo", disse o prefeito ontem. Segundo Haddad, a CGM, que é "autônoma e isenta", coloca na internet todos os dados das estatais municipais. "Isso dá a tranquilidade para o gestor público sério de que tem ali um órgão zelado pela lisura administrativa."

Haddad afirmou que não avançou a ideia do promotor de Justiça Roberto Porto, no comando da CGM, de recrutar policiais para atuar como agentes de rua na investigação de casos de corrupção. "Requisitamos, mas não houve cessão."

O órgão deve receber reforço de pessoal. Em 25 de março, a Câmara aprovou a criação de cem vagas para auditores, chamados de "superfiscais". O prefeito afirmou ontem que o concurso está em fase de preparação e os novos gestores vão "melhorar muito a transparência e a qualidade da gestão". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A cooperativa de médicos Unimed Paulistana virou alvo de uma investigação do Ministério Público Estadual (MPE), após promotores do Grupo Especial de Repressão aos Delitos Econômicos (Gedec) identificarem um pagamento da cooperativa à Pedra Branca Assessoria, empresa de Ronilson Bezerra Rodrigues, apontado como chefe da Máfia do Imposto sobre Serviços (ISS).

A Pedra Branca emitiu uma nota fiscal de prestação de serviços de R$ 60 mil à Unimed Paulistana em 8 de setembro de 2011, com a descrição "serviços de consultoria". A nota recolhe R$ 900 de imposto de renda e R$ 2.790 de outros tributos. A transação entre Unimed e Ronilson aconteceu dois meses depois de uma lei municipal conceder isenção de impostos à cooperativa, que chegou a ser uma das dez maiores devedoras de ISS da cidade.

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Para o MPE, a Pedra Branca é uma empresa constituída apenas para lavar o dinheiro que Ronilson obteve de forma ilícita enquanto esteve na Subsecretaria da Receita Municipal, durante a gestão Gilberto Kassab (PSD). "Um dos delatores diz que a empresa não tinha nenhum negócio real", afirmou o promotor Roberto Bodini, que lidera as investigações do caso.

Bodini confirmou que há uma investigação em que a Unimed é citada, mas informou que não daria detalhes do caso, que corre em segredo de Justiça. O diretor Financeiro da empresa, Valdemir Gonçalves da Silva, já foi ouvido como testemunha pelos promotores.

A Unimed Paulistana chegou a ser alvo de um processo de direção fiscal (intervenção) por parte da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) até 2011, por causa de dívidas. Somente com ISS a dívida da empresa, em 2011, era calculada em R$ 700 milhões - em valores da época.

Naquele ano, embutido na lei municipal que instituiu a Nota Fiscal Paulistana (Lei 15.406/11), havia uma autorização de reabertura do Programa de Parcelamento Incentivado (PPI) e uma alteração na cobrança do Imposto sobre Serviços que permitiu que cooperativas médicas - como a Unimed Paulistana - recolhessem menos ISS, uma vez que médicos já pagavam o imposto.

A proposta era evitar a bitributação sobre a classe médica e atendia a uma demanda antiga da categoria. O médico Pedro Kassab, pai do ex-prefeito autor da lei, é um dos fundadores da Unimed Paulistana. O projeto do Executivo, sancionado em 8 de julho de 2011, foi escrito pelo então subsecretário Ronilson.

A mudança de regras do ISS permitiu que o setor de saúde suplementar reduzisse em cerca de 40% o total de impostos pagos pela categoria médica somente na capital paulista. Em março do mesmo ano, antes da promulgação da lei, a cooperativa já havia aderido ao PPI, negociando cerca de R$ 530 milhões, em valores da época. Ainda endividada, a empresa fez uma nova adesão ao PPI no ano passado, quando parcelou cerca de R$ 25o milhões em tributos.

A reportagem tentou, sem sucesso, contato na sexta-feira à noite com o criminalista Marcio Sayeg, defensor legal de Ronilson nas três denúncias de lavagem de dinheiro em que ele é alvo, após a descoberta da Máfia do ISS. Por meio de nota enviada por sua assessoria de imprensa, a Unimed Paulistana afirmou desconhecer o caso.

"A Unimed Paulistana informa que ocorreu a renovação da Diretoria Executiva e do Conselho de Administração em 28 de março de 2015, não sendo de conhecimento dos atuais diretores empossados nessa data quaisquer fatos relacionados à questão em apreço", diz o texto. "Igualmente, a Unimed Paulistana informa que não recebeu nenhuma comunicação ou manifestação de quaisquer autoridades sobre os atos e fatos noticiados por esse veículo de comunicação", destacou em nota oficial. Por fim, a Unimed Paulistana informa que "manifesta que caso seja cientificada oficialmente sobre o tema empenhará seus melhores esforços na elucidação da questão".

A reportagem também procurou ontem à noite o criminalista Luiz Eduardo Greenhalgh, que responde pela Unimed, mas não conseguiu localizá-lo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Enquanto responde em liberdade por formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e concussão (corrupção praticada por servidor público), o ex-auditor fiscal Luís Alexandre Cardoso de Magalhães, apontado como o operador da Máfia do Imposto sobre Serviços (ISS), continua levando uma vida de ostentação, cercado de motos importadas, passeios de lanchas e jantares. Pelo menos é o que ele compartilha em seu perfil no Facebook.

Em uma das fotos, a principal de sua página na rede social, Magalhães aparece de sunga, com charuto na boca, óculos escuros e relógio prateado, enquanto pilota uma lancha em um dia ensolarado. A foto foi postada em 8 de janeiro, mas não há data de quando foi feita. Em novembro, Magalhães revela que mantém seu gosto por motocicletas de cilindradas potentes, apesar de seus bens estarem congelados por ordem da Justiça. A imagem é de uma motocicleta BMW. A empresária Nágela Coelho, mulher de Magalhães, comenta a foto: "Nervosaaaaa".

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O fiscal ganhou destaque ao dizer, em entrevista ao Fantástico, da Rede Globo, que tinha usado o dinheiro obtido com a máfia do ISS com mulheres e viagens. Na época, seu patrimônio foi estimado em R$ 15 milhões. Na rede, Magalhães "curte" uma página sobre cavalos, páginas de imobiliárias e uma comunidade chamada "Beijinho no ombro pro Recalque".

Rombo - Segundo o Ministério Público Estadual (MPE), Magalhães ajudou a causar um rombo milionário nas contas da Prefeitura, ao cobrar propina das grandes construtoras da cidade para facilitar a sonegação de ISS. Ele recebia ordens do ex-subsecretário de Finanças de Gilberto Kassab (PSD), Ronilson Bezerra Rodrigues.

Magalhães foi o primeiro fiscal ligado ao esquema a ser solto, em outubro de 2013, ao confessar participação nos delitos e concordar em assinar um acordo de delação premiada.

Bens - O criminalista João Ramacioti, defensor de Magalhães, argumenta que o barco e os demais bens mostrados nas redes sociais estão indisponíveis. "Ele tem a posse do barco. Então, tem de cuidar, limpar, pagar os impostos. Ele não pode vender, não está desfrutando desses bens", afirma.

"É importante dizer que ele tem outra renda, desde que foi demitido a bem do serviço público", diz o criminalista. De fato, na rede, ele se apresenta como diretor executivo da empresa NC Fit & Beach, registrada na junta comercial do Estado no nome da mulher dele, com capital de R$ 1 e endereço na zona leste de São Paulo. "Ele confessou e está respondendo por seus atos, não é possível esperar que ele morra de fome", diz o advogado. (Bruno Ribeiro) As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A juíza Luciene Jabur Mouchaloite Figueiredo, da 21.ª Vara Criminal da capital paulista, aceitou ontem a denúncia contra nove dos acusados de participar da Máfia do ISS (Imposto sobre Serviço), abrindo a primeira ação penal do caso. Mas negou ontem o pedido de prisão preventiva para o suposto líder do esquema, Ronilson Bezerra Rodrigues, denunciado à Justiça por formação de quadrilha/associação criminosa, lavagem de dinheiro e concussão (servidor exige vantagens para exercer função).

Os indiciados são os ex-fiscais da Secretaria Municipal de Finanças Luís Alexandre Cardoso de Magalhães, Carlos Augusto di Lallo Leite do Amaral, Eduardo Horle Barcellos e familiares que teriam colaborado para "lavar" dinheiro. No caso de Ronilson, além de negar a prisão preventiva, a juíza deu prazo para defesa prévia, antes de decidir se aceitará ou não a denúncia criminal contra ele. Embora tenha sido demitido da Prefeitura, o ex-subsecretário da Receita Municipal da gestão Gilberto Kassab (PSD) foi tratado como funcionário público porque "existe pendência comprovada de recurso administrativo contra o ato de demissão", segundo escreveu a juíza. Por lei, funcionários públicos têm direito a defesa prévia nesse tipo de caso.

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O mesmo critério foi usado para não receber de imediato a denúncia contra o fiscal Amilcar José Cansado Lemos, tido pelo Ministério Público Estadual como o "criador" do esquema de fraudes da quadrilha, cuja estimativa de prejuízo à cidade chega a R$ 500 milhões.

Prisão. Um dos argumentos citados pela juíza para negar o pedido de prisão foi o fato de que, depois de ter sido solto, Ronilson não tentou impedir as investigações - ele ficou dez dias detido temporariamente em novembro passado, quando o caso foi descoberto. "Ademais, os crimes em questão não foram praticados mediante grave ameaça ou violência à pessoa e não há demonstração concreta que Ronilson esteja atrapalhando ou inviabilizando a obtenção de provas ou mesmo expondo a perigo a integridade física de testemunhas", escreveu a juíza, em sua sentença.

Questionado sobre os argumentos da juíza, o promotor do caso, Roberto Bodini, afirmou que "o dano que ele causou à cidade é maior do que o que é roubado em semáforos por seis meses". "O Judiciário precisa parar de manter preso apenas quem rouba R$ 100 e manter solto quem desvia milhões em dinheiro público", afirmou.

Bodini disse que, embora não tenha sido oficialmente notificado da sentença, vai recorrer. "O Ministério Público está convencido da necessidade de manter Ronilson preso." Defensor do servidor, o advogado Márcio Sayeg afirmou apenas que "a magistrada tomou uma medida de bom senso". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A juíza Luciene Jabur Mouchaloite Figueredo, da 21.ª Vara Criminal de São Paulo negou na tarde desta sexta-feira (29) pedido de prisão preventiva para o líder da Máfia do Imposto Sobre Serviço (ISS), Ronilson Bezerra Rodrigues, denunciado à Justiça por formação de quadrilha/associação criminosa, lavagem de dinheiro e concussão (quando o servidor público exige vantagens para exercer sua função).

Segundo sentença da juíza, a prisão não era necessária porque, nove meses depois de ter sido solto, Rodrigues não conseguiu impedir que a denúncia contra a máfia fosse apresentada. "Ademais, os crimes em questão não foram praticados mediante grave ameaça ou violência à pessoa e não há demonstração concreta que Ronilson esteja atrapalhando ou inviabilizando a obtenção de provas ou mesmo expondo a perigo a integridade física de testemunhas", escreveu a juíza, em sua sentença.

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Luciene também deu prazo de 15 dias para que Ronilson apresente sua defesa antes de decidir se aceita ou não a denúncia apresentada contra ele pelo Ministério Público Estadual. Esse procedimento é comum quando o acusado é servidor público. Ele foi subsecretário da Receita Municipal durante a gestão Gilberto Kassab.

Ronilson foi demitido da Prefeitura e recorre da demissão. "Existe pendência comprovada de recurso administrativo contra o ato de demissão, conforme petição da defesa", argumentou a juíza. Entretanto, o ex-subsecretário terá de deixar seu passaporte com a Justiça.

Outros acusados

A primeira denúncia da Máfia do ISS envolvia 10 acusados, além de Ronilson Rodrigues. A juíza Luciana aceitou a denúncia contra todos eles, exceto o fiscal Amílcar José Cansado Lemos, que também terá prazo para apresentar defesa prévia antes de saber se será ou não indiciado. Amílcar, sua mulher e sua filha também tiveram de entregar o passaporte.

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