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O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), diz que o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ) foi "acometido por uma síndrome que atinge com muita frequência as pessoas que não aceitam deixar o poder: 'síndrome da ansiedade de poder'". Para o governador, "ganhar ou perder faz parte de todo o processo político".

Nesta segunda-feira, em entrevista publicada pelo Valor Econômico, Maia acusa o presidente do DEM, ACM Neto, de ter entregue ao Palácio do Planalto "na bandeja" a cabeça dos apoiadores da candidatura do deputado Baleia Rossi (MDB-SP) para a sucessão da Casa. Segundo Maia, "a movimentação da cúpula do partido, principalmente do seu presidente e do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, deixou claro que há a intenção de aproximação maior com o governo Bolsonaro, que não será apenas uma relação parlamentar com a agenda econômica, mas mais ampla". "Foi um processo muito feito do Neto e do Caiado. Ficar contra é legítimo, falar uma coisa e fazer outra não. Falta caráter, né?", disse Maia na entrevista, referindo-se à mudança de posicionamento do DEM contra Baleia.

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Em nota, Caiado respondeu que "a entrevista de Maia não deve ser considerada pela classe política porque é indicadora de internação hospitalar". Segundo Caiado, Maia tentou "furar a Constituição" com a tentativa de reeleição e não havia trabalhado outro candidato para sua sucessão. Para o governador, com a negativa da Corte, o ex-presidente da Casa ensaiou então "um movimento desesperado, de imposição, sem qualquer unidade e coerência".

"Depois de ter sido eleito por três vezes presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo achou que era proprietário das decisões de todos os deputados do Democratas e dos demais da Câmara. Ao reagir desta maneira, desrespeitou toda a bancada de um partido que sempre lhe deu apoio nos momentos mais difíceis. Agir da forma como Rodrigo agiu é o que, de fato, demonstra falta de caráter", rebateu Caiado no texto.

O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (RJ), confirmou que vai deixar o DEM para fazer oposição ao presidente Jair Bolsonaro. Após ver seu candidato na eleição à Presidência da Câmara abandonado em nome da aproximação de seu partido com o presidente da República, Maia disse que o DEM regrediu aos tempos de Arena, voltando à extrema-direita.

"O partido voltou ao que era na década de 1980, para antes da redemocratização, quando o presidente do partido aceita inclusive apoiar o Bolsonaro", disse Maia em entrevista ao jornal Valor Econômico. E completou: "o DEM decidiu majoritariamente por um caminho, voltando a ser de direita ou extrema-direita, que é ser um aliado de Bolsonaro."

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Maia afirmou que vai fazer o pedido de desfiliação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para "dormir tranquilo". "Vou pedir minha saída no TSE (...). Hoje posso dizer que sou oposição ao presidente Bolsonaro. Quando era presidente da Câmara, não podia dizer. Mas agora quero um partido que eu possa dormir tranquilo de que não apoiará [o presidente]. (...) Não quero participar de um projeto que respalda todos os atos antidemocráticos."

A decisão de Maia de deixar o partido foi tomada após o DEM abandonar a candidatura de Baleia Rossi (MDB-SP) à presidência da Câmara, declarando neutralidade na véspera da eleição, o que liberou os deputados a votarem no candidato bolsonarista, Arthur Lira (Progressistas-AL).

O ex-presidente da Casa criticou duramente o presidente do partido, ACM Neto (BA), e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, pela mudança de posicionamento do partido. "Foi um processo muito feito do Neto e do Caiado. Ficar contra é legítimo, falar uma coisa e fazer outra não. Falta caráter, né?", afirmou.

Ainda de acordo com Maia, a formação da chapa encabeçada por Baleia foi discutida com o presidente e o líder partidário, que aprovaram a escolha como parte de uma estratégia para viabilizar também a eleição do candidato Rodrigo Pacheco (DEM-MG) no Senado, esvaziando um possível bloco do MDB em torno do nome de Simone Tebet (MDB-MS).

A "traição" do partido, contudo, só foi notada em uma reunião de líderes no dia 31 de janeiro, às vésperas da eleição. "Não podia imaginar que um amigo de 20 anos ia fazer um negócio desses", disse Maia sobre ACM Neto. E completou: "Mesmo a gente tendo feito o movimento que interessava ao candidato dele no Senado, ele entregou a nossa cabeça numa bandeja ao Palácio do Planalto."

Além da questão envolvendo a eleição no Congresso, Maia disse que as decisões dos líderes do DEM estão transformando a sigla em "um partido sem posição" - mencionando uma entrevista em que ACM Neto diz que pode ir "do Bolsonaro ao Ciro Gomes" - e sem projeto de País. "Deste partido eu não tenho mais como participar porque não acredito que esse governo tenha um projeto, primeiro, democrático, e, segundo, de país".

Maia ainda colocou que, com a aproximação cada vez maior do DEM com Bolsonaro, a tendência é que a aliança entre o partido e o presidente ultrapassem a pauta econômica. "Não descarto nem a hipótese de Bolsonaro acabar filiado ao DEM", finalizou.

Arthur Lira (PP-AL) foi eleito presidente da Câmara dos Deputados para o biênio (2021-2022). A sua vitória, consagrada na última segunda-feira (3), está sendo vista como o fortalecimento de Jair Bolsonaro (sem partido), principal fiador de sua campanha, e do Centrão - que retoma o protagonismo no Congresso Nacional. 

A cientista política Priscila Lapa debateu com o repórter Jameson Ramos sobre esses fortalecimentos e como vai ser a agenda da Câmara nas próximas semanas, além da ‘quebra de braço’ pelos poderes.

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Confira

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O fim da era Rodrigo Maia (RJ) no comando da Câmara ocorre em um momento de dilema vivido pelo deputado. A dúvida é se ele deve sair do DEM, partido agora dominado por lideranças cooptadas pelo governo. Nos últimos dias, ele e o presidente Jair Bolsonaro travaram queda de braço na disputa pelo controle da Casa. A legenda decidiu abandonar a campanha de Baleia Rossi (MDB-SP) e apoiar o líder do Centrão, Arthur Lira (PP-AL), candidato apoiado pelo Palácio do Planalto que venceu a disputa ontem.

Se permanecer na legenda, o parlamentar de 50 anos, quase cinco deles no comando da Câmara, será mais um congressista, avaliam aliados. Fora, Maia será cobiçado por outras legendas e terá condições de se tornar um player influente do campo oposicionista no processo sucessório de 2022.

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Os mesmos aliados observam que, ao ser eleito para chefiar a Casa, segundo posto na linha de sucessão da Presidência, em 2016, o parlamentar tomou de Eduardo Cunha (MDB-RJ), deputado cassado e preso, o Centrão, bloco dos partidos fisiológicos. Na reta final da campanha deste ano na Câmara, o grupo governista se apossou do DEM.

Uns veem Maia como malabarista. Foi assim num tempo de impeachment de Dilma Rousseff, de processo de afastamento interrompido do sucessor dela, Michel Temer, e de cobranças nas redes para considerar crime a gestão de Bolsonaro na pandemia que matou até o momento 224 mil brasileiros. Outros o enxergam como um político que apenas soube ocupar o vácuo na interlocução entre setores moderados de direita e esquerda, grupos empresariais e o mercado financeiro.

'Primeiro-ministro'

No tempo de polarizações e ideologias anacrônicas, Maia manteve a pauta econômica como prioridade da Casa. Foi decisivo na aprovação da PEC do Teto de Gastos e outras propostas de Temer. Chegou a ser chamado de "primeiro-ministro". No governo Bolsonaro, conseguiu aprovar uma reforma da Previdência enquanto o presidente defendia mais armas para a população. O parlamentar soube ainda fazer pontes nos tribunais. Ele chegou a travar propostas que desagradavam ao Judiciário e se postou ao lado de ministros da Suprema Corte nos atos antidemocráticos apoiados por Bolsonaro. Ao mesmo tempo, se limitava a notas de repúdio diante dos arroubos autoritários do presidente.

É essa expertise de busca de diálogo que leva muitos no Congresso a apostar que Maia não terá o fim de antecessores como Aldo Rebelo, Marco Maia e Efraim Ribeiro, hoje figuras sem expressão. Há quem observe ainda que a família Bolsonaro e sua militância digital levará um bom tempo para tirar Rodrigo Maia da posição de adversário favorito. Nos últimos anos, a rede de fake news ligada ao clã não poupou o parlamentar. Por sua vez, ministros do Palácio do Planalto pregam que ele não é confiável e sempre quis derrubar o governo. Rodrigo Maia derrubou, sim, toda a agenda de costumes de Bolsonaro.

A aposta do grupo de Maia é que ele, sempre associado à velha política pelo bolsonarismo, possa aproveitar, na reta final do atual governo, o desgaste de um presidente cada vez mais ligado ao Centrão e a figuras com condenações por improbidade - é justamente o caso de Arthur Lira, aliado do Planalto, acusado de liderar "rachadinhas".

Frente ampla

Independentemente do resultado das eleições na Câmara, Maia vive um momento de avaliar partidos para abrigá-lo e análises de composições que podem fazer frente a Bolsonaro em 2022. A criação de uma frente ampla de partidos em defesa da candidatura de Baleia foi a primeira tentativa robusta de unir campos opostos desde a redemocratização. Mesmo com o DEM e o PSDB sucumbindo às verbas e cargos oferecidos pelo Planalto, Maia conseguiu reaproximar o PT e outros partidos de esquerda com um antigo aliado: o MDB.

Nos próximos dias, Maia ainda terá de responder a críticas. Lideranças da frente de partidos montada por ele para a disputa da Câmara reclamam da demora em manifestar apoio a Baleia. Até o início de dezembro do ano passado, quando a campanha de Lira já estava na praça, Maia não tinha anunciado quem seria o escolhido. Embora nunca admitisse, o parlamentar esperava uma decisão do Supremo que permitisse disputar um novo mandato, avaliaram aliados. Com a Corte rejeitando a possibilidade, no dia 7 daquele mês, ele ainda ensaiou lançar Agnaldo Ribeiro (PP-PB).

Mesmo se tivesse posto o nome de Baleia na disputa com antecedência, Maia e seu grupo enfrentariam dificuldades para conter a enxurrada de recursos do governo para agradar aliados e conter o candidato do MDB. O Estadão revelou que, em dezembro, foram empenhados R$ 3 bilhões só em obras do Ministério do Desenvolvimento direcionadas a redutos eleitorais de congressistas.

Bolsonaro abriu possibilidade ainda de entregar ministérios ao Centrão e a forças que abandonaram Maia, como o presidente nacional do DEM, ACM Neto - herdeiro do carlismo, grupo do avô e senador baiano que tinha apetite voraz por verbas e poder - apoiou a "neutralidade" na disputa na Câmara, isto é, aderiu a Bolsonaro.

O ex-deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA), vice-presidente do partido, tentou contemporizar. "Depois da eleição vamos tentar nos unir de novo, rever os excessos. Acho que vai recompor. Rodrigo tem história, Neto também, já viveram muitas coisas", disse.

Nas últimas 48 horas, Maia teria ameaçado abrir processo de impeachment contra Bolsonaro pela cooptação de deputados do DEM. "Nunca disse que ia abrir", afirmou ontem o deputado, torcedor do Botafogo, time conhecido na crônica esportiva por provocar surpresas nos acréscimos de um jogo, ruins ou agradáveis. Em seu discurso de despedida, Maia se emocionou. "Me preparei para não chorar, mas não deu."

Futuro

Maia recebeu acenos para assumir um cargo de primeira linha no governo de São Paulo. A reportagem apurou que o governador João Doria (PSDB) deixou claro ao deputado que as portas do Palácio dos Bandeirantes estão abertas a ele. Maia, no entanto, resiste a assumir cargos regionais.

O desejo de Maia era construir uma opção de candidatura nacional no DEM - ainda que não para si. Em 2018, seu nome chegou a ser testado pelo Democratas para disputar a Presidência da República, mas Maia recuou por impopularidade.

Maia almeja a articulação de uma frente alternativa a Bolsonaro que reúna setores da esquerda e da direita. A área que lhe atrai, segundo disse, é a de modernização do Estado. Segundo avalia, o maior entrave à união entre os partidos é a agenda econômica pouco convergente entre presidenciáveis como Doria, Ciro Gomes (PDT) e Luciano Huck (sem partido). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou, em seu último discurso no Plenário como presidente, que trabalhou em seus 4 anos e 7 meses para que a sociedade tivesse orgulho do Parlamento. Durante o discurso, Maia se emocionou e foi aplaudido. “Apenas um de vocês terá a enorme honra de presidir a nossa Câmara dos Deputados”, disse aos oito candidatos que disputam o cargo.

Maia pediu que os confrontos do período eleitoral para o comando da Casa fossem encerrados. “Tivemos um momento de mais atrito, no meu caso, com a candidatura do deputado Arthur Lira (PP-AL). Se em algum momento ele ou aqueles que o apoiam se sentiram ofendidos pelo que falei, não foi minha intenção”, afirmou o presidente.

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Para Rodrigo Maia, atualmente, o maior desafio do parlamento é questão das vacinas e o enfrentamento à segunda onda da pandemia. “Hoje, 70% das pessoas que entram com COVID numa UTI de hospital privado são salvas; na UTI do setor público, apenas 35%. É isso que precisamos tratar e enfrentar. Sei que isso está no coração de cada um de vocês”.

Maia também defendeu mais oportunidades aos brasileiros “para que a escola pública seja tão boa quanto a escola privada, para que a UTI pública tenha a mesma chance de salvar uma vida que a UTI de um hospital privado”.

*Da Agência Câmara de Notícias

 

A eleição da Câmara dos Deputados se transformou num bate-boca, com troca de acusações entre Arthur Lira (PP-AL), candidato apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que apoia Baleia Rossi (MDB-SP).

Tudo começou quando o PT alegou problemas técnicos para registrar apoio a Baleia Rossi e, por isso, teria perdido o prazo, que se encerrava às 12h. Diante das dificuldades, Maia convocou reunião de líderes para permitir o registro do bloco. Alguns líderes do bloco de Baleia relembraram que o mesmo problema técnico teria ocorrido há dois anos e impediu o PDT de ficar com cargos na Mesa Diretora.

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A decisão final sobre reconhecer o registro do bloco cabia apenas a Maia, como presidente da Casa. A reunião já começou tensa, com Maia e Lira gritando um com o outro. Lira disse ter consultado o diretor técnico da Casa, que teria informado não haver problema nenhum no sistema e que todos os outros partidos conseguiram fazer o registro no prazo - Rede, PV, PCdoB, Cidadania, PDT, MDB, PSDB, Solidariedade e PSB.

"É só uma questão de coerência temporal. Todos cumpriram o prazo, menos o PT", disse Lira, segundo parlamentares presentes à reunião. Diante dos protestos de Lira, Maia respondeu: "Eu sou presidente da Câmara hoje. Eu decido. Amanhã você pode decidir".

Irritado, Lira bateu a mão na mesa. "Vossa excelência está atropelando", disse ele. Maia cobrou respeito: "Você não está em Alagoas, não bata na mesa". Lira, por sua vez, manteve o tom: "E você não está no morro do Rio de Janeiro".

A líder do PCdoB na Casa, Perpétua Almeida (AC), disse que o não reconhecimento do bloco de Baleia era uma tentativa de Lira de levar todos os cargos da mesa no "tapetão". "Todo mundo sabe quais são os blocos", disse a deputada.

Apoiadora de Lira, a deputada Soraya Santos (PSL-RJ) citou um relatório interno da Casa e afirmou que o bloco de Baleia somente tentou fazer o registro às 13h10. "Ninguém quer tirar cargo da mesa no tapetão, mas a lei não atende aos que dormem", afirmou.

Maia disse que a decisão já estava tomada. "Não vou mudar, nenhum debate vai mudar. Não há recurso", afirmou Maia. Em seguida, ele começou a distribuir os cargos da Mesa Diretora de acordo com os blocos. Como são os maiores partidos da Casa, Maia deu a primeira escolha caberia ao PSL, e a segunda, ao PT.

Lira continuou os protestos. "Se você quiser fazer a eleição em outro dia é só dizer, porque assim não vai ter eleição", afirmou. Maia disse então que Lira havia prometido "o que não tinha para entregar", em referência aos cargos da Mesa, que não ficariam mais apenas com o bloco de Lira. Lira respondeu: "Não sou você, não".

Foi quando os líderes pró-Lira decidiram deixar a reunião, em protesto. "Ninguém vai ficar nessa bagunça", disse o líder do PL, Wellington Roberto (PB), acompanhado de Marcos Pereira (Republicanos-SP). Lira reagiu: "Você é o valentão, o dono do Brasil", afirmou a Maia.

O líder do PSL, Felipe Francischini (PR), levantou a possibilidade de a eleição na Câmara terminar na Justiça. Mas passados alguns minutos, Lira e os líderes que o apoiam decidiram voltar para a reunião. "Não vamos complicar uma eleição já ganha", disse Lira. "O que aconteceu hoje mostra que todos precisam ter voz."

Ao fim da discussão, o bloco de Baleia Rossi conseguiu fazer o registro com dez partidos, incluindo PT, que alegou problemas técnicos, além do PSDB e do Solidariedade, que cogitaram ficar neutros na disputa.

O presidente da Câmara dos Deputados para o biênio 2021-2022 será escolhido nesta segunda-feira (1º) entre nove candidatos: Arthur Lira (PP-AL), lançado por bloco de 11 partidos com 236 deputados ao todo; Baleia Rossi (MDB-SP), lançado por bloco de dez partidos com 210 deputados; e os seguintes candidatos:  André Janones (Avante-MG); Alexandre Frota (PSDB-SP); Fábio Ramalho (MDB-MG); General Peternelli (PSL-SP); Kim Kataguiri (DEM-SP); Luiza Erundina (Psol-SP) e Marcel van Hattem (Novo-RS). O prazo para o registro de candidaturas se esgotou às 17 horas.

Integram o bloco de Lira, que é o candidato apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro, os seguintes partidos: PSL, PP, PSD, PL, Republicanos, Podemos, PTB, Patriota, PSC, Pros e Avante.

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Já o bloco de Rossi é formado pelos seguintes partidos: PT, MDB, PSB, PSDB, PDT, Solidariedade, PCdoB, Cidadania, PV e Rede.

A eleição do presidente da Câmara e dos demais integrantes da nova Mesa Diretora – dois vice-presidentes, quatro secretários e seus suplentes – será realizada em sessão marcada para as 19h.

Para os demais cargos, registraram candidatura os seguintes parlamentares:
- 1ª vice-presidência: Marcelo Ramos (PL-AM);
- 2ª vice-presidência: André de Paula (PSD-PE);
- 1ª secretaria: Marilia Arraes (PT-PE) e Léo Motta (PSL-MG), como avulso;
- 2ª secretaria: Rose Modesto (PSDB-MS);
- 3ª secretaria: Luciano Bivar (PSL-PE) e Vitor Hugo (PSL-GO);
- 4ª secretaria: Joenia Wapichana (Rede-RR), Rafael Motta (PSB-RN) e Júlio Delgado (PSB-MG). A primeira é candidata do bloco, e os dois últimos são avulsos.

Os candidatos à suplência são: Eduardo Bismarck (PDT-CE), Rosângela Gomes (Republicanos-RJ), Gilberto Nascimento (PSC-SP), Flavio Nogueira (PDT-PI) Efraim Filho (DEM-PB), Alexandre Leite (DEM-SP) e Luís Miranda (DEM-DF).

A sessão ocorrerá no Plenário Ulysses Guimarães e será conduzida pelo atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Cada candidato terá dez minutos para defender suas propostas.

O processo de votação será presencial e secreto, com 21 urnas eletrônicas distribuídas pelo Plenário e pelos salões Verde e Nobre, espaços que ficarão restritos aos parlamentares.

Iniciado o processo de votação, cada urna receberá até cinco deputados por vez, de forma a evitar aglomerações e manter o distanciamento. Cada parlamentar registrará os 11 votos de uma só vez na urna eletrônica.

A apuração é realizada por cargo, iniciando-se pelo presidente da Câmara. Para ser eleito, o candidato precisa da maioria absoluta dos votantes em primeira votação ou ser o mais votado no segundo turno. Depois de eleito o novo presidente, são apurados os votos dos demais integrantes da Mesa.

*Da Agência Câmara de Notícias

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), negou que tenha cogitado abrir processo de impeachment do presidente da República, Jair Bolsonaro. Durante a madrugada e durante a manhã desta segunda-feira (1) especulações sobre a abertura do processo apareceram na imprensa. Ontem, o Democratas aprovou a saída do bloco de apoio ao deputado Baleia Rossi (MDB-SP), candidato à presidência da Câmara que conta com o apoio de Maia, o que aumentou as especulações.

“Eu nunca disse que ia dar (andamento ao processo). Vocês (da imprensa) ficam ouvindo as pessoas e não confirmam comigo”, disse o presidente após a reunião de líderes que definiu os cargos a serem disputados pelos partidos na eleição da Mesa Diretora, que ocorre às 19h desta segunda.

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*Da Agência Câmara de Notícias

 

À espera da decisão do novo comando para a presidência da Câmara, o presidente Jair Bolsonaro mandou recado para o atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Durante conversa com apoiadores, o presidente desejou que Maia "seja feliz" e ressaltou que "tudo acaba um dia". "Meu mandato vai acabar um dia", disse o mandatário.

O recado de Bolsonaro a Maia ocorre após o presidente da Câmara ameaçar aceitar um pedido de impeachment contra o presidente da República, no domingo (31). Diante da notícia que o DEM abandonaria a candidatura de Baleia Rossi (MDB-SP), Maia afirmou a aliados que poderia aceitar não só um, como mais pedidos de impeachment em seu último dia de mandato.

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A eleição para presidência da Câmara acontece hoje. Enquanto Maia apoia a presidência de Baleia, o candidato do Planalto é o Progressista Arthur Lira (AL). Confiante na vitória de Lira, Bolsonaro finalizou a conversa com apoiadores dizendo que, "se Deus quiser, vai dar tudo certo".

A decisão da Executiva do DEM de desembarcar do bloco de apoio à candidatura do deputado Baleia Rossi (MDB-SP) e a disposição do PSDB e do Solidariedade de seguir o mesmo caminho levaram o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a ameaçar aceitar um pedido de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro. A eleição que vai escolher a nova cúpula da Câmara e do Senado está marcada para esta segunda-feira (1º).

Ao ser informado pelo presidente do DEM, ACM Neto, na noite desse domingo (31), de que a maioria dos deputados do partido apoiaria a candidatura de Arthur Lira (Progressistas-AL) para o comando da Câmara, e não Baleia, Maia ficou irritado. O presidente da Câmara ameaçou até mesmo deixar o DEM. A reunião ocorreu na casa dele, onde também estavam líderes e dirigentes de partidos de oposição, como o PT, o PC do B e o PSB, além do próprio MDB.

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Maia encerra o mandato à frente da Câmara nesta segunda-feira e, conforme apurou o Estadão, afirmou que, se o DEM lhe impusesse uma derrota, poderia, sim, sair do partido e autorizar um dos 59 pedidos de afastamento de Bolsonaro. Integrantes da oposição que estavam na reunião apoiaram o presidente da Câmara e chegaram a dizer que ele deveria aceitar até mais de um pedido contra Bolsonaro.

ACM Neto passou na casa de Maia antes da reunião da Executiva do DEM justamente para informar que, dos 31 deputados da legenda, mais da metade apoiava Lira. Pelos cálculos da ala dissidente, 22 integrantes da bancada estão com Lira, que é líder do Centrão.

O PSDB e o Solidariedade têm reuniões marcadas para esta segunda-feira e, diante da fragilidade da candidatura de Baleia, também ameaçam rifá-lo. "Ou mostramos força e independência apoiando claramente o Baleia ou adeus às expectativas de sermos capazes de obter alianças e ganhar as próximas eleições. Se há algo que ainda marca o PSDB é a confiança que ele é capaz de manter e expressar. Quem segue a vida política estará olhando, que ninguém se iluda", disse recentemente o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em um grupo de WhatsApp da bancada tucana.

O ex-senador José Aníbal foi na mesma linha. "O PSDB assumiu compromisso com Baleia. Espero que cumpra. De outro modo, é adesão ao genocida", afirmou Aníbal neste domingo.

Maia lançou a candidatura de Baleia à sua sucessão em dezembro, com o respaldo de uma frente ampla, que incluiu partidos de esquerda. Na ocasião, o líder do DEM, Efraim Filho (PB), assinou um documento no qual o partido avalizava o nome do MDB.

Diante do racha, ACM Neto atuou para amenizar a crise. Saiu da casa de Maia e foi direto para a sede do partido. Conduziu a reunião da Executiva pedindo para que o DEM ficasse oficialmente neutro. Além das ameaças de Maia, partidos de oposição afirmaram que, com o abandono de Baleia por parte do DEM, também a esquerda poderia desembarcar da candidatura de Rodrigo Pacheco (DEM-MG) ao comando do Senado. Até agora, Pacheco é o favorito para a cadeira de Davi Alcolumbre (DEM-AP).

Ao final da reunião, a cúpula do DEM decidiu não aderir mais ao bloco de Baleia nem ao de Lira, ao menos oficialmente, assumindo posição de "independência" e abrindo caminho para traições, uma vez que o voto é secreto. O candidato do Progressistas, no entanto, divulgou em sua agenda que nesta segunda, às 9h30, receberá o apoio do DEM.

Nos bastidores, deputados comentavam neste domingo que o racha pode afastar o apresentador Luciano Huck do DEM. Huck planeja entrar na política para disputar a eleição para a Presidência, em 2022, e tem flertado tanto com o DEM como com o Cidadania ao defender uma frente de centro para derrotar Bolsonaro.

Faixas de apoio a candidatura do deputado federal Baleia Rossi (MDB-SP) à Presidência da Câmara dos Deputados foram destruídas neste sábado (30), em frente ao Congresso Nacional, na Esplanada dos Ministérios.

O incidente foi criticado pelo presidente da Câmara e apoiador da candidatura do emedebista, Rodrigo Maia (DEM-RJ) pelo Twitter. O líder da Câmara disse que o caso ”tem nome: facismo”. Nos tuítes, o deputado fez indagações a Bolsonaro e seu candidato Arthur Lira (PP-AL).

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"Destruíram as faixas de apoio ao @Baleia_Rossi na Esplanada dos Ministérios. Isso tem nome: fascismo. E é contra esse tipo de atitude e de gente que estamos unidos. Se os bolsonaristas estão tão confiantes com a vitória do candidato do Bolsonaro, por que agem assim?", escreveu o democrata. 

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Ele ainda questionou: "Aliás, não custa perguntar: Bolsonaro, seu candidato e o senador que virou coach do candidato já vieram a público rechaçar essa atitude?". "As especulações continuam. Muita espuma. Todo dia o candidato do Bolsonaro canta vitória. O deputado @Baleia_Rossi  vai ganhar a eleição no dia certo. 1/2", completou.

 

A Câmara dos Deputados realiza nesta segunda-feira (1º), a partir das 19h, a eleição da Mesa Diretora que vai conduzir as atividades da Casa neste biênio (2021-2022). Conforme decisão da Mesa, a eleição será totalmente presencial, com urnas dispostas no Plenário e nos salões Verde e Nobre, espaços que ficarão restritos aos parlamentares, de forma a evitar aglomerações e manter o distanciamento.

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Conforme ofício enviado nesta quinta-feira (28) aos deputados pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o prazo limite para a formação de blocos parlamentares termina na segunda-feira, ao meio-dia. Os cargos da Mesa são distribuídos aos partidos na proporção do número de integrantes dos blocos partidários.

Às 14h, terá início da reunião de líderes, para a escolha dos cargos da Mesa pelos partidos, conforme o critério de proporcionalidade.

Às 17h, termina o prazo para registro das candidaturas. Terminado esse prazo, haverá o sorteio da ordem dos candidatos na urna eletrônica. Até agora, nove deputados lançaram candidatura, sendo dois de blocos partidários, dois de partidos políticos e o restante avulso.

A Mesa é composta pelo presidente, dois vice-presidentes, quatro secretários e seus suplentes. Os votos para os cargos da Mesa só são apurados depois que for escolhido o presidente.

Conforme o Regimento Interno, a eleição dos membros da Mesa ocorre em votação secreta e pelo sistema eletrônico, exigindo-se maioria absoluta de votos no primeiro turno e maioria simples no segundo turno.

*Da Agência Câmara de Notícias

 

O início dos trabalhos legislativos do Congresso Nacional foi convocado pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre, para o dia 3 de fevereiro. A sessão de abertura será às 16h.

A solenidade, que conta com a presença de representantes do Executivo e do Judiciário, será conduzida pelas novas Mesas das duas Casas, a serem eleitas no dia 1º de fevereiro.

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*Da Agência Câmara de Notícias

 

Depois de deputados do DEM posarem para fotos ao lado do candidato à presidência da Câmara Arthur Lira (PP-AL), o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), reclamou da divisão interna do partido e alertou os colegas da legenda que o desgaste da sigla poderia render o apelido de "partido da boquinha" à sigla.

"Eu disse que estava uma divisão interna, gerando desgaste para o partido, e que um amigo tinha mandando uma mensagem de um empresário dizendo estar preocupado com isso, com muitos querendo votar por troca de emenda e cargo, e isso ia acabar gerando uma pecha de partido da boquinha. Apenas relatei isso", disse Maia ao Estadão/Broadcast Político.

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O comentário de Maia foi feito em uma reunião na manhã desta terça-feira, 26, na sede da prefeitura do Rio de Janeiro, juntamente com o prefeito Eduardo Paes (DEM) e demais deputados da bancada fluminense. Ele é aliado do candidato Baleia Rossi (MDB-RJ), ao lado de outros partidos do centro e da oposição.

Na segunda, 25, o adversário na disputa, Arthur Lira, esteve em Salvador (BA), onde se encontrou com o presidente do DEM, ACM Neto, acompanhado de deputados do partido, entre eles, Elmar Nascimento (DEM-BA) - um dos primeiros do partido a declarar apoio ao líder do Centrão. Embora Maia tenha dito que ACM Neto iria reafirmar, a Lira, o apoio do DEM ao candidato Baleia Rossi, não houve manifestação pública do dirigente da legenda.

Depois desse desgaste, Maia cobrou mais participação de ACM Neto na campanha pela eleição de Baleia. "Ele nunca esteve fora, mas esse é o momento mesmo em que os presidentes de partido virão para comandar o processo, não só do nosso, mas de todos os partidos do bloco", afirmou.

No também dividido PSDB, outro partido do bloco de Baleia, alguns deputados declararam apoio a Lira, mas o presidente da legenda, Bruno Araújo, tem atuado para reduzir as defecções nas últimas semanas, afirmam fontes.

A eleição da Câmara está marcada para a próxima segunda-feira, dia 1º. Atualmente, Lira tem o apoio de 11 partidos, com 259 deputados, enquanto Baleia conta com 11 partidos e 238 deputados.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse não ter dúvidas de que o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, cometeu crime ao conduzir a pasta durante a pandemia da covid-19 no País.

"Pelo menos o ministro da Saúde já cometeu crime, eu não tenho dúvida nenhuma. A irresponsabilidade dele (ao falar) de tratamento precoce, a irresponsabilidade de não ter respondido a Pfizer, a irresponsabilidade de não ter, como ministro da Saúde, se aliado ao Instituto Butantan para acelerar a produção daquela vacina, e não apenas a vacina da Fiocruz. Tudo isso caracteriza crime e a PGR (Procuradoria-Geral da República) está investigando", disse Maia nesta segunda-feira, 25, na Câmara dos Deputados.

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A CNN Brasil divulgou na última sexta-feira, 22, uma carta da Pfizer, enviada ao presidente Jair Bolsonaro e à equipe de ministros ainda em setembro, com apelo para que o Brasil fechasse um acordo para a compra da vacina da farmacêutica contra a covid-19 com celeridade, uma vez que havia alta demanda mundial pelo insumo. O Ministério da Saúde confirmou o conteúdo da correspondência no sábado, 23. Para Maia, se a pasta não respondeu à carta, isso configuraria crime.

O presidente da Câmara ponderou, no entanto, que é necessário fazer uma investigação, inclusive para apurar qual é a responsabilidade do presidente Jair Bolsonaro nessa questão. Ele disse ainda que essa atitude comprometeu também o crescimento do País.

"Os crimes precisam ser investigados, por isso, defendo uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito)", disse. "Pela incompetência e irresponsabilidade, no mínimo, do ministro da Saúde, não vamos ter crescimento de 7%, 8%, mas de 3%. Se o ministro da Saúde não respondeu a Pfizer, é crime. Não sei o termo técnico porque não sou advogado, mas para mim é crime."

Maia também comparou o presidente da República Jair Bolsonaro a um vírus. "Temos uma pandemia de coronavírus e temos outro vírus que circula pelo Brasil, e pelo mundo, que cega muito as pessoas em relação a esse nacional populismo, que teve a primeira derrota com (Donald) Trump", disse Maia. "Todos os que se aproximam desse vírus, do nacional populismo, representado pelo presidente da República, acabam contaminados".

Maia se referiu também a ataques disparados pelo candidato à sucessão na Casa, Arthur Lira (PP-AL), na internet. "A minha impressão, hoje ele diz que vai adotar nesta semana outro estilo, vai sair do estilo mais agressivo para um estilo mais light. Eu imagino que ele deva ter recuperado a senha dele. Como esse vírus circula muito, no momento da agressão ele deve ter transferido a senha das redes sociais dele para o Carlos Bolsonaro e o gabinete do ódio", disse, em referência ao vereador pelo Rio de Janeiro e filho 02 do presidente.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), avaliou que o candidato à sua sucessão e seu aliado, Baleia Rossi (MDB-SP), tem atualmente a maioria dos votos para eleição do comando da Casa e deve ganhar a eleição em segundo turno. Ele projeta que Baleia tem atualmente 230 votos e disse que o adversário, Arthur Lira (PP-AL), teria menos de 200, perdendo espaço para o candidato avulso Fábio Ramalho (MDB-MG).

Para ganhar a disputa em primeiro turno, o candidato precisa ter a maioria dos votos dos 513 deputados.

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Maia afirmou ainda que o seu partido, o DEM, estará no bloco de Baleia. Hoje Lira deve encontrar o presidente da sigla, ACM Neto, em Salvador (BA). Segundo Maia, o encontro será para comunicar Lira do apoio do DEM a Baleia.

Maia voltou a criticar a decisão de aliados de Lira de fazer a eleição para a presidência da Câmara de forma presencial. Ele disse que deputados de grupo de risco da covid-19 estão preocupados, mas que não há mais tempo para preparar a eleição para um sistema híbrido.

"Alguns deputados que estão no grupo de risco me mandaram mensagem, questionando, preocupados", afirmou Maia.

"Qualquer servidor ou deputado que esteja no grupo de risco e venha a ser contaminado saindo da sua cidade para cá e tenha algo mais grave, quis deixar claro que essa responsabilidade não quero que seja minha e não será minha porque votei contra", disse.

Maia também criticou a decisão de fazer a eleição para a presidência da Câmara em 1º de fevereiro. Ele defendia dia 2. Para ele, isso fará com que a votação ocorra por volta das 21h30 e 22h, já que os blocos partidários devem ser registrados no mesmo dia.

Após se reunir com o embaixador chinês, Yang Wanming, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), descartou possíveis obstáculos políticos como motivo para o atraso do envio de insumos para a produção da vacina contra a Covid-19 no Brasil. Segundo ele, houve compromisso do representante da China para acelerar os trâmites para a importação das matérias-primas. Maia afirmou ainda ter informações de que não houve diálogo entre o governo brasileiro e a embaixada, apesar da iminência de paralisação da vacinação contra Covid-19 no País por falta de insumos.

"Ele (Wanming) abriu a conversa já tratando que de forma nenhuma haveria obstáculos políticos para exportação dos insumos da China. Falou da importância da relação do Brasil com a China, do governo de São Paulo. Parabenizou o governador João Doria e o Instituto Butantan, da vacina que já começou a ser utilizada", disse Maia em entrevista a GloboNews. "O embaixador me disse que não havia obstáculo político, havia problema técnico."

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Maia pediu a audiência com o embaixador após o Instituto Butantan alertar sobre a possibilidade de paralisação da vacinação contra a Covid-19 no País por falta de matéria-prima. A campanha de imunização começou com apenas seis milhões de doses da Coronavac, importadas da China.

A iniciativa de Maia ocorre também após integrantes do governo brasileiro entrarem em conflito com os chineses em outras ocasiões. Em novembro do ano passado, por exemplo, o Ministério das Relações Exteriores saiu em defesa do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL) e classificou como "ofensiva" e "desrepeitosa" a reação da embaixada da China a declarações do filho "Zero Três" do presidente Jair Bolsonaro.

Nas redes sociais, Eduardo havia vinculado o governo chinês à "espionagem" por meio da tecnologia 5G, o que provocou protesto dos chineses. Para o Itamaraty, chefiado por Ernesto Araújo, a réplica chinesa criou "fricções desnecessárias" e prejudicou a boa relação entre os países.

Maia admitiu a existência dos ruídos provocados pelo governo brasileiro em relação à China, mas afastou uma possibilidade de retaliação por causa disso. "Não acredito de forma nenhuma que China vai retaliar produção de vacinas no Brasil", disse. "Sabemos das críticas exageradas e equivocadas do governo brasileiro à China, mas não cabe focarmos nesse problema. Governos são transitórios, o que se espera é que esse governo dure quatro anos no máximo", afirmou. Para Maia, a maioria dos brasileiros sabe da importância da reunião bilateral com China.

O presidente da Câmara disse que os dois conversaram também sobre os insumos para a vacina em produção pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), mas disse que não tratou sobre datas específicas para o envio dos insumos ao Brasil.

Com mais de 60 pedidos de impeachment à espera de uma avaliação sua, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), não descartou a possibilidade de abertura de um processo para destituir Jair Bolsonaro da Presidência da República no futuro, mas disse que, no momento, o foco do Legislativo deve ser o combate à pandemia. Ele afirmou ainda que uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) poderá ser aberta para investigar ações e omissões do governo no enfrentamento do coronavírus.

"Nesse momento, com tantas vidas perdidas pelo Brasil, com o caso dramático de Manaus, esse tem de ser o nosso foco. Não que o tema do impeachment, em algum momento no futuro, não deva entrar na pauta, ou uma CPI para investigar tudo o que aconteceu na área de saúde durante a pandemia, mas acho que nesse momento, a gente tiraria o foco do enfrentamento do coronavírus", disse Maia.

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O presidente da Câmara deu a resposta ao ser questionado sobre se daria andamento ao mais novo pedido de impeachment apresentado de forma coletiva pelos partidos de oposição. Assinado por Rede, PSB, PT, PCdoB e PDT, que reúnem 119 deputados, o documento cita o colapso da saúde em Manaus e diz já ter passado a hora de o Congresso reagir.

"O presidente da República deve ser política e criminalmente responsabilizado por deixar sem oxigênio o Amazonas, por sabotar pesquisas e campanhas de vacinação, por desincentivar o uso de máscaras e incentivar o uso de medicamentos ineficazes, por difundir desinformação, além de violar o pacto constitucional entre União, Estados e Municípios", diz nota conjunta dos partidos, que defendem a volta imediata dos trabalhos do Congresso.

Comissão

Maia voltou a defender a convocação da Comissão Representativa do Congresso para retomar os trabalhos do Legislativo em janeiro. A decisão cabe ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).

"Alcolumbre poderia convocar a comissão à qual ele preside e tem membros eleitos na Câmara e Senado. Seria um bom ambiente, menor, sem o viés político, que não é o mais importante para que o Parlamento pudesse estar trabalhando", disse.

A Comissão Representativa do Congresso é um colegiado temporário, previsto na Constituição, para atuar nos períodos de recesso parlamentar e em situações excepcionais e urgentes. Os deputados e senadores estão em férias, com retorno previsto para 1º de fevereiro.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que faltou coragem ao presidente Jair Bolsonaro para concretizar sua promessa de não comprar a vacina chinesa e afirmou que o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, fez um papelão no enfrentamento da pandemia do novo coronavírus. Ele parabenizou o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e o Instituto Butantan pelo início da vacinação da população no Estado no domingo (17).

Maia lembrou que Doria foi muito criticado por Bolsonaro e seus apoiadores nas redes sociais por ter firmado uma parceria com o laboratório chinês Sinovac para a produção da vacina - cuja distribuição aos Estados começou nesta segunda-feira (18). Em várias oportunidades, Bolsonaro se mostrou contrário à Coronavac, dizendo que o imunizante era a "vacina chinesa" do João Doria. Ao longo da pandemia, Bolsonaro questionou a origem da vacina, colocou em dúvida a segurança do imunizante e chegou a comemorar a interrupção dos testes da Coronavac nas redes sociais.

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"O presidente da República disse várias vezes que não compraria a vacina chinesa, que quem mandava era ele, mas na hora da verdade a coragem não é tão grande. Não é isso? É corajoso até uma parte da história", afirmou Maia. "Apesar do papelão do ministro Pazuello, agora querendo capturar o tema das vacinas, pelo menos eles compraram as vacinas", acrescentou.

Maia ironizou ainda a indicação de Pazuello para o Ministério da Saúde, escolhido segundo o presidente, por sua especialização em logística. "Não tem planejamento no governo federal", disse.

Sobre o caos no sistema de saúde em Manaus, onde a falta de oxigênio em 14 de janeiro levou à morte de pacientes por asfixia, Maia lembrou que a responsabilidade pela coordenação do Sistema Único de Saúde (SUS) é do governo federal.

Maia ressaltou que alguns laboratórios enviaram propostas de venda de vacinas ao governo federal por e-mail e que nunca tiveram resposta. "Não se acreditava nesse tema, na importância da vacina. O que me estranha é que o ministro Pazuello, com quem tenho uma boa relação, acho que é bom militar, mas o motivo que o levou ao ministério, que era ser um homem bom de logística, provou-se um fracasso, pelo menos até o momento", afirmou.

"Se ele fosse bom de logística, ele teria organizado e planejado, acompanhando os indicadores de crescimento do problema em Manaus e outras regiões de forma a não faltar insumos para o trabalho dos profissionais de saúde", finalizou.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), recebeu, na noite de quinta-feira (14), quando o Amazonas vivia um dos dias mais críticos desde o surto do novo coronavírus no País, um apelo do advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, pedindo a análise dos pedidos de impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Na mensagem, o criminalista reconhece que, até aqui, não havia clima político favorável para pautar o processo, como sempre defendeu Maia. No entanto, na avaliação de Kakay, que tem no currículo clientes de peso político, incluindo ex-presidentes, governadores, senadores e deputados, Bolsonaro 'passou de todos os limites'.

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"Entramos numa fase de terror, de desgoverno, num precipício dantesco", diz a Maia. "O Congresso tem que funcionar imediatamente. A todo vapor. E você deve apresentar o pedido de impeachment. As trágicas circunstâncias impõem", pede.

Kakay ainda afirma que, caso o processo não seja admitido, Maia será acusado de 'omissão' e 'cumplicidade'. "O Brasil precisa de um gesto seu. E só como Presidente da Câmara você pode fazer. Ainda que não seja aprovado, ainda que não tenhamos nem tempo e nem força política, você estará do lado certo da história", defende.

Nesta sexta-feira, 15, o presidente da Câmara afirmou que o impeachment de Bolsonaro é um tema que será debatido 'de forma inevitável' pelo Congresso no futuro. Em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, Maia voltou, entretanto, a repetir o discurso de que o mais urgente é discutir o combate à pandemia.

Na esteira da crise em Manaus, partidos de oposição da Câmara anunciaram que vão protocolar, nos próximos dias, um pedido para cassar o mandato do presidente por 'crimes de responsabilidade em série' na condução da crise sanitária. Assinado por Rede, PSB, PT, PCdoB e PDT, que reúnem 119 deputados, o documento cita o colapso da saúde na capital amazonense e diz já ter passado a hora de o Congresso reagir. Mais de 50 pedidos de impeachment foram entregues à Câmara desde o início do mandato de Bolsonaro, em janeiro de 2019, por diversos motivos.

Panelaços contra o presidente foram ouvidos na noite desta sexta-feira (15), em Brasília e São Paulo.

'Deriva'

Procurado pela reportagem, Kakay disse que ficou chocado com as declarações feitas por Bolsonaro nesta sexta-feira em entrevista ao apresentador José Luiz Datena.

No programa da TV Band, o presidente atacou o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), a quem chamou de 'moleque', disse que o tucano se aliou a Maia para tirá-lo do cargo e culpou o Supremo Tribunal Federal pela ausência de atuação direta do governo federal no combate à pandemia da Covid-19 em Estados e municípios.

"O Brasil precisa ter uma solução, estamos à deriva. Não estou falando isso apenas por Manaus, mas pelo Brasil como um todo. O presidente da República está sem nenhum controle da política sanitária do País, ele está brincando com a vida dos brasileiros", disse o advogado. "Não podemos no meio de tudo que está acontecendo, o Congresso estar em recesso. Precisamos de uma convocação imediata neste final de semana para discutir os rumos do País", frisou.

LEIA A ÍNTEGRA DA MENSAGEM ENVIADA POR KAKAY A MAIA:

Rodrigo, querido, aprendi a respeitar você nos últimos tempos e onde vou e falo defendo a sua presidência na Câmara. Madura e responsável. Não tenho liberdade com você, mas julgo ter experiência como um advogado que advogou para três ex-Presidentes da República, mais de 90 Governadores e dezenas de Ministros e Senadores.

Sempre defendi que você agiu corretamente ao não apresentar os inúmeros pedidos de impeachment do Presidente. Entendo - e você conhece a Câmara um milhão de vezes mais do que eu - que o impeachment não passaria pela composição política do Congresso e o Bolsonaro sairia fortalecido. Mas a história e a vida são dinâmicas e vivas. Entramos numa fase de terror, de desgoverno, num precipício dantesco. Me permita, carinhosa e respeitosamente dizer, o Congresso tem que funcionar imediatamente. A todo vapor. E você deve apresentar o pedido de impeachment. As trágicas circunstâncias impõem.

Este genocida passou de todos os limites. você saberá como dizer e como fazer se esta for sua opção.

A não apresentação anterior dos pedidos era um ato de responsabilidade e profundo conhecimento político da Casa e do Brasil. Neste momento, se você não apresentar, vão te acusar de omissão e cumplicidade e você não merece isto.

O Brasil precisa de um gesto seu. E só como Presidente da Câmara você pode fazer. Ainda que não seja aprovado, ainda que não tenhamos nem tempo e nem força política, você estará do lado certo da história. A nossa situação é catastrófica e temos que dar a chance do País respirar. Convoque a Câmara e coloque o impeachment para votar. O Brasil, os brasileiros precisam disto.

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