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Um major da Polícia Militar de Pernambuco foi roubado quando chegava em casa, no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. O crime ocorreu na madrugada dessa terça (30), na Rua dos Navegantes.

O carro que o oficial conduzia foi trancado por criminosos em um veículo. Quatro desceram armados e realizaram a abordagem.

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O militar não reagiu, mas levou uma coronhada na cabeça quando se afastava do carro. O veículo foi levado com duas pistolas e um colete balístico.

Segundo a Polícia Militar, buscas foram realizaras por uma equipe do 19º Batalhão, mas o carro roubado e os suspeitos não foram localizados.

O caso foi registrado na Central de Plantões e ficou a cargo do Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Depatri).

A Polícia Federal (PF) abriu na manhã desta terça-feira, 23, a 12ª etapa da Operação Lesa Pátria - investigação sobre executores, financiadores, incitadores e organizadores dos atos golpistas de 8 de janeiro. Um dos alvos da ofensiva já foi detido, o major Flávio Silvestre de Alencar. Ele já havia sido preso na 5ª fase da Operação Lesa Pátria.

O Estadão apurou que a nova fase ostensiva apura suposta "omissão" ante a ofensiva antidemocrática que devastou as dependências dos três Poderes. O major preso é suspeito de ter orientado a dissolução da barreira montada no topo da rampa de acesso que faz a ligação entre o Congresso e o Supremo, o que impedia o acesso dos extremistas à Praça dos Três Poderes. Após o bloqueio ser desfeito, os golpistas conseguiram marchar rumo à Corte máxima, devastando o Plenário do STF.

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Agentes ainda cumprem quatro mandados de busca e apreensão no DF. As medidas foram expedidas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, relator das investigações sobre o levante de 8 de janeiro.

Inicialmente, a Polícia Federal divulgou que a ofensiva buscava cumprir duas ordens de prisão. Às 8h30, a corporação retificou a informação, apontando que somente cumpria um mandado de prisão.

Permanente, a Operação Lesa Pátria apura supostos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.

A 11ª fase da ofensiva mirou supostos financiadores do 8 de janeiro. No último dia 11, a PF vasculhou endereços de 22 investigados por supostamente bancarem os atos golpistas, entre eles empresários e produtores rurais.

Durante as diligências, os investigadores apreenderam um verdadeiro arsenal - cinco armas foram encontradas na casa de um só alvo, em Mato Grosso do Sul. Na residência de um investigado de Bauru, no interior paulista, a PF apreendeu R$ 48.850 e US$ 142.600 - o equivalente a R$ 704.444 mil.

O ex-presidente Jair Bolsonaro admitiu à Polícia Federal que conversava com o major da reserva do Exército Ailton Barros Gonçalves - militar reformado que está no centro de apurações sobre 'tratativas para a execução de um golpe de Estado'. Em depoimento nesta terça, 16, Bolsonaro disse que mantinha conversas 'esporádicas' com Ailton, preso na Operação Venire - investigação sobre fraude no cartão de vacinação do ex-presidente. Ele foi confrontado com mensagens enviadas pelo major ao contato 'PR 01'.

Os diálogos colocaram Ailton na mira do inquérito dos atos golpistas de 8 de janeiro, podendo implicar ainda mais Bolsonaro nessa apuração, na qual o ex-presidente é investigado por suposta incitação ao levante radical.

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Como mostrou o Estadão, as mensagens de Ailton foram obtidas pela Polícia Federal a partir da quebra de sigilo do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid. Ele é implicado em diferentes investigações no Supremo: já foi alvo do inquérito sobre atos antidemocráticos, passou a ser investigado no das milícias digitais e é ponto central de apuração sobre pagamentos envolvendo a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. O aliado de primeira hora do ex-presidente da República foi preso no bojo do inquérito sobre supostas fraudes na carteira de vacinação de Bolsonaro.

Em uma das mensagens usadas pela PF para questionar Bolsonaro, o major cita a mobilização de grupos que, segundo ele, 'organizaram' os atos antidemocráticos de 7 setembro de 2021. Em seguida, o bolsonarista mencionou a intenção de tais grupos em 'acampar em Brasília', em 31 março de 2022 - data em que aliados do ex-presidente comemoram o golpe militar de 1964 - 'até os 11 ministros do STF saírem de suas cadeiras'.

Ao 'PR 01', Ailton diz que é possível operar nos grupos 'para as pautas serem de seu interesse', sugerindo algumas propostas: "pau no Corno do Xandão sempre", "questão das urnas eletrônicas" e "impeachment do Corno do Xandão".

Ainda nos diálogos recuperados pela PF, o major afirma: "Coloco nas nossas pautas. Se quiser dou uma esticada aí acerto estas pautas e libero...". As mensagens foram posteriormente apagadas por Ailton, após ele dizer que 'pegou orientação com Cidinho' - o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

O ex-presidente negou à PF ter orientado 'qualquer ato de insurreição ou subversão contra o Estado de Direito'. Sobre a menção de Ailton a 'orientações' de Mauro Cid, Bolsonaro disse não conhecê-las e alegou 'duvidar' que seu ex-assessor teria 'dado reforço para as referidas pautas'.

A Polícia Federal já identificou, em outras investigações, mensagens golpistas enviadas por outros apoiadores de Bolsonaro a seu ajudante de ordens, como as do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos dizendo que 'As Forças Armadas precisavam entrar urgentemente'.

Antes de ser confrontado pela Polícia Federal com as mensagens interceptadas no celular de Mauro Cid, Bolsonaro foi questionado pelos investigadores se, por meio do ex-assessor, Ailton teria lhe procurado em busca de 'uma orientação para influenciar manifestantes a atacarem ministros do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral'. O ex-chefe do Executivo alegou que 'nunca chegou a seu conhecimento' solicitações de Ailton Barros em tal sentido.

Em seguida, a PF apresentou uma série de mensagens enviadas por Ailton a Cid. Bolsonaro reafirmou que não teve conhecimento sobre as pautas antidemocráticas de Ailton. Em seguida, admitiu as conversas esporádicas com o major, mas negou manter 'relacionamento pessoal' com o militar reformado. Segundo Bolsonaro relatou aos investigadores, as aproximações de Ailton 'se davam principalmente em mementos de eleitorais'.

Ao requerer as diligências da Operação Venire, cumpridas no início do mês, a Polícia Federal classificou Ailton como 'um dos propagadores da ideologia professada' pelas milícias digitais sob investigação no STF.

O relator viu elemento de 'união' na atuação do grupo, 'seja nas redes sociais, seja na realização de inserções de dados falsos de vacinação contra a covid-19, ou no planejamento de um golpe de Estado': a atuação no sentido de 'proteger e garantir a permanência no poder das pessoas que representam a ideologia professada', no caso, Bolsonaro.

Na mesma linha, Alexandre de Moraes destacou como a 'milícia digital reverberou e amplificou a ideia de que as eleições foram fraudadas, estimulando aos seus seguidores "resistirem" na frente de quarteis e instalações das Forças Armadas, no intuito de criar o ambiente propício para uma intervenção federal comandada pelas forças militares, sob o pretexto de aturarem como um Poder Moderador, com base em uma interpretação peculiar do art. 142 da Constituição Federal'.

"Os arquivos de áudio e capturas de tela de mensagens trocadas no aplicativo WhatsApp evidenciaram a arquitetura do plano criminoso pelo grupo investigado. Apesar de não terem obtido êxito na tentativa de golpe de Estado, sua atuação, possivelmente, foi um dos elementos que contribuíram para os atos criminosos ocorridos no dia 08 de janeiro de 2023, fato que demonstra a necessidade da pertinente autorização judicial para compartilhamento dos elementos informativos ora identificados com os autos do Inquérito 4923/DF", ressaltou o ministro ao usar as informações para abastecer o inquérito sobre os atos de 8 de janeiro.

A foto com uniforme do Exército diante de uma fila de motocicletas é a primeira imagem da conta do Instagram do major João Paulo Costa Araújo. Ela mostra a conclusão de um curso em 2018. Um ano depois, as imagens da vida militar e da família foram trocadas por vídeos e fotos político-partidários. Militar da ativa, paraquedista e guerreiro de selva, ele virou seguidor de Jair Bolsonaro.

A estreia foi em 26 de maio de 2019, na primeira mobilização para apoiar o presidente. Em sua conversão ao bolsonarismo, o major - um católico conservador - chegou até a compartilhar as ofensas à República e ao marechal Deodoro da Fonseca, publicadas pelo então ministro da Educação Abraham Weintraub.

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A prova de tudo continua na internet. Ali estão as imagens de livros de Olavo de Carvalho, as fotos dele em manifestações em Brasília ao lado do blogueiro Allan Santos, a defesa da cloroquina e da ivermectina e as críticas às vacinas e à oposição. Nas redes, o major pôs em dúvida as urnas eletrônicas. E compartilhou imagem em que os ministros do STF Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes são retratados com o bigode de Adolf Hitler.

Foi ali que ele lançou o desafio aos superiores que o levou a ter a prisão preventiva decretada pela 10ª Circunscrição Judiciária Militar por desobediência. O apoiador do presidente, que se dizia pré-candidato a deputado federal pelo PL, recusou-se a cumprir a ordem de apagar as publicações políticas de suas redes sociais. Desde então, ocupa uma cela no 25º Batalhão de Caçadores, em Teresina.

Dois colegas disseram à reportagem reprovar seus modos, considerando-o um tanto rude. Calado e de poucos amigos, Costa Araújo é visto no Exército como pessoa complicada. É alvo de três procedimentos disciplinares e dois inquéritos. Um general disse que o major procurou confusão para ter palanque.

Costa Araújo é casado e tem uma filha e uma enteada. Nasceu em Campo Maior (Piauí), onde o pai, João Alves, participa da política local há 46 anos. Ele está no Exercito desde 2003 e pertence à Infantaria. O Estadão analisou 411 publicações do militar no YouTube, no Instagram e no Twitter. Localizou 258 bolsonaristas e partidárias.

Sua defesa pediu ao Superior Tribunal Militar a concessão de habeas corpus. Ao Estadão, seu advogado, Otoniel d’Oliveira Chagas Bisneto fez um apelo: "Faço um apelo ao presidente para que tome conhecimento do caso. Sei que ele não pode intervir, mas uma manifestação dele a favor de quem sempre o defendeu seria importante".

REAÇÃO

A prisão dele foi pedida pelos seus superiores da 10ª Região Militar. Em 21 de março, a 10ª Região recebeu a Recomendação 2/2022 da Procuradoria Militar. O documento orientava os militares sobre atividade político-partidária, elegibilidade e crimes em razão da violação da Constituição. No dia 28, a 10ª Região determinou que a ordem fosse lida nas unidades.

Um dia depois, o 2º Batalhão de Engenharia de Construção, em Teresina, onde o major servia, promoveu, em formatura, a leitura do documento na presença dos oficiais, subtenentes e sargentos. Costa Araújo estava presente. Ouviu tudo. Mas continuou com as publicações. Só no Twitter, fez mais 25. E desafiou os superiores a puni-lo. Ele escreveu: "Posso ser punido novamente por comemorar o dia 31 de março. Se eu for punido novamente esse ano, serei punido todos os anos até me afastar do @exercitooficial".

Diante disso, ao decretar a prisão do acusado, o juiz Rodolfo Rosa Menezes escreveu: "Saliente-se que o indiciado ocupa o posto de Oficial Superior, o que causa um agravamento no seu comportamento, pois as suas condutas representam um enorme desrespeito à hierarquia e disciplina, quando, em verdade, deveriam representar um exemplo para a tropa".

Para o advogado, o major está sendo usado para servir de exemplo aos militares. "Mas ele é pré-candidato e tem o direito de expor suas ideias. Criaram agora no Brasil o crime de opinião." Para ele, não houve ofensa à cadeia hierárquica. "Acredito que o caso é parecido com o do deputado Daniel Silveira (PTB-RJ)." ( Colaborou Robert Pedrosa, especial para o Estadão)

A defesa do major João Paulo da Costa Araújo Neves, de 41 anos, preso por desobedecer a recomendação do Exército que proíbe manifestações político-partidárias, entrou um habeas corpus no Superior Tribunal Militar (STM) para tentar colocá-lo em liberdade.

O oficial do 2º Batalhão de Engenharia de Construção (2º BEC), em Teresina, foi preso preventivamente no último dia 5 por ignorar alertas dos superiores e continuar a usar os perfis no Facebook, Instagram e Twitter como plataformas eleitorais. Ele se apresenta como pré-candidato a deputado federal e apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL).

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Os advogados dizem que a prisão é "abusiva" e impede o major de "exercer seus direitos políticos". A defesa também nega que as publicações tenham violado diretrizes para a atividade político-partidária dos militares.

"O ano de 2022 é ano eleitoral e o referido apresenta-se como pré-candidato ao cargo de deputado federal e não está filiado a nenhum partido político", diz um trecho do HC. Os militares da ativa só podem pedir a filiação após o período das convenções partidárias, desde que não estejam mais exercendo suas funções.

Antes de ser preso, o major costumava manifestar apoio ao presidente, além de divulgar e participar de eventos políticos, incluindo ato promovido pelo bolsonarismo em 7 de setembro de 2021.

Há ainda publicações a favor da gestão da pandemia. do perdão concedido ao deputado Daniel Silveira (PTB-RJ). do golpe militar de 1964 e do "voto auditável". Ele também chegou a chamar o ministro Alexandre de Moraes, um dos principais alvos da militância bolsonarista no Supremo Tribunal Federal (STF), de "cabeça de ovo" e a criticar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Ao manter a prisão do major, após audiência de custódia, o juiz Rodolfo Menezes, da 10.ª Circunscrição Judiciária Militar, disse que "hierarquia e disciplina estão extremamente abaladas". O magistrado também negou a menagem - o direito de ficar solto dentro do quartel - mesmo após o Ministério Público Militar concordar com a flexibilização da detenção.

"Convém salientar que o Maj Costa Araújo, embora exaustivamente orientado para se abster da realização de atividades de cunho político partidárias, incluindo postagens e vídeos nas redes sociais, preferiu não cumprir a recomendação emanada pela Procuradoria de Justiça Militar no Ceará, nem a ordem expressa do superior hierárquico", escreveu o juiz.

O habeas corpus do major foi distribuído ao gabinete do ministro Francisco Joseli Parente Camelo e deve ser julgado até a próxima semana.

O major João Paulo da Costa Araújo Neves, de 41 anos, foi preso por determinação judicial em razão do crime de desobediência. O oficial da ativa se manifestava em suas redes sociais em apoio ao presidente Jair Bolsonaro em desobediência à portaria do Comando do Exército, publicada em 2019. Também teria desobedecido outras ordens, o que levou o juiz Rodolfo Rosa Talles de Menezes, da Auditoria Militar da 10ª Circunscrição Judiciária, a decretar a prisão preventiva do oficial.

A notícia foi revelada pelo site G1 e confirmada pelo Estadão. A reportagem apurou que a prisão não teria como razão apenas a desobediência em relação às manifestações político-partidárias feitas pelo oficial. O major entrou no Exército em 2003. Além da portaria publicada pelo então comandante do Exército, Edson Pujol, o regulamento disciplinar do Exército e o Estatuto dos Militares vetam manifestações político-partidárias de militares da ativa.

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Esta é a segunda vez em um ano que a punição de um militar por suas ligações com o bolsonarismo se torna público. A outra vez envolveu um sargento do Exército que participou de uma live do deputado federal Vitor Hugo (PL-GO) sem autorização de seus comandantes.

Na mesma época, o general Eduardo Pazuello, então na ativa, deixou de ser punido pelo comando do Exército por ter participado de um comício do presidente Bolsonaro, ocorrido no Rio. A reportagem não conseguiu localizar a defesa do major Neves. O major está preso na sede do 25º Batalhão de Caçadores, em Teresina.

A Polícia Militar de Pernambuco promoveu, no último dia 31 de dezembro, o policial Elton Máximo de Macedo, do Batalhão de Choque, de capitão a major da corporação. A mudança foi oficializada somente no último sábado (19), através de publicação no Diário Oficial do Estado, pelo governador Paulo Câmara (PSB). Agora major, Macedo é investigado pela participação em uma investida truculenta contra um protesto pacífico realizado no Centro do Recife, em maio de 2021. 

À época, dois homens alheios à manifestação foram gravemente feridos e chegaram a perder parte da visão. Elton foi, então, afastado das suas funções, junto a outros 15 policiais. 

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“Nº 567 -PROMOVER ao posto de MAJOR PM, pelo critério de ANTIGUIDADE, de acordo com os artigos   5º   e   48,   §   6º,   da   Lei   Complementar   nº   470,   de   21   de   dezembro   de   2021,   para preenchimento da vaga existente no Quadro de Oficiais Policiais Militares (QOPM), o CAPITÃO PM  ELTON MÁXIMO DE MACEDO,   matrícula   nº   103010-8,   com   efeito   retroativo   a   31   de dezembro 2021”, informa a publicação. 

O critério de antiguidade é comum a servidores públicos e considera, além do tempo em determinada função, a rotatividade em diferentes setores e novas contratações. Elton está na Polícia Militar desde 2004. Oito meses após o protesto que afastou Macedo, ainda não houve conclusão nas investigações e a autorização para investir contra os manifestantes segue sem autor. 

O LeiaJá entrou em contato com a Secretaria de Defesa Social (SDS-PE) para saber se a investigação contra Elton Máximo de Macedo seria um impeditivo à promoção e qual o posicionamento da pasta. O mesmo foi perguntado à Polícia Militar, que respondeu de forma parecida à SDS, justificando que o processo não interfere no critério de antiguidade. Confira notas na íntegra: 

Polícia Militar: “Esclarecemos que o oficial em questão foi promovido em razão da antiguidade, conforme a Lei Complementar nº 470/2021, e não por mérito ou bravura. Como os processos em curso, seja na esfera administrativa ou criminal, não foram concluídos ou transitados em julgado, não houve impeditivo legal para o servidor ascender pelo critério de tempo de serviço em sua patente militar”. 

Secretaria de Defesa Social: “Esclarecemos que o oficial em questão foi promovido em razão da antiguidade, conforme a Lei Complementar nº 470/2021, e não por mérito ou bravura. Como os processos em curso, seja na esfera administrativa ou criminal, não foram concluídos ou transitados em julgado, não houve impeditivo legal para o servidor ascender pelo critério de tempo de serviço em sua patente militar”. 

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--> Feridos por PM em protesto no Recife perdem parte da visão 

A Promotoria de Justiça Militar de São Paulo denunciou o major da PM Silvano Ambrosio por determinar que dois policiais negros trocassem suas máscaras de proteção contra a covid-19, pretas, por equipamentos da cor branca sob o 'pretexto de que utilizadas eram imperceptíveis'. O Ministério Público imputa a Ambrosio quatro atos de injuria racial praticada quatro vezes contra o cabo Leandro Soares de Souza e o soldado Flávio Antônio da Costa Romão.

"O denunciado, ao determinar que os policiais militares utilizassem máscaras brancas a pretexto de que as máscaras pretas utilizadas por eles eram imperceptíveis, não agiu com finalidade correcional, e sim com o único propósito de ofender a dignidade e o decoro do Cb PM Souza e do Sd PM 2ª Cl Romão, utilizando elemento referente a cor das vítimas, notadamente porque não há nenhum regulamento da Polícia Militar que exija a utilização de máscara na cor branca ", registra a denúncia.

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A peça foi apresentada à 3ª Auditoria de Justiça Militar do Estado no último dia 20 e narra que os crimes imputados a Ambrosio ocorreram no dia 22 de setembro de 2020, quando o major foi rondar Souza e Romão.

Após o cabo e o soldado se apresentarem para fiscalização, Ambrosio já disse a um dos policiais: "nem vem se apresentar todo cagado". Em seguida, o denunciado passou a perguntar, de forma ríspida segundo a promotoria, 'cadê a máscara?', em referência à proteção contra a covid-19. Os PMs no entanto já utilizavam o equipamento, na cor preta.

"Mesmo sendo evidente que o Cabo e o Soldado usavam máscaras na cor preta, o denunciado continuou repetindo a pergunta por várias vezes, aos gritos, dando a entender que sequer enxergava as máscaras por serem do mesmo tom de pele das vítimas. Os policiais responderam que estavam utilizando máscaras, oportunidade em que o denunciado determinou, ainda aos gritos, que as máscaras fossem trocadas por outras de cor branca, pois as utilizadas eram imperceptíveis. O fato foi presenciado por várias pessoas que estavam na via pública, causando nítido constrangimento e abalo emocional às vítimas", descreve o promotor.

Após tal primeiro episódio, Ambrósio abordou os PMs injuriados uma segunda vez, quando a dupla parou para trocar o pneu da viatura. De acordo com a promotoria, em tal momento, 'agindo dolosamente', Abrosio novamente injuriou os PMs, dizendo novamente que os policiais não estavam usando máscaras, a despeito de estarem utilizando os equipamentos na cor preta. Um dos PMs chegou a chorar em razão do epiósio, cogitando registrar boletim de ocorrência sobre o caso.

Ainda de acordo com a denúncia, o major disse que iria comunicar os PMs disciplinarmente por não estarem usando máscaras brancas e determinou a um tenente a substituição das máscaras dos policiais por máscaras brancas. Ambrosio somente deixou o local quando Soares e Romão colocaram as máscaras brancas.

Um dos cachorros de Joe Biden, Major, cão da raça pastor alemão, atacou um segurança da Casa Branca. De acordo com jornais locais, após o episódio os dois cães de Biden, Major e Champ, foram retirados da sede do governo e levados para a casa da família de Biden em Delaware.

Ainda não se sabe o motivo que levou Major a morder o funcionário. O pastor alemão tem três anos e foi adotado pelos Biden em 2018, ele é o primeiro cachorro da Casa Branca adotado de um abrigo. O outro pastor alemão, Champ, tem cerca de 12 anos e foi adotado em 2008, na época em que Biden foi eleito vice na chapa de Barack Obama.

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Ter animais de estimação é uma tradição comum aos presidentes dos Estados Unidos. Donald Trump, presidente anterior a Biden, foi o primeiro presidente dos EUA em anos a não ter nenhum animal na Casa Branca.

Menos de cinco anos após ser condenado a 13 anos e sete meses de prisão por tortura e ocultação do cadáver do pedreiro Amarildo Souza, o major Edson Raimundo dos Santos pode voltar a desempenhar função compatível com sua patente na Polícia Militar do Estado do Rio.

Ele estava afastado da função até a última sexta-feira (29), quando sua situação foi alterada por decisão do secretário estadual de Polícia Militar, coronel Rogério Figueiredo de Lacerda, publicada na edição da última sexta-feira (29) do Diário Oficial do Estado do Rio.

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Em 2013, quando Amarildo desapareceu, o major comandava a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro, onde o caso ocorreu. Em decorrência da investigação ele foi afastado do cargo, respondeu a processo, foi condenado e está em liberdade condicional desde o final de 2019. A Justiça, no entanto, nunca impôs ao major a perda da função pública, e por isso ele sempre recebeu salário normalmente.

No entanto, até a última sexta-feira, estava subordinado à Diretoria Geral de Pessoal (DGP), sem exercer função compatível com sua patente. Segundo a assessoria de imprensa da secretaria estadual de Polícia Militar, com a decisão da última sexta-feira, Santos agora está apto a retomar as atividades normais de major e aguarda uma vaga nas unidades policiais.

A Secretaria de Justiça e Direitos Humanos determinou, em portaria publicada nesta quarta-feira (2), o afastamento preventivo do policial penal Ricardo de Queiroz Costa, pelo período de 120 dias, por prática de crime contra a vida e a moralidade administrativa. O agente é um dos envolvidos no tiroteio em um bar em Boa Viagem, que resultou na morte de três pessoas e deixou quatro feridos, no dia 5 de setembro.

O caso aconteceu após um desentendimento entre Costa e o major José Dinamérico Barbosa da Silva Filho, no ‘Bar do Primo’, na rua Professor José Brandão. Ambos sacaram as suas armas e efetuaram disparos mútuos, deixando feridos, incluindo eles mesmos. Segundo testemunhas, o policial militar teria abordado indiretamente a mulher do agente.

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No último dia 21, a Secretaria de Defesa Social já havia afastado o PM das suas funções, pelo mesmo período e considerando as mesmas ofensas à ordem pública. A prisão preventiva foi decretada pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco dois dias após o crime. O Ministério Público de Pernambuco também encaminhou uma denúncia contra os acusados que foi aceita pelo juiz Ernesto Bezerra Cavalcanti, da 1ª Vara do Tribunal do Júri da Capital. Eles respondem em liberdade.

Autoridades reconheceram motivo fútil para a conduta dos envolvidos, que vão responder por três homicídios qualificados e três tentativas de homicídio. Na portaria, é decretado o recolhimento da arma de fogo, acessórios e outros equipamentos de atuação do policial penal. A medida poderá ser prorrogada, de acordo com as necessidades processuais.

Um dos homens feridos durante tiroteio entre um policial militar e policial penal em um bar do Recife faleceu na noite da quarta-feira (9). George Mauro Vasconcelos, de 70 anos, estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital da Restauração (HR), no centro do Recife, mas não resistiu aos ferimentos.

Com o falecimento de George Mauro Vasconcelos, sobe para três o número de mortos na ocorrência do último sábado (5) em um bar de Boa Viagem, na Zona Sul. George foi atingido na têmpora, passou por uma neurocirurgia, mas estava em quadro grave.

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Os outros dois homens que morreram, Ekel de Castro Pires e Claudio Bandeira de Melo Sobrinho, estavam na mesma mesa de George, de acordo com os investigadores. As vítimas não estariam envolvidas na briga.

Outras quatro pessoas seguem em unidades de saúde, entre elas os policiais militar e penal e o filho do cônsul do Paraguai. O major José Dinamérico Barbosa da Silva Filho e o policial penal Ricardo de Queiroz Costa foram autuados em flagrante por homicídio e tentativa de homicídio. Segundo testemunha, o major teria chegado embriagado e alterado no estabelecimento, destratando o garçom e o proprietário. Ele teria provocado a esposa do policial penal, dando início à confusão.

Após ser "descoberta" como mulher trans, a major do Exército Renata Gracin foi atacada e fez um desabafo nas redes sociais, onde recebeu apoio. Ela formou-se em 2004, na Infantaria da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), e provocou indignação de militares por não ter dado baixa no cargo após ter mudado de gênero.

Em sua conta no Facebook, Renata, que antes era conhecida como major Seixas, lamentou os insultos e garantiu que seguirá na luta por direitos, e pela pauta LGBTQI+. "O dia que eu sabia que iria chegar, chegou! Estou sendo exposta em grupos de WhatsApp do Brasil todo, o que não me abala. Sou uma lutadora da causa LGBTQI+ e defensora dos direitos humanos. Sou Major do Exército Brasileiro e agora minha luta continua...", publicou.

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Mesmo com a maioria dos comentários em apoio, alguns perfis expuseram opiniões preconceituosas, na tentativa de abalar a militar. "Ridicularizando a FORÇA, seja feliz com sua escolha sem ridicularizar o EB. Bom salário e status é o que te atrai e não a sua luta LGBT", comentou um usuário da rede.

Contudo, tais comentários foram suplantados pela maioria, que defendeu a trajetória de Renata e exaltou a importância da representatividade em todos os espaços. "Você não está só nessa luta, Renata! Ser mulher, tornar-se mulher, é viver fazendo política! Nesse nosso Brasil que nos envergonha mundialmente, ser LGBTQI+, mulher, preto, indígena, pobre, artista...é RESISTÊNCIA. Vamos resistir. Estamos juntas!"; "Não se abale, você é motivo de orgulho pra muita gente", comentaram simpatizantes.

 Mais um antigo aliado do presidente Jair Bolsonaro resolve bater em retirada da base do governo. Nesta quarta (26), em entrevista à Folha de São Paulo, o senador Major Olímpio (PSL-SP) disse que o chefe do executivo queria que ele “assinasse a CPI da Lava Toga do STF para proteger o filho bandido”. O parlamentar disse que rompeu com o presidente, a quem chamou de “traidor”, por ceder cargos ao “centrão”- bloco de partidos que antes chamava de “velha política”- em troca da não abertura de seu processo de impeachment.

Olímpio afirmou ainda que não disputará mais eleições. “Essa negociação com centrão por cargo. Essa safadeza que nós estamos tanto lutando contra. […] Eu estou tão enojado com a política, do que eu vi, do que eu senti, do que não estou concordando, que eu não quero mais disputar eleição para nada. Vejo lamentavelmente alguns policiais dizendo: o major é traíra. Não, o major não é traíra com nada. Quem está traindo, tropeçando nas palavras, é o próprio Bolsonaro”, comentou.

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O parlamentar se defendeu das críticas de policiais que consideram que ele está “traindo” suas convicções alardeadas no período eleitoral. “Não me desviei absolutamente nada dos meus princípios, das minhas convicções ou de tudo o que junto com Jair Bolsonaro nos propusemos na campanha. Quem está se desviando dos princípios é o Jair Bolsonaro”, completou.

Um major da Polícia Militar (PM) recebeu uma advertência da Corregedoria da Secretaria de Defesa Civil (SDS). O motivo da reprimenda foi o uso incorreto de spray de pimenta.

A conduta foi registrada durante protesto ocorrido em janeiro de 2016. Os manifestantes cobravam lotes do programa Minha Casa, Minha Vida. Durante o ato, o grupo interditou a Avenida Agamenon Magalhães, na altura do bairro Ilha do Leite, área central do Recife, colocando fogo em pneus e entulhos.

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Conforme boletim da Corregedoria, o major teria usado o spray de pimenta em uma pessoa que já havia sido detida por outro policial militar por dano ao patrimônio público. Na decisão, a secretaria levou em conta não se tratar de transgressão grave, os antecedentes do policial e os critérios de razoabilidade e proporcionalidade, optando por aplicar uma advertência.

 

O comandante do 6º Batalhão de Polícia Militar de Maragogi, localizado no Litoral Norte de Alagoas, teve que ser operado às pressas após ser atingido por um tiro no abdômen. O acidente ocorreu enquanto o major Mário Cesar Nunes Palmeira treinava no estande central de armas da PMAL, na sexta-feira (4)

As informações foram confirmadas por oficiais da PMAL ao Alagoas Web. “Estava na prática de tiros no stand da central de armas, quando um projétil ricocheteou e atingiu ele na barriga”, explicou um dos militares.

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O major foi encaminhado à Santa Casa de Misericórdia de Maceió, onde foi submetido a um procedimento de laparoscopia. De acordo com a Assessoria de Comunicação da PM, o major Palmeira encontra-se estável e apresenta uma boa recuperação. A ascom da PM ainda informou que em breve divulgará uma nota oficial detalhando o incidente.

O vazamento de conversas de um grupo de WhatsApp com congressistas eleitos do PSL continua dando o que falar. A deputada federal eleita Joice Hasselmann (PSL) desta vez rebateu a declaração do senador eleito Major Olímpio (PSL). Ele falou que “não há racha” porque todos são contra a parlamentar em relação a uma discussão dela que, de acordo com matéria da Folha de S.Paulo, aconteceu com o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL) por meio do aplicativo. 

Por meio do Twitter, sem deixar por menos, Hasselmann detonou o Major afirmando que ele comanda a legenda aos gritos. “Ele comanda o partido com truculência, aos gritos e com ameadas aos desafetos. Expulsou pessoas, tentou me expulsar, colocou os 'seus' nos diretórios e excluiu gente que deu a vida na campanha”, denunciou. 

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A deputada eleita também contou que tentou acabar com as discussões com o deputado, mas que não obteve sucesso. Ainda ressaltou que vai deixar de responder as provocações. “Quando terminou a eleição eu liguei para ele e sugeri que deixássemos as diferenças para trás. Tentei todo esse tempo, mesmo tomando caneladas. Agora tentarei de novo, veremos”. 

“Lamento que essas discussões internas tenham vazado para a imprensa. Isso é um desserviço. Quanto as reações duras que tive - E SEMPRE REAÇÕES - peço minhas sinceras desculpas a vocês que acompanham tudo isso e que não tem nada a ver com as questões partidárias. Em frente”, finalizou. 

Eduardo Bolsonaro teria chegado a dizer, após o bate-boca, que Joice chegaria “com fama ainda maior de louca no Congresso”. Ela teria revidado afirmando que o filho do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) agia “como um bebê no jardim de infância”. 

O major Gerson da Rosa Pereira foi condenado nesta terça-feira, 1, a seis meses de detenção por fraude em documentos relacionados ao inquérito que investigou as causas do incêndio na Boate Kiss. A pena do ex-chefe do Estado Maior do 4º Comando Regional dos Bombeiros de Santa Maria foi convertida em prestação de serviços à comunidade e ele poderá recorrer em liberdade.

A condenação do oficial é a primeira relativa às investigações criminais do incêndio, que aconteceu em 27 de janeiro de 2013 e deixou 242 mortos e 630 feridos. De acordo com o Ministério Público, o major Pereira fraudou um documento com objetivo de induzir a Justiça a erro. Conforme a denúncia, o major teria disponibilizado à polícia documentos que não constavam na pasta do Corpo de Bombeiros.

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O juiz Ulysses Fonseca Louzada, da 1ª Vara Criminal de Santa Maria, considerou suficiente as provas apresentadas para os fatos narrados na denúncia. "Não é crível que justamente a cópia que iria instruir o inquérito policial - de onde sairiam os indiciamentos criminais -, a única cópia autenticada, tenha sido enviada à Polícia Civil sem ter sido conferida, folha a folha, pelo próprio major", expôs o magistrado.

"Não é concebível que, inserido no contexto conjecturado, bem como considerada a delicadeza e relevância do caso, tenha a autoridade do Corpo de Bombeiros agido de maneira descuidada, desatenta, mesmo sabendo das eventuais consequências que poderiam advir da conclusão do inquérito", acrescentou.

A Corregedoria da Polícia Militar retirou a acusação de corrupção ativa de testemunhas contra o major Edson Santos no Inquérito Policial Militar que apura o desaparecimento do pedreiro Amarildo de Souza, de 47. Santos, indiciado por tortura seguida de morte e ocultação de cadáver, era o comandante da Unidade de Polícia Pacificadora da Rocinha, na zona sul do Rio, para onde o pedreiro foi levado e desapareceu. A corregedoria entendeu que a corrupção de testemunha se trata de crime comum, que não deve ser julgado pela Justiça Militar. Além do IPM, os policiais militares respondem a processo na 35ª Vara Criminal.

O oficial era acusado de ter participado de uma farsa para desviar o foco da investigação da Polícia Civil sobre o crime. Dois moradores da favela testemunharam que Amarildo foi morto por traficantes. Ambos confessaram, mais tarde, que prestaram o depoimento porque Santos havia prometido pagar aluguel de imóvel fora da favela. O IPM registra, no entanto, que a partir de uma interceptação telefônica "foi possível constatar" que um sargento e dois soldados são "os verdadeiros executores das ações beneficentes". O sargento José Augusto Lacerda e os soldados Newland Júnior e Bruno Athanázio responderão a Processo Administrativo Disciplinar (PAD).

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A decisão da corregedoria contraria o parecer do encarregado do inquérito, major Fábio de Sá Romeu, para quem Santos e os outros policiais participaram de "crime contra a Administração da Justiça Militar". "O inquérito foi remetido para a corregedoria fazer análise e o entendimento é de que esse é um caso de competência da Justiça comum. O caso já está sendo julgado pela Justiça comum", afirmou o corregedor Sidney Camargo. "Os policiais podem ser excluídos da corporação tanto pelo crime comum como pelo crime militar. Uma coisa não exclui a outra".

Camargo afirmou, ainda, que o IPM será encaminhado para o Ministério Público, que pode rever a decisão e denunciar os policiais também à Justiça Militar. O promotor da Auditoria Militar, Paulo Roberto Mello Cunha Júnior, informou que só vai se pronunciar depois de ter acesso à decisão da corregedoria.

A decisão de não denunciar os PMs à Justiça Militar foi revelada pelo jornal carioca O Dia. O resultado do IPM foi publicado em boletim interno da corporação em 2 de julho. "O Inquérito Policial Militar (IPM) em momento nenhum absolve ninguém num fato de tamanha relevância, apenas leva em conta que os oficiais já respondem na Justiça Comum pelos crimes de tortura que resultou na morte da vítima e fraude processual", informou a PM em nota.

A corregedoria decidiu ainda que será instaurada sindicância para apurar a denúncia de que o soldado Rodrigo Avelar foi o responsável por desviar cinco fuzis em poder de traficantes da Rocinha, enquanto atuou como agente infiltrado, durante a Operação Paz Armada.

Ex-comandante da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha, o major Edson Santos negou ter coagido duas testemunhas a denunciarem traficantes da favela pelo assassinato do pedreiro Amarildo Souza, desaparecido há dois meses. O major disse estranhar que a moradora que acusou o traficante Catatau do sumiço de Amarildo tenha mudado sua versão, depois de denunciar à polícia o desaparecimento do filho mais velho.

"Nunca houve nenhuma oferta à testemunha, nego todas essas acusações. Acho muito estranho que ela mude a versão um dia depois que registrou o sumiço do filho mais velho. Estou aguentando tudo isso, não sei o que está acontecendo. Não coagi ninguém", disse o major, por telefone.

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Em julho, a mulher afirmou em depoimento ao Ministério Público que Catatau a expulsou da Rocinha e ameaçava matar seu filho mais novo, como havia feito com Amarildo. O rapaz, de 16 anos, estava sob custódia no Hospital Municipal Miguel Couto desde maio, quando foi baleado, durante uma blitz. Na terça-feira passada, 10 de setembro, a mulher foi à 15ª DP (Gávea) e denunciou que o filho mais velho, de 22 anos, havia desaparecido depois de ter sido cooptado por Catatau, no dia 5, "para transportar uma carga de entorpecentes da Rocinha para a comunidade do Caju", como diz o Registro de Ocorrência (RO).

Na quarta-feira, 11 de setembro, ela e o filho menor, que teve alta do hospital, voltaram à delegacia e disseram que foram coagidos a acusar Catatau pelo major Edson Santos e por um policial civil, que teriam oferecido dinheiro e presentes e prometido pagar o aluguel de uma casa fora da Rocinha. Mãe e filho fizeram a denúncia aos delegados Rivaldo Barbosa, da Delegacia de Homicídios (DH), e Orlando Zaccone, da 15ª DP, e aos promotores Homero das Neves e Marisa Paiva.

Segundo o major Edson Santos, a testemunha mencionou a participação de traficantes no sumiço de Amarildo pela primeira vez no hospital onde acompanhava filho e foi orientada por policiais que faziam a custódia do menor a prestar depoimento ao Ministério Público, o que ela fez dias depois. Em nota, a Polícia Civil disse que as investigações do desaparecimento de Amarildo ainda estão em curso e o conteúdo dos depoimentos não será revelado.

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