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A vencedora do Prêmio Nobel da Paz Malala Yousafzai visitou as vítimas das inundações catastróficas que atingiram o Paquistão nesta quarta-feira (12), em sua segunda ida a seu país natal desde que foi alvo de uma tentativa de assassinato por parte dos talibãs, há uma década.

As inundações que atingiram o Paquistão neste verão boreal deixaram um terço do país debaixo d'água, deixando oito milhões de desabrigados e deslocados e em torno de US$ 28 bilhões em danos, segundo estimativas.

Agora, as autoridades enfrentam uma crise sanitária relacionada com um surto de malária, dengue e desnutrição entre os deslocados que vivem situação precária em acampamentos espalhados pelo país.

Yousafzai visitou acampamentos na zona rural da província de Sindh, onde se reuniu com mulheres que fugiram de suas aldeias tomadas pela água. A jovem descreveu-as como pessoas "muito corajosas", de acordo com um comunicado divulgado pela autoridade ministerial da província.

Dada "a envergadura da destruição", "os líderes internacionais precisam agir, acelerar sua resposta e mobilizar os fundos necessários para ajudar o Paquistão a reconstruir e apoiar as populações afetadas", acrescentou ela, de acordo com um comunicado de sua fundação.

Ela também expressou preocupação com a situação da educação, já que mais de três milhões de crianças têm problemas para ir às aulas, e 12.000 escolas foram danificadas pelas enchentes.

Malala Yousafzai tinha apenas 15 anos quando militantes do Talibã paquistanês - um grupo independente, mas com uma ideologia em comum com o movimento no Afeganistão - atiraram em sua cabeça por sua campanha a favor da educação feminina.

A adolescente foi levada para o Reino Unido para receber um tratamento que salvou sua vida e se tornou uma referência mundial na luta pela educação. Foi a pessoa mais jovem a receber um Prêmio Nobel da Paz.

Membros do Talibã paquistanês Tehreek-e-Taliban Paquistão (TTP) protagonizaram uma insurgência de longa data até que uma grande campanha militar em 2014 restabeleceu a segurança no noroeste do país.

O grupo ressurgiu na região depois do retorno dos talibãs afegãos ao poder em Cabul.

Na terça-feira (11), milhares de pessoas protestaram contra a deterioração da segurança no país.

O Manifesto #MeninasDecidem pelo Direito à Educação será lançado em evento presencial na Defensoria Pública da União no Recife na próxima terça-feira (16), das 9h às 12h, com transmissão ao vivo. O documento é resultado do trabalho conjunto da Rede de Ativistas pela Educação do Fundo Malala (Rede Malala) e do comitê que reúne 20 meninas de todo o Brasil, incluindo meninas negras, periféricas, indígenas, quilombolas, travestis, trans, trabalhadoras do campo e com deficiência, para delinear as prioridades das meninas para a educação. 

Entre as demandas específicas estão uma educação pública de qualidade, antirracista, antissexista e que combata as desigualdades sociais e a discriminação baseada em gênero. Neste ano de eleições, a Rede Malala tem defendido que todas/os candidatas/os priorizem o direito à educação de meninas nos planos de governo. 

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Além de ter liderado uma campanha para incentivar meninas de até 17 anos a tirarem o título de eleitora no prazo estabelecido pela Justiça Eleitoral, a rede apoiada pelo Fundo Malala lançou em junho uma Carta Compromisso pelo Direito à Educação nas Eleições 2022. A Carta propõe um pacto com 40 pontos para que os próximos governos eleitos coloquem a educação como pauta urgente e prioritária.

A Carta Compromisso é resultado de uma parceria com a Campanha Nacional pelo Direito à Educação e seu Comitê Diretivo. “As meninas no Brasil enfrentam múltiplas barreiras para ter acesso a esse direito humano básico que é a educação, como falta de qualidade do ensino, gravidez precoce e condições socioeconômicas”, diz a Nobel da Paz Malala Yousafzai. 

“Para estimular melhores resultados, líderes do Brasil devem ouvir as demandas das meninas. Por isso, peço que todas/os as/os candidatas/os endossem o Manifesto #MeninasDecidem e assinem a Carta de Compromisso, da Rede Malala, para, assim, garantir que a educação de meninas seja uma prioridade nos próximos mandatos.” Em todo o mundo, mais de 130 milhões de meninas estão fora da escola.

Estabelecido em 2013 por Malala e seu pai, Ziauddin Yousafzai, o Fundo Malala atua nos dez países do mundo com algumas das maiores taxas de evasão escolar de meninas, por meio da Rede de Ativistas pela Educação, investindo em ativistas locais da educação, defendendo a responsabilização de governos e amplificando o protagonismo das meninas. 

No Brasil, a Rede Malala é formada por 11 ativistas e suas organizações e implementa ações em âmbito nacional por financiamento adequado à educação, além de projetos locais em diversos estados que contribuem para garantir o direito à educação de meninas, com foco em meninas negras, indígenas e quilombolas. 

A Rede Malala teve um papel fundamental junto ao Congresso para tornar o FUNDEB permanente – um passo importante para garantir que os governos financiem educação gratuita e de qualidade para todes. 

Campanha #MeninasDecidem 

Para ampliar o engajamento nacional em torno do Manifesto #MeninasDecidem, a Rede Malala lança uma chamada para meninas de todo o Brasil compartilharem suas demandas para a educação, por meio de vídeo, áudio ou texto, pelas redes sociais. Basta marcar a @RedeMalala no Instagram ou Facebook. Os depoimentos serão compilados e divulgados pelos canais digitais globais do Fundo Malala.

Rede Malala 

Inspirado pelas raízes de Malala e Ziauddin Yousafzai como ativistas locais no Paquistão, o Fundo Malala estabeleceu em 2017 a Rede de Ativistas pela Educação (Education Champion Network) para investir, apoiar o desenvolvimento profissional e dar visibilidade ao trabalho de mais de 80 educadores de dez países (Afeganistão, Bangladesh, Brasil, Etiópia, Índia, Líbano, Nigéria, Paquistão, Tanzânia e Turquia) que trabalham a nível local, nacional e global em defesa de mais recursos e mudanças políticas necessárias para garantir o direito à educação das meninas.

No Brasil, a Rede é formada por 11 ativistas e suas organizações e implementa projetos em diversas regiões do país para quebrar as barreiras que impedem meninas de acessar e permanecer na escola, com foco em meninas negras, indígenas e quilombolas.

A ativista paquistanesa Malala Yousafzai enviou ao presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco, uma carta em que pede políticas públicas que garantam a permanência de crianças e adolescentes na escola. A carta foi lida durante uma sessão de debates no Plenário do Senado, nessa segunda-feira (21), pela coordenadora-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Andressa Pellanda.

A sessão especial, uma sugestão do senador Flávio Arns (Podemos-PR), está sendo realizada de forma virtual, com o tema “Busca Ativa: Toda Criança na Escola”. A senadora Leila Barros (Cidadania-DF) dirige os debates, que têm foco nas estratégias para garantir o retorno e a permanência de crianças, adolescentes e jovens nas escolas públicas brasileiras, depois da pandemia do coronavírus. Representantes do governo e especialistas em educação participam da sessão.

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Carta

Na carta, Malala manifesta sua preocupação com a taxa de evasão escolar no Brasil, “que aumentou drasticamente desde o início da pandemia de covid-19 — especialmente entre as meninas”. Ela elogia os investimentos do Brasil “desde muitos anos”, mas aponta que a pandemia reverteu muitas conquistas, “com 10% dos alunos de 10 a 15 anos relatando que não irão retornar à sala de aula quando suas escolas reabrirem”.

Malala cobra "uma agenda legislativa que priorize o financiamento contínuo da educação pública no Brasil". Ela também faz um apelo para que deputados e senadores "assumam compromissos ambiciosos pela educação das meninas, garantindo a implementação de mecanismos como o Fundeb e regulamentando o Sistema Nacional de Educação”.

No documento enviado a Pacheco, Malala ainda pede por uma “busca ativa de estudantes que estão fora da escola e por estratégias intersetoriais para evitar o abandono escolar de milhares de estudantes”. Ela destacou que, desde 2020, milhares de crianças deixaram de frequentar a escola, devido às consequências sociais e econômicas da pandemia.

De acordo com especialistas em educação, a estratégia da busca ativa é primordial para que os sistemas de ensino enfrentem a exclusão escolar, principalmente de meninas, mais vulneráveis a situações de abusos e/ou violências, seja do ponto vista institucional, sexual, doméstica ou de gênero. O objetivo da busca é garantir o direito constitucional à educação pública, gratuita e de qualidade para todas as crianças e todos os adolescentes.

Malala e Andressa

Malala Yousafzai nasceu em 1997, no Paquistão. Ela é conhecida pela militância em favor dos direitos humanos, das mulheres e pela educação de qualidade. Em 2012, quando tinha 15 anos, ela sofreu um atentado dentro de um ônibus escolar. Um radical religioso — que não aceitava a educação para mulheres — atirou três vezes contra ela. Depois de recuperada, intensificou sua defesa por uma educação que inclua todos os meninos e meninas. Em 2014, se tornou a pessoa mais jovem a receber um prêmio Nobel da Paz. 

Andressa Pellanda, que leu a carta de Malala, é militante pela educação, especialista em ciência política e uma das integrantes da Malala Fund no Brasil. A organização é um coletivo de 11 educadores comprometidos em promover a educação de meninas, principalmente de indígenas e quilombolas, nas regiões do país com os piores índices educacionais.

*Da Agência Senado

 

 

A vencedora do Prêmio Nobel da Paz Malala Yousafzai, que foi baleada pelo Talibã paquistanês em um ônibus escolar, casou-se nesta terça-feira (9) durante uma cerimônia particular em Birmingham, Reino Unido, segundo anunciou nas redes sociais.

“Hoje é um dia lindo na minha vida. Asser (Malik) e eu nos casamos para sermos parceiros para a vida toda”, escreveu ela no Twitter, junto com algumas fotos de ambos.

"Fizemos uma pequena cerimônia nikah em casa, em Birmingham, com nossas famílias. Por favor, enviem suas orações. Estamos entusiasmados em trilhar o caminho que nos espera juntos", acrescentou.

Uma cerimônia nikah é o primeiro passo em um casamento islâmico.

Ativista pela educação feminina, Malala foi vítima de um ataque do Talibã no Paquistão em 2012, quando tinha apenas 15 anos.

Uma das balas atingiu sua cabeça e ela teve que ser evacuada entre a vida e a morte para um hospital de Birmingham, onde acabou se recuperando.

Agora com 24 anos, a Nobel de 2014, a mais jovem na história a receber este prêmio, concluiu seus estudos na Universidade de Oxford e continua a lutar pela educação de meninas com sua ONG Malala Fund.

A vencedora do Prêmio Nobel da Paz, Malala Yousafzai, que foi baleada pelos talibãs paquistaneses quando era estudante, pediu aos novos governantes do Afeganistão que permitam que as meninas voltem para a escola.

Há um mês, os talibãs, que retomaram o poder em agosto no país, proibiram as alunas de retomarem o ensino médio, enquanto os meninos foram autorizados a voltar às aulas.

Os talibãs disseram que vão permitir o retorno das meninas, depois de garantirem a segurança e a segregação estrita, conforme sua ultraconservadora interpretação da lei islâmica. Muitos duvidam, no entanto, de uma mudança de posição.

"Para as autoridades talibãs (...) revoguem a proibição, de facto, da educação de meninas e reabram imediatamente as escolas de ensino médio para elas", convocaram Malala e várias ativistas afegãs pelos direitos das mulheres, em uma carta aberta divulgada no domingo (17).

Malala pediu aos líderes das nações muçulmanas que deixem claro para os talibãs que "a religião não justifica impedir que as meninas frequentem a escola".

"O Afeganistão é agora o único país do mundo que proíbe a educação de meninas", disseram as signatárias, entre elas, Shaharzad Akbar, chefe da Comissão de Direitos Humanos afegã do último governo apoiado pelos Estados Unidos.

Elas também pediram aos líderes mundiais do G20 que forneçam fundos urgentes para um plano educacional para as crianças afegãs.

Malala Yousafzai foi baleada por militantes do Tehreek-e-Taliban Pakistan (TTP), o irmão ideológico do Talibã afegão, em sua cidade natal, no Vale do Swat, quando estava em um ônibus escolar, em 2012.

Agora, com 24 anos, ela defende a educação das meninas. Seu Fundo Malala, uma organização sem fins lucrativos, já investiu US$ 2 milhões no Afeganistão.

Ao longo da história, diversas crises e confrontos em diversos países foram responsáveis por colocar em perigo a integridade humana e a democracia, assim como a atual situação do Afeganistão, que passou a ser ameaçado pela volta ao poder do grupo extremista Talibã. Diante de momentos como esses, surgem grandes vozes que inspiram pessoas a lutar pelos seus direitos e fazem história por seu papel,  influência e pelos seus atos pacíficos. O LeiaJá selecionou cinco destes símbolos para a humanidade, de diferentes épocas:

Greta Thunberg

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A ativista mais nova da lista, atualmente com 18 anos, ouviu sobre as alterações climáticas e passou a se engajar na luta pelo meio ambiente. Em 2018, sua indignação pela situação do planeta levou Greta a criar a campanha “Sextas-Feiras Pelo Futuro”, uma greve, justamente nesse dia da semana, que levou mais de 30 pessoas a protestarem em frente ao parlamento sueco. Em 2019, mais de um milhão de jovens, de 100 países diferentes, aderiram ao movimento e protestaram juntos pelo clima. “Há pessoas a sofrer. Há pessoas a morrer. Ecossistemas inteiros estão a deixar de existir. Estamos no início de uma extinção em massa”, disse Greta em um de seus discursos.

Martin Luther King (1929 – 1968)

Martin Luther King foi uma das principais figuras norte-americanas que lutaram contra a discriminação racial e se tornou um dos mais importantes líderes dos movimentos pelos direitos civis dos negros nos Estados Unidos. Por conta dessa movimentação social organizada e liderada por King, diversas autoridades e grupos racistas como a Ku Klux Klan passaram a atacar aqueles que defendiam os direitos dos negros. “Tenho um sonho que meus quatro filhos viverão um dia numa nação onde não serão julgados pela cor da pele, mas pela qualidade do seu caráter”, disse King em um de seus discursos mais famosos.

Malala Yousafzai

Militante dos direitos das crianças, a jovem paquistanesa foi vítima de um atentado por defender as meninas que queriam ir para a escola. Em 2012, enquanto Malala voltava da escola de ônibus, membros do Talibã invadiram o meio de transporte em busca da jovem militante. Um dos criminosos reconheceu a jovem e disparou três tiros em direção a ela. Gravemente ferida, Malala se recuperou após tratamento intensivo no hospital e continuou sua luta. “Nossos livros e canetas são as armas mais poderosas. Uma criança, um professor, um livro e uma caneta podem mudar o mundo. Educação é a única solução”, disse Malala em seu discurso na Organização das Nações Unidas (ONU).

Mahatma Gandhi (1869 – 1948)

Ao final da Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918), o Partido do Congresso Nacional Indiano era liderado por Gandhi, que pregava que a Índia deveria ser uma confederação democrática, com igualdade política, racial e religiosa para todas as classes civis. O líder pacifista também liderou a marcha para o mar, quando milhares de pessoas caminharam junto com Gandhi por mais de 320 quilômetros para protestar contra impostos. “As religiões são caminhos diferentes convergindo para o mesmo ponto. Que importância faz se seguirmos caminhos diferentes, desde que alcancemos o mesmo objetivo?” refletiu Gandhi em certa ocasião.

Nelson Mandela (1918 – 2013)

Ficou conhecido por ser uma das principais figuras do movimento contra o Apartheid, uma legislação que segregava os negros e não permitia que fossem realizados casamentos entre pessoas de etnias diferentes, além de separar brancos e negros em diferentes ciclos sociais, como escolas, hospitais e praças. Por conta de sua luta pelos direitos raciais, Mandela recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1993, e no ano seguinte, o ativista pode se tornar o primeiro presidente democrático da África do Sul. “Na prática real, a lei nada mais é do que a força organizada, usada pela classe dominante para moldar a ordem social de forma favorável a si mesma”, escreveu Mandela em seu diário.

 

 

Um religioso extremista foi detido e preso no Paquistão por proferir ameaças contra a jovem premiada com o Nobel da Paz Malala Yousafzai, por causa de sua opinião sobre a relevância do casamento, anunciou uma fonte oficial nesta sexta-feira (11).

Desde que sobreviveu a um atentado dos talibãs quando tinha 15 anos, em um distrito rural do noroeste do Paquistão, a jovem diplomada de Oxford (Reino Unido) se tornou uma admirada celebridade mundial da promoção da educação para as meninas.

Mas uma recente entrevista à revista Vogue voltou a reacender as críticas em seu país, onde continua sendo uma figura polêmica, depois de responder a uma pergunta sobre a necessidade de legalizar a união dos casais.

"Por que teria que assinar papéis de casamento para ter uma pessoa na vida, por que não se limitar à companhia?", questionou.

Malala posou para a capa da edição da Vogue.

O caso foi debatido no parlamento de sua província natal de Khyber Pakhtunkhwa, onde se considerou que seus comentários ofendiam o Islã.

"Malala sonha em ser primeira-ministra de seu país, mas promove a obscenidade", disse o religioso Sardar Ali aos estudantes de um pequeno seminário local em Lakki Marwat (norte) na semana passada.

Ele acrescentou que gostaria de explodir Malala em um ataque suicida se ela retornar ao país.

Os críticos da jovem apontam permanentemente sua forma de vestir e suas declarações que, segundo eles, promovem os valores ocidentais.

No ano passado, ela questionou o primeiro-ministro Imran Khan no Twitter depois que um dos autores do ataque contra ela conseguiu fugir da prisão.

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A ativista Malala Yousafzai se formou no curso de Política, Economia e Filosofia na Universidade de Oxford, na Inglaterra. Nessa quinta-feira (18), ela publicou imagens da comemoração no perfil do Instagram.

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“Difícil expressar minha alegria e gratidão agora, ao concluir meu curso de Filosofia, Política e Economia em Oxford. Eu não sei o que está por vir. Por enquanto, será Netflix, lendo e dormindo”, brincou a jovem paquistanesa.

A militante ficou conhecida por denunciar violações dos direitos humanos do Taliban. A repercussão dos seus textos, assinados como ‘Gul Makai’, fez com que ela sofresse um atentado em 2012, quando ela tinha 14 anos. Integrantes do regime efetuaram disparos de fuzil que atingiram sua cabeça e o pescoço. Em 2014, a jovem ganhou o Nobel da Paz por lutar pela educação do seu país.

Cerca de 20 meninas do Projeto Pontinha de Futuro, do Alto Santa Isabel, Zona Norte do Recife, participaram de uma ação para confeccionar cartas para serem enviadas a Malala Yousafzai. As mensagens foram entregues esta semana por Sylvia Siqueira Campos, presidente da Ong Mirim Brasil, que está em Dubai, nos Emirados Árabes, participando do encontro anual da Rede Gulmakai, iniciativa do Fundo Malala em defesa e fortalecimento da educação de meninas em todo mundo. Na ocasião, Sylvia teve a oportunidade de encontrar com a Nobel da Paz.

No Pontinha do Futuro, as integrantes têm de 3 a 16 anos, e recebem aulas de balé gratuitamente. Além disso, são apadrinhadas por pessoas que ficam responsáveis por arcar com os custos do projeto, como roupa e sapatilhas de dança. O requisito para fazer parte do grupo é estar estudando e ter bom desempenho.

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"Te admiro por ser uma mulher muito guerreira e por lutar pelos direitos das mulheres e pela igualdade entre todos nós", diz um trecho de uma cartinha que Franciely Taynanda, de 15 anos, escreveu para Malala. Antes de chegar até este momento, Franciely e as outras crianças puderam conhecer a história da ativista e sua luta pela educação.

"Encontrei com Malala e entreguei as cartas. Ela fez questão de ler uma a uma. Malala sabe o quão difícil que é a vida das meninas no Brasil. Após a leitura, comentou o que mais achou interessante: ainda que essas meninas estejam em uma periferia bastante massacrada pela falta de acesso a políticas sociais ou por um acesso a políticas sociais de baixa qualidade, elas não perderam a capacidade de sonhar. As meninas têm outras pessoas que as inspiram e Malala é uma delas", afirma Sylvia.

No próximo fim de semana, a presidente do Mirim Brasil participa também do Fórum Global sobre educação, que reúne líderes mundiais dos setores público, privado e social em busca de soluções para alcançar educação, equidade e emprego para todos.

Meninas que integram um projeto social no Alto Santa Isabel, no Recife, vão participar de uma atividade bem diferente na manhã deste sábado (16). Elas fazem parte do Pontinha do Futuro, projeto que ensina ballet a crianças e adolescentes com idades entre 3 e 16 anos e vão contar um pouco de suas histórias em cartinhas que serão entregues à mais jovem ganhadora do Prêmio Nobel da Paz, a paquistanesa Malala Yousafzai.

A pessoa responsável por fazer a ponte entre as meninas da Zona Norte do Recife e Malala é a presidente da Organização Não Governamental MIRIM Brasil, Sylvia Siqueira Campos, que vai para Dubai, nos Emirados Árabes, participar do encontro anual da Rede Gulmakai, entre os dias 19 e 21 deste mês.

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O evento é uma iniciativa do Fundo Malala, organização sem fins lucrativos, que atua na defesa da educação de meninas em todo mundo. Em julho de 2018, Sylvia, que já teve a oportunidade de conhecer a Nobel da Paz em sua primeira visita ao Brasil, foi escolhida para ser uma das três brasileiras a participar do encontro.

O Fundo anunciou apoio ao MIRIM Brasil, que atua nos municípios do Recife, Cabo de Santo Agostinho e Pesqueira contribuindo para desenvolvimento e promoção à educação de crianças e adolescentes, a maioria meninas negras, quilombolas e indígenas de Pernambuco.

Já nos dias 22, 23 e 24, a Sylvia participa do Fórum Global sobre Educação. Lá, ela fará uma apresentação sobre a importância da sociedade civil organizada no desenho e monitoramento da implementação de políticas públicas na área de educação. O Fórum reúne líderes mundiais dos setores públicos, privados e que atuam na espera social, em busca de melhorias na educação, equidade e emprego. “Precisamos avançar no reconhecimento da igualdade para atuar na equidade no acesso e nas possibilidades de mudanças estruturantes, como a quebra dos ciclos de pobreza e a construção de uma cultura feminista. Tomar isso com coragem significa ir além do que o nosso cotidiano comum alcança e passamos a enxergar”, afirma a Presidente.

Pontinha do Futuro

O projeto Pontinha do Futuro atende cerca de 87 meninas do Alto Santa Isabel que têm sonho de serem bailarinas. Para fazer parte do grupo é preciso que elas estejam matriculadas em séries compatíveis com a idade e frequentar regularmente as aulas, além de ter boas notas. Cada menina tem uma madrinha, que fica responsável pelo uniforme da bailarina e se dispõe a ajudá-la durante a formação.

A ativista paquistanesa Malala Yousafzai, mais jovem vencedora do Nobel da Paz, defendeu nesta quarta-feira (11) o legado da vereadora carioca Marielle Franco, executada no Rio de Janeiro em março passado.

Malala, que completa 21 anos nesta quinta (12), faz sua primeira visita oficial ao Brasil e já passou por São Paulo, Salvador e Rio. Durante uma "sabatina" com internautas no Twitter, a jovem foi perguntada se ela se inspira em alguma mulher brasileira.

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Na resposta, Malala disse que esteve com integrantes da rede feminista "Nami", com quem pintou um retrato de Marielle. "Como ativista, sei que ela inspirou muitas mulheres e garotas brasileiras e sei que elas levarão seu legado adiante", escreveu a paquistanesa.

Marielle, vereadora do Psol crítica da violência policial e da intervenção militar no Rio, foi assassinada a tiros dentro de seu carro, enquanto voltava de um evento. Até hoje não se sabe quem mandou matá-la.

Malala, em 2012, quase teve o mesmo destino. Já conhecida por defender o direito das meninas ao ensino, a então adolescente foi baleada na cabeça por um militante do Talibã, no Vale do Swat, Paquistão. A jovem ficou à beira da morte, mas se recuperou em um hospital do Reino Unido, país onde vive até hoje.

Em 2014, venceu o Nobel da Paz ao lado do ativista indiano Kailash Satyarthi - os dois países asiáticos protagonizam um conflito de mais de 60 anos pela posse da Caxemira.

Pelé - Na sabatina, Malala também trocou mensagens com Pelé, cuja conta no Twitter perguntou o que pode ser feito para garantir oportunidades para garotas no esporte.
    "Olá, Pelé. Encontrei hoje no Brasil jogadoras incríveis na praia no Rio. Elas me contaram que o esporte as ajuda a lidar com dificuldades em suas vidas e lhes dá confiança. Devemos apoiar as mulheres atletas para que as garotas tenham mais modelos", disse.

Da Ansa

Malala Yousafzai, vencedora do Nobel da Paz em 2014 e ativista dos direitos das mulheres, retornou nesta quinta-feira ao Paquistão, na primeira visita a seu país natal desde que sobreviveu a um ataque talibã em 2012.

"Estou muito feliz. Ainda não posso acreditar que estou aqui", disse Malala, muito emocionada, em um discurso pronunciado na residência do primeiro-ministro Shahid Khaqan Abbasi em Islamabad, horas depois de sua chegada, que surpreendeu o país.

"Nos últimos cinco anos sempre sonhei em poder retornar ao meu país", disse a jovem de 20 anos. "Estamos realmente felizes de que nossa jovem, que tanto tem feito pelo nome do Paquistão, esteja de volta à casa", afirmou Abbasi. "Todo o mundo expressa seu respeito e aqui também é merecedora de um respeito absoluto", completou.

Acompanhada dos pais, Malala, de 20 anos, foi escoltada do aeroporto internacional Benazir Bhutto, em Islamabad, sob um forte esquema de segurança, segundo fotos exibidas pela TV local.

As autoridades não informaram se Malala pretende viajar a seu distrito natal de Shangla, ou à cidade de Mingora, local do atentado, ambas no vale de Swat (noroeste).

Malala se tornou um símbolo mundial de defesa dos direitos humanos e ativista da educação de meninas depois que um homem armado invadiu seu ônibus escolar no vale do Swat, em 9 de outubro de 2012, e depois de perguntar "Quem é Malala?", atirou nela.

Depois de ser operada na Inglaterra e tratada de seus ferimentos na cidade inglesa de Birmingham, onde concluiu os estudos, se tornou uma grande ativista do direito à educação para as crianças.

Malala recebeu o Nobel da Paz em 2014, ao lado do indiano Kailash Satyarthi, por seu trabalho a favor da educação infantil.

Depois de morar com a família em Birmingham, região central da Inglaterra, onde estudou em um colégio para meninas, Malala entrou para a Universidade de Oxford, onde estuda Economia, Filosofia e Ciências Políticas.

A vencedora do Nobel da Paz ganhou a inimizade dos círculos islamitas radicais de seu país, que não aceitam a emancipação das mulheres. Mas também provocou receios entre uma parte da classe média paquistanesa, que é favorável ao direito à educação, mas não suporta que falem mal do Paquistão e demonstra ceticismo a respeito da luta contra os islamitas armados, que considera inspirada pelos Estados Unidos.

Muitos paquistaneses, no entanto, celebraram sua chegada ao país em mensagens no Twitter. "Bem-vinda #MalalaYousafzai, a corajosa e resistente filha do Paquistão, de retorno a seu país", escreveu o político Syed Ali Raza Abidi. Um famoso jornalista, Hamid Mir, pediu moderação aos analistas e políticos opositores em seus comentários sobre a visita da jovem.

"A imprensa internacional acompanha de perto seu retorno e (o uso de linguagem inadequada) prejudicará a imagem do Paquistão", disse. Malala iniciou o ativismo em 2007, quando os talibãs aplicavam sua lei no vale de Swat (noroeste do Paquistão), antes uma aprazível região turística ao pé do Himalaia.

Seu pai, diretor de escola, teve grande influência sobre a jovem, cuja mãe é analfabeta. Com apenas 11 anos de idade, Malala escrevia em um blog do site da BBC em urdu, a língua nacional do Paquistão. Com o pseudônimo de Gul Makai, ela descrevia o clima de medo na região em que morava.

Em 9 de outubro de 2012, jihadistas do TTP (Movimento Talibã do Paquistão) atacaram o ônibus escolar de Malala e ela foi atingida por um tiro na cabeça.

A adolescente foi levada entre a vida e a morte para a Inglaterra, onde se recuperou.

A ativista, que se tornou um ícone mundial da luta contra o extremismo, afirmou em janeiro que esperava retornar algum dia a seu país, sonho realizado nesta quinta-feira.

A jovem paquistanesa Malala Yousafzai, ganhadora do Nobel da Paz que sobreviveu a um atentado por defender o direito das mulheres à educação em seu país, anunciou nesta quinta-feira (17) que fará a graduação na Universidade britânica de Oxford.

"Estou muito feliz de ir para Oxford!", tuitou a jovem, de 20 anos, junto com uma fotografia da mensagem da universidade, confirmando sua admissão em filosofia, política e economia.

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O anúncio foi feito no dia em que os estudantes do Reino Unido, onde Malala encontrou refúgio após o atentado sofrido no Paquistão, receberam as notas do grande exame que acontece no final do Ensino Médio e que determina para qual universidade cada um terá condições de ir.

Malala não revelou suas notas, mas parabenizou todos os que fizeram a prova, desejando-lhes "o melhor na vida". A paquistanesa tinha 15 anos quando um talibã atirou em sua cabeça, dentro do ônibus que a levava para a escola no vale de Swat, no Paquistão.

Ela foi levada para um hospital da cidade inglesa de Birmingham, onde passou a viver com sua família, seguindo seus estudos e seu ativismo.

Em 2014, quando tinha 17 anos, foi agraciada com o Prêmio Nobel da Paz junto com o indiano Kailash Satyarthi. Este último ganhou reconhecimento por sua defesa dos direitos das crianças.

A adolescente paquistanesa Malala Yousafzai, que recebeu o Prêmio Nobel da Paz, chorou nesta quinta-feira ao ver o uniforme escolar que vestia quando os talibãs tentaram matá-la, e que ainda apresenta vestígios de sangue.

Durante a inauguração de uma exposição dedicada a ela e ao indiano Kailash satyarthi, no centro Nobel de Oslo, capital da Noruega, Malala não pôde conter sua emoção diante do uniforme.

"És muito valente", disse Satyarthi à jovem, enquanto lhe dava um beijo na cabeça, segundo a agência NTB.

No dia 9 de outubro de 2012, talibãs paquistaneses detiveram o ônibus escolar de Malala, com então 17 anos de idade, no norte do Paquistão, e dispararam uma bala que atingiu sua cabeça.

Desde então, a jovem, que conseguiu sobreviver ao atentado, converteu-se em um ícone mundial da luta pela educação das meninas.

Malala e Satyarthi receberam na quarta-feira o Prêmio Nobel da Paz por seus esforços na luta contra a exploração infantil e na defesa do direito à educação.

A adolescente paquistanesa Malala Yousafzai, premiada com o Nobel da Paz, reiterou nesta quinta-feira em Oslo que se vê como primeira-ministra de seu país em 20 anos.

"Eu quero ajudar o meu país, eu quero ver meu país avançar e sou verdadeiramente patriótica. Então eu decidi me dedicar à política e talvez um dia se as pessoas votarem em mim sereia primeira-ministra", disse Malala, de 17 anos.

Quando? "É possível ser primeira-ministra com 35 anos, e não antes, de modo que dentro de muitos anos", disse durante coletiva de imprensa ao lado da chefe do governo norueguês, Erna Solberg.

Malala, que milagrosamente sobreviveu a um ataque do Talibã em 9 de outubro de 2012, é inspirada por Benazir Bhutto, primeira-ministra do Paquistão em duas ocasiões (1988-1990 e 1993-1996) e assassinada em 2007.

"Ela é um exemplo [...] que transmite a mensagem de que as mulheres podem progredir, porque em algumas comunidades, supõem-se que as mulheres não podem progredir e ser primeira-ministra", disse a adolescente, que vive no Reino Unido.

Ícone mundial da luta pela educação das meninas, Malala é alvo de críticas em seu país, onde às vezes é acusada de ser um fantoche do Ocidente que trai os valores muçulmanos.

A ativista Malala Yousafzai viajou para a Noruega para receber o Nobel da Paz. A vencedora mais jovem do prêmio disse que está emocionada por ter a oportunidade de falar sobre os direitos das meninas.

Malala viajou nesta segunda-feira de sua casa no centro da Inglaterra para a cerimônia em Oslo. Ela disse à Associated Press que vai usar seu discurso na quarta-feira para mostrar que a educação não deve ser negada a nenhuma criança.

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"É realmente um momento de felicidade", afirmou a jovem. "Esta é uma grande oportunidade para eu falar. Eu quero perguntar aos líderes mundiais por que não fazem alguma coisa. Estas crianças, minhas irmãs, estão fora da escola. Eles não têm (acesso à) educação".

A garota de 17 anos foi baleada na cabeça por um atirador do Taleban há dois anos por insistir que as meninas, assim como meninos, têm direito à educação. Ela frequentava a escola pública de Khusal mesmo após o Taleban invadir a cidade no Vale Swat, no Paquistão.

Malala convidou quatro meninas e um jovem que têm lutado pelos direitos de educação na Síria, Nigéria e Paquistão para se juntar a ela na cerimônia do Nobel. "Estou muito feliz que meus amigos estão vindo", disse. "Eu sinto que eu estou falando no nome deles. É importante que eles possam se juntar a mim", completou.

Ela irá compartilhar os US$ 1,1 milhão do prêmio com Kailash Satyarthi, ativista de direitos da crianças indianas. Fonte: Associated Press.

A paquistanesa de 16 anos baleada na cabeça pelo Taleban por defender os direitos das mulheres, Malala Yousafzai, disse em entrevista à correspondente internacional da CNN Christiane Amanpour que sonha em ser primeira-ministra do Paquistão.

Malala afirmou que inicialmente queria ser médica ou política, mas logo descobriu que poderia ajudar mais o povo ao se tornar primeira-ministra. "Eu posso gastar muito do orçamento em educação", disse. A paquistanesa também disse que não se intimidou pelas ameaças de morte feitas pelo Taleban. "Eles só podem atirar em um corpo, mas não podem atirar em meus sonhos", disse.

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A garota foi baleada na cabeça quando voltava da escola junto com dois colegas em 9 de outubro do ano passado por um homem mascarado do Taleban. O pai, Ziauddin Yousafzai, pediu ao cunhado para preparar um caixão para a filha, mas Malala acordou uma semana depois em um hospital de Birmingham, Inglaterra. Ela disse que os primeiros pensamentos foram sobre como estavam os amigos, que também foram feridos.

A tentativa de assassinato ganhou atenção mundial e resultou na criação de um fundo destinado a incentivar a educação de garotas ao redor do mundo. Malala discursou na Organização das Nações Unidas (ONU) em seu 16º aniversário e deve se encontrar com a rainha da Inglaterra, Elizabeth II, neste mês. Ontem, ganhou o Prêmio Sakharov de direitos humanos, concedido pela União Europeia.

Malala era um dos principais nomes cotados para ganhar o Prêmio Nobel da Paz hoje, mas o prêmio foi a Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPWC, na sigla em inglês), responsável por destruir o arsenal de armas químicas da Síria.

Em entrevista ontem, ela disse que ganhar seria "uma grande honra e mais do que eu mereço". A garota paquistanesa disse que ainda precisa trabalhar muito para sentir que realmente merece ganhar o prêmio. Fonte: Associated Press.

Um ano depois do Taleban tentar silenciar a busca de Malala Yousafzai por um sistema educacional mais participativo para as meninas, a jovem é uma das principais candidatas ao Prêmio Nobel da Paz. No entanto, militantes ameaçam matá-la caso ela se atreva a voltar para o Paquistão, sua terra natal. Além disso, a diretora de sua antiga escola alega que, junto com a fama de Malala, tem crescido também o medo em suas salas de aula.

Embora Malala, de 16 anos, permaneça no Reino Unido e seu agressor ainda esteja foragido, a polícia afirma que o caso está encerrado. E muitos paquistaneses se perguntam publicamente se o incidente foi encenado para criar um herói para o Ocidente.

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Pouco depois do ataque, estudantes paquistaneses encheram as ruas carregando cartazes com as palavras: "Eu sou Malala". Um ano depois, o refrão popular é: "Por que Malala?"

No Vale Swat, no Paquistão, o cartaz gigante, que identificava a escola de Malala, está perdendo suas cores. A escola não fez planos para reconhecer a data, embora as crianças em outras partes do país tenham se manifestado. Professores e alunos estão com medo. Mesmo um poster gigante de Malala, que uma vez estampava a parede de uma das salas, foi removido.

"Nós tivemos ameaças, existem tantos problemas. É muito mais perigoso para nós depois do disparo contra Malala e de toda a atenção que ela está recebendo", disse a diretora da escola, Selma Naz, que falou rapidamente e em voz baixa. "Os Talebans são muito perigosos. Eles saíram de Swat, mas eles ainda têm uma presença aqui. Estão escondidos, mas estão aqui. Todos nós temos medo em nossos corações." Um comando armado agora guarda a saída da grande porta preta de aço da escola.

Em 9 de outubro de 2012, Malala saiu da escola pela mesma porta, rindo com seus amigos enquanto eles subiram na traseira de uma caminhonete usada para transportar as crianças. O motorista atravessava uma ponte estreita, quando um homem mascarado e armado subitamente parou o veículo em um campo aberto.

Um segundo homem mascarado pulou na traseira da caminhonete com uma pistola. "Quem é Malala?", gritou. Ninguém disse nada, mas as cabeças automaticamente se viraram para Malala. Então ele levantou a arma disparou. Uma das balas atingiu Malala na cabeça, e outras duas estudantes, Shazia Ramazan e Kainat Riaz, também foram atingidas, mas sem ferimentos graves.

Malala foi transferida para um hospital militar próximo a Islamabad, e os médicos realizaram uma cirurgia de emergência. Certo de que a garota não sobreviveria, seu pai, Ziauddin, enviou uma mensagem para seu cunhado para preparar um caixão e um veículo para transportar o corpo de volta a Swat. Mas uma semana depois Malala acordou em um hospital em Birmingham, Inglaterra, onde foi levada para tratamento especial, e gradualmente recuperou a consciência e a voz.

Apesar da indicação de Malala para vários prêmios, a história da garota levantou um sentimento contra o Ocidente no Paquistão, já que muitos moradores locais veem o evento como um pretexto do Ocidente para criticar o país. Em dezembro do último ano, o governo renomeou a escola onde ela estudou para Malala Yousafzai Girls College, mas teve que voltar atrás na decisão após protestos de alunos em outras escolas.

A batalha de Malala pela educação para garotas começou quando estava próxima a completar 11 anos, em uma época que o Taleban andava livremente pelo vale, atirando em escolas, decapitando seguranças e espalhando seus corpos pela cidade. "Foi uma época muito, muito difícil", disse, em entrevista para televisão e jornais. Expulso do vale em uma sangrenta operação militar há cerca de quatro anos, o Taleban está gradualmente retornando ao vale.

Um ano antes de ser baleada, em 2011, Malala ganhou do governo paquistanês o Prêmio Nacional da Paz, e recentemente publicou um livro sobre a tentativa de assassinato.

Ahmed Shah, amiga da família e educadora, diz que o atirador nunca será pego, já que a polícia raramente investiga um crime se o Taleban assumir a autoria. O advogado Aftab Alam explica que o medo da retaliação faz com que ninguém compareça ao tribunal e que a polícia não investigue os casos. "Se nós a encontrarmos, definitivamente nós tentaremos matá-la", disse o porta-voz do Taleban, Shahidullah Shahid, em entrevista à AP. "Nós nos sentiremos orgulhosos de sua morte", completou. Fonte: Associated Press.

Um destacado comandante do Taleban paquistanês escreveu uma carta à adolescente Malala Yousafzai, baleada na cabeça no ano passado em um atentado promovido pelo grupo, e disse lamentar o fato de não a ter avisado antes da tentativa de assassinato que deu repercussão internacional a seu ativismo pelo direito das mulheres à educação.

Na carta, escrita durante o fim de semana, Adnan Rasheed não chegou a pedir desculpas pelo atentado de outubro do ano passado, que deixou Malala gravemente ferida, levando a sua transferência para um hospital na Inglaterra. No entanto, o comandante, que é próximo dos principais líderes do grupo, disse que a tentativa de assassinato foi "chocante" e desejava que nada daquilo tivesse acontecido.

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"Ontem, em seu discurso, você disse que a pena é mais poderosa que a espada", escreveu Rasheed, referindo-se ao discurso proferido por Malala na Organização das Nações Unidas (ONU) na última sexta-feira. "Então eles a atacaram por causa da sua espada, e não por causa dos seus livros ou da escola."

Rasheed esclarece que a carta, recebida pela Associated Press na noite de ontem, expressa sua opinião pessoal, e não a do grupo. Um outro comandante do Taleban confirmou a autenticidade da carta.

Segundo Rasheed, Malala não foi atacada por defender a educação feminina, mas pelo fato de ter feito críticas ao grupo em relação ao período em que o Taleban controlou o Vale do Swat, entre 2008 e 2009. A versão coincide com declarações de outros líderes do Taleban paquistanês na época do atentado.

Rasheed encerra a carta com um pedido para que Malala regresse ao Paquistão e se matricule em uma escola islâmica para mulheres. "Use sua pena pelo Islã e pelo sofrimento da comunidade muçulmana e revele a conspiração de uma pequena elite que quer escravizar a humanidade com uma pauta maligna em nome de uma nova ordem mundial." Fonte: Associated Press.

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No dia em que completou 16 anos, a paquistanesa Malala Yousafzai discursou diante de uma plateia de líderes e de jovens de todo o mundo na ONU."Estar entre pessoas tão honradas é um grande momento em minha vida", disse, no evento que foi batizado "Dia de Malala". Inspiradas pela jovem que sobreviveu a um atentado no Talebã, meninas no norte do Paquistão têm voltado a frequentar escolas.

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