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E a primeira festa do BBB24 veio. Se você acompanhou o programa na noite da última quarta-feira (10), deve saber que os brothers começaram a noite curtindo uma festinha na casa. Para esquentar o clima, a trilha-sonora que reinou foi o pagode, com Menos é Mais, Soweto e Péricles.

Clima perfeito para um romance, né? E foi o que Nizam achou também. O brother tentou investir em Alane, com direito a flerte e até conversa sobre edredom, mas a sister deixou suas intenções claras e logo negou o convite.

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"Pena que não pode debaixo do edredom, né?", disse Nizam. "Pode sozinha. Eu rebolo muito sozinha", disparou Alane.

Acontece que parece que Nizam errou foi de alvo, porque quem tava de olho nele era Giovanna. Em conversa com Yasmin Brunet, a sister disparou que não quer fazer trio amoroso no programa: "Homem que tem mulher eu estou fora, entendeu? A última coisa que eu vim participar desse lugar é triângulo amoroso. Não, sinceramente, tenha dó. É o novo o quê? Íris, Alemão e Fani?"

Então Yasmin continuou: "O que eu entendi da Alane é que ela é muito nova, ela tem 20 ou 21 [anos]. Eu acho que rola uma atração, mas eu não sei se ele vai agir nisso porque ela é muito nova".

"Só se ele [Nizam] for bobo", disse Giovanna.

Desentendimentos

Quem não começou a noite tão bem foi Davi e Maycon, que protagonizaram um pequeno desentendimento. Vale lembrar que os dois já estão no paredão com Giovanna e Yasmin Brunet.

"Se eu hoje eu tivesse a oportunidade de colocar uma pessoa no Paredão, eu botaria você", diz Davi.

Então Maycon ainda disparou: "Entra naquele Raio-x e diz: eu quero ganhar de quem joga e quem joga é Maycon. Não adianta ganhar de planta, ganhar de planta é fácil demais. Ganhar do Fiuk qualquer um ganha. Ganha de mim".

Mais tarde, em conversa com Yasmin, Davi desabafou dizendo que Maycon foi manipulador: "Ele olhou para minha cara e falou assim: eu não vim para ganhar o jogo. Ele veio para cozinhar? Um cara desse para mim, ele é manipulador. Ele está manipulando a galera para vencer o jogo".

Mais uma tentativa de manipulação de resultado no futebol brasileiro veio à tona. Um goleiro do Nacional, cuja identidade foi mantida em sigilo, recebeu oferta para levar dois gols em partida da Copa São Paulo de Futebol Júnior, contra o Avaí, pela terceira rodada da competição. O atleta recusou a proposta e procurou a Federação Paulista de Futebol para fazer a denúncia.

Conforme relatou ao Estadão César Saad, titular da Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva, (Drade) e delegado responsável pelo caso, o apostador enviou um áudio na noite de segunda-feira para o goleiro do Nacional. Ele ofereceu R$ 10 mil para o goleiro levar dois gols.

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Saad diz ter identificado o apostador na manhã desta quarta-feira. Segundo o delegado, Jiuliandro José da Silva Bezerra confessou a tentativa de fraude e foi indiciado pelo crime de manipulação de resultado, previsto na Lei Geral do Esporte. Ele prestou depoimento na delegacia e foi liberado.

Para que sua aposta lhe rendesse um bom dinheiro, o aliciador queria que o goleiro do Nacional levasse dois gols de propósito no primeiro tempo do jogo, disputado na última terça-feira, 9, e que terminou com vitória do Avaí por 1 a 0. Não foi revelada a plataforma em que o aliciador fez sua aposta.

Em nota enviada ao Estadão, a FPF disse que, ao tomar conhecimento da tentativa de fraudar resultado do jogo da Copinha, acionou a Polícia Civil e a Stats Perform, empresa parceira da entidade responsável pelo monitoramento de casas de apostas em todo o mundo.

"A Federação Paulista de Futebol informa que tomou conhecimento de uma suposta tentativa de manipulação de resultado antes da partida Nacional-SP x Avaí-SC, pela Copa São Paulo de Futebol Jr., realizada na terça-feira (9), e imediatamente acionou o Polícia Civil e a Stats Perform, empresa americana parceira responsável pelo monitoramento de casas de apostas em todo o mundo.

Segundo a FPF, a denúncia recebida e a consequente ação preventiva da entidade impediram a concretização da suposta tentativa de manipulação. "A FPF tem realizado uma ofensiva contra a manipulação de jogos nesta Copinha por meio de palestras preventivas para todos os atletas, membros de comissões técnicas e diretores das sedes com orientações e diretrizes", afirmou a federação.

Recentemente, a FPF promoveu palestras para orientar quatro mil jogadores e membros das comissões técnicas dos 128 clubes participantes da Copinha, de modo a conscientizá-los sobre o assunto. Foi passado à nova geração de atletas orientações de conduta, bem como informados os canais de denúncia anônima.

APOSTAS REGULAMENTADAS

Sancionada pelo presidente Luis Inácio Lula da Silva no fim do ano passado, a lei que regulamenta as apostas esportivas estabelece diretrizes sobre integridade do jogo e prevenção à manipulação de resultados e outras fraudes.

A legislação autoriza a suspensão dos pagamentos de apostas investigadas por manipulação dos resultados. Também exige que as empresas verifiquem a identidade dos apostadores com uso de tecnologia de reconhecimento facial. Os operadores deverão monitorar as atividades dos clientes para identificar danos potenciais ou uso abusivo.

A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta quarta-feira (9), a segunda fase da Operação Jogada Ensaiada, que tem como objetivo desarticular uma organização criminosa responsável por manipular resultados de partidas de futebol. Entre os envolvidos na atividade, estão empresários, jogadores de futebol e apostadores registrados em sites de apostas. Pelo menos 12 mandados de busca e apreensão foram emitidos a partir da cidade de Aracaju, em Sergipe, mas endereços em outras 10 cidades devem ser alvo das investigações. 

De acordo com a PF, as buscas acontecerão também em Araguaina (Tocantins), Assu (Rio Grande do Norte), Belo Horizonte (Minas Gerais), Campina Grande (Paraíba), Fortaleza (Ceará), Igarassu (Pernambuco), Rio de Janeiro, São Paulo e Sumaré (São Paulo). 

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A operação, cuja primeira fase foi deflagrada em outubro de 2022, estava alocada apenas em Sergipe. No entanto, as investigações revelaram um esquema de âmbito nacional. Foram identificados diálogos nos quais empresários (representantes de jogadores), apostadores e dirigentes combinavam manipulação de resultados de partidas de futebol com objetivo de obter ganhos ilícitos em sites de apostas. Estima-se que a organização criminosa movimentou cerca de R$ 11 milhões. 

Até o momento, foram identificadas manipulações em jogos de diversos campeonatos estaduais e nos campeonatos brasileiros das séries D e C. Os investigados responderão por crimes previstos na lei geral do esporte e organização criminosa. 

A 4ª Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva julgou, na noite desta quinta-feira, oito jogadores investigados na Operação Penalidade Máxima. O julgamento distribuiu penas diferentes, devido a participação de cada um no esquema de manipulação de resultados que atingiu o futebol brasileiro.

O único absolvido foi Igor Cariús, lateral esquerdo do Sport. Eduardo Bauermann, zagueiro do Santos, pegou 12 jogos de punição. Confira as penas aplicadas pelo STJD aos outros acusados: Moraes (Aparecidense-GO): 760 dias e R$ 55 mil; Gabriel Tota (Ypiranga-RS): banimento e R$ 30 mil; Paulo Miranda (sem clube): 1.000 dias e R$ 70 mil; Fernando Neto (São Bernardo): 380 dias e R$ 15 mil; Matheus Gomes (sem clube): banimento e R$ 10 mil e Kevin Lomónaco (Bragantino): 380 dias e R$ 25 mil.

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A operação Penalidade Máxima, do Ministério Público de Goiás (MP-GO), revelou a existência de esquemas de manipulação de resultados de partidas de futebol para favorecer apostadores que contavam com a participação de jogadores das Séries A e B do Campeonato Brasileiro.

Para entender um pouco mais sobre este esquema fraudulento, a Agência Brasil conversou com o professor da pós-graduação em Direito Desportivo da PUC-PR Tiago Horta, que é membro do Comitê de Defesa do Jogo Limpo do Comitê Olímpico do Brasil (COB).

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Durante a entrevista o especialista em integridade esportiva afirma que a decisão do Governo Federal de regulamentar o mercado de apostas esportivas no país é positiva, mas não é o bastante. É fundamental estabelecer, em todo o território nacional, um sistema de integridade forte.

Além disso, o pesquisador entende que as consequências dos escândalos revelados através da Operação Penalidade Máxima são devastadoras e que, para amenizar um pouco os estragos causados, as punições devem ser exemplares, para que a indústria do futebol não caia em descrédito.

Agência Brasil: Em dezembro de 2018 foi publicada a LEI Nº 13.756, que liberou a atuação das Casas de Apostas esportivas no Brasil. Dessa data até hoje, como se constituiu o universo das apostas esportivas no Brasil?

Tiago Horta: A lei 3.756 de 2018 surgiu no sentido de tentar integrar o Brasil ao que estava acontecendo no contexto internacional. As apostas já eram uma realidade em grande parte do mundo, inclusive no Brasil. Era um mercado em crescimento, mas que até então ficava meio obscuro. A própria lei de contravenções penais já mencionava a questão das apostas, proibindo que sites desta natureza fossem hospedados no Brasil.

Porém, essa legislação abriu uma brecha para que esses sites operassem a partir de fora do Brasil, o cenário que se mantém em sua maioria até hoje. A lei legaliza a questão das apostas de cotas fixas esportivas, mas fica faltando uma regulamentação. Porém, o Governo anterior não teve interesse de mexer com o tema e essa realidade acabou se prolongando até os dias de hoje.

A lei trouxe algumas situações interessantes. Por exemplo, na questão dos patrocínios ela abriu uma espécie de caixa de Pandora. Antes tínhamos alguns ensaios de algumas empresas que tentavam ingressar no esporte, anunciando na TV, com tentativas de anúncio em manga da camisa de um clube, mas tudo de forma discreta. Não se falava ainda que era site de apostas, usavam outro tipo de nomenclatura. Mas, a partir de 2018, eles se sentiram à vontade para isso, o que levou a que hoje, no futebol brasileiro, praticamente todos os grandes clubes das Séries A e B tenham algum tipo de patrocínio de sites de apostas. Os anúncios nas emissoras de TV também são muito presentes. Essa foi uma das principais consequências da falta de regulamentação.

A falta de regulamentação levou à falta de limites na questão dos patrocínios. Qual o limite do patrocínio em relação ao uso de atletas? O mercado busca no momento uma espécie de autorregulamentação, propondo que atletas com menos de 25 não sejam mais utilizados. O mesmo acontece com a possibilidade de atletas firmarem parcerias privadas com sites de apostas. Não existe um regramento que libere ou proíba. O desafio é muito grande nesse sentido. É necessário realmente ser verificada essa situação, para que, a partir da regulamentação, tenhamos, ao menos, um conhecimento das regras. A partir daí as autoridades poderão cobrar o cumprimento delas.

No meu entendimento a regulamentação não é a solução final para manter a integridade do esporte, mas penso que a regulamentação pode ser um dos fatores que ajudarão na construção de um sistema forte de integridade.

Agência Brasil: Muitas pessoas ainda não compreendem como se dão as apostas investigadas. De forma sintética, quais as modalidades de apostas oferecidas? E qual a razão de as apostas em cartões amarelos ganharem protagonismo nas investigações conduzidas pelo Ministério Público?

Tiago Horta: O mercado de apostas ainda está engatinhando no Brasil. Ganhou força nos últimos quatro anos. Então, ainda é tudo parte de um grande aprendizado. Os mercados relacionados a um evento esportivo são variados. Você tem, por exemplo, o mercado de resultados, de quem vai vencer a partida, que é similar à loteria esportiva. Além disso, há o mercado de gols, de quantos gols serão marcados no jogo. Existem variações desses mercados, relacionadas aos tempos do primeiro e do segundo tempo de um jogo: Quem vai ganhar no primeiro tempo? Quem vai ganhar no segundo tempo? Esses seriam os mercados mais populares, nos quais há mais liquidez, mais dinheiro correndo. Porém, há outros mercados que geram interesse dos apostadores, como o de quem vai marcar o gol, ou de cartões amarelos, de escanteios. Há pessoas que se interessam em apostar nesses mercados secundários, pois acreditam que, eventualmente, pode ser mais vantajoso.

Sobre a questão dos cartões amarelos, entendo que ela ganhou relevância porque, no entendimento dos manipuladores, para manipular o resultado final de uma partida é necessário cooptar um grupo de atletas. Dentro dessa noção de fraudes é importante saber que os manipuladores nem sempre conseguem alcançar êxito em suas tentativas.

Aí entra a questão dos cartões. Para fraudar uma situação de cartão amarelo basta cooptar um único atleta. Esse acordo é mais pontual, acaba sendo mais fácil de ser alcançado. Além disso, esses atletas se sentem constrangidos de manipular o resultado de uma partida, o resultado final de um jogo. Mas quando os aliciadores propõem uma fraude em uma situação de cartão, muitas vezes eles conseguem convencer os atletas, afirmando que aquela é uma situação que não gerará um grande dano ao resultado da partida.

O grande problema é que, a partir do momento no qual o atleta aceita isso pela primeira vez, ele está na mão do aliciador. Então dificilmente conseguirá sair disso. Ele fica suscetível a receber ameaças e chantagens. Por isso a educação é algo tão importante. Os atletas precisam aprender sobre o risco de ingressarem nisso e da importância de refutarem qualquer proposta neste sentido.

Agência Brasil: Algo que chama a atenção de muitas pessoas é o envolvimento de jogadores das Séries A e B nestes crimes, isto porque há a percepção de que estes atletas possuem bons vencimentos. O que explica este envolvimento?

Tiago Horta: A grande questão é que, quando estamos lidando com atletas, temos que lembrar que estamos lidando com pessoas, não com máquinas. A questão dos vencimentos mostra muito isso. Há dois fatores que considero muito importantes aqui. O primeiro é que não há uma uniformidade de salários baixos ou altos. O Flamengo, por exemplo, tem uma faixa de vencimentos, enquanto o elenco do Cuiabá tem outro. São muito discrepantes as realidades salariais e, dentro dos próprios elencos, também há atletas que recebem salários muito diferentes uns dos outros.

O segundo fator é que os atletas estão inseridos em um contexto familiar, de amigos. Esses atletas, às vezes para ajudar algum conhecido ou de alguma forma influenciados, podem ser levados a praticarem esse tipo de fraude. Essas fraudes de cartão amarelo acontecerão mesmo nos campeonatos mais importantes, aqueles que terão liquidez nos mercados de cartões, que terão dinheiro suficiente correndo para que se justifique a prática dessas fraudes. Muito dificilmente jogos de Séries C ou D oferecerão esse tipo de mercado, pois não movimentarão dinheiro suficiente para que as apostas possam acontecer nesses mercados sem levantar maiores suspeitas.

Agência Brasil: Na sua avaliação, quais os prejuízos que o clima de desconfiança causado pela revelação de esquemas de fraudes traz para o futebol brasileiro?

Tiago Horta: Entendo que a situação é devastadora. O mal tem que ser cortado pela raiz. Os exemplos punitivos devem ser exemplares, não se pode passar a mão na cabeça do atleta num momento como este, pois todo o ambiente é colocado em risco, toda a indústria do futebol fica ameaçada. Basta notar a perplexidade das pessoas nos últimos dias, a preocupação e o sentimento de desconfiança que aumentou de forma absurda. O futebol, o esporte como um todo, tem dois pilares fundamentais: a credibilidade e a imprevisibilidade. Esses dois pilares têm de ficar de pé, para o bem de toda a indústria esportiva (patrocínio, contratos de atletas, contratos de TV, etc). Caso um desses pilares seja quebrado, o sistema inteiro vem abaixo.

Penso que os tribunais esportivos estão com uma postura lenta em relação ao que tem sido noticiado pela imprensa. Além disso, há a denúncia do Ministério Público de Goiás que nomeia vários jogadores. A partir do momento em que há um jogador sobre o qual paira uma suspeita de participação em um esquema fraudulento, é totalmente inviável que esse jogador continue atuando. Não é cercear o direito de defesa de ninguém, mas todos esses jogadores deveriam ser suspensos preventivamente, não podendo atuar até que os fatos sejam plenamente esclarecidos. Isso tudo porque todo um sistema está em risco e não podemos considerar que a simples presunção de inocência desses atletas seja mais importante do que todo um sistema. Temos que manter a credibilidade e a imprevisibilidade. Essa deve ser a prioridade número um. Posteriormente esses atletas terão a possibilidade de se defenderem, e aqueles que conseguirem provar sua inocência devem voltar a jogar. Já os demais, penso que não devem.

Agência Brasil: Que ações podem ser tomadas (por CBF, Governo, etc) para evitar estes crimes? A regulamentação das apostas pode ser um caminho?

Tiago Horta: Todos têm um papel no combate à manipulação de resultados. Porém, devemos ter clareza de que não vamos acabar com a manipulação de resultados, mas devemos tomar uma série de medidas para prevenir a ocorrência e saber de que forma atuar quando os casos vierem à tona. E essa atuação deve ser assertiva. Principalmente no âmbito esportivo, existe muita dúvida em relação ao que fazer, de que forma agir. Nesta questão os diferentes atores relacionados ao setor de apostas esportivas têm que trabalhar juntos, cada um dentro do seu âmbito de atuação: as autoridades públicas, a CBF, as demais federações esportivas, os clubes e também as empresas privadas, que podem contribuir com soluções de compliance (para garantir que as regras sejam seguidas), de monitoramentos de sites de apostas, com canais de oferecimento de canais de denúncia e com produção de investigações privadas. Existem várias ferramentas. Isso tudo tem que ser estruturado dentro de um sistema. Não adianta achar que uma ação isolada das autoridades públicas resolverá o problema, ou somente uma ação das entidades esportivas.

O trabalho de prevenção talvez seja o fator mais importante. Fazendo um bom trabalho de prevenção se evita a participação, a entrada, de grande parte desses atletas e árbitros em esquemas de manipulação de resultados. É um trabalho que deve ser liderado pelas entidades esportivas tanto de administração do desporto (federações, CBF) como pelas entidades de prática desportiva (que são os clubes). Todos eles têm que trabalhar em âmbito nacional. Não adianta achar que o poder público fará isso sozinho. Mas isso também demanda investimento das entidades esportivas, que muitas vezes se omitem de tomar as providências necessárias, pois afirmam que será caro. Mas elas devem compreender que é necessário cumprir sua parte, enquanto o poder público atuará da forma que está atuando agora, nos casos nos quais a educação não conseguiu gerar a consciência nas pessoas envolvidas (atletas, árbitros, dirigentes) de que não deveriam praticar fraudes.

Hoje não temos um ambiente construído para um trabalho preventivo, e todas as demais iniciativas de combate ao problema não estão consideradas dentro de um sistema. Uma federação, por exemplo, pode contratar um sistema de monitoramento para detectar as fraudes, e eles não sabem dar sequência a essa iniciativa. O que fazer com essa informação agora? A prevenção e o combate passam pela construção de sistemas estruturados de integridade. Não adianta achar que uma iniciativa isolada e construída de qualquer forma resolverá o problema.

Os casos de manipulação em partidas de futebol para beneficiar apostas milionárias de forma ilícita, revelados pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO), levantam um questionamento: os apostadores que não cometem fraudes, podem se sentir prejudicados? Sobre isso, a Agência Brasil conversou com o advogado Sergio Tannuri, especialista em Direito do Consumidor.

“A questão das apostas impactou muito ultimamente todo o Brasil, porque é lamentável que isso [manipulação] esteja acontecendo, apesar de não ser surpresa. A questão é onde entra o consumidor, aquela pessoa que aposta de boa-fé, porque o maior prejudicado é ele”, avaliou Tannuri.

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Segundo o advogado, a falta de regulamentação do setor no país ainda provoca discussões no âmbito jurídico, como se existe relação de consumo nas apostas. Ele, porém, destacou que a maior dificuldade, no momento, é o fato de a maioria dos sites de apostas ter sede no exterior, sem base no Brasil.

“Essas grandes casas estão localizadas, a maioria, em países asiáticos, que dão concessão a elas. O apostador, hoje, se acionar os órgãos de Defesa do Consumidor, notificarão a quem, se essas casas sequer têm escritórios [no país]? Elas estão todas com sedes fiscais fora do Brasil. Mas uma coisa é cristalina: [esse mercado] tem de ser regulado e ter um órgão regulador para que o cidadão comum tenha embasamento jurídico e onde recorrer”, declarou o especialista.

“Creio que [o mercado de apostas esportivas] seja uma tendência irreversível. O que não pode ter é a manipulação, essa má-fé que tenta intervir nos resultados para que os especuladores tenham lucros altíssimos. A regulação do setor é inevitável”, completou.

As apostas de quota fixa (as chamadas bets) foram liberadas no Brasil em 2018, pela Lei 13.756. Desde então, a normativa não foi regulamentada, o que será feito por meio de uma Medida Provisória, a ser editada pelo Governo Federal. Uma das exigências da MP é que, para atuarem no mercado nacional, as empresas sejam credenciadas e tenham escritório no país.

As investigações do MP-GO levaram à denúncia de 16 pessoas por envolvimento em fraudes no âmbito de ao menos 13 jogos das Séries A e B do Brasileirão e de campeonatos estaduais, disputados entre setembro de 2022 e fevereiro deste ano. Perguntado se as pessoas que adquiriram ingressos para essas partidas com suspeita de fraude poderiam ser consideradas lesadas e passíveis de serem indenizadas, considerando o Código de Defesa do Consumidor e o Estatuto do Torcedor, Tannuri considerou “prematuro”.

“Hoje ainda não dá para se afirmar isso, mesmo porque está tudo em âmbito de investigação. Existe um trabalho do Ministério Público, que começou em Goiás, agora vai começar uma CPI [Comissão Parlamentar de Inquérito]. Temos de aguardar”, resumiu.

Os indícios de crimes de lavagem de dinheiro e o uso de contas falsas de "laranjas" vão tramitar em um processo paralelo aos que já correm na Justiça sobre a investigação do esquema de apostas em jogos de futebol. Eles envolvem jogos da Série A do Campeonato Brasileiro do ano passado. A informação foi apurada pelo Estadão nesta segunda-feira. Ao todo, 25 pessoas já foram transformadas em réus por envolvimento no esquema fraudulento. Outras denúncias serão oferecidas à Justiça.

A investigação do MP já havia encontrado indícios de lavagem de dinheiro em pagamentos a atletas que receberam repasses para realizar lances predeterminados em partidas oficiais e possibilitar lucros ilegais a uma suposta quadrilha que operava em sites. A constatação leva o escândalo a um tipo de crime ainda não destrinchado pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO). As duas primeiras denúncias oferecidas à Justiça ficaram restritas aos crimes de promoção de organização criminosa e contra o Estatuto do Torcedor.

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Com autorização da Justiça, os sigilos bancários e fiscais dos investigados foram quebrados, de modo que os investigadores já detectaram pagamentos a jogadores aliciados feitos por intermédio de "laranjas" e também de empresas, em tese, sem relação direta com os atletas. Uma loja de celular e uma revendedora de carros importados estão entre essas empresas investigadas.

Como o Estadão havia mostrado, um diálogo entre dois dos principais articuladores do esquema, Thiago Chambó diz a Bruno Lopez que devem ser evitados compartilhamento de endereços e de números de telefone. Contas bancárias pessoais também não deveriam aparecer nas transações. "Nem transfere mais da sua mulher nem do seu CNPJ para ninguém nas próximas, entendeu? Pega umas contas laranja para mandar", disse Chambó, pelo WhatsApp.

O detalhamento da suposta lavagem de dinheiro poderá endurecer futuras penas e ampliar elos de integrantes dos quatro núcleos (apostadores, financiadores, intermediários e administrativo) do esquema mapeados pelo MP, que trabalha com a possibilidade de haver um investidor acima dos nomes apontados nas investigações das fases 1 e 2 da Operação Penalidade Máxima.

Para fontes com acesso ao processo, o crime de lavagem está materializado em diversos casos sob investigação porque "a origem do dinheiro era ilícita" e "os pagamentos foram feitos em conta de terceiros".

Segundo as denúncias, um grupo liderado pelo empresário Bruno Lopez de Moura pagava para que jogadores de futebol de clubes das séries A e B do Campeonato Brasileiro de 2022 e de competições estaduais realizassem determinadas ações durante as partidas, como levar cartões amarelos, por exemplo.

Em paralelo, eles apostavam em sites do ramo que esses lances ocorreriam durante os jogos. Com as jogadas dentro de campo concretizadas, os lucros eram obtidos. Em uma única rodada, o grupo apostou R$ 8.430,00 e somou ganhos de R$ 730.616,00. Quanto mais improvável a lista de eventos de uma aposta, maior pode ser o lucro nos sites.

O lateral-esquerdo Onitlasi Moraes, que defendia o Juventude, e o zagueiro Kevin Lomónaco, do Red Bull Bragantino, confessaram ter participado de manipulações de resultados envolvendo partidas do Campeonato Brasileiro de 2022. Em vídeos obtidos pelo site UOL, os atletas admitem para o Ministério Público de Goiás o envolvimento no esquema.

Moraes afirmou que recebeu R$ 25 mil para tomar cartões amarelos nas partidas contra Palmeiras e Goiás na temporada passada. Em depoimento, o jogador disse se arrepender do esquema.

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"Eu sabia que era errado. Eu fiquei muito arrependido, mas foi um momento que realmente estava precisando, eu e minha esposa. Eu estava precisando da grana e acabei topando fazer. Minha esposa ficou brava comigo", disse Moraes, atualmente jogador da Aparecidense-GO.

Já o argentino Kevin Lomónaco afirmou ter recebido uma proposta de R$ 70 mil para tomar um cartão amarelo na partida contra o América-MG. Apesar de ter sido punido com o cartão, o zagueiro recebeu apenas R$ 30 mil dos golpistas. O celular do atleta argentino foi apreendido pelos promotores e nele foram encontrados conversas que comprovam a manipulação.

"Ele falava que eu ia ganhar dinheiro rápido, que somente tinha que pegar cartão amarelo. Aceitei. Eu estava na concentração, um dia antes do jogo, acho. Ele seguia insistindo, mandando mensagem, dizendo: 'Vamos fechar, hermano, é dinheiro...' Mas eu fiz sem conhecimento algum que era um crime, algo assim. Fiz assim normal, não perguntei nada pra ninguém", afirmou Lomónaco, jogador do Red Bull Bragantino.

Ambos os jogadores foram afastados de seus respectivos clubes. Moraes pertence ao Atlético Goianiense, mas está emprestado para a Aparecidense. Já Lomónaco continua vinculado ao Red Bull Bragantino.

O lateral-esquerdo Marçal, do Botafogo, revelou ter sido abordado pelas redes sociais para participar de um esquema de apostas. O jogador disse que foi procurado na temporada passada para um caso de manipulação de resultados e que rejeitou prontamente a proposta. Ele fez a revelação na noite de quinta-feira, após a vitória do Botafogo sobre o Corinthians, pelo Brasileirão.

"No meu caso, por exemplo, foi ano passado contra o Flamengo que eu tomo um cartão por reclamação. Depois eu recebi uma mensagem no Instagram dizendo: 'pô, Marçal, tomando cartão por reclamação? Mais vale ganhar dinheiro com isso. O que você acha?'. Eu dei uma resposta que não pode passar na televisão. E nunca mais tive contato", revelou.

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Ele lamentou os casos de manipulação de resultados revelados nas últimas semanas por investigação do Ministério Público de Goiás. "Tudo isso é muito triste. Acaba afetando o Campeonato brasileiro. Tem visibilidade negativa. Está acontecendo com jogadores que não precisavam disso. Isso passa muito pelo caráter do jogador. Que haja a punição necessária e que outros que tentam ou que imaginam que podem fazer isso, que pensem das vezes antes de fazer (parte do esquema)."

"A gente sabe que ser jogador de futebol é muito difícil. Vocês sabem quanto é difícil chegar ao profissional, em time grande, um clube da Série A. E depois de toda esta luta, você mancha sua carreira por causa de um esquema? Acho isso ridículo", completou o lateral.

Marçal incentivou outros jogadores a fazerem o mesmo que ele fez, rejeitando eventuais ofertas de apostadores. "Espero que as pessoas possam responder à altura e também mostrar para a polícia. Se (um apostador) faz o convite, e você diz 'não', com certeza ele está insistindo em tantos outros. E talvez outro diga sim, seja por uma situação ruim no clube ou problema financeiro. Esses jogadores que foram pegos neste tipo de esquema, que sirvam de lição para outros e que a gente possa ter um campeonato limpo."

O Avaí foi mais um clube afetado pelo escândalo de manipulação de resultados envolvendo apostas esportivas. Após seu nome aparecer na planilha de um apostador, presente na investigação do Ministério Público de Goiás (MP-GO), o zagueiro Raphael Rodrigues foi afastado preventivamente pelo clube catarinense.

Ao todo, já são 11 jogadores, de diferentes clubes do Brasil, apartados das atividades dos seus times por suspeita de envolvimento no esquema. O time catarinense suspendeu preventivamente o contrato do atleta.

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"O Avaí informa que, tão logo teve acesso às matérias jornalísticas que envolvem o nome do atleta Raphael Rodrigues, comunicou a suspensão preventiva de seu contrato e afastamento de suas atividades até que os fatos em questão sejam devidamente apurados e esclarecidos", informou o clube.

Apesar de seu nome constar nessa planilha, que faz parte da investigação da Operação Penalidade Máxima, Raphael Rodrigues ainda não foi denunciado e nem se tornou réu. A planilha feita pelos apostadores era para organizar pagamentos de até R$ 80 mil a jogadores que recebessem um cartão amarelo.

O Avaí também informou que fez contato com o Confiança, ex-clube do jogador, para que também acompanhe de perto os desdobramentos do caso, além de se colocar à disposição das autoridades.

"O Leão reafirma seu compromisso com a lisura do esporte e esclarece que não teve participação ou relação com o fato de nenhuma natureza e que está à disposição das autoridades para auxiliar nas investigações em tudo que lhe couber e for possível", afirmou.

No total, já são 11 atletas afastados dos seus clubes nas últimas semanas, todos por suspeita de envolvimento no escândalo: Vitor Mendes (Fluminense), Bryan Garcia e Pedrinho (Athletico-PR), Richard (Cruzeiro), Nino Paraíba (América-MG), Maurício (Internacional), Raphael Rodrigues (Avaí), Alef Manga e Jesus Trindade (Coritiba), Paulo Miranda (sem clube) e Fernando Neto (São Bernardo).

Dentro de campo, o Avaí venceu o Tombense, por 1 a 0, na última rodada da Série B, e chegou a seis pontos, em 11º lugar. O time volta a campo nesta sexta-feira, às 21h30, quando recebe a Chapecoense, na Ressacada, em Florianópolis (SC), pela sexta rodada.

O escândalo de manipulação de resultados no futebol brasileiro pode levar à paralisação dos campeonatos no País. Foi o que afirmou o ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB-MA), em entrevista à Globo News nesta quinta-feira (11). A CBF pediu e a Polícia Federal entrará nas investigações já que o esquema tem alcance nacional e até internacional.

"Vamos analisar exatamente até onde isso vai: se for algo localizado, você enfrenta no caso concreto. As próprias entidades esportivas têm manifestado preocupação com essa situação. A nossa atuação junto à Polícia Federal derivou de um ofício que eu recebi da CBF. Ou seja, a CBF acionou o ministro da Justiça, pedindo providências, tal é a gravidade disso. No limite, podemos sim, infelizmente, chegar a essas medidas de interrupção ou suspensão de atividades até sobre a ótica do Código de Defesa do Consumidor, uma vez que se cuida de um serviço. Então, se não há segurança nesse serviço, a própria lei 8078 prevê em tese essa possibilidade, mas não é algo que esteja sendo examinado neste momento. Vamos esperar mais alguns dias para examinar qual é a medida proporcionalmente mais adequada", afirmou Dino.

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O ministro disse ainda que a Polícia Federal vai aproveitar as investigações que já existem em vários Estados, e fazer novas, inclusive sobre possíveis ramificações internacionais.

"No caso da Justiça Criminal estamos na fase de inquérito, poderá ter a decretação de prisões, poderá ver a decretação de medidas cautelares, como apreensão de bens de eventuais envolvidos para garantir o ressarcimento dos lesados, e no limite, nós podemos chegar como disse a medidas mais extremas", afirmou Flávio Dino.

Entenda

A Justiça de Goiás acatou, na última terça-feira (9), a segunda denúncia do Ministério Público de Goiás (MP-GO) contra um grupo criminoso que manipulava o resultado de jogos de futebol das Séries A e B do Campeonato Brasileiro.

Os 16 denunciados nesta segunda fase da operação Penalidade Máxima II são acusados de manipulação de oito jogos da Série A realizados em 2022, um jogo da Série B também realizado em 2022 e quatro jogos de campeonatos estaduais de 2023, incluindo Campeonatos Paulista e Gaúcho.

Os jogadores envolvidos no esquema receberiam valores que, de acordo com o MP-GO, variavam entre R$ 50 mil a R$ 500 mil para provocarem eventos específicos em jogos previamente selecionados, como cometimento de pênaltis, cartões amarelos ou vermelhos em determinada etapa da partida, diferença de gols no primeiro tempo, entre outros.

O caso de manipulação de resultados no Campeonato Brasileiro da Série B ganhou mais um capítulo na tarde desta sexta-feira, um dia após a Operação Penalidade Máxima deflagrada pelo Ministério Público de Goiás ter denunciado mais cinco jogadores, de um total de nove. Entre eles está o volante André Luiz, titular do Ituano, que decidiu afastar provisoriamente o jogador, inclusive, ficando fora do jogo contra o Palmeiras, pela semifinal do Campeonato Paulista que será disputada no domingo em São Paulo.

André Luiz esteve em campo na partida entre Sampaio Corrêa e Londrina pela última rodada do Brasileirão da Série B de 2022 e também estaria envolvido no esquema de manipulação de resultados investigado pelo Ministério Público de Goiás. Alguns jogadores teriam recebido dinheiro para forjar pênaltis. Naquele jogo houve um pênalti cometido por Mateusinho, também investigado, a favor do Londrina. Depois o Sampaio Corrêa ainda virou o placar: 2 a 1.

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Em nota oficial, a direção do Ituano é clara em sua posição: "Considerando a gravidade da denúncia e em consonância com nossa política de tolerância zero perante este tipo de comportamento, decidimos pelo afastamento imediato do atleta de nosso elenco. Os assessores jurídicos do Ituano já estão analisando o caso em maiores detalhes. Após a conclusão desta análise, tomaremos uma posição definitiva em relação ao atleta".

André Luiz é carioca de Nova Iguaçu, tem 27 anos, e joga de volante. Atuou ano passado na Ponte Preta, antes de ir disputar a Série B pelo Sampaio Corrêa. Ele chegou no Ituano neste ano, tendo participado de 11 jogos - um pela Copa do Brasil e dez pelo Paulistão. Marcou um gol. O jogador foi isolado e não quis dar entrevistas.

O CASO

No dia 14 de fevereiro o Ministério Público de Goiás deflagrou uma operação para investigar um grupo que tinha como especialidade a manipulação de resultados de alguns jogos do Campeonato Brasileiro da Série B em 2022. De acordo com o MP de Goiás, o grupo atuou em pelo menos três jogos no final da temporada passada. Vila Nova x Sport, Criciúma x Tombense e Sampaio Corrêa x Londrina, todos estes jogos válidos pela última rodada da competição nacional.

Segundo as investigações, o grupo teria movimentado pelo menos R$ 600 mil. Ficou apurado que o grupo convencia os atletas a manipular o resultado das partidas, cometendo pênaltis. Em troca, os jogadores receberiam um valor adiantado e outra parte vinda dos prêmios das apostas.

A lista de jogadores, inicialmente, acusados é a seguinte: Romário (ex-Vila Nova); Gabriel Domingos (Vila Nova-GO); Joseph (ex-Tombense); Allan Godói (Sampaio Corrêa), Igor Catatau (ex-Sampaio e atualmente no Irã), Paulo Sérgio (ex-Sampaio Corrêa e atualmente no Operário-PR), André Luiz (ex-Sampaio Correa e agora Ituano).

Material apreendido durante a Operação Penalidade Máxima, realizada na terça-feira, reforça os indícios de que houve manipulação em pelo menos três partidas da Série B do Campeonato Brasileiro do ano passado para atender a interesses de apostadores. Além disso, aponta que os crimes se estenderam para jogos realizados este ano e o Ministério Público de Goiás não descarta a possibilidade de o esquema envolver também partidas da Série A do Campeonato Brasileiro. O MP de Goiás afirma que não há indícios de dirigentes de clubes envolvidos, apenas jogadores e de um apostador.

COMO FUNCIONAVA O ESQUEMA?

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Um apostador de fora de Goiás, por meio de sua empresa, cooptava atletas para que, mediante pagamento, alterassem o resultado do jogo. Esses jogadores tinham que realizar uma ação específica no jogo: cometer um pênalti ainda no primeiro tempo da partida. O esquema envolvia o resultado de mais de um jogo, no caso investigado, dos três jogos da última rodada da Série B de 2022. Conversas de WhatsApp de um celular apreendido com suspeito em São Paulo comprovam o esquema de manipulação.

COMO SURGIU A INVESTIGAÇÃO?

A investigação teve início em novembro de 2022 a partir de uma denúncia feita pelos dirigentes do Vila Nova, de Goiás, sobre um esquema de apostas, envolvendo a manipulação de resultados em jogos da Série B.

QUANTO RECEBIAM OS JOGADORES?

Os jogadores envolvidos recebiam R$ 150 mil, caso o resultado fosse o acordado, sendo que R$ 10 mil recebiam antes da partida e o restante ao fim do jogo.

QUAIS FORAM OS JOGOS?

Os três jogos que deram origem à investigação são da última rodada da Série B: Vila Nova 0 X 0 Sport, Criciúma 2 X 0 Tombense e Sampaio Corrêa 2 X 1 Londrina. Na partida do Vila Nova, o jogador Romário teria recebido o adiantamento de R$ 10 mil, mas não cometeu o pênalti na partida, que ficou 0 a 0, e passou a ser cobrado pelo ressarcimento do prejuízo.

QUAL ERA O RETORNO COM ESSAS APOSTAS?

O MP de Goiás não identificou todos os sites nos quais são feitas as apostas, apenas dois que estão hospedados fora do país. Os investigadores calculam que o lucro com a manipulação do resultado dos três jogos da última rodada da Série B seria de R$ 2 milhões.

QUAIS OS JOGADORES ENVOLVIDOS?

Gabriel Domingos de Moura - Vila Nova

Marcos Vinícius Alves Barreira (Romário) - teve o contrato rescindido com o Vila Nova em novembro do ano passado

Joseph Maurício de Oliveira Figueiredo - Tombense

Mateus da Silva Duarte - ex-Sampaio Corrêa e hoje no Cuiabá

Operação Penalidade Máxima

Na manhã de terça-feira, foram cumpridos um mandado de prisão temporária contra Bruno Lopes de Moura, em São Paulo, e nove de busca e apreensão em Goiânia, São João del-Rei (MG), Cuiabá (MT), São Paulo (SP), São Bernardo do Campo (SP) e Porciúncula (RJ).

QUAIS OS PRÓXIMOS PASSOS?

Com base no material apreendido na operação Penalidade Máxima, o MP de Goiás vai investigar indícios de que o esquema se estendeu para este ano e não só envolvendo pênaltis, mas apostas sobre resultado parcial no primeiro tempo, número de escanteios e de cartões amarelos e vermelhos. Há indícios de manipulação em pelo menos um jogo realizado em Goiás e em outros jogos de Estaduais. Os promotores não descartam a possibilidade de manipulação de resultado em jogos da Série A.

CRIMES APURADOS

Associação criminosa, lavagem de dinheiro e dois crimes previstos no Estatuto do Torcedor, que envolvem a corrupção em âmbito esportivo, com pena prevista de 2 a 6 anos de prisão.

Um vídeo que apresenta as falas manipuladas do ex-presidente Lula (PT) nas redes sociais deverá ser excluído, segundo determinação do ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Paulo de Tarso Sanseverino, neste sábado (2). 

O vídeo havia sido publicado pelo cantor Latino e outros perfis compartilharam o conteúdo. O discurso do vídeo foi realizado em ato organizado pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), em São Bernardo do Campo (SP), em outubro de 2017. 

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Nele, Lula afirma que “a primeira coisa que eles [adversários] têm que saber é que aqui não tem vagabundo, aqui não tem traficante, aqui não tem bandido e muito menos bandida. Aqui têm homens e mulheres, mães e pais que certamente ou ainda estão trabalhando ou já trabalharam e foram mandados embora, e que eles não querem confusão”. 

No entanto, segundo a coligação partidária Brasil da Esperança, que entrou com a representação no TSE, “o vídeo foi editado e veiculado a fim de transmitir a ideia de que o candidato Lula teria dito que os apoiadores e filiados presentes seriam vagabundos, bandidos e traficantes, sendo que a fala proferida na ocasião foi exatamente ao contrário”. 

O ministro afirmou que “as publicações impugnadas transmitem, como alegado, informação sabidamente inverídica e prejudicial à honra do candidato Lula, ao veicularem um trecho reconhecidamente manipulado”. Ele determinou uma multa diária de R$10 mil em 24 horas, além de dar dois dias para que o cantor “apresente sua manifestação”. 

Nas redes sociais, Latino criticou a atitude e chamou de “democracia velada”. “Recebemos na data de hoje, 03/09/2022, uma notificação solicitando a retirada de uma postagem de sua rede social, e declarou: “Independente de ser artista, sou brasileiro e respeito a liberdade de expressão assim como decisões da justiça”. 

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Na tarde desta segunda-feira (20), o presidente do Santos, Andrés Rueda, concedeu  entrevista coletiva denunciando uma tentativa de manipulação de resultados envolvendo um funcionário do Clube, em partida do Campeonato Brasileiro Feminino, contra o Red Bull Bragantino. O funcionário foi desligado do quadro de empregados, por justa causa.

O presidente santista lamentou o ocorrido e revelou que o Santos foi vítima dessa situação. “Nós tivemos um fato lamentável comprovadamente nesse fim de semana, que talvez seja a ponta do iceberg do que está acontecendo no nosso futebol. Um funcionário do nosso Clube, do futebol feminino, utilizando-se de um intermediário do Bragantino, tentou subornar uma jogadora para arranjar um resultado elástico logo no primeiro tempo do jogo para efeito de apostas”, contou Rueda.

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Segundo nota divulgada pelo Santos, antes do confronto do último domingo (19), válido pela 13ª rodada do Campeonato Brasileiro Feminino, ‘’uma jogadora da equipe do Red Bull Bragantino teria sido procurada para forçar um placar elástico a favor do Santos’’. A atleta teria recusado e os dirigentes da sua equipe teriam procurado o presidente do Peixe. 

''Eles entraram em contato comigo apresentando inclusive provas materiais, prints de conversas. Tão logo isso chegou ao nosso conhecimento, junto ao presidente do Bragantino, a gente tomou algumas providências. Demissão por justa causa de todos os envolvidos, oficiamos imediatamente a CBF colocando as provas e os prints”, relatou o presidente do Santos.

Um lance inusitado aconteceu na primeira divisão nacional de Gana. O zagueiro Hashmin Musah, do Inter Allies, marcou dois gols contra, quando a partida já estava 5x0 para o Ashtani Gold. Após o apito final, ele revelou que queria frustrar apostadores que teriam armado o resultado do confronto. 

"Ouvi dizer em nosso hotel que uma aposta havia sido feita para um placar correto de 5-1 contra o Inter Allies, meu clube. Decidi estragar essa aposta porque não tolero apostas", disse o zagueiro, em entrevista a Kumasi FM no fim do jogo.

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Ele revelou que soube da armação ainda nos vestiários e decidiu então agir contra os impostores. Segundo ele, a atitude foi elogiada pelos companheiros de clube. 

"Depois do jogo, minha equipe técnica me elogiou por estragar a aposta que haviam feito. Prometi ao meu treinador que, se ele me deixar jogar do banco, estragarei a aposta. E depois do jogo, minha equipe me deu os parabéns", contou. 

A federação de futebol ganês prometeu apurar o caso. O clube adversário, o Ashtani Gold, negou envolvimento com apostadores e disse que os cinco gols foram frutos da dedicação da equipe.

Confira os lances

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Máscara de proteção individual e álcool em gel são dois itens que entraram com tudo no cotidiano dos brasileiros desde que a pandemia do coronavírus se instalou no país. A preocupação com a saúde, no entanto, também fez crescer a procura por multivitamínicos e medicamentos que aumentam a imunidade. Para atender à demanda, algumas farmácias de manipulação chegaram a aumentar a produção desses medicamentos em 200%. 

Multivitamínicos, propólis e as vitaminas C, D, E, Zinco e Selênio, podem ajudar a reforçar o organismo aumentando a imunidade e a procura por esses produtos aumentou de forma significativa. “Diante desse cenário, as vendas de medicamentos e vitaminas que ajudam no fortalecimento da imunidade vêm sinalizando um aumento considerável ao longo da pandemia. A melhora da imunidade foi a principal justificativa para o aumento do consumo de multivitamínicos, desde o início da pandemia”, explica Fabíola Lima, Farmacêutica e Nutricionista da Pharmapele.

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Na rede de farmácias de manipulação em que Fabíola trabalha, a produção desse tipo de multivitamínicos aumentou em 200% para dar conta da demanda, A profissional frisa, no entanto, que apesar desses medicamentos ajudarem a reforçar o sistema imunológico, eles não impedem o contágio do vírus nem tampouco curam a doença.

*Com informações da Assessoria. 

O Twitter voltou a colocar um aviso de informação "manipulada" em uma postagem do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que está em guerra aberta contra a rede social.

A montagem se baseia em um vídeo que mostra dois meninos, um negro e outro branco, se abraçando e conversando. O post de Trump sugere que a rede CNN, seu principal alvo na imprensa, cobriria o encontro da seguinte forma: "Criança aterrorizada foge de bebê racista" e "Bebê racista provavelmente é eleitor de Trump".

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O vídeo é encerrado com os dizeres: "A América não é o problema. Notícias falsas, sim. Se você vir algo, diga algo". O Twitter assinalou a postagem com o aviso de "mídia manipulada".

No mês de maio, a empresa já havia alertado para "informação enganosa" e "enaltecimento à violência" em mensagens de Trump, o que fez o presidente assinar uma ordem executiva que torna as redes sociais passíveis de responsabilização pelos conteúdos publicados.

Além do Twitter, o Facebook também removeu anúncios da campanha do republicano que exibiam um triângulo vermelho invertido, símbolo associado aos campos de concentração nazistas, para se referir aos protestos contra a violência policial nos EUA. 

Da Ansa

Desde que a Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmou a pandemia do Coronavírus (Covid-19), a procura por álcool em gel tem crescido exponencialmente nas farmácias e mercados. Atentos a falta do produto industrializado, muitos estabelecimentos farmacêutico de manipulação estão produzindo em massa para atender a demanda. Mesmo assim, o estoque não para de estar vazio.

João Conrado, dono da farmácia de manipulação Magistral, localizada no bairro da Boa Vista, centro do Recife, afirma que começou a produzir álcool em gel na segunda-feira (16), e na terça-feira (17) já não tinha mais. “Em média, vendemos para mais de 30 litros e já acabou todo o estoque de matéria prima que tínhamos. De 20 ligações, 18 são a procura do antisséptico”, disse.

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Entre o álcool em gel manipulado e industrializado, os preços variam bastante. João Conrado explica que “o álcool em gel manipulado é um pouco mais caro, devido a matéria prima ter uma valor mais salgado”. Ele ainda faz uma comparação entre os dois produtos. “200g de álcool em gel estava custando em torno de R$ 20, sendo que o industrializado custa bem menos”, conclui.

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Álcool em gel caseiro

Devido a baixa nas farmácias do país, muitas pessoas estão buscando vídeos no YouTube querendo produzir álcool em gel na sua própria casa. O Conselho Federal de Química (CFQ) diz que “Algumas receitas caseiras estão circulando na internet e, em geral, recomendam a produção do álcool em gel a partir do álcool líquido concentrado. O CFQ preza pela segurança da população brasileira, por isso, não recomenda essa prática tanto pelos riscos associados quanto por confrontar a legislação brasileira”, alerta.

Os benefícios do álcool em gel contra o Covid-19

O CFQ informa que “o álcool gel, por ser considerado antisséptico, ajuda na prevenção ao contágio pelo coronavírus e sua indicação pauta-se nas medidas de prevenção ao contágio de doenças respiratórias. Estudos demonstram melhor eficácia do produto em soluções 70%, que é o recomendado pela ANVISA para os serviços de saúde brasileiros e o indicado pela OMS na Lista de Medicamentos Essenciais.”

As recomendações das autoridades de saúde para higienização das mãos são tanto o álcool gel quanto a lavagem com água e sabão. Segundo o CFQ, “Sabões, sabonetes e detergentes de um modo geral, graças às suas propriedades químicas, removem a maior parte da flora microbiana na superfície da pele”, afirma.

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O perfil do Aliança pelo Brasil, partido que o presidente Jair Bolsonaro tenta criar, manipulou digitalmente uma imagem para comemorar a marca de 200 mil seguidores no Twitter. Na foto, metade das cerca de 50 pessoas que aparecem lado a lado, com as mãos levantadas, foi duplicada.

"Já somos 200 mil", diz a frase que acompanha a imagem. Na legenda, o perfil oficial do Aliança Pelo Brasil também fez um agradecimento aos apoiadores.

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O Aliança faz um esforço este mês para conseguir as quase 500 mil assinaturas exigidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e viabilizar o registro da sigla.

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