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O total de mulheres trabalhando em empresas do agronegócio cresceu 13,3% no último ano, conforme aponta a segunda edição da Pesquisa Diversidade, Equidade e Inclusão nas Organizações, da Deloitte. Apesar do avanço, elas ainda são só 16,2% do contingente empregado pelo setor, conforme os resultados apresentados no 7.º Congresso Nacional de Mulheres do Agronegócio (CNMA), ontem, em São Paulo. O evento tem apoio da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) e o Estadão como parceiro de mídia.

A sucessão foi um dos fatores que contribuíram para o aumento do número de mulheres no agro. A pesquisa mostrou que, nas fazendas, as profissionais em cargos de liderança são 34% do total - mais do que no universo geral da economia, onde o total de mulheres no topo é de 27%. "Ficamos surpresas com o aumento da representatividade, mesmo ainda sendo muito pequena", diz Carolina Verginelli, sócia de consultoria da Deloitte.

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Mesmo assim, dentre todos os 21 setores pesquisados pelo Deloitte o agro é apenas o 19.º em representatividade feminina - o terceiro mais baixo, depois de indústrias extrativas e construção civil.

Questionamentos

O maior empecilho para a contratação de mulheres é cultural. Do total de 400 entrevistadas, 76% afirmaram que é preciso uma mudança cultural nas organizações agrícolas para que as mulheres tenham mais participação. No entanto, 41% das mulheres que já atuam no setor disseram sofrer questionamentos sobre sua capacidade no trabalho. E isso apesar de o índice de trabalhadoras com ensino superior no segmento ser de 9%, enquanto o de homens é de apenas 3%.

As mulheres ainda relataram que tiveram sua capacidade física de trabalhar no setor questionada. "Isso é um absurdo, porque nenhuma mulher do agro precisa empurrar trator. Com a tecnologia, o trabalho deixou de ser braçal", diz Angela Castro, líder do programa de diversidade e inclusão da Deloitte.

Além disso, as mulheres do agronegócio ganham menos do que os homens: um valor médio de R$ 1.606 por mês, ante R$ 1.950 dos homens. Outro relato é o alto índice de demissão nos 12 meses seguintes à licença-maternidade, que chega a 35%.

Para que esse cenário mude, é necessário aumentar a quantidade de mulheres em cargos de liderança no agro. Segundo a pesquisa, 35% das mulheres disseram que não se sentem ouvidas nas associações de classe. "Quando elas participam, os homens não dão crédito ao que elas dizem. Isso precisa mudar", afirma Carolina.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Na fazenda "Flower Farm", no coração do interior da Inglaterra, reina a preocupação. Em um contexto generalizado de falta de mão de obra, seu proprietário Patrick Deeley ainda não possui pessoal suficiente para distribuir os perus de Natal.

"Não sei se vou encontrar o pessoal necessário para o trabalho antes das festas, a pressão vai ser forte", explica à AFP este fazendeiro de Surrey, no sul do Reino Unido.

Já deveria contar agora com 12 trabalhadores temporários para meados de dezembro que o ajudem a preparar, empacotar e entregar as aves no Natal.

Há mais de 15 anos, contratava trabalhadores que vinham da União Europeia, mas neste ano não conseguiu encontrar nenhum, explica.

Se muitos trabalhadores abandonaram o setor ou até o país durante as paralisações impostas pela pandemia, Deely se declara convencido de que "o Brexit também é um fator importante". "Porque uma das consequências é a perda maciça de mão de obra" europeia, afirma.

O Brexit, que entrou plenamente em vigor em 1º de janeiro, dificulta a entrada de trabalhadores da União Europeia, que agora precisam obter um visto de trabalho caro.

Diante da escassez de mão de obra no setor de aves, alguns fazendeiros multiplicaram os anúncios de trabalho, mas os candidatos são escassos.

"Não é a coisa mais glamourosa do mundo, é um trabalho duro, é a agricultura, tem que trabalhar os sete dias da semana", explica Mark Gorton, que se dedica à criação de perus em Norfolk, no leste da Inglaterra, e hoje em dia não possui um único trabalhador temporário, quando costumava ter entre 300 e 400 todo ano.

"Estamos a seis semanas de começar a preparar os perus para o mercado natalino e, no momento, não temos trabalhadores", afirma com preocupação.

- "Trabalhar 18-19 horas diárias" -

Devido à escassez de mão de obra, alguns fazendeiros se viram obrigados a produzir menos perus este ano e os supermercados reduziram seus pedidos.

"A quantidade de perus se reduziu consideravelmente", disse Deely, "não importa se você tem 10 perus ou 20.000, o problema é basicamente o mesmo: há uma enorme escassez de mão de obra qualificada".

Diante das notícias sobre essa situação, os consumidores se apressam e a demanda aumenta com muita antecedência.

Segundo a associação de perus frescos de fazenda tradicional, que reúne 40 fazendas, a maioria de seus membros registrou um aumento significativo dos pedidos em comparação com este período do ano passado. Algumas fazendas afirmaram inclusive que os pedidos quintuplicaram.

O risco agora é que os preços do peru disparem. "Acho que as pessoas, infelizmente, verão um aumento no preço do produto", disse Deely.

Como a avicultura é um setor chave da economia britânica, o governo decidiu conceder 5.500 vistos excepcionais de três meses para atrair trabalhadores temporários, mas os fazendeiros temem que isso não será suficiente para virar o jogo.

"Deixaria minha casa, meu país, meu trabalho, minha segurança, só para vir ajudar um país que disse que não me quer? Eu não faria isso", afirma Patrick indignado. "Vejo que as consequências do Brexit são enormes, colossais, e uma consequência é que as pessoas com quem falei se sentem rejeitadas", explica.

O futebol brasileiro pode até estar há quase 20 anos sem ganhar uma Copa do Mundo, mas ainda é o país mais requisitado do planeta quando se trata de mão de obra. Um estudo publicado mês passado pelo Observatório do Futebol do Centro Internacional de Estudos Esportivos (CIES, em inglês), localizado na Suíça, comprovou que o Brasil é a nação que mais exporta atletas. Atualmente são 1,2 mil atletas em atividade em outros países.

Os pesquisadores chegaram ao número ao estudarem mais de 120 ligas nacionais em diversos países. O levantamento incluiu até segundas e terceiras divisões em alguns casos. Em 23 desses campeonatos os brasileiros são a nacionalidade estrangeira mais presente. Em termos de exportação de mão de obra do futebol, França e Argentina são os dois outros países com os maiores números.

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A maior presença brasileira está concentrada em Portugal. Apenas as duas primeiras divisões têm quase 250 atletas. A ligação histórica entre os países, os salários pagos em euro e a oportunidade de se iniciar no futebol europeu onde se fala português são os principais atrativos para quem joga lá.

"Acredito que Portugal seja uma grande porta para o mercado europeu. O futebol tem crescido e todos os clubes da Europa têm monitorado as competições", disse o goleiro Léo, do Rio Ave. "Acho que até hoje todos gostam do futebol brasileiro, do talento único e acho que sempre procuram o novo Neymar ou mesmo um jogador com a alegria de jogar, ir pra cima e driblar", completou outro goleiro brasileiro, Raphael Aflalo, do Portimonense.

Porém, nem todos os atletas deixam o País movidos apenas pelo intuito de fazer uma carreira milionária ou de se expor para as grandes ligas. Para a grande parte, é a oportunidade de trocar a rotina de salários atrasados nas equipes brasileiras e para receber em dia e ter uma qualidade de vida melhor onde os brasileiros são tratados como reforços de peso.

O atacante carioca Leandro Assumpção tem 34 anos e há nove está no futebol tailandês. Os brasileiros também são maioria por lá e somam 27 jogadores na elite. "Eu estava desanimado no Brasil porque você faz contratos curtos, roda por times pequenos e muitas vezes não recebe salário. Cansei da rotina de ficar entre a primeira e a segunda divisões do Rio. Muitas vezes a Tailândia paga o que times da Série A do Brasileirão não pagam", explicou. Atualmente no Nakhon Ratchasima, o jogador disse ter encontrado no país a estabilidade financeira e até fez os pais pararem de trabalhar.

Próxima à Tailândia, a liga do Vietnã soma 16 brasileiros e tem o grande atrativo de pagar salários em dólar. O zagueiro Thiago Papel, de 28 anos, joga pelo Sai Gon FC, um clube que gosta de atletas do Brasil. "O jogador brasileiro ainda tem muito respeito e se destaca pela técnica diferenciada. Muitas vezes quem joga só pensa em Europa, mas a Ásia também tem locais que pagam bem e têm bons campeonatos", afirmou.

Até mesmo times da segunda divisão de mercados alternativos estão de olho em brasileiros. O atacante Maurício Cordeiro, de 28 anos, deixou de lado o sofrimento de não receber em times do interior paulista para defender o Hapoel Afula, em Israel. "Eles geralmente pegam jogadores com baixo custo para dar oportunidade. Aqui é uma vitrine para a Europa e outros mercados da Ásia", disse o atleta.

GESTÃO DE CARREIRA - Com 20 anos de atuação no mercado de transferências, o empresário Marcelo Robalinho explicou que os jogadores brasileiros dominam o mercado internacional por dois fatores. O primeiro é pelo excesso de atletas com qualidade que não têm espaço nos grandes times nacionais. O segundo está ligado à possibilidade financeira de ter um bom salário fora, desde que consiga se adaptar ao novo país.

"Sobra bom jogador no Brasil. Muitos jovens não têm oportunidade aqui. Os times de fora sempre querem buscar algo diferente na parte de criatividade e técnica. E o Brasil é sempre o primeiro país a ser lembrado por isso", afirmou. "É muito fácil contratar um jogador do Brasil. Se um time pequeno da Europa aceitar pagar mil euros de salário (R$ 6,2 mil), já é maior do que a média paga na Série C, por exemplo", comparou.

Preocupados com uma possível carência de profissionais de saúde durante o pico do surto da covid-19 no País, o Ministério da Saúde e a rede privada iniciaram ações para tentar reforçar suas equipes. Entre as estratégias estão, além de contratações extras, a renovação de contratos do Mais Médicos e até convocação de voluntários.

O governo federal já havia anunciado no início do mês a abertura de edital extra do Mais Médicos para a contratação de 5,8 mil profissionais. Na última semana, decidiu ainda renovar o contrato de médicos formados no exterior que seriam desligados do programa em abril e divulgou edital para a contratação de cubanos.

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Na rede privada, vários hospitais abriram processo seletivo. O Albert Einstein abriu 1,2 mil vagas temporárias por causa do surto. Há postos para enfermeiros, médicos, fisioterapeutas, nutricionistas, farmacêuticos, auxiliares de farmácia, psicólogos, técnicos de raio X, além de profissionais de apoio, como cozinheiro e camareiro.

Além de reforçar a equipe de seus próprios hospitais, o Einstein tenta montar o time de funcionários que atuarão no hospital de campanha montado pela Prefeitura no Pacaembu. A unidade será gerida pela organização social do Einstein. A Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM) será responsável pela administração do hospital de campanha do Anhembi e abriu 1,2 mil vagas de trabalho.

A Prevent Senior já contratou 400 profissionais extras por causa da epidemia e abrirá mil novas vagas. A operadora, focada no público idoso e com vários casos confirmados da covid-19, tem dois hospitais dedicados exclusivamente ao atendimento de pacientes contaminados pelo novo coronavírus.

O Sírio Libanês abriu cem novas vagas. O Hospital Alemão Oswaldo Cruz já contratou 200 novos profissionais e está em processo seletivo para a admissão de mais 150. O A.C. Camargo Cancer Center também anunciou a contratação de 130 novos profissionais para o período de crise, na maioria técnicos de enfermagem.

Com o aumento de admissões, o Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (Coren-SP) viu o número de interessados em emitir o registro profissional triplicar na última semana. Em apenas três dias, 676 profissionais deram entrada no pedido.

Até médicos voluntários estão sendo convocados. No Hospital São Paulo, da Unifesp, a ajuda está sendo solicitada para cumprir os plantões noturnos e de fins de semana.

O Einstein também fez um cadastro de voluntários diante da procura de profissionais interessados em colaborar: até oo sábado, 2 mil médicos e outros 1,7 mil profissionais de saúde já haviam se cadastrado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Quase 70% dos municípios brasileiros terceirizam mão de obra, segundo pesquisa da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) obtida com exclusividade pelo jornal O Estado de S. Paulo. Ganho de eficiência e redução de gastos públicos aparecem como os principais motivos para adoção da medida.

Essa foi a primeira vez em que a CNM realizou um pesquisa sobre o assunto e, por isso, não é possível ter dados de anos anteriores. O presidente da entidade, Glademir Aroldi, no entanto, afirma que a terceirização está aumentado "com certeza".

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Interpretações na Justiça têm aberto espaço para esse tipo de contrato, embora a Constituição indique a necessidade de concurso público para o preenchimento de vagas no serviço público. O que chama a atenção nesses casos é que a maioria dos municípios não contabiliza os gastos com terceirizados como despesa com pessoal, driblando a legislação.

A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) estabelece que as cidades não podem destinar mais de 60% de sua receita corrente líquida para pagamento de folha salarial. O levantamento da CNM mostra que apenas 10% das prefeituras que terceirizam mão de obra contabilizam esse gasto como dispêndio com pessoal. Pouco mais de 85% classificam a despesa como serviço terceirizado, o que permite ao município elevar os gastos com funcionários.

"Quando os municípios apuram gastos com pessoal, eles deduzem os terceirizados. Então, aparentemente o município pode estar dentro do teto, mas não está", diz Vilma Pinto, pesquisadora do Ibre/FGV.

Na cidade gaúcha de Tavares, com 5.500 habitantes, por exemplo, o gasto com pessoal do Executivo corresponde a 55% da receita - um ponto porcentual a mais que o permitido. Pela LRF, dos 60% que o município tem para gastar com mão de obra, 54% devem ser destinados ao Executivo e 6% ao Legislativo. "Com as medidas que adotamos de corte de pessoal (exoneração de secretários e acúmulo das pastas com o prefeito e o vice-prefeito), estimamos reduzir para uns 53%", diz o procurador-geral de Tavares, Guilherme Oliveira Costa.

O número, porém, seria mais alto se a prefeitura não tivesse terceirizado profissionais como os sete médicos da unidade de pronto atendimento, além dos motoristas e técnicos em enfermagem do SAMU. "O município não tinha condição de absorver esses profissionais. Para isso, teria de ampliar seu quadro de funcionários, mas não tem como fazer isso dentro do orçamento", diz Costa.

Gestão

Adotar essa prática faz parte da tentativa dos municípios de enxugar a máquina pública, segundo ele. "Os prefeitos estão procurando fazer gestão para os municípios suportarem a crise, e a terceirização tem sido uma ferramenta importante."

Aroldi diz ainda que os repasses do governo federal diminuíram nos últimos anos, o que fez algumas cidades extrapolarem o teto de gastos com pessoal. No fim de dezembro, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), assumiu a presidência da República por um dia e sancionou uma lei que permite aos municípios estourar esse teto em caso de queda de receita real superior a 10%

Para Aroldi, porém, a lei sancionada por Maia beneficiará "menos de 20 municípios". "Estão dizendo que rasgamos a lei. Não é verdade. Os prefeitos estão diminuindo o número de seus servidores para se enquadrar na LRF", afirma. "Um ou outro município se enquadram na nova lei. E se algum perder mais de 10% de receita, é calamidade pública. Se acontecer, não vamos cumprir lei mesmo."

O economista Jonathas Goulart, da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), afirma que a terceirização é uma saída encontrada pelos municípios para a rigidez do orçamento e a falta de arrecadação própria. "Quando a receita cai por causa de uma crise, a prefeitura pode simplesmente cancelar o contrato", diz.

Goulart destaca que essa é também uma das poucas alternativas dos municípios para eles conseguirem fechar as contas, pois muitos não cobram nem IPTU por falta de estrutura. "Se eles não têm margem de manobra para arrecadação, precisam arrumar uma maneira para o orçamento não ser tão rígido", acrescenta. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Com a exceção de uma réplica quase perfeita de uma estrela de televisão, os mais recentes robôs japoneses possuem um lado mais utilitário que recreativo em um país que está envelhecendo e precisa de mão de obra.

"O que é que lhe emocionou nos últimos tempos?", pergunta a cópia da extravagante Tetsuko Kuroyanagi, apresentadora mais conhecida do Japão, identificada por seu penteado peculiar.

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Esta reprodução em tamanho real talvez seja a criatura mais chamativa do salão World Robot Summit, organizado esta semana em Tóquio, embora em nível de linguagem, não chegue nem à sola do sapato de sua modelo real, de 85 anos, que trabalha desde os 1953.

"A dificuldade é conseguir recriar uma conversa fluida com diversas pessoas, mas o campo de respostas possíveis a uma pergunta aberta é tão amplo que é muito complexo", explica Junji Tomita, pesquisador do grupo de telecomunicações NTT, que faz parte do projeto.

Este humanoide foi criado em colaboração com o especialista do setor, o professor Hiroshi Ishiguro.

Entre os robôs que falam, o mais loquaz é, sem dúvidas, a versão guia turística da Robohon de Sharp, criado em associação com a agência de viagens JTB.

Desde 22 de setembro, este simpático humanoide de bolso pode ser alugado em Kioto (oeste) para explicar aos visitantes (em japonês, inglês ou chinês) a história desta antiga capital imperial.

Embora fale menos e não seja muito gracioso, o robô Toyota HSR é mais útil. Com a aparência de uma lata de lixo de um metro de altura, com uma tela e equipado com um braço, ele é capaz de manipular objetos e servir de meio de comunicação com o exterior, graças a sua tela e sua conexão com a internet.

Este robô é usado principalmente para ajudar pessoas em casa, especialmente aquelas com deficiências físicas, segundo seu criador.

- Robôs na construção civil -

Esta orientação profissional domina as criações japonesas, levando em conta o contexto demográfico do arquipélago.

Por um lado, as empresas preferem produzir no Japão, para preservar sua tecnologia, mas, por outro lado, falta mão-de-obra no país.

Os robôs industriais preenchem essa lacuna há décadas nas fábricas, cada vez mais avançados e com maior capacidade de trabalho em equipe e com humanos.

Mas, agora, são os setores de construção e serviços (cuidado de pessoas e comércio) que terão que recorrer mais a essas máquinas.

Por exemplo, o mais recente Android HRP-5P foi projetado para "trabalhar em uma obra, mesmo sozinho", explica Kenji Kaneko, engenheiro do Instituto Nacional de Ciências e Tecnologias Industriais Avançadas (AIST).

A ideia é que este colosso de 182 cm e 101 kg "possa manipular as mesmas ferramentas que um homem" - por isso sua forma semelhante à de um humano (bípede, com dois braços e uma cabeça).

A empresa ZMP apresenta o CarriRo, uma espécie de carrinho autônomo para distribuição: "Este robô foi pensado para circular sobre as calçadas, e é operado apenas graças ao GPS em uma direção programada, dentro de um raio de 2 km. O destinatário o abre em sua chegada, mediante um código recebido em seu smartphone", detalha Chio Ishikawa, representante da Sumitomo Corp, que promove a engenhoca.

A Omron também investiu em circuitos logísticos com um robô que se move para tirar vários produtos das prateleiras e colocá-los em cestas. É fácil imaginá-lo trabalhando em um armazém de uma empresa de comércio digital, ou fazendo compras no lugar de uma pessoa no supermercado.

No Litoral Sul de Pernambuco, um dos destinos mais procurados pelos pernambucanos e turistas é a praia de Porto de Galinhas. Como a demanda nos hotéis e pousadas cresce bastante durante as férias e com a chegada do verão, alguns empresários e representantes do setor hoteleiro têm encontrado dificuldades para contratar profissionais qualificados para preencher as vagas abertas na região e reforçar assim o quadro de funcionários. 

De acordo com Ulisses Ávila, diretor executivo da Associação dos Hotéis de Porto, há uma carência muito grande por mão de obra qualificada na região. “Quando aparecem as vagas de emprego nas empresas turísticas daqui, nossa prioridade é a população de Porto. Damos preferência aos profissionais da região, porém é nesse momento de contratação que esbarramos com a falta de qualificação das pessoas”, explica.

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Já Brenda Silveira, diretora executiva do Porto de Galinhas Convention & Visitors Bureau - associação privada sem fins lucrativos que busca divulgar a região, afirma que um dos motivos dessa escassez são os cursos superiores oferecidos no estado de Pernambuco na área de turismo, hotelaria e gastronomia, que não atendem aos requisitos ou possuem mais conteúdos teóricos do que práticos, enquanto as oportunidades na região exigem até mesmo um pouco mais de experiência.

Sem alternativa, os hotéis acabam tento que treinar os próprios funcionários para realizar determinadas funções ou acabam contratando pessoas novas com formação em outros cursos para atender a demanda. O que chega a ser um custo a mais, pois as redes hoteleiras e os serviços precisam investir nos profissionais. "Como a gente precisa preencher as vagas, muitas empresas acabam contratando profissionais formados em qualquer curso ou até mesmo pessoas que nunca estudaram na vida", explica Brenda.

A diretora executiva também diz que as empresas que hoje atuam em Porto estão trazendo pessoas de outros estados para suprir as vagas. "As pousadas, hotéis, restaurantes, empresas de recepção, entre outras redes, infelizmente, têm enfrentado um desafio para selecionar candidatos às vagas que temos abertas aqui. Muitas vezes, os interessados não possuem uma qualificação tão boa como o mercado exige e aí temos que ir buscar fora por que aqui não tem", afirma.

Segundo idioma

Um dos requisitos que as empresas mais exigem é possuir curso avançado em algum idioma estrangeiro, como o inglês ou espanhol. Além disso, as empresas têm buscado pessoas que gostem de atender, tenha empatia, e principalmente qualificação no ensino superior e experiência a área.  

“As nossas vagas exigem coisas fundamentais para as áreas de turismo, hotelaria e gastronomia, como ter no currículo um idioma e curso de qualificação. Às vezes a gente tem vaga para o cargo de garçom, mas temos que contratar alguém e treinar aqui, porque não encontramos quem tenha curso”, detalha Graziele Santos, que é gerente de Recursos Humanos dos hotéis Viver Porto de Galinhas e Solar Porto de Galinhas.

A preocupação dos gestores, hoje, está em capacitar os moradores de Porto e da redondeza, mas segundo Ulisses Ávila, o grande problema é que essas pessoas muitas vezes não têm interesse. “É difícil fazer as pessoas entenderem que precisam de qualificação. Em alguns momentos, temos vaga para funções que exigem certos cursos, mas não há quem atenda a esses requisitos”, esclarece o diretor executivo.

Questionado sobre a oferta de cursos de capacitação no Trend Turístico, Ulisses explica que há a disponibilização por parte da Prefeitura de Ipojuca, em parcerias com o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), e outras vezes com o próprio Governo do Estado. 

Ele também conta que 80% da mão de obra na região precisa ser preenchida pela comunidade de Porto de Galinhas e defende a aprimoração dos serviços. “Precisamos melhorar a qualidade de vida do Ipojucano. Precisamos qualificar a mão de obra local, achar quem queira ser qualificado. Até por que, quanto mais qualificação a função exija, maior é a dificuldade de preencher esse cargo”.

 

Reprodução/Site Solar Porto de Galinhas

Desemprego não afetou Porto de Galinhas

Já segundo Brenda Silveira, não houve crise em Porto de Galinhas. “Acredito que aqui na região a crise não chegou. Pelo contrário, continuamos oferecendo vagas de emprego sem precisar demitir ninguém”, garante. 

Algumas das oportunidades disponíveis na região, por exemplo, são para cargos de recepcionista, auxiliares de cozinha, garçons e recreadores infantis. Os interessados em tentar uma vaga nos hotéis e empresas turísticas de lá, podem entrar em contato com Porto de Galinhas Conventions Bureau, através do e-mail contato@portodegalinhas.org.br, e enviar o currículo. A associação é responsável por repassar o currículo dos profissionais para os hotéis e pousadas da região. Um outro e-mail também disponibilizado para candidatura das vagas em Porto é o recrutamento@vivaportodegalinhas.com.br

Manifestantes do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Construção de Estradas, Pavimentação e Obras de Terraplenagem em Geral de Pernambuco (Sintepav-PE) realizaram um protesto na manhã desta segunda-feira (15) em frente à Agência do Trabalho de Santo Agostinho. De acordo com Rogério Rocha, diretor do Sindicato, a empresa responsável por uma obra na Refinaria Abreu e Lima (Rnest), localizada no Complexo Portuário e Industrial de Suape, prometeu contratar trabalhadores pernambucanos, mas está trazendo mão de obra de outros estados. Cerca de 500 pessoas participaram do ato.

“Nós fomos à Agência de Emprego e eu vi quatro pessoas de fora indicadas pela empresa pegando a carta de encaminhamento para fazer exame médico. Protestamos lá e depois fomos para a frente da Câmara dos Vereadores. Não tinha ninguém para nos receber, mas marcaram uma conversa conosco para a próxima quinta-feira (25), para resolver essa situação porque nós não vamos aceitar”, disse Rogério.

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No contrato para a realização da obra há uma cláusula que prevê a contratação de trabalhadores que moram em Pernambuco. No entanto, Rogério afirma que o sindicato não acredita mais na empresa depois de flagrar a contratação de trabalhadores de outros Estados. “A gente não acredita mais na empresa, independentemente de ter algo no contrato, depois que viu gente de fora sendo indicada para trabalhar e por isso fizemos o protesto”, explicou ele.  

No ano passado, cerca de 5 mil pessoas desempregadas foram ao centro do Cabo de Santo Agostinho levar currículos para a mesma empresa que foi alvo de protestos nesta segunda-feira (15), depois que o Sintepav informou sobre a abertura de vagas na obra da refinaria.

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Ao buscar mão de obra para seus restaurantes, a rede Madero atrai a atenção de potenciais candidatos com anúncios em que procura garçons exigindo uma só coisa: que o candidato não tenha qualquer experiência prévia. Em troca, oferece salário, benefícios, alojamento próximo ao local de trabalho e quatro refeições ao dia.

O fundador da rede, o chef Junior Durski, afirma que prefere "folhas em branco" na hora de formar sua equipe de atendimento. Para conseguir isso, vai a regiões em que a economia se baseia principalmente no agronegócio - caso de sua cidade natal Prudentópolis, no centro-sul do Paraná, onde iniciou a estratégia - e divulga que o Madero está buscando gente sem experiência em rádios locais.

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Um dos profissionais que ouviu a proposta em uma emissora de Prudentópolis foi Paulo Pasko, um técnico agrícola recém-formado que na época tinha 17 anos. Em poucos dias, Pasko começaria a trabalhar como garçom quando o Madero ainda era uma pequena e deficitária rede de hambúrguer gourmet. Desde então, passou por todas as funções possíveis dentro de uma unidade da empresa: foi garçom, subgerente, gerente e agora é gestor do restaurante do Shopping Estação, que hoje fatura R$ 700 mil por mês.

Pela lógica de Durski, um funcionário sem experiência prévia vai aceitar com mais facilidade as regras de atendimento definidas pela rede - sem questionamentos. O empresário também acredita que um funcionário é capaz de aprender as habilidades necessárias para uma nova função com o treinamento oferecido pelos superiores.

A antiga gestora da loja do Shopping Estação, por exemplo, ensinou Pasko a organizar a administração do restaurante. No cargo, ele é hoje responsável não só por garantir o padrão de qualidade de atendimento no salão e da comida que sai da cozinha, mas também pela folha de pagamento dos funcionários e pelo estoque. "No início, abríamos o computador juntos para eu aprender tudo", lembra Pasko, hoje com 24 anos.

Com o programa de carreiras, a rotatividade de pessoal do Madero hoje está 15% ao ano, ante a média de 55% do setor, diz Cássio Souza, diretor de recrutamento, que trabalha com Durski desde a época da madeireira. "A contratação e qualificação é um diferencial competitivo do Madero", diz Paulo Solmucci Junior, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel). As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Construir uma fábrica inovadora com equipamentos de última geração e um parque de fornecedores no mesmo complexo era um desafio e tanto para a Fiat-Chrysler. Porém, a maior dificuldade e de onde surgiu a maior “revolução” da Jeep Goiana foi a contratação da mão de obra. Uma total quebra de paradigmas foi o caminho escolhido pela empresa, quando foram contratados funcionários sem nenhuma experiência no ramo de produção automotiva.

“Quando as empresas vão contratar funcionários, procuram quem já tenha experiência e com maiores qualificações, mas aqui foi justamente o contrário, porque esta fábrica é também uma enorme ferramenta de transformação social”, conta Adauto Duarte, diretor de Recursos Humanos da Jeep Goiana.

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Se as palavras podem parecer exagero, os números não se atrevem a mentir. Muito mais da metade dos mais de 5.300 funcionários, cerca de 75%, são pernambucanos e 82% são nordestinos. Mas onde encontrar toda essa mão de obra qualificada em um local que tem pouca ou quase nenhuma experiência com fabricação de automóveis? Em qualquer lugar.

“Carros de som circularam pelas ruas de Goiana e adjacências chamando os interessados para trabalharem na Jeep, e o que era exigido? Saber ler, escrever, ter curiosidade, vontade e determinação. Por isso, por onde você andar nessa planta vai encontrar histórias de transformação social”, diz Duarte.

A fórmula para transformar a mão de obra “desqualificada” em construtores de automóveis foi complexa e inédita na história da FCA. Os melhores profissionais entre os mais de 250 mil que o grupo emprega no mundo foram escalados para montar um programa de treinamento e qualificação profissional.

“Algumas pessoas viajaram para outros países como Sérvia e Estados Unidos para conhecerem a cultura da produção automotiva. Além disso, foram feitos treinamentos aqui mesmo em Goiana e profissionais de todo o mundo vieram aqui multiplicar seus conhecimentos”, explica o diretor de RH.

O resultado é simplesmente impressionante. Dos líderes da produção – responsáveis por equipes de seis funcionários – 75% nunca tinha tido experiência no ramo. Nos outros cargos, o percentual chega a 100%. Em um vídeo apresentado à imprensa na coletiva pré-inauguração foram mostradas histórias, por exemplo, de um catador de caranguejo e uma boleira que hoje são parte da equipe que produz os carros na empresa.

Conhecimentos multiplicados – Mas empregar pessoas que nunca teriam a chance de trabalhar em uma fábrica de automóveis não foi suficiente. A FCA abriu as tecnologias de sua produção automotiva para instituições de ensino. Professores das Universidades Federais de Pernambuco e da Paraíba, além de profissionais de escolas técnicas e do Senai foram convidados a conhecer todo o processo para repassar o conhecimento.

O resultado disso foi a criação de 78 disciplinas em oito instituições, respeitando sempre a característica de cada local. Na UFPE, por exemplo, foram criados projetos para as cadeiras de controle de automação, robótica automotiva e engenharia de propulsão. Será criado também o curso de engenharia automotiva.

Ergonomia – Para preservar a saúde dos operadores e logicamente evitar falhas na produção, a Jeep Goiana conta com o mais moderno sistema de ergonomia em suas linhas de montagem. Um simulador 3D indica qual a melhor posição do carro para a instalação dos componentes.

A linha de carregamento dos carros conta com ganchos giratórios que movimentam o veículo para todos os lados e diversas alturas, possibilitando um melhor posicionamento para a instalação da peça, adequado ao biótipo de cada funcionário. “Se não houvesse essa flexibilidade, o operador teria que se abaixar demais para colocar o assoalho ou se esticar, ficar na ponta do pé ou até subir no veículo para instalar a antena, correndo risco até de danificar o carro”, detalha Cristiano Félix, gerente de Meio Ambiente, Saúde e Segurança do Trabalho da FCA para a América Latina, em entrevista à assessoria da empresa. 

 

Uma pesquisa do Instituto Fecomércio, realizada no pólo de confecções de Pernambuco, comprovou o que os empresários já sabiam: está faltando mão de obra qualificada no mercado.

O levantamento foi realizado nas três principais cidades do pólo – Caruaru, Toritama e Santa Cruz do Capibaribe e mostrou que três em cada dez empregados precisam passar por uma capacitação, a despeito do constante crescimento da indústria da moda no país. O resultado revelou que há margem para investimento na capacitação de mão de obra e relevância na aquisição de pessoas qualificadas.

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O estudo também mostrou que 2/3 (65,4%) dos confeccionistas desenvolvem as próprias confecções. Sendo que, no Moda Center Santa Cruz, considerado um dos maiores centros, 72,2% dos fabricantes produzem o próprio modelo, enquanto que no Parque das Feiras de Toritama 60,4% criam as próprias peças e 57,3% criam a coleção em Caruaru.

Foi constatado ainda que obter a marca própria é item importante para obter sucesso no mercado. Os dados revelam, inclusive, que os comerciantes investem na diversidade dos produtos oferecidos para conquistar uma fatia maior do mercado.

A Amcham-Recife realiza, nesta terça-feira (25), às 8h, o Ciclo de Desenvolvimento Regional: Mão de obra. O encontro pretende debater sobre a qualificação profissional no Estado e o impacto da escassez de mão de obra nas empresas locais.

No evento será apresentado um estudo que ouviu mais de 94 profissionais de recursos humanos da região. O estudo traz um olhar sobre impactos, setores e perfis dos profissionais demandados atualmente pelas companhias.

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Murilo Guerra, secretário estadual de Trabalho, Qualificação e Empreendedorismo é um dos convidados para o encontro, juntamente com João Lins, sócio e líder de pessoas da consultoria PwC no Brasil; e Rejane Penteado, gerente de recursos humanos do Estaleiro Atlântico Sul.

O Ciclo de Desenvolvimento Regional é voltado para executivos e empreendedores de empresas de qualquer porte e segmento. As inscrições podem ser feitas através do site da Amcham e custam R$ 60 (para sócios) e R$ 120 (para não sócios).  

Serviço

OUTRAS INFORMAÇÕES: Renato Alecrim, (81) 3205-1864 – renato.alecrim@amchambrasil.com.br

LOCAL: Empresarial Jopin | Av. Engenheiro Antônio de Góes, Pina, Nº 742

Com o intuito de aumentar as vendas no final no ano, empresas de Santa Cruz do Capibaribe, no Agreste do Estado, começam as contratações de novos funcionários. As oportunidades estão no Moda Center Santa Cruz, maior centro atacadista de compras do País. Há vagas para Encarregado de Logística, com salário é R$ 1.145, são exigidos ensino médio completo, noções de informática e experiência com liderança de pessoas. Ainda tem ofertas para Técnico de Segurança no Trabalho o salário é de R$ 1.145. Para concorrer, é necessário ter noção de informática, curso Técnico em Segurança do Trabalho e experiência de pelo menos um ano na área. Todas com vale-alimentação e seguro de vida.

O centro de compras ainda tem oportunidades para Zelador, com salário de R$ 693 e experiência na área de serviços gerais; Vigilante, com remuneração de R$ 789,90 e exigência de ensino fundamental e Curso Básico de Vigilantes; e Orientador de Tráfego, com salário de R$ 770 com ensino fundamental e noções de tráfego. Interessados devem entregar o currículo até 8 de novembro no Setor de Recursos Humanos ou pelo e-mail rh@modacentersantacruz.com.br.

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Com informações da assessoria

O Índice Nacional de Custo da Construção - M (INCC-M), apurado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), recuou em agosto, ao sair de variação de 0,73% em julho para 0,31%. O grupo Mão de Obra puxou o resultado, ao passar de taxa de 1,05% em julho para 0,03% em agosto.

O grupo Materiais, Equipamentos e Serviços acelerou para 0,63% em agosto, de 0,37% em julho. O índice relativo a Materiais e Equipamentos foi para 0,63%, de 0,43% em julho, enquanto o indicador de Serviços subiu para 0,59% em agosto ante 0,15% em julho.

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Entre as maiores influências positivas do INCC-M de agosto estão vergalhões e arames de aço (de -0,28% para 2,30%), projetos (de 0,94% para 1,52%), argamassa (de 2,29% para 1,32%), tijolo/telha cerâmica (de 0,04% para 1,01%) e esquadrias de alumínio (de 0,81% para 0,91%).

A lista de maiores influências negativas é composta por vale-transporte (de -2,34% para -0,86%), engenheiro (de 1,67% para -0,09%), ladrilhos e placas para pisos (de 0,41% para -0,74%), rodapé de madeira (de -0,43% para -0,31%) e taco/tábua corrida para assoalho (de 0,03% para -0,26%).

O vice-presidente de Relações Institucionais da Camargo Corrêa, Marcelo Bisordi, disse nesta quarta-feira, 24, que apenas cerca de 30% da mão de obra contratada para trabalhar nas obras e que passa por treinamento permanece na companhia. A declaração foi feita para ilustrar o problema da falta de trabalhadores qualificados na indústria e a forte concorrência entre as empresas por mão de obra.

De acordo com Bisordi, a escassez de trabalhadores qualificados foi um dos responsáveis pelo aumento dos custos das empresas com a mão de obra. No caso da Camargo Corrêa, disse o executivo, a alta nos últimos dez anos foi de 60%, enquanto a inflação avançou cerca de 30%.

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"O crescimento do Brasil se deu pela entrada de pessoas no mercado de trabalho, e não pela mão de obra qualificada", afirmou, durante evento da Câmara Americana de Comércio, na capital paulista.

Empresas do Centro-Sul do País que buscam mão de obra no interior do Nordeste para a produção agroindustrial estão voltando de suas missões de contratação com as mãos abanando. Mesmo experientes encarregados de recrutar gente para trabalhos de temporada, como a safra da cana, encontram limites para a formação das equipes que vão empunhar o podão nas áreas de colheita manual entre abril e novembro.

"Está mais difícil de conseguir gente", afirma José Jorge Dias, de Missão Velha, vizinha de Juazeiro do Norte, a 543 quilômetros ao sul de Fortaleza, encarregado de buscar peão para derrubar cana em lavouras da região de Piracicaba, interior paulista. Trabalhando para um consórcio de 76 produtores, o Concentral, em Rio das Pedras (a 170 quilômetros de São Paulo), Dias afirma que "antigamente era mais fácil contratar". Habituado com o recrutamento de peão nordestino, responsável por um grupo de 14 cearenses trazidos para a safra que vai até novembro, Dias explica que a oferta de empregos na construção civil e na mineração no Nordeste, além da mecanização da lavoura paulista, prejudicam o convencimento na hora de formar a turma.

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Há duas semanas, Dias desembarcou do ônibus da Concentral que retornava do corte em uma área em Mombuca, cidade vizinha de Rio das Pedras, acompanhado pelo colega Romário Amorim Barbosa, outro encarregado de turma. Os dois, ao lado do paulista Donizete Moacir Aparecido da Silva, proprietário do Alojamento do Zetão, de Rio das Pedras, tocam parte do grupo de trabalhadores da Concentral, que tem 520 no podão.

Nem mesmo a seca que torra o chão da área rural nordestina provoca debandada de gente no rumo do sul para trabalhar, admitem os encarregados de turma - que não gostam de serem chamados de "gato", termo que julgam pejorativo. "Gato é ladrão", diz Zetão.

"O pessoal agora está mais exigente", conta Barbosa, encarregado de recrutar no interior da Bahia. Morador de Itiruçu, perto de Jequié, ele diz que o pessoal só aceita vir se conhece bem a empresa contratante, se puder voltar para casa no fim da safra e se tiver alojamento e quem faça a comida deles. "Ninguém mais quer vir se tiver de fazer a comida", completa Zetão, que está na lida da coordenação de peão há mais de 20 anos. "O pessoal está sofrendo muito lá com a seca. Mas não é mais como era antigamente, que se tinha mais facilidade para conseguir gente", emenda Dias.

Dono do alojamento na periferia de Rio das Pedras, Zetão explica que oferece acomodações para 84 trabalhadores, com 12 banheiros, cozinha e dormitórios. "Tem gente que já veio trabalhar com a gente em muitas safras."

Carteira assinada. De acordo com José Francisco da Silva Filho, produtor rural que lidera o consórcio Concentral, os trabalhadores que aceitam migrar para a safra exigem pagamento das passagens, de vinda e de volta, além de cesta básica de R$ 95, mais ajuda de custo de R$ 100 para aluguel, entre outros benefícios de um trabalhador contratado por tempo indeterminado. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Piracicaba e Saltinho, Jacob Alcides Bortoletto, explica que a carteira assinada garante aos trabalhadores migrantes o recebimento do seguro-desemprego. "Esse pessoal que vem já está acostumado, é registrado lá na cidade deles e tem seguro, ônibus, tudo por conta de quem contrara."

Jossivan Bezerra dos Santos, de 36 anos, de Ipaumirim, também vizinha de Juazeiro do Norte, a 550 quilômetros de Fortaleza, conta ter deixado mulher e três filhas em casa. "É difícil passar esse tempo longe da família. Mas não tem jeito", contava o nordestino, que está nessa vida de cortador de cana há sete safras. "Está na hora de parar." Ele conta que plantou 4 hectares de feijão em seu sítio e perdeu tudo na seca. "A gente tem o Bolsa Família, mas é só R$ 134", diz Jossivan, que espera faturar no corte da cana cerca de R$ 800 limpos por mês até novembro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um levantamento feito pela empresa de auditoria e consultoria KPMG revela que a área de engenharia apresenta déficit, principalmente, no Brasil, no que se trata à falta de mão de obra qualificada. Segundo o Instituto de Engenharia, entidade que representa a categoria no Brasil, o déficit atual é de 800 mil engenheiros. O número de profissionais disponíveis no mercado e, principalmente, qualificados não acompanha o de projetos nas variadas áreas de atividade, previstos para serem desenvolvidos no País.

São oportunidades geradas pela retomada do crescimento e modernização da economia que turbinaram o mercado de trabalho. Nesse sentido, é preciso contar com mão de obra necessária para tocar projetos em infraestrutura (estradas, aeroportos, portos, saneamento básico, entre outros), telecomunicações, produção, construção civil, siderurgia, indústria naval, eletroeletrônica, metalurgia, automação, petroquímica e de setores que estão em destaque, como os da cadeia de petróleo, gás e biocombustíveis, além das demandas do setor mineral que impulsionam a engenharia de minas, e outros, como a engenharia de alimentos ou mecatrônica, que estão diretamente ligadas às demandas de inovações tecnológicas.

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De acordo com o KPMG, cerca de 40 mil engenheiros formados anualmente no País não serão suficientes para atender à demanda de 300 mil profissionais da área necessários para obras e outros investimentos previstos para os próximos cinco anos, como os relacionados à Copa do Mundo de Futebol, às Olimpíadas, ao PAC do Governo Federal e à exploração de petróleo e gás da província do pré-sal. Para colocar todos esses projetos em prática, o país precisa mais que dobrar o atual número de engenheiros formados para garantir o seu crescimento econômico para assim, obter a competitividade no cenário internacional.

Conforme a sócia-líder da área de International Executive Services da KPMG no Brasil, Patrícia Quintas, “acreditamos que a luz amarela está acesa, e é preciso que, tanto o governo, como as empresas que demandam profissionais das engenharia se unam para viabilizar recursos e estrutura que permita a oferta de uma educação mais forte e sólida, que garantam no futuro não só novos, mas bons profissionais para atuarem como engenheiros, certamente uma profissão de futuro no Brasil”, ressalta.

Os gastos tanto com mão de obra quanto com material de construção subiram menos e o Índice Nacional de Custo da Construção-M (INCC-M) desacelerou para 0,20% na segunda prévia de março do IGP-M, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). No segundo decêndio de fevereiro, o INCC-M tinha registrado alta de 0,98%.

O índice relativo a Materiais, Equipamentos e Serviços subiu 0,35% na segunda prévia deste mês, após aumento de 0,70% na mesma prévia do mês anterior. Já o índice que representa o custo da Mão de Obra diminuiu a alta para 0,07% no segundo decêndio de março, após um aumento de 1,23% no segundo decêndio de fevereiro.

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As maiores influências positivas para o resultado do INCC-M na segunda prévia de março foram de tubos e conexões de ferro e aço (1,77%), argamassa (0,89%), refeição pronta no local de trabalho (0,70%), metais para instalações hidráulicas (0,56%) e ajudante especializado (0,07%). Na direção oposta, ficaram mais baratas as despesas com elevador (-0,08%), cimento portland comum (-0,06%), madeira para telhados (-0,04%), taco/tábua corrida para assoalho (-0,17%) e aluguel de máquinas e equipamentos (-0,01%).

O ritmo de contratações de mão de obra para os próximos meses será moderado, revela o Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp), do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). Após avançar 0,7% em janeiro, em fevereiro, o indicador fechou em -0,3%, classificado como acomodação pelo Ibre/FGV. O IAEmp passou de 89,0 para 88,8 pontos na passagem de janeiro para fevereiro.

As principais contribuições negativas partiram das avaliações atuais dos negócios e das expectativas de contratação de mão de obra nos próximos meses pelo setor de serviços. Para esses dois itens, os indicadores recuaram 2,4% e 2,9%, respectivamente.

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