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Líder da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, foi transferido de presídio pela primeira vez durante o governo Luiz Inácio Lula da Silva. Preso no sistema federal, ele saiu de Porto Velho (RO) e voltou ao complexo da Papuda, em Brasília (DF). O motivo foi um suposto plano de fuga, informou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino.

"A transferência foi feita de um presídio federal para outro, exatamente visando prevenir um suposto plano de fuga ou resgate desse preso. Portanto, essa operação se fez necessária para garantir a segurança da sociedade", disse o ministro, em entrevista a veículos da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), controlada pelo governo federal.

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A Secretaria de Políticas Penais do ministério coordenou a transferência na tarde desta quarta-feira, dia 26, com esquema de segurança reforçado.

Esta é a segunda vez que o chefe do PCC é transferido da região Norte para o Centro-Oeste. Marcola já havia ficado na Papuda antes e também em Porto Velho.

A primeira transferência dele ocorreu em 2019. Em fevereiro daquele ano, ele saiu da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, administrada pelo governo de São Paulo, e foi levado à Penitenciária Federal em Porto Velho. Um mês depois, o Ministério da Justiça o transferiu para o Complexo Penitenciário da Papuda, onde o criminoso passou cerca de três anos, à revelia do governo distrital.

O governador Ibaneis Rocha (MDB), atualmente afastamento temporariamente do cargo. Ibaneis recorreu ao Judiciário contra a detenção de Macola na Papuda, sob o argumento de que poderia prejudicar a segurança local. Em março do ano passado, o chefe do PCC foi removido novamente para Porto Velho (RO), em operação celebrada pelo governo Jair Bolsonaro.

"Após minucioso planejamento do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), efetuamos a transferência do prisioneiro conhecido como Marcola, da Penitenciária Federal de Brasília. Ação de sucesso total, com apoio da Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF) e SENASP . Parabéns aos envolvidos!", celebrou, na ocasião, o ministro da Justiça e Segurança Pública Anderson Torres, também ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, preso por suposta omissão nos atos golpistas de 8 de janeiro.

A transferência de Marcola dos presídios paulistas para o sistema federal virou alvo de debate durante a campanha de 2022, entre o presidente Lula e o ex-presidente Jair Bolsonaro. Em livro, o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro, senador eleito pelo Paraná, contou detalhes da operação e disse que Bolsonaro chegou a hesitar em autorizar a transferência, mas depois cedeu.

O desembargador Maurício Henrique Guimarães Pereira Filho, do Tribunal de Justiça de São Paulo, negou suspender uma ação penal a que o líder do PCC Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, e sua mulher Cynthia Giglioli Herbas Camacho respondem por suposta lavagem de dinheiro do crime organizado. A defesa de Cynthia pedia que o processo fosse sobrestado até que a corte paulista analisasse questionamentos sobre a licitude de provas do caso.

Os advogados alegaram urgência sob o argumento de que audiências de instrução do processo estavam agendadas para esta segunda-feira, 7, e terça, 8, ocasião em que testemunhas poderiam ser perguntadas a respeito das supostas provas ilícitas. No entanto, o desembargador considerou que seria 'prematuro' acolher as alegações e o pedido dos advogados da mulher de Marcola antes do processamento regular do habeas corpus.

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O recurso da mulher do líder do PCC pede que o Tribunal de Justiça de São Paulo determine a retirada de elementos de prova da ação penal por suposta lavagem de dinheiro sob o argumento de que eles 'estão contaminados por ilicitude'. Marcola e Cynthia são acusados de lavarem dinheiro do crime organizado por meio da compra de um imóvel em condomínio situado em Carapicuíba, na Grande São Paulo, além da ocultação de R$ 479 mil via uma empresa de estética e depilação situada na capital paulista.

No bojo de tal processo, a Justiça paulista já havia determinado a exclusão de provas que haviam sido obtidas por pedido feito pela Polícia ao Conselho de Atividades Financeiras, o Coaf. Agora, a defesa de Cynthia Giglioli Herbas Camacho questiona o fato de o juízo da 1ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores de São Paulo ter determinado a exclusão, dos autos, 'somente' de relatórios e documentos enviados pelo Coaf diretamente à Polícia.

Os advogados sustentam que outras provas produzidas no bojo do processo estariam contaminadas, por terem se baseado nas informações retiradas dos autos. Entre os dados que deveriam ser retirados do processo, segundo a defesa, estão as informações da quebra de sigilo dos acusados e elementos colhidos quando a Polícia cumpriu mandados de busca e apreensão. A banca sustenta que o delegado do caso pediu as diligências com base nas informações do Coaf.

Ao analisar os pedidos, o desembargador Maurício Henrique Guimarães Pereira Filho disse não ver 'qualquer ilegalidade' na decisão que negou retirar dos autos elementos de prova questionados pela defesa, como as informações colhidas durante busca e apreensão. O magistrado destacou a fundamentação da decisão questionada, em especial trecho que diz que a Justiça não se baseou somente nos dados prestados pelo Coaf para deferir medidas como a quebra de sigilos dos acusados.

Alvo da deferência de assaltantes que devolveram seu telefone celular e o dinheiro desviado de sua conta via Pix após ser roubada, Cynthia Giglioli Herbas Camacho se casou com o chefe do Primeiro Comando da Capital (PCC), Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, em 2007, após sete anos de namoro. A cerimônia foi realizada dentro da Penitenciária de Segurança Máxima de Presidente Bernardes, no interior de São Paulo.

À época, de acordo com funcionários do presídio, onde funciona o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), que não permite regalias nem visita íntima, Marcola e Cynthia não se tocaram. Apenas trocaram olhares pelo vidro à prova de bala instalado no parlatório, local onde os presos recebem as visitas e se comunicam por interfone, aparelho pelo qual os noivos disseram o sim.

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Antes de se casar com Cynthia, Marcola havia ficado viúvo em 2003, quando Ana Maria Olivatto Camacho foi executada na disputa pelo comando da facção.

De acordo com o que Cynthia relatou ao marido, em conversa de novembro do ano passado, revelada neste domingo, 14, pelo programa Fantástico, da TV Globo, ela foi assaltada dentro de seu carro. "O trânsito parou, tomei um susto tão grande. Demorei uns segundos para voltar ao normal", afirmou Cynthia no Parlatório da cadeia. "Aí devolveram porque viram meu nome. Mandaram entregar lá no salão." Marcola, então, riu da situação. Ela ainda afirmou que o caso aconteceu "na Marginal, via expressa", sem especificar se estava se referindo à do Tietê ou Pinheiros.

Em março deste ano, Marcola, que tem mais de 300 anos de pena para cumprir, foi transferido de Brasília para o presídio de Porto Velho, em Rondônia. Na semana passada, a mulher de Marcola foi alvo da Justiça. Batizada de operação Anjos da Guarda, a Polícia Federal frustrou um plano de resgate de Marcola e de outros lideres da facção criminosa. A operação mirou não só líderes do grupo, mas uma série de advogados que representam os criminosos.

Entre as 13 ordens de busca e apreensão cumpridas pela PF no Distrito Federal (Brasília), em Mato Grosso do Sul (Campo Grande e Três Lagoas) e em São Paulo (São Paulo, Santos e Presidente Prudente), o juiz da 15ª Vara Federal de Brasília listou a mulher de Marcola. Ela é apontada pelos investigadores como a pessoa que repassa informações de forma codificada a respeito da situação das pessoas que estão envolvidas no plano de resgate.

Este não é o primeiro problema de Cynthia com a Justiça. Ela esteve detida em 2005, acusada de colaborar com o PCC, do qual recebia mesada de R$ 15 mil. Os problemas com a Justiça não pararam por aí. Um ano após se casar, Cynthia foi condenada a oito anos de prisão por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha pelo 6º Grupo de Câmaras Criminais do Tribunal de Justiça de São Paulo.

Em 2020, uma nova operação, feita por policiais da 6ª Delegacia de Investigações sobre Facções Criminosas e Lavagem de Dinheiro do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), teve Cynthia como um dos alvos; além dela também foram alvos seus pais, Marivaldo da Silva Sobrinho e Maria do Carmo Giglioli da Silva, e Camila Giglioli da Silva, Christiano Giglioli da Silva e Francisca Alves da Silva, cunhados do traficante.

A apuração que levou às buscas mirou a evolução patrimonial do grupo que, segundo as autoridades, era incompatível com a renda. O ponto de partida foi a compra de um imóvel de luxo em um condomínio em Carapicuíba, na Grande São Paulo. Depois disso, os investigadores rastrearam transações imobiliárias milionárias entre os investigados e conseguiram a quebra dos sigilos fiscal e bancário. A suspeita é que as movimentações sejam simuladas e tenham sido subfaturadas como estratégia para ocultar pelo menos R$ 1,9 milhão.

"É certo que a facção criminosa PCC tem proporcionado às lideranças e familiares uma vida de luxo", disse o Grupo de Atuação Especial de Combate do Crime Organização (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo. "De modo geral, verificou-se um grande descompasso entre o acervo patrimonial (imóveis, veículos, etc.) e a movimentação financeira que justificasse as aquisições", completou o Ministério Público.

Até aquele ano, Cynthia, por exemplo, vivia em um condomínio em Alphaville, na Grande São Paulo. Entre 2017 e 2019, ela teria feito viagens para a Europa, Colômbia, Peru, Paraguai e Panamá. Como fonte de renda, tem um salão de beleza no bairro de Casa Verde, na zona norte da capital paulista, onde seu celular teria sido devolvido.

O líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcos Willians Herbas Camacho, mais conhecido como Marcola, passou por exames no Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) na manhã desta terça-feira (21). Marcola chegou à unidade da rede pública da capital do País de helicóptero e sob forte esquema de segurança.

Cumprindo pena que ultrapassa 300 anos de prisão, o líder da facção está no Presídio Federal de Brasília, localizado em São Sebastião, no Distrito Federal. O deslocamento realizado nesta manhã foi coordenado pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen) e contou com a participação de agentes federais de Execução Penal, apoio do Comando de Operações Táticas (COT) da PF, Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP).

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Em nota, a Penitenciária Federal de Brasília informou que Marcola foi levado para fazer exames de rotina. "Horário, período de férias escolares e deslocamento aéreo foram escolhidos para causar o menor constrangimento possível para a população. Não houve congestionamentos e alterações significativas na rotina da região. Por sigilo médico, não informamos o procedimento realizado."

Paraguai

No domingo (19) o governo paraguaio informou que 75 detentos fugiram na da Penitenciária Regional de Pedro Juan Caballero. Destes, a maioria pertencia à facção criminosa PCC. Ao menos 40 dos foragidos são brasileiros, incluindo David Timoteo Ferreira, um dos principais chefes da facção no país vizinho.

Os desembargadores da 11ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) mantiveram a condenação a 30 anos de prisão do líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcos William Herbas Camacho, o Marcola, no âmbito da Operação Ethos, que desmontou o núcleo jurídico da facção. Além dele, outros dois criminosos também tiveram suas condenações mantidas.

Deflagrada em 2015, a Operação Ethos teve como foco o combate à chamada "sintonia da gravata" - advogados pagos para atuar em ações criminosas do PCC.

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"Assim, diante dos elementos de convicção destacados, que não deixam nenhuma dúvida acerca da responsabilidade penal do recorrente em relação aos fatos que lhe foram imputados nestes autos, a condenação proclamada na origem deve ser mantida", escreveu o desembargador Xavier de Souza, relator do recurso de Marcola contra apelação.

A denúncia dá conta de que em 2015, em uma rotina de varredura no telhado da Penitenciária de Presidente Venceslau (SP), onde foi encontrada carta com informação de que dois advogados do PCC estavam mancomunados com "um integrante do Condepe, Conselho Estadual da Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, Luiz Carlos dos Santos, sendo que este receberia mensalmente a quantia de aproximadamente R$ 5 mil, pagas pela organização criminosa autodenominada 'PCC', para obter informações privilegiadas dentro do referido Conselho".

Luiz Carlos dos Santos já foi condenado a 16 anos e dois meses de prisão por fabricar relatórios falsos sobre presídios em contrapartida a propinas da facção.

Segundo a denúncia, Santos usava "sua influência, para passar a interferir em órgãos públicos e autoridades do Estado (delegados de polícia, juízes, promotores, desembargadores, etc), efetuando vistorias em estabelecimentos prisionais previamente indicados pelo PCC e produzindo relatórios que não espelhavam a realidade, para servir de subsídio a futuras denúncias a organismos nacionais e internacionais de defesa dos direitos humanos".

A Promotoria dá conta de que foi descoberta uma "célula jurídica" do PCC, "antigamente denominada de 'sintonia dos gravatas', que foi criada, inicialmente, para prestar serviços exclusivamente jurídicos aos líderes pertencentes à sintonia final geral ou do conselho deliberativo da organização criminosa PCC".

"Contudo, com o passar do tempo, este núcleo evoluiu, deixando de prestar apenas assessoria jurídica para, agora, servir de elo de comunicação das atividades criminosas entre os líderes presos e aqueles que estão em liberdade."

A megaoperação para tirar de São Paulo o principal chefe do Primeiro Comando da Capital (PCC), Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, e mais 21 lideranças, em 13 de fevereiro, contou com uma ação de inteligência para isolar outros 134 presos, apontados como mensageiros da facção. Dois meses depois, o Ministério Público (MPE-SP) e a gestão João Doria (PSDB) monitoram a ascensão de novos líderes, sob promessa de transferi-los para prisões federais caso ganhem força no comando do crime.

Embora fosse considerada importante para desestabilizar a cadeia de comando do PCC, a transferência para o sistema federal deixou autoridades preocupadas com possíveis retaliações - a exemplo do que houve em maio de 2006, quando o PCC promoveu uma série de ataques em São Paulo. Por isso, forças de segurança elaboraram uma estratégia: dificultar a emissão de "salves".

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"Isso foi feito com o setor de inteligência identificando presos que poderiam mandar algum tipo de mensagem para quem está na rua", disse o coronel Nivaldo Restivo, secretário estadual de Administração Penitenciária (SAP). "Essa decisão de concentrar e isolar potenciais fornecedores de informação e de ordens acabou tirando a voz do bando."

Uma semana antes de deflagrar a Operação X (nome dado à ação), a SAP abriu cerca de 300 vagas na Penitenciária 1 de Presidente Venceslau, localizada na região oeste, transferindo detentos de lá para unidades próximas. Na manhã do dia 13, os espaços serviram para receber 129 "mensageiros do PCC", trazidos do Estado inteiro, com prazo de permanência de 30 dias. Mais cinco chegaram depois. As demais vagas eram destinadas a presos que poderiam se envolver em motins ou ações intimidatórias em represália à transferência dos seus líderes - o que não aconteceu.

O primeiro pedido de transferência foi feito pelo MPE-SP à Justiça em 28 de novembro de 2018. Por cautela, o Judiciário optou por autorizar a operação após o Natal, já que nessa época parte dos presos estaria nas ruas por causa das chamadas "saidinhas".

Vácuo de liderança

A Operação X foi planejada por 52 dias, com o Ministério Público e com o governo federal. Os 22 chefes do PCC foram transportados em aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) para unidades da União, onde ficam em celas isoladas e submetidos a um sistema de segurança máxima. No perímetro das prisões, o policiamento recebeu reforço das Forças Armadas.

Entre os alvos da transferência, não havia só membros da chamada Sintonia Geral Final - a alta cúpula do PCC, da qual Marcola faz parte -, mas também criminosos do segundo e do terceiro escalão, considerados sucessores naturais.

"(São pessoas que) sempre estiveram perto de Marcola, próximas do poder", afirmou o promotor Lincoln Gakiya, do MPE-SP, responsável pelo pedido de transferência à Justiça. "Isso leva, momentaneamente, a uma quebra no comando. Ao menos desde 2002, era a mesma cúpula que comandava as ações da facção."

O PCC, no entanto, não deve ficar por muito tempo "acéfalo", diz Gakiya. Segundo investigações, Marcola já havia instruído outros membros sobre como manter a operação criminosa - que é ancorada no tráfico de drogas - em caso de ausência. "Os negócios comuns do PCC não pararam um minuto porque tem muita gente na rua e muita gente no sistema (penitenciário) com condição de dar continuidade a esses negócios ilícitos", afirmou o promotor.

O exemplo mais recente envolve a apreensão de um helicóptero, flagrado no último sábado pela Polícia Federal durante a Operação Flying Low. A aeronave vinha do Paraguai e pousou em Presidente Prudente para reabastecer. Nela, os agentes encontraram meia tonelada de cocaína - a principal suspeita é de que a droga seja do PCC.

Para Gakiya, a disputa de poder deve ocorrer entre membros que ficaram em São Paulo e pode ser marcada por violência. "Vai acontecer o que já aconteceu em outras máfias conhecidas mundialmente, que não ficam sem comando", disse. "Alguém da rua ou de dentro do sistema pode querer tomar essa liderança para si."

Tanto o MPE-SP quanto a SAP monitoram "candidatos" a líder da facção. Representantes dos dois órgãos afirmam que, em caso de identificação, a política será a mesma: transferir para prisões federais. "Temos feito acompanhamento 24 horas por dia. Se detectarmos, vamos adotar todas as providências para sufocar isso novamente", disse Restivo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A polícia prendeu nesta terça-feira (9) o ex-policial civil Augusto Peña, condenado a 22 anos de prisão pelo sequestro do enteado de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, apontado líder máximo da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). O ex-policial era procurado desde a condenação, em 2015.

Ele foi abordado por policiais militares de Ibaté, no interior de São Paulo, quando tentava entrar em uma casa, no bairro São Benedito. Sua atitude foi considerada suspeita. Os policiais constataram que havia um mandado de prisão contra ele. O ex-policial foi levado para uma cadeia pública da região, onde aguardaria transferência para um presídio.

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Peña e outro ex-policial civil também condenado foram acusados de sequestrar, em abril de 2005, Rodrigo Olivetto de Morais, filho da ex-mulher de Marcola, para extorquir dinheiro do traficante. Morais foi levado para a Delegacia Central de Suzano, na Grande São Paulo, onde foi ameaçado e espancado.

Os policiais exigiram R$ 1 milhão para não prendê-lo sob a falsa acusação de tráfico de drogas. O PCC pagou R$ 300 mil e ele foi solto. Os policiais também teriam recebido, em abril de 2006, R$ 40 mil para facilitar a fuga do traficante Gilmar Horta Lisboa, o Pebinha.

Com a descoberta do plano, o preso foi removido para outra unidade. Como represália ao não cumprimento do acordo, o PCC ordenou um ataque à delegacia de Suzano, mas a Polícia Civil foi avisada sobre a ação e emboscou o grupo, matando quatro integrantes da facção criminosa. Na manhã seguinte, o PCC se vingou assassinando dois carcereiros e um amigo dele numa feira livre da cidade.

Especialistas em segurança pública afirmam que as extorsões contra integrantes do PCC teriam sido o estopim para os ataques contra as forças policiais, em maio de 2006, em todo o Estado de São Paulo. Na ocasião, PCC comandou rebeliões em 74 presídios e matou 43 agentes públicos. Entre 12 e 20 de maio daquele ano, 493 pessoas foram assassinadas, a maioria por policiais, na maior crise já registrada na segurança pública paulista.

Menos de dois meses após ser transferido para o presídio federal de Porto Velho (RO), o chefe máximo do PCC, Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, foi levado na manhã de ontem para outra unidade de segurança máxima, desta vez em Brasília. Outros três líderes da facção também foram alvo da operação - um sinal de que o governo pode adotar o rodízio em prisões federais para dificultar a reorganização da cúpula do PCC e planos de fuga.

Além de Marcola, foram transferidos Cláudio Barbará da Silva, o Barbará; Patric Velinton Salomão, o Forjado; e Pedro Luiz da Silva, o Chacal. Inaugurada em outubro, a unidade de Brasília é a mais nova administrada pela União e abriga outros presos pertencentes à facção paulista. Entre eles, o irmão de Marcola, Alejandro Juvenal Herbas Camacho Júnior, o Marcolinha, considerado um dos seus principais conselheiros.

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Marcolinha havia sido transferido para Brasília no dia 13 de fevereiro, com Reinaldo Teixeira dos Santos, o Funchal, e Antônio José Muller Júnior, o Granada. Na ocasião, um total de 22 membros do PCC foi retirado do sistema prisional de São Paulo para presídios federais.

A operação de ontem foi coordenada pela Secretaria de Operações Integradas, criada pelo ministro da Justiça, Sérgio Moro. Marcola e os demais foram levados de Porto Velho por aeronaves da Força Aérea Brasileira. Também participaram da segurança agentes do Departamento de Penitenciário Nacional e do Comando de Operações Táticas da Polícia Federal.

Em nota, o ministério afirmou que a transferência fazia parte de protocolos de segurança de "alternância de abrigo dos detentos de alta periculosidade ou integrantes de organizações criminosas, entre as unidades prisionais federais". Segundo a pasta, a medida seria estratégica para o isolamento dos chefes de facção e para enfrentar o desmonte dos grupos criminosos.

Moro ligou para o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), para informar a transferência. Para reforçar a segurança, a Força Nacional passou a fazer proteção do perímetro das áreas que contornam a penitenciária. Mesmo assim, Rocha se queixou. "Quero deixar claro o meu repúdio a essa atitude impensável do ministro Moro. Estão trazendo para dentro do DF o crime organizado, e o DF não foi feito para o crime organizado. Bandidos precisam de isolamento, e não é a 6 km do Palácio do Planalto que teremos esse isolamento."

Ação de inteligência

 

Alvo de ameaças do PCC, o senador Major Olímpio (PSL-SP) diz que o rodízio de prisões federais para líderes como Marcola serviria para pegar a facção "de surpresa" e dificultar a reconstrução da cadeia de comando. "Com rodízio maior, a liderança não cria vínculo com a unidade nem consegue captar funcionários por corrupção", disse. "Marcola é a maior liderança criminosa do País, tem muito poder e comanda uma estrutura empresarial. A tendência é que ele passe por outras unidades depois."

Outra vantagem seria frustrar planos de fuga. Em fevereiro, o governo decretou Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para reforçar o perímetro das penitenciárias em Porto Velho e Mossoró (RN). "Brasília, além do maior aparato de segurança, fica no centro do Brasil: é mais difícil operar uma aeronave clandestina para o resgate", afirmou. "Se eles tinham algum plano de fuga, vão começar do zero."

Ex-corregedor do presídio de Porto Velho, o juiz federal Élcio Arruda defende que é mais difícil ocorrer fuga na capital federal. "Porto Velho está a poucos quilômetros da Bolívia, sabemos que o Marcola possui diversos parentes lá. Esses contatos demonstram uma facilitação maior para um projeto de fuga."

Para Arruda, lideranças de "maior envergadura" devem passar por rodízio entre as prisões, mas é preciso evitar que membros de uma mesma facção fiquem concentrados em determinada unidade. "Deve haver rotatividade com objetivo de o Estado marcar sua presença", disse. "Historicamente, junção de lideranças é um facilitador da convergência de ideias. O ideal é fazer o hibridismo (entre os grupos criminosos)." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Promotores e delegados de polícia ouviram nesta segunda-feira (17) no presídio de Presidente Venceslau (SP), Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, apontado como principal líder do Primeiro Comando da Capital (PCC). O criminoso foi questionado sobre planos de ataques a autoridades, mas detalhes do depoimento não foram revelados.

Pelo menos cinco promotores participaram do interrogatório ao detento por cerca de três horas. Eles fazem parte da força-tarefa montada para investigar as ameaças que foram descobertas neste mês por meio de monitoramento de mensagens saídas de dentro do presídio para comparsas dos criminosos.

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Marcola foi ouvido em uma sala da Penitenciária 2, a P2, onde cumpre pena no complexo prisional.

As mensagens da facção criminosa foram descobertas em cartas com duas mulheres que visitaram presos no local. Elas foram escritas de forma codificada, mas o Ministério Público teria decifrado os textos e estaria estudando a transferência de Marcola e de outros líderes para presídios de segurança máxima fora de São Paulo.

Alvos

Pelo que foi apurado pela promotoria por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), entre as futuras vítimas do PCC estariam o secretário de Administração Penitenciária, Lourival Gomes, o deputado estadual Coronel Telhada (PP) e o coordenador de presídios Roberto Medina. Todos eles foram avisados sobre a possibilidade de atentados e tiveram a segurança reforçada.

Antes disso, outro plano foi descoberto, dessa vez envolvendo o investimento de R$ 100 milhões em um ataque para libertar Marcola da prisão. O motivo seria justamente a intenção das autoridades de transferir o líder da facção, condenado a mais de 200 anos, para um presídio federal.

A Polícia Civil de Presidente Prudente, no interior do Estado, pediu à Justiça a internação de 14 presos considerados da cúpula do Primeiro Comando da Capital (PCC) no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD). Entre os detentos que tiveram o pedido de transferência para o RDD está Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, considerado chefe da facção criminosa.

Atualmente, a maioria dos acusados cumpre pena no Penitenciária 2 (P2) de Presidente Venceslau e, caso o pedido seja deferido, serão transferidos para Presidente Bernardes - única penitenciária paulista que dispõe desse regime.

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O RDD é considerado o regime mais rígido do país. Nele, o preso fica 23 horas trancado na cela, tem direito a uma hora de banho de sol separado dos demais presos, não tem direito a visita íntima e a leitura de livros ou jornais deve ser autorizada pela direção do presídio, que dispõe de bloqueadores de telefone celular.

O pedido será analisado pelo Ministério Público e depois será avaliado pelo juiz responsável. A solicitação faz parte do desdobramento da Operação Ethos, que descobriu um esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa, entre advogados e a cúpula do PCC. O vice-presidente do Conselho Estadual de Defesa da Pessoa Humana (Condepe), Luiz Carlos dos Santos, está entre os investigados. Ele foi preso com 33 advogados ligados ao PCC, quando a operação foi deflagrada, há cerca de 20 dias - sete suspeitos ainda estão foragidos. Santos foi afastado do cargo dias depois das prisões.

Em depoimento, o ex-integrante do Condepe, afirmou que recebia R$ 4,5 mil mensais do PCC para fazer falsas denúncias de abusos praticados por policiais contra suspeitos de crimes. Ele também era orientado a criticar duramente a polícia em entrevistas. Santos, além de confessar todos os crimes, se dispôs a colaborar com a polícia e pediu proteção para a família, pois teria sido ameaçado de morte por um dos presos.

Segundo as investigações, os advogados visitavam integrantes da cúpula na P2 de Presidente Venceslau e recebiam ordens que deveriam ser repassadas para bandidos que estão nas ruas.

Os defensores também, ainda segundo a polícia, eram usados para lavar dinheiro do crime organizado. O Ministério Público Estadual (MPE) apurou que o PCC gasta cerca de R$ 6 milhões com pagamentos para advogados e fatura aproximadamente R$ 200 milhões por ano só com o tráfico de drogas. Semana passada, representantes de alguns advogados presos impetraram 11 habeas corpus no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) para que os acusados respondam às acusações em liberdade. Todos foram negados pelos desembargadores.

Para a polícia, não há dúvida de que todos os fatos descobertos na Operação Ethos tiveram participação efetiva da cúpula do PCC. Os investigadores alegam que os 14 presos citados devem ficar isolados para que a "cadeia de comando" seja interrompida.

Médicos

Na sexta-feira, o promotor Lincoln Gakiya denunciou à Justiça os 14 detentos, 39 advogados e mais o ex-conselheiro do Condepe, por crimes de lavagem de dinheiro, corrupção e lavagem de dinheiro. O juiz Gabriel Medeiros aceitou a ontem denúncia e determinou a quebra do sigilo bancário e fiscal dos réus.

Gakiya também investiga médicos particulares que atenderam os integrantes da cúpula do Primeiro Comando da Capital. São dermatologistas, clínicos, fisioterapeutas e até massagistas que cobraram um preço bem acima do de mercado para prestar os atendimentos. Em 2015, segundo as investigações, os médicos fizeram para o PCC uma centena de cirurgias.

O líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, foi transferido na tarde desta terça-feira (11) para Regime Disciplinar Diferenciado (RDD). Outras três lideranças da facção também seguiram para o regime de isolamento: Cláudio Barbará, Célio Marcelo da Silva, o Bin Laden, e Luiz Eduardo Marcondes, o Du Bela Vista. Os presos foram transferidos da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau para a Penitenciária de Presidente Bernardes, ambas no interior paulista.

A autorização da transferência foi confirmada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). Ela é baseada em solicitação da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) e da Secretaria de Segurança Pública (SSP), depois da descoberta de um plano de fuga desses presos da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau. Em agenda nesta terça-feira, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) falou em "firmeza" contra organizações criminosas. "Essa é sempre a determinação: enfrentamento e isolamento do crime organizado".

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A Justiça voltou a negar o isolamento em regime prisional mais rígido do líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola. O pedido havia sido feito em outubro pelo secretário executivo do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Everton Zanella, após o jornal O Estado de S. Paulo revelar uma megainvestigação do Ministério Público Estadual (MPE) sobre a facção.

O pedido para inclusão no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), com até 22 horas de isolamento, foi negado na sexta-feira (7) pelo desembargador Péricles Piza. Segundo ele, o MPE não apresentou documentos suficientes que demonstrassem que o juiz da 5ª Vara de Execuções Criminais da Capital, Tiago Henrique Papaterra Limongi, agiu de forma ilegal ao não colocar o detento no RDD após um representação do secretário de Administração Penitenciário do Estado de São Paulo, Lourival Gomes.

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O magistrado da primeira instância entendeu que a conduta criminosa atribuída a Marcola, como tráfico e ordens de execução, é praticada por vários integrantes do PCC dentro do sistema prisional há muitos anos, com conhecimento das autoridades e, portanto, não existiria urgência na medida. As escutas usadas foram feitas entre 2009 e 2012. O preso nega que os diálogos capturados ao longo da investigação sejam criminosos e justifiquem o seu isolamento.

O mandado de segurança proposto pela Promotoria já citava um plano de resgate de Marcola programado pelo PCC. Na época, porém, não havia a informação, divulgada pela reportagem no dia 26 do mês passado, de que a facção pretendia utilizar helicópteros para retirar no dia 1º de março o preso da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo. A ameaça mobilizou as forças de segurança paulista, que decidiram montar campana em uma mata próxima.

Após a divulgação do plano, o governo anunciou que faria um novo pedido de inclusão de Marcola no RDD. A expectativa era de que o caso já influenciasse uma decisão judicial - que acabou sendo contrária.

Revisão

O pedido do Ministério Público ainda poderá ser revisto pelos demais desembargadores da 1ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) em uma futura sessão de julgamento. Um novo pedido de liminar para enviar Marcola para o RDD, porém, deve demorar meses para ser julgado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governo vai pedir a internação de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, e de outros três líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC) no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) da Penitenciária de Presidente Bernardes. O pedido será feito pelos secretário da Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, e da Administração Penitenciária, Lourival Gomes. Os dois se reuniram nessa quinta-feira (27).

A medida é uma resposta ao plano de fuga montado pela facção, e revelado pelo estadao.com.br, que pretendia usar dois helicópteros para resgatar Marcola e os comparsas da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau.

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Além de isolar os presos no RDD, o plano do governo é pedir à Justiça a decretação da prisão temporária de três dos acusados de participar do planejamento da fuga - todos estão em liberdade. Entre eles está Márcio Geraldo Alves Ferreira, o Buda. "O Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) vai pedir a prisão dele", afirmou Grella.

Buda havia sido encarregado pelo PCC de procurar aeronaves que pudessem ser usadas no resgate dos presos. Ele fez quatro voos de teste para o plano. Os detentos queriam sequestrar um helicóptero no qual embarcaria a tropa de choque da facção.

Armados com fuzis e uma metralhadora calibre .30, eles teriam por missão dar cobertura para outro helicóptero. O plano era que esse segundo aparelho - um Esquilo - fosse blindado. Ele seria pintado com as cores da polícia e receberia adesivos que o tornariam semelhante aos Águias da PM.

No dia 22 de fevereiro, Buda tentou alugar um helicóptero no Campo de Marte, em São Paulo. Como não conseguiu, o suspeito teria ido a Viracopos. Segundo a inteligência policial, Buda teria feito então um voo até o Paraná. "Não conseguimos confirmar o aluguel em Campinas", afirmou Grella. Os investigadores não encontraram registro de nenhum voo que tenha feito o trajeto.

Interceptações telefônicas mostraram que os criminosos teriam transferido a operação de resgate para sábado, 1.º de março. Os bandidos haviam reservado o aluguel de um helicóptero em Curitiba, no Paraná. Queriam sequestrar o piloto e obrigá-lo a voar até Presidente Venceslau. O plano do Deic era prender os bandidos no aeroporto, antes da decolagem.

Os investigadores trabalhavam, no entanto, com a possibilidade de os criminosos mudarem repentinamente os planos e escolherem outro aeroporto para sequestrar a aeronave. Por isso, uma equipe de 15 homens do Comando de Operações Especiais (COE) estava escondida na mata em torno do presídio.

Entre eles havia seis atiradores de elite - com fuzis capazes de derrubar qualquer aeronave que tentasse se aproximar da prisão. Para parte dos responsáveis pela apuração, a decisão de abater o helicóptero poderia até pôr em risco a vida do piloto que fosse feito refém.

Reunião

A decisão de enviar os homens do COE para Presidente Venceslau foi tomada em reunião feita no dia 17 na sede da Secretaria da Segurança Pública, da qual participaram Grella, Lourival Gomes, o comandante-geral da PM, coronel Benedito Meira, o comandante da Tropa de Choque, coronel Carlos Celso Savioli, e o delegado-geral, Maurício Blazeck. Em vez de homens que fizessem o reforço ostensivo do policiamento no lugar, Savioli propôs o envio do COE para que os homens ficassem de tocaia.

Também decidiram não transferir Marcola e os demais líderes da facção da penitenciária porque isso não ia deter os planos do PCC. A facção só mudaria o alvo. Um inquérito foi aberto pelo Deic, que chegou a pedir à Justiça a decretação da prisão de Buda, o que foi negado. "Agora temos novos elementos que nos permitem refazer o pedido", afirmou Grella. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Ninguém importante no crime organizado de São Paulo escapou das interceptações telefônicas feita pelo Ministério Público Estadual. Nem mesmo Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola. Conhecido por sua aversão a falar no telefone celular, o chefão do Primeiro Comando da Capital (PCC) foi flagrado duas vezes pela equipe de policiais militares que trabalhavam para os promotores.

O homem condenado pelos ataques à polícia em 2006 e pelo assassinato em março de 2003 do juiz Antonio José Machado Dias, da Vara de Execuções Penais de Presidente Prudente, orgulha-se de ter abolido o crack das cadeias de São Paulo. "Nós paramos, na prisão ninguém usa", diz o chefe para um dos subordinados, identificado pelo apelido de Magrelo.

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A conversa entre os dois ocorreu em 2 de março de 2011, às 21h12. Marcola estava na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau. Mas não é só de sua ação na cadeia que o bandido se vangloria. Ele afirma que "hoje pra matar alguém é a maior burocracia", referindo-se às normas impostas pela facção. Por elas, quando um bandido tem alguma queixa contra outro deve se dirigir a um tribunal do PCC. Neles, o faltoso pode ser desde repreendido até morto. Mas a sentença de morte tem de ser referendada pelo "comando".

"Então quer dizer, os homicídios caíram não sei quantos por cento e aí eu vejo o governador chegar lá e falar que foi ele." Em outra conversa no mesmo dia, Marcola diz para Marcio Alarido Esteves, o Turim, que é necessário contratar um advogado por R$ 100 mil para defender a facção. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Marco Wilians Herbas Camacho, o Marcola, um dos líderes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), e Orlando Mota Junior, conhecido como Macarrão, foram absolvidos na tarde de terça-feira da acusação de terem participado do homicídio de dois presos em 2001. O crime aconteceu no Centro de Detenção Provisória II, no Belém, zona leste de São Paulo.

No julgamento, realizado no 1º Tribunal do Júri do Fórum da Barra Funda, na zona oeste da capital paulista, o conselho de sentença acatou a tese da defesa e da própria promotoria, que entenderam não haver provas suficientes para incriminar os acusados.

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