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O Carnaval de 2020 terminou deixando lembranças nada agradáveis para alguns músicos pernambucanos. A intervenção policial em alguns shows, que ocorreram em polos oficiais da folia recifense, causou estranhamento em artistas e no público, uma vez que não há registro de ações semelhantes na história recente do Carnaval.  

As bandas Devotos e Janete Saiu para Beber relataram que PMs em serviço durante seus shows tentaram encerrar as apresentações quando músicas de Chico Science foram tocadas no palco, sobretudo Banditismo por uma Questão de Classe. Segundo integrantes da Janete, um dos militares chegou a dizer: "Não pode tocar Chico Science. Chico é som de briga". Já o cantor China quase viu uma invasão policial, no palco da Lagoa do Araçá, para que o show fosse encerrado com a justificativa de que o tempo de apresentação havia se excedido. 

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Agora, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) instaurou um inquérito civil para investigar as denúncias. Segundo o MPPE, o caso pode configurar violação dos direitos humanos à cultura e à liberdade de expressão e artística dos músicos. Fato é que as ocorrências assustaram, não só os artistas, mas também o público, e a palavra censura voltou a figurar nas redes sociais. 

Pernambuco é conhecido por ser um celeiro de bons músicos e bandas com uma produção que sempre teve um pé bem fixado na resistência, com músicas e projetos que questionam a sociedade e os temas que lhe são relevantes. Para ilustrar isso, o LeiaJá preparou uma playlist que traz alguns nomes que usam sua arte para 'botar o dedo nas feridas'. Ouça.

Banditismo por uma questão de classe - Chico Science

A música que teria ocasionado as ‘confusões’ nos palcos recifenses foi gravada em 1994, no disco de estreia de Chico Science & Nação Zumbi, Da Lama ao Caos. A letra da canção aponta abusos policiais, como no verso: “em cada morro uma história diferente que a polícia mata gente inocente”.

Arquitetura de Vertigem - China

Outro artista envolvido nas denúncias também tem músicas que tocam em pontos delicados da sociedade. Em Arquitetura de Vertigem, China fala sobre especulação imobiliária e verticalização das cidades, inspirado pela movimento Ocupe Estelita, movimento criado pela sociedade civil em defesa do Cais José Estelita, localizado no Recife.  O clipe da música, inclusive, foi feito com imagens de participantes do movimento no local. 

Lêju II - Zaca de Chagas

Aqui, o rapper Zaca de Chagas sinaliza como a cor da pele pode ser significativa na hora de uma abordagem policial. A música também mostra a preocupação de uma mãe quando o filho negro vai para a rua: “Antes de sair, minha mãe sempre me dá um beijo/Ainda diz: ‘Meu filho, cuidado com o baculejo’”

Futuro Inseguro - Devotos

A Devotos, ‘nascida e criada’ no Alto José do Pinho, periferia do Recife, costuma imprimir em suas letras a realidade vivenciada nessa região da cidade, que sofre com pobreza e violência. Em Futuro Inseguro, a banda fala sobre a importância de defender as crianças que, muitas vezes, desde cedo, já são expostas a uma vida bem difícil. 

Atiça - Eddie

Em meio a seus ritmos animados e festivos, a Eddie também aponta problemas sociais. Em Atiça, a banda fala sobre como a violência está próxima e como ela choca ao ser denunciada através do desenho de uma criança. 

Bela, recatada e do lar - Lady Laay

As gerações mais jovens de artistas pernambucanos também demonstram a mesma sede de falar sobre assuntos relevantes. A rapper Lady Laay é uma das vozes que está sempre questionando sobre protagonismo feminino, respeito e equidade de gênero. 

Manifesto - Plugins

A Plugins é outro exemplo de banda que sobe ao palco para tocar em assuntos delicados e, muitas vezes necessários. Em Manifesto, o grupo questiona sobre autoridade e fala sobre a necessidade e importância de reagir ante às dificuldades.  

Cerca de Prédio - Karina Buhr

Karina Buhr também reserva momentos para botar o dedo na ferida. Em cerca de Prédio, ela questiona a verticalização da cidade e a mudança de cenário mediante ao crescimento desenfreado do concreto. 

Eletrochoque de gestão - Mundo Livre S.A.

A Mundo Livre S.A., uma das precursoras do movimento Manguebeat, também usa sua arte para apontar e denunciar. O próprio Manifesto Mangue, escrito pelo líder da banda, Fred Zero Quatro, já demonstrava essa característica com afirmações como a de que a cidade do Recife estaria com as artérias da cultura “bloqueadas”, sendo assim, estaria “morrendo” econômica e culturalmente. 

Margot - Parem de nos matar

Outra representante da nova geração, Margot versa e rima como gente grande. Ela também é uma das vozes que engrossa pelo fim da violência contra a mulher e pelo protagonismo feminino. 

 

Pela terceira vez, o Parque da Macaxeira será palco para o Festival da Juventude. Com o tema #DefendendoDireitos, o evento se propõe a dar visibilidade às mais variadas manifestações artísticas, culturais e políticas da cidade através da ocupação do espaço público de forma criativa. Esta edição acontece no próximo sábado (9), e contará com nomes como Lady Laay, Margot, Arrete e a banda Eddie. 

O Festival da Juventude, uma prévia do No Ar Coquetel Molotov (NOARCM), é realizado pela Prefeitura do Recife em parceria com o NOARCM.  O festival traz artistas circenses, oficinas, feira com artesanato e gastronomia e apresentação de grupos culturais juvenis em uma programação gratuita. O objetivo do evento é dar visibilidade ao trabalho artístico de jovens, de forma individual ou coletiva, nas diversas linguagens desenvolvidas na cidade. 

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Para celebrar sua terceira edição, o festival selecionou artistas que vêm despontando em diversas cenas da música em Pernambuco. A partir das 15h, as meninas do Arrete, Margot e Lady Laay mostram a força do rap pernambucano. Também sobem ao palco o 9K, Okado do Canal e Halo. A  banda Eddie promete um dos grandes momentos do dia e o Afoxé Omim Sabá mostra toda a sua ancestralidade e beleza da cultura popular. 

Serviço

3º Festival da Juventude

Sábado (9) - 15h

Parque da Macaxeira (Macaxeira)

Gratuito

Conhecido como uma música de crítica social e mensagem acerca da dura realidade das periferias, o rap tem grandes representantes brasileiros. Racionais MC's; G.O.G.; Dexter; Sabotage; Emicida; todos homens. Da mesma forma, o trap e o brega funk são estilos que priorizam a diversão e incitam a sensualidade e já têm um leque de representantes de peso. Os trappers Chris MC, Matuê e Sidoka, e os bregueiros Dadá Boladão, MC Troia e Shevchenko e Elloco, são alguns exemplos de sucesso. E também homens. Mas esse cenário está mudando. A presença feminina, de discurso empoderado, é cada vez maior nessas cenas que, antigamente, eram majoritariamente dominadas por artistas masculinos.

As 'manas' também querem cantar sua realidade, além de fazerem questão de reivindicar o direito de ocupar os espaços, se divertir e, por que não, rebolar sem a necessidade de prestar contas ou pedir permissão a ninguém. Sendo assim, elas estão levantando suas vozes e fazendo música de qualidade que está atraindo um público igualmente crescente, ao passo que se multiplica o número de artistas mulheres no rap, trap e brega funk. 

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Foi a partir de uma situação de assédio que Rayssa Dias, de 24 anos, moradora de Salgadinho, em Olinda, decidiu criar o brega funk empoderado. Ao testemunhar uma amiga sendo apalpada durante uma festa, ela resolveu que usaria sua voz para exigir respeito no 'rolê' e fora dele também. "A gente estava numa casa de show e lá no evento um cara meteu a mão na bunda da minha amiga. A justificativa dele foi que tinha sido por conta da música. Aquilo mexeu comigo, eu disse: 'caramba, eu como cantora e poeta que faz parte da militância, isso acontece na minha frente e eu não vou poder fazer nada?'. Fiquei tão revoltada que no dia seguinte fiz uma música sobre isso".

Rayssa Dias é a criadora do brega funk empoderado. Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

Nos versos da música em questão, batizada de 'Fica na Tua' e gravada em parceria com a rapper Lady Laay, Rayssa é direta: "Quando eu chegar no baile, sentando e quicando, tu fica na tua! Se tu não respeitar, a idéia é uma só, tarado aqui no baile, nós passa o cerol". A cantora, na correria para fazer sua carreira acontecer desde os 12 anos, tendo passado pelo coral de uma igreja evangélica, bandas de brega romântico e batalhas de poesia, explica sua composição: "Quando a gente é mulher, a gente tem essa dificuldade de ser respeitada nos ambientes que a gente frequenta. O brega é um meio muito machista, até porque é dominado por homens, tem esse lado pejorativo que explora a sexualidade. As meninas querem rebolar a bunda, mas elas querem ser respeitadas".

A parceira de Rayssa em 'Fica na Tua', Lady Laay, sabe bem o que é abrir espaço para fazer seu ‘trampo’. MC, Bgirl e grafiteira, ela vem desde 2012 lutando para ser ouvida e respeitada no meio do hip hop. A estrada, de lá até cá, ensinou a Laay que o lugar que hoje ocupa é dela e não é necessário pedir licença para mostrar a que veio. "(Já passei por) tentativas de boicote, silenciamento, falta de valorização. Mas coloquei em mente que nós mulheres somos capazes de coisas grandiosas, e se a cena rap não enxerga isso, pra mim ela não é digna do nosso trabalho. Cansei, não precisamos tentar nos encaixar, nos diminuir pra caber num mundinho tão limitado e imaturo, cheio de homens que tentam nos diminuir porque sua masculinidade e ego podem ser frágeis demais diante da nossa capacidade", dispara a artista.

Agora, ela se aventura no meio do trap, indo na contramão da pegada comercial do estilo - que prioriza letras que falam sobre diversão, mulheres (em um sentido quase sempre pejorativo) e ostentação -; e criou o Afrontrap, o "trap de afronta". "Essa minha proposta se refere em mesclar a característica dançante e ousada do TRAP com o viés social na afronta de tocar em feridas da sociedade, tabus e temas polêmicos, que seriam trazidos nas letras de forma afrontosa e descontraída utilizando como principais artifícios o deboche e o sarcasmo", explica Laay. 

Consciente de seu papel social enquanto cantora e compositora, ela quer, através de sua música, politizar o estilo e "ser a mudança" que ela mesma quer ver. "Eu acredito que o artista, independente do gênero musical, tem uma responsabilidade sobre o impacto e consequências que sua música causará... Sobretudo quando o público alvo de sua música é uma parcela da população estigmatizada, vulnerável e que está à margem dos privilégios e até dos direitos básicos". 

Consciência do poder que suas vozes podem ter também é algo que não falta para as minas do Femigang. O grupo de rap formado pelas MCs Adelaide, Adelita, Maria Helena e a DJ Larissa é ‘cria’ do Recital Boca no Trombone, realizado no Alto do Pereirinha, no bairro de Água Fria, há cinco anos e que vem revelando talentos na cena hip hop pernambucana, sobretudo os femininos. O Femigang foi formado pela necessidade de ocupar esse espaço e veio com tamanha força e disposição de se firmar em uma cena tão masculina que já é tido como referência por outras MCs e rappers que vêm aparecendo no Recife, como comenta Adelaide. "É difícil porque a gente ainda é invisibilizada dentro do movimento, mas a gente conseguiu esse espaço batalhando pra caramba, e os frutos estão chegando".

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Dentre os frutos estão participações em eventos importantes, como o show do rapper Baco Exu do Blues, em maio deste ano, no Baile Perfumado, e o Baile de Favela, que contou com apresentações de lendas do rap nacional como o DJ KL Jay, do grupo Racionais MCs. Mas para as meninas do Femigang, realização mesmo é ver a satisfação do seu público feminino durante os shows sem contar na rede de apoio e acolhimento que elas compartilham com outras artistas. "A gente vem de movimentos sociais, que nós organizamos, e vamos abrindo espaço para outras mulheres que veem que não é só meninas em cima do palco botando som e que não fazem nada além disso A gente tá construindo de verdade com mulheres da periferia, então muitas meninas se sentem acolhidas de chegar", diz Adelaide. 

A poeta e rapper faz questão de frisar que além do acolhimento ao público feminino e às artistas mulheres, o esforço do grupo é ensinar aos homens a importância deles nesse movimento de empoderamento feminino. Elas não se incomodam em ensinar sobre questões importantes para que a igualdade de gênero seja alcançada. "Temos outra ideia de feminismo, estamos lidando com os homens da favela, então não temos aquele feminismo de excluir. A gente quer trabalhar com eles e desconstruir aquilo pra poder ensinar a eles e construir juntos. A gente recebe muitas críticas por causa disso, porque a gente escuta eles e quer dialogar. Mas vale à pena, porque a gente vê a semente crescendo, o que a gente tá fazendo tá andando".

Rede de apoio

As dificuldades enfrentadas por essas e outras artistas mulheres que escolhem segmentos considerados machistas para se expressar não são meras histórias de panfleto. As barreiras são reais e vão desde dificuldade em conseguir produzir trabalhos até perseguição e ameaças. Adelaide, do Femigang, lista algumas: "Primeiro que as vezes nem tem 'line' (programação) só de mulher ou com uma mulher, sempre é só homem. Na line que botava a gente, atrasava o som, cortava o som, o tempo era sempre menor, o tratamento não era o mesmo. Às vezes não chamavam a gente porque eles estavam comentando por aí afora que a gente tava querendo mudar o hip hop só para mulheres".

Outra artista, essa da cena trap, Margot - uma joem de apenas 19 anos, moradora de Caetés I, em Abreu e Lima, lista outros empecilhos como a falta de estrutura e dinheiro para botar o trabalho na rua. "Eles lançam som uma vez por semana, a gente passa seis meses para lançar um som. Temos poucas produtoras e beatmakers. Mas hoje em dia ter mulher na line gera um hype, é bom mostrar que tem mulher preta, periférica, mas ainda assim é pouco, a gente precisa mais que uma apresentação".

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Para burlar as limitações e barreiras, as meninas acabam criando uma rede de apoio. A própria Margot só aconteceu após as meninas do Femigang impulsionarem o seu 'corre'. Ela começou a se apresentar em shows do grupo, há cerca de um ano, e acabou engrenando na carreira. "Até hoje eu digo que minhas influências não vieram de fora, vieram daqui mesmo, elas (Femigang) foram as primeiras mulheres do rap que eu comecei a ouvir", diz Margot. 

Público feminino

Não é fazer 'música de mulher' mas sim, fazer música sobre e para mulheres. As artistas ouvidas por essa reportagem foram unânimes ao falar sobre a importância de serem reconhecidas pelo público feminino durante os shows. Falar diretamente para quem entende daqueles temas, por viverem o mesmo, é o que faz diferença no trabalho dessas minas. "Quando eu vou fazer show, algumas meninas nem conseguem curtir porque acho que elas ficam com aquele olhar assim impresisonado, elas me procuram e falam surpreendidas, me elogiam. As mulheres têm essa necessidade no meio do brega de dizer: 'poxa, era isso que eu queria ouvir e dizer quando eu escuto brega", diz Rayssa Dias.

Margot também tem essa resposta do seu público, a identificação com o que se diz no palco é imediata e as meninas acabam fazendo do show um momento só seu. "Só a gente fala aquilo que elas se identificam, se não for a gente, ninguém mais vai dizer, por isso nossa voz ecoa muito. Quando eu tô tocando e vejo aquele bate cabeça das meninas, muitas vezes os meninos vêm e elas não conseguem curtir, aí a gente pede pra eles saírem e deixarem elas à vontade também. Aquele é o momento delas". 

Já Lady Laay, se surpreendeu com o poder de alcance de suas rimas. Ela revela que o feedback de seu trabalho vem de inúmeras formas, mas, sobretudo, de pessoas que não são da cena rap. “Descobri isso quando me dei conta que a maioria dos convites de shows partiam de eventos/públicos que mal curtiam rap, e que curtiam meu trabalho simplesmente por se identificar com a mensagem e pela representatividade. Foi aí que decidi que se essa cena ignora as mulheres, eu ignorarei esta cena”. A cantora sintetiza bem o que ela e as outras artistas presentes nesta matéria - entre tantas outras que não puderam estar nesse espaço -, representam em suas cenas musicais e até mesmo fora delas: “O simples fato de fazermos o que fazemos já é um ato de resistência”.

De acordo com as informações que vem sendo divulgadas, o atual presidente interino da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), Cleiton Collins (PP), demitiu na última sexta-feira (20) a então superintendente de Comunicação Social da Casa, a jornalista Margot Queiroz Dourado, que estava em licença-maternidade. A postura do pastor não agradou o Sindicato dos Servidores no Poder Legislativo do Estado de Pernambuco (Sindilegis-PE), que divulgou uma nota de repúdio nesta segunda-feira (23).

O sindicato definiu como “machismo institucional” a atitude. “O desrespeito ao direito de uma mulher em licença-maternidade constitui exemplo de machismo institucional e é digno de repúdio. O cargo de Superintendente de Comunicação Social não estava vago, mas ocupado por um servidor concursado do quadro de jornalistas da Casa, que foi dispensado da função no mesmo dia em que a servidora comissionada foi exonerada”, explica uma parte da nota. 

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Foi nomeado Mardoqueu Julio da Silva para ocupar o cargo de Margot. Ele é ligado ao segmento evangélico. Um dos questionamentos que mais se tem feito na Alepe é sobre quem será o novo presidente da Casa. O próprio Collins estaria bem cotado para presidir o órgão. O deputado estadual Edilson Silva (PSOL) chegou a lamentar. “Tudo pode piorar, Cleiton Collins bem cotado para presidir a Alepe. Não sem a nossa mais dura resistência”, disparou.

Na vida pública desde 2002, Cleiton cumpre hoje o quarto mandato consecutivo de deputado estadual e na última eleição recebeu 216.874 votos, cinco vezes mais do que na primeira. Além dos mandatos proporcionais, Cleiton Collins também já disputou a prefeitura de Jaboatão dos Guararapes. Em 2016, inclusive, entrou na corrida municipal depois de ter o nome citado como o preferido pela população em pesquisas de intenções de votos. O progressista, entretanto, não passou para o segundo turno. 

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