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A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, defendeu que o Brasil deve considerar a imposição de um limite à produção de petróleo, uma posição que a coloca em divergência com setores do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em entrevista ao Financial Times, publicada nesta terça-feira, 26, Marina argumentou que o País será incapaz de alcançar objetivos como o de triplicar a energia renovável sem limitar a exploração da commodity. "É um debate que não é fácil, mas que os países produtores de petróleo terão de enfrentar", disse.

Ela acrescentou ainda que o foco na transição para uma economia verde precisa ser mantido. "A segurança energética é necessária, mas também devemos pensar na transição. Ambas as coisas devem acontecer", ressaltou.

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A reportagem do FT enfatiza que os planos de Marina enfrentam obstáculos no governo Lula, em uma oposição liderada pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e a Petrobras.

Segundo o diário britânico, a insistência brasileira nos combustíveis fósseis gerou "ceticismo" internacionalmente, diante do apelo de Lula para que países ricos banquem a maior parte do combate às mudanças climáticas.

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, cancelou na segunda-feira, 18, sua participação na audiência convocada pela Comissão de Fiscalização Financeira da Câmara dos Deputados, marcada para esta terça-feira, 19. Sua presença havia sido convocada em 24 de novembro, depois da ministra cancelar sua participação na reunião anterior, dia 22, na qual havia sido convidada a comparecer.

O motivo da falta, desta vez, seria sua participação na 42ª reunião ordinária do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), que terá a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice Geraldo Alckmin e ocorre em Brasília. Todos têm o evento em suas agendas oficiais.

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Não há nova data para a audiência. A ministra foi convidada, e depois convocada, para falar sobre os gastos do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) com recursos do Fundo Amazônia em 2022, além de projetos realizados por ONGs que teriam utilizado recursos do Fundo.

Os requerimentos foram feitos pelos deputados Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Evair Vieira de Melo (PP-ES), Junio Amaral (PL-MG) e Kim Kataguiri (União-SP), que pedem ainda para a ministra esclarecer as ações do ministério para o enfrentar as queimadas na Amazônia e sobre o que o governo tem feito para proteger a pesca artesanal.

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, defendeu que os países avancem nas decisões a respeito do fim do uso de combustíveis fósseis para que o Brasil não sofra com uma "pororoca de pressão" em 2025, quando o país vai sediar a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30). A declaração foi dada durante uma coletiva de imprensa, nesta segunda-feira,11, na COP28, em Dubai.

Minutos antes da fala da ministra, a presidência da COP28 divulgou o rascunho do texto do balanço global sobre o Acordo de Paris. A redação decepcionou especialistas por não incluir a perspectiva de eliminação do uso de combustíveis fósseis. O texto inclui a perspectiva de transição energética com o aumento das fontes renováveis e a redução da produção e do consumo de fósseis "de forma justa" para chegar à taxa zero de emissões até 2050.

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A redação ainda é um rascunho e pode ser alterada até a plenária final da COP28, que está prevista para terça-feira,12.

"Desde o começo, todo trabalho que o Brasil vem fazendo é no sentido de que a gente possa assimilar esse tema inadiável em relação ao combustível fóssil no percurso das três COPs: a COP28, a COP29 e a COP30. Nós não queremos uma pororoca de pressão na COP30 de algo que não foi sendo assimilado ao longo do processo", disse a ministra.

Marina afirmou que ainda não tinha conseguido avaliar o texto proposto pela presidência da COP28, mas disse que a marca de sucesso dessa conferência seria estabelecida a partir do modo como a questão dos fósseis fosse tratada. Questionada se caso o tema não fosse tratado a COP seria considerada um fracasso, Marina disse que o resultado poderia ser avaliado em uma escala.

"Eu falei da métrica de sucesso. Você pode fazer uma escala de sucesso, não é? Você pode receber bronze, você pode receber prata, você pode receber ouro", afirmou.

O Brasil tem defendido que o texto contenha a questão dos combustíveis fósseis, mas que o movimento rumo ao fim desses recursos seja liderado pelos países desenvolvidos. O país também defende que haja uma instância para discutir sobre o tema no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas para Mudança do Clima (UNFCCC).

Durante o anúncio da confirmação do Brasil como sede da COP-30, após a coletiva, Marina aproveitou para pedir avanços no acordo entre os países em relação a combustíveis fósseis. A ministra afirmou que é preciso sair da COP-28 com o que "todos esperam":

"Uma matriz caracterizada pelo acentuado aumento das fontes renováveis de energia e a simultânea redução da dependência dos combustíveis fósseis", disse.

*A repórter Paula Ferreira viajou a Dubai a convite do Instituto Clima e Sociedade

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se emocionou neste sábado, 2, durante evento da Cúpula do Clima da ONU, COP-28, ao ceder seu espaço na plenária de países florestais para que a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, discursasse em seu lugar. Lula faria o discurso final do painel sobre florestas, mas decidiu quebrar o protocolo e passar a palavra para Marina, chorando ao apresentá-la.

"Precisamos muita, muita coisa. Vinte e oito edições da COP para que pela primeira vez as florestas viessem falar por si só. E eu não poderia utilizar a palavra sobre as florestas, se eu tenho no meu governo uma pessoa da floresta. A Marina nasceu na floresta, se alfabetizou aos 16 anos", afirmou Lula emocionado.

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Antes de passar a palavra, o presidente aproveitou para cobrar mais uma vez que os países ricos concedam financiamento aos países florestais. "É a primeira vez que estamos dizendo: não basta evitar desmatamento, é preciso cuidar das florestas, das pessoas que moram na floresta. Isso custa muito dinheiro e os países ricos têm que ajudar a pagar", disse Lula.

Ao assumir a palavra, Marina falou a respeito das ações do governo na área e afirmou que é preciso que todos os setores assumam suas responsabilidades nesse processo. "Compromisso com floresta não é só de governo, é de empresa, sociedade e da ciência. E nós contamos com toda sociedade", disse.

Na última sexta-feira, o governo brasileiro lançou uma proposta para ampliar o financiamento destinado à conservação de florestas. O mecanismo sugere a criação de um fundo para captar investimentos que serão revertidos em uma remuneração por hectare preservado. A ideia do Brasil é que pessoas que conservem a floresta sejam pagas por esse serviço prestado.

O projeto, ainda preliminar, pretende captar inicialmente US$ 250 bilhões (cerca de R$ 1,23 trilhão) para até 80 nações florestais. A manutenção e recuperação de florestas é a grande aposta do Brasil na COP-28. O país levou à conferência números relativos à queda do desmatamento na Amazônia. Dados do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mostram que houve uma redução de 22% no desmatamento da Amazônia em um ano. A análise inclui o período de agosto de 2022 a julho de 2023.

Discursos

Esse foi o terceiro discurso feito pelo presidente neste sábado, 2, na COP-28. Antes, Lula falou durante uma reunião do G77+China, que reúne países em desenvolvimento. Na ocasião, o presidente apelou aos países em guerra para que abram negociação pela paz e defendeu a mudança no Conselho de Segurança da ONU.

Lula também participou de um encontro com a sociedade civil, quando ouviu as demandas de representantes de organizações do terceiro setor. O presidente confirmou que o Brasil vai participar da Opep+, criada pela Organização dos Países Produtores de Petróleo, mas afirmou que o país tentará convencer outras nações a reduzirem a aposta nos combustíveis fósseis.

*A jornalista viaja a convite do Instituto Clima e Sociedade

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, foi ovacionada nesta segunda-feira (5) ao chegar ao salão nobre do Palácio do Planalto para o evento do Dia Mundial do Meio Ambiente. O endosso da militância ambiental a Marina vem em um momento de enfraquecimento da ministra no governo, contrariada pela ala desenvolvimentista da Esplanada e pelo Centrão, que desidratou a pasta do Meio Ambiente na tramitação da Medida Provisória da reorganização dos ministérios, agora convertida em lei.

Marina entrou no salão nobre junto ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a ministros como Fernando Haddad (Fazenda) e Márcio França (Portos e Aeroportos), mas as palmas acaloradas aconteceram apenas com o anúncio da ministra do Meio Ambiente.

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O evento para marcar o Dia Mundial do Meio Ambiente ocorre dias após o Congresso Nacional ter aprovado a Medida Provisória (MP) da reestruturação da Esplanada, que concretizou um esvaziamento das pastas do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas, comandadas, respectivamente, por Marina e Sônia Guajajara.

Um dos principais descontentamentos do governo foi a retirada da Agência Nacional de Águas (ANA) e da Política Nacional de Recursos Hídricos da alçada do Ministério do Meio Ambiente. No texto aprovado, essas atribuições foram transferidas para o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional.

Além disso, o Cadastro Ambiental Rural (CAR) foi deslocado da pasta comandada por Marina para o Ministério da Gestão. Já a demarcação de terras indígenas foi transferida da pasta de Guajajara para o Ministério da Justiça.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, garantiu que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vetará trecho da MP da Mata Atlântica, aprovada pela Câmara nesta semana, que dificulta a proteção do bioma.

Em vídeo nas redes sociais, Marina destacou a importância da Mata Atlântica e sua diversidade . "É isso que nós precisamos" disse, sobre a intenção do presidente de vetar a emenda no texto da medida que permite a instalação de linhas de transmissão de energia, gasodutos e sistema de abastecimento público de água na Mata sem estudo prévio de impacto ambiental ou compensações.

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"A proteção e restauração da Mata Atlântica é fundamental não apenas para a sobrevivência das espécies que nela habitam, mas também para a qualidade de vida das comunidades humanas que dependem dos recursos e serviços que ela oferece na preservação da biodiversidade", completou.

A permissão havia sido incluída no texto pela Câmara, durante a primeira análise da MP, mas esse trecho havia sido retirado da medida pelos senadores, com o argumento de que as mudanças poderiam trazer riscos ao bioma e fugiam da temática do texto original, o que é chamado no Congresso de "jabuti".

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu nesta sexta-feira, 26, com as ministras Marina Silva, do Meio Ambiente, e Sônia Guajajara, dos Povos Indígenas, e disse que o governo vai trabalhar para reverter o esvaziamento de suas pastas promovido pelas mudanças feitas pela Câmara no texto da Medida Provisória (MP) de reestruturação da Esplanada dos Ministérios. O texto removeu competências importantes das duas titulares do primeiro escalão do governo e teve voto de quatro parlamentares do PT, sem que o governo atuasse para proteger as pastas de Marina e Sônia Guajajara.

O encontro entre Lula e as ministras ocorreu no Palácio do Planalto. Também participaram da reunião o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação Social (Secom).

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"Feita a avaliação, a gente precisa reafirmar a prerrogativa de quem ganhou a eleição e de quem ganhou a implementação de um projeto político. A prerrogativa é do governo de poder se organizar para melhor forma possível", disse Rui Costa. "Portanto, o governo continuará trabalhando para nos outros espaços administrativos que a MP tramitará para que os conceitos originais que foram mexidos e, em nossa opinião estão desalinhados com as políticas que precisam ser implementadas, que nós possamos retomar o conceito original", completou.

Marina e Guajajara não participaram da entrevista em que os ministros relataram o que foi tratado na reunião com Lula.

Lula também chamou para o encontro a ministra de Gestão e Inovação, Esther Dweck. Caso o relatório seja aprovado, a pasta de Esther Dweck será responsável pelo Cadastro Ambiental Rural (CAR), até então alocado no Ministério do Meio Ambiente.

O CAR é o registro público eletrônico obrigatório para todos os imóveis rurais e funciona como um dos principais instrumentos do governo contra a grilagem de terras e para o controle do desmatamento no País.

A desidratação das pastas de Marina e Guajajara gerou reação em grupos organizados da sociedade civil e dentro do próprio governo. Marina chegou a falar em "resistir" e reagiu ao ato do Congresso ao dizer que os parlamentares "estão transformando a MP da gestão do governo que ganhou na MP do governo que perdeu", numa alusão à estrutura da Esplanada durante a gestão Jair Bolsonaro (PL), que desmontou a área ambiental para privilegiar os interesses da bancada ruralista.

Além do CAR, a pasta de Marina perdeu a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) para o Ministério da Integração e a gestão de resíduos sólidos para o Ministério das Cidades. Já Guajajara não terá mais sob seu comando a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), devolvida ao Ministério da Justiça.

Apesar da ofensiva do Centrão contra a estrutura de Ministérios idealizada pelo núcleo duro do governo durante a transição, Lula tem minimizado as perdas de seus subordinados. Em publicação no Twitter na última quinta-feira, 25, o presidente escreveu "o jogo" apenas começou e que as pessoas "não podem se assustar com a política".

Nesta sexta-feira, o ministro Padilha afirmou ao Estadão/Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, que Marina desempenha o papel de "sustentar" a agenda ambiental da gestão Lula. Quando questionado sobre a possível saída da ministra do governo, Padilha disse que "em nenhum momento isso entrou em discussão".

Além de ter seu ministério desconfigurado pelo Centrão, Marina também entrou em confronto com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, em torno de um pedido da Petrobras para exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas.

Lula também chamou ao Planalto os líderes do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues, no Senado, Jacques Wagner, e na Câmara, José Guimarães. Eles serão os responsáveis por negociar eventuais modificações no relatório apresentado pelo deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL), que acabou aprovado por 15 votos a 3 na Comissão Mista que analisa a proposta de reestruturação do governo Lula.

A aparente vitória da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, na queda de braço entre o Ibama e a Petrobras para a exploração de petróleo na foz do Amazonas está longe de pacificar o conturbado cenário político em que a ministra se encontra hoje. A pressão sobre Marina - dentro e fora do governo - ficou escancarada numa série de disputas que ela e seus aliados acabam de perder no Congresso.

A mais recente, na noite desta quarta-feira, foi a aprovação da urgência do PL 490/2007, na Câmara, que trata da adoção de um marco temporal para a demarcação de terras indígenas no País. Os deputados correm para votar o texto principal na semana que vem, antes de o Supremo Tribunal Federal (STF) retomar o julgamento de uma ação sobre o tema, caro em especial às populações indígenas e a ambientalistas, que apontam a existência das reservas como essenciais para a preservação da fauna e da flora no País. A tese do marco temporal - que o STF pode e tende a derrubar - prevê que as demarcações só podem contemplar povos que já ocupavam as terras antes e até a promulgação da Constituição em vigor, em outubro de 1988.

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Nesta quinta-feira, 25, a ministra chegou a fazer um desabafo sobre a atuação dos parlamentares. "Não gostamos de ver o que está acontecendo no Congresso. Não é bom para ninguém, inclusive para o Congresso, agronegócio e sobretudo para os avanços que alcançamos ao longo de mais de quatro décadas", afirmou, durante a posse do novo presidente do Instituto Chico Mendes de Preservação da Biodiversidade (ICMbio), Mauro Pires.

Marco temporal

No que diz respeito aos interesses de Marina, há um recado da própria base do governo no processo. O líder do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Câmara, José Guimarães (PT-CE) liberou o voto de seus aliados, ou seja, não orientou para que votassem contra a urgência na tramitação do marco temporal, contrariando inclusive discursos do então candidato Lula no ano passado.

Ministério esvaziado

O segundo recado do Congresso que demonstra a pressão política a que Marina está submetida foi dado algumas horas antes da votação da urgência na Câmara, com a aprovação, pela Comissão Especial que analisa a Medida Provisória (MP) de estruturação do governo Lula, de uma versão alterada do texto original.

Como mostrou o Estadão, o Palácio do Planalto adotou a estratégia de "redução de danos", pois, se não acatasse o relatório do colegiado formado por 13 deputados e 13 senadores, o desenho da Esplanada dos Ministérios voltaria a ser como era no governo de Jair Bolsonaro já que a iniciativa perde a validade em 1º de junho.

Ocorre que o texto aprovado tira poderes de Marina, numa clara retaliação ao veto para a exploração de petróleo na foz do Amazonas. A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e a Política Nacional de Recursos Hídricos do Ministério do Meio Ambiente passam a ser de responsabilidade do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional, de Waldez Góes (PDT). Góes foi indicado à pasta pelo ex-presidente do Senado Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que ainda não desistiu de tentar reverter o veto do Ibama à atuação da Petrobras. O Amapá, Estado de origem de Alcolumbre e do líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues, seria um dos potenciais beneficiários dos royalties de petróleo de jazidas no foz do Amazonas. Também em reação ao problema com a Petrobras, Randolfe se desfiliou da Rede Solidariedade, partido fundado por Marina.

Cadastro Ambiental Rural (CAR)

O terceiro e um dos mais duros recados dos parlamentares reside no mesmo texto da MP, que ainda precisa passar pela Câmara e pelo Senado na redação definida pela comissão especial: o Cadastro Ambiental Rural (CAR) deixa de ser comandado por Marina e vai para o Ministério da Gestão, comandado por Esther Dweck. Como mostrou o Estadão, o instrumento vem sendo usado para grilagem de terras e a ministra do Meio Ambiente havia determinado uma "malha fina" para coibir roubo de terras e desmatamento.

No governo de Jair Bolsonaro, o gestor do CAR foi o Ministério da Agricultura, e ruralistas vinham pressionando o Palácio do Planalto para reeditar o organograma anterior. Na prática, a retirada do CAR do Meio Ambiente põe em xeque a investida de Marina contra grilagem e desmatamento.

O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, tem reunião nesta terça feira (23) com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, sobre a negativa de autorização para a Petrobras buscar petróleo próximo à foz do rio Amazonas. O encontro está marcado para 14h30 no Palácio do Planalto. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não deve participar. Ele chegou do Japão na madrugada desta terça e despacha do Palácio da Alvorada.

A conversa é parte de um movimento do Planalto para arbitrar a disputa da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e a Petrobras.

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Na conversa, como apurou o Estadão/Broadcast, o presidente do Ibama deve explicar os motivos da negativa. Uma das razões é que a base logística ficaria a mais de 40 horas de barco do poço, o que atrapalharia ações em caso de acidentes.

Ele também deve dizer que não há problemas com a Petrobras especificamente e que já emitiu mais de 20 licenças para a empresa neste ano. A Petrobras já afirmou que vai recorrer da decisão do Ibama.

Nesta segunda-feira, 22, Marina se recusou a comentar o imbróglio e se limitou a abraçar Rodrigo Agostinho.

O presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Rodrigo Agostinho, negou nesta quarta-feira (17) pedido da Petrobras para explorar petróleo na foz do Rio Amazonas. Como revelou o Estadão/Broadcast, a questão virou um cabo de guerra entre os ministros de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva.

Com a decisão, Agostinho segue a área técnica do Ibama e dá a vitória a Marina, que chegou a comparar o caso com a polêmica construção da Usina de Belo Monte. Em 2008, ela rompeu com o governo petista por causa da construção da hidrelétrica. Colegas partidários da ministra do Meio Ambiente defenderam a saída dela do governo caso o projeto fosse autorizado.

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"Não restam dúvidas de que foram oferecidas todas as oportunidades à Petrobras para sanar pontos críticos de seu projeto, mas que este ainda apresenta inconsistências preocupantes para a operação segura em nova fronteira exploratória de alta vulnerabilidade socioambiental", afirma Agostinho, no despacho em que nega a licença ambiental.

O Ibama entende ser necessário retomar ações que competem à área ambiental para assegurar a realização de Avaliação Ambiental de Área Sedimentar (AAAS). Na prática, trata-se de um conjunto de estudos que medirá os riscos da atividade petroleira ao ecossistema e definirá se a exploração ali tem viabilidade ambiental.

A equipe técnica do órgão aponta também haver "inconsistências identificadas sucessivamente" e "notória sensibilidade socioambiental da área de influência e da área sujeita ao risco", destacando a necessidade de "avaliações mais amplas e aprofundadas".

Para Suely Araújo, ex-presidente do Ibama e especialista-sênior em Políticas Públicas do Observatório do Clima, Agostinho agiu tecnicamente e de maneira correta. Ela pondera, contudo, que a decisão enseja um debate mais amplo sobre o papel do petróleo no futuro do País.

"O momento é de estabelecer um calendário para a eliminação dos combustíveis fósseis e acelerar a transição justa para os países exportadores de óleo, como o Brasil, e não de abrir uma nova fronteira de exploração", afirma Araújo. "Quem dorme hoje sonhando com a riqueza petroleira tende a acordar amanhã com um ativo encalhado, ou um desastre ecológico, ou ambos."

Procurados, o Ministério de Minas e Energia e a Petrobras não se manifestaram.

Mais cedo, também nesta quarta, Marina havia afirmado que o processo de exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas é "muito complexo" e que a última palavra caberia a Agostinho. "O Ministério do Meio Ambiente não dificulta nem facilita, ele cumpre o que está na lei", disse Marina, em entrevista concedida à GloboNews.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou nesta quarta-feira, 17, que o processo de exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas é "muito complexo" e que a última palavra caberá ao presidente do Ibama, o ambientalista Rodrigo Agostinho.

"O Ministério do Meio Ambiente não dificulta nem facilita, ele cumpre o que está na lei", disse Marina, em entrevista concedida à GloboNews. Ela afirmou que a exploração de novas jazidas não se muda "por decreto". "É um processo muito complexo", afirmou. Segundo ela, os empreendimentos "têm que mostrar viabilidade econômica, social e ambiental".

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Como revelou o Estadão, a exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas virou um cabo de guerra entre Marina e o ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia). A Petrobras defende o projeto, enquanto o Ibama, instituto vinculado à pasta de Marina, já emitiu um parecer técnico recomendando o indeferimento do pedido de licença ambiental feito pela estatal.

Na entrevista, Marina citou o parecer técnico do Ibama - a decisão de seguir o parecer está sob análise de Rodrigo Agostinho. O impasse que opõe duas áreas do governo, como mostrou o Estadão, deverá ser arbitrado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

À GloboNews, a ministra do Meio Ambiente defendeu a importância de se investir no processo de transição energética da Petrobras. "Tem que apostar em energia renovável: eólica, solar, de biomassa", disse, citando o esforço que a China tem, segundo ela, feito nessa direção.

A Petrobras busca licença para atividade de perfuração marítima no chamado Bloco 59, localizado a 179 quilômetros da costa do município de Oiapoque (AP). A estatal afirma todas as suas operações seguem "rigorosamente" as normas ambientais e de segurança. Os direitos exploratórios deste e de outros cinco blocos vizinhos foram adquiridos pela estatal em leilões da Agência Nacional de Petróleo (ANP), entre 2018 e 2020. O que está em discussão neste momento é a licença para perfuração, com o objetivo de averiguar o volume de petróleo disponível. A região é apontada como o "novo pré-sal".

Sem Vítor Pereira, demitido na terça-feira, o Flamengo acumulou mais um fracasso na temporada 2023: perdeu para o modesto Maringá-PR, da Série D do Brasileiro, por 2 a 0, no Estádio Willie Davids, em Maringá, pelo confronto de ida da terceira fase da Copa do Brasil.

Os times voltam a se enfrentar no dia 26 de abril, às 21h30, no Maracanã, no Rio. O Maringá jogará podendo perder por um gol de diferença, enquanto o Flamengo terá que vencer por três gols ou mais para avançar no tempo normal. Se vencer por dois gols, o time carioca levará o jogo para os pênaltis.

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O resultado negativo aumenta ainda mais a crise no Flamengo, que corre contra o tempo para definir seu novo treinador. Como de costume, o português Jorge Jesus é a primeira opção, mas ainda tem contrato com o Fenerbahçe, da Turquia. As conversas devem seguir nos próximos dias.

Em meio à indefinição, Mário Jorge, técnico do time sub-20, é quem comandará o profissional, seja na Copa do Brasil, Brasileirão ou Libertadores.

Em campo, Maringá e Flamengo fizeram um primeiro tempo bastante equilibrado. O time carioca chegou perto de abrir o placar aos 17 minutos, quando Thiago Maia, em posição irregular, finalizou em cima do goleiro. E também tentou aos 34, em chute de Gabriel no centro do gol.

Seguro defensivamente e esperando os contra-ataques, foi o Maringá que fez o primeiro gol da partida. Aos 37 minutos, Raphinha recebeu na esquerda e cruzou para Matheus Bianqui. O volante cabeceou torto e o experiente David Luiz mandou contra o próprio gol.

No segundo tempo, o Maringá surpreendeu o Flamengo com postura ofensiva e buscou o segundo gol. Aos cinco, Erick Varão recebeu na área, girou sobre a marcação e finalizou rente à trave. E aos 12, Matheus Bianqui cruzou da direita e encontrou Serginho, livre, para estufar as redes.

Com o prejuízo ainda maior no placar, o técnico interino do Flamengo, Mário Jorge, apostou em jovens do banco de reservas, caso de Wesley, Matheus Gonçalves e Matheus França. Este último quase descontou aos 32 minutos, em chute de fora da área que desviou na marcação e saiu pela linha de fundo.

Sem empolgar, o Flamengo pouco fez para amenizar o prejuízo no placar e deixou o campo com mais um revés dolorido, desta vez para um time da quarta divisão nacional.

Paralelamente ao encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o chanceler alemão Olaf Scholz, em Brasília, na próxima segunda-feira, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, e a ministra Federal da Cooperação Econômica e Desenvolvimento da Alemanha, Svenja Schulze, se reunirão para tratar de projetos de cooperação entre os dois países, como o Fundo Amazônia.

O Fundo foi suspenso durante o governo de Jair Bolsonaro e a expectativa é a de que os dois países assinem um acordo de retomada. O Fundo contará com um total de 35 milhões de euros. De acordo com o governo, a Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável teve início há seis décadas e envolve governos, iniciativa privada e sociedade civil. O apoio no setor de florestas ocorre desde a Rio-92.

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Há previsão de que as ministras concedam entrevista coletiva às 9h30, após o encontro.

Os futuros ministros da Fazenda, Fernando Haddad, do Meio Ambiente, Marina Silva, e da Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior, Geraldo Alckmin, que também é o vice-presidente eleito, irão representar o governo eleito no Fórum Econômico Mundial, que é realizado tradicionalmente todo ano em Davos, na Suíça, e reúne líderes políticos e empresariais de todo o mundo.

Além deles, também é esperada a presença do ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira. O evento vai acontecer do dia 16 a 20 de janeiro. A informação foi confirmada pela equipe econômica do futuro governo.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não irá participar porque no mesmo período irá se preparar para participar da reunião da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), na Argentina. No dia 14 de dezembro, o futuro chanceler afirmou que a prioridade de Lula será "restabelecer mecanismos de contato" com vizinhos da América Latina e "reconstruir pontes" com países como Estados Unidos e China, além da União Europeia e da África.

Tradicionalmente os ministros da área econômica, como é o caso de Haddad e Alckmin, e o chefe das Relações Exteriores, função que será exercida por Vieira, sempre participam do evento, que é uma vitrine mundial de relacionamento com empresários e governos estrangeiros, com oportunidades de facilitar acordos comerciais entre países. No caso brasileiro, o meio ambiente, área que será comandada por Marina Silva, é um tema de muito interesse internacional. Marina já chefiou a pasta no primeiro governo de Lula e é uma referência mundial na temática.

Quando assumiu a Presidência pela primeira vez, em 2003, Lula participou do evento na Suíça e focou seu discurso no combate à fome. Antes de ir para o país europeu, o petista esteve no Fórum Social Mundial, realizado em Porto Alegre, que é uma espécie de evento alternativo a Davos, mas que perdeu protagonismo nos anos recentes.

Não será a primeira vez que o presidente do Brasil estará ausente do Fórum de Davos. A última vez que um chefe de Estado brasileiro marcou presença foi em 2019, quando o presidente Jair Bolsonaro (PL) foi ao evento e levou consigo seus principais ministros na época, como Paulo Guedes (Economia) e Sergio Moro (Justiça). Em 2020, 2021 e 2022, Bolsonaro não participou e enviou representantes, como Guedes e o vice-presidente Hamilton Mourão.

O então presidente Michel Temer (MDB) não foi ao evento em 2017 porque queria cuidar da articulação para presidência da Câmara, mas participou em 2018. Em 2016, nos meses que antecederam seu impeachment, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) também se ausentou e enviou o então ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, no seu lugar.

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva vai indicar Marina Silva para comandar novamente o Ministério do Meio Ambiente. Marina recusou o convite feito por ele, nesta sexta-feira (23), para ocupar o cargo de Autoridade Nacional de Segurança Climática. Em reunião com o petista, a deputada eleita pela Rede disse que essa função, a ser criada pelo novo governo, precisa ser desempenhada por um técnico, e não por alguém de perfil político.

Diante do impasse, Lula chamou mais uma vez a senadora Simone Tebet (MDB-MS), com quem já havia conversado pela manhã, na tentativa de encontrar uma saída. O presidente eleito queria que as duas fizessem uma dobradinha, com Simone à frente do Ministério do Meio Ambiente. A proposta já havia sido apresentada à senadora em outras duas ocasiões pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann.

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Desta vez, Simone respondeu que só aceitaria a pasta se Marina concordasse em assumir a Autoridade Climática, o que não ocorreu.

Nas redes sociais, a deputada eleita negou que esse tenha sido o assunto da reunião com Lula. "Tive uma boa conversa com o @LulaOficial sobre os rumos da política socioambiental do país. Esclareço que no encontro não tratamos sobre convite para assumir a autoridade climática, que defendo ser um cargo técnico vinculado ao Ministério do Meio Ambiente", escreveu ela no Twitter.

Até agora não está definida a pasta que Simone assumirá. O Estadão apurou que, durante voo de Brasília para São Paulo, Lula disse a ela que não poderia dispensar sua colaboração no governo. Uma das ideias é a senadora fique com o Ministério das Cidades.

O problema é que a pasta já foi prometida pelo presidente eleito para a bancada do MDB na Câmara. Pelo Senado, o indicado do partido é Renan Filho, ex-governador de Alagoas, que será ministro dos Transportes.

O deputado José Priante (MDB-PA) tinha sido indicado para Cidades, mas o governador do Pará, Helder Barbalho, que é seu primo, vetou o nome. Os dois não se dão bem. "Me sinto lisonjeado por ter sido lembrado pela bancada, mas todo partido tem sua neura. Sempre tem muita confusão. Tem um colega nosso que diz que só acredita em Deus e no Diário Oficial", disse Priante.

Simone só foi convidada para o Meio Ambiente após o PT barrar o nome dela para comandar o Ministério do Desenvolvimento Social, entregue ao senador eleito Wellington Dias (PT), ex-governador do Piauí.

Nas redes sociais, entidades climáticas criticaram a possibilidade de Simone ser titular da pasta, sob o argumento de que ela é ligada ao agronegócio. Foi criada até a hashtag #TemQueSerMarina.

A deputada eleita foi ministra do Meio Ambiente no governo Lula, de 2003 a 2008, mas saiu após vários embates com o PT e com o agronegócio. Em seguida, desfiliou-se do partido e só se reaproximou de Lula nesta campanha, pelas mãos de Fernando Haddad, futuro ministro da Fazenda. (Colaboraram Weslley Galzo e Daniel Weterman)

Na madrugada deste sábado (22), a deputada federal eleita Marina Silva (Rede-SP) registrou um boletim de ocorrência após ter sofrido agressões verbais de bolsonaristas durante um jantar em um hotel na Savassi, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, em Minas Gerais. De acordo com Marina, as hostilidades aconteceram enquanto ela deixava o restaurante do estalebecimento, momento em que cerca de vinte pessoas, em outras duas mesas, passaram a ofendê-la e a gritar "mito" e "Bolsonaro".

Marina tornou o ocorrido público durante uma coletiva de imprensa ao lado do ex-presidente Lula (PT), que tem apoiado no segundo turno contra o presidente Jair Bolsonaro (PL). A deputada federal eleita também relatou ter sido chamada de "vagabunda" duas vezes. 

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"Algo que a gente não consegue compreender é a postura, a atitude de intimidar. E por que quando se trata de uma mulher é sempre nessa questão de natureza moral, sexual. Parece que o bolsonarismo não sabe lidar com as mulheres, não sabe lidar no ponto de vista político e ético. Não tem preparo para enfrentar aquelas que são a maioria da população brasileira", afirmou Marina. 

O ex-presidente Lula usou suas redes sociais para manifestar solidariedade pela aliada. "O ataque ontem a Marina Silva faz parte da escola do fascismo. A pessoa que xingou a companheira Marina não é uma pessoa séria. Mesmo com pensamento antagônico, uma pessoa séria jamais levantaria pra xingar alguém dessa forma", afirmou.

Em posicionamento oficial, a Polícia Civil de Minas Gerais informou que apura "a prática de injúria contra Marina Silva". De acordo com a corporação, ela foi "vítima de insultos motivados por questões políticas". 

O candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, chamou de "notícia velha" o apoio da ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva (Rede) ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), anunciado ontem.

"Notícia velha. Notícia velhíssima", disse Ciro ao ser questionado sobre o assunto na tarde desta terça-feira, 13, durante evento de campanha em Salvador (BA). Apesar da insistência de jornalistas na pergunta, o pedetista evitou dar outras declarações sobre o tema.

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Ciro flertou com uma aliança com Marina, mas o arranjo entre ambos não prosperou diante do assédio da campanha petista à ex-ministra. O apoio dela é visto como reforço à estratégia de Lula do voto útil para tentar vencer a eleição ainda em primeiro turno. Para isso, o petista deve iniciar uma ofensiva contra eleitores que declaram voto em Ciro, mas consideram mudar de opção.

Convidada por Fernando Haddad (PT) para ser sua vice na disputa pelo governo de São Paulo, a ex-ministra Marina Silva (Rede) se disse honrada com a sondagem, mas manteve a candidatura a deputada federal. "Me sinto honrada e tenho gratidão pelo gesto dele ter feito a sondagem, mas há uma agenda na UTI, que é a agenda socioambiental perdida", disse Marina ao Estadão nesta terça-feira (2).

"Esse é um processo que ele (Haddad) está liderando junto com os outros partidos. O perfil (do vice) será aquele compatível com o programa, mas todos nós, e ele também, gostaríamos que fosse uma mulher como vice", disse Marina.

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A ex-ministra citou como "vitórias" a escolha do ex-governador Márcio França (PSB) como candidato ao Senado na coligação, e do presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, como suplente.

"Mantive a decisão de sair candidata a deputada federal, mas estou inteiramente imbuída do esforço de ajudar o Fernando Haddad. Ele é de longe a melhor alternativa para São Paulo."

A federação que uniu Rede e PSOL aposta em dois puxadores de voto para a Câmara por São Paulo - Marina e Guilherme Boulos (PSOL) - para superar a chamada cláusula de barreira. A cláusula de barreira ou de desempenho (como também é chamada) restringe o funcionamento do partido que não alcança determinado porcentual de votos na eleição para a Câmara dos Deputados.

Candidata derrotada à Presidência da República em 2010, 2014 e 2018, Marina afirmou que vai agora trabalhar pela candidatura de Haddad e não reivindicou que a Rede escolha o nome do vice do petista, mas defendeu que seja uma mulher.

O candidato ao governo de São Paulo Fernando Haddad (PT) confirmou nesta terça-feira, 2, que a ex-ministra Marina Silva (Rede) não será vice na sua chapa. "O lugar dela em virtude do compromisso com a Amazônia é Brasília", disse, ao explicar a justificativa dada por Marina.

A ex-ministra já anunciou a sua candidatura como deputada federal em São Paulo e é vista pela sua legenda como importante puxadora de votos. Apesar de já ter confirmado que disputará à Câmara, líderes do PT insistiam no nome de Marina para fortalecer a chapa em São Paulo. Pesquisas mostraram que seu nome agregava na corrida estadual.

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Haddad afirmou que aguardará até o prazo final, dia 5 de agosto, para confirmar qual nome será indicado para o posto. Marianne Pinotti (PSB), ex-secretária da Pessoa com Deficiência na prefeitura de São Paulo, foi cotada para a vaga. O ex-prefeito de Campinas e ex-presidente da Frente Nacional de Prefeitos (FNP) Jonas Donizette (PSB) também foi citado, mas interlocutores da campanha dizem que a preferência é por uma mulher.

Um dia após declarar apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a cantora Anitta afirmou que a ex-senadora Marina Silva (Rede) é sua "presidente dos sonhos". Muito popular nas redes sociais, a artista é vista como alguém com potencial para atrair a atenção e o voto dos jovens aos candidatos e interações com ela são consideradas estratégicas.

Marina Silva compartilhou um vídeo em que a cantora carioca recita um poema da ex-senadora. Em resposta, Anitta escreveu: "Minha 'presidenta' dos sonhos". Embora tenha dito que vai votar no pré-candidato do PT, ela afirmou que "nunca foi petista" e que vai lutar para que haja renovação política nas próximas eleições. Marina deve concorrer a uma cadeira de deputada federal por São Paulo.

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Lula comemorou o apoio público recebido pela artista na última segunda-feira (11). Ela tem mais de 60 milhões de seguidores no Instagram e cerca de 17 milhões no Twitter. Segundo informações do jornal O Globo, Anitta telefonou para o petista para avisá-lo de antemão que declararia voto nele.

Para a campanha do PT, é uma forma de jogar um holofote positivo sobre a pré-candidatura de Lula. O marketing do presidente Jair Bolsonaro (PL) vinha respondendo de forma irônica às críticas feitas a ele pela cantora. Anitta apontou que a ação poderia se tratar de uma estratégia para dar engajamento ao chefe do Executivo e bloqueou o seu perfil.

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