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O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deve avaliar formação geral básica do aluno, com as disciplinas tradicionais, como Português e Matemática, diz o diretor de políticas e diretrizes da educação integral básica do Ministério da Educação (MEC), Alexsandro Santos. "Esse é o Enem justo, que foca no currículo comum para todo mundo", afirmou, no meet point realizado pelo Estadão, um dos eventos do projeto Reconstrução da Educação. O Enem se tornou a principal prova de acesso para universidades públicas e particulares do País.

Após intensa pressão de entidades ligadas a professores e estudantes pedindo revogação da lei que instituiu o novo ensino médio, o MEC abriu consulta pública sobre o tema, o que implica discutir também o futuro do Enem. A prova é uma das grandes indutoras dos currículos das redes públicas e particulares. A consulta deve ser encerrada em 6 de junho.

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No início do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ministério chegou a declarar que o Enem seria adaptado em 2024 ao novo ensino médio, mas depois voltou atrás e abriu discussão pública. Neste ano, a prova ainda vai manter o mesmo formato, com 180 questões de múltipla escolha e redação.

Segundo Santos, mudar ou não a prova em 2024 "vai depender muito da tamanho da transformação que vamos fazer". "Se o resultado da consulta pública indicar uma transformação possível de ser feita para interferir no exame de 2024, será feito", afirma.

"Temos de ter cuidado com as gerações. Os jovens que vão fazer o Enem em 2024 já estão estudando. Fazer uma transformação muito grande é injusto com esses jovens", completa Santos. Segundo o Estadão apurou, uma das possibilidades discutidas no MEC é fazer um Enem de transição, que vá mudando aos poucos para se adaptar a novo modelo.

A ideia de modificar o exame em 2024 considera o fato de que este seria o último ano da implementação do novo ensino médio. Em 2022, as escolas tiveram de mexer no currículo do 1º ano; em 2023 foi a vez do 2º ano e, no próximo, seria a do 3º ano.

Santos diz ainda ser preciso ter cuidado com um "Enem que olhe para os itinerários como campo de avaliação". Os chamados itinerários formativos são uma das grandes polêmicas do novo modelo.

Muitos Estados criaram currículos com grande quantidade de opções que, no entanto, não chegaram às escolas. Professores reclamam que não foram formados para trabalhar nas novas trilhas do ensino médio. Os jovens, por sua vez, falam que não tiveram opções de escolha, como era previsto, e ainda há críticas sobre a qualidade dos itinerários.

Entre as contribuições recebidas pelo MEC na consulta pública está a do Todos pela Educação, que pede aumento do tempo destinado à formação geral básica e maior direcionamento dos itinerários. Grupos que defendem a revogação do modelo querem o fim dos itinerários e apenas disciplinas eletivas no 3º ano.

A nota técnica do Todos pela Educação entregue ao MEC ainda sugere que até 2027 haja um "Enem de transição". A primeira etapa seria adequar a prova em 2024 à Base Nacional Comum Curricular (BNCC), o que mudaria a matriz do exame, sem interferir na forma.

Até 2026 o Enem seguiria o formato atual, com provas iguais para todos os estudantes e redação. Em 2027, após as mudanças ao novo ensino médio terem sido implementadas, a prova poderia ter formato que contemplasse os itinerários, defende o Todos pela Educação.

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Reconstrução da Educação é uma realização do Estadão, em parceria com a Fundação Itaú, Fundação Lemann, Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, Fundação Vivo Telefônica, Instituto Natura e Instituto Península. E tem o apoio do Consed, da Undime e do Todos Pela Educação.

O ensino médio precisa de mais do que reforma curricular. Para tornar a etapa mais atrativa para os jovens e melhorar qualidade, é necessário apoio à infraestrutura física e pedagógica das escolas, além do investimento na formação de professores. "Imaginamos que apenas alterar o currículo, como uma varinha de condão, daria conta de todos os problemas do ensino médio. Mas isso não é verdade." A afirmação é de Heleno Araújo, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) que participou do quarto meetpoint da série "Reconstrução da Educação", promovida pelo Estadão.

O evento debateu o amplo quadro de desafios que atinge o ensino médio, desde o novo currículo até a formação de professores e o combate à evasão escolar. Aprovada no governo Michel Temer, a Lei nº 13.415/2017, conhecida como Lei do Novo Ensino Médio, instituiu uma reforma curricular que ampliou a carga horária e levou à flexibilização da grade com os chamados itinerários formativos, que permitem ao estudante se aprofundar em disciplinas que façam sentido à trajetória.

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Diante de críticas de educadores, estudantes e demais profissionais da área, o governo Lula suspendeu por 60 dias o calendário de implementação do novo ensino médio, que até agora foi introduzido somente para estudantes do 1º ano. No mês passado, o Ministério da Educação (MEC) iniciou uma consulta pública com o objetivo de ouvir a sociedade civil e a comunidade escolar a respeito do tema. Até o momento, 3 mil pessoas já colaboraram.

DISCUSSÃO NECESSÁRIA

"Essa é uma lei que não foi discutida com segmentos da comunidade escolar. Precisamos discutir mais, uma oportunidade de participar e verificar o que deve ser alterado", afirma Alexsandro Santos, diretor de Políticas e Diretrizes da Educação Integral Básica do Ministério da Educação (SEB/MEC). Ele chama atenção para a necessidade de ouvir especialistas e, principalmente, a comunidade escolar, que ficou à margem da discussão em 2017.

De acordo com Santos, a principal fragilidade do novo ensino médio decorre de uma aposta exclusiva na via da reforma curricular, quando essas modificações exigem um esforço articulado de apoio à infraestrutura física e pedagógica das escolas, além da formação de professores. "A reforma não pode deixar de discutir uma política social em perspectiva intersetorial, como uma política de permanência estudantil, com bolsa para jovens, por exemplo. Isso está sendo discutido pelo MEC."

Heleno Araújo, que também defende a revogação da Lei do Novo Ensino Médio, corrobora a crítica de Santos. Para ele, é preciso solucionar desafios que persistem na educação desde antes da reforma, como a má formação de professores. "Um em cada quatro professores de Matemática e Português não possui licenciatura na área, e três em cada quatro professores de Física dão aula sem serem licenciados na disciplina. Há problemas sérios que devem ser corrigidos", diz o presidente da CNTE.

Além disso, a oferta dos itinerários precisa ser mais responsável para evitar a desigualdade que atinge, principalmente, escolas públicas em regiões menos desenvolvidas do País.

Se em escolas privadas ou de redes públicas mais estruturadas o estudante consegue ter acesso a um cardápio que atende aos seus interesses, nos contextos mais escassos, as oportunidades também rareiam.

SEM ATROPELOS

Secretária de Educação do Rio Grande do Sul, Raquel Teixeira acredita que, antes de se propor uma nova reforma, é preciso esperar o fim do ciclo atual, o que possibilitará uma avaliação mais concreta dos resultados. "Não está na hora de revogar. Só é possível analisar os resultados da reforma depois de pelo menos três anos completos. É um ciclo. Nos segundos anos do ensino médio, temos somente três meses de vivência dos itinerários", disse ela.

É nesses itinerários formativos, defende a secretária, que está um dos principais avanços propostos pela lei. Dentro desse modelo, o estudante pode compor seu próprio currículo a partir de disciplinas e projetos que contemplem seus objetivos, para além das disciplinas obrigatórias. Assim, lembra Raquel, é possível equilibrar uma formação voltada ao ensino superior com a educação profissional, preparando os alunos para os desafios do atual mercado de trabalho.

"A grande motivação desse projeto foi romper o ciclo de desigualdade, ajudando o aluno de nível socioeconômico mais baixo a fazer escolhas adequadas. Por isso o foco no protagonismo, nos itinerários e na sua capacidade de escolha", diz.

ESCOLA MAIS ATRATIVA

Considerando a alta taxa de evasão escolar que atinge o ensino médio desde antes da pandemia de covid-19, Raquel pontua que a principal preocupação da reforma do ensino médio é transformar a escola em um espaço mais atrativo aos alunos. "O ensino médio no Brasil nunca teve identidade própria, ele era uma ponte de preparação para a universidade. Só que apenas 20% desses jovens vão à universidade, enquanto 80% ou não terminam ou não estão preparados para a carreira que escolherem", afirma.

Uma pesquisa do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV) aponta que a falta de motivação dos estudantes é responsável por quase metade dos casos de evasão escolar no Brasil, o que hoje afeta mais de 2 milhões de crianças e adolescentes no País. "O ensino médio anterior não nos atende. As 15 disciplinas obrigatórias em quatro horas provocaram baixíssima aprendizagem e altíssimo abandono", diz Raquel.

Mesmo tendo esses desafios pela frente, ao olhar no retrovisor, o País se depara com um cenário que, até poucas décadas atrás, era muito mais preocupante. "A foto é ruim, mas o filme nem tanto. O Brasil entrou com cem anos de atraso em relação ao resto do mundo. Quando eu fiz o ensino médio, cerca de 10% da população tinha acesso, era restrito a uma elite. Nos últimos 40 anos, nós universalizamos o acesso à educação no País", afirma a secretária de Educação do Rio Grande do Sul.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Depois de proibir seus funcionários de usar o aplicativo de videochamadas Zoom, o Google resolveu fazer algumas modificações no Meet para dar um acesso mais seguro a uma maior quantidade de pessoas. A gigante da internet planeja adicionar uma galeria semelhante a da concorrente para que os usuários iniciem chamadas e participem de reuniões diretamente do Gmail.

As adições ocorrem em meio a um enorme crescimento do Meet, desde janeiro, pois famílias, estudantes e trabalhadores usam o serviço em casa devido à pandemia da Covid-19. De acordo com a  Reuters , a galeria permitirá que os usuários exibam até 16 participantes da reunião em um quadro, assim como é feito no Zoom - porém, a ferramenta de videochamadas , permite ver as miniaturas de até 49 pessoas em uma tela.

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O recurso começou a ser lançado para os clientes do G Suite na Web e deve chegar nos dispositivos móveis posteriormente. Outra melhoria que vem sendo trabalhada pela empresa é o aumento da qualidade do vídeo em locais com iluminação fraca e muito ruído de fundo, entre outras adversidades. 

Na última quinta-feira  (16), o Google estendeu o acesso gratuito a alguns recursos avançados do Meet até 30 de setembro - anteriormente, esse acesso gratuito estava programado para terminar em 1º de julho. As novidades devem chegar para todos os usuários até o fim deste mês.

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