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O Twitter anunciou que não aceitará "anúncios enganosos" na rede social sobre mudanças climáticas. Segundo divulgou a empresa, serão considerados conteúdo impróprio os "que contrariem o consenso científico sobre as mudanças climáticas".

A rede não informou quanto isso sacrificaria em receita para o Twitter.

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Em publicação em seu blog, a empresa frisou que "o negacionismo climático não deve ser monetizado no Twitter e anúncios deturpados não devem prejudicar conversas importantes sobre crise climática".

A rede social ainda informou que anunciará nos próximos meses iniciativas para adicionar "contexto confiável" às conversas sobre clima que acontecem no Twitter.

O levantamento 'A Conta do Desmonte - Balanço Geral do Orçamento da União', divulgado pelo Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) nesta segunda-feira (11) apontou a queda no investimento de políticas públicas ao longo dos três anos de gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL). Ações nas áreas de Educação, Saúde, Meio Ambiente e Habitação sofreram cortes essenciais.

Com a análise dos dados de fevereiro deste ano, a pesquisa identificou o ‘desfinanciamento’ de 7,27% nas políticas públicas desde o início do mandato de Bolsonaro. De 2019 a 2020, a diminuição foi de 5,95%.

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Meio Ambiente

Com informações do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), o relatório aponta que 10.362km² de floresta foram destruídos em 2021, correspondente à metade do estado de Sergipe. No ano anterior foram destruídos 8.096km², maior registro desde 2012.

Minha Casa Minha Vida

O programa Minha Casa Minha Vida foi congelado com a entrada do atual presidente. Em 2019, mesmo com R$ 9,28 bilhões liberados, nada foi pago. Porém, em seguida, R$ 17,56 bilhões foram repassados. Nos anos seguintes, apenas em 2020, R$ 260 milhões foram executados.   

Nos gastos com Habitação houve a queda de 65,96% entre 2019 e 2021. No primeiro ano de governo Bolsonaro foram autorizados R$ 34,42 bilhões e executados R$ 73,72 bilhões. Em 2020 foram liberados R$ 93,45 bilhões e executados R$ 58,21 bilhões. Em 2021 foram autorizados R$ 105,53 bilhões e executados apenas R$ 25,09 bilhões.

Pandemia

Mesmo com a disparada de 117% no índice de mortes causadas pela Covid-19, entre 2020 e 2021, o governo cortou os recursos para o enfrentamento em 78,8%. Foram usados 82% do montante autorizado para 2021, com a sobra de R$ 27,3 bilhões.

Em 2022, o orçamento autorizado para a pandemia, incluindo o Auxílio Emergencial, foi de R$ 11,8 bilhões, menos de 10% do gasto em 2021.

Nesta quinta-feira (24), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, reuniu-se com os ex-ministros do Meio Ambiente Carlos Minc, Izabella Teixeira, Sarney Filho e José Carlos Carvalho. Eles integram um fórum que busca influir em debates no Congresso Nacional sobre temas sensíveis como mineração em terras indígenas (tema do PL 191/2020), licenciamento ambiental (PL 2.159/2021) e regularização fundiária (PL 2.633/2020 e PL 510/2021). 

"Os ex-ministros vieram pontuar questões relativas ao meio ambiente que são, obviamente, uma pauta importante hoje do Senado Federal e do Congresso Nacional. Quero dizer, e disse isso a eles, que é muito interessante esse fórum que congrega ex-ministros de Estado dessa área de diversos governos, desde o governo de presidente Collor até o último governo, e todos no objetivo de contribuir para essa pauta do meio ambiente no Brasil", disse Pacheco. 

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O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) também participou do encontro.  Para o presidente do Senado, um grande desafio para o país é conciliar o desenvolvimento econômico com a preservação do meio ambiente. Ele defendeu a modernização da legislação de licenciamento ambiental e disse que o Parlamento está tratando de temas como a liberação de agrotóxicos (presente no PL 6.299/2002), a regularização fundiária e a mineração em terras indígenas. 

"Cada um desses projetos deve merecer uma ampla discussão e um amplo aprofundamento. O que eu afirmei ao fórum de ex-ministros de Meio Ambiente é o compromisso da Presidência do Senado de permitir o exaurimento dessa discussão no âmbito do Senado, por meio das audiências públicas, das sessões de debate temáticos, de uma participação muito ativa das comissões de Agricultura e do Meio Ambiente da Casa, de fato esgotando os pontos relativamente a isso", pontuou. 

O ex-ministro Carlos Minc agradeceu a atenção de Pacheco e outros senadores e disse que o apelo foi ouvido pelo presidente do Senado. "Achamos que o nosso apelo caiu em ouvido receptivo. Nós representamos mais de 30 anos de gestão ambiental no Brasil", disse Carlos Minc, ressaltando que o fórum reúne nove ex-ministros do Meio Ambiente. 

Pacheco pediu ao ex-ministros que estudem cada projeto em tramitação no Congresso relacionado ao meio ambiente e apresentem sugestões de melhorias. Para ele, a regularização fundiária, por exemplo, tem de ser feita, mas não pode “ser um passe livre para a apropriação de terras públicas no futuro”. 

"Eu acho perfeitamente possível nós buscarmos compatibilizar a pujança do nosso agronegócio com a preservação do meio ambiente no Brasil. (...) são ideias que eu considero muito inteligentes e eu considero que existe uma falsa dicotomia entre preservação de meio ambiente e desenvolvimento econômico", afirmou.  No começo do mês, o presidente do Senado recebeu artistas representantes do Ato pela Terra, com pautas similares às trazidas pelos ex-ministros. 

*Da Agência Senado

Na semana do dia 22 a 26 de março, o Museu da Energia de Salesópolis, a 104 quilômetros de São Paulo,  promove a oficina “As águas que você não vê – Educação Ambiental pelas águas do Tietê”. Durante as atividades guiadas, os visitantes irão aprender sobre a preservação da água. O evento será realizado em razão do Dia Mundial da Água, comemorado no dia 22 de março.

O roteiro inclui passeios por diferentes locais do museu, como a Ilha dos Pinus, o Espaço das Águas, a Trilha das Pancs e o reservatório. Além disso, os educadores irão mostrar como fazer uma análise de qualidade da água.As inscrições podem ser feitas através do WhatsApp (11) 99115-0020 ou do telefone (11) 4696-1332. São aceitos 10 participantes por dia de passeio, que inicia às 14h e dura aproximadamente uma hora e meia.Data: 22 a 26 de marçoHorário: 14hEndereço: Estrada dos Freires, km 06 - Freires, Salesópolis, São Paulo

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Mais informações em https://www.energiaesaneamento.org.br/6709

Por Maria Eduarda Veloso

Na tarde desta quarta-feira (9), diversos famosos estiveram em Brasília para participar de uma manifestação contra a política ambiental do governo Jair Bolsonaro (PL). Personalidades da música, dramaturgia e também da gastronomia, além de ativistas e líderes políticos, apresentaram soluções rebatendo os projetos de lei que ameaçam o meio ambiente, e que tramitam no Congresso Nacional.

Malu Mader, Paola Carosella, Bela Gil, Nando Reis, Mariana Ximenes, Zezé Polessa, Maria Ribeiro, Elisa Lucinda, Alessandra Negrini, Nathalia Dill, Leona Cavalli, Rafa Kalimann, Paula Burlamaqui, Cissa Guimarães, Christiane Torloni, Lázaro Ramos, Luisa Mell, Letícia Sabatella, entre outros nomes, marcaram presença no Ato Pela Terra, liderado por Caetano Veloso e Paula Lavigne.

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Em postagens no Instagram, criticando o Projeto de Lei 6.299, mais conhecido como a "PL do Veneno", Daniela Mercury mostrou o encontro da classe artística e organizações ao lado de ministros como Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia e Rosa Weber.

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Um diagnóstico feito pelo programa Lixo Fora D’Água, da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), mostrou que os resíduos plásticos correspondem a 48,5% dos materiais que vazam para o mar. Segundo o levantamento, os 15 itens mais encontrados nas análises representam 80,3% dos resíduos que vão parar na costa brasileira. 

Depois do plástico, a guimba (ou bituca) de cigarro e o isopor aparecem em segundo e terceiro lugares entre os itens mais encontrados. Os outros 19,7% abrangem artigos como roupas e apetrechos de pesca, entre outros. Todos fazem parte de uma amostra que soma 16.733 itens retirados da areia, da praia e de manguezais.

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O levantamento faz parte de um trabalho feito pela Abrelpe desde 2018 em 11 cidades da costa onde vivem 14 milhões de habitantes. O programa iniciou as ações de monitoramento, prevenção e combate ao lixo no mar e nos demais corpos hídricos na cidade de Santos (SP) e atualmente abrange os municípios de Balneário Camboriú (SC), Bertioga (SP), Fortaleza (CE), Ipojuca (PE), Rio de Janeiro (RJ), São Luís (MA), Manaus (AM), Serra (ES) e municípios da Baía da Ilha Grande, no Rio de Janeiro. 

Metodologia

A metodologia desenvolvida no âmbito do projeto Lixo Fora D’Água também está presente no Caribe, sendo aplicada em cidades da Costa Rica, Colômbia e República Dominicana.

“Cerca de 22 milhões de toneladas de plásticos vazam para o meio ambiente a cada ano em todo o mundo, e em torno de cinco a 12 milhões de toneladas de resíduos plásticos têm os oceanos como destino. Cerca de 80% desse total são oriundos de atividades humanas desenvolvidas no continente, seja no litoral ou em regiões onde correm rios que desaguam em ambientes marinhos, sendo resultado de falhas que ocorrem nos sistemas de limpeza urbana e gestão de resíduos nas áreas urbanas das cidades”, disse o diretor presidente da Abrelpe, Carlos Silva Filho.

Segundo as estimativas da entidade, mais de dois milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos vão parar nos rios e mares todos os anos no Brasil. 

“Ressalta-se, porém, que esse total pode ser ainda maior já que as 30 milhões de toneladas de lixo que seguem para destinação inadequada, ou seja, lixões e aterros controlados, que ainda existem em todo o país, podem acarretar um acréscimo de três milhões de toneladas de lixo no mar a cada ano”, afirmou a Abrelpe.

Acrescentou que o programa também visa identificar as principais fontes de origem dos resíduos e estudar como as cidades podem aprimorar a gestão de resíduos sólidos em terra para prevenir a poluição marinha. 

Vazamento de lixo

Segundo um dos relatórios, as três principais fontes de vazamento de lixo no mar são as comunidades nas áreas de ocupação irregular, próximas aos cursos d’água, os canais de drenagem que atravessam a malha urbana e a própria orla da praia em sua faixa de areia.

“Os resultados do programa Lixo Fora D’água permitem afirmar que a melhor solução para o problema do lixo no mar reside justamente no aperfeiçoamento dos sistemas e infraestrutura de limpeza urbana nas cidades, que deve acontecer junto a programas permanentes de educação ambiental implementados em todas as camadas da população”, explicou o presidente da Abrelpe.

Entre os dias 16 e 18 de março, Recife vai reunir organizações internacionais, gestores públicos, acadêmicos representantes da sociedade na I Conferência Internacional de Resíduos Sólidos. O evento inédito será gratuito e aberto ao público, com programação presencial e em formato online. 

Cerca de 140 palestrantes de mais de 17 países e 21 instituições vão debater sobre os impactos do manejo inadequado do lixo como fonte de emissão de dióxido de carbono e sua contribuição para o efeito estufa.

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A entidades organizadoras apontam que o Brasil gera 80 milhões de toneladas de resíduos sólidos por ano e, conforme o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 40% do material é descartado em lixões e aterros.

A cerimônia de abertura será realizada no Armazém 14, às 9h, e vai contar com a presença do governador Paulo Câmara e do prefeito do Recife, João Campos.

pós a solenidade, bonecos gigantes vão desfilar no Recife Antigo com estandartes que representam os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. 

“Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU estabelecem metas a serem alcançadas até 2030 e essa data está muito próxima. Durante a CIRSOL, vamos avaliar os avanços no cumprimento dessas metas e definir algumas ações para os próximos anos. Um dos legados que pretendemos deixar é a criação do Observatório de Resíduos Sólidos, que ainda não existe no Brasil. A partir dessa construção, poderemos acompanhar as missões assumidas na carta compromisso que iremos assinar. Esta é a primeira edição deste evento, mas temos o objetivo de realizar um novo encontro daqui a dois anos e, dessa forma, estaremos atentos a esse processo de desenvolvimento”, apontou a idealizadora da CIRSOL e presidente do Instituto de Cooperação Internacional para o Meio Ambiente (ICIMA), Ana Paula Rodrigues.

Durante os três dias de evento, haverá 35 mesas de diálogos com especialistas nacionais e internacionais que vão abordar temas como: “O Papel da Política na Questão dos Resíduos e nas Mudanças Climáticas”; “O Desafio da Concentração Urbana e a Geração de Resíduos nas Grandes Cidades (Prefeitos)”; e “Transdisciplinaridade e inovação como ferramentas para a gestão sustentável de resíduos sólidos”.

Apresentações musicais, intervenções culturais em diferentes linguagens, mostra de cinema ambiental, atividades de educação ambiental, workshops e oficinas também serão oferecidos.

A CIRSOL ocorre das 9h às 19h, no Museu Cais do Sertão e no Armazém 10, com entradas monitoradas com medidor de temperatura, álcool em gel e tapetes sanitizantes, distanciamento mínimo nas áreas comuns e dentro dos auditórios, locais de alimentação preparados, além de testagem de funcionários e fornecedores nos dias de evento. Haverá exigência do uso de máscara e os participantes precisarão apresentar o comprovante de vacinação para acesso ao evento.

As inscrições são feitas no site www.cirsol.com.br/inscricao/.

Por Paola Carosella, Patrícia Jaime e Ricardo Abramovay

 

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Há tempos temos nos afastado, cada vez mais, da forma como nossos alimentos são elaborados. A carne crua na bandeja de isopor esconde sua relação com o boi; o leite na caixinha não parece guardar qualquer vínculo com o animal do qual se origina. Com os vegetais não é diferente: sabemos que eles vêm da terra, é claro, mas não temos a real noção sobre como foram produzidos, sobre quais e quantos produtos químicos foram aplicados para possibilitar seu cultivo. O imaginário de que a nossa alface é produzida por uma família feliz, que vive da terra, corresponde cada vez menos à realidade. E toda essa situação, infelizmente, tende a piorar.

Na última semana, a Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei ​​6.299/2002, conhecido como “pacote do veneno”. O texto, que tramita há 20 anos no Congresso Nacional, foi aprovado em regime de urgência – e, agora, segue para o Senado. É inegável que uma lei que regule o uso de agrotóxicos no campo é necessária, mas, definitivamente, não essa. O mundo inteiro está em busca de alimentos menos – e não mais – dependentes de agrotóxicos.

O pacote do veneno tem um objetivo: facilitar a aprovação de agrotóxicos, tornando-a mais rápida e menos criteriosa. Para isso, tira do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) o poder de decisão sobre o registro de agrotóxicos, deixando a palavra final apenas para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Sim – quem quer usar agrotóxicos se torna o único responsável pela liberação.

Além disso, o texto estabelece prazos irreais para forçar a aprovação de venenos, conferindo um registro temporário para todo produto que não for analisado no ínfimo período de dois anos – desde que o veneno seja reconhecido por ao menos três países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), da qual o Brasil não faz parte. E a cereja do bolo: a mudança do termo “agrotóxico” para “pesticida”.

Não há dúvidas sobre o resultado de uma política como essa. Cerca de 30% dos agrotóxicos aprovados no Brasil nos últimos cinco anos são proibidos na União Europeia. Em 2015, por exemplo, o glifosato foi considerado cancerígeno pela Agência Internacional de Câncer e está na base das nossas lavouras de soja.

O argumento de que facilitar a liberação de agrotóxicos favorece o avanço da produção reflete a apologia de um modelo que se revelou insustentável, ameaçador e concentrador.  É verdade que o sistema agroalimentar mundial conseguiu reduzir a fome desde os anos 1960, por meio da Revolução Verde, que permitiu a ampliação espetacular das safras de trigo e arroz na Índia, no México, e de soja, na América Latina.

Essa conquista, no entanto, foi alcançada por meio da extinção em massa da agrobiodiversidade, substituída por culturas simplificadas, homogêneas, dependentes de poucas variedades e apoiadas pelo uso crescente de fertilizantes químicos e agrotóxicos. Nesse modelo, a palavra de ordem é invariável: mais do mesmo, com cada vez mais veneno.

Mais do que causar a erosão da biodiversidade do planeta, a concentração produtiva é um fator de risco global crescente: quanto mais venenos nas lavouras, mais emergem fungos, ervas e insetos resistentes a venenos, num círculo vicioso que o mundo quer – e precisa – interromper. Não é por outra razão que a União Europeia está fazendo da agroecologia um objetivo estratégico de sua organização agroalimentar e que a China igualmente decidiu reduzir (e não ampliar) o uso de agrotóxicos.

Os impactos nocivos desse sistema alimentar não se restringem ao meio ambiente: chegam à sociedade como um todo. Nas periferias, é cada vez mais comum o consumo de alimentos ultraprocessados – nutricionalmente pobres, produzidos à base de commodities e responsáveis pela alta prevalência de doenças crônicas, como hipertensão e diabetes, entre outras. Hoje, já existem evidências de que agrotóxicos também estão presentes em ultraprocessados, mesmo naqueles com forte apelo infantil.

O maior desafio de nossa agropecuária é promover a transição para formas de produção que se apoiem no conhecimento e não na destruição da biodiversidade. Não é aprovando mais agrotóxicos que teremos um sistema alimentar justo e sustentável, mas fazendo valer políticas públicas importantes, como os conselhos de segurança alimentar e nutricional ou o Programa Nacional de Alimentação Escolar, e até criando políticas que beneficiem a agricultura familiar, o emprego de mais trabalhadores, a produção descentralizada e agrobiodiversa, a distribuição eficaz de alimentos. Apoiar o pacote do veneno é fomentar um sistema falido, nocivo e insustentável, e que serve apenas ao lucro de poucos.

Sobre os autores

Paola Carosella é cozinheira e defensora da comida de verdade

Patrícia Jaime é vice-coordenadora do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (Nupens/USP) e professora da Faculdade de Saúde Pública da USP

Ricardo Abramovay é professor do Instituto de Energia e Ambiente da USP

Fonte: Agência Bori

O ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, compartilhou uma informação falsa no seu perfil no Instagram pontuando que o presidente Jair Bolsonaro (PL) conseguiu evitar a "3ª Guerra Mundial". Isso, segundo a publicação, teria acontecido após encontro entre o líder brasileiro e o presidente da Rússia, Vladimir Putin.

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A CNN, que foi colocada na fake news como responsável pela informação, desmentiu que teria veiculado a notícia. Segundo o veículo de comunicação, desde ontem que a imagem publicada por Salles está sendo compartilhada por grupos bolsonaristas.

Encontro com Putin

É até verdade que a Rússia está retirando algumas de suas tropas da fronteira com a Ucrânia, mas não por conta do presidente brasileiro.

Bolsonaro partiu do Brasil na última segunda-feira (14) com destino a Rússia, onde chegou na manhã desta terça-feira (15). O encontro com o presidente Russo só deve acontecer na quarta-feira (16), onde devem ser debatidos assuntos de interesses dos dois países, como questões de energia, agronegócio, comércio e defesa.

O Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) emitiu uma nota que alertou para a disparada do desmatamento da floresta amazônica em 56,6% desde o início da gestão de Jair Bolsonaro (PL). De 2019 a 2021, o bioma sofreu com o desmate de mais de 32 mil km², equivalente a cerca de 21 vezes a área da cidade de São Paulo.

Os dados analisados pelos pesquisadores são do Prodes, um programa do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) que acompanha o desmate anual dos biomas brasileiros.

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Ao todo, 51% do desmatamento no período ocorreu em terras públicas, a maior parte em áreas federais (83%). As florestas não destinadas e as reservas indígenas são os principais alvos dos criminosos, que se apropriam ilegalmente dos espaços após a destruição.

"A desestruturação do aparato de governança ambiental, ocorrido a partir de 2019, tem influenciado no aumento do desmatamento como um todo, tanto em terras de uso privado (imóveis rurais e lotes em assentamentos rurais), como em terras públicas, especialmente em categorias fundiárias de proteção menos restritiva (APAs) e naquelas sem qualquer destinação", apontou a nota.

O Ipam entende que o corte no orçamento de entidades de fiscalização é um dos principais fatores que viabilizam o desmate. Outros pontos que favorecem a atividade ilegal são a substituição de diretores e chefes de operação do Ibama, mudanças no processo de autuação, flexibilização de penalidades e a desarticulação institucional nas operações com o empoderamento do Exército para realizar a fiscalização.

Com o aumento das queimadas logo no primeiro ano de Governo Bolsonaro, militares foram designados para intensificar a proteção das áreas de floresta. Porém, a presença do Exército não surtiu efeito e os índices de desmatamentos permaneceram em alta.

No início da semana, o rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho-MG completou três anos.  O acidente deixou 259 mortos e cerca de 11 pessoas desaparecidas na cidade mineira. Foi o terceiro e maior acidente com barragens no mesmo estado, em um espaço de dez anos, basta lembra da  Barragem de Herculano Mineração, em Itabirito - MG (2014); Barragem do Fundão, em Mariana (2015).  

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Documentos vazados ao Congresso dos Estados Unidos em outubro do ano passado mostram a negligência do Facebook com os discursos negacionistas sobre as mudanças climáticas que ocorrem na plataforma.

Segundo a Agência Pública, que teve acesso aos documentos, desde 2019 que funcionários, que tiveram os seus nomes omitidos por questão de segurança, tentam levantar o debate sobre a necessidade do Facebook desenvolver políticas para combater o negacionismo climático e, consequentemente, a desinformação. 

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Ainda no mesmo ano, um dos funcionários registrou que quem buscava por "climate change" (mudança drástica) na rede social, recebia como sugestões frases negacionistas como "climate change debunked" (mudança climática desmascarada) ou "climate change is a hoax (a mudança climática é uma farsa).

O funcionário ressaltou que "os algoritmos de sugestão de buscas parecem ser um alvo importante para pessoas que tentam manipular a opinião pública, então devemos ter proteções em vigor".

Ainda no entendimento do colaborador da plataforma, o aquecimento global é uma ameaça direta à missão da empresa. “Nossa missão no Facebook é construir comunidades. Hoje, no entanto, a taxa de aquecimento global e o colapso ecológico estão ameaçando comunidades em todo o mundo. Há mais refugiados do clima a cada ano, muitos dos quais nas áreas de crescimento do Facebook”, declara.

Segundo A Pública, o autor do post salienta que, além de combater a desinformação, o Facebook deveria reduzir sua pegada de carbono e exercer um papel na proteção das comunidades mais vulneráveis, que são atingidas, também, pelo desmatamento.

O governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) foi citado no documento. “A Amazônia está severamente machucada e o Brasil está queimando”, diz o funcionário referindo-se aos quilômetros de desmatamento, queimadas e destruição que ocorrem na Amazônia. 

Em resposta ao site A Pública, o Facebook - que agora se chama Meta -, afirmou que algumas interpretações dos funcionários são falsas e não representam as intenções da empresa. 

“A Meta tem o compromisso de colaborar para o enfrentamento da mudança climática e tem feito mudanças de produto para combater a desinformação climática, incluindo rótulos informativos a resultados de buscas e a posts no Facebook sobre mudança climática. Esses rótulos direcionam as pessoas para nossa Central de Informações sobre o Clima, que está disponível em português e possui recursos como informações oficiais das principais organizações de mudança climática do mundo e uma seção apresentando fatos que desmentem mitos climáticos comuns”.

Por um lado, desmatamento, enchentes, seca histórica, incêndios, degradação dos biomas, ameaças aos territórios de povos tradicionais e alertas de cientistas sobre a emergência climática. Por outro, acordos entre países para reduzir a emissão de gases de efeito estufa, mais consciência e boas práticas entre as empresas e vozes ativas na sociedade civil mostrando a necessidade de mudanças profundas no modelo de desenvolvimento. O ano de 2021 termina com grandes desafios no campo ambiental para o Brasil e o mundo.

Especialistas projetam um 2022 com obstáculos consideráveis, mas também com uma pitada de esperança para o Brasil, diante das eleições e de perspectivas de avanços em assuntos relevantes para a sustentabilidade do planeta. “Foi um ano muito difícil para o meio ambiente e a biodiversidade brasileira, com grande expansão do desmatamento, especialmente na Amazônia, muita queimada no Cerrado, muita grilagem de terras públicas com retirada ilegal de madeira e ouro. Em Brasília, as bancadas do governo e dos lobbies do atraso aprovaram no Congresso Nacional vários projetos de lei contrários ao meio ambiente, sem levar em conta o agravamento da crise hídrica e do aquecimento global. Graças ao Poder Judiciário, que tem atuado à luz da Constituição Federal, o estrago não foi maior”, analisa Braulio Dias, membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN) e professor da Universidade de Brasília (UnB). Ele e outros especialistas fizeram um balanço dos eventos mais marcantes da área ambiental em 2021 e traçaram algumas perspectivas para 2022.

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Veja a seguir:   

Desmatamento na Amazônia 

O ano foi marcado pela divulgação de novos recordes de desmatamento na Amazônia. De acordo com os dados mais recentes divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a taxa de desmatamento na Amazônia Legal Brasileira teve aumento de 21,97% em um ano. No período da análise consolidada, que vai de agosto de 2020 a julho de 2021, a área desmatada foi de 13.235 quilômetros quadrados, a maior taxa registrada nos últimos 15 anos. O Governo Federal, que vem sofrendo forte pressão interna e externa para proteger a Amazônia, assumiu compromisso de zerar o desmatamento ilegal até 2028, mas foi fortemente criticado por atrasar a divulgação das informações do Inpe de forma proposital antes da COP26. “Neste tema da Amazônia, a credibilidade internacional do Brasil continuou a despencar em 2021. A decisão do governo de esconder os dados de desmatamento durante a COP26 foi a gota d’água”, frisa Braulio Dias.   

Natureza e terras indígenas ameaçadas 

Especialistas e pesquisadores identificaram diversos projetos de lei, decretos e Propostas de Emendas à Constituição (PEC) danosos ao meio ambiente ao longo do ano. Muitas dessas medidas avançaram e foram aprovadas no Congresso Nacional com rapidez inédita. Dentre os retrocessos estão a PEC 191/2020, que prevê a abertura de terras indígenas para mineração, hidrelétricas e agronegócio; as “leis de grilagem” (PL 2633/2020 e PLS 510/2021); e a “lei geral de licenciamento ambiental” (PL 3729/2004).

“Há também as invasões de garimpeiros em terras indígenas, especialmente nas áreas Yanomami e Munduruku, com grandes consequências ambientais, além de humanas. As recentes liberações para a mineração sinalizam aberturas maiores”, pontua Philip Fearnside, também membro da RECN e do Instituto de Pesquisas da Amazônia (Inpa). O pesquisador também menciona o avanço da aprovação da pavimentação da BR-319, entre Manaus (AM) e Porto Velho (RO). “É um dos eventos com maiores impactos no futuro na Amazônia”, salienta Fearnside.   

Margens de rios em risco, população insegura 

O Congresso Nacional aprovou em dezembro um projeto de lei que transfere da União para os municípios a competência para definir as regras de proteção às margens de rios, lagos, lagoas e demais cursos d’água de cidades brasileiras. O texto altera o Código Florestal e pode permitir a realização de intervenções e obras, além de facilitar a regularização de construções irregulares em Áreas de Preservação Permanente (APP). “Essas áreas devem ser conservadas, pois contribuem para a proteção da biodiversidade, ajudam a regular o microclima, protegem recursos hídricos e também oferecem bem-estar para as populações. Não faz sentido flexibilizar a legislação, gerando incertezas sobre as APPs e colocando a população em risco”, alerta André Ferretti, membro da RECN e gerente de Economia da Biodiversidade da Fundação Grupo Boticário.   

Seca histórica no Brasil 

O Brasil iniciou o período de seca na região Centro-Sul, em maio, com o menor volume de chuvas registrado nos reservatórios em 91 anos. A escassez ligou um alerta geral nas autoridades sobre os riscos de um novo “apagão” no Brasil, exigindo medidas “excepcionais” para garantir o fornecimento de energia elétrica, sobretudo com o aumento do uso das usinas termelétricas.

De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), os reservatórios de hidrelétricas do Sudeste e Centro-Oeste, que representam 70% da capacidade de armazenamento do País, finalizaram o mês de abril com nível médio de armazenamento de 34,7%. As chuvas nos reservatórios que asseguram o abastecimento de água nas metrópoles também tiveram menor intensidade no verão passado. No Sistema Cantareira, por exemplo, que abastece municípios da Grande São Paulo, o volume de chuvas no primeiro trimestre do ano foi o mais baixo desde o final da grave crise hídrica de 2016, que obrigou a região a utilizar o “volume morto” dos reservatórios. 

  Alerta vermelho sobre o aquecimento global 

Em agosto, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) das Nações Unidas publicou seu aguardado relatório, apontando a “inequívoca” responsabilidade humana no aquecimento do planeta. Considerado o mais contundente estudo sobre o tema em três décadas, o trabalho dos cientistas demonstra que as atividades humanas são responsáveis por 98%, ou seja 1,07oC do total de 1,09oC que o planeta já aqueceu desde a Revolução Industrial. O IPCC também explica que o limite estabelecido no Acordo de Paris – 1,5oC de aquecimento em relação à era pré-industrial –, provavelmente será excedido nos próximos 20 anos. Somente uma redução drástica nas emissões de gases de efeito estufa poderá fazer a temperatura média da Terra se manter dentro da meta até o final do século.   

Fenômenos climáticos extremos pelo mundo

  Em junho, mais de 200 pessoas, a maioria idosas, tiveram morte súbita no Canadá por causa de uma onda de calor com temperaturas que chegaram a 50 graus Celsius. Mais de 170 mortes e prejuízos de cerca de 2 bilhões de euros foram provocados por enchentes no Oeste da Alemanha, em julho. No mês seguinte, o calor intenso provocou incêndios florestais devastadores no Mediterrâneo, atingindo regiões da Turquia e, principalmente, Itália e Grécia. Enchentes históricas foram registradas na China em julho e outubro, gerando destruição, deixando milhares de pessoas desabrigadas e provocando mais de 300 mortes, além dos prejuízos materiais. No Brasil, mais de 50 cidades baianas decretaram situação de emergência em dezembro por causa de fortes chuvas, que provocaram a morte de 10 pessoas, deixaram centenas de feridos, mais de 6 mil desabrigados. No mesmo período, no Norte de Minas Gerais, as enchentes foram responsáveis por cinco mortes e cerca de 2 mil desabrigados. “A realidade confirma o que a ciência vem dizendo há muito tempo: os fenômenos estão ocorrendo com mais frequência, mais intensidade e, por vezes, fora de um período esperado. No caso dos tornados no Brasil, o mais assustador é que percorreram áreas muito maiores que o comum, chegando a 350 quilômetros de extensão”, salienta Carlos Rittl, também membro da RECN, especialista em políticas públicas da Rainforest Foundation da Noruega e ex-secretário executivo do Observatório do Clima. 

  COP 26 - A aguardada Conferência do Clima da ONU 

Sem condições de ser realizada em 2020 por causa da pandemia, a 26ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP26) ocorreu em Glasgow, na Escócia, em novembro. Cercada de grande expectativa, a reunião teve importantes anúncios de metas voluntárias dos países para “descarbonizar” a economia, mas também decepções.

O Brasil comprometeu-se a zerar o desmatamento ilegal até 2028 e assinou acordo, junto com outros 100 países, para reduzir em 30% a emissão do gás metano até 2030. Muitas definições, no entanto, serão tratadas apenas na COP27, em 2022.

O Brasil contou com a segunda maior delegação na conferência de Glasgow, atrás apenas do Reino Unido. Além de autoridades, líderes empresariais e celebridades presentes, também houve destaque para a participação de movimentos sociais e lideranças indígenas. A jovem ativista brasileira Txai Suruí, de 24 anos, foi a primeira indígena a discursar na abertura de uma conferência sobre clima.    COP15 – a Conferência da biodiversidade  A primeira parte da 15ª Conferência das Partes sobre a Biodiversidade das Nações Unidas, a COP15, foi realizada de forma virtual de 11 a 15 de outubro. As negociações presenciais em Kunming, na China, serão realizadas em abril de 2022. Como principal resultado do evento, mais de 100 países assinaram a Declaração de Kunming, comprometendo-se a criar um novo pacto global para proteção da biodiversidade. A criação de um fundo internacional para conservação ambiental, com uma dotação inicial de US$ 233 milhões do governo da China, foi outro resultado do evento. 

Início da Década do Oceano 

Entre as boas notícias ambientais do ano está o início da Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável. A Organização das Nações Unidas (ONU) decidiu que entre 2021 e 2030 todos os países unam esforços para a geração e divulgação de conhecimento sobre o oceano. A Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, que é uma das instituições da sociedade civil representantes da Década do Oceano no Brasil, promoveu uma jornada de cocriação de soluções para o mar e as regiões costeiras. O Camp Oceano selecionou 19 propostas de todo o país para serem colocadas em prática a partir de 2022, totalizando R$ 3,7 milhões em apoio. Além disso, o primeiro Edital Conexão Oceano de Comunicação Ambiental ofereceu cinco bolsas para a produção de reportagens sobre a temática, que foram publicadas em veículos de comunicação de diferentes regiões do país, em variados formatos e plataformas.   

Mudança no Ministério do Meio Ambiente 

Em junho, o ministro Ricardo Salles foi exonerado do Ministério do Meio Ambiente, dando lugar a Joaquim Leite, que já ocupava uma secretaria do órgão. O ex-ministro foi alvo de operação da Polícia Federal, em maio, que resultou também no afastamento da cúpula do Ibama, por suspeita de facilitar o contrabando de madeira. A troca no comando foi recebida com um misto de alívio e baixas expectativas por ambientalistas. Salles ficou marcado por uma polêmica declaração em reunião ministerial em 2020, quando disse que a pandemia seria a oportunidade para modificar normas que seriam questionadas na Justiça, aproveitando o foco da mídia na Covid-19 para "passar a boiada" em regramentos. Com perfil mais discreto, a gestão de Leite segue a mesma linha de Salles.   

Sai Trump, entra Biden 

Na política internacional, o ano começou com uma grande novidade: a posse de Joe Biden, no dia 20 de janeiro, como presidente dos Estados Unidos. Com um discurso ambiental bem ensaiado, mencionando a crise do clima entre as suas prioridades, o novo mandatário recolocou os EUA no Acordo de Paris e apresentou a meta de reduzir em 50% as emissões do País até 2030, com um pacote trilionário de recuperação verde. Em abril, Biden promoveu uma cúpula de líderes mundiais sobre o clima em preparação para a COP26.

Ao longo do ano, no entanto, contradições internas foram aparecendo. Impasses com senadores, inclusive do Partido Democrata, sobre incentivos à retomada verde e ao pacote de estímulo à energia limpa travaram a pauta ambiental nos Estados Unidos. O ano chega ao fim com uma série de dificuldades do novo governo em relação às negociações com o Congresso.

PERSPECTIVAS PARA 2022   

Eleições no Brasil 

Com mais espaço na agenda pública, pressões e interesses conflitantes internos e externos, especialistas acreditam que a pauta ambiental deve marcar presença nas campanhas de candidatos nas eleições gerais do Brasil em 2022. Além de escolher o presidente da República e os governadores, o pleito também definirá as bancadas da Câmara dos Deputados, a renovação de um terço do Senado – 27 cadeiras – e os representantes para as Assembleias Legislativas Estaduais e Câmara Distrital, no Distrito Federal. “O ano promete ser muito difícil na área política. Resta a esperança de termos alguns bons candidatos para as eleições e termos a felicidade de poder eleger governantes e legisladores competentes e comprometidos com os interesses da sociedade brasileira”, destaca Braulio Dias.   

Olhos atentos à Amazônia 

A política ambiental para proteger a Amazônia deve seguir atraindo a atenção da opinião pública tanto no Brasil quanto no exterior. Os relatórios periódicos de órgãos que acompanham de perto o bioma e a delicada situação das terras indígenas seguirão sob o foco da imprensa e das entidades dedicadas à causa ambiental. Caso a agenda do governo seja mantida, são esperadas pressões ao Brasil vindas a partir da perda de investimentos estrangeiros, possibilidade de boicote a produtos nacionais e até sanções comerciais de outros países.   

COP27 do Clima, COP15 da Biodiversidade e Rio + 30 

Entre os grandes eventos globais do próximo ano estão a COP27 do Clima, que será realizada no Egito, em novembro, com a missão de regulamentar diversos pontos do Acordo de Paris, como o mercado de carbono e outros mecanismos de apoio financeiro a países em desenvolvimento. A segunda parte da COP15 da Biodiversidade será realizada em abril, na China, com a missão de estabelecer diretrizes globais para a proteção das espécies até 2050. Outro evento relevante será o Rio + 30 Cidades, previsto para junho, para discutir o papel das mudanças climáticas mundiais nos grandes centros urbanos.   

Fortalecimento da economia verde 

O compromisso das empresas na proteção e conservação do meio ambiente deve seguir em alta, numa crescente conscientização sobre os impactos socioambientais de negócios econômicos. Maior fôlego para um mercado global de carbono, boas práticas ambientais, sociais e de governança (ESG) valorizadas pelas corporações, fundos verdes com a adesão de investidores e o fortalecimento de negócios com impacto socioambiental positivo são alguns dos movimentos de mercado que devem trazer o meio ambiente para o centro do mundo corporativo em 2022.

*Da assessoria 

A qualidade das informações disponibilizadas pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) para acompanhamento de políticas e programas da pasta deixa a desejar em cerca de metade dos itens que deveriam facilitar a transparência dos dados, de acordo com pesquisa realizada pela Achados e Pedidos - iniciativa da agência de dados Fiquem Sabendo, da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e da Transparência Brasil. Na análise de 55 itens divididos em transparência ativa e competências da pasta, 47% apresentam algum nível de incompletude ou nem mesmo estão disponíveis.

As informações deveriam estar disponíveis no site institucional do órgão, no Portal da Transparência e no Portal Brasileiro de Dados Abertos, segundo o levantamento. Os pesquisadores analisaram, ainda, o Consulta MMA, o Painel de Informação de Colegiados (PIC) e o Dados Abertos Ambientais.

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Segundo os organizadores, o diagnóstico mostra que existem "problemas significativos" na transparência dos dados ambientais no Brasil. A falta de continuidade e a defasagem das informações foram identificadas como os principais desafios. A pesquisa conclui, ainda, que a Lei de Transparência Ambiental tem sido descumprida. A norma obriga o governo a disponibilizar documentos relativos, por exemplo, a planos e ações de recuperação de áreas degradadas.

Todos os itens passaram por uma avaliação de critérios de disponibilidade; link de acesso; formato do arquivo; data da última atualização e situação - se satisfatório, incompleto, inconsistente ou indisponível.

A falta de transparência foi identificada principalmente na divulgação das políticas públicas da pasta. Para a jornalista Jéssica Botelho, da agência Fiquem Sabendo, dados públicos defasados, pulverizados ou cujo formato dificulta o acesso são barreiras para a transparência e impossibilita a avaliação dos programas da pasta. "No final das contas você não consegue entender o que o MMA está fazendo de políticas públicas na Amazônia."

LAI

De acordo com a pesquisa, o MMA atende aos requisitos mínimos exigidos pelo Guia de Transparência Ativa da Controladoria-Geral da União, que regula, por exemplo, procedimentos para cumprimento da Lei de Acesso à Informação (LAI). Procurado, Ministério do Meio Ambiente não respondeu até a conclusão desta edição.

O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, disse nesta terça-feira, 14, que a queda nos alertas de desmatamento verificada nos últimos quatro meses é resultado das ações de combate aos crimes ambientais realizadas pelo governo federal. Em entrevista coletiva no Palácio do Planalto, Leite disse que, a partir de agosto, o índice tem diminuído e que, nos últimos quatro meses, houve redução de 12% se comparado com o mesmo período do ano passado. Se considerado apenas o mês de novembro, a queda foi de 19%.

Ao todo, foram 249 km² de florestas da Amazônia com alertas de devastação em novembro. O acumulado no ano chega a 8.142 km². Pará, Mato Grosso do Sul e Acre são que mais desmataram no período. "Os números desse novo período, agosto, setembro, outubro, novembro, mostram uma redução de 12%. Isso significa que estamos na direção correta em relação aos números, para que a gente consiga atingir o objetivo, que é eliminar o desmatamento ilegal até 2028", disse Leite.

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O ministro do Meio Ambiente disse que haverá uma atuação mais "contundente" e integrada de sua pasta com o Ministério da Justiça e o Ministério da Defesa.

Dados do sistema Deter-B, do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados nesta sexta-feira, 10, indicam que os 249,4 km² de devastação da Amazônia registrados durante o mês de novembro foram o menor número da série histórica. Embora tenha havido queda em comparação com o mesmo mês do ano passado, 19,45% menor, os alertas de janeiro a novembro deste ano, já somam 8.142 km2.

Ainda que o mês de dezembro não tenha sido computado por completo, este já é o terceiro maior acumulado anual, só perdendo para os dois anos anteriores do atual governo.

"Essa diminuição é importante, mas infelizmente não há motivo para comemorar. Trata-se de um fato pontual que não foi causado por nenhum ato do atual governo. O que temos é a omissão completa no campo ambiental que nos conduziu até aqui, com três anos de taxas de desmatamento recordes acima de 10.000 km2, uma epidemia de garimpos ilegais e invasão de terras públicas, unidades de conservação e Terras Indígenas, tudo isso com a conivência e aprovação do palácio da Alvorada", diz Rômulo Batista, porta-voz da campanha da Amazônia do Greenpeace Brasil.

A grilagem de terras tem consumido rapidamente a Amazônia: 30% do desmatamento registrado em 2021 (agosto de 2020 a julho de 2021) ocorreu em terras públicas não destinadas, aquelas que não são classificadas como área protegida ou qualquer outro tipo de uso.

O ministro da Justiça, Anderson Torres, chamou a atenção para a colaboração entre os órgãos federais. "A gente entende e está fazendo isso. Sem a integração das agências e das Forças Armadas nós não vamos conseguir diminuir os crimes ambientais. A gente precisa saber o tamanho do problema e enfrentar. Nossos trabalhos já estão trazendo resultados positivos", comentou.

Após a troca de comando no Ministério do Meio Ambiente em junho, a Comissão de Meio Ambiente (CMA) que saber se a entrada de Joaquim Álvaro Pereira Leite no lugar de Ricardo Salles representa de fato uma mudança na direção da pasta. Audiência pública com o novo ministro está agendada para esta terça-feira (31), às 9h30.

 Os requerimentos para ouvir Joaquim Álvaro Leite são do presidente da CMA, Jaques Wagner (PT-BA), e do senador Confúcio Moura (MDB-RO). Confúcio argumenta que a política ambiental do Ministério sob a gestão Ricardo Salles desagradou o mundo e prejudicou a imagem do Brasil no exterior.   

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“Nossos indicadores de desmatamento se tornaram alarmantes, com sucessivos recordes registrados desde o início do atual governo. Um repúdio internacional nunca antes visto sobre o país, nesse aspecto, com reflexos econômicos claros, especialmente relacionados ao agronegócio, tornou-se uma grande preocupação”, aponta o senador.  Para ambos, a reunião da CMA será importante para que o Senado e a população tomem conhecimento dos planos, direcionamentos e ações previstas pelo  ministro.   

A reunião será aberta à participação dos cidadãos por meio do Portal e-Cidadania (https://senado.leg.br/ecidadania) ou pelo telefone 0800 061 22 11. 

*Da Agência Senado

O Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou, por unanimidade, a proposta do então ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, que extinguia as regras que protegem manguezais e restingas, abrindo espaço para especulação imobiliária.

A decisão atendeu a uma ação movida em setembro do ano passado pela Rede Sustentabilidade, para que fosse declarada a inconstitucionalidade da resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), de número 500. Essa nova resolução aprovava a extinção de duas outras que delimitam as áreas de proteção permanente (APPs) de manguezais e de restingas do litoral brasileiro, abrindo espaço para especulação imobiliária nas faixas de vegetação das praias e ocupação de áreas de mangues para produção de camarão.

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Na ação, a Rede argumentou que houve violação aos parâmetros normativos previstos sobre o licenciamento de empreendimentos de irrigação, sobre os limites de Áreas de Preservação Permanente de reservatórios artificiais e de localidades em geral.

O documento alertava sobre a "violação ao direito ao meio ambiente equilibrado, caracterizada por queimada de agrotóxicos, diminuição de APPs à revelia de recomendações técnicas e modificação nociva ao meio ambiente no que diz respeito à irrigação na agricultura". A peça trata ainda de "ofensa ao princípio da vedação ao retrocesso institucional e socioambiental".

No ano passado, com um conselho de meio ambiente controlado majoritariamente por ministérios e membros do governo federal, o então ministro Ricardo Salles conseguiu aprovar a extinção de duas resoluções que delimitam as áreas de proteção permanente (APPs) de manguezais e de restingas do litoral brasileiro.

A ministra do STF Rosa Weber, porém, suspendeu os efeitos da medida, que agora foi rejeitada pelos ministros no plenário virtual. Em voto conclusivo, a ministra afirmou que "o Estado brasileiro tem o dever - imposto tanto pela Constituição da República quanto por tratados internacionais de que signatário - de manter política pública eficiente e efetiva de defesa e preservação do meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem como de preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais".

"Ao estabelecer parâmetros normativos definidores de áreas protegidas, o Poder Público está vinculado a fazê-lo de modo a manter a integridade dos atributos ecológicos que justificam a proteção desses espaços territoriais. A atuação positiva do Estado decorre do direito posto, não havendo espaço, em tema de direito fundamental, para atuação discricionária e voluntarista da Administração, sob pena, inclusive, em determinados casos, de responsabilização pessoal do agente público responsável pelo ato."

A reunião de líderes mundiais na COP26, realizada em Glasgow, Escócia, encerrou-se na última sexta-feira (12). No centro do debate, apelos pela urgência de medidas concretas para salvar o planeta da crise do clima. Pernambuco esteve presente no evento e se comprometeu em investir R$ 75 milhões para combater o efeito estufa e proteger o meio ambiente no Estado.

As projeções é que, gradualmente, Pernambuco consiga reduzir o efeito estufa em 2025, 2030 e 2050, sendo este o último prazo pensado para que as terras pernambucanas não tenham mais nenhuma emissão desses gases poluentes.

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O secretário Estadual do Meio Ambiente, José Antônio Bertotti, que esteve em Glasgow, conversou com o LeiaJá e revelou que desde 2010, Pernambuco se compromete com o enfrentamento às mudanças climáticas, se posicionando a favor da neutralidade da emissão de gases poluentes e do efeito estufa.

Segundo Bertotti, o Estado aprofundou suas políticas ambientais em 2020, com a eliminação da maioria dos lixões, estruturação do investimento nas energias solar e eólica, recuperação de bacias hidrográficas como o Capibaribe - contando com a participação das secretarias municipais.

"Montou-se uma programação para essa COP em Glasgow. O governador participou de uma série de eventos falando sobre como é a política de enfrentamento às mudanças climáticas e fez um anúncio, que é o maior anúncio em termos de políticas ambientais que a gente teve nos últimos anos", acentua o secretário.

São R$ 75 milhões em reflorestamento, na preservação de mil nascentes de rios e no tratamento de resíduos sólidos de 43 municípios. Bertotti garante que Pernambuco já vinha fazendo o dever de casa. "Antes da COP26, já tínhamos um edital para a construção de 36 viveiros de muda, cada um com capacidade de produzir 50 mil mudas por ano, que dá 1 milhão e 800 mil mudas de árvores nativas. Em novembro nós iniciamos o reflorestamento de seis áreas do Estado como Afogados da Ingazeira, Jatobá, Glória do Goitá e outras cidades", detalha.

Dos R$ 75 milhões anunciados por Paulo Câmara, R$ 48 milhões devem ser direcionados para a implantação do corredor ecológico da Área de Preservação Ambiental Aldeia-Beberibe, onde sete mil hectares de área devem ser recuperados.

"Essa recuperação é baseada nos corredores ecológicos construídos em 2019 pelo governo estadual, que representam dois mil hectares conectados de fragmentos da mata pernambucana", detalha o secretário.

R$ 12,5 milhões devem ser direcionados para o projeto de restauração das bacias hidrográficas e R$ 15 milhões para o tratamento de resíduos sólidos, que consistirá na instalação de galpões para a separação do material reciclável. 

Um dos pontos cruciais para o Governo de Pernambuco é a eliminação de 43 lixões que ainda existem no Estado e, claro, são de responsabilidade das prefeituras. No entanto, para que o governo estadual consiga ter êxito no que está sendo divulgado, é preciso trabalhar em conjunto com as prefeituras e eliminar, de vez, esses lixões que contribuem para o efeito estufa.

"Nós resolvemos apoiar na recuperação da área degradada que esses lixões fizeram, além da criação de 15 centros de tratamentos de resíduos para fazer o trabalho de separação dos lixos e a compostagem, em parceria com os municípios e cooperativas de catadores", pontua o secretário José Bertotti.

O governador Paulo Câmara (PSB) anunciou, neste domingo (7), um investimento de R$ 75 milhões em ações ambientais em Pernambuco. O anúncio do pacote de ações foi realizado durante discurso do governador na Assembleia Geral da Under 2 Coalition, na COP26, em Glasgow.

O investimento será direcionado para reflorestamento, preservação de mil nascentes de rios e no tratamento de resíduos sólidos de 43 municípios. Paulo Câmara também assinou um compromisso pela neutralidade do carbono, reafirmando a meta de zerar as emissões no estado até 2050.

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"Não viemos aqui apenas para reafirmar promessas, nem para apontar as contradições daqueles que não respeitam a natureza. Estamos fazendo a nossa parte e, por isso, anuncio hoje o maior aporte de recursos para a agenda da sustentabilidade em Pernambuco. Vamos investir R$ 75 milhões no reflorestamento da nossa principal área de Mata Atlântica, a APA Aldeia-Beberibe, na recuperação de mil nascentes de rios em 50 municípios e no tratamento de resíduos sólidos em 43 cidades, que não contam com aterros sanitários", disse o governador.

Para o projeto de restauração de bacias hidrográficas serão investidos R$ 12,5 milhões. A implantação do corredor ecológico da Área de Preservação Ambiental Aldeia-Beberibe vai mobilizar R$ 48 milhões. Já o tratamento de resíduos sólidos consistirá na instalação de galpões para separação do material reciclável, com estimativa de custo de R$ 15 milhões.

Segundo o Governo de Pernambuco, além das ações anunciadas durante o evento, está sendo finalizado o 1º Inventário de Emissão de Gases de Efeito Estufa e o Plano Estadual de Descarbonização. A Under 2 Coalition reúne líderes de mais de 60 países.

Com informações da assessoria.

Chegando a Glasgow procedentes de Espanha, Alemanha e Índia, três jovens youtubers com mais de 1,6 milhão de assinantes no mundo percorrem os corredores da COP26 com a ambição de falar sobre a emergência climática de uma maneira diferente.

A espanhola Carmen Huidobro, 27, estudou Meio Ambiente na universidade. Agora, trabalha no setor e esta já é a terceira conferência da ONU sobre mudanças climáticas da qual participa.

Desde desmontar os mitos sobre as energias renováveis até explicar o impacto da indústria têxtil no aquecimento global, com o "Climabar", canal do YouTube cofundado por ela há um ano, Carmen busca colocar seus conhecimentos ao alcance de todos usando uma linguagem simples, como uma conversa casual entre amigos, enquanto toma uma bebida.

No momento, o canal tem 1.570 assinantes, mas Carmen não tem a intenção de parar por aí.

"Sempre estive envolvida com questões ambientais e percebi que o problema é, justamente, que falamos apenas com gente que já está consciente" do que está acontecendo, explica ela à AFP.

"Percebi que, fora desse círculo, ninguém se importava" com as mudanças climáticas e suas consequências, acrescenta.

Participa de uma transmissão ao vivo para apresentar seu trabalho enquanto, nas ruas, milhares de pessoas se manifestam para exigir mais ações e menos palavras na luta urgente contra o aquecimento global.

"Minha companheira está lá fora", diz, sorrindo, sobre Belén Hinojar, a amiga com quem fundou o Climabar.

Além disso, completa, "todos os tipos de ativismo são necessários e, para mim, estar aqui também é ativismo", acrescenta.

"E nem todo mundo se sente em sintonia com o que está acontecendo lá fora. É preciso se aproximar das pessoas de uma forma que elas se sintam confortáveis e em sintonia. É preciso estender a mão, não se limitar a falar sempre com as mesmas pessoas", insiste.

- "Pequena forma de contribuir" -

A indiana Sejal Kumar, de 26 anos, também quer conscientizar seu público, muito mais numeroso: 875.000 pessoas seguem-na no Instagram e seu canal no YouTube tem 1,4 milhão de assinantes. E não por razões ambientais. A maioria são garotas interessadas em seus conselhos de moda e beleza.

"Este ano entendi que deveria tentar mudar o que estou tentando dizer e a forma como uso a moda, que tem um enorme impacto ecológico", reconhece.

Convidada pelo YouTube para ir à cidade escocesa de Glasgow, onde a COP26 sobre o clima acontece, ela quer trabalhar em seu compromisso e influenciar suas fãs.

"Procuro as pequenas coisas que posso fazer no meu dia a dia. E, se posso incentivar minhas seguidoras a fazerem o mesmo, é uma pequena forma de contribuir. As pessoas querem saber o que podem fazer", acrescenta.

Declarando-se "muito comprometida com os direitos das mulheres", esta jovem diz querer "aprender cada vez mais sobre a mudança climática".

"Não tenho vergonha de ser novata neste assunto, é precisamente o que procuramos, que quem não é especialista também possa falar" sobre o aquecimento global e suas consequências, defende, após ter participado de várias mesas-redondas, incluindo uma com a jovem ativista paquistanesa Malala Yousafzai.

Para "Alicia Joe", uma alemã de 20 anos, cujo canal no YouTube, com mais de 250.000 assinantes, concentra-se em questões sociais, a COP26 "é um bom lugar para aprender" sobre novos temas.

Essa jovem, que trabalha muito a partir dos comentários de seus seguidores, foi especialmente afetada pelas letais enchentes que mataram quase 200 pessoas em seu país em julho e que, segundo um estudo científico, foram agravadas pelos efeitos do aquecimento global.

"Foi muito interessante coletar as histórias dos desabrigados que moravam perto da minha casa. E é uma boa maneira de chamar a atenção", analisa.

Depois de cinco dias na conferência, ela agora quer "divulgar o que aprendi aqui", afirma, após postar seu primeiro vídeo sobre o aquecimento global direto de Glasgow.

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