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O governo não conseguirá zerar o déficit primário no ano que vem na avaliação de 100% do mercado financeiro, diz pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira (22). Dos 100 profissionais de fundos de investimento ouvidos no levantamento, 80 esperam mudança da meta fiscal, sendo que 49 veem alteração para -0,5% do Produto Interno Bruto (PIB), 18 para -0,75% do PIB, 7 para -0,25% do PIB e 6 para -1% do PIB ou mais. Os outros 20 participantes acreditam que a meta de zeragem do saldo negativo das contas públicas será mantida.

Entre as medidas anunciadas pelo governo para aumentar a arrecadação em 2024, apenas 36% veem alta probabilidade de aprovação da que muda a tributação de grandes empresas que têm benefícios fiscais concedidos pelos Estados (subvenção de ICMS) - principal aposta do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para turbinar as receitas.

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Ainda segundo a pesquisa, somente 21% consideram "muito provável" a aprovação do fim da dedutibilidade dos juros sobre capital próprio (JCP).

Já a taxação dos fundos de alta renda continua a ser a considerada de mais fácil avanço no Congresso: 88% dos entrevistados veem alta probabilidade de aprovação no caso dos fundos exclusivos e 86% no caso dos fundos de investimento no exterior (offshore).

Entre setembro e novembro, houve ligeiro aumento do ceticismo do mercado em relação à capacidade do governo de fazer avançar sua agenda econômica no Congresso. Os que consideram que a capacidade de aprovação do governo é baixa saiu de 27% para 29%, e os que veem a capacidade como alta diminuíram de 20% para 18%. A avaliação de que a capacidade é regular permaneceu em 53%.

A pesquisa foi realizada entre os dias 16 e 21 de novembro.

A proporção do mercado financeiro que avalia positivamente o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva caiu 3 pontos porcentuais entre setembro e novembro, de 12% para 9%, enquanto a avaliação negativa subiu 5 pontos porcentuais, de 47% para 52%. No mesmo período, a avaliação regular oscilou 2 pontos, de 41% para 39%. Os dados são de pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira, 22.

Os números refletem uma piora na avaliação sobre o desempenho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Nesta leitura, os que consideram positivo o trabalho do ministro diminuíram de 46% para 43%. Já a avaliação negativa de Haddad aumentou de 23% para 24%. A regular avançou de 31% para 33%, no mesmo período.

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Para 39 entrevistados, a força de Haddad está menor que há dois meses, após a tensão fiscal diante do aumento da pressão dentro do governo pela alteração da meta de déficit zero para 2024, que acabou sendo mantida na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Ainda segundo a pesquisa, 49 veem força igual e 12, maior que dois meses atrás.

A pesquisa ouviu 100 profissionais de fundos de investimentos sediados em São Paulo e no Rio de Janeiro, entre os dias 16 e 21 de novembro.

A Ávila Capital e o Banco Fator realizaram um evento exclusivo para investidores institucionais. O encontro aconteceu em um restaurante da Zona Sul do Recife e contou com cerca de cinco RPPS de dois estados.

O evento cenário macroeconômico mundial, fazendo interlocuções com as últimas duas décadas de investimentos, com foco em ações. O encontro contou com a participação do Diretor da Ávila Capital, Guilherme de Carvalho, e do Gerente Institucional do Banco Fator, Rene Bueno, como também do gestor da FAR, administradora de recursos do grupo, Fernando Tendolini.

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A Conferência Mercado Financeiro está com inscrições abertas gratuitas. O evento, promovido pela Fundação Estudar, tem taxa de empregabilidade 300% maior que as feiras de carreira tradicionais, com foco em empregar recém-formados e pessoas que estão concluindo os estudos em áreas de finanças. O período de inscrições vai até 3 de setembro.

O evento acontecerá no dia 23 de outubro presencialmente em São Paulo-SP, com local ainda a definir. Companhias como as gigantes do mercado financeiro Itaú e Stone estarão presentes. Os salários na área podem chegar até R$ 39.000,00.

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O candidato no momento da inscrição precisará preencher um formulário com questões acadêmicas, profissionais e pessoais. Depois passará por uma fase de testes específicos. Por fim, terá que gravar um vídeo de apresentação pessoal. Os 50 melhores inscritos receberão oportunidades únicas com algumas empresas.

Para se inscrever, acesse o link.

Apesar da melhora na aprovação do governo entre maio e julho, a grande maioria do mercado (95%) continua avaliando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva como pouco ou nada confiável, mostra pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira, 12. As parcelas dos que consideram o chefe do Executivo mais ou menos confiável (4%) e muito confiável (1%) também ficaram estáveis no período.

Em contrapartida, o levantamento constatou uma melhora da percepção sobre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT). A proporção do mercado que o considera muito confiável subiu de 2% em maio para 13% em julho, enquanto os que julgam o petista mais ou menos confiável passaram de 38% para 47%. A parcela que considera o ministro pouco ou nada confiável recuou de 60% para 40% no período.

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O mercado também melhorou a avaliação sobre o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, com alta na parcela que o considera muito confiável (67% para 72%) e queda dos que o consideram pouco ou nada confiável (10% para 6%). A razão dos que consideram o chefe da autoridade monetária mais ou menos confiável ficou estável em 22%.

A pesquisa fez 94 entrevistas com fundos de investimento sediados nos Estados de São Paulo e do Rio de Janeiro entre os dias 6 e 10 de julho. A amostra considerou 47% de gestores, 31% de economistas, 14% de traders, 5% de analistas e 3% de pessoas com outros cargos.

A proporção do mercado financeiro que avalia positivamente o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saltou de 2% em maio para 20% em julho, segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (12). No período, a avaliação negativa sobre o governo caiu de 86% para 44%, e a avaliação regular subiu de 12% para 36%.

A mudança foi mais evidente na avaliação positiva sobre o trabalho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que disparou de 26% em maio para 65% em julho. A proporção dos que consideram o trabalho de Haddad negativo passou de 37% para 11%, enquanto os que dão avaliação regular ao ministro diminuíram de 37% para 24%.

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Para 23% dos entrevistados, o fortalecimento de Haddad é o principal fator por trás da última rodada de melhora dos ativos domésticos - atrás apenas do movimento dos mercados internacionais, citado por 32%. Mais 20% mencionaram a atuação do Congresso e outros 20%, a atuação do Banco Central. Apenas 3% citaram medidas do governo Lula como razão para o desempenho.

A proporção dos que avaliam que o governo está preocupado com o controle da inflação avançou de 20% em maio para 34% em julho, enquanto a parcela dos que não veem essa preocupação recuou de 80% para 66%.

A pesquisa fez 94 entrevistas com fundos de investimento sediados nos Estados de São Paulo e do Rio de Janeiro entre os dias 6 e 10 de julho. A amostra considerou 47% de gestores, 31% de economistas, 14% de traders, 5% de analistas e 3% de pessoas com outros cargos.

O desenvolvimento de apostas em torno do setor de inteligência artificial (IA) após o advento do ChatGPT levou a Nasdaq, bolsa que concentra os grandes nomes da tecnologia, ao melhor desempenho semestral divulgado nesta terça-feira (11) - resultado positivo desde a década de 1980. No primeiro semestre, o Nasdaq acumulou ganhos de 32%, no melhor resultado em 40 anos.

O tamanho do resultado permitiu à Nvidia, fabricante de chips para a IA e jogos, entrar para o seleto grupo de companhias que valem US$1 trilhão (R$4,8 trilhões) e ganhar força para a corrida que este setor deve vivenciar na próxima década, e que tem competidores de peso como Microsoft, Google e Samsung, entre outros. A expectativa em Wall Street é de que o momento de alta no setor de tecnologia deve não apenas continuar, mas ficar ainda mais forte nos próximos meses, devido às expectativas em torno da revolução que a IA pode causar. “O ChatGPT e a IA levarão a uma revolução de produtividade, apoiando os lucros da empresa agora e no futuro”, projetou no site o diretor de investimentos do UBS Wealth Management, Mark Haefele - braço que administra grandes fortunas do banco suíço.

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O índice que reúne as maiores empresas listadas dos EUA, S & P 500, também foi contaminado pelo efeito ChatGPT e a IA Generativa. O índice acumulou ganhos de 15,9% no primeiro trimestre, o melhor desempenho para o período desde 2019. Sem o furor da inteligência artificial, tal desempenho cairia para um dígito, segundo cálculos de operadores em Wall Street. Apesar do temor quanto aos efeitos no mercado de trabalho, entre outras dúvidas, a leitura é de que a IA é uma tecnologia transformadora e com potencial de monetização em diferentes segmentos. Com relação aos riscos desses resultados, o Wall Street Journal revelou que o presidente Joe Biden considera impor novas restrições às exportações de chips de IA para a China em resposta à última ofensiva do país asiático na guerra dos semicondutores.

Microsoft 

Em Wall Street, o nome é visto como o mais bem posicionado para triunfar como o desenvolvimento da IA é o da gigante Microsoft. No ano, suas ações acumulam ganhos de mais de 40% na Nasdaq, garantindo com folga o segundo lugar em maior valor de mercado, com US$2,5 trilhões, atrás somente da Apple, que cruzou a fronteira dos US$3 trilhões. A empresa é a principal escolha do banco americano entre empresas de grande capitalização no segmento de software e elevou o preço-alvo de US$335 para US$415. Atualmente, as ações da Microsoft são negociadas em torno de US$340, o que abre um potencial de mais de 20% de alta no próximo ano.

Próxima Nvidia 

O salto da fabricante desencadeou uma busca desenfreada por investidores, analistas e operadores para a “Próxima Nvidia”. Estimativas do braço de grandes fortunas do UBS sugerem que o mercado de IA Generativa dará um salto de menos de US$1 bilhão para US$3 bilhões nos próximos três anos. Depois de lamentar nas redes por não ter entrado nas ações da empresa antes, o time de tech do Itaú BBA dedicou os últimos meses a estudar o setor de IA. Segundo eles, quem colhe os primeiros louros sempre que uma nova tecnologia se torna popular geralmente está no nível da infraestrutura, caso de fabricantes de semicondutores e hardware.

As Lojas Americanas anunciou na semana passada a suspensão dos serviços de delivery em algumas localidades do Brasil a partir da próxima quarta-feira (29). A decisão foi feita para uma “mudança de rota” nas estratégias da empresa, como parte do plano de recuperação judicial apresentado dias atrás.

Segundo informações, o aplicativo Americanas Delivery vai ser incorporado pela plataforma digital Americanas, que possui um aplicativo e site próprios. O app Americana Delivery foi lançado há cerca de dois anos, após a empresa ter comprado a startup Shipp.

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A empresa não informou quantos locais deixarão de ser atendidos pelo serviço de entrega, mas afirmou, por meio de nota, que as entregas continuarão normalmente “nas áreas onde já atua dentro do app Americanas.”.

A Americanas passa por uma fase complicada de sua existência desde a descoberta de um rombo de R$ 20 bilhões nas finanças. Após a divulgação do escândalo, as ações da empresa caíram cerca de 70%.

A previsão do mercado financeiro para o crescimento da economia brasileira este ano subiu de 0,8% para 0,84%. A estimativa está no boletim Focus de hoje (27), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC) com a projeção para os principais indicadores econômicos.

Para o próximo ano, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) - a soma de todos os bens e serviços produzidos no país - é de crescimento de 1,5%, a mesma previsão há nove semanas seguidas. Em 2025 e 2026, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 1,8% e 2%, respectivamente.

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A previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial do país, variou para cima, de 5,89% para 5,9% neste ano. Para 2024, a estimativa de inflação ficou em 4,02%. Para 2025 e 2026, as previsões são de 3,8% e 3,75%, respectivamente.

Para 2023 a previsão está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é 3,25% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é de 1,75% e o superior de 4,75%.

Da mesma forma, a projeção do mercado para a inflação de 2024 também está acima do centro da meta prevista, fixada em 3%, mas ainda dentro dos intervalos de tolerância de 1,5 ponto percentual.

Em janeiro, puxado principalmente pelo aumento de preços de alimentos e combustíveis, o IPCA ficou em 0,53%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Taxa de juros

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 13,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A taxa está nesse nível desde agosto do ano passado e é o maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava nesse patamar.

Com as projeções para a inflação acima das metas para 2023 e 2024, o BC prevê que os juros podem ficar altos por mais tempo que o previsto. A autarquia não descarta a possibilidade de novas elevações caso a inflação não convirja para o centro da meta definida pelo CMN, como o esperado, em meados de 2024.

Para o mercado financeiro, a expectativa é que a Selic termine o ano em 12,75% ao ano. Para o fim de 2024, a estimativa é que a taxa básica cai para 10% ao ano. E para 2025 e 2026, a previsão é Selic em 9% ao ano e 8,5% ao ano, respectivamente.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia. Além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.

Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.

A expectativa para a cotação do dólar está em R$ 5,25 para o final de 2023. Para o fim de 2024, a previsão é que a moeda americana fique em R$ 5,30.

 

Os primeiros atos do novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), apontando para uma gestão mais intervencionista na economia, e a falta de maiores detalhes sobre qual será a agenda do ministro Fernando Haddad ligaram o sinal de alerta entre investidores no mercado financeiro.

Ontem, no primeiro dia útil após a posse de Lula, o Ibovespa - principal referência da B3, a Bolsa brasileira - registrou queda de 3,06%, aos 106. 376 pontos. O indicador foi influenciado pelo desempenho dos papéis de empresas estatais: as ações do Banco do Brasil perderam 4,23%, enquanto as da Petrobras recuaram mais de 6%. Já o dólar fechou em alta de 1,51%, cotado a R$ 5,3597.

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A leitura dos analistas é a de que Lula não abordou no seu discurso de posse os principais pontos de atenção dos investidores com a economia brasileira, em especial sobre qual será a nova regra fiscal do País - em substituição ao teto de gastos - e sobre como o governo planeja encaminhar uma reforma tributária.

"Ao longo do ano, os mercados tentaram identificar o que pode vir a ser esse governo Lula 3 na economia. Na campanha (presidencial), o discurso era o mesmo, e o mercado já vinha precificando um pouco isso, mas sempre com aquela expectativa de que, depois da eleição, o discurso mudaria. Mas ele não mudou", afirmou Silvio Campos Neto, economista da consultoria Tendências. "É uma linha (de discurso) muito intervencionista, estatizante e que acredita nesse poder do Estado indutor."

Na posse, Lula prometeu rever políticas mais liberais, como a reforma trabalhista e as privatizações de estatais, e chamou o teto de gastos de "estupidez". O presidente também defendeu o controle pelo Estado de empresas estatais e de bancos públicos para preservar o "patrimônio nacional".

Ainda no domingo, Lula fez um "revogaço" de atos do ex-presidente Jair Bolsonaro. Na economia, ele retirou do processo de privatização empresas como Petrobras, Correios e EBC. Ele também já manifestou o interesse em abandonar a paridade de preços internacionais adotada pela petroleira.

"Eu não sei de onde o mercado tirou a ideia de que o discurso de Lula seria diferente. Ele não mentiu para ninguém. O que o presidente disse ontem (domingo) é o que ele vem falando há 40 anos e nos últimos meses", afirmou Sergio Vale, economista-chefe da consultoria MB Associados.

Leitura semelhança foi feita no mercado em relação ao discurso de posse de Haddad no Ministério da Fazenda, em cerimônia realizada ontem cedo. Executivos destacaram que o novo ministro "tem tentado falar a linguagem do mercado", mas ainda sobram dúvidas sobre o seu grau de independência no cargo em relação ao grupo político próximo de Lula.

Haddad reafirmou que irá apresentar já nos primeiros dias do novo governo medidas econômicas necessárias para retomar a confiança de investidores. Também disse que deve definir no primeiro semestre uma nova regra fiscal para o País. "Não estamos aqui para aventuras. Estamos aqui para assegurar que o País volte a crescer para suprir as necessidades da população em saúde, educação, no âmbito social e, ao mesmo tempo, para garantir equilíbrio e sustentabilidade fiscal", disse ele.

Disputa no governo

Os investidores reagiram mal à decisão do presidente de editar uma medida provisória para renovar por dois meses a isenção dos impostos federais sobre a gasolina, e por tempo indeterminado para o diesel e gás de cozinha. A decisão foi vista como uma derrota de Haddad dentro do governo. Antes da posse, ele havia pedido para o ex-ministro da Economia Paulo Guedes não prorrogar a desoneração de impostos sobre combustíveis, o que ajudaria a melhorar as contas públicas do governo, num cenário complicado depois da aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição.

"Os discursos de posse do presidente Lula e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deixaram o mercado com o pé atrás, principalmente pela manutenção da desoneração dos combustíveis, ao contrário do que foi negociado por Haddad com o ex-ministro Paulo Guedes", disse Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da corretora Treviso. "A percepção é de que pode haver forte interferência do presidente nas pautas econômicas", afirmou.

Na leitura de Vale, da MB Associados, Haddad não se coloca como um contraponto ao presidente Lula, uma vez que os dois pensam da mesma forma. Ainda de acordo com ele, ambos estariam errados: o ministro, ao focar suas ações para equilibrar as contas públicas em aumento da arrecadação, em vez de privilegiar a redução de despesas; e o presidente, ao manter a desoneração pautado por critérios políticos.

"Se estivéssemos falando em uma prorrogação por 15 dias, tudo bem. Mas são dois meses. Na verdade, essa desoneração não era nem para ter acontecido. O erro de nascença é do governo anterior", afirma, considerando erro econômico e ambiental. Segurar preço de combustível sob o argumento de controlar a inflação, lembra Vale, foi um dos erros da gestão da ex-presidente Dilma Rousseff na visão do mercado.

No caso da atual desoneração, a medida foi adotada às vésperas da eleição pelo então presidente Jair Bolsonaro para tentar segurar os preços nas bombas e melhorar seu desempenho nas pesquisas de intenção de voto.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Finacap Investimentos, empresa que atua no setor financeiro, abriu inscrições para a 5ª edição do Finacap Experience, um programa voltado para estudantes universitários. Os interessados podem enviar o currículo para o e-mail luciana.leocadio@finacap.com.br até o dia 23 de dezembro.  

Para participar, é necessário cursar a partir do 4º período do ensino superior, possuir interesse na área de finanças e investimentos e ter conhecimento intermediário em inglês e pacote office.  

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A iniciativa tem o objetivo de possibilitar aos jovens selecionados o contato com o mercado financeiro por meio de treinamento, aprimorando suas competências e habilidades. Os participantes apresentarão um projeto aos sócios da Finacap, e ao fim do programa, podem ser convidados a ingressar na empresa. O programa tem duração de um mês.  

A presença de crianças e adolescentes no mercado financeiro quase triplicou desde 2020. Segundo dados da B3 - a Bolsa brasileira -, o número de investidores com menos de 18 anos estava próximo dos 11 mil (10.911) em março de 2020. Hoje, dois anos depois, esse número saltou 181%, para 30.732 pessoas.

João Diniz Altmann, de 14 anos, iniciou a sua trajetória no mundo dos investimentos há menos de um mês. Por enquanto, ele realiza aplicações financeiras mais conservadoras para não ter risco de perder dinheiro. "Eu invisto em Tesouro Direto", afirma. Mas diz que quer ganhar mais experiência para se sentir seguro ao investir em ações.

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Esse caminho já foi percorrido por Mateus Gusmão, de 14 anos, investidor desde 2019. Ele conta que começou após ter contato com conteúdos sobre finanças na internet e entender que era possível ganhar mais dinheiro por meio de aplicações.

"Eu tinha um pouco de dinheiro guardado (que recebeu dos pais e de familiares em datas comemorativas) e queria saber como poderia multiplicá-lo. Então, fui aprendendo sobre investimentos e comecei a investir com menos de R$ 100 em fundos imobiliários", diz o jovem, responsável por todas as suas aplicações. "Não tenho o objetivo fixo de ter R$ 50 milhões ou R$ 100 milhões. Quero ter uma vida confortável financeiramente", ressalta o jovem investidor.

O interesse no mercado financeiro trouxe a mãe do adolescente, a arquiteta Rose Gusmão, para o mundo dos investimentos. "Eu não conhecia nada sobre mercado financeiro e achava que era uma realidade bem distante. Foi por causa dele que a gente (pais de Mateus) começou a investir na Bolsa também", conta, sobre a iniciativa do filho, que hoje em dia, além de investir, produz conteúdo no YouTube com dicas para outros jovens que querem dar os primeiros passos na Bolsa.

A chegada de investidores cada vez mais novos à Bolsa tem relação com o crescimento do conteúdo sobre finanças pessoais e investimentos na internet. "Isso acaba por democratizar e fortalecer movimentos de expansão do número de investidores de todas as idades", avalia João Daronco, analista da Suno Research, destacando o número crescente de influenciadores digitais no setor.

COMO FAZ?

Segundo a B3, cada corretora de investimentos estabelece os seus procedimentos para a abertura de conta para menores de 18 anos.

Na Ágora Investimentos, o processo é feito com os pais ou por meio de um responsável legal. Segundo Ellen Steter, especialista em investimentos da Ágora, a senha para a realização de operações financeiras fica sob responsabilidade do tutor. "O principal objetivo é que os pais sejam os condutores de educação financeira para as crianças e os adolescentes. Os pais podem abrir a conta, mostrar e explicar como funcionam as operações financeiras", diz Steter.

A Rico Investimentos também permite a abertura de contas para o público abaixo dos 18 anos. Assim como no caso da Ágora, a corretora estabelece os pais como responsáveis pelas decisões de investimentos.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Depois de o Brasil assistir, na semana passada, a um grande estresse na Bolsa, no dólar e nas negociações de juros com a decisão do governo de alterar o teto de gastos para viabilizar o Auxílio Brasil, o presidente da República, Jair Bolsonaro, voltou a chamar o mercado financeiro de "nervosinho". "Qualquer negocinho aumenta taxa de juros de longo prazo, perde R$ 50 bilhões, é assim que acontece", afirmou o chefe do Executivo nesta quarta-feira (27), em entrevista ao programa Pânico, da rádio Jovem Pan. Em seguida, disse estar "completamente engessado" pelo teto de gastos.

Minimizado por Bolsonaro, o "negocinho" foi interpretado por muitos economistas e setores da política como o abandono da âncora fiscal do País para financiar um benefício temporário - o pagamento de R$ 400 do Auxílio Brasil - em ano eleitoral, já que as parcelas majoradas vencerão em dezembro de 2022.

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Como mostrou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), o governo ignorou sugestões para criar o programa sem mexer no teto.

O chefe do Executivo ainda fez um diagnóstico para a depreciação do real: "Brasil está vivendo uma insegurança jurídica, aí o dólar não baixa", afirmou, sem considerar o componente político e de incerteza da trajetória fiscal incidente no mercado de câmbio.

Apesar da inflação elevada e do desemprego ainda em níveis preocupantes, Bolsonaro também voltou a defender a política econômica do seu governo, destacando especialmente investimentos feitos em Itaipu e a lucratividade dos Correios. "Correios, ano passado, deram lucro de R$ 1,5 bilhão. E esse ano deve dar de R$ 3 bilhões."

A Captalys, empresa atuante no mercado financeiro, está com mais de 70 ofertas de trabalho abertas. As oportunidades são para a cidade de São Paulo e podem ser acessadas no banco de talentos da empresa.

As vagas são voltadas para diversos setores como tecnologia, business intelligence, data analyst, direito, mercado financeiro, analista de fundos, analista de investimento, comercial, customer success, corporate sales, atendimento, marketing, entre outras áreas. Além da variedade de oportunidades, a companhia oferece diversos benefícios aos contratados, como o acesso a plano de saúde, seguro de vida, remuneração competitiva, licença maternidade e auxílio creche.

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Para os colaboradores em regime remoto, a Captalys ainda conta com um auxílio home office e os equipamentos necessários ao trabalho em casa. Devido à pandemia da Covid-19, o processo seletivo está ocorrendo remotamente, por meio de videoconferência. As atividades também serão desenvolvidas em home office até a redução dos casos.

Por Thaynara Andrade

Não faz muito tempo, as operações para obter recursos via emissão de dívidas no mercado de capitais atendiam majoritariamente às grandes empresas. Em meio à pandemia de Covid-19, uma mudança no perfil ganha corpo: mais empresas pequenas e médias passaram a buscar recursos por meio de operações no mercado financeiro.

Levantamento feito pelo Estadão/Broadcast, com base em dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) do primeiro trimestre de 2021, mostra ofertas de volumes cada vez menores. No segmento de títulos de dívida, a entidade registrou dez operações de menos de R$ 100 milhões até 31 de março: sete ofertas de debêntures (títulos da dívida) e três de notas promissórias.

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Entre os exemplos em debêntures estão a Ascensus, empresa de logística de Joinville (SC) que captou R$ 25 milhões em março, além da startup Plugify, com uma arrecadou R$ 32,6 milhões para investir na ampliação dos parques de tecnologia da informação (TI), recebendo recursos de fundos de crédito como Angá e Augme.

Na emissão de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) foram dez ofertas com captação abaixo de R$ 100 milhões. Entre os fundos imobiliários, são 31 ofertas até R$ 100 milhões, sendo três delas de R$ 1 milhão. No mercado de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) foram contabilizadas outras 28 ofertas com volumes abaixo de R$ 10 milhões, sendo a menor de apenas R$ 750 mil, da RB Capital Companhia de Securitização.

Segundo profissionais que acompanham esse mercado, quatro fatores centrais explicam essa mudança nos últimos dois anos: a queda dos juros, a restrição do crédito nos bancos para pequenas empresas por causa da pandemia, menores custos dos intermediários e distribuidores para realizar ofertas restritas e a demanda dos investidores por aplicações de crédito privado.

Na visão do líder de mercado de capitais da Guide Investimentos, Luis Gustavo Pereira, as ofertas em volumes menores ficaram possíveis por causa da redução de custos com a estruturação das ofertas. "Os grandes bancos são caros e parrudos, mais exigentes e possuem equipes maiores, mas atualmente os custos para estruturação de ofertas ficou bem menor", diz. "Empresas regionais de supermercados e da construção civil já conseguem acessar o mercado de capitais com ofertas pequenas em recebíveis."

Para Carlos Ferrari, sócio do escritório NFA Advogados, o tíquete médio de operações com CRIs e FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios) está caindo para a faixa de R$ 10 milhões. "Atualmente é possível montar ofertas com tíquetes de R$ 6 milhões, R$ 8 milhões. Os custos de distribuição caíram com a pandemia, pois antes tinha de fazer eventos com os investidores, café da manhã, almoço ou jantares para as apresentações. Hoje, o road show é virtual. Do lado das empresas, a documentação ficou toda eletrônica, tudo ficou mais rápido."

Ferrari também aponta para frente um aumento ainda maior do número de ofertas dedicadas ao agronegócio. "Toda a cadeia do agronegócio está conhecendo o mercado de capitais e compartilhando esse conhecimento além do eixo Rio-São Paulo. Vemos mais tomadores de recursos em cidades como Lucas do Rio Verde e Primavera do Leste (MT), Barreiras (BA), Gramado e Canela (RS)", exemplifica.

Daniel Pegorini, presidente da Valora Investimentos, diz que recentemente a gestora ajudou a estruturar uma oferta de CRI de apenas R$ 7 milhões. "Não faz muito tempo, poucos anos, as ofertas só iam para mercado com volume acima de R$ 200 milhões", lembra.

Alternativa aos bancos. Além do juro muito baixo no último ano, Pegorini diz que as pequenas e médias empresas atingiram seus limites de crédito nos bancos com o avanço da crise causada pela pandemia, o que levou empresas mais profissionalizadas para o mercado de capitais. "Os bancos fizeram sua parte com os programas de crédito do governo, mas depois de um determinado limite não podiam mais atender empresas carentes de capital de giro."

Para Paulo Fróes, diretor da SRM Asset, com a crise da pandemia "há uma demanda infinita por crédito" pelos pequenos negócios e parte dessa demanda passou a ser atendida pelo mercado de capitais, sem a intermediação dos grandes bancos. "Nessas ofertas menores, o coordenador precisa observar o negócio em profundidade, para precificar o risco", aponta.

Fróes também diz que o desafio para a continuidade do acesso ao mercado de capitais em operações com volumes menores passa pela profissionalização das empresas. "Em 70% a 80% das pequenas empresas a gestão é familiar. As empresas que estão chegando ao mercado de capitais adotam gestão mais profissionalizada dos seus negócios, entregando transparência de seus números para os investidores."

Nos FIDCs o recorte ficou ainda menor. A Anbima mostrou 29 operações abaixo de R$ 10 milhões no primeiro trimestre do ano, sendo que uma delas, a securitizadora Forte Brasil, captou R$ 40 mil. "Os principais compradores são os fundos de investimentos, que buscam melhores prêmios (ganhos) com o crédito privado", explica Fróes.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O empresário Eike Batista foi condenado mais uma vez pela Justiça. Na última terça-feira, 9, foi sentenciado a mais 11 anos e oito meses de prisão por crime ao mercado financeiro e multa de R$ 871 milhões. A decisão é da juíza Rosália Monteiro Figueira, da 3ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. Em seu julgamento, ela considerou que o executivo abusou do seu conhecimento do mercado financeiro para enganar pequenos investidores nas empresas do grupo EBX.

Eike já tinha duas condenações da 3ª Vara Criminal anteriores a essa. Em 2019, ele foi condenado a oito anos e sete meses de prisão e, em 2020, a mais oito anos em regime semiaberto. Além disso, o juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, determinou outros 30 anos de confinamento. Somando as quatro sentenças, a pena de Eike chega a 58 anos de prisão.

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Segundo a juíza Figueira, a conduta social de Eike é "digna de censura", inclusive em sua família. Ela diz também que o empresário "demonstrou fascínio incontrolável por riquezas, ambição sem limites que o levou a operar no mercado de capitais de maneira delituosa". E que o seu objetivo seria o lucro fácil, "ainda que em prejuízo da coletividade".

O pedido da condenação desta semana partiu do Ministério Público Federal (MPF) e por entidades representantes de investidores no mercado financeiro que se julgam prejudicados pelas práticas do empresário. Eike liderou empresas com atividade em diversos segmentos da economia, como de petróleo e gás, logística e mineração.

No setor de petróleo, a OGX ganhou notoriedade por superdimensionar suas descobertas e levar seus investidores a acreditar que a companhia teria resultados operacionais e financeiros, revelados irreais no futuro.

Em sua decisão, a juíza destacou crimes cometidos especialmente no ano de 2013, quando o empresário já tinha conhecimento de que os seus projetos não teriam retorno financeiro que justificasse o valor das ações de suas empresas, principalmente da OGX. Mesmo assim, Eike executou uma série de manobras financeiras para fazer com que os investidores continuassem a apostar nos seus negócios e a participar de processos de alienação de suas ações.

O presidente Jair Bolsonaro demonstrou irritação com o mercado financeiro, que apresenta instabilidade nos últimos dias com o temor de que a prorrogação do auxílio emergencial e os planos de reduzir impostos sobre combustíveis desrespeitem pilares macroeconômicos como o teto de gastos, a regra de ouro e a Lei de Responsabilidade Fiscal.

"Nós queremos tratar da diminuição dos impostos num clima de tranquilidade e não num clima conflituoso no Brasil. E o pessoal do mercado, qualquer coisa que se fala aqui, vocês ficam aí irritadinhos na ponta da linha, né. Sobe dólar, cai a bolsa", afirmou, em sua live semanal nas redes sociais.

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"Pessoal, se o Brasil não tiver um rumo, todo mundo vai perder. Vocês também, pô. Então vamos deixar de ser irritadinhos que não vai levar a lugar nenhum. A gente está buscando soluções. Uma das maneiras de nós diminuirmos o preço do combustível é se o dólar cair aqui dentro. Mas qualquer negocinho, qualquer boato na imprensa, está aí esse mercado nosso, irritadinho. Aí sobe o dólar. Todo mundo perde com isso, pessoal", acrescentou.

O presidente reconheceu que uma nova rodada de pagamentos do auxílio emergencial por mais alguns meses aumentaria o endividamento, mas disse que o governo trabalha com responsabilidade para fechar uma proposta sobre o tema. Ele reiterou que a ajuda será "emergencial, não vitalícia".

"Não pode, quando se fala em discutir por mais alguns meses, poucos meses, a prorrogação do auxílio emergencial o mercado ficar se comportando dessa forma que está aí. 'Ah, vamos dar um sinal para eles de que não queremos isso'. Pessoal, vocês sabem o que é passar fome?", questionou. "Vocês sabem a necessidade que esse povo passa para simplesmente não estender a mão numa hora de necessidade? Nós sabemos."

Bolsonaro disse que o Brasil vive uma situação crítica, com uma dívida interna de cerca de R$ 5 trilhões. "Você, contribuinte, paga muito para rolagem dessa dívida. Então nós queremos é, com responsabilidade, diminuir a carga tributária no Brasil", disse.

O Ministério Público da Bahia ajuizou ação civil contra a empresa Binary bit e seus sócios Marcos Antônio Monteiro e Monteiro, José Ricardo Pereira Lima Filho e Israel Marcos Silveira Soares, além da empresa FNX Global Investment, por conta de práticas associadas a pirâmides financeiras. 

“Recebemos uma denúncia de um homem que investiu o valor de R$ 2 mil e não estava conseguindo realizar saques dos rendimentos, nem mesmo resgatar o valor, daí instauramos procedimento para investigar o caso”, afirmou a promotora de Justiça Joseane Suzart, autora da ação civil pública. 

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A empresa BinaryBit se apresenta como uma instituição que opera no mercado financeiro através de bolsa de valores, de corretora de câmbio, operações binárias e de exchange de moedas e criptomoedas, mediante recursos obtidos com aportes financeiros de investidores que almejavam alta rentabilidade.

Na ação, o MP requer que os acionados sejam obrigados à suspensão de qualquer atividade destinada à realização de negócios jurídicos que dependam do prévio aval da Comissão de Valores Imobiliários (CVM); de não ofertarem para o público e contratantes, nenhum Contrato de Investimento Coletivo (CIC) sobre operações de arbitragem, com ou sem o robô BinaryRobot, assim como interromperem a realização de quaisquer movimentações financeiras com dinheiro investido por consumidores. 

A promotora de Justiça relatou que, em ofício enviado ao MP, a CVM informou que a Superintendência de Relações com o Mercado e Intermediários apontou que seria provável que a empresa Binarybit “seja uma pirâmide financeira considerando a exigência de pagamento inicial sem uma clara e identificável contrapartida em produtos ou serviços, a promessa de retorno financeiro extraordinário, ênfase no aumento de ganhos com o recrutamento de novos participantes, a falta de informação sobre os riscos inerentes e a pouca informação sobre a empresa”. 

O MP requer ainda que, sob pena de caracterização de infração penal intitulada de oferta enganosa, os acionados não realizem ofertas de investimentos com base em criptomoedas (bitcoins), assegurando aos consumidores ganhos fraudulentos e inalcançáveis, gerandos falsas expectativas e ocultando os riscos do empreendimento ilícito; e entreguem os passaportes de seus sócios em juízo, em vista da recorrente prática de pessoas associadas a pirâmides financeiras saírem do país visando escapar da justiça brasileira.

Da assessoria do MP-BA

Os bancos centrais já despejaram US$ 6 trilhões no mercado financeiro desde março, de acordo com cálculo do Fundo Monetário Nacional (FMI), em movimento sem precedente, e parte desses recursos começou a buscar ativos de maior retorno em mercados emergentes. Mas estrategistas de bancos e gestoras ouvidos pelo Estadão/Broadcast mostram cautela sobre as chances de o Brasil atrair parte desse capital no curto prazo.

Juros reais na casa de zero, recessão, preocupações fiscais e crescentes ruídos políticos estão entre os fatores mencionados que devem manter os estrangeiros menos propensos a aportar recursos no mercado financeiro doméstico.

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"Investidores devem permanecer vigilantes e considerar o distanciamento de mercados que mostram os riscos mais altos (por exemplo, o Brasil)", alertam os estrategistas do banco francês Société Générale, em análise nesta semana que recomenda que seus clientes tenham postura mais seletiva sobre quais emergentes aplicar. No Brasil, o banco avalia que os efeitos da pandemia podem aumentar tensões políticas e sociais, isso em um ambiente de risco político já elevado, deterioração fiscal e baixo retorno real dos ativos, que piorou mais agora com a última queda da taxa básica de juros.

As estatísticas do Instituto Internacional de Finanças (IIF), formado pelos 450 maiores bancos do mundo, com sede em Washington, mostram que os mercados de ações e renda fixa dos emergentes tiveram fuga de quase US$ 100 bilhões em recursos externos por conta da pandemia do coronavírus e o Brasil foi um dos que mais perderam capital externo. Os números mais recentes mostram que os fluxos voltaram, mas ainda de forma tímida. Em maio, ficaram em US$ 4,1 bilhões. Os aportes, porém, se deram de forma desigual entre os emergentes, com investidores preferindo a China e outros mercados asiáticos, segundo o IIF.

Dados do Banco Central mostram que as saídas de capital do Brasil prosseguiram em junho pelo canal financeiro, com fluxo negativo de US$ 463 milhões no mês até o dia 12, mesmo com a Bolsa tendo ensaiado uma retomada dos aportes externos. No acumulado do ano, a saída líquida pelo canal financeiro soma US$ 33,8 bilhões. Na B3, em junho há saldo positivo de R$ 2,9 bilhões, mas no ano é negativo em R$ 74 bilhões.

Com os juros muito baixos, o chefe de economia e estratégia do Bank of America, David Beker, ressalta que o Brasil já perdeu a atratividade para investimentos na renda fixa. Ao mesmo tempo, se as taxas historicamente baixas melhorarem o ritmo de crescimento do Brasil, e por consequência os lucros das empresas, o País pode começar a atrair recursos para outros ativos, principalmente em ações. Mas não é um movimento para agora, pois depende da retomada da atividade e das perspectivas de lucratividade para as companhias. "Não necessariamente vem de imediato", disse ele. "O investidor estrangeiro está muito pouco alocado em Brasil em renda fixa e ainda tem muito espaço para alocação na renda variável."

‘Maré alta’

 

Em meio aos estímulos monetários e fiscais jamais vistos, e US$ 12,5 trilhões aplicados em títulos com juros negativos, os investidores vão procurar oportunidades nos emergentes, afirmou o responsável pela área de dívida de mercados emergentes da gestora inglesa Legal & General Investment Management (LGIM), Uday Patnaik. Mas ele mostra maior cautela com o Brasil. Ainda assim, o executivo avalia que o País pode atrair algum interesse dos investidores internacionais, na medida em que uma "maré alta levanta todos os barco".

Contudo, para o Brasil conseguir se destacar entre os emergentes, o governo de Jair Bolsonaro precisa mostrar disposição em prosseguir com as reformas e, mais ainda, que o ajuste fiscal melhore a dinâmica da dívida pública, afirma o gestor da LGIM. Ele menciona ainda a necessidade de melhorar o quadro político, resolvendo as acusações que envolvem a família Bolsonaro.

O sócio da gestora Ibiuna, Mario Torós, ex-diretor do Banco Central, estima que o Brasil teve a terceira maior expansão de gasto fiscal por conta da pandemia, atrás apenas de Estados Unidos e Japão, o que traz preocupação para os investidores. "Na política fiscal, o governo testou todos os limites que se possa imaginar", disse ele em evento pela internet do BTG Pactual, ressaltando que a situação das contas públicas já não era boa antes da crise e ficou ainda pior, se refletindo no real mais enfraquecido que outras moedas emergentes e no risco país mais alto.

Sobre a injeção de recursos pelos bancos centrais, Torós comenta que apenas o balanço do Federal reserve (Fed, o banco central americano) teve expansão, nos meses de abril e maio, em volume que representa quase todo o crescimento monetário nos anos desde o pós-crise financeira mundial de 2008. "Estamos anestesiados por volume sem precedentes de políticas fiscal e monetária."

Se o dinheiro está mostrando resistência em entrar no Brasil, a opção de captar recursos no exterior tem sido bem-sucedida, não só para o País, mas para outros emergentes. Na renda fixa, estudo da gestora europeia BlueBay Asset Management mostra que a busca por ativos de maior retorno tem sido crescente, por conta da alta liquidez. Este ano, governos e empresas de países emergentes conseguiram captar US$ 330 bilhões, crescimento de 17% em relação ao mesmo período de 2019. E as novas captações não se limitaram a países com rating alto, na categoria grau de investimento, mas também países com maior risco, com rating nos níveis B ou BB, como Egito, Brasil e Bahrein, que têm conseguido colocar papéis no exterior com forte demanda. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Através da Medida Provisória 946, o Governo Federal anunciou a liberação de R$ 1.045 para contas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), a partir do dia 15 de junho. Com isso, o Fundo PIS-Pasep foi extinto e seus recursos serão transferidos para o FGTS.

A proposta ainda vai passar por votação no Congresso, mas assume caráter emergencial, visto que em ato reduziu para 16 dias o prazo para MPs "em razão do enfrentamento do estado de calamidade pública e da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente da pandemia de coronavírus (covid-19)".

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"Acredito que ele [ o ministro Paulo Guedes ] tem que dar uma contrapartida de como vai continuar dando suporte às famílias de até dois salários mínimos em relação a essa injeção", apontou o economista Rafael Ramos ao comentar sobre fim do PIS-Pasep.

O especialista destaca a importância da medida para aquecer a economia e de 'desengessar' fundos que acabam retornando à União. "[O PIS] era uma contribuição significativa para as famílias que têm uma renda mais baixa. Ele era um dos poucos fundos que funcionavam, ainda que muita gente deixasse de tirar os recursos", avaliou.

Desde o governo de Michel Temer, as liberações se tornaram um afago para conquistar apoio popular, o que trouxe um "vício" para este tipo de ganho. No entanto, a conjuntura da pandemia está acelerando muitas decisões políticas e, tal pressa, pode causar efeitos negativos no futuro. "A gente vem trabalhando com políticas com validade. Se libera e usa os recursos, ele acaba. Então só vão dando fôlego, mas uma hora esses recursos do FGTS vão acabar", ressaltou.

Para o especialista, "de um lado você acelera recursos, mas aí o Governo também aproveita e começa a cortar o que ele queria. Um exemplo são os recursos do Sistema S que tiveram uma queda, ao longo desses três meses, de 50%", complementou Ramos.

Uma solução para trazer liquidez ao setor diante dos efeitos do novo coronavírus na economia seria pressionar os bancos privados pelo baratear e aumentar a disponibilidade de crédito. "Nesse momento, nenhum banco privado deu a mão de maneira suficiente para a economia. São instituições que tem bilhões de lucros e não dão a contrapartida dela", declarou.

"Caberia ao Governo verificar uma maneira para esse crédito ficar mais barato para os empresários. Principalmente neste momento que estão precisando de capital de giro", sugeriu o economista, na tentativa de estimular a economia e movimentar a relação entre emprego e renda.

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