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O hacker Walter Delgatti Netto afirmou que orientou os militares responsáveis por produzir o relatório das Forças Armadas sobre a segurança das urnas eletrônicas entregue no dia 9 de novembro de 2022. O hacker preso pela Polícia Federal (PF) depõe nesta quinta-feira (17) na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura os atos golpistas de 8 de janeiro. 

“Eu apenas não digitei, mas fui eu quem fez ele, porque tudo que consta nele foi orientado por mim”, sustentou Delgatti. Segundo ele, o trabalho junto aos militares foi uma ordem do ex-presidente Jair Bolsonaro após uma reunião no Palácio da Alvorada no dia 10 de agosto de 2022. Segundo o hacker, a reunião teria durado cerca de 1h30.

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O pedido de Bolsonaro teria sido questionado pelo coronel Marcelo Câmara, que acompanhava a reunião, ainda segundo o depoente. “Ele contrariou. Ele disse: ‘Não, mas lá (no Ministério) é complicado’. E o Bolsonaro disse: ‘Não, isso é uma ordem minha. Cumpra’”, descreveu Delgatti, acrescentando que o ex-presidente teria oferecido o indulto a ele em troca do serviço. O hacker estava com medidas cautelares devido à Operação Spoofing, que apurou a invasão de celulares de procuradores da Operação Lava Jato.  

O hacker disse que esteve cinco vezes no Ministério da Defesa, entrou pela porta dos fundos do prédio, e que se reuniu com o ministro da Defesa, o general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, além de servidores ligados a área de Tecnologia da Informação da pasta. 

Ainda segundo Delgatti, como a análise do chamado código-fonte da urna eletrônica só poderia ser feita na sede do TSE, os técnicos do Ministério da Defesa repassavam a ele as informações colhidas no tribunal. “Eles iam até o TSE e me repassavam o que eles viam, porque eles não tinham acesso à internet, eles não podiam levar uma parte do código; eles acabavam decorando um pedaço do código e me repassando”, explicou. 

Delgatti reforçou que o relatório das Forças Armadas foi integralmente orientado por ele. “Eu posso dizer hoje que, de forma integral, aquele relatório tem exatamente o que eu disse, não tem nada menos e nada mais”, concluiu.

A reportagem procurou o Ministério da Defesa para comentar o tema e está buscando contato da defesa do general Paulo Sérgio Nogueira. O espaço segue aberto a manifestações.

As Forças Armadas irão punir oficiais que comemorem o golpe militar de 1964 ou que participem de eventos que celebrem o regime ditatorial, nesta sexta-feira (31). As informações foram repassadas à Folha de S. Paulo por interlocutores do comandante do Exército, Tomás Paiva.

O golpe, que deu início à ditadura militar no Brasil, acaba de completar 59 anos. Apesar da decisão ter sido independente, ela segue a postura do Ministério da Defesa de não comemorar a data na ordem do dia em quartéis e batalhões ao redor do país. 

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De acordo com as fontes, a principal preocupação se volta a um evento no Rio de Janeiro, chamado “Movimento Democrático de 1964”, restrito a sócios e convidados do Clube Militar, que ocorrerá para "celebrar" o golpe. Conforme o jornal, generais afirmaram que a presença de oficiais na ativa pode ocorrer.  

O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, irá permanecer publicamente em silêncio nesta sexta. O plano foi acertado em conversas informais com os comandantes do Exército, Tomás Paiva, da Marinha, Marcos Olsen, e da Aeronáutica, Marcelo Damasceno. O Ministério dos Direitos Humanos também ignora a data e não emitirá nenhuma nota de repúdio. 

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O Ministério ucraniano da Defesa da Ucrânia negou, neste domingo (22), ter assinado contratos superfaturados para produtos alimentícios para soldados, rejeitando as acusações de corrupção, em um país onde a malversação de recursos públicos é uma prática disseminada.

A Defesa se pronunciou depois que os jornais locais publicaram um relatório, acusando o ministério de ter acertado um preço de duas a três vezes mais alto do que as tarifas em vigor para os alimentos básicos do pessoal que combate a invasão russa.

Assinado para 2023, o contrato em questão chega a 13 bilhões de hryvnas, correspondente a cerca de US$ 350 milhões no câmbio atual, segundo o portal de notícias ZN.UA.

"O ministério compra os produtos pertinentes por meio do procedimento estabelecido por lei", respondeu o Ministério da Defesa, que classificou como "falsas" as informações da imprensa.

"Estas foram divulgadas com a intenção de manipular, de forma deliberada", criticou o ministério, que disse estar preparando os papéis para abrir uma investigação sobre a "difusão" de informações "enganosas" que prejudicam os interesses da Defesa.

O ministério anunciou, ainda, que lançará uma "auditoria interna" e que, na segunda-feira (23), haverá uma reunião de emergência liderada pelo ministro da pasta, Oleksii Reznikov, para esclarecer "o procedimento e as circunstâncias da compra de produtos alimentícios para o pessoal militar em 2023".

O deputado André Janones usou suas redes sociais para anunciar, em tom alarmista, que nas próximas horas o ministro da Defesa, José Múcio, entregaria uma carta de demissão. Múcio desmentiu a informação. "Fogo amigo", respondeu ao Estadão/Broadcast o ministro. Alguns minutos depois, o próprio Janones publicou outra mensagem alegando que Múcio tinha desmentindo a informação.

Nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com a missão de distender a relação do novo governo com as Forças Armadas, José Múcio negociou com os comandantes das três Forças a data da posse, abortando um plano dos ex-comandantes do governo Bolsonaro de se negar a passar o cargo para os sucessores.

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A atuação do ministro vem sendo criticada por petistas no episódio dos acampamentos de golpistas na frente dos quartéis do Exército. Enquanto Múcio defendia que ali estavam apenas pessoas fazendo uma manifestação, o ministro da Justiça, Flávio Dino, dizia que ali estavam cometendo crime. Após a ocupação e depredação de prédios públicos em Brasília no domingo, Múcio passou a defender o desmonte dos acampamentos.

O Estadão apurou que o ministro da Defesa tem atuado com cautela em relação aos militares. Chegaram a ele relato de que a tropa está pacificada, mas não inteiramente convencida do resultado da eleição que levou Lula à presidência. O discurso de José Múcio tenta evitar adesão de oficiais aos movimentos extremistas.

Na Defesa, a avaliação é de que Janones está sendo usado pelo PT que quer assumir a Pasta. O deputado se aproximou de Lula nas eleições e acabou sendo descartado pelo novo governo.

Janones alega que não quer cargo no Executivo, mas chegou a declarar que queria apoio de Lula para assumir a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a mais importante da Câmara. Os petistas já avisaram, porém, que o pedido do deputado não será atendido.

Após a cerimônia de transmissão de cargo nessa segunda-feira (2), sem a presença da cúpula do governo Jair Bolsonaro, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, afirmou que as Forças Armadas brasileiras "sempre se posicionaram a favor da democracia". Segundo ele, os militares têm senso de responsabilidade.

Múcio disse ter amigos e parentes em acampamentos de apoiadores de Bolsonaro, contrários ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no entorno de quartéis pelo País. Ele afirmou que nem todos os participantes são radicais e disse considerar a manifestação legítima, mas entende que vão se esvaziar.

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"Eu acho que aquilo vai se esvair. Na hora em que o ex-presidente da República (Bolsonaro) entregou seu cargo, saiu do cargo, que o general Mourão (ex-vice-presidente) fez um pronunciamento falando que todos voltassem a seus lares", afirmou Múcio, em entrevista.

"Aquelas manifestações no acampamento, falo com autoridade porque tenho parentes lá, no do Recife, tenho alguns amigos aqui, é uma manifestação da democracia. Aos pouquinhos aquilo vai se esvair e vai chegar ao lugar que todos nós queremos", afirmou.

O tom de José Múcio destoa, em público, de outros ministros do governo Lula. A desmobilização dessas concentrações era um desejo de Lula confidenciado a parlamentares, como revelou o Estadão.

Apuração

Investigações policiais apontaram frequentadores do acampamento do Quartel-General do Exército como autores de uma tentativa de atentado a bomba e de cometer atos de vandalismo na capital federal, com incêndios de veículos e ônibus. Questionado se os parentes estavam ainda aglomerados nos quartéis, o ministro esquivou-se, dizendo que iria telefonar para eles.

"Nosso País possui tradições pacíficas. Apesar de sua relevante dimensão geopolítica, o Brasil e nossas Forças Armadas sempre se posicionaram a serviço da paz, da democracia, do respeito às instituições e da cooperação com seus vizinhos. Nossa história, rica em exemplos, mostra que a Marinha, o Exército e a Aeronáutica são instituições de Estado, respeitáveis e ciosas de seus papéis constitucionais, regidas pelos princípios da hierarquia e da disciplina, nelas profundamente arraigados", afirmou.

Dos três comandos, só a Marinha tem cerimônia pendente de passagem de cargo, que deve ocorrer na quinta-feira (5), quando Marcos Olsen assumirá. A do Exército ocorreu na sexta-feira passada (30), quando, com a posse do general Júlio César Arruda.

O brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno recebeu ontem o cargo de novo comandante da Força Aérea Brasileira (FAB). Ele disse que "não fugiria à luta" nem se "furtaria à nobre missão", mesmo diante de descontentamentos. "Que a incompreensão de alguns mais próximos se reverta em futuro entendimento", afirmou Damasceno.

Hábil negociador político e nome forte para comandar o Ministério da Defesa na futura gestão Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-presidente do Tribunal de Contas da União (TCU) José Múcio Monteiro "abre portas" ao setor privado em órgãos do governo. O ministro aposentado presta, ainda, consultoria a empresas com interesses na Corte em que atuou por mais de dez anos.

Múcio entrou no ramo após deixar o TCU - em aposentadoria antecipada, em dezembro de 2020. No mês seguinte, abriu a Jmmf Consultoria Ltda, com capital de R$ 10 mil, em uma sala comercial na Asa Norte, em Brasília. No registro, consta a atividade de "consultoria em gestão empresarial". Em fevereiro deste ano, inaugurou uma filial em um edifício comercial no Recife.

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Ao Estadão, Múcio afirmou que a consultoria faz "engenharia política" para clientes. "Eu uso meu network de 40, 50 anos de política e abro portas, marco para a pessoa ser recebida", afirmou. Ele rechaça a pecha de lobista: "Lobby é se eu cobrar por êxito. Eu não cobro por êxito. Eu não tenho premiação".

No âmbito de processos no TCU, a contratação da Jmmf Consultoria é mencionada para prestar serviços à Seguradora Líder, que já foi responsável pela administração do DPVAT - o seguro obrigatório para motoristas -, em ao menos duas atas de reuniões a que a reportagem teve acesso. Uma delas é de 10 de agosto deste ano e a outra do dia 18 do mesmo mês.

Na última década, o TCU apurou uma série de suspeitas de irregularidades em contratos da Líder na gestão do seguro usado para indenizar vítimas de acidentes de trânsito, cujo montante recolhido é de R$ 4 bilhões por ano. Múcio foi relator de um pedido do Congresso para auditar o DPVAT, em 2018. Nenhum dos casos resultou em conclusão que levasse a seguradora a ser punida.

O presidente Jair Bolsonaro, porém, chegou a suspender a arrecadação em uma investida contra o seguro. Em 2020, o consórcio da Líder foi dissolvido pelas empresas integrantes e o TCU determinou que o governo continuasse a prover o seguro, mesmo que em um contrato emergencial com a seguradora. A gestão Bolsonaro, então, passou para a Caixa Econômica Federal a administração dos recursos. O caso está prestes a parar na Justiça, além de pendente de análise na Corte de contas. A Líder quer voltar a operar o DPVAT.

'CONSISTENTE' - Em um trecho do contrato de Múcio com a Líder consta que o ministro aposentado presta "serviços de consultoria consistente em gestão empresarial e apoio". Pessoas ligadas às seguradoras afirmaram ao Estadão que, na prática, ele seria responsável por pareceres nos processos que estão no TCU.

Hoje, Múcio disse ter contrato de R$ 50 mil com a Seguradora Líder. O ministro aposentado é engenheiro de formação, não advogado, e, apesar de constar duas vezes nas atas produzidas e endossadas pelas empresas que o contrataram, ele negou atuar no TCU.

"Se eles puseram na ata, é por conta e risco deles. Mas eu não vou cuidar (dos processos). Até porque os ministros não recebem isso (a atuação de ex-ministros) bem. Nem nos meus relatórios de compliance, nem nas empresas tem nenhuma citação a lobby, nem Congresso, nem TCU, nem absolutamente nada", disse.

Múcio afirmou, ainda, prestar consultoria por R$ 18 mil à Federação das Seguradoras (Fenaseg). Procuradas, Líder e Fenaseg não se manifestaram.

ÊXITO - No time de advogados da Líder, que contratou Múcio, está um amigo do ministro aposentado, o ex-correligionário e colega de bancada do PTB de Pernambuco na Câmara Luiz Piauhylino. O Estadão teve acesso aos valores do contrato do ex-parlamentar, que pode chegar a R$ 4,8 milhões a depender do êxito nas ações.

Piauhylino tem parentesco distante com Múcio e, em comum, acumula vasta experiência no TCU. Desde que deixou de ser deputado, em 2007, Piauhylino atua na Corte, especialmente para empresas do setor de infraestrutura. Também teve processos julgados pelo ministro aposentado.

Múcio disse ter ajudado recentemente Piauhylino a amarrar agendas com autoridades do governo, mas negou ter relação de trabalho com o ex-deputado no caso das seguradoras. "Se eu tivesse negócios com algum advogado, eu teria com meu filho, que é advogado. Mas eu fujo disso", afirmou.

Procurado, Piauhylino não se manifestou. Questionado sobre se Múcio tem atuado em nome de empresas, o TCU não se pronunciou.

MAIS CONTRATOS - Em outubro do ano passado, o portal UOL revelou que Múcio foi contratado pela fabricante de cigarros Philip Morris para atuar em nome da multinacional perante à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Na época, a empresa havia sofrido uma derrota no órgão regulador, em uma tentativa de registrar um produto relacionado a cigarros eletrônicos.

Procurada, a Phillip Morris afirmou que "confirma que o ex-ministro José Múcio Monteiro presta serviço de consultoria à empresa".

Assim que deixou o TCU, já em dezembro de 2020, Múcio tornou-se conselheiro administrativo da FSB, agência de comunicação com histórico de contratos no governo federal. A empresa afirmou que o "ex-ministro José Múcio Monteiro é consultor da FSB Comunicação na área de análise política".

NOVA MISSÃO - Agora, na iminência de assumir o Ministério da Defesa de Lula, Múcio deve deixar a Jmmf Consultoria e abandonar o mercado privado. Ele foi convidado pelo presidente eleito para comandar a pasta. O petista confirmou a interlocutores, em reuniões ao longo da semana passada, que vai anunciá-lo após ser diplomado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no próximo dia 12. Múcio evita falar abertamente sobre o assunto antes que o presidente eleito confirme seu nome.

O ministro aposentado deverá assumir uma pasta que representa uma das grandes dificuldades para o próximo governo. Lula e o PT têm relação truncada com a cúpula do Exército, onde Múcio circula com desenvoltura. Como mostrou o Estadão, ele virou uma espécie de "curinga" para a equipe da transição e chegou a ser cotado até para a articulação política.

TRÂNSITO- As credenciais de Múcio, seja na atuação na iniciativa privada, seja para assumir a Defesa, advêm da longa carreira política, iniciada nos anos 1970 como prefeito de Rio Formoso (PE). Ele foi ainda secretário de Estado, acumulou cinco mandatos de deputado federal e foi ministro da Secretaria de Relações Institucionais de Lula antes de ser indicado pelo petista ao TCU, em 2009.

O trânsito se dá não só pela esquerda. Múcio passou pelo extinto PDS, PFL, DEM, oriundos da Arena - partido da ditadura militar. Elegeu-se deputado em coligação com Fernando Henrique Cardoso nos anos 1990. Mais recentemente, teve proximidade com Bolsonaro e foi um dos agentes políticos que se esforçaram para que o mandatário abraçasse a vacina contra a covid. Não deu certo, e Múcio assumiu postura mais crítica ao governo. Agora, de novo, se volta para Lula.

O ex-ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), José Múcio Monteiro, pode ser o escolhido para comandar o Ministério da Defesa durante o governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 

O líder petista está em Brasília nesta segunda-feira (28), onde tenta agilizar as questões da transição de governo e das equipes que irão compor os ministérios. Segundo O Globo, Lula terá uma conversa decisiva com Múcio para que o martelo seja batido.

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José Múcio foi líder da articulação política do segundo governo de Lula e é tido como um político conservador habilidoso e com boas relações com a esquerda, o que parece ser solução para o presidente eleito, que já havia prometido colocar um civil para voltar a comandar a Defesa. 

Um militar da Força Aérea Brasileira (FAB) morreu, neste sábado (19), após ser atingido por um tiro na cabeça no anexo do Ministério da Defesa, em Brasília (DF). O caso foi registrado na Polícia Civil como homicídio.

A vítima fatal do disparo foi identificada como Kauan Jesus da Cunha Duarte, de 19 anos. O suspeito de atirar, segundo o boletim de ocorrência registrado pela polícia, é Felipe de Carvalho Sales, também de 19 anos. De acordo com a corporação, ainda não foi efetuada a prisão do suspeito e por se tratar de "um crime militar", a investigação será conduzida pela FAB.

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Em nota enviada à imprensa, o Ministério da Defesa disse que o caso ocorreu no "alojamento da guarda" e lamentou o "incidente ocorrido". A pasta afirmou ainda que "acompanha a apuração e a investigação dos fatos".

 


 

Após a demora para divulgação dos nomes que farão parte da transição nas áreas de Defesa e Inteligência, o coordenador dos grupos temáticos, Aloizio Mercadante, disse, nesta sexta-feira (18), que haverá muita "representatividade" na equipe, que deve ser anunciada na próxima semana. Mercadante também confirmou que o Ministério da Defesa deverá ser chefiado por um civil.

O coordenador repetiu que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva ainda precisa confirmar os nomes que trabalharão na transição com as Forças Armadas e os órgãos de inteligência, como o GSI e a Abin.

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"Ele (Lula) está chegando e vamos fechar o grupo. Acho que vocês vão ter uma bela surpresa. Acho que está muito bem construído o grupo. Para logo, no começo da semana, temos urgência. Na segunda-feira está resolvido", afirmou Mercadante, ao chegar ao Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB). "Pela composição do grupo, pela representatividade, pela estatura das pessoas que vão participar, vai ser uma excelente solução. Um grupo muito representativo para essa tarefa que é o diálogo com as forças armadas", completou.

O senador e ex-ministro Jaques Wagner é um dos cotados para o cargo. "O presidente já disse isso publicamente que o ministro da Defesa será um civil. Foi no governo dele e será (no novo mandato). Agora o grupo de transição é um grupo que tem uma tarefa específica que é essa que eu falei pra vocês", respondeu.

Mercadante ainda criticou as novas paralisações de caminhoneiros e considerou que o movimento "não tem sentido". "No primeiro turno não teve um único governador, um único senador, um único deputado que perdeu a eleição que questionasse o resultado da eleição e as urnas. No segundo turno não pode ser diferente", afirmou.

E concluiu: "E paralisar estradas, você está prejudicando a economia. Pessoas que têm urgência para chegar ao trabalho, que têm às vezes necessidades de saúde, você perde produtos que ficam expostos ao sol ou ao tempo. Então isso não é uma forma nem democrática e não contribui em nada para reconstruir esse País."

O ministro do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski defendeu nesta segunda-feira, 14, a indicação de um nome civil para ocupar o Ministério da Defesa no futuro governo de Luiz Inácio Lula da Silva. O magistrado foi um dos palestrantes da Brazil Conference, evento organizado pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide) que reuniu cinco ministros e um ex-ministro do STF em Nova York.

Depois de fazer um preâmbulo no qual elogiou a postura dos militares desde a redemocratização, Lewandowski afirmou: "Estou convencido de que o Ministério da Defesa deve ser ocupado por um civil".

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Durante o debate, o ministro foi questionado pelo jornalista Merval Pereira sobre um suposto convite para ocupar a pasta da Defesa de Lula no ano que vem, quando irá se aposentar da Corte. "Li pelos jornais, mas minha expectativa é cuidar dos netos. Fora de cogitação, até porque não fui convidado", afirmou.

Mais tarde, porém, Lewandowski foi indagado novamente por jornalistas, na saída do evento, se aceitaria ou não o convite caso fosse feito. "O futuro a Deus pertence", desconversou o ministro.

*O repórter Pedro Venceslau viajou a convite do Lide

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) convocou uma reunião de emergência com todos os comandantes das Forças Armadas, generais do Alto Comando e ministro da Defesa para esta quinta-feira (10). Segundo o portal O Antagonista, o encontro estava marcado para às 16h e uma das pautas seria o relatório do Ministério da Defesa sobre as urnas eletrônicas e os protestos populares em frente aos quartéis do Exército. 

Ainda nesta quinta, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Alexandre de Moraes, havia dito que o assunto sobre o sistema eleitoral brasileiro “já acabou faz tempo”. A declaração foi feita após o Ministério da Defesa emitir um novo comunicado sobre o relatório das urnas eletrônicas informando que o relatório dos técnicos do Exército não descarta a possibilidade de fraude nas urnas eletrônicas. 

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Mesmo com o último comunicado do Exército, a própria auditoria das Forças Armadas mostra que não é possível afirmar que houve irregularidades nas urnas eletrônicas. Os militares dizem que a Corte Eleitoral restringiu o acesso dos técnicos ao código-fonte e às bibliotecas de software das urnas. 

Enquanto os atores políticos aguardam a divulgação do relatório das Forças Armadas sobre o segundo turno das eleições, o presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD), voltou a fazer forte defesa das urnas na manhã desta quarta-feira, 9. Perante representantes de 147 países na abertura do 24º Congresso Internacional das Instituições Superiores de Controle (Incosai), no Rio de Janeiro, Pacheco disse que o sistema eleitoral brasileiro é "motivo de orgulho" e defendeu a verificação de urnas realizada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) no primeiro e no segundo turno das eleições.

"Enalteço o excelente trabalho que tem sido feito no Brasil pelo TCU, por ocasião do processo democrático de escolha dos nossos representantes. O TCU contribuiu muito fortemente para que houvesse o sentimento verdadeiro de uma realidade conhecida e reconhecida no seio nacional, da eficiência das urnas eletrônicas e do nosso sistema eleitoral de votação, que é motivo de orgulho para a nação brasileira e não de demérito. O TCU se mostrou pronto para contribuir nesta compreensão plena da sociedade brasileira com seu papel", disse Pacheco.

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Questionado pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) sobre sua expectativa com relação à auditoria dos militares, Pacheco sorriu e disse que falaria à imprensa ainda nesta quarta em Brasília. Ele almoça no mesmo dia com o presidente eleito da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para tratar da manutenção do Auxílio Brasil em R$ 600 e outros temas da transição.

Antes de deixar o Congresso organizado pelo TCU, o presidente do Senado teve uma conversa de dez minutos com o ministro das Relações Exteriores, Carlos França.

Na saída, França disse que se limitou a abordar a participação de Pacheco na Conferência do Clima das Nações Unidas, a COP-27.

Perguntado sobre o acompanhamento do processo eleitoral por uma delegação da Organização dos Estados Americanos (OEA), França disse que manteve contato com o chefe da missão, mas ainda não teria recebido um relatório final. "Mas tenho a impressão que correu tudo bem (nas eleições)", afirmou o chanceler.

Segundo o presidente em exercício do TCU, ministro Bruno Dantas, o TCU atestou o resultado das eleições por meio da comparação dos números divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o relatório físico de mais de 4,1 mil urnas, número que supera em muito o escopo de qualquer outra verificação, inclusive a realizada por militares, cujo número de verificações de urnas ficou na casa das centenas.

Nos bastidores, a expectativa é que o relatório das Forças Armadas rechace a tese de fraude nas eleições, mas pontue inconsistências que podem dar brecha a questionamentos futuros por parte do grupo político de Bolsonaro.

Dantas, que acumula a partir desta semana a presidência da organização internacional de órgãos de controle que reúne 196 países (Intosai), destacou, em discurso a uma plateia majoritariamente estrangeira, a solidez da auditoria do processo eleitoral realizada pelo tribunal.

"A complexidade de cada momento histórico por vezes exige, para além das atribuições das instituições de controle de todas as nações, o exercício de colocar em prática métodos e padrões de fiscalização na defesa da própria democracia, como ocorreu recentemente ao realizarmos no Brasil uma auditoria sólida do processo eleitoral", afirmou o ministro do TCU.

O Ministério da Defesa informou que vai encaminhar na quarta-feira (9) ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o relatório de fiscalização do sistema eletrônico de votação elaborado por técnicos das Forças Armadas. 

Os militares fazem parte da comissão de transparência criada pelo próprio TSE para fiscalizar as eleições, que foram encerradas no dia 30 de outubro. Com fim do pleito, outras entidades também entregaram à Justiça Eleitoral suas conclusões sobre o processo eleitoral. 

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 Na semana passada, a missão internacional da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) concluiu que as eleições brasileiras ocorreram de forma segura e confiável. 

De acordo com a entidade, a votação por meio da urna eletrônica é “confiável e credível” e permitiu a contagem célere dos votos. Segundo a CPLP, não há reclamações suscetíveis para colocar em dúvida a transparência do processo de votação. 

A missão da Organização dos Estados Americanos (OEA), que também participou de eleições anteriores como observadora, afirmou que não houve irregularidades em 100% dos testes e auditorias acompanhadas pela OEA.

Representantes das Forças Armadas discutem como realizar uma contagem paralela dos votos para as eleições deste ano, tendo em vista que esta é uma medida que o presidente Jair Bolsonaro (PL) cobra desde abril. Integrantes do Ministério da Defesa admitiram, em conversas reservadas, que estão se preparando para esta tarefa. Até então, o mais provável é que sejam utilizados boletins impressos pelas urnas eletrônicas depois do encerramento da votação.

Além dos boletins de urnas (BUs), -que são registros do resultado de cada equipamento, impressos ao fim de cada votação- uma outra alternativa é ter acesso aos dados retransmitidos pelos tribunais regionais ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Os boletins indicam a quantidade de votos recebidos por candidato, partido, nulos e brancos. Eles ficam registrados digitalmente na mídia das urnas, criptografados e embaralhados para impedir a identificação do eleitor. 

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Alguns militares lotados no Ministério da Defesa, que têm acompanhado o processo de fiscalização das urnas junto ao TSE, afirmam que a decisão de realizar a totalização de votos por conta própria ainda não foi oficializada e nem comunicada ao TSE. De acordo com um general, tudo depende de uma decisão política a ser transmitida pelo chefe da pasta, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira. Bolsonaro, por sua vez, insiste na contagem paralela pela Defesa. 

Os militares montaram uma equipe própria para o "acompanhamento da totalização", como a fiscalização vem sendo chamada no colegiado. A equipe é formada por 10 oficiais da ativa do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. O colegiado explica que age de forma técnica para contribuir com o aperfeiçoamento da segurança e transparência do sistema. Os argumentos abastecem a campanha política de descrédito das eleições colocada pelo presidente. 

A verificação dos votos pelas Forças Armadas é uma missão não prevista na Constituição e nem nas diretrizes de Defesa Nacional. Já a Corte Eleitoral tem a missão exclusiva de promover eleições, apurar e dar o resultado. O presidente sugeriu, ainda, que a apuração seja semelhante à da Mega Sena. 

Por sua vez, o TSE desmentiu que a apuração seja terceirizada ou feita numa "sala secreta", pois a contagem é feita na sede da Corte, com o uso de um supercomputador fornecido por uma multinacional de tecnologia, instalado na sala-cofre do TSE e operado por funcionários especializados do Judiciário, por recomendação da Polícia Federal. 

Os dados com a parcial dos votos apurados são enviados para Brasília por meio de uma rede dedicada de acesso restrito, com criptografia e uma série de barreiras de segurança. Nunca houve divergências no resultado. 

Auditoria

Para os militares, a apuração por conta própria é parte das atividades de auditoria possíveis. 

O TSE decidiu publicar todos os boletins de urna online com códigos QR, como forma de ampliar a transparência. Desta forma, os militares e outras entidades fiscalizadoras como partidos e Ministério Público, vão poder consultar imediatamente os votos apurados e fazer somatórios independentes. Os militares argumentam que a apuração paralela, com a publicação dos boletins de urna na internet, pode ser feita por qualquer cidadão e estaria dentro das regras de fiscalização estabelecidas pelo TSE. 

O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa criticou, na madrugada desta quinta-feira (7), as declarações do ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, sobre a segurança das urnas eletrônicas e o interesse de grupos antidemocráticos em atacar o sistema eleitoral brasileiro. Em uma série de publicações no Twitter, Barbosa comentou a fala de Nogueira dada durante uma audiência na Câmara dos Deputados.

“Convido as pessoas com um mínimo de conhecimento da trágica história política brasileira a um exame sereno e lúcido da frase do ministro da Defesa, um general que faz parte do grupo de auxiliares do primeiro escalão do Presidente da República:  Disse o general Paulo Sergio Nogueira: 'As Forças Armadas estavam quietinhas em seu canto e foram convidadas pelo TSE…'. Ora, general, as Forças Armadas devem permanecer quietinhas em seu canto, pois não há espaço para elas na direção do processo eleitoral brasileiro”, disse Joaquim Barbosa.

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Durante a audiência no Congresso, o ministro bolsonarista foi questionado pela deputada Perpétua Almeida (PCdoB-RJ) se as equipes de inteligência das Forças Armadas monitoram "grupos armados ou pessoas mal-intencionadas [que possam tentar] interferir e tirar a paz no processo eleitoral".

À ocasião, a parlamentar usou como comparação a invasão ao Capitólio, nos Estados Unidos, e demonstrou preocupação com o ato antidemocrático servir de referência ao mesmo tipo de grupo, mas no Brasil. O chefe da Defesa se mostrou despreocupado com a possibilidade de ataques antidemocráticos acontecerem.

"A preocupação que a senhora expõe no comentário em relação ao emprego da inteligência internamente e, não sei se foi essa a intenção, no que diz respeito ao processo eleitoral, eu nego e não existe esse tipo de preocupação [reedição da invasão do Capitólio no Brasil]."

Na audiência, o ministro disse que não tem questionado a credibilidade do sistema eleitoral brasileiro. Ele afirmou, no entanto, que nenhum sistema está imune a falhas ou fraudes e que as urnas eletrônicas podem ser aperfeiçoadas.

"Nenhum sistema informatizado é totalmente inviolável, sempre haverá riscos, até mesmo em bancos que gastam milhões [de reais] em sistemas de segurança. Não se trata de qualquer dúvida em relação ao sistema eleitoral."

O questionamento em tom mais ameno não passou despercebido pelo ex-chefe da Suprema Corte: “Insistir nessa agenda de pressão desabrida e cínica sobre a Justiça Eleitoral, em clara atitude de vassalagem em relação a Bolsonaro, que é candidato à reeleição, é sinalizar ao mundo que o Brasil caminha paulatinamente rumo a um golpe de Estado. Pense nisso, general”, concluiu Joaquim Barbosa.

O Ministério da Defesa prepara nova resposta ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ela será uma tréplica, terá caráter político e rebaterá os comentários dos técnicos do tribunal aos questionamentos feitos pela equipe do general Héber Portella a respeito de possíveis fragilidades nas urnas e na totalização eletrônica de votos.

Portella é o representante do Ministério da Defesa na Comissão de Transparência Eleitoral (CTE), criada em 2021, para aprimorar o sistema usado nas eleições de 2022. O novo documento deve ser apresentado na próxima reunião da comissão, marcada para o dia 20. Ele será baseado em trabalho do Comando de Defesa Cibernética (ComDCiber) que procura, sobretudo, desfazer a ideia de incompetência e de erros grosseiros que os peritos do TSE apontaram no trabalho anterior dos militares.

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Os peritos do ComDCiber dizem que possíveis erros cometidos por eles nos questionamentos aconteceram porque não receberam todas as informações sobre o sistema eleitoral nem sobre as metodologias. Lembram que, em outubro do ano passado, após a primeira reunião da CTE, solicitaram ao TSE o envio de mais de uma dezena de documentos sobre o sistema que não foram remetidos.

Também afirmam que pediram autorização para fazer questionamentos a fim de compreender o sistema. Até hoje, alega o ComDCiber, não houve reunião técnica, só a troca de documentos, seguida de interpretações políticas do TSE.

IDEIAS

Já a cúpula do Exército pretende reafirmar três ideias. A primeira é a de que as Forças Armadas colaboraram desde o começo com a CTE. Querem reiterar que não agiram politicamente nem se deixaram instrumentalizar pelo presidente Jair Bolsonaro. E pretendem mostrar competência técnica, arranhada pela resposta do TSE.

Diz ainda que a designação de Portella não ocorreu em razão de proximidade com o então ministro da Defesa, Walter Braga Netto, mas por ele chefiar a ComDCiber. Há no Exército a certeza de que não foi Portella o responsável pelo vazamento dos questionamentos feitos ao tribunal pelas Forças Armadas. Em janeiro, Bolsonaro usou esses dados em uma live. As suspeitas no caso recaem sobre Braga Netto, que recebera as informações de Portella, na condição de chefe.

SIGILO

Cogitado para ser vice na chapa de Bolsonaro, Braga Netto teria interesse de agradar ao chefe, apesar do compromisso assumido com o TSE de manter em sigilo os questionamentos técnicos. Os magistrados têm a mesma desconfiança. No Supremo Tribunal Federal, o uso político das informações feito por Bolsonaro foi considerado uma deslealdade.

Em resposta, a Força Terrestre procura mostrar não ter interesse em se ver arrastada para a política, principalmente diante do cenário eleitoral. O problema agora é saber se o documento que o Exército prepara sairá do terreno do diálogo entre peritos e se transformará em mais um lance da guerra aberta entre os Poderes.

As comissões de Fiscalização Financeira e Controle; e de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados realizam audiência pública na próxima quarta-feira (8) para ouvir o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira. Ele deve prestar esclarecimentos sobre o contrato firmado pelo Laboratório Farmacêutico da Marinha Brasileira com empresa EMS S/A para a compra de 11,2 milhões de comprimidos de Viagra. 

O requerimento inicialmente convocava o ministro (dessa maneira ele era obrigado a comparecer), mas foi transformado em convite e incluiu outros dois assuntos para o ministro explicar: a segurança do processo eleitoral brasileiro e a compra de próteses penianas infláveis. 

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O deputado Jorge Solla (PT-BA), coautor do pedido de convocação, considerou o uso de recursos públicos para compra de Viagra um "escárnio" com a saúde da população e uma "desmoralização" para as Forças Armadas.  O deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP) também subscreveu o requerimento. Ele defendeu mais transparência nesse contrato firmado pela Marinha. "É preciso verificar se é bom para o poder público, para a sociedade, e se tem objetivos claros. É isso que está faltando aqui", declarou.  O requerimento original é do deputado Elias Vaz (PSB-GO). 

A audiência está marcada para as 14 horas, em plenário a definir. 

*Da Agência Câmara de Notícias

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rejeitou todas as sugestões das Forças Armadas para serem implementadas nas eleições deste ano. A corte apontou erros de cálculo no documento enviado pelos militares para questionar a segurança das urnas e afirmou, em relatório técnico, que várias das medidas indicadas como necessárias para ampliar a integridade do pleito já são adotadas. 

Em trecho do documento enviado ao TSE, o Ministério da Defesa pede a realização de dois testes públicos de segurança em urnas usadas nas eleições. Segundo o pedido, deveriam ser realizados um teste estadual e outro federal, no dia da votação. 

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A Justiça Eleitoral destacou que as urnas usadas para a escolha de candidatos nos estados, para cargos como os de governador, senador e deputado federal são as mesmas usadas na escolha do presidente da República. Sendo assim, não existem fundamentos para embasar a realização de dois testes de segurança no dia da votação, de acordo com os técnicos do TSE.

"Ora, tendo em vista que o funcionamento das urnas eletrônicas é homogêneo nas UFs (unidades da federação) e que o teste de integridade é executado com a votação em todos os cargos simultaneamente, não faria sentido executar dois planos amostrais, um para nível estadual e outro para nível federal. Entendemos que um único plano amostral é suficiente para verificar os dois cenários", respondeu o Tribunal. 

Margem de erro

Em um dos questionamentos, o Ministério da Defesa alega que o  médio de 66%, considerando um nível de asseguração limitado, em decorrência do reduzido tamanho da amostragem por UF".

Por sua vez, o TSE afirma que a alegação não é verdadeira e decorre de erro de cálculo por parte dos dados enviados pelo representante das Forças Armadas. A corte assegura que não foram consideradas, quando da análise do sistema eleitoral, as diversas camadas de segurança no sistema para evitar fraudes, tampouco a realização de eleições democráticas por 20 anos, sem nenhuma comprovação de fraude eleitoral. 

De acordo com a Justiça Eleitoral, o cálculo para apontar risco de irregularidade levou em consideração todo o universo de 577.125 urnas reservadas para as eleições deste ano. No entanto, existe uma parcela reservada para eventuais problemas técnicos nos equipamentos, que só entram em uso para substituir as demais. Sendo assim, o número total de urnas usadas efetivamente para colher a escolha dos eleitores é de 462.504 equipamentos. 

De acordo com o documento de sugestões, "pressupõe, equivocadamente, a probabilidade de ocorrência de inconformidade igual a 50%. A população de urnas representativa da amostra não deve considerar o parque total de urnas, que engloba a reserva técnica, impondo-se que o cálculo parta do quantitativo de urnas efetivamente instaladas em seções de votação nas Eleições 2022", afirma o documento.

O ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, afirmou nesse domingo (24) considerar uma “ofensa grave” a declaração dada pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), que afirmou que as Forças Armadas “estão sendo orientadas para atacar o processo eleitoral brasileiro”

Por meio de nota, a Defesa afirmou ainda que a fala de Barroso é uma “ilação ou insinuação” e que não há provas de que as Forças Armadas “teriam recebido suposta orientação para efetuar ações contrárias aos princípios da democracia”. O general também classificou a declaração do ministro do Supremo como “irresponsável”. 

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“Afirmar que as Forças Armadas foram orientadas a atacar o sistema eleitoral, ainda mais sem a apresentação de qualquer prova ou evidência de quem orientou ou como isso aconteceu, é irresponsável e constitui-se em ofensa grave a essas Instituições Nacionais Permanentes do Estado Brasileiro. Além disso, afeta a ética, a harmonia e o respeito entre as instituições”, disse Oliveira. 

A alegação de Barroso foi feita no último domingo (24), durante um seminário sobre o Brasil promovido pela Universidade Hertie School, de Berlim, na Alemanha, em uma participação por teleconferência. Além de insinuar a orientação antidemocrática, o ministro disse que, desde a redemocratização do país, "se teve uma instituição de onde não veio notícia ruim e que teve um comportamento exemplar, foram as Forças Armadas".  

Na mesma nota, o ministro da Defesa acrescentou que as “Forças Armadas, republicanamente, atenderam ao convite do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e apresentaram propostas colaborativas, plausíveis e exequíveis, no âmbito da Comissão de Transparência das Eleições (CTE) e calcadas em acurado estudo técnico realizado por uma equipe de especialistas, para aprimorar a segurança e a transparência do sistema eleitoral, o que ora encontra-se em apreciação naquela Comissão”. 

“As eleições são questão de soberania e segurança nacional, portanto, do interesse de todos”, acrescentou. 

Confira a nota na íntegra: 

Acerca da fala do Ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, durante participação, por videoconferência, em um seminário sobre o Brasil, promovido por entidade acadêmica estrangeira, em que afirma que as Forças Armadas são orientadas a atacar e desacreditar o processo eleitoral, o Ministério da Defesa repudia qualquer ilação ou insinuação, sem provas, de que elas teriam recebido suposta orientação para efetuar ações contrárias aos princípios da democracia.

Afirmar que as Forças Armadas foram orientadas a atacar o sistema eleitoral, ainda mais sem a apresentação de qualquer prova ou evidência de quem orientou ou como isso aconteceu, é irresponsável e constitui-se em ofensa grave a essas Instituições Nacionais Permanentes do Estado Brasileiro. Além disso, afeta a ética, a harmonia e o respeito entre as instituições.

As Forças Armadas, republicanamente, atenderam ao convite do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e apresentaram propostas colaborativas, plausíveis e exequíveis, no âmbito da Comissão de Transparência das Eleições (CTE) e calcadas em acurado estudo técnico realizado por uma equipe de especialistas, para aprimorar a segurança e a transparência do sistema eleitoral, o que ora encontra-se em apreciação naquela Comissão. As eleições são questão de soberania e segurança nacional, portanto, do interesse de todos.

As Forças Armadas, como instituições do Estado Brasileiro, desde o seu nascedouro, têm uma história de séculos de dedicação a bem servir à Pátria e ao Povo brasileiro, quer na defesa do País, quer na contribuição para o desenvolvimento nacional e para o bem-estar dos brasileiros. Elas se fizeram, desde sempre, instituições respeitadas pela população.

Por fim, cabe destacar que as Forças Armadas contam com a ampla confiança da sociedade, rotineiramente demonstrada em sucessivas pesquisas e no contato direto e regular com a população. Assim, o prestígio das Forças Armadas não é algo momentâneo ou recente, ele advém da indissolúvel relação de confiança com o Povo brasileiro, construída junto com a própria formação do Brasil.

Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira

Ministro de Estado da Defesa

 

 

As Forças Armadas aprovaram a compra de 35 mil unidades de viagra, remédio utilizado geralmente para tratar da disfunção erétil. Dados levantados pelo deputado federal Elias Vaz (PSB) mostram que oito pregões foram realizados por unidades ligadas aos comandos da Marinha, Exército e Aeronáutica.

Os processos foram homologados em 2020, 2021 e seguem válidos neste ano. O maior volume dos comprimidos (28.320) tem como destino a Marinha. Cinco mil viagras foram aprovados para o Exército e dois mil para a Aeronáutica.

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"O governo Bolsonaro está gastando dinheiro público para comprar Viagra e em quantidade tão alta. As unidades de saúde de todo o país, entretanto, enfrentam com frequência falta de medicamentos para atender pacientes com doenças crônicas e as Forças Armadas recebem milhares de comprimidos de Viagra. O Congresso Nacional e a sociedade merecem uma explicação", disse o parlamentar em requerimento.

Até a publicação desta reportagem as Forças Armadas não haviam se manifestado sobre a autorização de compra do viagra.

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