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A cidade de Minneapolis iniciou nesta quinta-feira (3) a reabertura do cruzamento onde um ano atrás morreu George Floyd e desde então se tornou um memorial para o afro-americano, cuja morte gerou uma onda de violentos protestos contra o racismo e contra a violência policial nos Estados Unidos.

Antes do amanhecer, funcionários da cidade começaram a retirar as barreiras de concreto que bloqueavam o acesso a esse lugar onde Floyd morreu asfixiado pelo joelho de um policial branco em 25 de maio de 2020.

Os operários instalaram painéis para criar uma rotunda em torno da estátua de um punho erguido que foi colocada no centro da renomeada "Praça George Floyd".

Durante mais de um ano, ativistas ocuparam o local com a exigência de que só fosse reaberto quando a polícia reformar seus procedimentos. Na manhã desta quinta-feira, membros de uma associação local de moradores estavam lá para apaziguar a tensão.

O local se tornou um símbolo das fraturas causadas pelo racismo e a opressão dos cidadãos negros nos Estados Unidos, e conta com vários murais, um jardim e outras instalações. Mas também é um lugar perigoso onde a polícia não é bem-vinda.

Os tiroteios são frequentes, especialmente de noite, e causaram doze mortes e feridos na região, segundo as autoridades.

A polícia não está envolvida na operação de reabertura do cruzamento.

A cidade "está ocupada em preservar as obras de arte e objetos" do lugar, disse a vereadora Sarah McKenzie.

As autoridades queriam reabrir o trânsito no local, mas esperaram até o final do julgamento do agora ex-policial Derek Chauvin, que foi condenado em abril pela morte de Floyd.

Para colaborar na recuperação da região, a família de Floyd prometeu fornecer 500.000 dólares dos 27 milhões que receberá da cidade como indenização.

A polícia dispersou vários jornalistas na sexta-feira nos arredores de Minneapolis, nos Estados Unidos, durante manifestações de protesto contra a morte de Daunte Wright nas mãos de uma policial branca durante uma blitz de trânsito.

Cerca de 500 pessoas se reuniram em frente às cercas que protegem a delegacia do Brooklyn Center, a 10 quilômetros de Minneapolis, na sexta noite consecutiva de protestos pela morte no domingo.

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É também nesta grande metrópole do norte dos Estados Unidos que é julgado Derek Chauvin, o ex-policial branco acusado do assassinato de George Floyd no ano passado.

Pouco antes da entrada em vigor do toque de recolher às 22h (03h GMT) decretado pelas autoridades, a polícia deu ordem por alto-falante para que a multidão se dispersasse antes de colocar várias dezenas de policiais em equipamento de choque.

Em torno dos manifestantes que permaneceram no local, as forças de segurança dispararam spray de pimenta contra vários jornalistas que claramente se identificaram como tal.

Da mesma forma, a imprensa não foi autorizada a permanecer dentro do perímetro demarcado pela polícia para registrar as prisões.

Para deixar o local, os jornalistas tiveram que ser fotografados, assim como seus documentos de identidade, pela Polícia Estadual de Minnesota.

Depois que vários repórteres e o sindicato que os representa fizeram uma reclamação preliminar, um juiz emitiu uma ordem de restrição temporária para a polícia no Brooklyn Center no mesmo dia.

De acordo com a decisão tornada pública, as forças de ordem ficaram assim proibidas "de deter ou ameaçar deter (...) qualquer pessoa que conheçam ou tenham motivos para acreditar que seja jornalista".

Eles também estão proibidos de usar força física, assim como granadas ensurdecedoras, cassetetes ou "agentes químicos" como spray de pimenta contra jornalistas.

O grupo de defesa da liberdade de imprensa dos EUA, o Press Freedom Tracker, lamenta "pelo menos 7 ataques e 3 prisões / detenções de jornalistas que cobriam as manifestações" desde domingo no Brooklyn Center.

A policial que atirou e matou um jovem negro perto de Minneapolis foi presa sob a acusação de homicídio culposo, em um contexto de protestos nesta cidade do meio-oeste dos Estados Unidos e do julgamento do ex-agente que matou o cidadão negro George Floyd no ano passado.

"Os policiais prenderam Kim Potter aproximadamente às 11h30", informou o Departamento de Apreensão Criminal de Minnesota em um comunicado, acrescentando que as acusações de homicídio culposo seriam apresentadas em seguida.

A agente Kim Potter, de 48 anos, renunciou após o incidente sobre o qual ela alega ter confundido sua taser (pistola de choque) com sua arma de serviço quando atirou em Daunte Wright, de 20 anos, em uma blitz de trânsito no domingo.

A morte de Wright gerou novos protestos em Minneapolis, Minnesota, onde a tensão racial aumenta.

Os manifestantes entraram em confronto com as forças policiais pela terceira noite na terça-feira(13) e mais de 60 pessoas foram presas, disseram autoridades policiais.

A polícia de choque se mobilizou para dispersar os quase 1.000 manifestantes reunidos no Brooklyn Center, o subúrbio onde ocorreu o incidente que matou Wright.

Os policiais utilizaram armas paralisantes enquanto os manifestantes atiravam objetos como garrafas de água e tijolos.

Na terça-feira, as famílias Wright e Floyd se reuniram para exigir o fim da brutalidade policial e do assassinato de afro-americanos desarmados por policiais brancos.

"O mundo assiste traumatizado ao assassinato de outro afro-americano", disse Philonise Floyd, irmão de George, que testemunhou na segunda-feira no julgamento de Derek Chauvin.

- Uma arma por uma taser? -

"Da família Floyd à família Wright, nossas condolências", acrescentou enquanto consolava a mais nova família afro-americana a lamentar a morte de um ente querido nas mãos da polícia. “Aqui estamos e vamos lutar por justiça para esta família”, acrescentou.

Os Floyd e os Wrights rejeitam a explicação de que a morte de Daunte foi um trágico acidente resultante da confusão da policial quando ela pegou a arma de fogo em vez da pistola taser(de choque, nota do editor), e vários de seus membros e ativistas pediram que a oficial fosse presa.

Eles chamam isso de erro? Uma arma por uma taser? É inaceitável ", disse o sobrinho de Floyd, Brandon Williams.

“Só porque você representa a lei não significa que está acima da lei”, acrescentou.

"Sinto que o pai do meu filho lhe foi tirado", disse Chyna Whitaker, mãe do filho de Daunte Wright.

- "Não consigo respirar"" -

Os promotores concluíram sua apresentação no julgamento de Chauvin, dando voz à defesa.

O advogado de Eric Nelson alegou que Floyd morreu por uso de fentanil e metanfetamina, além de problemas de saúde subjacentes.

O defensor pede sua absolvição, alegando que os promotores não conseguiram provar sua tese contra Chauvin, um homem branco de 45 anos, deixando dúvidas sobre o caso.

Um vídeo de transeuntes mostra Chauvin ajoelhado no pescoço de Floyd por nove minutos, enquanto o negro de 46 anos, algemado no chão, diz repetidamente "Não consigo respirar".

Imagens da prisão de Floyd - por supostamente usar uma nota falsa de 20 dólares - e de sua morte em 25 de maio de 2020 geraram protestos nos EUA e em todo o mundo contra a injustiça racial e a brutalidade policial.

No caso da morte de Wright, imagens da câmera utilizada no uniforme dos policiais mostram agentes tirando Wright de seu carro depois de detê-lo por uma infração de trânsito e descobrir que ele tinha um mandado pendente.

Quando os agentes tentam algemar Wright, ele luta e retorna para o carro. Uma policial grita: "Taser! Taser! Taser!" mas então um tiro é ouvido.

O presidente Joe Biden chamou o incidente de "trágico" e pediu calma enquanto as autoridades realizam a investigação.

A família de George Floyd, cujo assassinato pela polícia provocou protestos nos Estados Unidos e no mundo, anunciou nesta quarta-feira (15) que está processando a cidade de Minneapolis por sua morte.

O advogado Benjamin Crump disse que a família apresentou uma ação por morte por negligência ao Tribunal do Distrito Federal da cidade. Os quatro agentes envolvidos na morte do Floyd ainda não foram julgados por homicídio e acusações relacionadas.

Floyd morreu em 25 de maio, quando o então agente, depois demitido, Derek Chauvin pressionou o joelho sobre seu pescoço por mais de oito minutos depois que o homem negro de 46 anos foi detido por supostamente passar uma nota falsificada de 20 dólares em um supermercado.

Grande parte do país e do mundo ficou chocada com um vídeo de um espectador que mostrava Floyd implorando por sua vida, dizendo "Não consigo respirar", antes de morrer.

A morte de Floyd provocou tumultos e manifestações em Minneapolis, na vizinha Saint Paul e em todo o país contra a violência policial dirigida a afro-americanos.

"Não foi apenas o joelho do policial Derek Chauvin no pescoço de George Floyd por oito minutos e 46 segundos, mas foi o joelho de todo o Departamento de Polícia de Minneapolis no pescoço de George Floyd que o matou", disse Crump em frente ao tribunal federal em Minneapolis.

A família de Floyd não disse quanto está pedindo em danos.

Mas o processo civil tem o potencial de trazer milhões de dólares se eles puderem provar que as políticas da cidade são culpadas pelo comportamento de Chauvin e dos outros policiais envolvidos.

Em maio de 2019, Minneapolis foi condenada a pagar 20 milhões de dólares à família de uma professora de ioga, morta por um policial quando ela estava sentada em seu carro.

"A cidade de Minneapolis tem um histórico de políticas e procedimentos com indiferença deliberada no tratamento a detidos, especialmente homens negros", disse Crump a jornalistas.

"Este é um caso sem precedentes e, com esse processo, procuramos estabelecer um precedente para tornar financeiramente proibitivo para que a polícia não mate injustamente pessoas marginalizadas, especialmente pessoas negras, no futuro".

Crump chamou o caso de Floyd de "um ponto de inflexão para o policiamento na América".

"Enquanto toda a América está lidando com a crise de saúde pública da epidemia do coronavírus, a América negra tem que lidar com outra pandemia de saúde pública, a da brutalidade policial", disse ele.

Chauvin, 44 anos, foi detido em uma prisão de segurança máxima em Stillwater, Minnesota.

Três outros policiais demitidos que ajudaram a subjugar Floyd ou ficaram de guarda são acusados de participação em homicídio em segundo grau além de homicídio culposo. Os três pagaram fiança de 750 mil dólares.

A transcrição da ação policial que resultou na morte de George Floyd, 46 anos, no dia 25 de maio em Minneapolis, mostrou que o ex-segurança afirmou por mais de 20 vezes que não estava conseguindo respirar. Os áudios foram divulgados na noite desta quarta-feira (8) pela autoridades norte-americanas.

Durante a gravação, Floyd avisa que "vai morrer" também por diversas vezes e pede que não seja colocado no camburão por ser claustrofóbico. Enquanto gritava que não conseguia respirar, o policial Derek Chauvin, que ficou com seu joelho por mais de oito minutos no pescoço do ex-segurança, assim como os outros três agentes que estavam na abordagem pediam para ele "relaxar", "respirar fundo" e repetiram várias vezes para Floyd que ele "está bem".

    Em um momento mais tenso, Chauvin parece perder a paciência e grita com o ex-segurança para ele "parar de falar, parar de gritar" porque é preciso "muito oxigênio para falar". Pouco depois, Thomas Lane, um dos policiais na ação, pede se não seria melhor virar Floyd de lado - já que ele está imobilizado e aparenta estar sob efeito de alguma droga.

    No entanto, Chauvin se negou e disse que era por isso que eles estavam aguardando a ambulância. O agente só tirou o joelho do pescoço de Floyd após o paramédico pedir para ele fazer isso, mas nesse momento, o ex-segurança já não apresentava mais sinais de vida.

    Também é possível ouvir durante toda a transcrição que o homem de 46 anos pede muito pelos filhos e fala da mãe, que já é falecida há dois anos. "Te amo, mãe! Diga a meus filhos que eu amo eles. Eu estou morto", fala em um dos momentos.

    Segundo a gravação, a última fala registrada de Floyd foi mais uma súplica. "Eles vão me matar, eles vão me matar. Eu não consigo respirar", disse.

    A morte de Floyd foi o estopim para semanas de protestos e manifestações por todo os Estados Unidos e também em outras partes do mundo sobre o racismo e a violência policial contra os negros - já que essa não foi a primeira vez que um negro foi sufocado por um policial branco. O movimento Black Lives Matter (Vidas Pretas Importam) voltou a ganhar força e a violência do assassinato de Floyd fez diversas cidades anunciarem a revisão das práticas policiais nas abordagens.

    Os policiais tinham sido chamados ao local e prenderam Floyd por ele ter, supostamente, tentado usar uma nota de US$ 20 falsa para comprar cigarros em um pequeno mercado. Os quatro agentes foram demitidos rapidamente e, depois dos protestos, todos foram indiciados judicialmente.

    Chauvin responde por homicídio em segundo e terceiro grau e os policiais Lane, Alexander Kueng e Tou Thao respondem por serem cúmplices do assassinato. 

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Da Ansa

Um juiz de Minneapolis marcou nesta segunda-feira (29) para 8 de março de 2021 a data possível para o início do julgamento dos quatro envolvidos no homicídio de George Floyd, mas ameaçou alterá-la se as partes continuarem falando à imprensa sobre o caso que reabriu feridas raciais nos Estados Unidos.

Portanto, a data pode ser revista à medida que avançarem os procedimentos e a apresentação de evidências.

"Gostaria de pedir que a publicidade prévia ao julgamento não inclua declarações das famílias das partes, seus amigos ou funcionários eleitos", disse o juiz Peter Cahill, durante audiência em Minneapolis, norte dos Estados Unidos.

Vestindo macacão laranja dos presidiários americanos e com o rosto coberto por uma máscara, o ex-policial Derek Chauvin se apresentou por vídeo da prisão de segurança máxima onde esteve detido no mês passado.

Este homem branco, de 44 anos, é acusado de homicídio por asfixiar Floyd, um homem negro de 46 anos, pressionando o joelho sobre seu pescoço durante vários minutos.

Seus três ex-colegas, Alexander Kueng, Thomas Lane e Tou Thao, acusados de cumplicidade no homicídio, compareceram pessoalmente perante o juiz. Os dois primeiros foram libertados sob fiança de 750.000 dólares e o último permanece preso, mas foi transferido à corte para esta audiência.

Os quatro, todos demitidos da polícia, podem ser condenados a penas de até 40 anos de prisão.

Em um documento enviado depois da audiência, o advogado de Alexander Kueng disse que seu cliente tinha a intenção de se declarar inocente e argumentar em sua defesa que fez "uso razoável da força".

Os quatro participaram da detenção, em 25 de maio, de Floyd, suspeito de ter tentado comprar um maço de cigarros com uma nota falsa de 20 dólares em uma loja pequena de Minneapolis.

Floyd, um homem corpulento, foi algemado e deitado no chão, onde Chauvin pressionou o joelho sobre seu pescoço para mantê-lo imóvel.

"Não consigo respirar", disse Floyd várias vezes antes de perder a consciência. Mas apesar de suas súplicas e das intervenções dos pedestres, Chauvin continuou pressionando o pescoço de Floyd por quase 8 minutos, segundo a ata da acusação.

- Grande interesse público -

A tragédia, cujas imagens capturadas por um pedestre viralizaram, provocou uma onda de protestos sem precedentes desde as marchas maciças pelos direitos civis na década de 1960, que inclusive transcenderam as fronteiras americanas.

Na audiência, o advogado de Chauvin se queixou de que muitos funcionários, inclusive o prefeito de Minneapolis e inclusive o presidente Donald Trump comentaram o caso. "Este é um caso de grande interesse público, mas se estas declarações continuarem, pedirei aos tribunais que as proíbam", ameaçou Eric Nelson.

O juiz Cahill, que tinha proibido câmeras em sua sala, também demonstrou interesse de que o caso fosse julgado no tribunal e não pelos meios de comunicação. Caso contrário, o julgamento terá que ser transferido para fora do condado de Hennepin, disse.

O promotor Matthew Frank disse que se unia ao pedido por um "julgamento justo" e se comprometeu a recomendar à família, aos funcionários eleitos e aos investigadores envolvidos que se abstenham de fazer comentários públicos sobre o mesmo no futuro. Mas "não posso obrigá-los a fazê-lo", admitiu.

Ao mesmo tempo, fora do tribunal, um tio de Floyd desejou que o julgamento fosse celebrado em Minnesota. "Não estou irritado com ninguém", disse à imprensa Selwyn Jones, que viajou da Dakota do sul para assistir a audiência.

Mas para o tio da vítima, o julgamento "não será justo" se ocorrer neste estado onde a população negra é minoritária. A próxima audiência foi marcada para 11 de setembro.

Uma pessoa morreu e 11 ficaram feridas em um tiroteio na cidade americana de Minneapolis, anunciou a polícia neste domingo.

Imagens exibidas ao vivo pelo Facebook mostraram pelo menos uma pessoa no chão, cercada por pessoas que pediam ajuda médica.

Outro vídeo parece mostrar lojas com as janelas quebradas e viaturas da polícia no local.

"Doze pessoas foram atingidas por tiros", informou a polícia de Minneapolis no Twitter. Um homem morreu e 11 sofreram ferimentos não graves.

As autoridades não divulgaram a identidade da vítima fatal nem informaram se a polícia efetuou detenções.

Minneapolis se tornou o centro dos protestos contra o racismo e a brutalidade policial após a morte no mês passado de George Floyd, um homem negro que faleceu asfixiado por um policial na rua durante sua detenção.

Minneapolis aprovou nesta sexta-feira (12) a transformação de sua polícia para criar "um novo modelo" de segurança pública, uma medida tomada após a morte do afro-americano George Floyd durante sua prisão na cidade do norte dos Estados Unidos no final de maio.

Uma força-tarefa deve apresentar uma série de propostas até 24 de julho para "ajudar Minneapolis a adotar um novo modelo para garantir a segurança pública", disse o conselho da cidade em sua resolução aprovada por unanimidade.

Os responsáveis pela redação dessas propostas incluirão membros da polícia, além de especialistas em direitos civis, igualdade e relações intercomunitárias. A polícia atual não desaparecerá tão cedo, pois o processo está previsto para durar um ano.

Os legisladores municipais anunciaram no domingo sua disposição de desmantelar sua polícia, acusada de ser "estruturalmente racista" após a morte de Floyd, um homem de 46 anos que foi sufocado enquanto era imobilizado por um policial branco que colocou seu joelho no pescoço dele por quase nove minutos, em 25 de maio.

O vídeo de sua agonia, exibido nas redes sociais, causou a maior onda de protestos em décadas nos Estados Unidos. E a raiva contra o racismo e a brutalidade policial se espalhou pelo resto do mundo.

O policial que matou Floyd, Derek Chauvin e os outros três policiais presentes no local da prisão foram acusados.

Para o município, a decisão mostra seu "compromisso compartilhado de promover uma profunda mudança" na segurança pública de Minneapolis", para que cada membro" da comunidade "possa se sentir realmente seguro", disse a presidente do Conselho, Lisa Bender.

Vários legisladores municipais pediram que o desmantelamento da polícia fosse posto em votação em 3 de novembro.

Em sua resolução, o conselho lembrou que Floyd se junta a uma "longa e trágica lista" de vítimas de violência policial em Minneapolis. Sua morte é "uma tragédia que mostra que nenhuma reforma impedirá a violência e o abuso mortais de alguns membros dos serviços policiais contra membros de nossa comunidade, especialmente negros e pessoas não brancas", acrescentou.

O Departamento de Polícia da cidade americana de Minneapolis será desmantelado e reconstruído, informou neste domingo (7) uma funcionária da Câmara municipal, depois de o assassinato do afro-americano George Floyd por um policial branco ter gerado uma onda de protestos no país e no exterior contra o racismo nas forças de ordem.

"Nós nos comprometemos a desmantelar a polícia tal como a conhecemos na cidade de Minneapolis e a reconstruir com nossa comunidade um novo modelo de segurança pública que realmente mantenha a salvo a nossa comunidade", disse à CNN a presidente da Câmara municipal, Lisa Bender.

As chamas iluminam a noite e a fumaça provoca um odor asfixiante nas ruas próximas a uma delegacia de polícia cercada em Minneapolis, cidade do norte dos Estados Unidos que foi abalada por protestos após a morte de um homem negro em uma ação da polícia.

"A verdadeira razão pela qual estamos aqui é porque a polícia continua matando pessoas negras em todos Estados Unidos", afirmou um jovem afro-americano, que pediu para não ser identificado.

Com o rosto coberto por uma máscara, para se proteger do coronavírus ou do gás lacrimogêneo utilizado pelas forças de segurança para dispersar os protestos, o jovem conta que chegou ao local para participar em manifestações pacíficas com os amigos, apesar do toque de recolher imposto após três noites de distúrbios.

Perto de um banco em chamas, ele expressa a revolta que toma conta do país desde a morte de George Floyd na segunda-feira (25) por um policial, que o manteve algemado no chão, ajoelhado em seu pescoço por mais de cinco minutos. A cena foi gravada por uma pessoa que estava no local.

"Estamos em 2020 e estamos lidando com o mesmo problema que tínhamos nos anos 1960... parece que Minneapolis finalmente chegou ao limite", completa o jovem.

"George Floyd não é o primeiro", afirma Jerry, branco, de 29 anos. "O que devemos fazer, relaxar e aceitar?", questiona.

De acordo com o jornal The Washington Post, mais de 1.000 pessoas morreram depois que foram baleadas pela polícia ano passado nos Estados Unidos. Na estatística, os negros estão representados em excesso.

No caso de Floyd, o oficial que ajoelhou sobre seu pescoço foi acusado na sexta-feira (29) de assassinato em terceiro grau, por provocar uma morte de forma involuntária, e homicídio culposo.

A família de Floyd deseja que os outros três oficiais que participaram na ação também sejam acusados.

Na sexta-feira à noite, helicópteros sobrevoaram Minneapolis enquanto os manifestantes enfrentavam a polícia e explosões eram ouvidas nas ruas.

"Dá medo, mas ao mesmo tempo é necessário", disse um jovem estudante. "Aconteceram muitos protestos pacíficos e nada mudou. Às vezes as coisas devem piorar antes de melhorar".

Outros pensam de maneira diferente: "Estão piorando a situação, dando a eles (a polícia) uma razão para atirar", disse Phae, de 34 anos, visivelmente exausta.

"Concordo plenamente, mas não quero perder todas as minhas coisas", diz uma jovem que mora em cima de uma loja cercada e que teme que vire alvo da violência.

As autoridades locais foram conciliadoras nos primeiros dias dos protestos, mas após os protestos chamaram a Guarda Nacional e endureceram o tom.

"Não há honra em queimar sua cidade", disse o prefeito de Minneapolis, Jacob Frey. "Isto tem que parar".

Algumas lojas destruídas pelo fogo pertencem a famílias negras, afirmou Tim Walz, governador de Minnesota: "Não se trata da morte de George. Não se trata de iniquidades reais. Trata-se de caos".

Um dos advogados de Kellie Chauvin, esposa do policial Derek Chauvin, abriu um processo de divórcio, de acordo com um comunicado do escritório de direito da família, informou a CNN americana. Na sexta-feira (29), o agente foi preso e acusado de homicídio culposo pela morte de George Floyd, em Minneapolis, nos Estados Unidos.

"Hoje à noite conversei com Kellie Chauvin e sua família. Ela está arrasada com a morte de Floyd e sua maior consternação está com sua família, com seus entes queridos e com todos que estão sofrendo com essa tragédia. Ela pediu a dissolução de seu casamento com Derek Chauvin", afirmou o comunicado.

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Ainda segundo o advogado, embora Chauvin não tenha filhos de seu casamento atual, Kellie pediu respeitosamente que os filhos dela, seus pais idosos e sua família recebam segurança e privacidade "durante esse período difícil".

Derek Chauvin foi preso na sexta-feira e acusado de assassinato em terceiro grau de morte imprudente pela morte de George Floyd. Segundo a legislação do Estado de Minnesota, o assassinato de terceiro grau é aquele em que a morte é causada de maneira não intencional, por um ato eminentemente perigoso. A pena para o crime é de até 25 anos de prisão.

O policial aparece em um vídeo ajoelhando sobre o pescoço de Floyd, que está algemado e morre após a abordagem.

Foto: DARNELLA FRAZIER/FACEBOOK/DARNELLA FRAZIER/AFP

Os protestos contra a violência policial, que vêm transformando Minneapolis em praça de guerra, se espalharam nessa sexta-feira (29) por pelo menos dez cidades americanas. Os tumultos começaram na segunda-feira (25), após a divulgação de um vídeo que mostra o policial Derek Chauvin, que é branco, com o joelho no pescoço de George Floyd, negro - que morreu em seguida, após dar entrada no hospital.

Nesta sexta, Chauvin foi preso e acusado de homicídio culposo, que pode levar a uma pena de até 25 anos de prisão. No vídeo de 10 minutos, gravado por uma testemunha, ele passa pelo menos sete com o joelho no pescoço de Floyd, mesmo após ele dizer que não conseguia respirar. O policial, de 44 anos, foi demitido no dia seguinte - juntamente como outros três colegas que participaram da ação.

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De acordo com a polícia, os quatro foram designados para atender a um chamado em uma loja de conveniência às 20 horas (horário local) de segunda-feira. Floyd teria tentado usar um nota de US$ 20 falsa e resistido à prisão - todas as imagens divulgadas até agora, porém, desmentem a versão dos policiais.

Os protestos começaram quase imediatamente - a testemunha que gravou a abordagem transmitiu a ação ao vivo pelo Facebook. Nas duas primeiras noites, os manifestantes incendiaram prédios públicos e saquearam lojas. Na madrugada de ontem, colocaram fogo em uma delegacia de Minneapolis.

Manifestações contra a violência policial foram registradas também em outras cidades americanas. Em Nova York, a polícia prendeu 70 pessoas na Union Square. Em Louisville, cidade mais populosa de Kentucky, sete pessoas foram baleadas em um protesto que incluía a morte de Breonna Taylor, uma negra assassinada pela polícia em março.

A polícia de Denver registrou sete disparos durante uma manifestação na cidade, mas ninguém ficou ferido. Em Columbus, a multidão invadiu e depredou o Congresso do Estado de Ohio. Manifestações também foram registradas em Memphis, Los Angeles, Albuquerque, Portland e Saint Paul - vizinha a Minneapolis.

Em meio ao clima de desordem social, o presidente dos EUA, Donald Trump, insultou os manifestantes, chamando-os de "bandidos", e incentivou o uso da força para conter os protestos. No Twitter, ele postou uma frase usada nos anos 60 por Walter Headley, chefe de polícia de Miami. "Quando saques começarem, os tiros começam", escreveu o presidente.

Imediatamente, o Twitter marcou o post de Trump com um alerta, alegando que a mensagem enaltecia a violência. "Este tuíte violou as regras do Twitter por glorificar a violência. No entanto, o Twitter determinou que pode ser do interesse do público que o tuíte permaneça acessível", justificou a empresa.

Trump e o Twitter iniciaram então um novo capítulo da disputa que marcou a semana, que havia começado com a empresa marcando dois posts do presidente com um alerta para que os usuários checassem a veracidade da mensagem de Trump. Furioso, o presidente assinou uma ordem executiva, na quinta-feira, que muda as regras de proteção às redes sociais, que evitam que empresas de tecnologia - como Twitter, Facebook e Google - sejam processadas por moderarem publicações de usuários.

Enquanto o presidente disparava para todos os lados, os democratas tentaram marcar posição com um tom mais moderado. O ex-presidente Barack Obama afirmou que casos como o de Floyd não deveriam ser "normais" nos EUA em 2020". "Se quisermos que os nossos filhos cresçam num país à altura dos seus maiores ideais, podemos e devemos fazer melhor", escreveu o ex-presidente em uma carta publicada no Twitter.

Biden, que foi vice de Obama e será o candidato democrata na eleição presidencial de novembro, acusou Trump de incitar a violência. "Não é o momento para tuítes incendiários. Não é hora de incitar à violência", disse. "É hora de uma verdadeira liderança."

Prisão

Ontem, quando a polícia dispersava os manifestantes em Minneapolis, uma equipe de jornalistas da CNN foi detida durante a cobertura. O repórter Omar Jimenez, um produtor e um cinegrafista foram libertados uma hora depois com um pedido de desculpas do governador de Minnesota, Tim Walz.

PARA LEMBRAR

Em 1967, quando assaltos, furtos e homicídios tomavam conta dos bairros negros de Miami, Walter Headley, chefe de polícia da cidade, convocou a imprensa para declarar "guerra" ao crime. "Deixei claro que, quando os saques começarem, os tiros começam." Headley comandou a polícia de Miami por 20 anos. Na época, apenas brancos, como ele, eram chamados de "policiais" - os negros eram conhecidos como "patrulheiros". Um exemplo da truculência foi dado no ano seguinte. Em 1968, três dias de protestos durante a convenção do Partido Republicano, em agosto, deixaram 3 mortos e 18 feridos. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

A cantora pop Taylor Swift mirou em Donald Trump nesta sexta-feira, depois que o presidente americano sugeriu que a aplicação da lei poderia permitir atirar em manifestantes indignados com o assassinato de um homem negro pela polícia em Minneapolis.

"Após inflamar a supremacia branca e o racismo durante toda a sua presidência, você tem coragem de fingir superioridade moral antes de ameaçar com a violência?", tuitou Taylor, que tem 86 milhões de seguidores na rede social.

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A cantora citou um tuíte polêmico de Trump, em que ele diz: "Quando os saques começam, o tiroteio começa", antes de afirmar: "Votaremos pela sua saída em novembro, @realdonaldtrump."

Trump gerou polêmica com um tuíte publicado tarde da noite sobre os protestos violentos contra a polícia em Minneapolis, em que chamou os manifestantes de "BANDIDOS" e ameaçou com uma intervenção militar.

Centenas de soldados foram mobilizados nas ruas de Minneapolis e St. Paul nesta sexta-feira, após a terceira noite de protestos violentos contra a violência policial envolvendo a população negra.

Nos últimos anos, Taylor Swift abriu suas opiniões políticas, após lutar para controlar a própria voz enquanto artista que conheceu a fama muito jovem. Ela apoiou candidatos democratas no Tennessee em 2018 e já havia criticado o presidente Trump.

O policial acusado de matar o afro-americano desarmado George Lloyd na cidade americana de Minneapolis foi preso, informou uma autoridade estadual nesta sexta-feira (29).

Derek Chauvin, que foi visto em um vídeo pressionando seu joelho contra o pescoço de Floyd, que estava algemado, por pelo menos cinco minutos na segunda-feira, foi preso nesta sexta-feira, disse John Harrington, comissário do Departamento de Segurança Pública de Minnesota.

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"Acabei de receber informações de Andrew Evans, superintendente do Departamento de Apreensão Criminal, de que o policial identificado como Derek Chauvin, envolvido na morte de Floyd, foi preso pela BCA", disse Harrington a repórteres.

Giovanna Ewbank fez uma postagem emocionada sobre a morte do americano George Floyd - asfixiado por um policial durante uma abordagem, em Minneapolis (EUA) - e se posicionou contra o racismo. Com fotos dos protestos motivados pelo crime, a apresentadora se mostrou chocada com os efeitos que o preconceito contra a população negra ainda causa em todo o mundo. 

A apresentadora publicou, em seu perfil no Instagram, um longo texto demonstrando sua revolta pelo acontecido. Ela também relacionou o caso do americano à morte do adolescente brasileiro João Pedro, baleado em uma comunidade do Rio de Janeiro também durante abordagem policial. “Não tem como engolir, não tem como digerir, NÃO TEM COMO ACEITAR! E o mais triste é que a história só se repete. Todos os dias e em todo o mundo”.

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Ewbank também mencionou os protestos que estão acontecendo em Minneapolis por conta da morte de Floyd e se posicionou absolutamente contra o racismo. “A reação da população negra em Minneapolis é fruto de décadas e mais décadas de abusos e opressão. E É ISSO, NÃO PODEMOS MAIS ACEITAR! Que toda essa dor sirva para criar uma nova consciência. Façamos NÓS! LUTEMOS NÓS! RACISTAS NÃO PASSARÃO”. 

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Desde a morte de um homem negro em Minneapolis até um incidente racista no Central Park, as câmeras de celular são cada vez mais usadas como armas contra o racismo, mesmo que a justiça nem sempre ocorra depois.

Aconteceu com George Floyd, asfixiado na segunda-feira (25) durante sua prisão em Minneapolis, e com Christian Cooper, falsamente acusado no mesmo dia de ameaçar a vida de uma mulher branca no Central Park, em Nova York.

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Ambos eram negros, como Ahmaud Arbery, que morreu em fevereiro após ser baleado por moradores brancos no bairro onde havia apenas saído para correr, na Geórgia.

Desde o espancamento de Rodney King pela polícia de Los Angeles, filmado por um cinegrafista amador em 1991, o racismo cotidiano nos Estados Unidos é documentado regularmente em vídeos.

Mas, há alguns anos, a gravação desses incidentes se tornou mais sistemática.

"A triste realidade é que o que aconteceu com George Floyd, Ahmaud Arbery e Christian Cooper acontece com os negros americanos há gerações", tuitou a senadora Kamala Harris, que é negra e foi candidata às primárias democratas.

"Os celulares só tornaram mais visível", completou.

Os vídeos "lembram que, onde quer que estejam, as pessoas de cor são vulneráveis", afirmou a diretora do Centro de Estudos de Relações Raciais da Universidade da Flórida, Katheryn Russell-Brown.

A generalização das minicâmeras carregadas pelos próprios policiais em serviço durante a última década deu origem à esperança de uma grande mudança.

Após os primeiros estudos com resultados satisfatórios, porém, trabalhos mais recentes e aprofundados mostram que "na maioria dos casos, as câmeras não causam o desejável abandono da força", explicou o pesquisador Daniel Lawrence, do Urban Institute.

Muitos serviços policiais autorizam os agentes a apagar esses registros à vontade, e alguns foram acusados de fazer edições antes de divulgar as imagens publicamente.

- "É suficiente?" -

A gravação de um incidente parece ser cada vez mais uma ferramenta decisiva, cujo efeito rapidamente se multiplica pelas redes sociais.

"Se não houvesse um vídeo, teríamos acreditado nas testemunhas que viram o ocorrido e pediram aos policiais que parassem?", questionou o diretor do Centro de Pesquisa Antirracista da American University, Ibram Kendi, à rádio Democracy Now.

Embora seja poderosa, essa forma de justiça não deve ser confundida com aquela aplicada pela lei, alertou Russell-Brown, que lembra que calúnia é crime.

Surpreendida com a rapidez com a qual quatro policiais envolvidos no caso de George Floyd foram demitidos, ele apontou, porém, que a justiça não foi feita.

"Foram demitidos. Isso é o suficiente? Não", disse. "Uma pessoa está morta. Agora queremos que o sistema judicial faça o seu trabalho", frisou.

A situação gerou diversas manifestações e noites de violência em Minneapolis. Investigações locais e federais estão em curso, mas sem acusações até o momento.

O repórter da emissora norte-americana "CNN" Omar Jimenez foi preso enquanto fazia a cobertura ao vivo dos protestos pela morte de George Floyd em Minneapolis nesta sexta-feira (29).

Apesar de se identificar e de não receber nenhuma ordem policial, o jornalista - que é negro - foi algemado e levado pelos agentes.

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Nas imagens disponibilizadas pela emissora, Jimenez aparece parado em frente a um cordão policial. Após uma pessoa tentar invadir a área isolada, é possível ouvir ele falando. "Nós podemos nos mover para trás se vocês quiserem. Nós estamos ao vivo neste momento. O que vocês quiserem, nós vamos fazer. Só nos avise, que nós faremos", diz o repórter.

Quando a câmera volta a enquadrá-lo na imagem, é possível ver um agente segurando o braço do jornalista e que ele está com um crachá de identificação da "CNN" em mãos. Então, Jimenez começa a explicar que eles estão na área para mostrar os estragos dos protestos e, de repente, ele ouve uma ordem do policial.

"Desculpe. O que você disse? Então, ele disse que estou sendo detido. Por que estou sendo preso?", diz o jornalista, mas não é possível ouvir a resposta. Nesse momento, ele é levado pelos policiais. Segundo a "CNN", também o produtor e o cinegrafista foram algemados e levados à delegacia.

Cerca de uma hora após a detenção, a equipe foi liberada pelos policiais. Ao retornar em frente as câmeras, Jimenez afirmou que "vocês viram o que aconteceu. O país viu o que aconteceu. Nós estamos vendo o que está acontecendo nessa semana".

A emissora informou que o presidente da empresa, Jeff Zucker, conversou com o governador de Minnesota, Tim Walz, e o político apresentou um "profundo pedido de desculpas" pelo que aconteceu e disse que estava trabalhando naquele momento para a libertação do grupo. Para Walz, "as prisões são 'inaceitáveis', e que a CNN tinha o direito de estar lá cobrindo" os protestos.

Os apresentadores e especialistas ouvidos pelo canal condenaram a ação e disseram se tratar de uma violação dos direitos constitucionais dos norte-americanos.

A morte de Floyd vem gerando protestos por três dias consecutivos em Minneapolis e também em outras cidades do país.

O homem negro de 46 anos foi morto por policiais brancos que, mesmo após ouvir apelos da vítima de não conseguir mais respirar, não diminuíram a intensidade do ato. Floyd morreu após um policial ficar com o joelho em seu pescoço por cerca de 10 minutos e a morte voltou a elevar o tom sobre o racismo dos agentes contra a comunidade negra do país. 

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Da Ansa

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Na terceira noite de protestos pelo assassinato de George Floyd, na noite desta quinta-feira (28), manifestantes incendiaram uma delegacia. O homem negro, de 46 anos, não resistiu ao ser asfixiado por um policial de Minneapolis, Minnesota, Estados Unidos.

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Milhares de manifestantes derrubaram as barreiras de proteção do edifício e quebraram janelas. Os policiais em serviço precisaram sair do local, por volta das 22h. Nos atos anteriores, saques a lojas e estabelecimentos incendiados já havia sido registrado.

O governador de Minnesota, Tim Walz, assinou um decreto permitindo a intervenção da Guarda Nacional e o envio de 200 policiais e helicópteros.

Em alerta para novas manifestações, as autoridades garantiram a investigação do caso. "A morte de George Floyd deve trazer justiça e reformas fundamentais, sem mais mortes e destruição", afirma parte do comunicado feito por Walz.

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Centenas de manifestantes tomaram as ruas de Minneapolis, em Minnesota, nos Estados Unidos, pela segunda noite consecutiva nesta quarta-feira (27) com policiais usando gás lacrimogêneo e disparando balas de borracha contra a multidão. Imagens na televisão e nas redes sociais revelaram pelo menos uma empresa - uma loja de autopeças - em chamas e pessoas carregando mercadorias de um negócio que havia sido vandalizado.

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Os protestos estão ligados à morte de um homem negro que causou uma onda de indignação depois da divulgação de um vídeo que mostra um policial branco ajoelhado no pescoço dele. Nas imagens, o homem identificado como George Floyd, de 40 anos, reclama e diz repetidamente: "não consigo respirar", enquanto o policial que o rendeu continua ajoelhado sobre seu pescoço para imobilizá-lo.

Pouco depois, ele parece não se mexer, antes de ser colocado em uma maca e transferido para uma ambulância. A polícia local disse em comunicado que Floyd morreu "após um incidente médico durante uma interação policial". A polícia estava respondendo a uma chamada dizendo que um homem tentava usar cartões falsos em uma loja de conveniência.

Um porta-voz da polícia informou que os protestos de quarta-feira não foram tão pacíficos e que uma pessoa na área foi morta a tiros, embora não esteja claro se a morte está diretamente relacionada às manifestações. "Esta noite foi uma noite diferente de protestos", disse o porta-voz John Elder.

Na manhã desta quinta-feira (28) ainda havia locais em chamas e moradores próximos jogando água na frente de suas casas para impedir o avanço do fogo. Alguns manifestantes se reuniram na casa do policial que deteve George Floyd e na casa do promotor local, segundo o jornal The Star Tribune. Também houve protestos em Memphis e Los Angeles.

No vídeo de 10 minutos filmado por uma testemunha, um policial mantém Floyd no chão, que, a certa altura, diz: "não me mate". Testemunhas pedem ao policial que retire o joelho do pescoço do homem, observando que ele não estava se mexendo. Alguns dizem que "seu nariz está sangrando", enquanto outro pede: "saia do pescoço dele".

A polícia disse que nenhuma arma foi usada durante o episódio e que as imagens das câmeras foram enviadas para o Departamento de Execução Penal de Minnesota, que também iniciou uma investigação.

Em declarações à imprensa norte-americana na terça-feira, a chefe da polícia de Minneapolis, Medaria Arradondo, disse que a política de uso da força "para colocar alguém sob controle" será revisada.

O prefeito de Minneapolis, Jacob Frey, disse no Twitter na segunda-feira que "quatro policiais do MPD envolvidos na morte de George Floyd foram demitidos". Em entrevista coletiva na terça-feira, o prefeito descreveu o incidente como "completa e absolutamente desastroso". "Acredito no que vi e o que vi está errado em todos os níveis", disse Frey. "Ser negro nos EUA não deveria ser uma sentença de morte", completou. (Com agências internacionais).

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