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A Nasa selecionou a SpaceX para levar os primeiros astronautas americanos à Lua desde 1972, anunciou nesta sexta-feira (16) a agência espacial americana, o que representa uma grande vitória para a empresa de Elon Musk.

O contrato de 2,9 bilhões de dólares inclui o protótipo da nave espacial Starship, que está sendo testado nas instalações da SpaceX no sul do Texas.

"Hoje estou muito emocionada, e todos estamos muito emocionados, de anunciar que elegemos a SpaceX para continuar com o desenvolvimento do nosso sistema de pouso humano integrado", disse Lisa Watson-Morgan, gerente deste programa na Nasa.

A SpaceX vence assim a Blue Origin, de Jeff Bezos, e a empreiteira de defesa Dynetics e se torna o único fornecedor do sistema. É um marco surpreendente nas práticas da Nasa, que normalmente escolhe várias empresas, a fim de se prevenir caso ocorra alguma falha.

Analistas da indústria disseram que a decisão ressalta que a companhia, fundada por Musk em 2002 com o objetivo de colonizar Marte, é o parceiro de maior confiança da Nasa no setor privado.

No ano passado, a SpaceX se tornou a primeira empresa privada a enviar com sucesso uma tripulação à Estação Espacial Internacional, restabelecendo a capacidade norte-americana de realizar o feito pela primeira vez desde o fim do programa de ônibus espaciais.

Para sua proposta de pouso na Lua, a SpaceX apresentou sua nave espacial reutilizável Starship, projetada para transportar grandes tripulações e cargas para viagens espaciais ao espaço profundo, e fazer um pouso vertical tanto na Terra quanto em outros corpos celestes.

Protótipos da nave estão sendo testados nas instalações da empresa, embora todas as quatro versões que tentaram até agora voos de teste tenham explodido.

- Programa Artemis -

Como parte do programa Artemis para voltar a levar humanos à Lua, a Nasa quer usar seu Sistema de Lançamento Espacial para transportar quatro astronautas a bordo de uma cápsula da tripulação Orion, que então se acoplará a uma estação espacial lunar chamada Gateway.

A Starship estará esperando para receber dois membros da tripulação para a etapa final da viagem à superfície da Lua.

A ideia é que o Gateway seja uma estação intermediária, mas para a missão inicial, a Orion poderia se acoplar diretamente à Starship, explicou Watson-Morgan.

Os astronautas passariam então uma semana na Lua antes de embarcar na nave da SpaceX para voltar à órbita lunar e, em seguida, embarcar na Orion de volta à Terra.

Por outro lado, a empresa de Musk tem planos de combinar a espaçonave Starship com seu próprio foguete de carga super pesada, para fazer uma nave combinada que teria 120 metros de altura e seria o veículo de lançamento mais potente já implementado.

A humanidade pôs os pés na Lua pela última vez em 1972, durante o programa Apollo. A Nasa quer retornar e estabelecer uma presença sustentável, com uma estação espacial lunar, para testar novas tecnologias que abram o caminho para uma missão tripulada a Marte.

Em 2019, o então vice-presidente dos Estados Unidos Mike Pence desafiou a Nasa a colocar a primeira mulher e o próximo homem na Lua até 2024, mas esse prazo provavelmente será relaxado sob a presidência de Joe Biden.

Outra mudança do governo atual é sua meta declarada de levar a primeira pessoa não-branca à Lua no âmbito do programa Artemis.

A agência espacial americana destinou cerca 3 bilhões de dólares à gigante da indústria aeroespacial Lockheed Martin para construir três cápsulas Orion, as naves que serão utilizadas pelos astronautas dos Estados Unidos no retorno das missões na Lua a partir de 2024.

O contrato, anunciado nesta segunda-feira (23) pela Nasa e pela Lockheed Martin, prevê um primeiro pedido de três cápsulas por 2,7 bilhões de dólares para as missões III, IV e V do programa Artemis, que está programada para enviar uma mulher à Lua pela primeira vez.

Cada um dos aparelhos transportará quatro astronautas e ter condições de ser reutilizado "pelo menos uma vez".

"Este contrato garante a produção de (cápsulas) Orion para a próxima década, e mostra o compromiso da Nasa para estabelecer uma presença permanente na Lua (...) e preparar o envio de astronautas a Marte", disse o administrador da agência, Jim Bridenstine.

Embora tenha uma aparência semelhante às cápsulas da missão Apollo das décadas de 1960 e 1970, esta espaçonave será muito mais espaçosa, com capacidade para acomodar uma tripulação por três semanas e permanecer conectada à futura miniestação orbital Gateway por seis meses.

O primeiro voo não tripulado do programa Artemis, batizado em homenagem à deusa grega, irmã gêmea de Apolo, está programado para 2020, mas a agência admitiu que não será capaz de cumprir o cronograma.

A Índia lançou, nesta segunda-feira (22), sua missão lunar Chandrayaan-2, destinada a pousar em 6 de setembro um aparelho no satélite natural da Terra.

Um foguete GSLV-MkIII, o lançador mais poderoso da agência espacial indiana ISRO, decolou às 14h43 (6h13 de Brasília) da plataforma de lançamento de Sriharikota, no sudoeste da Índia, constataram jornalistas da AFP presentes no local.

Após cerca de 20 minutos, os cientistas da ISRO aplaudiram e se abraçaram. "Estou extremamente satisfeito em anunciar que o GSLV-MkIII colocou com sucesso Chandrayaan-2 em sua órbita definida", declarou Kailasavadivoo Sivan, presidente da ISRO.

"Este é o começo de uma viagem histórica para a Índia", acrescentou. O objetivo da expedição é pousar um robô móvel perto do polo sul da Lua, a cerca de 384 mil quilômetros da Terra, bem como colocar uma sonda na órbita lunar.

Se a missão for bem-sucedida, a Índia se tornará a quarta nação a pousar com sucesso um dispositivo no solo lunar, depois da União Soviética, dos Estados Unidos e da China. Uma sonda israelense fracassou em seu pouso em abril.

Chandrayaan-2 ("Carruagem lunar" em Hindi) devia inicialmente ser lançada em 15 de julho, mas as autoridades pararam a contagem regressiva 56 minutos e 24 segundos antes da decolagem, por causa de um "problema técnico" que a ISRO não detalhou oficialmente.

De acordo com a imprensa local, tratou-se de um vazamento em um cilindro de hélio do motor criogênico do estágio superior do foguete.

Nova Delhi gastou US$ 140 milhões na Chandrayaan-2 - muito menos do que outras grandes agências espaciais para missões desse tipo - que pesa um total de 3,8 toneladas.

- Ambição e sobriedade -

Como o lançador não é poderoso o suficiente para alcançar diretamente a Lua, a missão deve ganhar impulso usando a força da gravidade.

Chandrayaan-2 vai girar em torno da Terra por quase três semanas, aumentando gradualmente sua órbita para alcançar a órbita lunar. Neste ponto, vai gradualmente se aproximar de forma circular do satélite.

A Lua tem sido relativamente negligenciada pelos humanos desde o final do programa americano Apollo nos anos 1970, com as grandes agências espaciais preferindo estudar e explorar o sistema solar.

Mas o satélite da Terra voltou a ser alvo das atenções nos últimos anos.

O governo dos Estados Unidos pediu à Nasa que envie astronautas de volta à Lua até 2024. Este retorno é visto como um passo vital na preparação de voos tripulados para destinos mais distantes, em primeiro plano o planeta Marte.

O projeto Chandrayaan-2 é a segunda missão lunar da Índia, que colocou uma sonda em órbita ao redor da Lua durante a missão Chandrayaan-1 onze anos atrás.

O programa espacial indiano tem se destacado nos últimos anos, combinando ambição e sobriedade orçamentária, com custos operacionais bem abaixo dos de outros países.

A ISRO planeja enviar uma tripulação de três astronautas ao espaço até 2022, que seria seu primeiro voo tripulado. Seus cientistas também estão trabalhando no desenvolvimento de sua própria estação espacial, prevista para a próxima década.

A Nasa divulgou nesta quinta-feira (23) o calendário do programa "Ártemis", que levará astronautas à Lua pela primeira vez em meio século, incluindo oito lançamentos programados e uma mini-estação na órbita lunar até 2024.

As missões lunares originais foram nomeadas em homenagem a Apolo; Ártemis era sua irmã gêmea na mitologia grega e a deusa da caça, do deserto e da Lua.

O administrador Jim Bridenstine confirmou que a Ártemis 1 será uma missão não tripulada ao redor da Lua planejada para 2020.

Depois virá a Ártemis 2, que irá orbitar o satélite da Terra com uma tripulação por volta de 2022; e será seguida, finalmente, pela Ártemis 3, que colocará astronautas no solo lunar em 2024, incluindo a primeira mulher.

As três serão lançadas ao espaço pelo maior foguete de todos os tempos, o Sistema de Lançamento Espacial (SLS), liderado pela Boeing, que está atualmente em desenvolvimento, mas sofreu vários atrasos e tem sido criticado em alguns setores como um programa de empregos insuflado.

Fixada em sua cúpula, estará a cápsula Orion, da qual a Lockheed Martin é a principal construtora.

Além dessas missões, que serão todas esforços da Nasa, haverá cinco lançamentos carregando os blocos de construção da mini-estação lunar "Gateway", que servirá como um ponto de partida para o pouso na Lua.

Estes serão realizados entre 2022 e 2024 por empresas espaciais privadas, cujos serviços serão pagos pela Nasa.

A estação orbital consistirá inicialmente em um simples elemento de potência e propulsão e um pequeno módulo habitacional. Em 2024, os astronautas vão parar lá em sua rota para a Lua.

Eles então descerão para a superfície em um módulo.

Uma parte do módulo permanecerá na Lua enquanto a outra parte decolará e permitirá que os astronautas retornem à sua estação, onde embarcarão na cápsula Orion e retornarão à Terra.

Bridenstine disse nesta quinta-feira que a Nasa escolheu a empresa privada Maxar para construir o primeiro módulo da estação, o elemento de potência e propulsão, que dependeria de enormes painéis solares.

Nos próximos meses, a Nasa terá que decidir quem construirá o módulo de pouso. Gigantes do setor aeroespacial, como a Boeing e a Lockheed Martin, estão disputando o contrato, assim como novos atores, como a Blue Origin, de Jeff Bezos.

"Nós não estamos possuindo o hardware, estamos comprando o serviço", disse Bridenstine sobre o módulo. "O objetivo aqui é a velocidade. 2024 está logo ali".

Ele acrescentou: "Nosso objetivo é, em última análise, passar para Marte e não ficar presos na superfície da Lua".

A missão espacial americana à Lua em 2024 se chamará Ártemis, informou a Nasa nesta segunda-feira (13), que solicitou um orçamento adicional ao Congresso para manter seu cronograma acelerado.

O administrador da Nasa Jim Bridenstine anunciou o novo nome na noite desta segunda-feira, durante uma coletiva por telefone com jornalistas sobre uma verba adicional de 1,6 bilhão de dólares este ano para financiar os foguetes e veículos espaciais necessários para a futura caminhada na Lua.

Ártemis, filha de Zeus, é irmã gêmea de Apolo e "a deusa da Lua", disse Bridenstine. Apolo foi o nome do programa que enviou doze astronautas americanos à Lua entre 1969 e 1972. Em março, a administração de Donald Trump anunciou a volta dos astronautas à Lua, incluindo a primeira mulher, a partir de 2024.

O orçamento anual da Nasa é atualmente de 21,5 bilhões de dólares, dos quais 4,5 bi serão empregados no ano fiscal de 2019 (até setembro) no foguete SLS, no veículo Orion e no desenvolvimento da futura estação órbital lunar, três elementos indispensáveis para a volta do homem à Lua.

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