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"Todos no chão, a festa começa!": com estas palavras, Jan-Erik Olsson, de submetralhadora na mão e sob o efeito de entorpecentes, entrou em uma agência bancária do centro de Estocolmo em 23 de agosto de 1973.

Esta tomada de reféns, que durou seis dias, gerou um novo conceito: a síndrome de Estocolmo, que se popularizou ao redor do mundo, definida como a atitude favorável ou, inclusive, a atração que pessoas sequestradas podem desenvolver por seus captores.

O assalto ganhou rapidamente a atenção dos meios de comunicação: "Janne" Olsson fez quatro funcionários do banco reféns - três mulheres e um homem - e usou dois como escudos humanos, agitando a arma e ameaçando matá-los caso as suas demandas não fossem atendidas.

Vários policiais foram mobilizados e franco-atiradores se posicionaram ao redor do banco.

"Depois, eu pensei muitas vezes na situação absurda em que estávamos", lembra a refém Kristin Enmark, que tinha 23 anos no momento, no seu livro "I Became the Stockholm Syndrome" (Eu me tornei a Síndrome de Estocolmo).

"Aterrorizados e presos entre duas ameaças de morte: de um lado a polícia e do outro o assaltante", afirma no livro.

Olsson fez algumas exigências: 3 milhões de coroas suecas (quase 700.000 dólares na época) e que Clark Olofsson, um dos mais famosos ladrões de banco do país, que estava preso, fosse levado à agência.

Para acalmá-lo, o governo concordou com ambas.

“Quando Clark Olofsson chegou, ele assumiu o controle da situação, foi ele quem conversou com a polícia", recorda à AFP Bertil Ericsson, de 73 anos, repórter fotográfico que trabalhou na cobertura da crise.

"Ele tinha muito carisma e falava bem", acrescenta.

Olsson acalmou assim que Olofsson chegou ao banco. E Kristin Enmark rapidamente passou a ver Olofsson como um salvador, afirma no livro.

"Ele prometeu que iria garantir que nada aconteceria comigo e eu decidi acreditar nele", escreveu.

Ela falou ao telefone com as autoridades diversas vezes durante o sequestro e chocou o mundo quando defendeu os captores.

"Não tenho nem um pouco de medo do Clark e do outro cara, eu tenho medo da polícia. Você compreende? Eu confio completamente neles", afirmou a jovem em uma conversa telefônica no segundo dia de sequestro com o então primeiro-ministro sueco, Olof Palme.

A crise terminou no sexto dia, quando a polícia invadiu a agência pelo teto e jogou gás lacrimogêneo no local. Olsson e Olofsson se renderam e os reféns recuperaram a liberdade.

- "Nem amor nem atração física" -

A equipe de negociadores tinha um psiquiatra, Nils Bejerot, que analisava em tempo real o comportamento dos criminosos e dos reféns.

Ele criou o conceito de "síndrome de Estocolmo", refutado por muitos de seus colegas.

"Não é um diagnóstico psiquiátrico", afirma Christoffer Rahm, psiquiatra e pesquisador do 'Karolinkska Institute', autor de um artigo com o título: "Síndrome de Estocolmo: diagnóstico psiquiátrico ou mito urbano?".

O termo "pode ser descrito como um mecanismo de defesa que ajuda a vítima a sobreviver" em uma situação de extrema pressão. "Graças a este vínculo positivo, desenvolve uma forma de aceitação da situação, o que por sua vez reduz o estresse", explica Rahm à AFP.

Para Cecilia Åse, professora de Estudos de Gênero da Universidade de Estocolmo, o conceito tem uma "dimensão de gênero".

As declarações de Kristin Enmark e das outras mulheres durante o sequestro foram interpretadas pelas autoridades "de maneira muito sexualizada, como se tivessem caído sob o feitiço de uma síndrome", que teria retirado seu arbítrio ou capacidade de raciocinar.

A percepção foi alimentada por vários rumores, em particular o de um relacionamento entre Kristin e Clark.

Embora os dois tenham iniciado um relacionamento vários anos depois, nada parece indicar que a história de amor tenha começado em agosto de 1973.

"Não havia amor ou atração física da minha parte. Ele era minha chance de sobrevivência e me protegeu de 'Janne'", escreveu a sueca, que inspirou a personagem "Kicki" da série "Clark", da Netflix.

A professora Åse afirma que "a síndrome de Estocolmo é um conceito construído" e usado para explicar como os reféns se comportam quando as autoridades e os Estados falham em sua proteção.

- "Ameaça real" -

"Nós representávamos uma ameaça real para os reféns", admitiu anos mais tarde o superintendente de polícia Eric Ronnegard em um livro no qual analisa as falhas das forças de segurança durante o sequestro.

Em um sinal do ressentimento com a polícia, os ex-reféns optaram pelo silêncio durante o julgamento dos sequestradores.

A maioria das pessoas pode se identificar com o conceito em um nível psicológico, disse Rahm, ao destacar que os vínculos emocionais com alguém que representa uma ameaça também são comuns em relacionamentos abusivos.

A reação psicológica da vítima permite aliviar o peso da vergonha e da culpa que pode sentir, conclui.

O Transtorno do Espectro Autista (TEA), por estar relacionado ao desenvolvimento neurológico e poder ser caracterizado pela dificuldade de interação social e comunicacional, parte da população acaba taxando as pessoas autistas com alguns mitos. Então, neste Dia Mundial de Conscientização do Autismo, celebrado neste domingo, 2 de abril, o LeiaJá preparou 11 mitos e verdades sobre o TEA. Segundo a Organização Mundial de Saúde, cerca de 1-4 milhões de pessoas são autistas no Brasil, apesar de o número não ser exato, tendo em vista que muitas não têm diagnóstico. 

Veja a lista:

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1. É mito que todos os autistas são agressivos. A agressividade pode ser, sim, uma característica de uma pessoa autista, mas não se pode generalizar esse comportamento a todas as pessoas. 

2. Autistas podem e devem frequentar as escolas. Muita gente acredita que autistas não podem frequentar a escola ou podem apenas instituições específicas para pessoas com autismo, mas esta afirmação é falsa. Há leis que garantem que, em casos comprovados de necessidade, o aluno autista matriculado em escola pública ou particular tem direito a um acompanhante especializado dentro da sala de aula.

3. Não existem exames para diagnosticar TEA. O diagnóstico é feito de forma clínica, com base em evidências científicas seguindo os critérios estabelecidos pelo Manual de Diagnóstico e Estatístico da Sociedade Norte-Americana de Psiquiatria (DSM-V), e pela Classificação Internacional de Doenças da OMS (CID-11). É feito através de uma avaliação do comportamento. 

4. É verdade que o diagnóstico precoce ajuda no tratamento. E, inclusive, é um dos grandes diferenciais da qualidade de vida das pessoas autistas. Muitas pessoas acreditam que o diagnóstico só pode ser realizado a partir dos três anos, mas ainda nos primeiros meses de vida é possível identificar sinais e iniciar com as intervenções precoces. 

5. É mentira que traumas psicológicos causam autismo. Apesar de as causas não serem totalmente conhecidas, sabe-se que o transtorno está ligado à genética e fatores ambientais estabelecidos antes do nascimento. 

6. É falso que todas as pessoas com TEA tenham inteligência acima da média. No entanto, é indiscutível que algumas pessoas com autismo possuem inteligência acima da média, assim como algumas pessoas neurotípicas, mas isso não é critério de diagnóstico de TEA. Cerca de 40% dos autistas apresentam algum grau de deficiência intelectual. 

7. Os autistas não se comportam da mesma forma. Não se pode generalizar o comportamento de pessoas com TEA; uns socializam mais que outros, são mais agressivos que outros. A mesma coisa acontece com as dificuldades que cada um apresenta para escrever, para números.

8. O tratamento do autismo é multidisciplinar. Uma pessoa autista precisa de diversos especialistas para acompanhar o tratamento, como médico, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, psicólogo, fisioterapeuta e vários outros. Tudo vai depender da necessidade da criança. 

9. É mentira que vacinas causam autismo. A Organização Mundial de Saúde garante que não há nenhuma evidência que comprove que vacinas causem TEA. Elas estão associadas à genética, fatores ambientais. 

10. Autismo não é doença. TEA é um grupo de condições neurodiversas que são caracterizadas por diferenças na comunicação e interação social. Pessoas autistas tendem a demonstrar interesses ou padrões de comportamento restritos e repetitivos. Tanto que, por lei, o autismo é considerado como uma deficiência, não uma doença. 

11. É falsa a informação de que autistas não têm empatia. Assim como os outros comportamentos já mencionados nesta lista, a empatia também vai de cada pessoa. Uns vão ser mais empáticos que outros. No entanto, por pessoas com TEA serem autocentradas, às vezes, acontece a má interpretação sobre a empatia.

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em Pernambuco denunciou ter sido alvo de uma agressão por parte de bolsonaristas no último sábado (12). Em nota, a direção do MST no Estado afirma que eleitores do presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram o Assentamento Normandia, em Caruaru, e picharam as paredes do Centro de Formação Paulo Freire. Imagens compartilhadas nas redes sociais, mostram o local com a palavra “mito” escrita diversas vezes e o desenho de uma suástica, símbolo do nazismo.

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O comunicado também detalha que a casa da coordenadora do Centro foi incendiada, mas os moradores do local conseguiram contornar a situação, antes que o fogo se alastrasse.

A nota diz que o ataque foi feito por um grupo com quatro pessoas, que vestiam “camisas amarelas” e aproveitaram uma festa de vaquejada em frente ao assentamento para agir.

“As três horas da manhã, os bolsonaristas invadiram o espaço do centro e picharam vários espaços coletivos com o símbolo da suástica nazista e o nome MITO. Além disso, os bolsonaristas arrombaram e incendiaram a casa de moradia da coordenadora do centro. Com o fogo, a militância que mantém o Centro, foram alertados e conseguiram ainda apagar o incêndio. A casa, entretanto, foi parcialmente queimada, principalmente as camas, telhados e os pertences”, diz o texto.

A direção do MST diz lamentar o fato de a democracia não ser respeitada por uma minoria de bolsonaristas.

“Lamentamos muito, ter que fazer este informe, já que saímos de uma jornada eleitoral polarizada e acirrada.  O Brasil e o povo brasileiro clamava por atitudes e empenho para resgatar a democracia, os preceitos constitucionais do estado democrático de direito e uma postura enérgica contra a fome, contra a violência, contra o ódio e contra todo o tipo de preconceito. Os bolsonaristas foram derrotados nas eleições, mas uma minoria, movida pela intolerância, preconceito e ódio de classe, de raça e gênero, não aceitaram os resultados da democracia e estão querendo nos impor um terceiro turno”, pontua a nota.

O LeiaJá questionou a Polícia Civil sobre a denúncia. O órgão disse que foi registrada, através da 14ª Delegacia seccional de Caruaru, uma ocorrência de incêndio doloso na zona rural do município, no último sábado (12), e um inquérito policial foi instaurado.

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Apontada como marco zero do modernismo no Brasil, a Semana de Arte Moderna comemora seu centenário este mês. Celebrada atualmente em exposições, livros, seminários, eventos e reportagens, a efeméride é também uma oportunidade para se rediscutir a importância histórica do evento – realizado no Theatro Municipal de São Paulo, entre os dias 13 e 17 de fevereiro de 1922, por artistas e intelectuais da elite paulistana que defendiam estar rompendo com o conservadorismo das artes no Brasil.

“Nesse momento, em que a gente está, em 2022, o que está sendo mais bacana de olhar para a semana de 22 é justamente questionar o seu mito”, afirma Heloisa Espada, curadora do Instituto Moreira Salles.

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“É claro que foi um evento importante em São Paulo. Reuniu ali alguns artistas e literatos de várias áreas e que se tornaram muito importantes para a história do modernismo, como Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Anita Malfatti e Victor Brecheret. Tem nomes que são muito importantes para a nossa compreensão da arte moderna no Brasil. Mas hoje estamos em um momento de rever isso, de olhar para os outros estados, entender a temporalidade dos outros estados, o que estava acontecendo nos outros lugares e tentar ampliar a compreensão desta produção para além do Sudeste”, reforça Heloisa.

A ideia de que a semana foi um marco do modernismo brasileiro, na realidade, foi uma construção histórica, que só veio a surgir décadas depois, defendem historiadores e especialistas. 

“Acho que o que marca essa comemoração de 100 anos é entender como a Semana de Arte Moderna se tornou um marco. Isso é uma construção histórica. Mas eles fizeram de tudo para que realmente ela fosse polêmica e para se alinhar à ideia de vanguarda que estava sendo discutida e da qual eles tinham notícias que vinham de outros países, principalmente do Hemisfério Norte", disse Heloisa.

Um dos pontos que passa por revisão histórica é o regionalismo da iniciativa, afinal a semana não foi composta apenas por artistas e intelectuais paulistas. “Há pessoas de Pernambuco; alemães, como o [Wilhelm] Haarberg, por exemplo, que estava recém-emigrado e participa. Temos o arquiteto polonês [Georg] Przyrembel; o espanhol Antonio Garcia Moya, que fez desenhos de arquitetura e participou da semana. Temos mineiros”, destacou Luiz Armando Bagolin, professor do Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) da Universidade de São Paulo (USP).

Além disso, houve iniciativas modernas em outras partes do país, como as revistas ilustradas do Rio Grande do Sul; o trabalho do pintor Vicente do Rego Monteiro, em Pernambuco; e o samba, no Rio de Janeiro. 

“Tem uma coisa importante não só no Rio, mas em vários lugares também, que é a música, o surgimento do samba nesse momento, que é muito próprio do Brasil. Olhar as manifestações culturais brasileiras e tentar entender o que é próprio da nossa cultura, de cada lugar, de cada estado e entender o quanto aquilo desafiava, o quanto o samba desafiava convenções, acho que esse é um jeito de olhar e de pensar o modernismo”, disse.

Controvérsias

O modernismo brasileiro também viveu suas ambiguidades e controvérsias. A começar pelo fato de que o movimento, cuja efervescência ocorreu nas cidades, foi bancado pela elite cafeeira, que vivia no interior, em fazendas. “É a riqueza do campo que paga essa ideia da arte moderna”, explicou Heloisa.

“A ideia de modernidade era um peixe que o regime republicano queria vender. Essa ideia de modernidade, de abrir grandes avenidas e criar cidades mais modernas e que fossem mais salubres, destruiu um passado imperial e colonial ou colocou de lado todo um passado que era conveniente politicamente esquecer naquele momento”, destacou Heloisa.

“Para algumas pessoas, a modernidade seria um projeto de branqueamento do país no início do século. Modernidade também é isso, também tem um lado nefasto. Há quem diga que é mais nefasto que moderno.”

A especialista questiona o motivo de nomes como o do escritor e político Plínio Salgado, que fez parte da semana, terem sido “apagados” pela história. “Temos ali a participação do Menotti del Picchia [escritor] e do Plínio Salgado, figuras que depois se tornaram controversas politicamente, ligadas ao movimento do verde-amarelismo [que se opunha ao movimento pau-brasil de Oswald de Andrade e pregava um ufanismo exacerbado]. Depois o Plínio Salgado é expoente do Integralismo [que tinha grande afinidade com o fascismo italiano]”, disse Heloisa.

Nessa análise política, também é importante entender como o movimento modernista foi utilizado pelo Estado Novo, de Getulio Vargas. “O Gustavo Capanema [ministro forte do governo Getúlio Vargas] era o homem, digamos, por detrás dessa estratégia de assumir o modernismo como uma politica cultural estatal”, disse Bagolin, explicando que a busca por uma arte brasileira, com identidade nacional, “serviu como uma luva para o projeto do Estado Novo”.

“O Estado Novo buscava demonstrar que o povo brasileiro, apesar de ser composto por uma miscigenação de etnias e culturas, ele deveria se apresentar como um povo, no singular; como uma cultura, no singular; uma arte brasileira, no singular. Até hoje falamos isso. Não falamos ‘as artes brasileiras’, que seria o mais correto porque são diferentes e somos diferentes”, disse o professor da USP.

Quando a ideia do modernismo surge em território brasileiro, há a utopia, por parte dos artistas, de que essa arte nacional seria utilizada para modificar o país. Mas quando essa ideia passa a ser apropriada pelo Estado, Mário de Andrade se desencanta com o movimento.

“Para o Mário de Andrade e para outros, quando o Modernismo é cooptado, se transforma no establishment ou na arte estatal, na arte defendida pelo Estado - e por um Estado ainda muito conservador - o modernismo morre. Todas aquelas iniciativas, todas as suas experiências, tudo o que eles fizeram, foi em vão”, destacou o professor do IEB.

Problematização

O principal objetivo da Semana de Arte Moderna de 1922 foi repensar de maneira crítica o tradicionalismo cultural, muito associado às correntes literárias e artísticas europeias, ao parnasianismo e ao academicismo formal.

Esse movimento foi liderado e protagonizado pela elite paulistana, bancado pela cafeicultura e ocorrido apenas 34 anos após a abolição da escravatura.

Temas como o colonialismo, a escravidão, a opressão indígena e a violência não entraram na agenda dos modernistas brasileiros e essa é uma das principais problematizações acerca da Semana, sob o ponto de vista crítico do século 21.

“O Brasil  tinha acabado de sair da escravidão. O Brasil tinha acabado de sair da monarquia e era uma jovem república. E em 1922, o grande acontecimento daquele ano não foi a semana de arte moderna. Foi a comemoração do primeiro centenário da nossa independência”, disse Bagolin.

“Dizer que o negro e o indígena não estavam representados na semana é um anacronismo. A participação de indígenas ou de afrodescendentes, o lugar de fala das pessoas, as suas expressões próprias, essas questões são demandas da nossa época. Elas são justas e devem ser defendidas, devemos brigar por elas. Mas não eram questões que se apresentavam nos anos 20 do século passado”, explicou o professor do IEB, que também é curador da exposição Era Uma Vez o Moderno, que está em cartaz no Centro Cultural da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

O que os modernistas fizeram naquela época foi a apropriação de outras artes, como a indígena, com as quais tiveram contato por meio de viagens e expedições que fizeram pelo interior do Brasil.

“Numa perspectiva hoje de decolonialidade, essas iniciativas são vistas com reserva. Às vezes, mais do que vistas com reserva, elas são criticadas, censuradas, porque, de novo, é o branco europeu, explorador, que vem e se apropria de parte de uma cultura que não é dele. Depois a expõe, vende, revoluciona o campo da arte e da cultura moderna com uma coisa que foi apropriada de um povo, de um outro povo, que está sendo esquecido, vilipendiado, roubado, trucidado. Então, numa perspectiva de decolonialidade, acho que é muito pertinente essa crítica”, disse Bagolin.

Atualmente, intelectuais e artistas indígenas têm se pronunciado sobre o modernismo, olhando para essa tradição. “Antes tínhamos esses intelectuais, criados e formados nos centros urbanos, olhando para outras culturas brasileiras e para as culturais originais. Hoje temos a possibilidade de ouvir indígenas revisando Macunaíma [livro escrito por Mário de Andrade] e se posicionando sobre isso. Isso também é coisa do nosso tempo e acho que precisamos, nesse momento, ouvir muito. É a hora que temos para aprender muito sobre esse ponto de vista, que até agora não esteve no centro dos debates”, destacou Heloisa.

Modernismo além de 22

Cem anos depois, especialistas como Heloisa defendem a importância da Semana de Arte Moderna, mas também enfatizam que o movimento e a construção do modernismo no Brasil contaram com outros elementos.

“O grande aprendizado é esse: a gente tentar entender a potência e os limites do que foi a Semana de 22 porque acho que o que não dá mais hoje é, nas escolas, continuar falando da arte moderna e só da Semana de 22. Porque muita coisa aconteceu, muita coisa além. As experiências do modernismo no Brasil vão muito além da Semana de 22”, frisou Heloisa.

Na avaliação de Luiz Armando Bagolin, ser modeno hoje implica aprender com as diversidades brasileiras. “Eu acho que ser moderno hoje é encarar as diferenças. Nós somos diferentes. O Brasil é muito vasto, tem coisas que os brasileiros não conhecem. Não somos iguais e nós temos que nos entender nas diferenças. A gente não pode resolver essa história, formulando, a título de um projeto político ou ideológico, um Brasil no singular, um brasileiro no singular, todo mundo com a mesma nação”, destacou.

“Ser moderno hoje implica fazer a revisão de toda a norssa história e de toda a nossa cultura numa perspectiva decolonial, de decolonialidade. Isso é um dado recente. Aliás, é um conceito sociológico que data do final dos anos 90. Então é importante não perder esse instrumento sociológico porque ele nos formula muitos desafios”, acrescentou.

Na manhã desta quarta-feira (24), o Congresso Nacional recebeu o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para a solenidade de entrega da Medalha do Mérito Legislativo 2021, entregue em sessão do plenário. O chefe do Executivo recebeu, das mãos do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), uma medalha de mérito, como retribuição pelo que seria entendido como bom desempenho, dentre outras virtudes, enquanto líder político. À ocasião, membros da oposição e governistas disputaram o espaço com gritos de “genocida” e “mito”.  

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A medalha tem o objetivo de reconhecer o trabalho de autoridades, personalidades, instituições ou entidades que tenham prestado serviços importantes ao Legislativo ou ao país. Bolsonaro, que se aproxima dos 31 anos de carreira política - sendo 28 como deputado federal e três enquanto presidente -, agora foi agraciado com a mais alta comenda da Câmara dos Deputados. 

Em um rápido discurso antes de ser homenageado, o presidente agradeceu a indicação de Vitor Hugo e o trabalho de Lira à frente da Câmara. 

“Arthur Lira, muito obrigado pela deferência e pela forma como você se relaciona conosco”, declarou o presidente. “Muito me honra. Estou muito feliz neste momento”, completou Bolsonaro sobre a condecoração. 

Ao início da sessão, Lira discursou em nome dos beneficiados pelo evento e ressaltou o trabalho da Câmara durante a pandemia do novo coronavírus. 

"[Passamos] por momentos mais desafiadores, circunstâncias fizeram enfrentar uma tempestade perfeita, com pandemia, mortes, impactos pela economia, inflação e desemprego. Em meio à fúria, o parlamento permaneceu firme como farol iluminando o caminho seguro a ser seguido", disse Lira. 

"Mas não trabalhamos sozinho. Para que o legislativo pudesse dar as respostas mais certas nas horas mais incertas, a contribuição, a inspiração e o apoio dos agraciados deste ano foram fundamentais", completou. 

Outro ponto levantado pela oposição, além da discordância sobre o mérito de Jair Bolsonaro ao receber o prêmio, é que o conservador diz não ter se vacinado ainda contra a Covid-19, mas entrou livremente na Casa. Pelas regras do Congresso, o presidente não poderia entrar sem as duas doses ou, pelo menos, sem apresentar um resultado negativo do exame PCR. Até o momento, a Câmara não confirmou o recebimento do exame. 

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A ativista da extrema direita e conservadora Sara Giromini, mais conhecida como Sara Winter, parece que está desembarcando do grupo de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Ela afirmou que ninguém nunca mais vai vê-la gritando "mito, mito" - forma como os bolsonaristas costumam chamar o presidente.

À Veja, Sara disse que decidiu se aposentar e hoje morreria de vergonha de ser vista gritando "mito". "Fiz tudo aquilo acreditando que havia um movimento para derrubá-lo. Eu me sacrifiquei para defendê-lo e faria tudo de novo, apenas de maneira diferente", explicou.

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Esse descontentamento de Sara com Bolsonaro não é de agora. Em Outubro do ano passado, Sara publicou em sua conta do Facebook que não estava reconhecendo o presidente.

"Não sei mais quem ele é. O homem que eu decidi entregar meu destino e vida para proteger um legado conservador. Por que estou escrevendo isso? Porque não aguento mais", disse.

Isso porque, segundo a ativista, na época o governo exonerou pessoas próximas a ela. "A orientação é exonerar todos os que tiveram contato comigo do governo, afinal, a praga do Bolsonaro não é a esquerda, é a loirinha que causou tentando defendê-lo", escreveu.

Ela chegou a ser presa em junho pela Polícia Federal em Brasília, após autorização do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, relator do inquérito das fake news, que apura os ataques antidemocráticos ao STF - do qual Sara é investigada.

Ao meio-dia do domingo (3), horário de Brasília, os portões estarão abertos para a edição 2019 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O exame, que é a principal porta de entrada às instituições públicas de nível superior, é composto por quatro provas objetivas, totalizando 180 questões, além da redação. O segundo dia do Enem será no domingo seguinte, 10 de novembro. 

 O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) fez uma lista com tópicos relacionados ao exame que ainda costumam gerar dúvidas entre os estudantes. Confira o que é verdadeiro e o que é falso sobre o Enem na lista abaixo:

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 1. Os lanches dos participantes do Enem 2019 deverão estar em embalagens transparentes.

FALSO

Os lanches dos participantes NÃO precisarão estar em embalagens transparentes. Itens industrializados poderão estar em suas embalagens originais, com rótulo, porém, todos os alimentos serão vistoriados, conforme previsto no edital do Enem 2019.

2. Documentos válidos vencidos serão aceitos para identificação no Enem 2019.

VERDADEIRO

Documentos permitidos, conforme edital do Enem 2019, serão aceitos para identificação dos participantes mesmo que estejam fora do prazo de validade.

 3. Os participantes do Enem devem estar com os cabelos presos para realização das provas.

FALSO

Não há nenhuma orientação do Inep para que os participantes estejam com os cabelos presos durante as provas do Enem. Apenas não será permitido o uso de itens de chapelaria, como chapéus e bonés.

 4. Se o celular ou qualquer outro aparelho eletrônico tocar durante as provas, o participante será eliminado do Enem 2019.

VERDADEIRO

O participante que deixar o telefone celular ou outro aparelho eletrônico emitir qualquer som durante a prova, mesmo que o item esteja desligado e na embalagem lacrada fornecida pelo aplicador, será imediatamente eliminado do Enem 2019.

 5. A Declaração de Comparecimento é obrigatória para todos os participantes do Enem.

FALSO

A Declaração de Comparecimento no Enem é direcionada aos participantes que precisarem comprovar a presença no exame, seja para justificativa no trabalho, seja para qualquer outro motivo particular. Ela não é obrigatória. Quem precisar deve imprimir a declaração na Página do Participante. Ela é personalizada e não poderá ser impressa no local de prova. O Inep não fornece a declaração após o exame.

6. A única caneta permitida para a realização do Enem é a esferográfica de tinta preta, fabricada em material transparente.

VERDADEIRO

Nas provas do Enem, só é permitido portar caneta esferográfica de tinta preta, fabricada em material transparente. Lápis, lapiseiras e outros tipos de caneta não poderão estar sobre a mesa durante a realização do exame.

 7. O participante do Enem deverá utilizar roupa específica para fazer as provas.

FALSO

Não há nenhuma regra sobre a vestimenta dos participantes do Enem. No entanto, o Inep orienta que sejam utilizadas roupas leves e confortáveis, para o bem-estar durante as provas.

 8. Participantes que ficaram grávidas após a inscrição do Enem deverão solicitar atendimento específico.

FALSO

Gestantes que descobriram a gravidez após o período de inscrição no Enem 2019 poderão fazer as provas normalmente. Se for gerado algum incômodo durante o exame, essas participantes poderão comunicar a situação ao aplicador, para que sejam tomadas as providências necessárias.

 

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) esteve na semifinal da Copa América na noite dessa terça-feira (2) no Mineirão, em Belo Horizonte. A recepção a ele, contudo, não foi tão amistosa assim. O presidente foi vaiado por duas vezes, mas também chegou a ouvir gritos de apoio dos presentes.

A primeira vaia foi quando apareceu no telão do estádio ao assistir, do camarote, o primeiro tempo da partida entre Brasil e Argentina. Já a segunda reação negativa aconteceu quando, no intervalo do confronto, Bolsonaro decidiu caminhar com a sua comitiva à beira do campo. Dez ministros acompanharam o presidente. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram o momento. 

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A presença do presidente, apesar das vaias, também atraiu aplausos e gritos de “mito” oriundos da torcida, o que fez com que Bolsonaro tentasse se mostrar alheio às vaias com sorrisos, apertos de mão e gestos de armas. 

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Na partida, o Brasil venceu a Argentina e se classificou para a final da Copa América. No local, o presidente também encontrou com o jogador Neymar, que deixou a competição por causa de uma contusão. 

A 17° edição em HQ Demolidor foi lançada este mês no Brasil e chamou atenção dos geeks por um motivo inesperado. O sucesso da Marvel abordou de forma explícita o atual cenário sociopolítico do Brasil ao mencionar o presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), em uma das suas traduções.

Nesta edição, Wilson Fisk, o Rei do Crime, é eleito pelas urnas como o novo prefeito de Nova York. A Panini, grupo editorial responsável pela comercialização do quadrinho no Brasil, traduziu "Fisk Rules" como "Fisk Mito" em cena de apoiadores.

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Vale lembrar que em 2011, a editora já tinha feito algo parecido em uma edição HQ do Batman, ao traduzir o termo ‘asqueroso’, da versão estadunidense para ‘petralha’ na edição vinculado no Brasil. Posteriormente, o editor da linha DC Comics da Panini, Levir Trindade, emitiu uma nota e pediu desculpas ao público pela tradução.

“Nosso erro foi pressupor que uma gíria que já perdeu o seu caráter político em alguns lugares, não o tenha perdido em todos. Não estávamos querendo tecer nenhuma crítica a partido algum. Acho que já deixei isso bastante claro. Só não entende quem não quiser", disse o editor.

O candidato a presidente derrotado Fernando Haddad (PT) divulgou nas redes sociais a visita que fez ao ex-presidente do Uruguai José Pepe Mujica. O petista foi até o país, mais especificamente no Rincón del Cerro, zona rural de Montevidéu, onde mora Mujica. O ex-prefeito de São Paulo disse que teve “uma aula com o mestre”. O ex-presidente mora a 20 quilômetros da capital uruguaia.  

Por meio de um vídeo, Mujica voltou a defender o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele chegou a falar sobre a construção de um “mito”. “Lula é uma causa, não é um homem. Lula está no coração dos necessitados, dos carentes, onde residem as desigualdades, isso é o melhor de Lula. O tempo passará, estão construindo um mito e contra os mitos não se pode lutar. Força Lula, sempre livre”, declarou. 

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Os senadores Lindbergh Farias (PT), Humberto Costa (PT) e a deputada Benedita da Silva (PT) também se encontraram com Mujica. Por meio do Twitter, Lindbergh contou que o assunto do encontro foi sobre “a prisão injusta de Lula e a importância da América Latina na luta pela democracia”. 

 Mujica já chegou a dizer, recentemente, que Lula era “a única saída” para tirar o Brasil da situação em que se encontra. "Pode ter havido erros e desvios, mas tenho confiança em Lula. Parece que as ditaduras estão fora de moda, que agora são os golpes suaves com certa margem de aparente legalidade os preferidos para calar as pessoas", disse na ocasião em alusão ao impeachment de Dilma Rousseff. 

Deputada federal eleita e vereadora do Recife, Marília Arraes (PT) classificou como um “ataque covarde” uma mensagem que circula nas redes sociais e teria sido deixada nos corredores do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), no Recife, com ameaças a professores e alunos da instituição. Para Marília, o panfleto é “uma afronta à democracia”.

“Toda nossa solidariedade e indignação contra o ataque covarde desferido contra professores e alunos da Universidade Federal de Pernambuco. O panfleto, apócrifo e recheado de abusos e ameaças, foi deixado em vários pontos do prédio do CFCH é uma afronta à democracia e à autonomia da universidade pública”, considerou a parlamentar.

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“Trata-se de mais uma tentativa dos que querem destruir a educação superior pública e gratuita no Brasil, construída e consolidada graças a luta incansável de mulheres e homens de várias gerações que tanto nos ensinaram e que continuam nos inspirando. A sociedade exige que sejam adotadas as sanções administrativas, cíveis e penais cabíveis aos responsáveis”, acrescentou, pontuando ainda que o “Brasil e os brasileiros não irão se curvar aos fascismo”.

O documento, que lista nomes de professores e alunos - preservados nesta matéria por questão de segurança, tem como título "Doutrinadores e alunos que serão banidos do CFCH - UFPE em 2019". E para finalizar, imprime o recado: "Vocês serão banidos! Escórias! O Mito vem aí". O termo “mito” é utilizado pelos eleitores para identificar o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). A assessoria de comunicação da UFPE disse, por nota, que a Superintendência de Segurança Institucional foi acionada e está investigando o caso.

Marília também foi alvo de ameaça nas redes sociais recentemente. Ao publicar no Twitter um comentário sobre a aceitação do juiz Sérgio Moro de participar do governo de Bolsonaro, um internauta questionou se ela estava "com medinho" do magistrado no governo e disse: "Fica na tua não, pra não sobrar pra tu também, teu priminho já tá alça de mira, logo logo vai ter vela especial pra família Arraes". A vereadora compartilhou a publicação no microblog, mas o comentário depois foi excluído.

Em ano eleitoral, quem nunca ouviu a máxima de que se os votos brancos e nulos somarem mais de 50% a eleição é anulada e todos os candidatos são impossibilitados de concorrer novamente? O argumento, entretanto, é um mito combatido com veemência pela Justiça Eleitoral, mas toma força constantemente a cada dois anos incentivando que os cidadãos, insatisfeitos com a classe política, escolham uma das duas opções e eliminem a possibilidade daqueles nomes voltarem a disputar o pleito. 

Na realidade, de acordo com a legislação, o que pode anular a eleição é quando a chapa vitoriosa é cassada por algum crime eleitoral e os votos são cancelados judicialmente, fazendo assim com que uma nova eleição seja convocada, sem a participação do vencedor considerado inelegível.   

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Outro ponto essencial, de acordo com as normas eleitorais, é que os votos brancos e nulos não influenciam no resultado da eleição porque não são considerados votos válidos, ou seja, manifestações na urna direcionadas a algum candidato. O voto branco é aquele em que o eleitor não manifesta preferência por nenhum dos candidatos, teclando na urna a opção branco e confirmando. Já o nulo é quando o cidadão clica o número de qualquer candidato inexistente e confirma. 

Em junho, a eleição suplementar para governador do Tocantins foi um retrato claro de que o argumento é um mito. O resultado da votação no estado, de acordo com o Tribunal Regional Eleitoral (TRE), registrou que 527 mil pessoas não optaram por nenhum dos candidatos. O número representa 51,83% do eleitorado tocantinense e é o somatório dos votos brancos, nulos e abstenções. Apesar disso, o candidato Mauro Carlesse (PHS), que recebeu 368.553 votos, foi eleito governador. 

O que não dá para negar, contudo, é que o percentual de votos brancos e nulos, além das abstenções, tem crescido nos últimos pleitos. Na análise do presidente do TRE de Pernambuco, desembargador Luiz Carlos de Figueirêdo, isso se dá pelo descontentamento da população com a política e diante dos “problemas que o país atravessa em um estágio nunca antes atravessado”, como é o caso da crise econômica. 

 Mesmo assim, Luiz Carlos de Figueirêdo observou que deixar de votar ou anular o voto não é a solução mais viável para combater a corrupção e esse descontentamento. “Uma das coisas mais danosas para a democracia é quando você anula seu voto, isso, ao contrário do que se pensa, não vai anular a eleição, mas favorecer os candidatos menos comprometidos com o interesse social”, salientou. 

“É óbvio que sempre existirão bons candidatos, candidatos regulares e ruins candidatos. É preciso separar, informar-se a respeito do passado dos seus candidatos e, com isso, antevê o que pode acontecer. Essa é a verdadeira maneira que pode combater a corrupção, que é a maior problemática da classe política, a escolha adequada”, completou.

Para  o presidente do TRE-PE, para a eleição em outubro, tem sido possível perceber uma movimentação maior pré-eleitoral e o número de abstenções, nulos e brancos pode cair. “O povo tem uma arma poderosa na mão, que é o voto. Se ele não vota, anula o voto ou vota em branco legitima o que ele mesmo critica e não vê que perdeu a oportunidade de fazer o país avançar”, ressaltou. 

‘Brancos e nulos’ poderiam ser prefeitos em PE

Caso a máxima que circula na época eleitoral fosse verdade, no histórico das eleições municipais de 2012, por exemplo, os prefeitos de algumas cidades pernambucanas poderiam ser os famosos “votos brancos e nulos”. No pleito daquele ano, em Santa Maria da Boa Vista o prefeito eleito José Gualberto teve 8.866 votos sendo que o somatório de brancos e nulos chegou a 13.908 eleitores. 

Outro registro do tipo foi feito em Água Preta, onde o prefeito eleito Eduardo Coutinho conquistou  7.776 votos e os brancos e nulos somaram 9.844. Já em Palmares, o vencedor do pleito João Bezerra teve 13.838 votos e o somatório dos votos brancos e nulos chegou a 14.909.

O caso mais emblemático de 2012 aconteceu em Olinda, na Região Metropolitana do Recife (RMR), quando o então prefeito Renildo Calheiros teve 102.295 votos, mas as abstenções, brancos e nulos chegaram a 105.056 votos.

A presença do pré-candidato a presidente do Brasil Jair Bolsonaro (PSL) em eventos e encontros têm sido, em muitos momentos, sinônimo de tumulto. Nesta segunda-feira (30), em São Paulo, na abertura da 25ª Agrishow, no município de Ribeirão Preto, o presidenciável foi recebido com aplausos e gritos de “mito”, antes da abertura oficial da principal feira do agronegócio da América Latina.

No entorno do acesso ao evento, faixas de apoio ao parlamentar foram estendidas às margens da rodovia. O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, bem como outros políticos e representantes do setor prestigiaram a cerimônia. 

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O deputado costuma divulgar em suas redes sociais a forma que é recebida nos locais que visita. Também nesta segunda, Bolsonaro divulgou um vídeo em seu facebook durante uma ida à cidade de Navegantes, em Santa Catarina. Nas imagens, é possível ver o pré-candidato sendo carregado por uma multidão. Ele comentou a recepção. “Esse carinho do nosso povo é indescritível”, ressaltou. 

Os últimos dados do Ministério da Saúde apontam que de 1º de julho de 2017 até 23 de janeiro de 2018, 130 casos de febre amarela foram confirmados no país, com 53 pessoas vindo a óbito. Ao todo, foram notificados 601 casos suspeitos, com 162 ainda em investigação e 309 sendo descartados. Quase todos os estados do país estão com recomendação para a vacina. O surto tem deixado a população preocupada, o que acaba abrindo espaço para informações erradas e muitas dúvidas. Com informações colhidas com o Ministério da Saúde, a Secretaria de Saúde de São Paulo e a Fiocruz, o LeiaJá respondeu dez perguntas sobre a doença.

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O que é a febre amarela silvestre?

É uma doença infecciosa febril aguda, causada pelo vírus da febre amarela transmitido por mosquitos. A doença é comum em macacos, que são os mais afetados pelo vírus.

Qual é a diferença entre a febre amarela silvestre e febre amarela urbana?

A diferença entre elas é o vetor: na cidade a doença é transmitida pelo Aedes aegypti, o mesmo mosquito que transmite a dengue. Na mata, os mosquitos do gênero Haemagogus transmitem o vírus. Apesar disso, o vírus transmitido é o mesmo, assim como a doença resultante da infecção. Desde 1942, o Brasil não registra casos de Febre Amarela urbana.

Faz sentido a preocupação de parte da população com a segurança da vacina?

Não, segundo a Fiocruz. A vacina contra a febre amarela é considerada uma das vacinas mais seguras. Mas ela pode trazer reações como dor no local de aplicação, febre com duração de sete dias, dor de cabeça e dor no corpo. A ocorrência de eventos adversos é extremamente rara, com registros de 1 caso a cada 400mil doses aplicadas. São Paulo confirmou três mortes em reação à vacina e investiga outros seis casos. 

A febre amarela é contagiosa?

A doença não é contagiosa, ou seja, não há transmissão de pessoa a pessoa. É transmitida somente pela picada de mosquitos infectados com o vírus.

Quais são as contraindicações para a vacina da febre amarela?

A vacina é contraindicada para crianças menores de noves meses, idosos acima dos 60 anos, gestantes, mulheres que amamentam crianças de até seis meses, pacientes em tratamento de câncer e pessoas imunodeprimidas. Em situações de emergência epidemiológica, vigência de surtos, epidemias ou viagem para área de risco, o médico deverá avaliar o benefício e o risco da vacinação para estes grupos, levando em conta o risco de eventos adversos.

Qual a orientação para turistas estrangeiros que visitam as áreas de recomendação de vacina no Brasil?

Para turistas que forem se dirigir a uma área com recomendação de vacina - tanto estrangeiros quanto brasileiros – e que não tomaram nenhuma dose da vacina, a recomendação é que seja vacinado pelo menos dez dias antes da viagem, que é o tempo que a vacina leva para criar anticorpos e a pessoa estar devidamente protegida.

O vírus é transmitido por macacos?

Não. O vírus é transmitido pela picada de mosquitos Haemagogus e Sabethes, que vivem em matas e vegetações. O inseto infecta tanto humanos quanto os macacos.

Qual é a diferença entre dose plena e dose fracionada da vacina?

Na vacina plena (dose total) a dose é única e confere imunidade para toda a vida. Diante do momento epidêmico enfrentado por alguns estados da federação, o Ministério da Saúde adotou a dose fracionada da vacina que será aplicada em campanha de forma a proteger um grande número de pessoas. Estudos indicam que a vacina da febre amarela em dose fracionada protege, pelo menos, por 8 anos. 

Se a dose da vacina for reduzida, a imunização pode ficar prejudicada? 

Não. Quando a vacina é fracionada, sua potência não é reduzida na mesma proporção. Estudo da Fiocruz aponta que mesmo uma dose cinco vezes menor que a dose padrão mantém o mesmo nível de potência vacinal, ou seja, tem a mesma eficácia de imunização. 

Como a febre amarela é tratada?

Não existe tratamento específico contra a doença. O médico deve tratar os sintomas, como as dores no corpo e cabeça, com analgésicos e antitérmicos. Salicilatos, como AAS e Aspirina, devem ser evitados já que seu uso pode favorecer o aparecimento de manifestações hemorrágicas. O médico deve estar alerta para quaisquer indicações de um agravamento do quadro clínico.

No próximo sábado (9), um livro que conta um pouco sobre a trajetória do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC) será lançado oficialmente, na Bienal do Livro, no Rio de Janeiro, a partir das 19h. A biografia foi escrita por um dos seus filhos, o deputado estadual (PSC) Flávio Bolsonaro. O nome do livro é “Jair Bolsonaro, mito ou verdade" e custará R$ 19,90. Haverá, na ocasião, uma noite de autógrafos com a presença dos dois.

Flávio disse que o lançamento do livro será mais um marco na vida de Jair. “Um marco na vida desse grande pai e homem público, que é Jair Bolsonaro. Não sou escritor, apenas botei no papel importantes e emocionantes passagens da vida do cara, que é a esperança de milhões de brasileiros, rol no qual me incluo. Espero que gostem”, declarou. 

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O deputado ainda disse que é preciso resgatar o Brasil “do mar de lama que o PT nos afundou”. A pré-venda ocorrerá pelo site www.mundolivro.com.br a partir desta terça-feira (5) até a quinta-feira (7). 

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Poucos atletas no mundo podem se dar ao luxo de ter uma longa carreira em um único clube e serem amados e admirados por torcedores e adversários. Uma dessas lendas, o eterno capitão da Roma, Francesco Totti, completa 40 anos nesta terça-feira (27) e recebe todo o carinho do mundo esportivo.

Entre os eventos marcados para "Il Capitano", está uma festa com 200 convidados em Roma, onde grandes presenças de jogadores e ex-jogadores já foram confirmadas. Além disso, por volta das 20h, Totti usará sua página no Facebook para conversar com seus fãs.

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Porém, a carreira de Totti não foi construída apenas por seu carisma. Com números impressionantes, o eterno romanista, clube no qual atua há 25 anos, acumula grandes números no futebol.

Entre as maiores conquistas, certamente, estão a Copa do Mundo de 2006, o título da Roma na temporada 2000/2001 e diversas Copa da Itália.

Além disso, ele é o segundo maior artilheiro na história da Série A, com 250 gols pela Roma - 24 a menos do que Silvio Piola que jogou pelo Pro Vercelli, Lazio, Torino, Juventus e Novara.

O primeiro gol na elite do futebol italiano ocorreu há 22 anos, no dia 4 de setembro de 1994, na partida contra o Foggia. A primeira das 45 "doppietas", marcar dois gols em uma só partida, ocorreu na partida entre Bari e Roma em 9 de novembro de 1997 e a última no jogo contra o Torino no último dia 20 de abril.

Dos 250 gols marcados, 71 foram de pênalti, 21 de falta e apenas 10 de cabeça, que não é a especialidade do atacante. Destes, 122 foram no primeiro tempo e 127 na etapa final de cada partida.

O gol mais rápido da carreira ocorreu no primeiro minuto da partida entre Roma e Cesena, do dia 21 de janeiro de 2012. Já o mais "demorado", foi marcado no quarto minuto de acréscimo das partidas contra a Fiorentina, no dia 17 de outubro de 1998, contra o Lecce, no dia 4 de abril de 2004, e contra a Udinese no dia 9 de abril de 2011. Mas, o período final parece bem atraente para o Capitão - também pelo fato de, nos últimos anos, ele ter entrado sempre na etapa final de cada partida -: foram 14 gols depois dos 45 minutos do 2º tempo.

Totti já marcou gols em 38 equipes que disputaram a série A, sendo a maior vítima o "falecido" Parma, com 18 gols. Fiorentina e Sampdoria (15), Cagliari e Udinese (14), Bari (12), Palermo, Inter de Milão e Lazio (11), Chievo e Juventus (9), Lecce, Milan e Atalanta (8), Brescia, Bologna e Napoli (7), Reggina e Genoa (6), Empoli, Torino, Livorno e Verona (5), Messina, Perugia, Piacenza, Siena e Catania (4), Modena (3), Cesena (2), Ancona, Ascoli, Como, Foggia, Reggiana, Salernitana, Sassuolo e Vicenza (1) completam a lista.

O atacante da Roma ainda é o terceiro no ranking de jogadores que mais atuaram por uma equipe da Série A, com 604 jogos, ficando atrás de Paolo Maldini, ídolo do Milan, e Javier Zanetti, da Inter de Milão. Com Maldini, ainda divide o título de jogador com mais temporadas consecutivas jogadas, com 25.

Como essa é a última temporada de sua carreira, ambos permanecerão juntos no topo.

Totti ainda acumula outros recordes absolutos: maior número de gols com um só time, maior número de pênaltis marcados na série A, jogador mais velho a ter marcado uma "doppieta" na série A e a marcar um gol na Liga dos Campeões. Já no quesito expulsões, "Il Capitano" aparece na 5ª colocação, com apenas 11 cartões vermelhos em 25 anos de Roma.

Homenagens nas redes sociais: O aniversário de 40 anos de Totti também repercutiu nas redes sociais. Vários jogadores da Roma gravaram vídeos de felicitações e postaram através da conta oficial da equipe no Twitter.

O "rival" Gianluigi Buffon, que é ídolo na Juventus, também mandou sua mensagem dizendo que o atacante "escreveu a história do futebol italiano". Outro rival, o ex-jogador e atual dirigente da Inter, Javier Zanetti, também postou em sua conta uma mensagem: "Campeão em qualquer desafio, em campo ou fora dele. Orgulhoso de ter tido você como adversário. É ainda um prazer te ver jogar", escreveu.

O craque argentino Lionel Messi enviou um mensagem por vídeo.

"Feliz aniversário, Totti! Eu espero que você tenha um bom dia.  Eu sempre admirei você e desejo ainda mais sucesso. Abraço!", disse o argentino.

Até mesmo outros clubes, como o Chelsea e a Inter, e a Lega Serie A, que gere o futebol italiano, usaram suas redes para parabenizar "Il Capitano". Além dos clubes, dirigentes aproveitaram o momento para solicitar.

O presidente do Comitê Olímpico Nacional Italiano (Coni), Giovanni Malagò, disse que Totti é "campeão de generosidade". O presidente do Napoli, Aurelio De Laurentiis, " Grandeeeeeeee. 40 anos para lembrar e renovar. Felicidades, Francesco".

Outras lendas do esporte mundial enviaram mensagens a Totti.

"Quero te parabenizar pelos teus 40 anos. Desejo um dia muito feliz e todo o melhor para esta temporada", publicou o tenista espanhol Rafael Nadal em vídeo.

Já o velocista tricampeão olímpico Usain Bolt enviou um vídeo em que diz que "de uma lenda para outra, foi uma honra te conhecer". 

Ação do mito Lula deve passar, obrigatoriamente, pelo documentário Entreatos, lançado em 2004. Qualquer tentativa de entender o ocaso desse mito com a interrupção da era petista na Presidência desemboca nos últimos três meses da Operação Lava Jato. O salto temporal é de mais ou menos 12 anos. Os dois momentos, quando analisados lado a lado, em justaposição, trazem de maneira diversa a essência do homem e fornecem uma poderosa chave de leitura sobre o passado, o presente e o futuro de Luiz Inácio Lula da Silva.

Se no documentário do diretor João Moreira Salles sobre a campanha eleitoral vitoriosa de Lula em 2002 temos o líder conciliador, o articulador habilidoso e o operário bonachão, no conjunto da Lava Jato nos deparamos com o operário ressentido, o político raivoso (e, por isso, desastrado), o líder divisionista. Mais interessante e desafiante nesse exercício analítico, porém, é encontrar no Lula de Entreatos os traços do Lula atual. E os sinais estão quase todos lá.

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Assistir ao documentário hoje, após os últimos e intensos anos da política brasileira, é como projetar na mente um filme de ficção policial cuja cena de abertura é a do mocinho com a arma fumegante na mão diante do cadáver fresco. A partir daí, rodamos a fita ao contrário, na busca de pistas que nos ajudem a compreender o provável desfecho trágico do protagonista na Lava Jato. Como o Lula de Entreatos desembocou no Lula do conjunto de grampos e do depoimento à Polícia Federal?

As primeiras e mais evidentes pistas fornecidas por Entreatos formam um valoroso registro da política pré-mensalão e pré-Lava Jato, o testemunho de um tempo em que candidatos nas campanhas eleitorais cruzavam o Brasil em jatinhos, hospedavam-se com comitivas enormes em hotéis cinco-estrelas, contratavam artistas caros para showmícios e todo mundo, ou pelo menos muita gente, se perguntava de onde vinha o dinheiro para aquilo. A resposta começou a ser dada em 2005, com a revelação do mensalão.

Confiança

José Dirceu (o poderoso), Delúbio Soares (o tesoureiro) e Sílvio Pereira (o faz-tudo) foram abatidos pela revelação da transferência de recursos oriundos do esquema montado ainda na campanha para parlamentares da base lulista. Os três também são investigados pelo Ministério Público Federal na Lava Jato, sob suspeita de terem se beneficiado do esquema de desvios de recursos e de corrupção na Petrobras. Dirceu, Delúbio e Sílvio Pereira gozam da confiança de Lula, participam de discussões a portas fechadas e deixam claro no documentário o poder que teriam no futuro governo. As investigações em curso em Curitiba nos revelam que eles participaram ativamente das nomeações para as diretorias da Petrobrás, base e origem do esquema. Mais ainda: a Lava Jato está no caminho de provar o elo entre o mensalão e o crime na estatal.

Assim, uma parte da resposta está dada. O Lula de Entreatos estava amparado por operadores políticos que se utilizavam da expectativa de poder do petista para continuar a fazer girar a engrenagem financeira que alimentaria a consolidação do mito, embalado em ternos caros, palatável às elites e aos mercados. Uma vez na Presidência, esse grupo estreitou laços com o publicitário Marcos Valério e com os operadores da Petrobrás. "Pelo panorama dos elementos probatórios colhidos até aqui e descritos ao longo desta manifestação, essa organização criminosa jamais poderia ter funcionado por tantos anos e de uma forma tão ampla e agressiva no âmbito do governo federal sem que o ex-presidente Lula dela participasse", afirmou o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em peça divulgada recentemente.

No documentário, Lula é um democrata cordial, empunhando a bandeira do respeito às instituições. Mas, quando o juiz federal Sérgio Moro, de Curitiba, torna público o conteúdo dos diálogos telefônicos de Lula interceptados pela Lava Jato, no dia 16 de março deste ano, sai de cena o "Lulinha Paz e Amor" de Entreatos, criado pelo marqueteiro Duda Mendonça, para entrar o raivoso e desastrado "Lula Jararaca", que conseguiu se indispor com o Ministério Público, os juízes federais e o Supremo.

A manifestação recente de Janot, talvez o ápice contra o ex-presidente até agora na Lava Jato, ajuda a explicar frases como a coletada nos grampos da operação e que contradiz a versão cinematográfica do mito: "Nós temos uma Suprema Corte totalmente acovardada. Nós temos um Superior Tribunal de Justiça totalmente acovardado. Um Parlamento totalmente acovardado… Somente nos últimos tempos é que o PT e o PC do B começaram a acordar e começaram a brigar… Nós temos um presidente da Câmara fodido, um presidente do Senado fodido, não sei quantos parlamentares ameaçados, sabe? E fica todo mundo no compasso de que vai acontecer um milagre e vai todo mundo se salvar". Em outro trecho, o ataque é também direto. "Eu acho que eles (autoridades da operação) têm que ter em conta o seguinte, bicho, eles têm que ter medo."

Há em Entreatos, também, as pistas pessoais fornecidas por Lula. Numa cena, à frente da entourage, ele diz ter passado 30 anos numa fábrica e não ter se acostumado com o macacão de operário; em contraponto, se despeja em elogios ao costume do paletó, da calça social e das belas gravatas. Falava dentro dele ali o germe do sítio de Atibaia, do tríplex de 215 metros quadrados no Guarujá, o imóvel que ele chegaria a desdenhar como sendo padrão "Minha Casa Minha Vida", o programa criado por Dilma Rousseff para a população de baixa renda. "O prédio era inadequado porque, além de pequeno, um tríplex de 215 metros é um tríplex ‘Minha Casa Minha Vida’", diz relatório policial. Ainda nesse aspecto, em certo momento do documentário, numa cena gravada na sala vip do aeroporto de Congonhas (São Paulo), Antonio Palocci, outro implicado na Lava Jato, lê um informe e diz: "Lula não será um presidente populista; Lula é um homem honesto e será um presidente racional". A declaração é do banqueiro Roberto Setúbal e está no noticiário daquele dia. Todos comemoram e evidenciam certa reverência ao personagem, o capitalista que outrora fora inimigo dos trabalhadores, conforme a lógica tradicional do petismo. Mais de uma década depois, a Lava Jato nos mostra que a reverência aos empresários e ao capital virou amizade. Lula deixou o maior empreiteiro do País, Marcelo Odebrecht, reformar o sítio que ele usou por longos quatro anos em Atibaia. Lula visitou o tríplex com o executivo Léo Pinheiro, da empreiteira OAS. Mais uma vez, é difícil não escutar Janot: "Lula sabia de tudo".

Futuro

Há ainda passagens que se tornaram clássicas no documentário, como as alfinetadas no tucano Fernando Henrique Cardoso, as brincadeiras de organizar peladas de futebol nos gramados de Brasília e as referências (muitas) à infância sofrida e à luta pela sobrevivência. E revelações: "Quando a gente não tem responsabilidade, (quando) você não está para ganhar nada, então você não mede as palavras que você fala no discurso. Mas, agora, qual é o problema? É que eu tenho de medir cada palavra".

Mesmo elas, que soam despretensiosas, fornecem indícios sobre a maneira como tratar a oposição, o bem público e, principalmente, como se vitimizar e se escorar no populismo para se defender. A comparação entre o Lula de Entreatos e o Lula da Lava Jato não se esgota na síntese entre passado e presente do mito. Ela também diz muito sobre o futuro porque escancara a capacidade dele de se transmutar, de falar para diferentes plateias em vários ambientes. A sobrevivência é sua grande virtude. Os tempos, porém, são outros e os obstáculos para ele transpor estão fora da esfera que Lula domina, a política. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), aproximadamente dois milhões de brasileiros são portadores de catarata. A doença, uma alteração ocular que atinge e torna opaco o cristalino (lente situada atrás da íris), chega a ser a maior causa de cegueira no mundo.

A catarata pode ser acelerada por fatores como diabetes, inflamação no olho, trauma, histórico familiar de catarata, uso de corticóides via oral (a longo prazo), exposição à radiação, fumo, cirurgia em função de outro problema oftalmológico ou exposição excessiva a raios ultravioleta. Apesar da gravidade, existem muitas dúvidas em torno da doença.

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Para esclarecer esses questionamentos, o oftalmologista Richard Yudi Hida desvendas os mitos e verdades sobre a doença. Confira:

COLÍRIOS PODEM CURAR A CATARATA

MITO. A catarata só é tratada por meio da cirurgia. Ao contrário do que se imagina, o procedimento cirúrgico para tratar o problema é por meio de ultrassom e não por laser. O aparelho aspira o cristalino e injetamos uma lente atrás da íris - parte colorida dos olhos. A recuperação geralmente ocorre em uma semana (existem colírios para este objetivo, mas não ha evidências cientificas que comprovem sua eficácia).

 

A CATARATA NÃO VOLTA APÓS A CIRURGIA

VERDADE. O que pode ocorrer é a opacificação da cápsula transparente em que se coloca a lente intraocular. Isto ocorria em até 30% dos casos, quando se utilizava modelos de lentes mais antigos. Hoje em dia ocorre em somente 5 a 10% dos casos. Uma espécie de polimento da lente com laser pode resolver o problema de forma rápida e indolor.

 

A CATARATA É UMA PELINHA QUE CRESCE EM FRENTE AO OLHO

MITO. Muitas pessoas confundem a membrana que cresce na superfície da córnea, que se denomina pterígio, com a catarata. O pterígio pode crescer, deixar o olho avermelhado e, se atingir o centro da córnea, também pode baixar a visão. A catarata é interna e só pode ser vista a olho nu em casos muito avançados, quando se observa um reflexo esbranquiçado atrás da pupila.

 

É POSSÍVEL LIVRAR-SE DOS ÓCULOS OPERANDO A CATARATA

VERDADE. Na maioria dos casos, sim. Atualmente existe uma grande variedade de lentes para a cirurgia de catarata. As mais recomendadas são as dobráveis de acrílico, que são inseridas por meio de uma pequena incisão e proporcionam uma recuperação visual mais rápida e segura. Existem também as lentes de modelo multifocal ou bifocal, que permitem a visão de perto a meia distância e de longe, reduzindo a necessidade de uso de óculos para perto para 80% dos pacientes. Mas nem todos os indivíduos com catarata têm o perfil para este implante, portanto o médico deve ser consultado para analisar essa possibilidade.

 

A CATARATA É UMA DOENÇA APENAS DE IDOSOS

MITO. A catarata senil, que afeta pessoas com mais de 60 anos, está relacionada com o envelhecimento. No entanto, existem outros tipos de catarata, como por exemplo, a congênita, que se manifesta na infância, podendo surgir do nascimento até os 10 anos de idade. Geralmente aparece em decorrência de doenças como a rubéola e a toxoplasmose durante a gravidez.

 

O DIABETES É UM FATOR DE RISCO CONHECIDO PARA O DESENVOLVIMENTO DA CATARATA

VERDADE. Várias pesquisas já mostraram a maior prevalência e frequência de catarata em pacientes diabéticos. Isto se dá principalmente devido aos altos níveis glicêmicos nestes pacientes. É indispensável que todos os pacientes portadores de diabetes façam controles oftalmológicos periódicos e mantenham sempre um bom controle glicêmico, a fim de se evitar o desenvolvimento da catarata.

 

PARA CORRIGIR A VISÃO, ÓCULOS SÃO MELHORES DO QUE LENTES DE CONTATO

VERDADE. Na grande maioria dos casos, para corrigir a visão, tanto os óculos, quanto as lentes de contato, são boas alternativas, porém, em alguns casos, as lentes de contato podem garantir uma melhor visão, sobretudo em altos graus, por estarem em contato direto com a córnea. Entretanto, vale lembrar que existem regras para o uso de lentes de contato, que só pode ser recomendado por um médico especializado. Vale lembrar que existem riscos de lesão grave na córnea, caso as lentes de contato estejam mal adaptadas.

Com informações da assessoria

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