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Confrontos entre policiais e grupos de jovens foram registrados pela segunda noite consecutiva no domingo (19), em um subúrbio ao norte de Paris, após um controle que resultou em um motociclista ferido em meio ao confinamento pelo coronavírus.

Os incidentes começaram por volta da meia-noite em Villeneuve-la-Garenne e duraram uma hora. Grupos de jovens queimaram veículos e jogaram dispositivos de pirotecnia na polícia, que respondeu com balas de borracha e gás lacrimogêneo, segundo um jornalista da AFP.

Os incidentes se espalharam para o subúrbio vizinho de Aulnay-sous-Bois, onde a polícia afirma ter sofrido uma "emboscada" por parte dos moradores de um conjunto habitacional social, ocupado principalmente por imigrantes. Eles afirmam estarem sujeitos a duras verificações policiais.

Quatro pessoas foram detidas, disse uma fonte policial à AFP. Os distúrbios em Villeneuve-la-Garenne começaram na noite de sábado, depois que um motociclista foi ferido durante um controle da polícia.

O motociclista de 30 anos foi hospitalizado com uma perna quebrada e teve de passar por uma cirurgia depois de colidir com a porta aberta de um carro da polícia. Os moradores alegam que a porta foi aberta propositadamente pelos agentes.

Os policiais alegaram ter aberto a porta para controlar o jovem que estava em alta velocidade e sem capacete, e que quase atropelou um agente.

O homem entrará com uma queixa contra os agentes, disse seu advogado à AFP. O gabinete do promotor de Nanterre, perto de Paris, abriu uma investigação sobre o acidente e os atos de violência contra a polícia.

A França aplica um rigoroso confinamento desde 17 de março para conter a epidemia de coronavírus que matou quase 20.000 pessoas no país.

As autoridades anunciaram que as medidas de contenção começarão a ser gradualmente levantadas em 11 de maio.

Cerca de 60% dos moradores de favelas não têm recursos financeiros para se sustentar por mais de uma semana, sem que precisem de auxílio ou de retornar ao trabalho, aponta pesquisa divulgada hoje (8) pelo Instituto Locomotiva, em parceria com o Data Favela. O levantamento alerta para o fato de que praticamente nenhum deles terá alimentos suficientes para um mês. Em metade dos lares, os mantimentos deverão acabar nos próximos sete dias. O instituto ouviu 1.808 pessoas, residentes de 269 favelas, no último fim de semana.

Ainda de acordo com a pesqusia, oito em cada dez moradores de favelas têm precisado sair das comunidades para encontrar alimentos e itens de higiene. A necessidade de se deslocar para obter produtos básicos reforça, segundo a pesquisa, que os moradores têm enfrentado desabastecimento. Ao se forçar a sair, eles ainda ficam expostos à contaminação pelo novo coronavírus, já que acabam quebrando as regras de distanciamento social, que evitam a disseminação de covid-19.

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Cerca de 15% das famílias não têm sabonetes disponíveis para utilizar. Além disso, falta água potável em quase metade (47%) dos lares das favelas. Outro aspecto indicativo da condição de escassez com que lidam é o recebimento de doações, citada como parte da rotina das comunidades durante a pandemia.

De acordo com a pesquisa, 82% dos pais e mães entrevistados afirmam ter muito medo de transmitir o vírus aos filhos. Praticamente todos os moradores dessas comunidades (90%) também manifestam preocupação com a saúde dos familiares idosos. 

O Instituto Locomotiva destaca que o nível de preocupação com saúde, trabalho e renda aumentou nas últimas duas semanas. No total, 65% dos entrevistados declararam ter receio de perder o emprego. 

Na opinião do presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles, a pesquisa deixa claro que os moradores de favela são o grupo populacional mais prejudicado pelos efeitos econômicos da pandemia. Ele avalia que nem o governo nem a sociedade devem pressionar esse grupo a escolher entre a saúde de sua família e a garantia do pão de cada dia. "Isso não parece justo ou moralmente ético", defende.

Trabalhadores informais

Trabalhadores com baixos salários do setor de serviços e informais estão entre os menos propensos a receberem licença médica remunerada, conforme cita a organização Human Rights Watch, de defesa dos direitos humanos, em relatório publicado em março deste ano. Também se somam a esse grupo os trabalhadores que desenvolvem atividades de economia alternativa. Em nota, a entidade ponderou que "a falta de licença remunerada por doença e motivos familiares significa que surtos de doenças como covid-19 representam um fardo maior aos trabalhadores pobres e marginalizados, exacerbam a desigualdade econômica e também contribuem para a desigualdade de gênero".

A Organização Internacional do Trabalho (OIT), por sua vez, faz a mesma análise sobre o aprofundamento das desigualdades sociais no período de pandemia, acrescentando que o oferecimento de apoio aos trabalhadores informais está, geralmente, condicionado às horas trabalhadas. Janine Berg, economista sênior da entidade, destaca no artigo "Trabalhadores precários são levados ao limite pelo Covid-19", que isso representa um problema na atual conjuntura, porque significa que um trabalhador precisa cumprir um mínimo de carga horária semanal para que possa ter cobertura de seguridade social. 

Os critérios para elegibilidade, complementa a OIT, também podem abranger renda mínima, número mínimo de meses de trabalho e período mínimo de contribuição. Segundo a organização, esses requisitos dificilmente são preenchidos, considerando-se o aumento no número de trabalhadores com contrato de trabalho temporário, de meio período, emprego temporário em agências, bem como novas formas de trabalho, como na chamada "gig economy" (ou "economia de plataformas"), como é o caso dos entregadores de aplicativos como Uber, Rappi e iFood. A recomendação é de que as autoridades governamentais garantam proteção social a essas pessoas.

Nas últimas 24 horas, mais nove moradores de Fernando de Noronha foram testados por suspeita de ter contraído o novo coronavírus. A Ilha já soma sete pessoas diagnosticadas com a infecção e, após a atualização, subiu para 22 casos investigados.

Conforme o boletim emitido nesse domingo (5), os moradores que já foram confirmados com a Covid-19 são três mulheres e quatro homens, com idades entre 26 e 48 anos. Todos estão em isolamento domiciliar e apresentam quadro estável, informou a Administração.

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No último sábado (4), os últimos nativos que estavam no continente retornaram a Fernando de Noronha. Pois, a partir desse domingo (5), qualquer desembarque de pessoas foi proibido durante os próximos 15 dias. Todas as atividades turísticas também seguem suspensas.

Um hospital de campanha é montado na região. O local de atendimento contará com seis leitos e está sendo construído na Escola Arquipélago.

Pernambuco - Nesse domingo, o Estado confirmou mais sete óbitos e atingiu 21 mortes em decorrência da Covid-19. Ao todo, 201 pacientes já foram confirmados e 25 estão recuperados, de acordo com a Secretaria de Saúde de Pernambuco (SES).

Neste fim de semana, cerca de 300 quartos de hotel foram disponibilizados para pessoas em situação de rua A liberação é fruto de uma parceria entre a prefeitura de Londres, na Inglaterra, e uma rede hoteleira. O objetivo é proteger a população vulnerável da pandemia.

Esta camada da população convive com a insegurança da contaminação, por isso, o prefeito Sadiq Khan viabilizou as estadas, para garantir o devido isolamento. Ele ainda negocia com o Intercontinental Hotels Group (IHG) para reservar os quartos por uma tarifa com desconto especial, durante as próximas 12 semanas.

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"Moradores de rua já enfrentam vidas difíceis e incertas e estou decidido a fazer tudo o que puder para garantir que eles, juntamente com todos os londrinos, recebam a melhor proteção possível", afirmou o Khan.

A partir das 8h desta segunda-feira (23), idosos maiores de 60 anos, que moram no Recife, começam a receber a vacina contra gripe. Para evitar aglomerações, mais de 40 escolas e creches municipais serão disponibilizadas. Esta é a primeira das três etapas da Campanha Nacional de Vacinação contra Gripe, que foi antecipada em um mês devido à pandemia.

Vale destacar que a vacina não previne contra o Covid-19. Na verdade, ela protege contra as Influenzas A (H1N1), B e Influenza A (H3N2). “Agora, mais do que nunca, é importante que as pessoas idosas tomem a vacina para ficarem protegidas dos vírus da gripe que mais têm circulado na nossa região, evitando que elas adoeçam. Essa vacina não tem eficácia contra o coronavírus, mas a imunização vai ajudar os profissionais de saúde na exclusão do diagnóstico para Covid-19, já que os sintomas são parecidos com os da gripe. Nosso objetivo é reduzir as complicações, internações e a mortalidade decorrentes das infecções provocadas pelos vírus Influenza”, explicou o secretário de Saúde do Recife, o infectologista Jailson Correia, que reforçou que os profissionais de saúde também estão inclusos na campanha.

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Próximas etapas- A segunda etapa está agendada para o dia 16 de abril. O objetivo é atender professores de escolas públicas e privadas, pessoas com doenças crônicas não-transmissíveis e profissionais das forças de segurança e salvamento.

A última etapa ocorrerá entre os dias 9 e 23 de maio. Nela serão imunizadas crianças de seis meses a 5 anos, gestantes, puérperas (mulheres que tiveram filho há até 45 dias), adolescentes e jovens de 12 a 21 anos em cumprimento de medida socioeducativa, funcionários do sistema prisional, população privada de liberdade e pessoas com deficiência e adultos de 55 a 59 anos.

População de rua – Também nesta segunda-feira (23), as pessoas em situação de rua da capital pernambucana serão imunizadas. A ação ocorrerá nos dois Centros de Referência Especializados para População em Situação de Rua (Centros Pop): o Centro Pop Glória, em Santo Amaro, área Central, e o Centro Pop Neuza Gomes, na Madalena, na Zona Oeste, além do Abrigo Noturno Irmã Dulce, no bairro de São José. O atendimento será feito de forma itinerante em todas as áreas da cidade.

Os moradores do município do Guarujá, na Baixada Santista, têm o pagamento dos benefícios de prestação continuada (BPC) previdenciária e assistencial do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) antecipado, em razão do estado de calamidade pública devido às chuvas intensas.

A antecipação do pagamento consta de portaria conjunta dos ministérios da Economia e da Cidadania, publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (11).

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De acordo com o documento, o pagamento será feito a partir do primeiro dia útil deste mês e até durar a situação de calamidade; e “mediante opção do beneficiário, o valor correspondente a uma renda mensal do benefício previdenciário ou assistencial a que tem direito, excetuado os casos de benefícios temporários”.

O valor antecipado deverá ser ressarcido em até 36 parcelas mensais fixas, a partir do terceiro mês seguinte ao da antecipação, mediante desconto da renda do benefício e, dada a natureza da operação, sem qualquer custo ou correção, diz a portaria.

Calamidade pública

De acordo com informações da Defesa Civil do Estado de São Paulo, até o momento, o número de mortos pelas chuvas na Baixada Santista chega a 44. Pelo menos 34 pessoas continuam desaparecidas, sendo a maioria no Guarujá.

Em Santos, ocorreram oito mortes e em São Vicente, três. O número atual de desabrigados é de 328 no Guarujá e de 185 em Santos.

As cidades de Santos e São Vicente estão com situação de emergência decretada e Guarujá teve estado de calamidade pública tanto a nível estadual quanto federal.

Devido à escassez de máscaras pelo surto do novo coronavírus, a população de Hong Kong começou a fabricá-las por conta própria, ou mesmo a abrir oficinas especializadas.

Toda vez que as farmácias da cidade recebem uma nova carga de máscaras, longas filas de clientes se formam, ansiosos para conseguir uma. Isso levou algumas pessoas a fabricá-las, embora algumas sejam de qualidade duvidosa.

Judy, de 73 anos, usa uma máscara caseira. "Encontrei o material – meu lenço e alguns retalhos –, combinei tudo e usei um pouco de arame para a parte de cima e um pouco de borracha", explicou ela à AFP, que pediu para não ser identificada.

Em uma rua no distrito de Sham Shui Po, onde há muitas lojas de alfaiataria e de tecidos, o comércio também reagiu rápido. Muitas das vitrines exibem máscaras de pano coloridas, enquanto os vendedores trabalham duro em suas máquinas de costura.

A costureira Elase Wong decidiu compartilhar o modelo de sua máscara, feita à mão, porque "algumas pessoas não podiam comprá-las... então agora podem fazer sozinhas", disse ela à AFP.

O preço das máscaras disparou, devido à escassez e à recusa do governo a regular os preços, ou a racionar os estoques, algo que também aconteceu em Macau e em Taiwan.

Um lote de 50 máscaras cirúrgicas pode ser vendido por até 300 dólares de Hong Kong (40 dólares americanos), enquanto uma caixa do modelo N95, a de melhor qualidade, custa 1.800 dólares de Hong Kong (231 dólares americanos).

Um diretor de cinema, conhecido como Tong, terminou esta semana de dar os retoques finais em uma oficina de máscaras que abrirá em breve em um edifício industrial.

"Fiz algumas perguntas e percebi que as máscaras não são tão difíceis de fabricar. Por que os preços são tão altos? Porque em Hong Kong não existe nenhuma linha de produção", alegou Tong, em conversa com a AFP.

Com a ajuda de um investidor, importou uma máquina da Índia e planeja importar mais. Tong espera que a máquina fabrique entre 60 e 80 máscaras cirúrgicas por minuto a partir de sábado, em uma sala livre de poeira.

Segundo ele, as máscaras serão vendidas por 1 ou 2 dólares de Hong Kong, on-line, e a venda será limitada a uma caixa por pessoa.

Já o governo local liderado por Carrie Lam, muito criticado pela escassez de máscaras e por sua falta de previsão, diz que está fazendo todo o possível para garantir os estoques do produto.

Superlotação, pombas, falta de banheiros e lavanderias, percevejos em colchões estão entre os problemas encontrados pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal de São Paulo em abrigos de moradores de rua na capital paulista. O relatório, elaborado em dezembro de 2019, cobra da Prefeitura o aumento do efetivo de funcionários para os alojamentos, além de investimentos nas medidas socioeducativas.

Segundo o documento, o colegiado de vereadores visitou oito equipamentos de acolhimento para adultos em situação de rua conveniados com a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social em 2019.

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As visitas se deram entre junho e novembro, e não foram divulgadas previamente.

A indicação de seis locais das diligências veio do Fórum da Cidade da População em Situação de Rua de São Paulo. Outras duas partiram de denúncias ao gabinete do vereador Eduardo Suplicy (PT).

A Prefeitura de São Paulo afirma que 'a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) recebeu e está analisando os apontamentos da Comissão Extraordinária de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania'. "Destaca-se que o atendimento a essa parcela da população exige atendimento multidisciplinar e a coparticipação de todas as esferas de governo".

Superlotação

Segundo o documento, o 'problema mais recorrente nas visitas foi a quantidade de pessoas por serviço e por quarto. "Tem equipamento, como o CTA Brigadeiro Galvão, que chega a ter 190 pessoas no mesmo quarto. Nos Complexos, chega-se a ter mais de 1.000 pessoas. Segundo a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais, os Centros de Acolhida possuem um limite máximo de 50 (cinquenta) pessoas por unidade e de 4 (quatro) pessoas por quarto".

O colegiado conclui: "Sabemos que, para a realidade da cidade de São Paulo - em que se estima ter entre 20 mil e 30 mil pessoas em situação de rua, dificilmente essa resolução será cumprida. Entretanto, ter 1.210 pessoas acolhidas no mesmo espaço é um número extremamente superior ao limite de 50 usuários por serviço".

De acordo com os vereadores, 'no geral, nesses serviços com muitas pessoas por quarto, são comuns os relatos de presença de percevejos, as chamadas muquiranas, nos colchões'. "A propagação de doenças também é mais rápida e com alta frequência".

Pombos e percevejos

O relatório dá conta de que a 'alta concentração de leitos por quarto implica na falta de privacidade, na segurança dos conviventes e nos problemas de convivência entre eles, principalmente entre os que estão em vaga fixa e os que estão em vaga de pernoite'.

"Dentre os serviços visitados, alguns funcionam em estruturas do tipo galpão que, segundo relatos dos conviventes, acarretam em uma alta quantidade de pombos e em calor excessivo. Muitas vezes, a quantidade de ventiladores é insuficiente. Além disso, a quantidade de banheiros também costuma estar aquém nesses serviços maiores. Foram comuns os relatos de filas enormes para utilização de vasos sanitários e de chuveiros", diz a comissão.

O colegiado ainda afirma que 'outro ponto recorrente é a ausência de funcionários de operacional no período noturno'.

"Em alguns serviços chega a ter operacional noturno, mas em uma quantidade muito menor do que no período diurno. Isso compromete muito a higiene do serviço, principalmente dos banheiros, já que, na maioria dos serviços, a quantidade de conviventes à noite é muito superior do que no período do dia Problemas na lavanderia como baixa quantidade de máquinas de lavar ou acesso também apareceram com frequência". Em um deles, não há lavanderia.

Os vereadores revelam que foram frequentes 'os relatos de que as atividades socioeducativas, culturais e de formação para o mundo do trabalho ocorrem somente para os conviventes 24h'. "Quem se encontra em vagas 16h tem pouco acesso a essas atividades. Por parte dos funcionários, é comum nos serviços mais antigos o relato da dificuldade

em conseguir móveis novos, como, por exemplo, armários para bagageiros, beliches e colchões".

Os parlamentares fizeram uma lista com sugestões de melhorias. Confira:

> Transformação de vagas de pernoite em vagas fixas, deixando apenas uma pequena porcentagem de vagas nos serviços para pernoite;

> Substituição gradual dos serviços com alta quantidade de vagas para serviços menores, com baixa quantidade de conviventes;

> Substituição gradual dos serviços que funcionam em galpões para edifícios mais estruturados. Enquanto não for possível, fazer reforma ou reparos para colocação de forros nos galpões, evitando assim pombos e outros bichos. Além disso, incluir divisórias para melhorar a privacidade dos conviventes;

> Na abertura de novos serviços, não utilizar estruturas do tipo galpão e dividir ao máximo a quantidade de leitos por quarto;

> Aumento do número de assistentes sociais nos serviços, limitando a quantidade de conviventes por assistente social;

> Aumento do número de funcionários operacionais no período noturno;

> Aumento das atividades socioeducativas para as vagas 16h e flexibilização no horário de entrada e saída do equipamento;

> Instalação de lavanderias em serviços que ainda não há e aumento do número de máquinas de lavar naqueles em que foram verificadas baixas quantidades;

> Instalação e reformas dos bagageiros nos serviços;

> Estabelecimento de prazo para resposta das demandas dos serviços na substituição de móveis, como, por exemplo, novos colchões, beliches, armários etc;

> Aumento dos serviços do tipo porta de saída como Autonomia em Foco e Repúblicas;

> Parcerias com a Secretaria de Habitação (SEHAB) para a criação de mais vagas no Programa de Locação Social para pessoas em situação de rua, garantindo assim a saída digna da situação de rua.

COM A PALAVRA, PREFEITURA DE SÃO PAULO

A Prefeitura de São Paulo informa que a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) recebeu e está analisando os apontamentos da Comissão Extraordinária de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania. Destaca-se que o atendimento a essa parcela da população exige atendimento multidisciplinar e a coparticipação de todas as esferas de governo. Após a divulgação dos resultados da primeira etapa do Censo 2019, a Prefeitura de São Paulo anunciou um pacote de medidas que contemplam ações integradas entre diversas áreas: Assistência Social, Direitos Humanos, Saúde, Desenvolvimento Econômico e Trabalho, Subprefeituras, Habitação, Educação, Cultura. (os detalhes estão no link: http://www.capital.sp.gov.br/noticia/prefeitura-de-sao-paulo-divulga-cen...).

Entre eles está um Plano de Trabalho da SMADS para aprimorar os atendimentos e serviços da rede de acolhimento para pessoas em situação de rua, adequando às necessidades apresentadas pela população, para fortalecer a saída qualificada e maior conquista de autonomia. O plano é pautado em um diagnóstico sobre os usuários dos serviços de acolhimento da SMADS, adequações da infraestrutura, contratação de profissionais e aumento de oficinas e atividades com os usuários, além de fortalecer os trabalhos intersecretariais.

A SMADS possui 136 serviços específicos para população em situação de rua. Destes, 90 são voltados ao acolhimento com 17,2 mil vagas. Entre os serviços estão os Centros de Acolhida 16 e 24h, Centros de Acolhida Especiais, Repúblicas, entre outros.

Acrescenta-se que a rede socioassistencial é regulamentada pela portaria nº 46/SMADS/2010, aprovada pelo Conselho Municipal de Assistência Social, que define as diretrizes e parâmetros dos serviços da assistência social da cidade de São Paulo. A tipificação municipal indica os objetivos, o quadro de recursos humanos, a caracterização dos serviços, funcionamento, forma de acesso, objetivos, provisões institucionais, físicas e materiais, o trabalho social e socioeducativo necessários à operacionalização dos serviços de acordo com a quantidade de usuários. Vale destacar que o quadro de recursos humanos dos Centros de Acolhida é proporcional a capacidade que será definida no lançamento do edital.

Importante reforçar que a SMADS está sempre à disposição para receber sugestões e reclamações sobre a Rede de Assistência Social pelos canais adequados, que são importantes meios de aperfeiçoar o trabalho desempenhado. As situações de denúncias são apuradas para que as providências sejam tomadas e os serviços possam ser otimizados. As contribuições podem ser efetuadas pela ouvidoria da Prefeitura de São Paulo, por seus diferentes canais, ou pelo telefone 156.

Ladan Manteghi lembra de esconder sua identidade quando chegou criança aos EUA vinda de um país que "ninguém sabia apontar no mapa": o Irã. A tomada de reféns na embaixada americana em Teerã mudou seus dias em Michigan. "Foi difícil", conta Ladan, que diz viver um déjà vu com a atual tensão entre americanos e iranianos.

Com 11 anos, ela trocou o arroz e a comida iraniana que levava na merenda por sanduíches com pasta de amendoim e entrou no time de basquete para parecer um pouco mais americana. "Os americanos amarraram fitas amarelas em volta das árvores para simbolizar a libertação dos reféns. Na minha escola, eu conduzi a cerimônia. Era uma maneira de mostrar que eu pertencia ao grupo e também tinha raiva dos sequestradores."

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Mas há um gesto que Ladan se recusou a fazer: dizer que era persa, para escapar da definição "iraniana". "Muitos fizeram. Eu não, porque parecia que estava me escondendo. Mas isso fez com que outras crianças e até alguns professores me apelidassem de 'cabeça de toalha' ou me dissessem para voltar ao lugar de onde eu vim."

Hoje, conselheira da Universidade Georgetown, em Washington, ela é parte do Conselho Nacional Iraniano-Americano (NIAC). Como ela, vivem nos EUA entre 500 mil e 1 milhão de descendentes de iranianos, a maioria veio após a Revolução Islâmica, de 1979. A maior concentração está em Los Angeles, nas imediações do Westwood Boulevard e da Wilkins Avenue, região conhecida por Little Persia.

"Passamos por esse clima antes, de risco de ações imprevisíveis dos dois lados. É perturbador", afirma Ladan. Desde a década de 80, as coisas melhoraram para os iranianos. As novas gerações foram assimiladas e já são parte do setor privado, público e do Exército. "Não precisamos nos esconder mais. Mesmo assim, nos sentimos visados quando nos param na fronteira. Como comunidade, não podemos ser transformados em vilões."

Na semana passada, quase 200 pessoas tiveram o processo de entrada nos EUA retardado por autoridades americanas entre o Canadá e o Estado de Washington, na costa oeste. De acordo com o NIAC, 60 iraniano-americanos foram detidos para perguntas. Os procedimentos de imigração e questionários fizeram com que famílias e crianças ficassem até 10 horas presas na fronteira.Ladan chora ao falar da queda do avião ucraniano no Irã, na qual 176 pessoas morreram. Um cunhado dela perdeu dois primos no voo. "Você pode imaginar como é perder um filho e um marido? Ser a única sobrevivente de uma família? Isso tem de parar. Nós somos pessoas reais. Com perdas reais."

Preconceito

Mesmo antes do ataque que matou o general iraniano Qassim Suleimani, na quinta-feira, a vida dos iranianos nos EUA já não era fácil. David Shams, que nasceu no Estado de Kentucky, produz um podcast com histórias de preconceito enfrentado por amigos. Shams é filho de mãe americana e pai iraniano. "Ver essa situação chegar mais longe do que imaginávamos aumentou o nível de ansiedade. A situação antes da morte do Suleimani e dos mísseis já não era boa", disse.

Durante a semana do disparo de mísseis do Irã contra bases utilizadas pelos EUA no Iraque, Shams limitou suas interações sociais, o máximo possível, a amigos iranianos. "Os americanos são ou contra o presidente ou a favor. E, se você é contra, você é contra a guerra e está automaticamente do outro lado. Mas há mais nuances nisso. Um amigo me escreveu dizendo que é a primeira vez que ele sente medo de que parte da família viva em um lugar em guerra. Não acho que os americanos entendam o que isso significa."

Às 12h15 de uma segunda-feira em que a capa do New York Times destacava o descumprimento do Irã de partes do acordo nuclear, a preocupação no bairro de Chelsea, em Nova York, era outra. Seis pessoas aguardavam na fila que crescia em busca de sopa e da comida condimentada do popular restaurante Taste of Persia NYC. Escondido numa pizzaria, serve a comida de US$ 6 em recipientes descartáveis.

Saeed Pourkay é chef, dono e único funcionário do Taste of Persia NYC, que já teve seu nome estampado nos principais jornais e revistas de Nova York. Ele saiu de Teerã há 42 anos para estudar nos EUA, onde a irmã morava. Trabalhou em uma gráfica na mesma rua, até decidir "buscar a felicidade", que diz encontrar nos panelões altos que ficam encostados na vidraça com vista para a 18th Street.

Em plena crise diplomática entre EUA e Irã, Saeed pede para não falarmos "de política". "Como eu vou falar sobre isso? Não posso criticar. Eu vivo aqui e gosto de viver aqui, mas eu também gosto da minha terra", diz Saeed, enquanto atende, coloca cebola frita, embala, cobra e dá o troco para a fila a sua frente.

Às 13h22, os seis panelões já estão vazios e o sétimo, de arroz, está quase no fim. Saeed vai para cozinha buscar reposição. Até fechar as portas, seguirá repetindo para os clientes que chegam sem dinheiro vivo para pagar o almoço: "Coma e volte outro dia para pagar. Eu estarei aqui pelas próximas três semanas", afirmou, explicando que terá de se mudar do local em que está por causa do alto preço do aluguel. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os militares estão indo de casa em casa nesta quinta-feira (9), pedindo aos habitantes de uma ilha no sul da Austrália que fujam dos incêndios que podem piorar nos próximos dias, devido a uma nova onda de calor. A temporada de incêndios, especialmente precoce e violenta este ano, já deixou 26 mortos na Austrália, destruiu uma superfície equivalente à ilha da Irlanda e destruiu mais de 2.000 casas.

Nesta quinta-feira, os soldados iam de casa em casa na cidade de Parndana, na ilha Kangaroo, sudoeste de Adelaide, para pedir aos moradores que deixem a região, diante da ameaça de novos incêndios mortais. Nessa área, o termômetro já atingiu 38ºC.

"As condições são tais, que o risco é importante para os bombeiros que lutam para controlar os incêndios e para qualquer pessoa que esteja no local", disse Mark Jones, do Corpo de Bombeiros.

- "Situação muito perigosa" -

As autoridades do estado vizinho de Victoria também estenderam o estado de catástrofe natural por mais dois dias. As altas temperaturas esperadas para sexta-feira podem alimentar os incêndios.

"Teremos que enfrentar uma situação muito perigosa e muito ativa nas próximas 12, 24 e 36 horas", disse Andrew Crisp, uma autoridade do estado, cuja capital é Melbourne.

O primeiro-ministro de Victoria, Daniel Andrews, alertou a população para que se prepare para um longo desafio. "Estamos apenas no começo do que será um verão muito, muito duro", disse ele.

Embora tenha havido uma breve trégua no início da semana, graças a temperaturas mais baixas e a alguma chuva, quase 150 incêndios ainda estão ativos em Victoria e Nova Gales do Sul, os dois estados mais afetados e também os mais populosos.

"Não vamos nos empolgar com a chuva que tivemos", declarou a ministra da Polícia de Victoria, Lisa Neville. "Esses incêndios continuam a avançar, crescendo em nossa paisagem e apresentam um risco significativo para a nossa população", frisou.

Os bombeiros aproveitaram essas condições mais favoráveis para tomar medidas preventivas, como operações de limpeza e queimadas controladas. "É preciso apenas uma faísca para o fogo acender, e é isso que nos preocupa para amanhã", disse John Cullen, também do Corpo de Bombeiros.

O Corpo de Bombeiros anunciou ainda que um helicóptero hidráulico colidiu nesta quinta com uma barragem. O piloto conseguiu escapar em segurança. Nas áreas devastadas, alguns moradores já iniciaram as operações de limpeza e de reconstrução, que podem durar anos.

Nova Gales do Sul anunciou que destinará 1,2 bilhão de dólares australianos (680 milhões de dólares) para reparar a infraestrutura nas áreas destruídas. A este valor, somam-se os 2 bilhões prometidos pelo governo federal para ajudar as localidades afetadas.

- 1 bilhão de animais mortos -

Os incêndios também são uma catástrofe ecológica. Em um estudo, o professor Chris Dickman, da Universidade de Sydney, estimou na segunda-feira que 1 bilhão de animais havia morrido, incluindo mamíferos, aves, répteis, insetos e invertebrados.

"A destruição atual, tão rápida e em uma área tão ampla, não tem comparação. É um fato monstruoso em termos de área de superfície e também em relação ao número de animais afetados", disse ele, apontando a mudança climática como uma das causas.

"Às vezes, se diz que a Austrália é como o canário que se colocava na mina de carvão para indicar se havia perigo", acrescentou. "Provavelmente, observamos na Austrália o que resultará das mudanças climáticas em outras regiões do mundo", completou.

Na Austrália, 2019 foi o ano mais quente e seco já registrado. O dia 18 de dezembro foi o mais quente até hoje, com uma média nacional de 41,9°C.

Ventos fortes alimentam o incêndio que ameaça o condado de Sonoma, na Califórnia, que já arrasou mais de 12.000 hectares e forçou a ordenar a evacuação de cerca de 180.000 pessoas.

De acordo com o Corpo de Bombeiros da Califórnia (Cal Fire), o incêndio, que começou na noite de quarta-feira (23), estava contido em apenas 10% na manhã deste domingo (27), em meio a condições climáticas excepcionais que incentivam sua propagação.

"Esta é a maior evacuação que qualquer um de nós pode se lembrar. Cuidem-se", tuitou o escritório do xerife do condado de Sonoma, ao norte de São Francisco e cuja principal cidade é Santa Rosa.

Rajadas de vento de 130 km/h atiçam o incêndio chamado "Kincade", que ameaça dezenas de milhares de estruturas, informou o Serviço Nacional de Meteorologia.

Um total de 77 estruturas, incluindo 31 prédios residenciais, foram destruídas pelo fogo até sábado, enquanto mais de 2.800 soldados foram convocados para combater as chamas, disse Jonathan Cox, porta-voz do Departamento de Florestas e Proteção contra Incêndios da Califórnia.

"Não sei explicar", disse Tina Tavares, de 70 anos, que foi evacuada de sua casa em Geyserville. "É como se você estivesse em um terremoto, o chão se abre... você está olhando e não sabe o que fazer".

"Este é realmente um evento que chamamos de histórico e extremo", disse o meteorologista americano David King ao Los Angeles Times.

Os fortes ventos, que provocarqam um alerta vermelho que indica alto risco, durarão até segunda de manhã, segundo os meteorologistas.

Enquanto isso, a principal empresa de energia da Califórnia, Pacific Gas & Electric Co. (PG&E), anunciou planos para o corte de gás e eletricidade de 940.000 consumidores, uma medida preventiva que pode afetar cerca de 2 milhões de pessoas, segundo a imprensa local.

Um mapa divulgado pela PG&E mostrou os apagões que afetaram grandes áreas que se estendem por cerca de 400 quilômetros ao norte de São Francisco, bem como ao sul e leste.

"Ventos dessa magnitude apresentam um risco maior de danos e faíscas no sistema elétrico e a rápida propagação de incêndios florestais", apontou a companhia.

A PG&E está no centro das atenções depois que quase 28.000 clientes no Condado de Sonoma ficaram sem energia esta semana, mas algumas linhas de transmissão de alta tensão ainda estavam operando quando o incêndio começou.

O mesmo tipo de linha foi responsável pelos incêndios florestais mais mortais da Califórnia no ano passado: o Camp Fire, que matou 86 pessoas.

A PG&E, que pediu falência no início deste ano, foi responsável por vários outros incêndios na Califórnia nos últimos anos.

O governador do estado, Gavin Newsom, declarou estado de emergência e atacou a empresa na sexta-feira, dizendo que havia colocado seus "lucros acima do povo da Califórnia".

Mais ao sul da Califórnia, a maioria das ordens de evacuação foi levantada. As chamas forçaram dezenas de milhares de pessoas a deixar suas casas perto de Santa Clarita, norte de Los Angeles. bur-la-bgs-bfm/jm/bbk/mps/yow

Bombeiros combatem, nesta sexta-feira (25), um incêndio que se espalha rapidamente ao norte de Angeles, Califórnia, com novas ordens de evacuação emitidas depois de 40 mil moradores já terem sido forçados a deixar suas casas.

Com previsão de ventos fortes e condição seca, funcionários percorreram porta a porta Santa Clarita, a 50 quilômetros de Los Angeles, pedindo à população que fosse embora antes que as chamas se aproximem, informou a imprensa local.

O fogo cruzou a autoestrada do Vale do Antílope nesta sexta pela manhã, forçando seu fechamento e a ampliação da zona de evacuação.

O incêndio Tick se estendeu por 1.600 hectares e está contido em apenas 5%, disse hoje o Departamento de Silvicultura e Proteção contra Incêndios da Califórnia. Pelo menos 10 mil casas estão ameaçadas, e escolas e universidades não abriram.

Contando com o apoio de aviões-tanque e helicópteros, cerca de 500 bombeiros combatem as chamas. Até o momento, não há informações de feridos.

Algumas pessoas tentaram proteger seus imóveis, usando mangueira de jardim para apagar as chamas, mas várias casas foram queimadas.

- Outros focos -

Cerca de 640 quilômetros ao norte, no condado de Sonoma, outro incêndio queimou 6.400 hectares, incluindo bosques de carvalho e vinhedos. Também está contido em apenas 5% das chamas. Foram emitidas ordens de retirada obrigatórias para a comunidade de Geyserville, em Sonoma.

"Olhamos para a colina e não conseguíamos acreditar no que estávamos vendo", disse Dwight Monson, de 68, dono de um rancho, em entrevista ao jornal "Los Angeles Times".

Ele acrescentou que o incêndio se moveu 22 quilômetros em cinco horas, antes de destruir quatro casas e um armazém em sua propriedade. "Se você estiver em Geyserville, vá embora agora", aconselhou o gabinete do xerife, citando uma ameaça para a vida e a propriedade.

Vários incêndios explodiram em toda Califórnia, que está sob bandeira vermelha, devido aos ventos, às altas temperaturas e à baixa umidade. Um incêndio florestal no condado de San Bernardino também provocou ordens de evacuação.

A companhia Pacific Gas & Electric Co. (PG&E) disse estar inspecionando as linhas e restaurando o serviço, depois de cortar a energia de 180 mil clientes no norte da Califórnia para reduzir o risco de incêndios acidentais.

Cortes de energia preventivos também afetaram milhares de usuários mais ao sul. Espera-se que os fortes ventos no norte diminuam nesta sexta, mas a previsão é de que recomecem no domingo, advertiu o Serviço Meteorológico Nacional.

No passado, a PG&E, a maior empresa de serviços públicos da Califórnia, foi responsável por vários incêndios florestais no estado. A Califórnia ainda está se recuperando de incêndios florestais mortais em 2017 e 2018 que deixaram mais de 100 mortos.

Setor de limpeza tenta evitar danos à saúde causados pelo contato com o óleo. (Chico Peixoto/LeiaJá Imagens)

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Uma lona preta improvisada de frente para o mar, alguns recipientes de óleo de cozinha e muita boa vontade. É apenas disso que estudantes e trabalhadores do bairro do Janga, em Paulista, na Região Metropolitana do Recife, dispõem para limpar os corpos dos voluntários que tiveram contato direto com o óleo que se alastra por toda a região Nordeste, há pelo menos 55 dias. Sob o sol forte, os responsáveis pelo setor de limpeza das áreas atingidas tentam evitar as graves consequências que a substância tóxica pode causar à saúde de outras pessoas.

A estudante Isabel Alexandrino resolveu ajudar na limpeza dos voluntários porque percebeu que a atividade é de grande dificuldade para quem está sujo. “O material é muito grudento, temos que esfregar bastante, às vezes em regiões do corpo que a pessoa não alcança. Não sabemos direito quais os riscos do contato dele com a pele”, coloca. Sob a lona vizinha, uma pequena fila de homens e mulheres têm seus corpos higienizados pela desempregada Talita Cardoso. “Eu vim porque queria ajudar, mas não sabia como. A gente não conhece ninguém: chegamos e pegamos nas pessoas, mas acho que é um trabalho de humanidade. Não tem isso de nojo do outro, o mundo precisa disso”, opina.

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Um dos responsáveis pela montagem do ponto de apoio aos voluntários no Janga, o empresário Joel Petri pinga algumas gotas de óleo de cozinha sob uma bucha e tenta remover uma mancha de óleo do braço de um rapaz. “Eu costumo dizer que o nordestino é ‘madeira de lei que o cupim não rói’. Somos um povo acolhedor, unido e estamos aqui para mostrar pro mundo todo a atitude que a gente tem que tomar, tanto pela natureza quanto pelo próximo, que é nosso irmão”, comenta.

Riscos

Segundo a presidente do Conselho Federal de Química (CFQ), Sheylane Luz, hidrocarbonetos poliaromáticos (HPA) presentes no petróleo bruto e seus derivados pertencem a um grupo de compostos orgânicos semi-voláteis que estão entre os compostos mais tóxicos do óleo nesse estado e podem causar sérios problemas de saúde, como câncer. Sheylane ressalta ainda que, a intoxicação por HPAs pode ocorrer por diferentes vias, como a pele ou a ingestão das substâncias. Assim, a entrada no mar para limpeza é desconselhada mesmo com uso de luvas e botas. “Por possuírem baixo peso molecular, alguns HPAs podem ser solubilizados em água, aumentando os riscos de contaminação, ou seja, apenas indivíduos devidamente treinados e com equipamentos e vestimentas seguras podem manusear esses compostos”, informa.

Óleo de cozinha é aliado na hora de remover as substâncias tóxicas. (Chico Peixoto/LeiaJá Imagens)

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Com a mesma intensidade que o óleo se expande pela praia de Pedra de Xaréu, no município do Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife, os nativos unem forças para conter a contaminação do local. Na manhã desta segunda-feira (21), cerca de 30 pessoas põem a mão no óleo, colocando a saúde em risco, enquanto cobram visibilidade do poder público.

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O grupo de voluntários não mede esforços para conter o resíduo tóxico. A doação de água e luvas feita por comerciantes locais não foi suficiente e, ainda assim, eram luvas inapropriadas. Os sacos de lixo onde o óleo estava armazenado estouraram e o material voltou a poluir as areias.

Eles cobram apoio da prefeitura do município que, segundo os moradores, só tem olhos para praia do Paiva. "Por conta da direção da maré, o ideal seria começar a limpeza daqui", afirma o chefe de cozinha Gleydson Lisboa. "É daqui que a gente tira nosso sustento", finalizou.

Desde às 5h, o surfista profissional Deivisson dos Santos auxilia os demais e reafirma a importância da preservação do ambiente para a comunidade. "Desse jeito não tem condições. Não é adequado para o surf, nem para os mergulhadores que vivem do mar", ressaltou.

Enquanto a equipe do LeiaJá estava no local, a prefeitura enviou um saco com luvas para os voluntários. Porém, o número é insuficiente e eles continuam em contato com o óleo. Também chegaram dois representantes da gestão municipal com máscaras e sacos de lixo. O pedido agora é por uma equipe que destine corretamente o que já foi recolhido.

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Populares e vizinhos das cinco vítimas do deslizamento ocorrido nessa quarta-feira (24), em Abreu e Lima, Grande Recife, se comoveram e voluntariaram-se para iniciar à busca aos corpos. Mesmo antes da chegada dos bombeiros, o grupo conseguiu salvar a vida da matriarca Hariana Tereza Xavier da Silva, de 39 anos. Ela perdeu o marido e três filhos no acidente; um deles era a filha, que estava grávida de oito meses.

"A casa de Silvano caiu todinha. Tá toda aterrada e parece que morreu todo mundo", foi a notícia recebida às pressas por José Luiz, de 34, durante a madrugada. Ainda estava escuro e a chuva persistia quando ele reuniu-se à dezenas de populares para o resgate. Era cerca de 5h, quando eles carregaram pás, baldes e inchadas na tentativa de amenizar o sentimento de perda. "Aqui todo mundo se une. Muita gente ajudou, muito doação chegou pra gente que tava cansado”, enfatizou.

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"Agonia" é a palavra descrita pelos populares quando descrevem o período de chuvas na localidade. Mesmo com um muro de arrimo construído em 2012, segundo os moradores, a área é reconhecida por alagar e acumular barro. “Nunca aconteceu um desastre dessa dimensão, mas a gente fica muito preocupado quando chove. Muitas casas daqui não são construídas de acordo como deve ser”, revelou Josafá de Lima, de 31. Em meio aos destroços, eles arriscaram a vida na tentativa de socorrer os amigos, pois, além de pequenos deslizamentos, há relatos que os fios de um poste destruído eletrocutaram e mataram um cachorro.

“Nossa questão é humanitária. Somos ser humano e é nossa obrigação dar apoio em um momento tão trágico como esse”, explicou Cristiano Santos, de 37 anos. Os voluntários garantem que os residentes dos quatro imóveis desabados eram queridos e considerados familiares. Jadson Pereira, de 22, é sobrinho de Hariana e conta que todos tinham uma boa relação com os parentes, "era sempre a gente, no bom e no ruim. Nós éramos muito entrosados". Sobre ver seus tios e primos soterrados na lama, ele se ateve a poucas palavras, "foi chocante”.

Jadson lamentou as mortes, mas comemorou o salvamento da tia. Ele contou que ela foi resgatada com uma lesão no couro cabeludo, mas já passou por cirurgia e "está bem", no Hospital Miguel Arraes, em Paulista.

Sem a união e a empatia dos moradores do Córrego da Areia, talvez os corpos de Mariana Santos, de 18; Luiz Eduardo, de 15; o patriarca Silvano dos Santos, de 49 e o vizinho Adalmir Ferreira, de 53, ainda estivessem embaixo dos escombros. A coragem deles prova que em momentos de caos, um deve conter as dores do outros para que as adversidades sejam superadas em conjunto.

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Após o desabamento, e a consequente morte de cinco pessoas, a barreira do Córrego da Areia, em Abreu e Lima, no Grande Recife, ainda sofre risco de novos deslizamentos. Mesmo assim, moradores garantem que não vão sair das residências. De acordo com a Defesa Civil do município, desde quarta-feira (24), equipes interditam imóveis próximos ao acidente.

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Segundo o representante da Defesa Civil de Abreu e Lima, Júnior Lopes, 48 famílias ficaram desalojadas e foram para casa de parentes, pois recusaram-se a seguir para o abrigo municipal. Ele informou que oito equipes, formadas por engenheiros, técnicos e assistentes sociais avaliam as condições de segurança dos populares e monitoram as áreas de risco.  

“A gente tem como sair não. Vai ficar no meio da rua é? Vou permanecer na casa”, apontou Reginaldo Nóbrega, morador do local há cerca de 35 anos. Natanael Fernandes, há nove anos no Córrego da Areia, também revelou que não tem intenção, nem condições financeiras para deixar o imóvel.

O auxílio oferecido aos desabrigados pela prefeitura é de R$ 150, entretanto, autoridades estudam aumentar o valor. Os moradores relataram que ainda não receberam a quantia, apenas a ordem de retirada. “Lutei tanto pelas minhas casas, agora veem dizer que só tenho direito a R$ 150. Como vou comportar minha família numa casa com esse valor?", questionou Marcelo de Lima, marido de uma grávida de seis meses e pai de três filhos.

As temperaturas devem cair consideravelmente nos próximos dias em São Paulo. Como se não fossem poucas as dificuldades de ter que viver sem um lar, muitos moradores de rua enfrentam mais este desafio para tentar sobreviver ao inverno. Apesar da boa vontade de muitas pessoas que procuram auxiliar levantando doações, como a entrega de sopas, cobertores e agasalhos pelas ruas, também é possível ajudar de outras maneiras.

A Coordenadoria de Pronto Atendimento Social (CPAS) da Prefeitura de São Paulo pode ser acionada pelo telefone 156 e funciona 24 horas por dia. Quem for solicitar o serviço da Prefeitura para auxiliar cidadãos em situação de rua não tem a obrigação de identificar-se, entretanto é de extrema importância que informe o nome do logradouro e o número aproximado no qual a pessoa esteja. Características físicas da pessoa e pontos de referência também são considerações relevantes para a localização mais precisa do morador de rua.

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As próprias pessoas em situação de rua podem, espontaneamente, procurar os serviços de acolhimento, conhecidos como albergues. Mesmo que o local já esteja lotado, o morador de rua será atendido e, estando protegido do frio, deve aguardar a abertura de uma vaga na rede de acolhimento da cidade. Não há burocracia, apenas o preenchimento de um cadastro simples com os dados básicos do cidadão.

A iniciativa vai até 20 de setembro e ganha reforço sempre que as temperaturas chegam aos 13 graus. Nos Centros de Acolhida, as pessoas em situação de rua tem acesso a camas, cobertores, travesseiros, banho, jantar, café da manhã e recebem o atendimento da assistência social da Prefeitura.

Após mudar a senha do próprio Wi-Fi, uma moradora do bairro El Oasis, em Santa Marta, na Colômbia, teve a casa apedrejada pela vizinhança. Além de pedras, eles empunhavam facões e pedaços de madeira. A polícia informou que a mulher trocou a senha da internet porque nunca recebeu o pagamento mensal previamente acertado com uma vizinha.

Segundo a TV Caracol, uma das moradoras - que não fez o pagamento- decidiu tirar satisfação com a proprietária sobre a modificação do acesso, momento que a confusão foi iniciada. Uma mulher grávida de seis meses, passava no momento da briga e acabou sendo atingida por uma pedra. Ela foi socorrida para uma unidade de saúde e teve que antecipar o parto do bebê, que passa bem.

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A mulher que iniciou a baderna foi identificada pela polícia, que revelou que ela já cumpria prisão domiciliar. Após o caso, os moradores promoveram um abaixo-assinado, e colhem assinaturas para solicitar a expulsão da arruaceira, que já tinha fama de ser "problemática" e "sempre criar confusões".

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A cidade de Sambuca di Sicilia, no sul da Itália, revelou nesta quarta-feira (8) quem serão os novos proprietários das 16 casas de seu centro histórico que foram colocadas à venda no ano passado pelo preço simbólico de um euro.

Após mais de 100 mil emails e telefonemas solicitando informações, sobretudo graças a um programa de turismo gravado pela emissora americana CNN, o vilarejo siciliano recebeu 49 propostas formais pelos imóveis, a maioria delas oferecendo muito mais do que o um euro pedido pela Prefeitura.

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O lance mais alto foi dado por uma americana que viajou a Sambuca para conhecer as casas pessoalmente e arrematou uma delas por 21 mil euros. A lista de novos proprietários também inclui árabes, chineses, russos, argentinos, franceses e britânicos.

Os vencedores terão até três anos para reformar os imóveis, como prevê o edital de licitação, em uma iniciativa para revitalizar o patrimônio urbano e arquitetônico do centro histórico do vilarejo.

Sambuca conquistou o título de burgo mais belo da Itália em 2016 e já vinha experimentando um renascimento graças à compra e reestruturação de casas nas vielas de seu centro histórico por estrangeiros, especialmente europeus.

"Quando lançamos o projeto 'Casas a 1 euro' não esperávamos esse sucesso. Fomos literalmente invadidos por centenas de estrangeiros, muitos dos quais decidiram se mudar para nosso país", comemorou o prefeito Leo Ciaccio.

O sucesso foi tão grande que a emissora americana Discovery Channel comprou uma casa em Sambuca e a destinou à atriz Lorraine Bracco, que a transformará em set para um programa especial sobre o vilarejo. 

Da Ansa

Após pouco mais de um ano, as famílias que viviam no edifício Savaroni, na Praça da Independência, no Centro do Recife, deixaram o prédio. Em protesto contra o déficit habitacional, feminicídio e a violência doméstica, o edifício havia sido ocupado no dia 20 de março do ano passado.

A ‘Ocupação Marielle Franco’, como foi batizada, abrigava centenas de pessoas do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). Mas nesse sábado (6), o imóvel que serviu de moradia para essas famílias foi desocupado, pois não oferecia mais condições adequadas para os moradores. A informação foi divulgada pelo MTST.

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“Nesse período, para manter a ocupação foram necessárias várias ações de reforma e manutenção no prédio, desde o conserto recorrente das bombas d’água, instalação de caixas d’água e um sistema de encanação por andar, reparos elétricos, recuperação da encanação dos banheiros, etc. Por um lado, essas ações acabaram sendo muito custosas, por outro, é necessário desenvolver reformas que sejam de caráter definitivo, para que se garanta moradia adequada para as famílias”, afirmou o movimento.

Ainda conforme o MTST, a iniciativa de desocupar o prédio também foi tomada para, dentre outras coisas, “exigir da Prefeitura da Cidade do Recife o cumprimento do Decreto nº 31.671 de 2018, que prevê a desapropriação de imóveis abandonados, sendo uma de suas exigências que o imóvel não esteja ocupado”.

No início da ocupação os organizadores apontaram que o edifício ocupado pelos manifestantes acumulava uma dívida de mais de R$ 1 milhão em IPTU e está abandonado há 10 anos.

Confira a nota divulgada pelo MTST:

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