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Alguns brasileiros almejam morar nos Estados Unidos, seja pelo desejo de fazer parte de uma cultura diferente ou em busca de melhores condições financeiras. Essa vontade costuma se intensificar nos momentos de crise econômica, onde diversas pessoas, de diferentes classes sociais, perdem a esperança de dias melhores no Brasil.

Na semana passada, a atriz e apresentadora Xuxa Meneguel anunciou sua saída da Record TV e o desejo de ir morar na Itália. Outros famosos já deixaram o país, como é o caso de Fernanda Lima, Wagner Moura e Carla Perez. Assim com eles, outros trabalhadores também buscam uma nova vida, fora do solo brasileiro. É o caso da advogada Roberta Minuzzo, 39 anos, de Winter Garden, na Flórida (EUA), que já tinha uma vida profissional estabelecida no Brasil. O maridodela trabalhava em uma multinacional há mais de 20 anos. "Achava que era hora de dar uma reviravolta na nossa vida pessoal e profissional, sair da nossa zona de conforto", lembra.

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A advogada Roberta Minuzzo, que mora na Flórida | Foto: Arquivo Pessoal

Roberta explica que morar fora do Brasil possui algumas desvantagens, como viver longe da família, além da carga horária de trabalho ser maior, já que nos Estados Unidos a vida é bem dinâmica. "Por outro lado, não convivemos com a violência, nossas filhas têm educação de qualidade, mesmo em escola pública. Podemos desfrutar da excelente estrutura e oportunidades que o país oferece, além das nossas filhas poderem se divertir ao lado de casa, já que moramos a 15 minutos da Disney", relata a advogada, que não planeja retornar ao país natal.

O que é necessário para conseguir o Green Card

Para sair do Brasil não basta mudar de endereço ou residência. Alguns procedimentos precisam ser cumpridos. Aqueles que pretendem morar nos Estados Unidos precisam ter o Green Card, documento que concede o direito de permanência no país.

Existem alguns tipos de vistos, como o E-2, uma modalidade que possibilita cidadãos de países com tratado de navegação e comércio com os Estados Unidos viverem no país com suas famílias. Para esse visto, é exigido que o solicitante disponha de US$ 120 a 150 mil, além de capital de giro e disposição para empreender e investir. "É temporário e concedido de dois ou até cinco anos. Depende da análise da imigração. Boa parte dos países da Europa fazem parte deste tratado, com exceção de Portugal", explica o advogado especialista em direito internacional Daniel Toledo.

Outro visto é o L1, voltado para empresários que desejam ampliar seus negócios no país norte-americano. Nesse caso, é preciso apresentar a saúde financeira da empresa por meio de impostos de renda e firma reconhecida. "Também é preciso demonstrar a folha de pagamento, balancete e extratos que comprovem a movimentação financeira. A documentação será analisada pelo profissional que vai auxiliar o processo no órgão Consular ou em um escritório da Imigração dos Estados Unidos", detalha Toledo.

Os investidores podem optar pelo visto EB-5, que concede ao empresário os mesmos direitos de um cidadão americano. "Para esse visto, além de pagar US$ 900 mil para o EB-5 indireto ou direto, que é feito por meio da criação do próprio projeto, também é preciso pagar uma taxa de US$ 1,8 milhão. Há também taxas de imigração. Outra exigência é a de criar pelo menos dez novos empregos que podem, em tese, receber a aplicação do EB-5", descreve o advogado.

No caso de um brasileiro que vai realizar um casamento com alguém natural dos Estados Unidos e deseja morar lá, é preciso a comprovação de que existe uma relação verdadeira entre o casal. "Deve ser provada a boa fé e consistência desse relacionamento. É necessário juntar fotos, demonstrar que ouve ligação com essa pessoa, emails que comprovam o histórico de troca de mensagens, conversas. Afinal de contas, não se casa com uma pessoa em que você conversa com ela uma vez por mês", explica o advogado.

O casal deve possuir coabitações, como morar junto da pessoa, ter seguro de saúde conjunto, além de referenciar o parceiro nas declarações de imposto de renda. "Demonstrar que essa pessoa faz parte do seu dia a dia, e que você possui algum tipo de patrimônio com ela, é essencial para esse tipo de processo", orienta Toledo. Além disso, o advogado lembra que o agente responsável pelo processo, ao perceber que as exigências não foram cumpridas, pode abrir uma investigação ou negar a validade do Green Card.

Para profissionais com curso de pós-graduação existe o visto EB-2, que, segundo o advogado, também podem ser valido para estrangeiros que possam beneficiar a economia nacional, os interesses culturais, educacionais ou o bem-estar dos Estados Unidos.

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