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A governadora de Pernambuco Raquel Lyra (PSDB), a vice-governadora Priscila Krause (União Brasil), o secretário de Turismo de Pernambuco, Daniel Coelho e o deputado estadual João Paulo (PT) subiram o Morro da Conceição no começo da manhã desta sexta-feira (8) para prestar homenagem a Nossa Senhora da Conceição. A comitiva da governadora acompanhou a missa no Santuário de Nossa Senhora da Conceição junto aos fiéis. 

Em suas redes sociais, a governadora mostrou o momento de sua chegado ao Morro e a recepção dos fiéis da Santa. Ela diz que foi a celebração para "agradecer por todas as graças alcançadas". Já Priscila, afirmou em suas redes sociais, que sua ida ao Morro é para agradecer pela saúde, pela família, pelos amigos, pela vida". "E minha parceira de caminhada Raquel Lyra, que nossa Senhora nos guie nessa misssão. Amém!", escreveu em uma publicação nos stories do Instagram. 

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O deputado João Paulo também registou sua passagem pelo Morro ao lado de Raquel pelas redes sociais e disse que este é um dia de "renovar as esperanças por dias melhores para Pernambuco no ano que está vindo. E para o Brasil, que se reconstrói e se volta para seu povo e para o mundo", destacou.

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O Dia de Nossa Senhora da Conceição, padroeira afetiva do Recife, celebrado nesta sexta-feira (8), reúne milhares de fiéis e visitantes ao Santuário da santa, no bairro do Morro da Conceição, na zona Norte da cidade. Segundo o reitor do local, padre Emerson Borges, a expectativa é de que cerca de 1,5 milhão de pessoas subam as ladeiras e escadarias do Morro, a partir do dia 28 de novembro, quando tiveram início as celebrações, até o dia da santa. As visitas ainda deverão se estender até o domingo (10), para aproveitar o fim de semana, com uma programação de missas.  

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A festa desse ano traz um diferencial, segundo o reitor, que é relacionado à grande movimentação de pessoas, desde o início da festa. Padre Emerson afirma ainda ser muito comum que pessoas venham de outras cidades, estados, e até de outros países, para pôr em prática sua fé e participar da missa. 

Imagem de Nossa Senhora da Conceição levada por fiéis. Foto: Júlio Gomes/LeiaJá 

“A festa de Nossa Senhora da Conceição, neste ano de 2023 tem sido, para nós, uma expressão muito forte, como já é, mas estamos encontrando as pessoas com um pouco mais de fé, diante das realidades que cada uma tem, e que estão passando na vida. Cada um que sobe o Morro da Conceição, traz a sua história, traz a sua experiência com Nossa Senhora, dos diversos dramas da vida. E aqui, no Santuário do Morro da Conceição, elas encontram justamente essa força, essa fé, essa esperança de que, a vida, por mais difícil que ela seja, mas com a fé fica mais fácil de lidar com ela”, disse o padre Emerson, ao LeiaJá.

Padre Emerson Borges, reitor do Santuário. Foto: Júlio Gomes/LeiaJá 

A tradição de subir o morro e fazer as preces à padroeira do Recife conta com o rito de acender uma vela, ato comum para boa parte dos visitantes. O velário do Santuário fica localizado na parte de trás da igreja, ao lado da imagem da santa, e para garantir a segurança do local e das pessoas, o Corpo de Bombeiros Militares de Pernambuco (CBMPE) atua em toda a programação. Por meio de nota, a corporação informou que realiza trabalhos de prevenção e combate a incêndio, com uma equipe do Grupamento de Incêndio, atendendo exclusivamente ao evento. Os bombeiros ainda informaram que dispõem de viatura de Resgate com objetivo de garantir a segurança dos devotos durante a festividade. 

Bombeiros atuam continuamente no velário. Foto: Júlio Gomes/LeiaJá 

Voluntários servindo à Santa 

A Festa do Morro conta com cerca de 700 voluntários, formados por devotos da santa. Entre serviços burocráticos e afazeres práticos, os fiéis trabalham todos os dias oferecendo serviços para ajudar na organização do evento. 

Uma dessas voluntárias é dona Luzinete Maria da Conceição, de 69 anos, que mora no Alto José Bonifácio, bairro vizinho ao Morro da Conceição. A devota atua como voluntária há cerca de 10 anos, e esse ano ela presta serviços na cozinha e na coleta de doações. 

Para dona Luzinete, o trabalho voluntário no Santuário é parte de uma promessa feita há anos. “Muita fé em Maria, sou muito devota de Nossa Senhora. Eu fiz uma promessa, e enquanto ela e Jesus me dessem vida, eu trabalhava para ela”, declarou. 

Dona Luzinete trabalha como voluntária na Festa do Morro há cerca de 10 anos. Foto: Júlio Gomes/LeiaJá 

Sequência de missas 

Desde o início das celebrações, no último dia 28, as missas eram realizadas em horários específicos, sendo cinco por dia. No entanto, a partir da meia-noite do dia 8, a programação conta com uma missa acontecendo por hora, sendo as de horários pares realizadas na área externa, em frente ao Santuário, e as de horários ímpares, dentro do templo.  

Os ritos serão realizados até às 19h, e contará com cerca de 20 padres durante o dia, para as solenidades, além de confissões e a procissão, que sairá da Prefeitura do Recife, no centro da cidade. 

Aproveitando o fim de semana, o Santuário vai realizar quatro missas no sábado (9), e seis no domingo (10), para dar conta do público que ainda vai visitar a região. 

Confira os horários:

Santa Missa - Palco em frente ao Santuário: 

0h / 2h / 4h / 6h / 8h / 10h / 12h /14h 

Santa Missa dentro do Santuário: 

1h/ 3h/ 5h/ 7h/ 9h/ 11h/ 13h/ 15h  

Procissão de encerramento - Imagem da Santa 

Concentração - 14h30 - Estacionamento da Prefeitura do Recife 

Saída - 15h - Estacionamento da Prefeitura do Recife / Ponte do Limoeiro/Avenida Norte Miguel Arraes /Estrada do Morro da Conceição / Praça da Conceição 

Chegada -19h - Solene Celebração de Encerramento da 119ª Festa de Festa de Nossa Senhora da Conceição do Morro 

Pós-Festa - Santas Missas 

Sábado (9) - 8h/ 10h30 / 16h / 19h30 

Domingo (10) - 7h/ 9h/ 10h30 / 12h/ 16h / 18h 

 

 

De todos os cantos, de todas as idades e histórias de vida, fiéis se reúnem no Morro da Conceição, na zona Norte do Recife, para rezar suas preces e agradecer pelas bençãos alcançadas à padroeira afetiva da cidade, Nossa Senhora da Conceição, celebrada na próxima sexta-feira (8). A Festa do Morro acontece há 119 anos, recebendo milhares de pessoas no Santuário Nossa Senhora da Conceição, e teve início esse ano no dia 28 de novembro. O LeiaJá compareceu ao local na última terça-feira (5) para conhecer algumas histórias que sobem as ladeiras do morro. 

Uma delas é da aposentada Maria de Fátima, de 59 anos, moradora do município de Vitória de Santo Antão, na zona da Mata do estado. Apesar de não morar no Recife, ela sobe o Morro todos os anos para agradecer e pedir proteção da santa para si e sua família. “[Nossa Senhora] me ajudou sempre, nas minhas horas difíceis. Está comigo e sempre foi um acalanto, uma força, um impulso maior em minha vida e na vida dos meus filhos também. E agora dos meus netinhos, que eu os entrego sempre”, contou a devota.  

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Maria de Fátima sobe o Morro todos os anos, há mais de 20 anos. Foto: Júlio Gomes/LeiaJá 

Mãe de três e avó de cinco, dona Maria de Fátima compareceu ao Santuário acompanhada da nora, que mora no Rio de Janeiro, e visita a família nas festas de fim de ano. “[Meus filhos] estão vindo grandes, com esposa, com filhos. Vejo a fé das pessoas. A fé nos conduz às coisas boas, aos caminhos perfeitos, faz de você uma pessoa melhor a cada dia, ela lhe faz melhor que sempre. A humildade é assim. Eu acredito que ele fica bem, bem maior dentro do seu coração”, compartilhou.  

Fé que paga promessas  

Além de agradecer e fazer orações aos pés de Nossa Senhora, as celebrações do Morro da Conceição também são aproveitadas pelos fiéis para pagar promessas feitas à santa. É o caso de dona Jaciara de Albuquerque, de 52 anos, moradora do Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife, que foi vista pela reportagem subindo as ladeiras do morro de costas. Há cerca de dois anos lhe foi apontado um problema de saúde do qual ela teria de ser submetida a uma cirurgia, e aguardava na fila do Sistema Único de Saúde (Sus). “Já subi o Morro uns três anos atrás. Agora fiz uma promessa pra subir hoje”, contou.  

Jaciara agradece benção alcança subindo o morro de costas. Foto: Júlio Gomes/LeiaJá 

“Eu tava na fila do Sus há quase dois anos. Aí eu disse: ‘Nossa Senhora vai abrir os caminhos, [para eu] conseguir essa cirurgia, aí eu vou aos seus pés de costas’. E eu consegui a cirurgia em março desse ano”, relatou.  

“Foi uma cirurgia que tava difícil de conseguir, aí eu consegui. Depois que eu fiz a promessa, eu consegui, e eu to cumprindo”, disse, em meio a lágrimas de emoção. Para subir de costas, sem perigo de se acidentar, dona Jaciara estava acompanhada de sua filha, Camila, que a guiou por todo o caminho. “[Ela é] meu guia. Primeiramente Deus, Nossa Senhora, e depois ela”, disse dona Jaciara.  

Agradecer pelos que ainda virão  

Famílias sobem o morro juntas, muitas delas ainda em formação, como acontece com Priscila Maria, de 28 anos, e seu esposo, Carlos George. O casal saiu de sua residência, no município de Caetés, no Agreste do estado, para pedir benção e proteção ao filho que está para nascer. Grávida de quase nove meses, a decoradora mantém a tradição que aprendeu com seu avô, desde quando era crianças. “Todo ano eu subo, desde pequena, era tradição do meu avô. Eu sempre subia com ele, depois que ele faleceu, passei a subir só, e depois que me casei, to subindo com o marido”, finalizou.  

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Priscila mantém tradição familiar. Foto: Júlio Gomes/LeiaJá 

 

Morreu, nessa quinta-feira (2), a organizadora cultural e ativista católica Severina Paiva de Santana, a "Dona Sevi", aos 88 anos. Parte da organização da Festa do Morro da Conceição, tradicional celebração da Zona Norte do Recife, Sevi ficou conhecida por sua devoção e pela defesa da igreja e do desenvolvimento do morro onde morou desde criança. Ela estava internada desde o último dia 10 de outubro, mas as causas da enfermidade não foram divulgadas. 

"Neste dia 2 de novembro, faleceu Dona Sevi, oblata redentorista que dedicou a vida a fazer o bem na comunidade do Morro da Conceição. Ela cantava a "Barra do Dia" na missa das quatro horas da manhã no dia de Nossa Senhora da Conceição (8 de dezembro). Deus a acolhe com amor", divulgou a arquidiocese. 

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O velório está marcado para a manhã desta sexta-feira (3), no Santuário de Nossa Senhora da Conceição, em Casa Amarela. A Casa celebrará duas missas em homenagem à Sevi, marcadas para as 11h e 15h. O sepultamento acontecerá no cemitério de Casa Amarela.  

"Dona Sevi foi presença marcante em defesa da igreja e do Morro da Conceição. A sua luta vai ficar para sempre na história do nosso santuário como mulher negra, periférica, trabalhadora, mãe, esposa e devota da Imaculada Conceição”, escreveu o santuário. 

Severina era natural do povoado de Ferreiros, no Agreste de Pernambuco, e se mudou para Casa Amarela ainda criança. Devota de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, desde pequena, Dona Sevi sempre depositou muita fé na Santa. 

Em uma entrevista ao LeiaJá, há 11 anos, ela contou que sua primeira graça aconteceu quando sua filha Conceição – nome que deu em homenagem à Santa – saiu de casa sem que ela percebesse. “Ao voltar pra casa, percebi que ela não estava e fiquei desesperada. Na mesma hora me virei pra imagem de Nossa Senhora e clamei para que ela intercedesse por mim.” A criança foi encontrada por uma vizinha, já próximo à antiga Estrada do Bartolomeu. 

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Chegada a 118ª edição da festa de Nossa Senhora da Conceição, padroeira do Recife, o momento também se torna propício para esquentar o comércio ao longo do Morro da Conceição, na Zona Norte da cidade. Apesar do registro de comércio formal e informal não ser exclusivo aos moradores do morro, a maior parte dos comerciantes registrados na Diretoria Executiva de Controle Urbano do Recife (Dircon) para o trabalho durante o período de celebração são moradores do local. 

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Tradicionalmente, a festa da Imaculada dura 10 dias e este ano, vai de 28 de novembro, Dia da Bandeira, a 8 de dezembro, dia da celebração. O novo tema é “Com a Imaculada Conceição do Morro, caminhar juntos: em Comunhão, Participação e Missão”. 

Este é o segundo ano de festa desde o cancelamento em 2020, quando a pandemia da Covid-19 enfrentava seus primeiros picos, ainda na ausência de vacinas. Em 2021, a procissão foi realizada com diversos requisitos de proteção e, em 2022, pela primeira vez, as atividades ao ar livre podem concentrar mais pessoas e serem feitas de forma mais relaxada, ainda que o coronavírus tenha surgido, novamente, de forma mais forte em Pernambuco. 

A expectativa dos comerciantes do Morro da Conceição, porém, não foi correspondida este ano. De acordo com vendedores ouvidos pelo LeiaJá, apesar do Santuário esperar um público maior, o movimento nas ruas tem sido baixo e até mesmo a véspera da festa, nessa quarta-feira (7), deixou a desejar. Segundo os trabalhadores, 2022 repete a tendência das últimas edições, de 2019 até agora. 

Pouco lucro 

Para poder vender nas barracas ao redor do santuário, o comerciante precisa buscar a Dircon dentro do prazo de registro e pagar a taxa de R$ 114 por metro quadrado que a venda ocupa. O valor cobre todos os dias da celebração. Além disso, o consumo de energia também fica por conta do vendedor. Como a maior parte dos produtos vendidos ali são alugados por sistema de comissão ou comprado de terceiros, é preciso prestar contas após a festa e nem sempre o retorno compensa. 

"No dia da bandeira [28 de novembro] eu não vendi nada, mas foi também porque eu não estava com a barraca montada, não chamou atenção. Mas não estou tirando nada, se a gente apurou cem 'conto' [sic], foi muito. No dia mesmo apuramos um trocado, mas quando faz as contas do que a gente tem que pagar de volta, fica nada. Isso aí que a gente vende é dos outros. Está tudo caro, a comida já não é mais o mesmo preço, aí a gente não ganha. Está tudo fraco esse ano, o Dia da Bandeira nem parecia que era o dia, não tinha gente, passou por aqui que 'nem bala' pegava. Espero que dê tudo certo, pra gente pagar ao menos o nosso prejuízo”, disse dona Lúcia de França, de 58 anos. 

Lúcia é moradora do morro e barraqueira há 50 anos, ou seja, trabalhava ao lado da família desde pequena e se tornou uma figura tradicional no comércio da festa. A comerciante vende velas, camisas, fitas e escapulários, mas só abre a barraca no período de celebração. Sem trabalho formal, disse que costuma depender da assistência social, pois não possui mais saúde para trabalhar. Como o ritmo de vendas na barraca é intenso, já que a festa entra para a madrugada, Lúcia conta com a ajuda da prima, Thelma dos Santos, de 48 anos, para revezar os turnos.  

“A gente não dorme nessa madrugada da festa. Viramos a noite, ficamos debaixo do sol forte, nossas mercadorias também levam chuva. A tenda que eles exigem que a gente coloque também é a gente que compra, custa R$ 600. Até o fim do dia os 'negócios' vão até pela metade do preço. Tudo fica mais barato”, disse Thelma, que é ambulante. 

Dona Lúcia, que é devota de Nossa Senhora, diz que só continua participando da festa pela devoção e porque já é tradicional à sua família, mas que em 2023 provavelmente não retornará ao comércio do morro. 

"Eu trabalho na igreja todo ano. Só não trabalhei esse ano, porque por questões de saúde, o padre me pediu para repousar. Já pedi muitas graças à Nossa Senhora, ela me deu [sucesso] na cirurgia, que foi um problema na vesícula. Foi tudo pra mim. Fiquei na UTI do hospital, sozinha, por quatro dias no Otávio de Freitas. Não podia entrar ninguém por causa da Covid-19. Quem me deu a benção foi ela. Primeiramente Deus, depois ela"”, conclui a trabalhadora. 

Janaína Barbosa, comerciante. Foto: João Velozo/LeiaJá Imagens

Negócio de família 

“Quando eu estava grávida, fiz uma promessa para Nossa Senhora, pedindo coisas boas para a minha filha. Agora ela tem três anos e ainda estou pagando minha promessa. Todo mundo na minha família é devoto e todo mundo é barraqueiro. Esse ano não vou conseguir vivenciar muito o momento, porque estou aqui na barraca, mas quando eu puder, vou. Sou católica e vou permanecer católica até que Deus toque meu coração para algum outro sentido. Ter sido criada aqui no morro me influenciou, eu sinto, mas é o que serei eternamente”, disse Ivete, uma jovem vendedora que cuida da barraca da mãe. 

Ivete Barbosa, de 29 anos, é outra moradora do Morro da Conceição que se tornou figura frequente na festa através de uma tradição de família. A barraca é da mãe, Lindinalva, que é barraqueira há mais de 30 anos, desde antes do nascimento da primeira filha. A venda, por ser temporária, não é a principal fonte de renda da família, mas tem ajudado a suprir as despesas. Novamente, o desempenho foi considerado baixo e mãe e filha agora tentam medir o prejuízo.  

"Nessa véspera a gente esperava mais movimento, por não ter tido uma festa tão aberta durante a pandemia, mas o comércio do morro caiu e não é mais o mesmo. Dá para cobrir as despesas, mas do jeito que a gente esperava, não. Desde o dia 28, está bem aquém, mas é normal que fique mais intenso com a proximidade da festa. Sai muita coisa mais barata ou mais tradicional, como os calendários e as imagens de gesso. A gente tenta segurar o preço e estabilizar o que já gastamos, porque se diminuirmos o preço antes, só dá prejuízo. No fim da festa mesmo, todo mundo quer fazer o que custa R$ 10 sair por R$ 5. A gente tenta fazer pelo menos 70%, porque pela metade não dá”, completou Ivete. 

A barraca de Ivete fica ao lado da de Janaína Barbosa, uma amiga de infância. Ela tem 32 anos e é agente de saúde. De férias, está aproveitando o tempo livre para cuidar da barraca da tia, Maria Eunice, que tem o negócio há cerca de 40 anos. Janaína é do candomblé, religião afrobrasileira, e contou um pouco da história da sua devoção. Segundo ela, é comum que fiéis de religiões de matriz africana se unam à festa. Apesar do preconceito, no geral, todos são acolhidos e a figura da Imaculada faz sentido para grupos diversos. 

"A fé é tudo. Se eu não tiver fé, não tenho nada. Lembro de quando eu era pequena, essa igreja [o santuário] ainda era pequena, de 'tijolinho', tinha muro de barro. Eu vivia subindo as escadas durante a festa do morro, a gente ficava bem perto da imagem mesmo. Era bem mais tradicional, mas mudou muito, ficou mais moderna. Toda a minha família é religiosa, mas há um equilíbrio. Tem os evangélicos, os católicos, e os do candomblé. Eu sou do candomblé. Alguns não gostam, mas aqui, com os católicos, não há muito preconceito", disse. 

Perguntada se já teve alguma graça alcançada, Janaína compartilhou uma promessa que pagou por oito anos, também associada à gestação: "Na minha gravidez, tive uma complicação no parto. Quase que Deus guardava o meu filho. Na hora, gritei para Deus e Nossa Senhora, fiz uma promessa e ela me deu a graça. Prometi subir o morro com meu filho vestido de anjinho, durante oito anos. A promessa terminou no ano passado". 

LeiaJá também 

- - ‘Veja o que abre no feriado de Nossa Senhora da Conceição’ 

- ‘Fiéis seguem tradição de devoção à Nossa Sra da Conceição’  

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A 118ª Festa de Nossa Senhora da Conceição do Morro, que registra a volta das procissões da bandeira após a pandemia da Covid-19, marca também a tradição familiar da devoção de quem não pôde pedir, agradecer e nem fazer uma oração pessoalmente à Nossa Senhora da Conceição. 

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O dia da Nossa Senhora da Conceição é comemorado na quinta-feira, no dia 8 de dezembro, mas, para evitar o tumulto de pessoas que tomam o local no dia da grande celebração, alguns fiéis já se adiantaram e subiram o Morro  da Conceição, na Zona Norte do Recife, nesta quarta-feira (7).

A devoção pela Santa e a lembrança da mãe foi o que levou Alcione Isaias, de 45 anos, a ir ao Morro com a companheira, Josiane Pereira. Moradoras de Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife, Alcione contou que mesmo após a mãe, Neusa Maria, ter falecido ainda durante a pandemia, ela continuou o legado da família. “Eu venho conversar com ela [Nossa Senhora da Conceição] para espairecer a minha mente e me ajudar nos problemas da vida. Acima de Deus tem ela”, afirmou. 

O medo de perder a casa onde mora desde quando nasceu é o que aflige Alcione neste ano, que foi pedir para que tudo dê certo. “Esse ano eu vim pedir porque estão querendo tomar a casa que a gente mora depois de 50 anos. O metrô tá querendo a terra depois desse tempo todo. A gente foi numa reunião hoje antes de vir para cá, vamos levar os documentos para ver, mas tenho fé em Nossa Senhora que vai dar certo”, disse. 

Devota por ter conseguido uma Graça ainda jovem, quando teve o primeiro filho, dona Vanete chegou no Morro da Conceição no fim desta tarde. Ela contou que ficou com depressão depois de ter perdido a mãe, Maria das Neves, aos 78 anos, que faleceu por causas naturais também durante a pandemia. “Eu me sinto segura conversando com ela [Nossa Senhora da Conceição], é uma forma de confortar o coração. A minha mãe era muito devota de Nossa Senhora da Conceição e também vinha para o Morro, então, vir para cá é uma boa forma de lembrar dela, apesar de vir há muitos anos”. 

“Desde quando eu me casei, há 32 anos, e tive problema quando tive o meu primeiro filho, me agarrei com ela e deu tudo certo. Desde esse tempo eu fiquei devota dela. Já passei por muitos problemas com o meu filho e consegui tudo através da minha fé”, relatou dona Vanete. 

Trânsito

O acesso de veículos ao Morro da Conceição está fechado por conta do grande fluxo de pessoas e só vai abrir na quinta-feira (8), após a procissão de encerramento da Festa, com a imagem Santa, que terá concentração a partir das 15h e saída às 16h da Prefeitura do Recife em direção ao Morro da Conceição e a cerimônia, com previsão de início às 19h30. 

A Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU), em conjunto com a organização do evento e da Prefeitura do Recife, está permitindo a subida de carro com pessoas idosas e com dificuldade de locomoção pela Rua Japaratuba.

*Com informações de Vitória Silva 

A governadora eleita, Raquel Lyra, juntamente com a sua vice Priscila Krause, visitou, nesta terça-feira (6), o Morro da Conceição, no Recife, onde participou da celebração em homenagem à padroeira afetiva da capital do estado.
Após subirem o morro a pé, Raquel e Priscila assistiram à missa, presidida pelo padre Luiz Vieira, no Santuário Nossa Senhora da Conceição, como parte da programação da 118ª Festa do Morro da Conceição. O evento tem seu ponto alto nesta quinta-feira (8), data em que se comemora o dia da santa.
"Tenho um carinho especial por este lugar, pois foi aqui, aos pés de Nossa Senhora da Conceição, onde eu e Priscila lançamos o nosso Plano de Governo para dizer do nosso compromisso com as pessoas que mais precisam. Aqui é símbolo de Pernambuco, do Recife e da grande demonstração da fé do povo pernambucano, que não se curva diante das dificuldades. Eu só tenho a agradecer, pedindo bênçãos e sabedoria para fazer as escolhas certas e chegar na vida de quem mais precisa, para fazer de Pernambuco um lugar melhor para se viver", afirmou Raquel.
"Aqui, neste símbolo do Recife, a gente veio agradecer, pedir bênçãos, proteção e a intercessão de Nossa Senhora, junto de Deus, para que possa pedir por nós, pelo povo de Pernambuco, e por eu e Raquel, para que a gente tenha muita coragem, discernimento e fé, para seguir em frente trabalhando pelo povo de Pernambuco", reforçou Priscila.
Após a missa, a governadora eleita e sua vice foram recepcionadas na Casa Paroquial para um café da manhã. Acompanharam também a agenda no Morro da Conceição o deputado federal Daniel Coelho; os vereadores Tadeu Calheiros, Doduel, Davi Muniz, Victor André Gomes, Felipe Alecrim, Júnior Bocão e Ronaldo Lopes, bem como a suplente de deputada estadual, Patrícia Domingos.

*Da assessoria de imprensa

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A 118ª Festa de Nossa Senhora da Conceição do Morro, a ser realizada neste ano, será marcada com o título de Patrimônio Cultural Imaterial de Pernambuco. O registro do legado será conferido pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) e ocorrerá no próximo 1 de dezembro, no Santuário do Morro da Conceição, Zona Norte do Recife, às 9h, com a participação de membros do conselho de preservação da instituição e religiosos. 

A Festa do Morro 2022 será marcada também com a volta das procissões da bandeira e de encerramento, que serão realizadas nos dias 28 de novembro e 8 de dezembro respectivamente. Os cortejos, que reúnem milhares de fiéis pelas vias do Recife, estavam suspensos há dois anos, devido a pandemia da Covid-19. 

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O tema da festa deste ano é: Com a Imaculada Conceição do Morro, caminhar juntos: em Comunhão, Participação e Missão, e o lema: juntos somos mais, inspirado no tema da sinodalidade, proferido pelo Papa Francisco. 

A procissão da bandeira da 118ª Festa do Morro da Conceição abre as atividades do evento com concentração tem início às 17h, com saída prevista às 18h. O Parque Urbano da Macaxeira, Zona Norte do Recife, irá acolher os devotos que irão seguir pela Avenida Norte, Largo Dom Luiz, Rua Itacoatiara até o Santuário. 

A Solene Celebração de Abertura da Festa irá contar com a presidência do bispo auxiliar da Arquidiocese de Olinda e Recife, Dom Limacêdo Antonio, às 19h30. O Coral do Movimento Pró-Criança inicia a programação cultural da Festa 2022, com apresentação dentro do Santuário, às 21h. No palco externo montado em frente a Torre serão realizadas apresentações artísticas no mesmo horário. 

No dia dedicado a Imaculada Conceição, 8 de dezembro, a procissão de encerramento com a imagem da Santa terá concentração a partir das 15h, com saída às 16h, da Prefeitura do Recife, no Cais do Apolo, em direção a Praça do Morro da Conceição, local onde será realizada a Solene Celebração de Encerramento do festejo. O arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido, será o presidente da cerimônia, com previsão de início para às 19h30. 

Cerca de 850 voluntários, em sua maioria pessoas pertencentes a movimentos religiosos ligados à Arquidiocese de Olinda e Recife, como os casais da Pastoral Familiar, Encontro de Casais com Cristo (ECC), Equipes de Nossa Senhora (ENS), Terço dos Homens, além dos paroquianos do Santuário e demais capelas da comunidade, estão sendo capacitados para melhor acolher as pessoas que virão ao Santuário durante os 11 dias de festividades.

A Festa de Nossa Senhora da Conceição do Morro conta com apoio das corporações, companhias, secretarias, autarquias e dos órgãos das esferas municipal e estadual que auxiliam na execução das atividades antes, durante e após o evento.

Confira a programação:

Eventos Pré-Festa

20/11 - 9h - Santa Missa e bênção dos motoristas e taxistas

Tríduo Pré-Festa 

25 de novembro - Santa Missa e benção dos Amigos da Festa; 

26 de novembro - Festa das comunidades das Paróquias do Morro da Conceição; 

27 de novembro - Santa Missa e louvor da Juventude Devota.

Dia 28/11 – Procissão da abertura - Bandeira da festa Concentração 

17h - Parque Urbano da Macaxeira Saída; 

18h - Parque Urbano da Macaxeira/ Avenida Norte Miguel Arraes /Largo Dom Luiz/ Rua Itacoatiara / Praça do Morro da Conceição Chegada;  

19h30 - Solene Celebração de Abertura da 118ª Festa de Nossa Senhora da Conceição do Morro.

Dias 29 de novembro a 7 de dezembro

Santas Missas 7h, 9h, 11h, 14h e 16h; 

Momento Mariano 18h;

Novena Solene 19h30;

Dia 8 de dezembro (Imaculada Conceição) 

Santa Missa fora do Santuário (Praça do Morro): 0h / 2h / 4h / 6h / 8h / 10h / 12h /14h / 16h; 

Santa Missa dentro do Santuário: 1h/ 3h/ 5h/ 7h/ 9h/ 11h/ 13h/ 15h.

Dia 8/12 – Procissão de encerramento – Imagem da Santa 

Concentração - 15h - estacionamento da Prefeitura do Recife; 

Saída - 16h - estacionamento da Prefeitura do Recife / Ponte do Limoeiro/ Avenida Norte Miguel Arraes /Estrada do Morro da Conceição / Praça da Conceição; 

Chegada -19h30 - Solene Celebração de Encerramento da 118ª Festa de Festa de Nossa Senhora da Conceição do Morro.

Programação Cultural 

28/11 - Segunda-Feira - Petrúcio Amorim e Pecinho Amorim;

29/11 - Terça-Feira - Forró Chicote; 

30/11 - Quarta-Feira - Banda do Cervac; 

1/12 - Quinta-Feira - Irah Caldeira; 

2/12 - Sexta-Feira - Projeto Cultural do Morro - Banda Mandacaru E Banda Mingau De Cachorro; 

3/12 - Sábado - Banda Sedutora Retrô Brunessa; 

4/12 - Domingo - Banda Zuadões do Forró; 

5/12 - Segunda-Feira - Luizinho de Serra; 

6/12 - Terça-Feira - Dudu do Acordeon; 

7/12 - Quarta-Feira - Padre João Carlos; 

8/12 - Quinta-Feira - Padre Damião Silva. 

A candidata a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), conversou, nessa quinta (25), com os moradores do Morro da Conceição, onde apresentou seus compromissos para combater a pobreza e lançou, simbolicamente, o seu Plano de Governo. A candidata a vice-governadora, Priscila Krause; o candidato ao Senado, Guilherme Coelho, e o suplente de senador, Fred Loyo, também estiverem presentes. 

 “Depois de 14 meses de caminhada, ouvimos a população de todas as regiões e hoje estamos aqui, no Morro da Conceição, ao lado do Mestre Pirajá e de tantos outros, para falar sobre nossos compromissos com o futuro de Pernambuco e reafirmar que vamos cuidar de quem mais precisa”, disse Raquel.

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 “Combater as desigualdades é o maior compromisso que eu assumo no meu Plano de Governo e que fiz questão de lançar simbolicamente aqui, no Morro da Conceição, ao lado da população que tem sentido na pele essa realidade dura, provocada também pela ausência do Governo do Estado”, complementou Raquel Lyra, que ouviu dos moradores sobre a falta de oportunidade para os jovens, vagas de creche e a dificuldade do acesso à saúde. 

Entre suas propostas, estão o programa Mães de Pernambuco, que vai garantir R$ 300 para mães em situação de vulnerabilidade com filhos de até seis anos; a criação de 60 mil vagas de creches; o programa Bom Prato Pernambucano, com refeições vendidas a baixo custo, e o programa Trilhatec, que vai unir o ensino médio ao ensino técnico. 

As propostas do Plano estão focadas em 13 eixos estratégicos: Educação, Conhecimento e Inovação; Saúde e Qualidade de Vida; Segurança Cidadã; Políticas para Mulheres; Inclusão Social e Direitos Humanos; Cidades Sustentáveis e Resilientes; Zona Rural Mais Forte; Clima e Meio Ambiente; Competitividade e Dinamismo Econômico; Turismo; Cultura e Economia Criativa; Ciência, Tecnologia e Inovação, e Gestão, Transparência e Colaboração. O plano também contempla o arquipélago de Fernando de Noronha.

*Da assessoria de imprensa

O 2º Encontro de Quadrilhas Juninas no Morro da Conceição, com a participação de várias quadrilhas juninas adultas a infantojuvenil do Recife, vai ferver o bairro em um grande encontro de retomada dos eventos culturais. Homenageando Eduardo Normande e Luciano Rogério, o evento será realizado no próximo dia 21.

A realização do projeto será da Quadrilha Junina Origem Nordestina, fundada há 28 anos no Morro da Conceição, que ao longo de sua existência vem difundido a cultura popular nordestina, mantendo viva a tradição através da fé aliada ao esforço e dedicação dos componentes que garantem sua história.

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Serviço

2º Encontro de Quadrilhas Juninas

21 de maio | 19h

Praça do Morro da Conceição

Entrada gratuita

Da assessoria

"A fé move montanhas", se repete entre os devotos de Nossa Senhora da Conceição pelas escadarias e ladeiras da Zona Norte. Nesta quarta-feira (8) é celebrado o dia da padroeira afetiva do Recife e durante o ciclo de homenagens no Morro da Conceição, cenas de fieis em lágrimas acompanham relatos de graças alcançadas pela intercessão da Santa. 

Cada degrau superado com os joelhos é uma demonstração de gratidão pelas promessas alcançadas pela Analista de Recursos Humanos, Isabela Caroline. “Eu vou chegar lá em cima agradecida, mesmo se chegar machucada”, disse durante uma pausa no caminho de orações.

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“Saber que [Ela] intercede por mim renova a minha fé e próximo ano eu estou aqui de novo porque eu sei que Ela faz por mim. A minha fé é muito maior que tudo, mesmo que as outras pessoas não acreditem, mas eu acreditei nela”, declarou a fiel.

Aos 27 anos, a relação com a Santa começou antes mesmo de nascer. A mãe não conseguia engravidar e decidiu depositar a vontade de ter filhos na fé em Nossa Senhora da Conceição, quando finalmente deu à luz à Isabela e o irmão mais velho.

Após muita dedicação, neste ano, ele conseguiu passar em um concurso público federal e, mesmo sem saber, era acompanhado pelas bênçãos da irmã. "Eu fiz uma promessa difícil em prol do meu irmão e ele conseguiu, mas não sabe que eu tinha feito essa promessa [...] eu disse a Santa que se ele passasse, eu ia subir de joelho esse ano, e agora vou pagar a ela muito mais feliz”, conta.

Aos 85 anos, José Marcelino caminha 85 km para visitar o santuário. Júlio Gomes/LeiaJá Imagens

A princípio foi uma promessa, mas a caminhada de aproximadamente 85 quilômetros para o encontro com a imagem do Morro da Conceição já a tradição de fim de ano de José Marcelino. Há seis anos consecutivos ele sai de madrugada de Vicência, na Mata Norte, e vai a pé ao santuário.

"É muito gratificante, porque Deus se sacrificou muito mais que isso por nós. Ela merece muito mais do que isso que eu faço", destaca.

Aos 68 anos, o agricultor abandona por uma noite o cultivo de subsistência e peregrina solitário pelas rodovias e avenidas que o levam ao Morro. 

"Eu saí ontem de 4h da manhã, aí caminhei 11 horas até Tiúma e dormi na casa do meu irmão. Hoje saí de 5h e cheguei aqui de 10h05", explica.

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Nos pés uma sandália simples, nas mãos um terço e nas costas uma bolsa com pedidos de cura aos enfermos que não puderam fazer a visita. "Nossa Senhora da Conceição é minha intercessora muito especial, junto ao seu filho Jesus Cristo. Eu realmente já consegui muitas graças", comenta.

 Assim, Marcelino chega ao Morro e aproveita ao máximo o tempo junto a milhares fieis como ele. Antes de voltar, o idoso acompanha pelo menos duas missas para agradecer por estar mais uma vez presente na Festa da Santa e pedir saúde para repetir o roteiro no ano seguinte.

A tímida movimentação de fiéis frustrou a expectativa do comércio de fim de ano no ciclo de homenagens à Nossa Senhora da Conceição, na Zona Oeste do Recife. Nesta terça-feira (7), vendedores mais antigos lamentaram a falta de clientes ao comparar com anos anteriores, enquanto estreantes estão animados pela procura de artigos religiosos na 117ª Festa do Morro.

Desapontado pela ausência das tradicionais caravanas do Interior, Romildo Paulino, dono de uma barraca ao lado da igreja há 40 anos, enxerga que a crise econômica já atrapalha mais do que a pandemia.

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“A própria situação dificulta. Muita gente ainda não recebeu o 13º [salário], um ano de muito desemprego. Então isso tudo dificulta com a própria doença dessa pandemia”, disse.

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Os consumidores perceberam que produtos como terços, calendários e até mesmo da água mineral tiveram um aumento de preço.

Questionada sobre as críticas da clientela, a autônoma Juliana dos Santos brincou: “aparece um ou outro perdido que reclama, que é chorão”.

Há seis anos na celebração da padroeira afetiva do Recife, a comerciante Edivânia Rodrigues relatou que as vendas "estão péssimas" e explica que o reajuste teve que ser repassado aos clientes para garantir o lucro se propõe a enfrentar o sol para tirar o sustento.

“Ano passado a gente comprou mais barato e esse ano aumentou”, pontuou ao comentar sobre a logística de transporte dos produtos que vêm de fora do estado.

Em seu primeiro ano na Festa da Santa, Sandra da Silva conta que reservou um dinheirinho para investir na venda de calendários. Essa foi a forma que encontrou para trabalhar perto de casa, já que está desempregada. “Tô sem trabalhar, sem fazer nada em casa e como tenho filho vim vender”, concluiu.

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A fé atraiu devotos ao Morro da Conceição, Zona Norte, para o encontro com a padroeira afetiva do Recife (oficialmente a padroeira da Capital é Nossa Senhora do Carmo) nesta terça-feira (7), véspera do fim das homenagens à Nossa Senhora da Conceição. O tema escolhido neste ano prega união após um período de provações causado pela pandemia: "Aos pés da Imaculada Conceição do Morro, somos todos irmãos".

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Como medida sanitária mantida desde o ano passado, a entrada de fiéis permanece controlada e as velas são acesas por voluntários aos pés da imagem. 

Ao todo, 480 lugares são disponibilizados dentro da igreja e 320 cadeiras ficam do lado de fora para receber o público das missas campais.

A permanência dentro do santuário também segue limitada para que todos possam ter seu momento íntimo com a Santa.

Programação

Milhares de pessoas subiram o Morro da Conceição, na Zona Norte do Recife, para acompanhar a programação da 117° Festa do Morro, iniciada no dia 28 de novembro.

Mais duas missas são esperadas ao meio-dia e às 16h desta terça (7). Entre as celebrações, duas novenas foram marcadas às 10h e 14h.

O tradicional Momento Mariano ocorre a partir das 18h e a Novena Solene, que fecha a agenda do dia, inicia a partir das 19h30.

A quarta (8) é o Dia da Santa, que deve lotar o entorno do santuário de devotos que partilham o mesmo propósito de agradecer as graças concedidas e pedir proteção à Nossa Senhora da Conceição. 

As celebrações começam já na meia-noite e seguem de hora em hora ao longo do dia com transmissão simultânea pelo canal Santuário do Morro da Conceição no YouTube.

A carreata com a imagem de Nossa Senhora foi retomada após a suspensão de 2020. Antes de atravessar bairros do Recife, a concentração ocorre às 15h30, na Prefeitura do Recife, no Cais do Apolo, área Central da capital, com saída programada às 16h. 

Após retornar ao santuário, a cerimônia de encerramento será ministrada pelo arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido, que fecha o ciclo de homenagens a partir das 19h30.

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Para a festa de Nossa Senhora da Conceição, o Grande Recife Consórcio de Transporte anunciou nesta quinta-feira (2), que irá reforçar, de forma gradual, as linhas de ônibus que circulam próximas ao Morro da Conceição, na Zona Norte do Recife. O reforço começa a partir da sexta-feira (3).

O esquema de mobilidade que se intensifica na quarta-feira (8) é para que fieis possam participar da tradicional festa e prestar suas homenagens à Nossa Senhora da Conceição. Além disso, o Consórcio fará a implantação de parada provisória na Avenida Norte e manterá o Terminal Integrado Macaxeira funcionando durante toda a madrugada do dia 8.

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O Consórcio detalha que na quarta-feira, dia em que é esperada uma maior concentração de fieis no Morro da Conceição, 281 ônibus estarão circulando pela região e, juntos, farão 2.536 viagens ao longo do dia. Ou seja, serão 123 ônibus e 999 viagens a mais que em feriados comuns.

Para facilitar o embarque e desembarque de passageiros na Avenida Norte, no sentido cidade/subúrbio, a parada em frente à Escola Profissionalizante Dom Bosco – se tornará temporariamente seletiva atendendo apenas as linhas 641 – TI Macaxeira/Encruzilhada e 645 – TI Macaxeira (Avenida Norte).

Após o Largo Dom Luis, próximo ao Supermercado Mais Você, será implantada uma parada provisória atendendo as outras 11 linhas que passam pelo local: 330 – Casa Amarela/CDU (Av. Caxangá); 517 – Córrego do Inácio; 612 – Morro da Conceição (Cruz Cabugá); 621 – Alto Treze de Maio (Príncipe); 622 – Vasco da Gama (Cabugá); 623 – Vasco da Gama (João de Barros); 624 – Brejo (Conde da Boa Vista); 631 – Nova Descoberta (Cabugá); 632 – Alto do Refúgio (Cabugá); 642 – Guabiraba (Córrego do Jenipapo) e 644 – Largo do Maracanã (Conde da Boa Vista).

Especificamente as linhas 612 – Morro da Conceição (Cruz Cabugá) e 613 – Morro da Conceição (Bacurau) terão seu terminal transferido para a Rua Pedro Allain, das 17h da sexta-feira até o encerramento da Festa e a liberação das vias pela CTTU. Neste mesmo período, os ônibus da linha 622 – Vasco da Gama (Cabugá) terão seu itinerário modificado, no sentido cidade/subúrbio. Operando com o seguinte percurso:

…Avenida Norte, Rua Vasco da Gama…

Com TI Macaxeira operando na madrugada do quarta-feira (08), oito linhas farão viagens a mais, a partir das 00h. São elas: 202 – Barro/Macaxeira (Várzea); 207 – Barro/Macaxeira (BR-101); 2490 – TI Camaragibe/TI Macaxeira; 1906 – TI Pelópidas/TI Macaxeira; 601 – Bola na Rede/Macaxeira; 902 – Mirueira/Macaxeira; 948 – Arthur Lundgren/Macaxeira e 645 – TI Macaxeira (Av. Norte). Nestas viagens, os demais terminais integrados estarão fechados. Por isso, os pontos de retorno serão na BR-101.

Confira as linhas que terão reforço na operação: 

202 – Barro/Macaxeira (Várzea)

207 – Barro/Macaxeira (BR-101)

330 – Casa Amarela/CDU (Av. Caxangá)

513 – Córrego da Areia

515 – Nova Descoberta (Bacurau)

517 – Córrego do Inácio

520 – Macaxeira/Parnamirim

601 – Bola na Rede/Macaxeira

604 – Alto do Burity/Macaxeira

611 – Alto José do Pinho (Cais de Santa Rita)

612 – Morro da Conceição (Cruz Cabugá)

613 – Morro da Conceição (Bacurau)

621 – Alto Treze de Maio (Príncipe)

622 – Vasco da Gama (Cabugá)

623 – Vasco da Gama (João de Barros)

624 – Brejo

626 – Brejo (Bacurau)

630 – Vasco da Gama/Derby

631 – Nova Descoberta (Cabugá)

640 – Guabiraba/Derby

641 – TI Macaxeira/Encruzilhada

642 – Guabiraba (Córrego Jenipapo)

643 – Córrego do Jenipapo (Bacurau)

644 – Largo do Maracanã (Conde da Boa Vista)

645 – TI Macaxeira (Avenida Norte)

680 – Vasco da Gama/Afogados

718 – Córrego do Euclídes/Derby

901 – TI Abreu e Lima/TI Macaxeira

902 – Mirueira/Macaxeira

948 – Arthur Lundgren II/Macaxeira

1906 – TI Pelópidas/TI Macaxeira

1964 – TI Igarassu/TI Macaxeira

2490 – TI Camaragibe/TI Macaxeira

Na manhã desta terça (8), muitos devotos de Nossa Senhora da Conceição driblaram o medo da Covid-19 para participar da 116ª edição da festa que leva o nome da santa. Vindos de todas as partes da Região Metropolitana do Recife (RMR), os fiéis subiram o Morro da Conceição, na Zona Norte da cidade, para prestar suas homenagens e pagar promessas. O movimento, um pouco menor que o habitual, transcorreu tranquilamente, seguindo as regras de segurança referentes à pandemia. 

Este ano, para minimizar os riscos de contágio pelo coronavírus, a organização da festa estabeleceu alguns protocolos para evitar aglomerações. Nos portões do santuário foram organizadas filas para que os fiéis entrassem aos poucos e pudessem rezar aos pés da imagem da santa. Objetos para serem benzidos e velas eram recolhidos por voluntários para que as pessoas não tumultuassem no local. A iniciativa transcorreu de forma tranquila e ordenada e alguns fiéis aprovaram a medida. “Todo ano deveria ser assim”, disse Maria Adisa, que aguardava para chegar próximo ao monumento.

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O voluntário Bruno Bezerra, consagrado pela Congregação Rosariana da Vida e Aliança, ajudava na benção dos objetos do público e rezando pelos que passavam pelo santuário. Segundo ele, o movimento estava um pouco menor do que o esperado pelos religiosos. “Está tranquilo, estamos abençoando as pessoas e elas estão cumprindo com as regras de segurança”. Além das filas, o público era recebido com álcool em gel, aferição de temperatura, além de algumas pias com água e sabão que foram espalhadas pelo local. 

Até o final desta terça (8), último dia da Festa de Nossa Senhora da Conceição, serão ministradas missas, com transmissão pelas redes sociais do Santuário Morro da Conceição. As próximas celebrações acontecem às 12h, 14h, 16h e o culto de encerramento às 19h, presidido pelo arcebispo Metropolitano do Recife e Olinda, Dom Fernando Saburido. A presença dos fiéis dentro da igreja está limitada a 30% da capacidade.

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A fé parece ser maior que o medo do coronavírus. É o que se sente ao subir o Morro da Conceição, na Zona Norte do Recife, nesta terça-feira (8), dia em que se celebra Nossa Senhora da Conceição. Em sua maioria usando máscaras de proteção, os fiéis se dirigiram ao santuário para prestar sua homenagem e pagar promessas. Como fez Edilene Maria dos Santos, que percorreu o caminho de joelhos.

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A cozinheira pernambucana repete a cena há 11 anos. O sacrifício é em retribuição de uma graça que Edilene crê ter sido dada por Nossa Senhora da Conceição. Ela conta que passou anos sem andar e sem sentir as pernas, mas ao pedir à santa por sua saúde, foi atendida: "Os médicos disseram que eu não ia andar mais. Minha vida tem muito sofrimento, daria um livro". 

A emoção da fiel é tamanha que ela chora ao relembrar o milagre alcançado. Segundo Edilene, faltam dois anos para cumprir totalmente a promessa, mas após isso, ela continuará vindo ao santuário buscar as bênçãos da Virgem. De máscara, ela garante não sentir medo da pandemia. O motivo, se encontrava lá em cima do morro. "Primeiramente Deus, depois ela, me apego a ela e a Deus".

A pandemia não abala a devoção à Nossa Senhora da Conceição, mas modificou a rotina de cerca de 300 voluntários da 116ª Festa do Morro, na Zona Norte do Recife. Em condições opostas, Ananda Duarte comemora a estreia como voluntária na celebração, enquanto Dona Maria José lamenta ter que interromper seus 45 anos de apoio à festa, por conta da Covid-19.

Aos 93 anos, Dona Maria José é natural de Gravatá, no Agreste de Pernambuco, e lembra que ao chegar no Morro da Conceição, em 1975, ainda orava em uma simples capela, que deu lugar ao grandioso santuário. Desde então, a idosa mora ao lado da imagem da Santa e dedica suas conquistas à Virgem Imaculada.

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Incluída no grupo de risco da Covid-19, ela lembra do esforço em prol dos ciclos da padroeira afetiva do Recife e não esconde a frustração de estar longe da festa. Afastada dos trabalhos pela paróquia, Dona Maria tenta participar mesmo à distância e fez da casa um espaço para produzir de luminárias de garrafa pet, usadas no encerramento das homenagens, nesta terça-feira (8).

Acompanhe

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Em sua primeira experiência como voluntária, a integrante do grupo jovem da igreja, Ananda Duarte, de 17 anos, ficou responsável por reforçar a proteção sanitária dos fiéis na entrada e na mobilidade interna do santuário.

Envolta em um sentimento de gratidão, a estudante conta que é a única católica da família e garante que o cansaço dos dias de serviço é recompensado com o reconhecimento dos fiéis. Segundo a jovem, o contato com a fé das pessoas é um incentivo para participar da organização da Festa nos próximos anos.

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"Terço a partir de R$ 3, cinco fitas por R$ 1, R$ 5 faço dois calendários e a vela sai por R$ 2", é a proposta oferecida pelo ambulante Edvaldo Neto aos devotos de Nossa Senhora da Conceição. Em meio à crise financeira agravada pela pandemia, o desemprego é atenuado com a venda de artigos religiosos na 116ª Festa do Morro da Conceição, na Zona Norte do Recife. A oportunidade é recebida com a esperança de melhores condições em 2021. 

Em seu primeiro ano de vendas na Festa do Morro, Edvaldo trocou a rotina dentro dos coletivos pelo sol quente dos arredores do santuário. Sem certeza do retorno, investiu apenas R$ 800 e, mesmo com o público reduzido, sentiu potencial para seguir no ramo após o término da celebração. "Graças a Deus as vendas estão boas, pensava que ia ser ruim por causa da pandemia, mas a gente tá vendendo. Eu tô pensando em investir nisso daqui para continuar trabalhando", garantiu.

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Sem emprego formal há três anos, Edvânia Rodrigues divide espaço com outros vendedores de calendário na saída da Imagem. Nos últimos cinco anos, ela alterna os 11 dias da Festa com o marido e consegue vender até 150 calendários nos fins de semana mais movimentados. "Eu nunca ia imaginar que ia tá isso tudo, mas tá ótimo. O pouco com Deus é muito", agradeceu.

Assim como Edvaldo, o objetivo de Edvânia é aproveitar a movimentação de pessoas na visita à Virgem Imaculada. O dinheiro das vendas será investido no próprio negócio, após o abatimento das dívidas de início de ano. "Vou pagar as coisas dos meus quatro filhos e do meu netinho, e vou botar um negocinho para mim de pastel", almeja a moradora do bairro do Cordeiro, na Zona Oeste do Recife.

Por outro lado, os tradicionais barraqueiros reclamam da proibição deste ano imposta pela Diretoria Executiva de Controle Urbano do Recife (Dircon). "Eu sei que essa doença voltou com toda a carga, mas acontece que a pandemia só é pra gente? A gente podia colocar uma barraca aqui, outra com dois metros, mas ninguém colocou", criticou Nanci Fernandes.

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Ela trabalha na limpeza de uma unidade de saúde e conta que monta seu comércio todos os fins de semana do ano para complementar a renda. Com a restrição da Prefeitura, Nanci precisou alugar um terreno próximo a um dos acessos da igreja para não perder parte do seu rendimento habitual. "Não vai ser como eu vendo todo ano. Tá muito fraquinho, num tá vendendo nada. Tá pingando uma vela, uma água, uma santa" lamentou.

Com as dificuldades já previstas e o gasto fora do esperado, a comerciante conta que até os fornecedores espantaram-se durante as negociações. Em anos anteriores, ela lembra que comprava cerca de R$ 800 em artigos religiosos e, para 2020, adquiriu apenas R$ 257. "Ele chega falou assim, 'Nanci, só vai comprar isso?', eu disse 'claro, que não vou investir numa coisa que não sei como vou pagar'", relatou.

Para quem encerrava a comemoração com cerca de R$ 2.500 no bolso, Nanci faz planos, mas acredita que esse ano será difícil de alcançar o lucro projetado. "Sempre quando chega uma festa, a gente quer comprar uma televisão ou um objeto pra dentro de casa e fazer uma ceia mais reforçada, mas esse ano, infelizmente, não vai acontecer isso", queixou-se.

Em virtude da Covid-19, que já infectou 190.415 pessoas e matou 9.148 em Pernambuco, os administradores do santuário chegaram a enviar um ofício às paróquias da Região Metropolitana do Recife para que não haja romarias. Além da entrada restrita a cerca de 540 fiéis por missa, o acesso só é permitido com máscara de proteção e aferição da temperatura.

Os velários estão fechados ao público, oito pias foram instaladas na área interna e as cinco celebrações diárias são transmitidas simultaneamente no YouTube. Para esta terça (8), nove missas serão dedicadas à Santa.

As celebrações estão marcadas às 0h, 2h, 4h, 6h, 9h, 12h, 14h, 16h e o encerramento às 19h, com o culto presidido pelo arcebispo Metropolitano de Recife e Olinda, Dom Fernando Saburido.

Mesmo com a crise mundial da Covid-19, que acumula mais de um milhão e meio de mortes, a devoção por Nossa Senhora da Conceição atrai milhares de fiéis à Zona Norte do Recife, nesta terça-feira (8). Em celebração pela 116ª Festa do Morro, religiosos mais preocupados com aglomerações anteciparam as homenagens e foram surpreendidos com as normas sanitárias adotadas pelo santuário.

"Tá bem organizado, com muita orientação, mesmo com o fluxo de carros um pouquinho maior. A entrada aqui me surpreendeu, porque eu não esperava que fosse ter álcool e aferição de temperatura", relatou a nutricionista Larissa Amorim, que antecipou a visita à imagem da Santa na sexta-feira (4).

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Moradora do bairro de Parnamirim, também na Zona Norte, desde criança ela renova a fé no dia da Imaculada Conceição. Contudo, a tradição foi rompida pela pandemia neste ano. "Desde que me conheço por gente, venho aqui todos os anos com a família. Na verdade, a gente sempre vem no dia 8, mas com a pandemia, eu vim antes para receber a benção de Nossa Senhora", pontuou Larissa.

A festa da padroeira afetiva do Recife é reconhecida como um dos principais eventos do ciclo religioso do município e recebeu mais de 1,7 milhão de devotos em 2019. "Tenho uma devoção muito grande por ela. Todo ano eu venho pra festa dela e no ano passado, vim no dia dela mesmo, mas com essa pandemia eu vim antes", reforçou a dona de casa Nilza Teixeira, moradora de Jaboatão dos Guararapes, Região Metropolitana da capital pernambucana.

Apesar de não haver uma alta expectativa de fiéis presentes neste ano, a celebração de encerramento deve unir menos pessoas. Pernambuco está em alerta por conta do aumento dos índices da Covid-19. O estado totaliza 190.415 casos e 9.148 óbitos em decorrência do novo coronavírus.

Ainda que o vírus cause receio, há fiéis que participam pela primeira vez da celebração, como é o caso do empreendedor Wilson Silva. "Sempre acompanho de longe, esse ano resolvi vir. Como eu estou abrindo um pequeno empreendimento, então pedi a proteção dela para que tudo dê certo e prospere", relatou o autônomo, que saiu do bairro da Imbiribeira, na Zona Sul, para dar continuidade à devoção herdada da mãe.

Sem a disponibilidade de uma vacina eficaz contra a doença, a fé na Virgem é o remédio para a alma. "É uma doença que a gente não sabe como tratar. A gente não vê ela. É pelo ar, né? Aí a gente fica com medo [...] tem que se agarrar com a fé de que tudo vai dar certo e a gente vai sair dessa. A gente tem que ter fé", acrescentou Nilza.

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Em virtude da Covid-19, os administradores do santuário chegaram a enviar um ofício às paróquias da Região Metropolitana do Recife (RMR) para que não haja romarias. Além da entrada restrita a cerca de 540 fiéis por missa, o acesso só é permitido com máscara de proteção e aferição da temperatura.

Os velários estão fechados ao público, oito pias foram instaladas na área interna e as cinco celebrações diárias são transmitidas simultaneamente no YouTube. Para o ápice da comemoração, nesta terça, nove missas serão dedicadas à Santa.

As celebrações estão marcadas às 0h, 2h, 4h, 6h, 9h, 12h, 14h, 16h e o culto de encerramento às 19h, presidido pelo arcebispo Metropolitano de Recife e Olinda, Dom Fernando Saburido.

Por conta da pandemia da Covid-19, a 116ª Festa de Nossa Senhora da Conceição, que acontece no Morro no Morro da Conceição, Zona Norte do Recife, irá acontecer de uma forma diferente e com as celebrações transmitidas pela internet. 

A celebração religiosa será realizada entre o dia 28 de novembro e 8 de dezembro, mas sem as procissões e atrações culturais, como acontecia tradicionalmente. As confissões também ficarão de fora e a presença do público na igreja será limitada.

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Todas as 63 celebrações previstas serão transmitidas pelas redes sociais do Santuário Morro da Conceição. No dia 28 de novembro, às 19h, a missa de abertura será presidida por Dom Limacêdo Antônio da Silva, que é o Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Olinda e Recife.

Já entre os dias 29 de novembro e 7 de dezembro, serão realizadas cinco missas diariamente, nos horários: 6h, 9h, 12h, 14h e 16h, cada uma com duração média de 45 minutos; o solene novenário acontecerá às 19h.

No Dia de Nossa Senhora da Conceição, celebrado no dia 8 de dezembro, haverá oito missas programadas para acontecer às 0h, 2h, 4h, 6h, 9h, 12h, 14h, 16h; solenidade das 19h será presidida por Dom Fernando Saburido.

Segundo o G1, a presença dos fiéis dentro da igreja será limitada a 30% da capacidade, tentando garantir o distanciamento social de 1,5 metros entre as pessoas. 90 bancos serão colocados na parte externa da igreja. A previsão é de que 420 pessoas participem de cada celebração - diante de todas essas medidas para a contenção da Covid-19.

Uso da máscara será indispensável e lavatórios serão colocados ao redor da igreja, que terá as portas retiradas para aumentar a circulação de ar no local. Quem quiser acender velas na semana da celebração, elas deverão ser entregues aos voluntários para a higienização.

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