A vitória do Náutico sobre o Moto Club-MA por 1 a 0, na Arena Pernambuco, mostrou que a maior preocupação do técnico Lisca, neste início, é com a defesa. Diante do Central, o treinador nem escalou a equipe. Desta vez, ele não só armou, como fez grandes mudanças – até precavidas demais. Porém, deu certo. O Timbu voltou a ganhar sem tomar gol e quase não sofreu sustos. Mas ainda está longe do ideal, reconhecido pelo próprio Lisca após a partida.
Na véspera do jogo, o treinador alvirrubro afirmou que não escalaria a equipe no 3-5-2. E, de fato, não foi essa mesmo a formação escolhida. O time partiu do 5-3-2 com pouca movimentação e criatividade. Lisca soltou mais Guilherme e deixou Gastón preso. O que era desnecessário, pois o Moto, com um time misto, também não queria se expor.
##RECOMENDA##Sem a bola, o time se defendia no 5-3-2. No momento de atacar, Hélder Ribeiro, até então alinhado a Fillipe Soutto no meio-campo, se deslocava ao ataque. Assim, o Náutico passava a jogar no 3-4-3. Contudo, o camisa 11 foi peça nula na engrenagem timbu. Nem marcava como volante, tampouco atacava como jogador ofensivo. Por isso, foi merecidamente substituído no intervalo.
Lisca tirou Hélder Ribeiro e colocou Renato, que entrou mais avançado com Bruno Alves sendo recuado para o meio. O atacante entrou e, com seis minutos, marcou o gol da vitória. E não ficou só nisso. Ele se aproximou de Bruno Alves e o Náutico ganhou em criatividade. David substituiu Bruno Alves e Guilherme, em outra boa apresentação, saiu da lateral para a zona central. O Alvirrubro ganhou em velocidade, mas com o passar do tempo se preocupou mais em defender para garantir o resultado do que agredir o adversário.
Já com Preto em campo na vaga de Josimar, o Náutico, cansado por causa do excesso de treinos na semana, se fechou na defesa. A bola na trave de Vavá, o maior susto na partida, já havia passado e a pressão do Moto Club não foi consistente. Isto ajudou a minimizar os problemas do Timbu e dar tranquilidade aos três zagueiros alvirrubros, pouco exigidos.
Vitória construída mais na vontade do que na tática ou técnica. Importante dentro do atual contexto do Timbu. Entretanto, não ilude os alvirrubros e muito menos o técnico Lisca. Com apenas três dias de treinamentos puxados, é impossível corrigir todos os erros. O Timbu ainda tem setores espaçados e pouca movimentação, dando poucas opções ao jogador que está com a bola.
Apenas com treinamentos, que serão raros nos próximos dias devido à sequência de jogos, esses problemas podem ser solucionados. Só com o tempo Lisca terá a equipe do jeito que quer e gosta: “Com entrosamento, dinâmica e sincronia de movimentos”.