Tópicos | Mundial de Ginástica Artística

A norte-americana Simone Biles quebrou o recorde de maior número de medalhas de todos os tempos obtido por qualquer ginasta no Mundial de Ginástica Artística. Ela garantiu mais dois ouros neste domingo (13), um no solo e outro na trave, na atual edição do evento que está sendo realizada em Stuttgart, na Alemanha. Nos mesmos eventos, a brasileira Flávia Saraiva ficou em quarto e sétimo lugar, respectivamente.

Com mais essas duas láureas, Biles soma 25 medalhas na competição. A melhor marca anterior era do ginasta bielo-russo Vitaly Scherbo, com 23 conquistas. Ela já havia conquistado o ouro por equipes na última terça-feira; no individual geral, na quinta-feira, e no salto neste sábado. Das 25 medalhas, 19 são ouro, contra 12 de Scherbo.

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No domingo, a ginasta de 22 anos conseguiu uma nota 15,066 na trave após uma rotina quase perfeita, optando por uma desmontagem mais simples do que o duplo-duplo - um giro duplo dentro de um backflip duplo - realizado no início do campeonato. Já tanto a prata como o bronze ficaram com a China: Liu Tingting fez 14,433 e Li Shijia, com um somatório de 14,300.

E o desempenho da americana poderia ser ainda mais espetacular não fosse o quinto lugar nas barras assimétricas, no sábado, que acabou com as chances de Biles ganhar uma medalha em todos os seis eventos dos quais participou, O feito já havia sido alcançado por ela no ano passado, em seu retorno ao Mundial depois de optar por um ano sabático em 2017.

A representante do Brasil nas duas provas foi Flávia Saraiva. A atleta carioca ficou muito perto de um pódio no solo ao obter uma nota 13,966 em sua apresentação e ficou a míseros 0,100 de faturar uma medalha de bronze.

"Cada atleta tem seu potencial. Dei o meu melhor. Competição é competição. Agora é voltar para casa e trabalhar cada décimo para melhorar. Sempre têm passadas melhores, mais difíceis para se fazer - comentou Flávia, em entrevista ao canal SporTV.

Na disputa da trave, Flávia, de 20 anos, caiu logo na primeira tentativa de acrobacia, mas ficou com a sexta colocação após uma bela apresentação na última série, fechando seu somatório em 13,400.

Ainda não foi desta que Arthur Nory Mariano conquistou sua primeira medalha em Mundiais de Ginástica Artística. Em sua primeira final por aparelhos, o brasileiro terminou na quarta colocação em Glasgow (Escócia) na barra fixa. Ainda que tivesse repetido o bom desempenho da fase de classificação, ficaria relativamente longe do bronze.

Nory, que terminou na 12.ª colocação a sua terceira participação em finais do individual geral, pela primeira vez se destacou em um único aparelho ao receber 15,300 na sua apresentação na barra fixa nas eliminatórias. Depois, tirou 15,166 na final por equipes e 15,200 na final do individual geral.

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Neste domingo, repetiu o resultado mais baixo, com 15,166. Naquele momento, assumiu o terceiro lugar da classificação. Mas o cubano Manrique Larduet, prata no individual geral, se apresentou logo na sequência, recebeu 15,600, e pulou para o terceiro lugar no aparelho.

O ouro ficou com o japonês Kohei Uchimura, hexacampeão do individual geral, que se despede de Glasgow com sua terceira medalha de ouro. No aparelho em que falhou na final por equipes, o astro foi perfeito para, com 15,833, faturar apenas seu terceiro título por aparelhos em sete anos de supremacia na ginástica - os demais haviam sido nas barras paralelas, em 2013, e no solo, em 2011.

Candidato ao título, Fabian Hambuechen, da Alemanha, caiu em sua apresentação e acabou só no sétimo lugar. A prata acabou com o norte-americano Danell Levya, que recebeu nota 15,700.

MAIS MEDALHAS - Só nas três finais disputadas neste domingo, sete países diferentes foram ao pódio na ginástica masculina. Nas barras paralelas, Hao You recebeu incríveis 16,216 pontos em sua apresentação para ganhar o ouro para a China. Oleg Verniaiev, da Ucrânia, também superou a barreira dos 16 pontos para somar 16,066, com a prata. O bronze foi dividido entre dois atletas. Oleg Stepko, do Azerbaijão, e Shudi Deng, da China, empataram com 15,966.

No salto, o título ficou com Gwang Ri Se, da Coreia do Norte, que fez média de 15,450 pontos nas suas duas apresentações e faturou o bicampeonato. Marian Dragulescu, da Romênia, faturou a prata, com 15,400, enquanto Donnell Whittenburg levou o bronze (15,350).

As seleções brasileiras masculina e feminina de ginástica artística começam a disputa do Mundial de Glasgow, nesta sexta-feira (23), em busca de duas conquistas que talvez nem representem pódio, mas que para elas é tão importante quanto uma medalha: as vagas por equipes nos Jogos Olímpicos do Rio-2016. Os dois grupos passaram os últimos dez dias treinando na Europa e, além da confiança, demonstram sintonia também no discurso: o importante é não adiar a classificação olímpica.

Mesmo sendo país-sede da próxima Olimpíada, o Brasil só tem assegurada uma vaga no individual masculino e outra no feminino. Para classificar a equipe para o Rio-2016, a seleção precisa terminar entre as oito primeiras no Mundial que será disputado na Escócia até o próximo dia 1.º. Se não conseguir, terá de ao menos terminar entre os 16 mais bem colocados para ter uma última chance no evento-teste de abril do próximo ano.

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Apesar dos discursos semelhantes, as perspectivas são distintas. Entre os homens, é grande a expectativa para que o Brasil se classifique para os Jogos pela primeira vez na história já com uma das vagas do Mundial. "A gente trabalhou o ano todo para chegar este momento", resumiu o ginasta Arthur Zanetti.

Campeão olímpico nas argolas em 2012, Zanetti terá de se superar nos demais aparelhos. "Nas argolas estou tranquilo, mas, como estamos precisando da classificação por equipes, nas provas de solo e salto dá um friozinho na barriga, porque não são minhas especialidades", ponderou. Além dele, a seleção é formanda por Arthur Nory Mariano, Caio Souza, Francisco Barretto Júnior, Lucas Bitencourt, Péricles da Silva e Diego Hypolito, que será o reserva.

No feminino, mesmo com a confiança demonstrada pelas atletas, o caminho para os Jogos do Rio promete ser mais difícil. Isso porque, nos últimos meses, a seleção perdeu as ginastas Rebeca Andrade - apontada como grande promessa da modalidade - e Julie Kim Simon, ambas por lesão.

"A gente tinha tudo para estar na final, mas algumas frustrações aconteceram. Quando a gente perdeu a Rebeca foi um baque muito grande, que mexeu com a equipe. O mesmo aconteceu depois, com a Julie, porque as meninas estão muito focadas", comentou Georgette Vidor, coordenadora da seleção feminina.

Apesar disso, ela diz que "não é impossível" a classificação já neste Mundial. "A Jade (Barbosa) começou a crescer, ganhou a prova de trave na (etapa de Copa do Mundo da) Croácia com uma prova muito boa. E a Thauany (Araújo), que era nossa nona menina, fez a dupla pirueta no salto e deu uma chance de ter uma prova muito forte."

A seleção feminina que está em Glasgow é composta por Daniele Hypolito, Flávia Saraiva, Jade Barbosa, Letícia Costa, Lorenna Rocha, Lorrane Oliveira e Thauany Araújo. Entre elas, Flávia, Lorenna, Lorrane e Thauany disputarão o Mundial pela primeira vez.

Enquanto Diego Hypolito se tornou reserva da seleção brasileira de ginástica artística e foi às redes sociais reclamando que não poderia brigar pelo título mundial no solo e no salto, Arthur Zanetti mostra que entendeu a proposta dos técnicos. Campeão olímpico e mundial das argolas, ele garante que o foco do Brasil em Nanning (China), a partir desta quinta (2), é uma boa colocação por equipes. O resultado na argola é consequência.

"O nosso objetivo principal para este Mundial é conseguir uma boa classificação por equipes. Os resultados individuais vão ser consequência. Estamos focando em conseguir vaga para os Jogos Olímpicos de 2016, em casa. O Mundial deste ano já é uma classificação", comentou Zanetti, lembrando que só as 24 melhores equipes em Nanning garantem vaga para o Mundial de 2015, na Escócia.

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O atleta do Serc/São Caetano vai competir em três aparelhos. No salto e no solo, a meta é uma nota que fique entre as quatro melhores da equipe e ajude o Brasil na pontuação. Nas argolas, além de colaborar com o time, Zanetti quer chegar à final. Aí, a apresentação já não vale mais por equipes, apenas na briga por medalha.

De acordo com Zanetti, o Brasil briga até mesmo por uma final por equipes, o que aumentaria o número de apresentações dele durante o Mundial. Planejamos brigar para ficar em oitavo, décimo. Todos nós teremos de competir bem, fazer a nossa parte", comentou.

O discurso é o mesmo do técnico Marcos Goto, que admite que o bronze no Pan de Ginástica, há um mês, foi um resultado abaixo do esperado para a equipe brasileira. No Mundial, a meta é superar o 13º lugar de Tóquio, quando o Mundial foi pré-olímpico.

"Esse Mundial é classificatório por equipes. Então, é preciso melhorar. No Pan de Ginástica, nós esperávamos que a equipe competisse melhor. Tivemos erros que não podemos ter na equipe. O objetivo para o Mundial é ficar pelo menos entre os 12 primeiros, os 10 primeiros. Para mim, o meu objetivo é ficar entre os oito, sermos finalistas por equipes. Mas o objetivo é ficar abaixo do 12º, pelo menos", diz Goto.

Décimo colocado nos Jogos de Londres, Sérgio Sasaki deu mais um passo rumo ao sonho de uma medalha no Rio/2016. Nesta quinta-feira, foi quinto colocado no individual geral do Mundial da Antuérpia (Bélgica), com 88,949 pontos, ficando a 0,383 da medalha de bronze, conquistada pelo alemão Fabian Hambuechen.

"Estou me sentindo muito feliz. Acho que consegui provar para mim mesmo tudo o que sou capaz, com foco e com objetivo", comemorou o ginasta brasileiro. "Ficar em quinto lugar hoje (quinta) faz desse dia o mais feliz da minha vida. Não ganhei uma medalha, mas saí da área de competição com a sensação de dever cumprido", disse ele.

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Segundo o próprio ginasta, a meta que havia traçado para o Mundial foi alcançada. "Meu objetivo era ficar em quinto e eu consegui. Tracei essa meta desde a Olimpíada. Agora, quero ainda mais", revelou o atleta, que chegou a figurar no quarto lugar durante a final, caiu depois para sexto, mas ganhou uma posição no último aparelho.

Sasaki já traça planos para o ano que vem. "Meu objetivo é conquistar uma medalha no próximo Mundial e, depois disso, uma medalha olímpica." Antes disso, sua primeira medalha pode vir domingo, quando compete na final do salto, com chances reais de pódio. Afinal, avançou da fase de classificação com a terceira melhor nota.

Outro brasileiro na final do individual geral, Arthur Nory Mariano, de apenas 20 anos, também poderia ter terminado entre os melhores. Estava em sétimo antes do último aparelho, mas caiu do cavalo com alças e terminou apenas no 17º lugar, o que não reduz a grande expectativa sobre deu potencial para o ciclo olímpico.

"Foi uma experiência muito boa. Chegar à final no meu primeiro Mundial foi extremamente gratificante. Fui com muita força nesta final e estava muito bem, mas no último aparelho me desconcertei um pouco e acabei cometendo falhas que não podem acontecer. Mas sei que tenho boas chances de competir com os melhores do mundo no individual geral."

A ginástica artística masculina deu nesta quinta-feira mais uma prova de que está entre as melhores da atualidade. Na final do individual geral do Mundial da Antuérpia, o Brasil conseguiu colocar dois ginastas brigando pelo pódio. Mas nenhum deles conseguiu medalha. Sérgio Sasaki terminou em quinto e Arthur Nory Mariano em 17.º, depois de ter ficado a prova toda entre os 10 melhores.

A medalha não veio por muito pouco. O bronze ficou com o alemão Fabian Hambuechen, que somou 89.332 pontos. Sasaki, 21 anos, fez 88,949. Nory, de apenas 20, terminou o Mundial com 85,140 pontos depois de sofrer uma queda no cavalo com alças, seu último aparelho. Até então, estava em sétimo. Na fase de classificação, havia sido o 18.º.

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O ouro foi para o japonês Kohei Uchimura, campeão olímpico, que venceu com ampla folga na Antuérpia se tornou tetracampeão mundial. A prata também ficou com o Japão, com Ryohei Rato. O britânico Max Whitlock terminou em quarto.

O Brasil ainda está classificado para fazer quatro finais de aparelhos na Antuérpia. No salto, vão brigar domingo pela medalha Sasaki e Diego Hypolito, que avançaram respectivamente com a terceira e a quinta melhores notas. Antes, no sábado, Diego compete na decisão do solo como favorito a uma medalha, uma vez que foi o segundo na classificação. A grande chance de um ouro, porém, é com Arthur Zanetti. Apesar de ter sido o segundo das eliminatórias das argolas, o brasileiro compete sábado como grande favorito ao título.

FINAL - Décimo colocado nos Jogos de Londres, Sasaki chegou à final do individual geral na Antuérpia como o sexto melhor da fase de classificação, que aconteceu entre segunda e terça-feira. Nesta quinta, o ginasta, que segue sem clube depois do fechamento da equipe adulta do Flamengo, começou a rotação no solo, com nota 15,133, melhorando em 0,133 seu desempenho da fase de classificação.

Na sequência, recebeu 14,250 no cavalo com alças. O único erro veio na saída das argolas, em que deu um passo para trás e recebeu a nota 14,600. Ainda assim, foi 0,100 melhor do que nas eliminatórias.

Em sexto, ele chegou à segunda metade da final confiante. No salto, aparelho em que também disputará final, fez 15,200, subindo para o quarto lugar. Caiu na classificação depois de somar 14,900 nas barras paralelas, aparelho em que teve pequena falha. Na barra fixa, cravou a apresentação, com 14,866.

NORY - Novato na equipe, em seu primeiro Mundial, Arthur Nory Mariano não começou bem a final, piorando sua nota nas argolas (14,166). Na sequência, somou 14,900 no salto e 14,508 nas barras paralelas, terminando a primeira metade da apresentação em nono.

A grande subida veio na barra fixa. Se na classificação Nory errou e tirou 13,158, na final acertou e recebeu nota 14,900, pulando para o sétimo lugar. Depois de somar 15,033 no solo, o brasileiro se manteve em sétimo. No último aparelho, o cavalo com alças, exatamente o que mais exige concentração, o brasileiro demonstrou cansaço, sofreu uma queda, tirou apenas 11,633 e despencou na classificação.

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