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O Museu Paulista, mais conhecido como Museu do Ipiranga, inaugura nesta quarta-feira (25) mais um espaço expositivo, destinado a mostras temporárias. Para marcar o aniversário da cidade de São Paulo, celebrado hoje, e também a inauguração do novo espaço, o museu abre a exposição Memórias da Independência.

A nova mostra do Museu do Ipiranga pretende dialogar com o público sobre os processos que levaram o Brasil a declarar independência de Portugal, discutindo sobre o mito de que o fato tenha ocorrido de forma isolada e em um único dia, assim como ficou gravado no imaginário popular e como foi retratado na pintura Independência ou Morte, de Pedro Américo [obra que foi restaurada recentemente e está exposta na parte mais antiga do museu, chamada de Edifício Monumento].

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Memórias da Independência reúne cerca de 130 itens relacionados ao processo de ruptura entre Brasil e Portugal. A mostra discute o protagonismo de São Paulo e do grito do Ipiranga como marco absoluto da independência e ressalta que a ruptura entre os dois países foi um longo processo, envolvendo diversos personagens e episódios que ocorreram em todo o Brasil.

Dividida em dois eixos temáticos, a exposição apresenta esculturas, pinturas, fotografias, estudos arquitetônicos e pictóricos, objetos decorativos, selos, desenhos, cartões-postais, discos, cartazes de filmes e charges para ilustrar o imaginário sobre a data.

O primeiro dos eixos temáticos aborda os esforços de manutenção da memória do Ipiranga como lugar do grito que instaurou a Independência. Já o papel do Rio de Janeiro como sede política do Império e da nova monarquia independente foi representado em pinturas, gravuras e pelo monumento a Dom Pedro I, primeiro grande exemplar da escultura do Brasil.

Neste eixo, voltado para as memórias da independência do Brasil, observam-se os diferentes esforços ocorridos nas cidades de São Paulo, de Salvador e do Rio de Janeiro no sentido de disputar a primazia de ser o centro referencial e simbólico da independência do Brasil, disse o historiador Paulo Garcez Marins, um dos curadores da exposição, em entrevista à Agência Brasil.

Ali, mostra-se como São Paulo, onde a independência foi declarada, o Rio de Janeiro, onde ela foi construída, e Salvador, local de onde os portugueses foram expulsos e vencidos no dia 2 de julho de 1823, disputam essa memória sobre a ruptura de Portugal.

“São Paulo vai ser palco da concentração desses esforços das autoridades para monumentalizar o Ipiranga. No centenário [da Independência do Brasil] isso vai acontecer mais uma vez e, por fim, no bicentenário, também. A reinauguração e a expansão do Museu do Ipiranga fazem parte dessa ação coletiva dos agentes públicos, privados e da própria sociedade para reforçar o Ipiranga como lugar simbólico para a nação”, afirmou o curador.

O segundo eixo temático destaca as memórias relativas aos movimentos de separação, como a Revolução Pernambucana de 1817, a Confederação do Equador, de 1824, e a Revolução Farroupilha, que durou de 1835 a 1845.

Marins acrescentou que existe ainda o eixo Outros Centenários, que é voltado para a compreensão de como esses movimentos foram comemorados. “Devemos imaginar, portanto, que essa compreensão seja dos processos de independência e também de como eles foram lembrados, sinalizando uma construção da identidade nacional muito difícil, muito contraditória, muito tensa e que, de alguma maneira, mostra suas fraturas até hoje.”

Segundo Marins, a exposição ajudará a conhecer mais sobre esses acontecimentos, trazendo, com isso, reflexões sobre o futuro do país. “Precisamos entender o Brasil como um país múltiplo, plural. Ainda é um desafio para nós entender que somos o resultado de um longo processo de acúmulo de populações, de práticas culturais, de tensões políticas”, disse ele.

“O Brasil é cheio de diferenças. Dentro da própria sociedade, a construção de nossa nacionalidade é uma construção difícil. Essas tensões que [a exposição] Memórias da Independência sinaliza se arrastam por dois séculos na nossa construção nacional. Nosso índice de desenvolvimento humano mostra que o Brasil ainda é um país não só cheio de diferenças, mas cheio de desigualdade. Então, refletir sobre esses processos é nos capacitar a melhorar o nosso país, torná-lo mais justo socioeconomicamente e, sobretudo, dar visibilidade e reconhecer os diferentes agentes e protagonistas do nosso país”, enfatizou.

Marins defendeu o envolvimento de todos na construção de uma sociedade mais igualitária, na construção de uma perspectiva de transformação. “Nesse sentido, acho que os museus de história sinalizam não apenas as dificuldades desse processo, mas também de engajamento social, para construir patamares mais justos para a nossa sociedade.”

Novo espaço

A nova sala expositiva, que não existia antes da reforma do museu, tem cerca de 900 metros quadrados e fica instalada abaixo do Edifício Monumento. Como é toda climatizada – o que não ocorria em outras partes do complexo, que é tombado – isso vai permitir que o Museu do Ipiranga possa finalmente receber obras emprestadas por outros museus. “A sala não existia. Ela foi construída junto com todo o piso-jardim. É uma área que se ganhou em direção ao norte do antigo edifício, uma área que foi construída para o bicentenário da independência do Brasil”, explicou o curador.

Para a nova exposição, foram emprestadas peças de 12 importantes instituições culturais e de coleções particulares do país. Entre elas, o Carro com Escultura da Cabocla, de Domingos Costa Baião, obra de 1846. O carro da cabocla é um objeto usado no cortejo de 2 de julho, quando é celebrada a independência na Bahia. “Na exposição, temos a honra de ter aqui o Carro da Cabocla e a própria Cabocla, que faz esse percurso no centro de Salvador desde 1840. Foi uma cessão temporária do Instituto Geográfico Histórico da Bahia. Ela só esteve em São Paulo uma vez antes, no Museu Afro.”

“Vieram também obras do Museu Júlio de Castilhos, de Porto Alegre. Tivemos também empréstimos importantes do Museu Antônio Parreiras, de Niterói, que está fechado ao público para obras. Também contamos com pinturas que vieram do Museu Nacional de Belas Artes e da Pinacoteca do Estado”, acrescentou Marins.

“Da Pinacoteca, é uma felicidade ter aqui no museu, por alguns meses, uma pintura que representa a colina do Ipiranga como ela era antes das grandes reformas para o centenário de 1822, com o monumento lá em cima e a representação de um barranco cheio de estradas de terra na frente, como a região era efetivamente [na época]”, disse o curador.

Outro destaque da mostra são os desenhos originais do pintor Pedro Américo, com os esboços para a construção dos personagens do quadro Independência ou Morte.

Memórias da Independência fica em cartaz até o dia 26 de março, e a entrada é gratuita. A visita pode ser marcada antecipadamente no site do museu. Algumas senhas também estão sendo distribuídas no local, de acordo com a lotação da sala.

O uso de máscara é obrigatório no local.

Os ingressos gratuitos para visitar o Museu do Ipiranga foram prorrogados até 6 de dezembro pela gestão do espaço. Inicialmente, logo após a reinauguração em setembro passado - depois de nove anos fechado para obras -, o anúncio era de que a entrada grátis permaneceria até novembro. Todas as sextas-feiras, a partir das 10h, são oferecidos os ingressos para a semana seguinte.

Os ingressos podem ser obtidos na plataforma Sympla, acessível também a partir do site do museu. Por CPF, é possível reservar até quatro entradas. Crianças até 5 anos não precisam de bilhete para acessar o local.

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Desde a reabertura, as entradas para o museu têm se esgotado em questão de minutos. Os bilhetes para os quatro primeiros dias de reabertura para o público em geral, por exemplo, acabaram em 10 minutos, segundo a instituição, vinculada à Universidade de São Paulo (USP).

As reservas de grupos também são oferecidas mensalmente para as visitas no mês seguinte. A expectativa do museu é receber 1 milhão de pessoas por ano. Foram gastos em torno de R$ 211 milhões na execução das obras e no restauro do acervo.

Após a reforma, o espaço dobrou de tamanho e as salas de exposição quadruplicaram. A reabertura do museu ocorreu em 6 de setembro para convidados. No feriado de 7 de Setembro, o espaço recebeu estudantes de escolas públicas e trabalhadores da obra de expansão e restauro. No dia, seguinte, foi aberto ao público geral.

O museu fica aberto de terça-feira a domingo, das 11 às 17 horas, com entrada até as 16h. Ele fica localizado na Rua dos Patriotas, 20, no Parque da Independência, no Ipiranga, na zona sul da cidade de São Paulo.

Fechado desde 2013 para restauro, o Museu Paulista, mais conhecido como Museu do Ipiranga, vai reabrir ao público no próximo dia 8 de setembro como parte das celebrações dos 200 anos da Independência do Brasil.

Para celebrar a reabertura, a Secretaria de Cultura e Economia Criativa de São Paulo e a prefeitura paulistana vão apresentar uma programação cultural especial, entre os dias 7 e 11 de setembro. As atrações incluem música, dança, teatro e circo e terão transmissão pela plataforma de streaming e vídeo por demanda #Culturaemcasa.

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Entre os destaques está um show dos cantores Almir Sater e seu filho, Gabriel Sater, que recentemente participaram da novela Pantanal.

Os festejos se iniciam hoje (4) com uma projeção na fachada do Museu do Ipiranga, que será acompanhada por trilha sonora de André Abujamra. A projeção será dividida em oito atos de um minuto de duração cada. Cada minuto vai contar uma parte da história cultural e artística dos últimos dois séculos. Entre eles, episódios relacionados à arte indígena, à presença dos negros no país e à Semana de Arte Moderna. Essa projeção será realizada entre os dias 4 e 11 de setembro, das 18h30 às 22h. Já no dia 7 de setembro, a projeção será feita entre as 21h e 22h.

O museu

Com 11 novas exposições, o Museu do Ipiranga será reaberto exclusivamente para autoridades no dia 6 de setembro, entre as 18h30 e 21h30. No dia seguinte, feriado de 7 de setembro, o museu vai abrir apenas para escolas e para os trabalhadores que ajudaram nas obras do restauro e seus familiares. Já o público poderá visitá-lo a partir do dia 8 de setembro.

7 de setembro

No feriado de 7 de setembro, haverá uma programação especial que terá início com o tradicional desfile de 7 de setembro que, neste ano, será realizado na Avenida D. Pedro I. O desfile tem início às 9h e contará com a participação da Esquadrilha da Fumaça.

Além do desfile, uma encenação sobre o Grito da Independência será realizada a partir das 15h, com a participação do ator Caco Ciocler como D. Pedro I.

À noite, haverá um espetáculo de música, dança e artes visuais. Um dos destaques é a apresentação de um espetáculo com 200 drones, que está marcada para as 21h.

Programação musical

Entre os dias 8 de setembro e 11 de setembro, o festival promove também shows musicais, em parceria com a prefeitura paulistana. Na noite do dia 8, haverá apresentação da SP Companhia de Dança, SP Big Band e da Orquestra Jazz Sinfônica, a partir das 18h. Já no dia 9 de setembro, a partir das 19h, se apresentam Almir e Gabriel Sater. No dia 10 de setembro, a Orquestra Funmilayo se apresenta com Xênia França e Luedji Luna. E, no dia 11 de setembro será a vez de Geraldo Azevedo.

Toda a programação do festival pode ser consultada no Agenda Bonifácio, uma plataforma online dedicada ao bicentenário da Independência do Brasil que foi criada pelo governo paulista.

Este ano, a Independência completa 200 anos no dia 7 de setembro. O quadro "Independência Ou Morte", de Pedro Américo (1843-1905) é considerado a maior representação pictórica do fato histórico ocorrido às margens do Ipiranga e passa por restauração.

O projeto da reconstrução aconteceu no próprio salão onde atualmente se encontra exposto, pois o tamanho do quadro é maior do que a porta. Uma equipe trabalhou na tela (que tem 7x 4 mestros) que " ganhou as cores originais, voltaram as cores. Então, ela está realmente muito próxima do original mesmo” ,apontou Yara Petrella, a chefe de restauro do Museu.  

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Pedro Américo era paraibano mas vivia na Itália, como muitos artistas na época. 66 anos depois da Independência, recebeu uma encomenda da Família Real para pintar o célebre momento de D. Pedro I às margens do Ipiranga. “Ele [Pedro, o pintor] deu à tela uma contemporaneidade para final do século XIX que fez com que ela se tornasse uma figura emblemática” explicou Cecília Helena Oliveira, ex-diretora do Museu Paulista.  

O artias plástico fez vários desenhos até chegar à tela final. Visitou São Paulo e se inspirou em outro quadro, “A Batalha de Friedland” do francês Meissonier, de 1875. A tela mostra um momento idealizado, não exatamente um retrato fiel daquele momento. Para aquele tipo de viagem, eram comuns as mulas e não cavalos, por exemplo.

Desde 2013 o Museu do Ipiranga está fechado ao público para obras e restauros, após um estudo apontar que a estrutura do prédio estava insegura. A previsão de reabertura é para setembro de 2022, como parte das comemorações da Independência.

Por Camily Maciel

 

 

Dos dias 22 a 26 de março, o Museu do Ipiranga, vinculado à Universidade de São Paulo, realiza o Curso de Capacitação em Negociações Internacionais. A qualificaçãoe será transmitida on- e os interessados podem se inscrever até o dia 16 de março. 

As atividades são voltadas para profissionais do setor privado e governamental com atuação na área internacional, bem como estudantes de graduação e pós-graduação, sendo também aberto ao público geral. Aos alunos matriculados e aprovados, haverá certificado de participação emitido pela Universidade de São Paulo - Comissão de Cultura e Extensão Universitária do Museu Paulista.

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Realizado em três módulos, com 500 vagas em cada um, o curso tem duração diária de 8h. O módulo iniciante será nos dias 22 e 23, o intermediário no dia 24, e nos dias 25 e 26 serão as aulas para o nível avançado. Os temas abordados variam entre as principais técnicas de negociação, o impacto da cultura nas negociações internacionais, conceitos como cálculo do Valor Esperado, risco e propensão ao risco nas negociações, modelos de decisão em situações de incerteza, técnicas de mediação e resolução de conflitos nas instituições, teoria de coalizões e negociações multilaterais, entre outros.

A capacitação é coordenada pelo professor Amâncio Jorge de Oliveira, vice-diretor do Museu. Além dele, a formação contará com a professora titular e diretora do Instituto de Relações Internacionais da USP, Janina Onuki, professor Pedro Feliú Ribeiro, mestre e doutor em Ciência Política pela USP, e a especialista Gabriela Gomes Coelho Ferreira, doutora em Relações Internacionais pela USP e Kings College London.

As inscrições são feitas por módulo, sendo eles iniciante, intermediário e avançado. Os preços variam entre R$150,00 e R$300,00, mas os interessados também podem participar de sorteios de bolsa para cada nível, iniciante, intermediário e avançado. Confira, abaixo, os links de inscrições, além dos de sorteio de bolsa:

Inscrição no módulo iniciante

Inscrição no módulo intermediário

Inscrição no módulo avançado

Sorteio de bolsa no módulo iniciante

Sorteio de bolsa no módulo intermediário

Sorteio de bolsa no módulo avançado

O histórico quadro "Independência ou Morte", de Pedro Américo (1843-1905), é uma das principais atrações do Museu Paulista, no bairro do Ipiranga, região sul de São Paulo. A obra, apresentada pela primeira vez ao público em 7 de setembro de 1895 durante a inauguração do ambiente reservado para a história do Brasil, passa por um cuidadoso processo de restauração no Salão Nobre do Museu do Ipiranga. A ideia é que a pintura esteja pronta para a reinauguração do espaço programada para acontecer em 2022, ano em que o "Grito de Independência" completa 200 anos.

Uma equipe especializada repara os danos causados por ação do tempo para que a obra tenha de volta as cores originais. Para recompor pontos de perda nas camadas da pintura e retirar vestígios de outros restauros, os profissionais são acompanhados por pesquisadores do Instituto de Física e do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP).

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Os acadêmicos assessoram o time de restauradores utilizando técnicas com equipamentos capazes de mostrar os materiais empregados durante o processo criativo do autor. Para expor traços iniciais feitos a grafite ou carvão por Pedro Américo, alguns recursos tecnológicos como a reflectografia de infravermelho, a espectroscopia por fluorescência de raios X e a espectroscopia Raman são essenciais para que o quadro seja reconstruído por completo.

De acordo com os especialistas, os recursos empregados na restauração também possibilitaram o reconhecimento de intervenções anteriores na mesma tela. Um tom amarelado indevido em uma certa região do céu é um exemplo identificado pela tecnologia. Os artifícios ainda permitiram o acesso a informações escondidas por Pedro Américo. Segundo os estudiosos, há "figuras de arrependimento" do autor como a traços alusivos a um cavalo que só foi observado com o uso do infravermelho.

Após finalização do trabalho de restauro, o quadro será revestido com verniz de alta qualidade para não amarelecer com o tempo. O procedimento seguirá sendo feito no próprio Salão Nobre do Museu do Ipiranga, sem retirar a tela da parede. De acordo com Yara Petrella, doutora em Arquitetura e Urbanismo pela USP e especialista em conservação e restauro do Museu Paulista, em entrevista à Agência Fapesp, não há justificativa para desmontar toda a pintura, pois a ação provocaria danos à moldura fabricada em folha de ouro. A quadratura também está sendo restaurada.

O Museu Paulista da Universidade de São Paulo, mais conhecido como Museu do Ipiranga, localizado na região sul da capital paulista, está com inscrições abertas para o próximo concurso público. São duas vagas para o cargo de Professor Doutor no Departamento de Acervo e Curadoria, na área de Cultura Material, História do Brasil e Museus. Os candidatos terão até o próximo dia 20 de fevereiro para fazer o cadastro. O salário é de R$11.069,17.

Os pedidos de inscrição deverão ser feitos apenas por meio do link https://uspdigital.usp.br/gr/admissao. O concurso será realizado em duas fases e a primeira delas será eliminatória, com prova escrita de peso 4. Já na segunda fase, os doutores precisam fazer uma prova didática de peso 2, além da prova pública de arguição e julgamento do memorial, com peso 4.

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A remuneração equivale ao MS-3 com base em maio de 2019, em Regime de Dedicação Integral à Docência e à Pesquisa (RDIDP). Mais informações aos candidatos estão disponíveis no edital ou na Divisão de Apoio à Pesquisa, Ensino, Cultura e Extensão do Museu Paulista da USP. A instituição está localizada na Av. Nazaré, 258, bairro do Ipiranga, São Paulo. O contato pode ser feito pelo telefone (11) 2065-8075 ou por e-mail no endereço: acadmp@usp.br.

Exposta desde a abertura do Museu do Ipiranga, em 1895, a pintura Independência ou Morte, de Pedro Américo, passa por um longo processo de restauração conduzido pelo Museu Paulista da Universidade de São Paulo (USP).

O quadro de quase 32 metros de área foi uma encomenda da família real e do engenheiro arquiteto Tommaso Bezzi, responsável pelo projeto do edifício do museu. Em 1887, Bezzi trocou cartas com Américo para convencê-lo a ilustrar a cena histórica do Grito do Ipiranga. Américo vivia em Florença em uma época próspera para artistas brasileiros. "Muitos deles receberam bolsas para estudar pintura na Europa", conta Yara Petrella, conservadora e restauradora do Museu Paulista.

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O pintor finalizou o quadro em 1888, 66 anos após o acontecimento. Para a realeza de Pedro I, que investiu na abertura do museu, se tratava de uma grande oportunidade para consolidar a força e o poder monárquico do império. Para tanto, o estilo da pintura tinha função mais que artística na comunicação dos novos tempos da ex-colônia de Portugal. "Américo é um expoente de artistas brasileiros do período acadêmico. As bolsas de estudos proporcionaram imersão em um estilo que servia ao registro histórico de conquistas das nações, a exemplo dos retratos de grandes líderes, como Napoleão."

Para ela, a representação do primeiro imperador do Brasil e sua postura de contestação - espada em punho - em relação ao domínio português fundaria, entre nós, um novo entendimento de Brasil. "O objetivo era o enaltecimento da família real e do imperador, sem tanto senso crítico, com a expectativa de que fosse compreendido por diferentes públicos."

Rastreamento

Há quase um ano, Yara e sua equipe iniciaram um delicado processo de análise da obra. Antes de fazer qualquer intervenção no quadro, foi preciso enxergar o que não estava aparente. Com o auxílio do Instituto de Química e do Instituto de Física da USP, a obra de Américo foi escaneada e mapeada de todos os lados. Testes químicos para identificar pigmentos renderam imagens e gráficos. "Identificamos a paleta de cores utilizada pelo pintor e a maneira como concebeu a imagem. Também é possível apontar arrependimentos nas pinceladas ou partes que foram recobertas."

No caminho até a obra original ainda havia alguns obstáculos. Independência ou Morte sofreu restauros anteriores. Em 1968, a tela passou por limpeza e, em 1972, por envernizamento. No ano de 1986 foi realizado refrescamento, uma ação de preservação, com o uso de solventes. "São procedimentos que aos poucos descaracterizaram parte da obra original", conta Yara. "O levantamento serviu para entender o estado da obra e indicar caminhos de restauro."

O que a profissional encontrou não foi muito animador. A extensa faixa inferior do quadro tem diversos pontos amarelecidos. No céu criado por Américo, o estrago era maior. "Há perdas de camadas e, para solucionar o problema, os projetos passados repintaram. Não havia necessidade", ressalta a restauradora.

O uso de alguns materiais correntes na época também foram identificados, diz Yara. "Hoje não é comum usar tinta a óleo nesse procedimento. Há uma série de materiais disponíveis específicos para restauro que nos oferecem alternativas mais viáveis e seguras."

Ela afirma que o uso da tecnologia e da ciência amplia as chances de assegurar a conservação de quadros como o de Américo, com mais de 130 anos. "Percebemos que as informações vão se confirmando por diferentes leituras e análises. Além da pesquisa documental, com fotos e registros visuais do quadro." De posse das informações, a equipe de Yara, composta por cinco profissionais, tem até maio para retirar a camada de verniz antigo em toda extensão da obra e aplicar as correções de cores na região do céu. Algo nada simples diante do tamanho do quadro que embarcou na Itália totalmente enrolado. Para se ter ideia, a tela aberta não passa pelas portas do Museu. "Começamos o trabalho de remoção do verniz, de baixo para cima. É um trabalho delicado, que leva tempo, porque a cada quadrante da tela precisamos mudar os andaimes de lugar."

Bicentenário

A moldura de madeira, contendo folhas de café projetadas por Américo, enfrenta outro procedimento, explica a restauradora, que tem a parceria da empresa Julio Moraes Conservação e Restauro. O prazo de finalização se estende em função das obras de reforma do Museu do Ipiranga, que está fechado desde 2013. O governo do Estado pretende reabrir o espaço para a comemoração do bicentenário da Independência, em 2022. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em reunião com empresários e autoridades na manhã desta terça-feira (26), o governador de São Paulo, João Doria, exibiu o projeto de restauração do Novo Museu do Ipiranga, na zona sul da capital. O objetivo do evento foi a captação de patrocinadores para dar andamento às obras que visam preparar o Museu Paulista, que reúne um acervo de valor incalculável, para as comemorações dos 200 anos da Independência do Brasil em 2022.

A EDP Brasil, Sabesp e o Banco Itaú são os primeiros patrocinadores do Novo Museu do Ipiranga e celebraram contratos para apoiar o projeto de modernização. Cada empresa garantiu o apoio investindo R$ 12 milhões, via Lei Rouanet. Além da soma dos R$ 36 milhões, o governador Doria demonstrou otimismo na busca de mais investidores. "Temos que obter R$ 160 milhões, esse é o nosso objetivo e confio que vamos alcançar. O museu e os jardins do museu estarão totalmente recuperados para, em setembro de 2022, fazermos uma grande celebração dos 200 anos da Independência do Brasil", afirmou, segundo divulgação do assessoria de imprensa do Governo do Estado. Doria ainda ressaltou que as obras serão iniciadas em 2 de maio e já contará com os R$ 36 milhões captados junto aos incentivadores.

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Construído há 123 anos, o Museu do Ipiranga está fechado desde 2013. O processo atual pretende modernizar e recuperar o monumento que é referência nacional.

Segundo o Governo do Estado, o projeto busca transformar o Ipiranga em um dos museus mais modernos do mundo com mais espaço, áreas inovadoras e totalmente acessíveis, um auditório, café e restaurante, loja de suvenires além de um mirante. A reforma pretende triplicar a capacidade de visitação, passando dos 300 mil registrados em 2013, para 900 mil visitantes ao ano.

Assista o vídeo de apresentação do projeto do museu no link: Projeto Museu do Ipiranga.

O governo de São Paulo lançou hoje (4) o projeto “Aliança Solidária” com o objetivo de reformar o Museu do Ipiranga até 2022. A reunião foi realizada na manhã desta segunda-feira no Palácio dos Bandeirantes.

De acordo com o governador do estado de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), a restauração será possível com o auxílio da iniciativa privada. “Tivemos aqui uma reunião muito proveitosa. Nós vamos ter em 2022 o bicentenário da independência, e no Museu do Ipiranga faremos um grande trabalho junto à sociedade civil para o seu restauro, a sua recuperação. Teremos um museu muito interativo para as famílias, para os jovens, para os estudantes”, disse o governador.

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Localizado no Parque da Independência, o Museu do Ipiranga é o mais antigo museu de São Paulo. O local está fechado ao público desde 2013.

Meses após comemorar 120 anos de fundação, o mais antigo museu da capital de São Paulo, o Paulista (no Ipiranga), fechou as portas às pressas e por tempo indeterminado.  Um comunicado da diretoria do Museu Paulista da Universidade de São Paulo (nome oficial do equipamento), divulgado neste domingo (4), afirma que a decisão pelo fechamento repentino é resultado de vistorias técnicas que mostraram a necessidade de uma reforma ampla "para garantir a incolumidade dos visitantes e servidores, bem como a proteção física do acervo."

Com rachaduras, queda de reboco e até interdição de um dos salões após o forro ter cedido dez centímetros, o restauro do prédio já estava previsto, mas com um calendário mais espaçado. Os investimentos, estimados em R$ 21 milhões, incluíam a devolução da cor original da fachada e reformas das rampas, saguão e torres externas.

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Em entrevista publicada há dois meses no Jornal da USP, a diretora do Museu, Sheila Walbe Ornstein, explicou que boa parte dos problemas estruturais do prédio era resultado do uso, desde os anos 1940, do subsolo como área expositiva e para salas de administração. "No projeto original, o subsolo serviria apenas para ventilação e saída de umidade ascendente." De qualquer forma, afirma Sheila, na nota divulgada ontem, "é necessário e comum que museus instalados em prédios históricos fechem parcial ou totalmente para restauro e modernizações."

Relevância

O Museu do Ipiranga é um dos mais visitados de São Paulo, com um movimento diário de 3 mil pessoas. Grande parte do fluxo envolve excursões escolares. Seu acervo é composto de 150 mil peças - entre mobiliário, roupas e lembranças da família imperial, quadros, itens de iconografia em geral, fotos e documentos - que contam a transformação cultural, social, política e econômica do Brasil, desde o século 17 até meados do século 20. A biblioteca tem mais de 100 mil volumes e o Centro de Documentação Histórica, 40 mil manuscritos. Uma das obras mais conhecidas do acervo é o quadro Independência ou Morte, de 1888, do artista Pedro Américo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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