O superastro jamaicano Usain Bolt deu mais um passo para se tornar uma lenda do esporte ao conquistar a terceira medalha de ouro seguida nos 200 m, em uma quinta-feira (18) também marcada pelos títulos do Brasil na vela e no vôlei de praia, e pelo escândalo envolvendo quatro nadadores americanos.
O 'Raio' venceu sua prova predileta em 19.78, seu melhor tempo do ano, 14 centésimos à frente do canadense Andre De Grasse (20.02), que já havia levado o bronze nos 100 m. O francês Christophe Lemaitre, primeiro atleta branco da história a correr 100 m abaixo de 10 segundos levou o bronze (20.12), repetindo o resultado do Mundial de Daegu-2011.
##RECOMENDA##Bolt agora tem oito medalhas de ouro em Olimpíadas: 100 m e 200 m em Pequim-2008, Londres-2012 e Rio-2016, além do revezamento 4x100 m nas últimas duas edições dos Jogos. Para completar o triplo-tricampeonato, o jamaicano de 29 anos precisa vencer o revezamento 4x100 m com a equipe da Jamaica, grande favorita para ganhar a final de sexta-feira (19).
Dia dourado para Brasil
Com as vitórias de Alison e Bruno no Vôlei de Praia, e de Martine Grael e Kahena Kunze na vela, o Brasil conquistou nessa quinta mais dois ouros e pulou para a 13ª posição no quadro de medalhas. A dupla Martine e Kahena ganhou na categoria 49ER FX, depois de conseguir se impor na regata da medalha, na baía de Guanabara.
Martine - filha de Torben Grael - e Kahena, são as primeiras mulheres a conquistar um título olímpico nesta modalidade. As neozelandesas Alex Maloney e Molly Meech ficaram com a prata e as dinamarquesas Jena Hansen e Katja Steen Salskov-Iversen, com o bronze.
Na praia de Copacabana, Alison e Bruno levaram o ouro ao derrotar os italianos Paolo Nicolai e Daniele Lupo por dois sets, parciais de 21-19 e 21-17. No duelo pelo terceiro lugar, disputado mais cedo, os holandeses Alexander Brouwer e Robert Meeuwsen levaram a melhor sobre os russos Viacheslav Krasilnikov e Konstantin Semenov em dois sets (23-21, 22-20), e ficaram com o bronze.
Escândalos também competem
Na categoria "escândalo", depois de várias versões e declarações contraditórias, a polícia do Rio descobriu que os nadadores americanos que denunciaram ser vítimas de um roubos por policiais, na realidade criaram confusão em um posto de gasolina. Este escândalo veio à tona algumas horas depois da prisão do dirigente olímpico europeu, Patrick Hickey, por revenda ilegal de ingressos.
E nesta quinta-feira ocorreu o primeiro caso de um medalhista que testou positivo em um exame antidoping. O halterofilista do Quirguistão, Izzat Artykov, bronze na categoria até 67 kg, foi desclassificado e excluído dos Jogos. Horas depois o ciclista de estrada brasileiro Kléber da Silva Ramos e a nadadora chinesa Xinji Chen também foram desclassificados por darem positivo no antidoping.
Kléber da Silva Ramos testou positivo para o EPO e anunciou que não apelaria, aceitando sua suspensão provisória. Chen testou positivo para o diurético hidroclorotiazida, e também aceitou voluntariamente sua suspensão, mas pediu uma revisão que ocorrerá em 17 de agosto.
Agressão no posto de gasolina
O mistério sobre o que aconteceu com os quatro nadadores americanos foi revelado. Os atletas olímpicos, na realidade, não foram assaltados, mas participaram de uma confusão em um posto de gasolina, disse nessa quinta-feira o chefe da polícia Fernando Veloso. "Não houve roubo praticado contra os atletas", disse Veloso diante de dezenas de jornalistas brasileiros e estrangeiros. "As imagens não mostram nenhum tipo de violência contra eles", acrescentou.
O nadador americano Ryan Lochte e três de seus colegas denunciaram um roubo à mão armada na noite de domingo (14) quando retornavam em um táxi para a Vila Olímpica após uma festa na Casa da França. Mas Veloso desconsiderou essa versão e sustentou que "em teoria, (os nadadores) poderiam terminar respondendo por falsa comunicação de crime e dano ao patrimônio".
A polícia interrogou nesta quinta-feira Jack Conger e Gunnar Bentz, outros dois nadadores americanos, e Veloso afirmou que segundo os atletas, "Ryan (Lochte) era o mais exaltado por estar sob o efeito de bebidas" alcoólicas. Lochte é o único dos quatro nadadores que já se encontra nos Estados Unidos.
O Comitê Olímpico dos EUA emitiu um comunicado afirmando que "o comportamento dos atletas foi inaceitável" e que o caso será analisado nos Estados Unidos, com consequências para os envolvidos. "Em nome do Comitê Olímpico dos Estados Unidos, pedimos desculpas aos nossos anfitriões no Rio e ao povo do Brasil".
México não está para tequila
Em um feito espantoso, o México só conseguiu aparecer no quadro de medalhas catorze dias depois do início dos Jogos. Um verdadeiro fracasso para uma das potências esportivas da América Latina. Paola Espinosa, que chegou à final do saltos ornamentais e ganhou a prata em Londres-2012 e o bronze em Pequim-2008 na plataforma de dez metros, ficou sem um lugar no pódio.
Por enquanto, somente o boxeador Misael Rodríguez pôde inaugurar a contagem mexicana. E provavelmente não haverá muito mais. Rodríguez beijou o chão do ringue depois de vencer a medalha de bronze. O lutador teve que pedir dinheiro nas ruas para conseguir pagar sua viagem. "As medalhas conquistadas com o dinheiro das ruas sabem mais", assegurou o mexicano. "E essa tem um sabor melhor por todas as críticas que recebemos".
A glória do Brasil
A seleção olímpica brasileira disputará a grande final do futebol no Maracanã, com o objetivo de conquistar a medalha de ouro, o único prêmio ausente em sua sala de troféus. No sábado, os brasileiros irão enfrentar a seleção alemã fortalecidos pela goleada por 6-0 contra Honduras, ainda que o fantasma do 7-1 da Copa do Mundo de 2014 insista em aparecer.