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Reconhecido mundialmente como um dos melhores em sua arte, a percussão, Naná Vasconcelos rodou o planeta rufando tambores e fazendo tremer o chão por onde passava. Mas era no Recife, sua cidade natal, que o músico festejava sua ancestralidade e cultivava suas raízes. O carinho e a forte ligação do percussionista com a capital pernambucana se materializava durante sua festa maior, o Carnaval, na qual ele atuava como mestre de cerimônia abrindo a folia oficialmente na regência de dezenas de nações de maracatu. Ritual que se repetiu por 14 anos e amplificou a cultura popular de Pernambuco como nenhum outro. 

Naná faleceu em março de 2016, aos 71 anos, deixando um vasto legado cultural. Sua esposa, Patrícia Vasconcelos, ficou responsável pela manutenção da memória do artista, bem como de seu acervo material, guardado em parte em uma casa onde eles moraram no bairro da Encruzilhada, zona norte do Recife. Agora, a viúva luta pela abertura de um espaço cultural que possa receber esse material para dar continuidade à história do mestre.

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Em entrevista ao LeiaJá, o Secretário de Cultura do Recife, Ricardo Mello, contou que se reuniu com Patrícia, após tomar conhecimento da preocupação dela com o destino do acervo de Naná, para discutir possíveis projetos. Segundo ele, a viúva frisou a ligação do percussionista com o Bairro do Recife, local onde ele abriu o Carnaval da cidade por tantos anos, e que por esse motivo, acabou sendo o escolhido para abrigar um possível memorial dedicado à sua história. 

Ainda de acordo com Ricardo Mello, a ideia é dar ao local a mesma dinâmica com a qual Naná tratava sua arte, detalhe também frisado por Patrícia. “A intenção dela é não de ter um museu - no sentido de um memorial que abriga o acervo e fica ali aberto à visitação mas de certa forma estático -, ela acha que pelas características da personalidade dele tinha a ver alguma coisa em movimento e a gente chegou à conclusão que seria algo tipo uma escola de música que abrigasse parte do acervo, até porque ele estará (também) em outros lugares do mundo. Acho que isso é um encontro com a própria política da gente, que tem um olhar pra formação, para a ativação cultural, mas também com essa inquietação criativa dele”, disse.

Segundo o secretário, o desafio agora é encontrar um local adequado para a implementação do projeto que deverá atender não só aos recifenses mas também às pessoas que visitam a capital de Pernambuco. “A ideia da gente agora é identificar um lugar que pudesse abrigar esse projeto, um lugar que pudesse homenageá-lo, tê-lo presente ali, não só com parte do seu acervo mas, também, trazendo um pouco dessa bagagem, dessa inspiração, para que a gente possa estar formando novas gerações, criando espaços de contato delas com a produção cultural de Naná e também (com) os turistas que vão vir aqui e vão estar numa cidade onde Naná construiu uma trajetória maravilhosa que é reconhecida no mundo todo”. 

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