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Os Estados Unidos emitiram uma carta coletiva assinada junto do alto representante da União Europeia para Negócios Estrangeiros, Josep Borell, do secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jans Stoltenberg, e de um grupo de 44 países, em que condenam a interferência Houthi nas navegações na Península Arábica, principalmente no Mar Vermelho.

O texto afirma que os ataques recentes a embarcações em território Houthi ameaçam o comércio internacional e a segurança marítima. A carta pede que nenhum país se abstenha ou encoraje a atitude dos Houthis.

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"Não há justificação para estes ataques, que afetam muitos países para além das bandeiras sob as quais estes navios navegam", afirma o texto, que pede também a liberação imediata do navio Galaxy Leader e dos 25 membros de sua tripulação, além de exigir a interrupção de novos ataques.

Os EUA e outras nove nações criaram uma nova força conjunta para proteger os navios que transitam no Mar Vermelho após a série de ataques por drones e mísseis balísticos disparados de áreas do Iêmen controladas pelo grupo rebelde houthis. O anúncio foi feito pelo secretário de Defesa americano, Lloyd J. Austin, no Bahrein, país que visitou depois de se reunir com autoridades em Israel nesta segunda-feira (18).

Os houthis, um grupo apoiado pelo Irã, advertiram que irão atacar embarcações que navegarem na costa do Iêmen e tiverem ligação com Israel, em resposta ao conflito em Gaza.

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A gravidade dos ataques, vários dos quais danificaram os navios, levou muitas companhias marítimas a ordenar aos seus navios que se mantivessem no local e não atravessassem o Estreito de Bab el-Mandeb até que a situação de segurança pudesse ser resolvida. A companhia britânica BP se juntou a esse grupo ontem.

Reino Unido, Bahrein, Canadá, França, Itália, Holanda, Noruega, Seychelles e Espanha se juntaram aos EUA na nova missão. Alguns dos países realizarão patrulhas conjuntas, enquanto outros fornecerão apoio de inteligência no sul Mar Vermelho e Golfo de Áden.

Três navios de guerra dos EUA - o USS Carney, o USS Stethem e o USS Mason, todos destróieres da Marinha - têm se deslocado diariamente pelo Estreito de Bab el-Mandeb para ajudar a dissuadir e responder aos ataques dos houthis. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Navios de guerra e aviões chineses continuavam operando ao redor de Taiwan nesta terça-feira (11), informou o ministério taiwanês da Defesa, um dia depois de Pequim declarar o fim de suas grandes manobras militares.

A China "mobilizou aviação militar esta manhã e atravessou a linha mediana a partir do norte, centro e sul", afirmou o ministério, em referência à linha divisória não oficial no Estreito de Taiwan entre a ilha e o continente.

O ministério informou que detectou nove navios de guerra e 26 aeronaves chinesas ao redor da ilha às 11h locais (0h de Brasília).

A China iniciou no sábado (8) três dias de exercícios militares em torno de Taiwan, que incluíram simulações de ataques aéreos e de um cerco marítimo à ilha.

Pequim considera esta ilha de governo democrático e autônomo como parte de seu território e afirma que pretende retomá-la no futuro.

A demonstração de força foi a resposta da China à reunião entre a presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, e o presidente da Câmara de Representantes dos Estados Unidos, Kevin McCarthy, na semana passada.

A governante taiwanesa criticou na segunda-feira os exercícios militares e afirmou que as equipes de segurança "permanecerão em suas posições para defender o país".

Ela também disse que a China utiliza as relações entre Taipé e Washington como uma "desculpa para executar exercícios militares, criando instabilidade em Taiwan e na região".

- "Completado com sucesso" -

Na segunda-feira, o ministério da Defesa de Taiwan detectou 12 navios de guerra e 91 aeronaves chineses ao redor da ilha.

Além disso, 54 aviões entraram na zona de identificação de defesa aérea de Taiwan, na maior incursão em apenas um dia desde outubro de 2021.

Durante as manobras, aviões de combate J15 decolaram do porta-aviões Shandong, indicou o ministério.

O exército da China afirmou na segunda-feira que "completou com sucesso" o exercício militar.

O objetivo era simular o "isolamento" da ilha de 23 milhões de habitantes e, sobretudo o "bloqueio aéreo", de acordo com a imprensa estatal.

O governo dos Estados Unidos, que pediu sinais de moderação à China, enviou na segunda-feira o destróier com lança-mísseis USS Milius para uma área em disputa no Mar da China Meridional.

"Esta operação de liberdade de navegação respeitou os direitos, liberdades e usos legítimos do mar", afirmou a marinha americana em um comunicado. O destróier americano navegou perto das ilhas Spratly, um arquipélago situado a 1.300 quilômetros de Taiwan e reivindicado por China, Taiwan, Filipinas, Vietnã, Malásia e Brunei.

A China criticou o que chamou de "invasão ilegal" do USS Milius a suas águas territoriais.

Ao mesmo tempo, Pequim advertiu que a independência de Taiwan e a paz dos dois lados do Estreito são "mutuamente excludentes". Também culpou o governo taiwanês e "forças estrangeiras" - não identificadas - pelas tensões.

"Se queremos proteger a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan, devemos devemos nos opor de modo veemente a qualquer forma de separatismo taiwanês", afirmou o porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Wang Wenbin.

A China mobilizou nesta quinta-feira (6) navios de guerra e um helicóptero antissubmarino nas águas próximas a Taiwan, após a reunião entre a presidente da ilha, Tsai Ing-wen, e o presidente da Câmara de Representantes dos Estados Unidos.

Depois de ignorar as advertências de Pequim, a líder taiwanesa se encontrou na quarta-feira em Los Angeles com Kevin McCarthy, durante uma escala em seu retorno da Guatemala e de Belize, dois dos últimos aliados da ilha autogovernada.

O ministério das Relações Exteriores da China reagiu e prometeu "medidas firmes e eficazes para salvaguardar a soberania nacional e a integridade territorial".

"Estados Unidos e Taiwan conspiraram para reforçar suas relações, o que mina gravemente a soberania chinesa e envia um mau sinal de apoio aos separatistas taiwaneses", lamentou Mao Ning, porta-voz da diplomacia chinesa.

Horas antes do encontro, a China deslocou um porta-aviões para as proximidades da ilha. O ministério da Defesa de Taiwan anunciou a detecção de três navios de guerra e um helicóptero que atravessaram a zona de identificação de defesa aérea da ilha.

"As Forças Armadas monitoraram a situação e acionaram os aviões da patrulha aérea de combate, navios da Marinha e sistemas de mísseis terrestres para responder às atividades", afirma em comunicado ministerial.

Embora Taiwan seja governado de maneira autônoma há mais de 70 anos, a China considera a ilha parte de seu território e defende a recuperação de seu controle em algum momento, inclusive pela força se considerar necessário.

- "Não estamos isolados" -

Sob o princípio de "uma só China", a princípio reconhecido pelos Estados Unidos, Pequim se opõe a qualquer relação formal entre os governantes de Taiwan e os de outros países.

Em agosto, depois da visita a Taipé da antecessora de McCarthy na presidência da Câmara, a democrata Nancy Pelosi, a China mobilizou navios de guerra, aviões de combate e disparou mísseis ao redor da ilha.

Para evitar um episódio similar, McCarthy não viajou a Taiwan e optou pelo encontro na Califórnia que, até o momento, provocou uma resposta de menor intensidade da China.

Depois da reunião com McCarthy e líderes dos dois partidos americanos na Biblioteca Presidencial Ronald Reagan, em Simi Valley, Tsai agradeceu a recepção nos Estados Unidos.

"Sua presença e seu apoio inabalável reafirmam ao povo de Taiwan que não estamos isolados e que não estamos sozinhos".

"Taiwan agradece por ter os Estados Unidos a seu lado, enquanto enfrenta desafios únicos em nossa era", acrescentou.

- Fornecimento de de armas -

McCarthy, segunda autoridade na linha de sucessão presidencial e nativo da Califórnia, disse que a "amizade entre o povo de Taiwan e os Estados Unidos é vital para manter a liberdade econômica, a paz e a estabilidade regional".

Os Estados Unidos reconheceram Pequim em 1979, mas são um importante aliado de Taiwan e seu maior fornecedor de armas.

O congressista defendeu o prosseguimento do apoio à ilha porque "sabemos, historicamente, que o melhor é fornecer armas para permitir que as pessoas impeçam a guerra".

"É uma lição vital que aprendemos na Ucrânia, que a simples ideia de sanções não irá deter ninguém", acrescentou.

O novo episódio de tensão acontece no dia da chegada a Taiwan de uma delegação de oito membros do Congresso americano para discutir comércio e segurança.

O apoio à ilha é um dos poucos consensos bipartidários no Congresso americano e, durante o mandato de Tsai, essa relação ganhou força.

A democrata Nancy Pelosi elogiou a reunião na Califórnia como "louvável por sua liderança, participação bipartidária e sua distinta e histórica sede".

No poder desde 2016, Tsai encerra o mandato presidencial em 2024 e seu partido enfrenta a oposição de rivais considerados mais próximos a Pequim.

Ela se posicionou como defensora do 'status quo', uma independência de fato mas não reconhecida abertamente, enquanto a China pressiona para isolar e e retirar aliados da ilha.

De fato, após uma mudança diplomática de Honduras, Taiwan conta apenas com 13 países que reconhecem a ilha oficialmente.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou na tarde desta segunda-feira, 6, que o governo federal vai retomar os investimentos na indústria naval e de óleo e gás do Rio de Janeiro. Ao lado do prefeito da capital carioca, Eduardo Paes (PSD), e do governador Cláudio Castro (PL), na inauguração do Super Centro de Saúde Carioca, o petista criticou a gestão na saúde durante a pandemia de covid-19 do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

"Vamos voltar a construir navios nos estaleiros do Rio de Janeiro e retomar os investimentos na indústria de óleo e gás", afirmou o presidente da República.

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Lula criticou a gestão de Bolsonaro na área da Saúde. O presidente disse que "nunca imaginou que um presidente fosse capaz de mentir sobre os benefícios da vacina". "Tivemos nos últimos tempos a maior campanha de negacionismo contra as vacinas", disse.

Vaias a Castro

O governador do Rio, Cláudio Castro, foi vaiado ao ser anunciado como um dos convidados para a inauguração. Aliado de Bolsonaro durante o período eleitoral, Castro ressaltou a "maturidade" para se trabalhar pelo Estado.

"Temos demonstrado maturidade no Rio de Janeiro para trabalharmos juntos. Essa maturidade de entendermos que juntos temos a missão de olhar para esse povo. Não existe a pessoa na perspectiva do Estado, município ou União", afirmou Castro.

O prefeito Eduardo Paes saiu em defesa de Castro: "Independente de crença política, vocês não sabem a satisfação de ter o presidente da Republica visitando o RJ. A campanha eleitoral passou, mas temos que registrar algumas coisas. Não tivemos aliança eleitoral, mas temos que destacar que o governador Cláudio Castro tem sido um enorme parceiro. Nunca se deixou contaminar pela política baixa", disse.

A Polícia Federal prendeu, neste sábado (10), um casal que guardava uma grande carga de cocaína em uma residência localizada no município de Serra.

O homem de 54 (cinquenta e quatro) anos e sua esposa de 34 (trinta e quatro) anos, vinham sendo investigados e alugaram o imóvel para a preparação e estocagem da carga ilegal que seria, na sequência, inserida em compartimentos sob cascos de navios, conhecidos por “Sea Chest”.

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Os cargueiros escolhidos, que aportariam no Espírito Santo, seguiriam com destino à Europa, em rotas que não atracariam em outros portos do Brasil.

A Polícia Federal acompanhou o deslocamento dos traficantes para Vitória e passaram então a verificar a situação até a chegada ao Rio de Janeiro. Ainda na sexta-feira (9) foi possível identificar o casal e o local onde se estabeleceram e, no início da manhã, foi possível encontrar no local 23 (vinte e três) pacotes com aproximadamente 35 kg de cocaína cada um, num total de 785 kg.   

Toda a droga encontrada foi apreendida e levada para pesagem oficial e confecção dos laudos periciais necessários. O casal será autuado em flagrante por tráfico de drogas e ficará à disposição da Justiça. Agora a Polícia Federal segue investigando para identificar todos os envolvidos nesse episódio.

Da assessoria

Embarcações que precisam mudar de destino, passageiros em isolamento. A variante Ômicron castiga novamente o setor dos cruzeiros, apesar de seus responsáveis destacarem a baixa porcentagem de viajantes afetados, em sua maioria assintomáticos.

As "bolhas sanitárias" (vacinação obrigatória, testes múltiplos) impostas aos navios quando as viagens foram retomadas na primavera boreal de 2021 não foram suficientes para conter a pandemia.

Em Hong Kong, o cruzeiro "Spectrum of the Seas" da Real Carribean, foi obrigado na quarta-feira a retornar ao porto mais cedo, ao detectar nove casos de covid entre seus 3.700 passageiros.

Na Itália, ao menos 45 viajantes dos 4.813 que navegavam no "Grandiosa", da companhia MSC, foram colocados em quarentena no porto de Gênova; na Espanha, 3.000 passageiros do "AIDAnova" desembarcaram em Lisboa em vez de Canárias depois da detecção de 68 casos positivos.

No Brasil, as próprias empresas de cruzeiros decidiram suspender as travessias até 21 de janeiro, devido a "divergências" com as autoridades de saúde sobre a aplicação dos protocolos anticovid definidos há dois meses.

Nos Estados Unidos, as autoridades sanitárias (CDC) aumentaram o limite de alerta e recomendam evitar os cruzeiros, inclusive para pessoas vacinadas.

"Os casos detectados nos cruzeiros representam apenas uma pequena minoria da população total a bordo e a maioria desses casos é assintomática ou de natureza benigna, representando uma carga mínima ou nula para os serviços médicos a bordo ou em terra", afirmou em nota a associação internacional de cruzeiros, que se declarou "perplexa" com as recomendações da CDE.

"O que aprendemos com essa pandemia é que nada é 100% à prova do vírus, nada", afirmou à AFP um executivo de uma grande companhia mundial que deseja permanecer no anonimato.

A ômicron trouxe outro duro golpe para um mercado que, em 2019, representava 49 bilhões de dólares e que viu sua atividade completamente paralisada durante um ano a partir de março de 2020, segundo o estudo de Roland Berger.

O navio-patrulha oceânico Apa, que integra a frota da Marinha brasileira, atracou no porto da Vila do Conde (PA) na noite da última terça-feira, 26, com um tanque de 54 toneladas, que será envasado em Belém com 90 mil m³ de oxigênio líquido e seguirá rumo ao Amazonas para abastecer hospitais de Manaus.

A Marinha foi responsável pelo transporte de São Paulo ao Pará. Agora, uma balsa será usada para transportar, por rios, o tanque até Manaus, onde deve chegar na primeira semana de fevereiro.

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A capital do Amazonas enfrenta colapso no sistema de saúde devido ao agravamento da pandemia do coronavírus. O transporte faz parte da Operação Covid-19, realizada pelas Forças Armadas para mitigar as consequências da doença.

O Apa partiu de Santos em 19 de janeiro e tinha previsão de parada no Pará no dia 28 de janeiro, mas, devido às boas condições meteorológicas e aos esforços da tripulação, composta por 80 militares, a chegada em Vila do Conde foi antecipada em dois dias.

A missão do Apa teve apoio do Comando do 4º Distrito Naval, da Companhia Docas do Pará, que disponibilizou cais e guindastes, e da empresa White Martins, fornecedora do oxigênio.

O Sindicato das Empresas de Navegação Fluvial e Lacustre e das Agências de Navegação no Estado do Pará também se dispôs a ajudar no transporte.

A Empresa Brasileira de Correios divulgou, nesta segunda-feira (29), que utilizará navios para distribuir 17,2 mil toneladas de livros didáticos para as escolas do país no próximo ano letivo. A abertura do pregão eletrônico para contratação dos serviços de transporte de cargas por navio está prevista para o dia 20 de julho.

Os Correios informa que os livros serão levados diretamente das editoras para o Porto de Santos, localizado em São Paulo. De lá, a carga seguirá de navio para os portos de Salvador (BA), Recife (PE), Fortaleza (CE), Belém (PA) e Manaus (AM) até chegar nos centros de distribuição da instituição e, em seguida, nas escolas públicas desses Estados.

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A estatal apresentou, por meio de videoconferência, os detalhes do projeto aos representantes do Ministério da Infraestrutura, da Secretaria de Portos e Associação Brasileira dos Armadores de Cabotagem (ABAC). A reunião também contou com a presença das principais empresas de navios armadores do país.

De acordo com os Correios, o uso do modal marítimo possui diversas vantagens e é algo novo para administração pública. Por isso, a partir dessa primeira experiência, os Correios pretende expandir a utilização do modal marítimo para outros produtos e contratos da empresa.

O Navio Auxiliar Pará – vasta embarcação da Marinha do Brasil com 56 metros de comprimento – vai se movendo lentamente pelos furos e estreitos dos rios amazônicos. Das margens, surgem rabetas (barquinhos com motor traseiro) e catraias (canoas a remo) com crianças sozinhas, mães com muitos filhos, homens sem camisa. Eles esperam algum donativo – uma roupa, uma comida. É a triste realidade das populações ribeirinhas, literalmente, à margem da cidadania.

O donativo pode matar a fome por um dia, mas o navio que, vagarosamente, vai cortando as áreas isoladas da floresta, leva um privilégio para o povo da região: o acesso à saúde. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda um médico para cada mil habitantes. A Ilha do Marajó, com seus 16 municípios – oito deles com os piores Índices de Desenvolvimento Humano do país – tem 0,12 médicos por mil habitantes. Ou seja, um profissional para atender mais de 8.300 pessoas. Para efeitos de comparação, Brasília, a capital do país, tem 5,1 médicos por mil habitantes.

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Para ajudar as pessoas da Região Norte, com diversas necessidades, a esperança vem dos seis navios da Marinha (os auxiliares Pará, Breves e Soure; as patrulhas Bracuí e Bocaina; e o rebocador Iguatemi), que estão equipados com consultórios médicos, odontológicos, laboratórios e até mesmo ultrassom e mamógrafo.

“Todos os médicos são cedidos pelo Hospital Naval de Belém - e todos querem muito vir, para ter a experiência de ajudar e de fazer, às vezes, até 200 consultas em apenas um dia. A população daqui tem muitos problemas gástricos por má alimentação e verminoses” - explicou o 1o Tenente Clínico Geral João Pedro Aquime.

O Comandante Robledo de Lemos Costa e Sá, do Grupamento de Patrulha Naval do Norte, relatou o que é preciso fazer para que um navio desses entre em missão médica por 15 dias.

“Para conseguir os recursos, vou para Brasília, aos gabinetes dos deputados do Pará e do Amapá, mostrar o projeto e pedir verbas das emendas parlamentares. Eles confiam nas Forças Armadas e sugerem as cidades ribeirinhas por onde o navio vai passar”.

Pão da Vida e Maré do Saber

Em 2019, foram feitos 11.013 procedimentos odontológicos, 5.757 exames laboratoriais, 2.835 consultas médicas, 570 mamografias, 376 preventivos de câncer do colo do útero e mais de 71 mil medicamentos foram distribuídos gratuitamente para os ribeirinhos. Isso tudo em apenas 28 dias em que os navios estiveram atracados. Afinal, muitas vezes é preciso navegar cinco dias para chegar até uma cidadezinha à beira rio. Mas dá resultados.

“Desde a primeira vez que vim para cá, em 2013, a saúde bucal deles melhorou muito. Já estou indo para a minha décima missão. Agora eu faço mais limpezas do que extração. Em comunidades isoladas, como Ajuruxi e Ariramba [ambas no Amapá], eles tinham dentes mais bem cuidados do que em Santana [o segundo maior município do Amapá]” - gratifica-se o dentista Rhamir Saulo, Capitão-Tenente da Marinha.  

A 3o Sargento Fuzileiro Naval, Érika Pantoja, é paraense e tem familiares no município de Muaná, na Ilha do Marajó. Será a primeira missão dela na região. “Meus parentes estão orgulhosos porque irei participar da entrega de cestas básicas e livros nos municípios marajoaras. É um povo muito humilde e muito necessitado, já vi casos de gente que teve problemas de saúde e teve que viajar de barco por várias horas até Belém para conseguir socorro”, relatou.

Além da assistência médico-odontológica e das ações “Pão da Vida” (entrega de cestas básicas) e “Maré do Saber” (doação de livros para escolas públicas), os navios da Marinha também costumam levar técnicos do INSS, membros dos Tribunais de Justiça do Pará e da Justiça Federal.

“Já realizamos até casamento coletivo para 40 casais com a presença dos juízes que vieram embarcados. Às vezes, o juiz tem que fazer divórcios também. É a oportunidade que eles têm de se casar ou de se separar”, afirmou o Comandante Robledo.

Tão necessário quanto a oficialização do matrimônio, para os ribeirinhos que não possuem postos do INSS na região a chegada do navio é a possibilidade de conseguir a aposentadoria rural ou algum outro benefício. “A burocracia impede os ribeirinhos de emitir benefícios do INSS. O cidadão tem que ir de Breves [a cidade mais populosa de Marajó, com 103 mil habitantes] até Belém. Só a passagem de ida custa R$ 148. E são, no mínimo, quatro audiências. O ribeirinho desiste, não tem como”.

Ano passado, os postos móveis da Justiça Federal realizaram 1.565 atendimentos e os representantes do TJ-PA embarcados atenderam 968 pessoas. O próximo passo é conseguir verba para instalar antenas sateliais para acesso de internet nos navios da Marinha. Com essa tecnologia, os postos móveis poderão se conectar imediatamente à central do INSS e agilizar a concessão de benefícios.

“A ciranda econômica dos municípios ia girar muito melhor se todas as pessoas tivessem acesso aos benefícios do INSS de forma rápida, on-line”, vislumbra o Comandante Robledo.

Como os recursos ainda não vieram, mas com sede de ajudar ao máximo as populações isoladas do Norte do país, o alto oficial da Marinha continua batendo de porta em porta nos gabinetes de deputados e senadores, em Brasília, atrás das emendas parlamentares. “Só saio de lá quando já está tudo assinado.”

Empresas de cruzeiros enviaram passageiros de volta aos seus países após travessias infernais, com surtos de coronavírus nos navios e negativas de atracar nos portos. Mas ainda falta resgatar dezenas de milhares de tripulantes, que continuam presos a bordo.

Enquanto isso, aumentam os conflitos entre os tripulantes, muitos deixaram de receber salários, outros não têm acesso à internet e se acumulam as ações contra as empresas, que dizem estar diante de uma situação "incrivelmente complexa".

"Somos prisioneiros. Preciso de ajuda. Precisamos de ajuda", pede o brasileiro Caio Saldanha, DJ do "Celebrity Infinity", que navega entre a Flórida e as Bahamas. O navio pertence à Celebrity Cruises, subsidiária da Royal Caribbean, com sede em Miami.

"Nunca pensamos que nos aconteceria isto, ter que lutar para descer de um barco que nos mantém prisioneiros", diz o músico de 31 anos da cabine sem varanda que compartilha com a namorada, Jessica Furlan, de 29.

Em 13 de março, os navios de cruzeiro receberam a ordem de "não navegar". Os que tinham passageiros conseguiram desembarcá-los depois de negociações complicadas, mas os tripulantes que ficaram a bordo estão em um limbo desde então.

"Estamos desesperados para ir para casa. Desesperados", diz Furlan, que seria anfitriã de atividades a bordo.

Somente em torno das águas americanas, há 104 cruzeiros com um total de 71.900 tripulantes a bordo, confirmou esta semana à AFP a Guarda Costeira americana.

- Pagar pela internet -

Os que trabalham para manter o navio operacional - marinheiros, pessoal de limpeza, cozinheiros, por exemplo -, ainda recebem salário, mas não quem fazia o entretenimento dos passageiros. Outros concluíram seus contratos e estão gastando suas economias.

As companhias lhes fornecem hospedagem e comida, mas eles precisam pagar por itens como sabão e pasta de dentes. Em alguns casos, também para ter acesso à internet.

"Não temos internet grátis. De um ponto de vista eu entendo, mas não do humano", diz à AFP a sérvia Verica Brcic, gerente de spa do "Maasdam", da companhia Holland America, subsidiária da Carnival, também com sede em Miami.

Ela foi transferida em 29 de março ao "Koningsdam", que margeia a costa oeste com 1.100 tripulantes reunidos de oito embarcações.

"Um ser humano precisa ter contato com as notícias dos nossos países e do mundo exterior, em contato com as famílias", diz a mulher de 55 anos.

Não há novidades sobre repatriação. A última vez que esteve em terra firme foi no começo de março.

Um músico brasileiro de 52 anos que está em um navio da Princess Cruises (Carnival) também tem que pagar pela internet e diz que a comida é insuficiente. "Eu me sinto como em um confinamento forçado", conta. Ele pede para permanecer anônimo e nem sequer quis identificar sua embarcação.

- Montanha russa de emoções -

As companhias de cruzeiro são acusadas de não se esforçarem para repatriar os trabalhadores porque os voos fretados são muito caros, o que as empresas negam.

No cerne do problema, segundo a Royal Caribbean, está a letra miúda do acordo com o Centro de Controle de Doenças (CDC). Nele, a agência exige dos executivos das companhias de cruzeiro que sejam legalmente responsáveis - civil e criminalmente - se as normas de desembarque não forem obedecidas.

"Com muito prazer faremos o que nos pedirem, mas as penas criminais deram a nós e a nossos advogados o que pensar", escreveu o presidente da Royal Caribbean, Michael Bayley, em carta que distribuiu no domingo à sua tripulação.

Nela, diz que tinha finalmente decidido assinar o documento e anuncia um plano de desembarque.

Se foi possível planejar isto agora, "por que não me mandaram para casa no mês passado?", questiona a bailarina inglesa Lauren Carrick, que divide a cabine no "Celebrity Infinity" com o namorado.

"Ontem passei o dia chorando. É uma montanha russa de emoções e é cansativo e esgotador. À noite não consigo dormir, estou sempre pensando quando vou voltar para casa", conta Carrick à AFP.

Mas nem todos querem ir embora. Alguns se sentem inclusive mais seguros nos navios e temem que o escândalo midiático afete a indústria que lhes dá o ganha-pão.

"Tudo isto é complexo e muito frustrante para nós, que amamos nosso trabalho", diz à AFP um sul-africano de 42 anos a bordo de um navio da Carnival, onde é gerente de alimentos.

Enviar as pessoas em voos fretados "custa muitos milhões", defende, pedindo o anonimato. "A culpa não é das linhas de cruzeiro, mas de organismos como os CDC".

- Um processo complexo -

Os conflitos entre aqueles que se sentem presos e os que estão confortáveis aumentam e, pelo Facebook, as guerras de palavras são de arrepiar.

Quatro dos tripulantes entrevistados pela AFP dizem que não se sentem seguros no navio por esta razão.

"Sinto muito, muito medo. Acho que é muito perigoso", diz o guitarrista.

O presidente da Royal Caribbean disse que, dos 25.000 tripulantes que a empresa tem a bordo neste momento, mais de mil manifestaram o desejo de ficar.

No entanto, repatriar os que querem partir é "incrivelmente complexo", escreveu Bayley. "Nossa tripulação vem de mais de 60 países. Cada país tem normas e regulamentações diferentes sobre quem pode voltar para casa, e como e quando".

Alguns nem sequer aceitam a entrada de seus próprios cidadãos, afirmou.

A Carnival informou que está fazendo "progressos" e que repatriou milhares de tripulantes até o momento.

"Mas tem sido muito mais difícil nas últimas semanas devido aos fechamentos dos portos e às restrições a viagens", disse Roger Frizzell, porta-voz da companhia.

Entre passageiros e tripulantes, no total foram registrados 2.789 casos de coronavírus a bordo de 33 navios, segundo a Associação Internacional de Linhas de Cruzeiros.

No mês passado, trabalhadores da Celebrity Cruises apresentaram uma ação coletiva acusando a companhia de negligência e, na terça-feira, a família de um indonésio falecido por coronavírus após ter sido transferido a um hospital na Flórida processou a Royal Caribbean por homicídio culposo.

A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) usou sua conta oficial no Twitter, na manhã desta segunda-feira (6), para questionar a deficiência do país na fabricação de máscaras descartáveis diante da pandemia do novo coronavírus. 

Na publicação, ela recordou o período em que o Brasil seguia um ritmo acelerado de fabricação de aviões, além dos navios e plataformas de petróleo - antes da recessão econômica e do ápice da operação Lava Jato, o que freou a indústria petroleira. 

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"Há oito anos atrás [sic] o Brasil fabricava aviões, navios e plataformas de petróleo. Hoje não consegue fabricar máscaras descartáveis", criticou a petista.

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O Ministério da Saúde quer usar a estrutura de navios de cruzeiro para o atendimento de pacientes do novo coronavírus. Segundo o secretário executivo da pasta, João Gabbardo, empresas devem disponibilizar 1 navio com mil quartos e outro com 2 mil. "Não tem contrapartida, até onde sabemos", disse ele nesta segunda-feira (16). Gabbardo afirmou que os navios ficariam no Rio de Janeiro.

O governo bancaria as equipes para atendimento de pacientes. Gabbardo disse que os locais podem ser usados, por exemplo, para isolamento, quarentena e atendimento de pacientes de baixa complexidade.

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Cancelamento de cruzeiros

O governo retirou no sábado (14) a recomendação de que novos cruzeiros fossem cancelados. Gabbardo afirma que o texto trazia insegurança para embarcações que já estavam no mar. Segundo ele, a ideia é reunir-se com empresas de turismo para chegar a um acordo, mas que novos cruzeiros de turismo não serão iniciados durante a emergência em saúde pelo novo coronavírus.

Diante da iminente retomada de cruzeiros na Ilha de Fernando de Noronha, o biólogo marinho e integrante da ONG Ecoassociados, Hugo Rossiter, criticou a presença de grandes embarcações em um dos ecossistemas mais sensíveis de biodiversidade do Brasil. Ele destaca que, além do ambiente marinho, fauna e flora terrestres estão ameaçados com a grande movimentação de pessoas.

Há sete anos a Ilha não recebe cruzeiros regularmente, mas uma visita do presidente do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), Gilson Machado, junto ao senador Flávio Bolsonaro (sem partido), avaliou a liberação para fins turísticos. Para o biólogo, a presença de navios de cruzeiro em áreas de preservação e nos arredores do arquipélago aumenta a possibilidade de desastres. "Pode até ter acidentes em relação à hélices com golfinhos, tubarões e tartarugas, que são animais de grande porte, que a gente sabe da presença que têm na Ilha", apontou.

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Além do alto risco de acidentes, a intensidade da movimentação de pessoas é proporcional à produção de lixo. Logo, os impactos estendem-se ao ambiente terrestre. "Vai afetar não só a fauna e flora marinha, mas também vai atingir os organismos da Ilha em si", complementou. O secretário de Meio Ambiente de Pernambuco, José Bertotti, já havia criticado a medida e disse que esse tipo de visitação "não respeita a natureza".

De olho no turismo ambiental, Gilson Machado informou que obteve a aprovação da Marinha para instalar 12 novos pontos de recifes artificiais. A intenção é utilizar os naufrágios para atrair amantes do mergulho exploratório.

Hugo Rossiter reforça que tal medida é discutível. "Dependendo do material e como ele for manuseado, pode até afetar [o ambiente]. No casco de embarcações, por exemplo, pode ficar liberando material do barco que pode ser tóxico para os animais", concluiu.   

O governo brasileiro tem monitorado os navios que circulam na costa brasileira para evitar a entrada do coronavírus no país. O Ministério da Saúde e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) têm adotado ações de vigilância para navios de cruzeiro, que atracam na costa brasileira, especialmente no período do Carnaval.

Dentre essas ações, estão uma série de orientações aos passageiros e tripulantes. No caso de cruzeiros marítimos, alguns procedimentos devem ser adotados para proteger a saúde dos passageiros e tripulantes, pessoal de solo e do público em geral nos portos.

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Os dois órgãos orientam que, em qualquer situação, os trabalhadores de portos, aeroportos e fronteiras devem sempre adotar medidas preventivas, tais como higienizar as mãos com frequência com água e sabonete, utilizar lenço descartável para higiene nasal, cobrir o nariz e a boca com um lenço de papel quando espirrar ou tossir e jogá-lo no lixo.

Além disso, o ministério e a Anvisa recomendam que caso o viajante apresente sintomas após a saída do navio, ele deve procurar um serviço de saúde e informar seu histórico de viagem, especialmente nos últimos 14 dias.

Hoje (21), o ministério aumentou o nível de vigilância para mais sete países da Ásia além da China. Dessa forma, a definição de caso suspeito também vale para pessoas que voltarem do Japão, Coreia do Sul, Coreia do Norte, Singapura, Vietnã, Tailândia e Camboja e apresentarem febre associada a um sintoma respiratório.

No Japão, um navio entrou em quarentena após passageiros apresentarem sintomas da doença. O Ministério da Saúde do Japão informou que 443 desembarcaram do Diamond Princess na quarta-feira e 274 ontem. Segundo o governo japonês, até 450 pessoas deverão desembarcar hoje.

O Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar Social do Japão está realizando testes para o coronavírus em todas as pessoas que ainda permanecem no navio. Para deixar a embarcação, os passageiros tiveram que fazer o teste e ter resultado negativo para o novo coronavírus, além de não apresentarem nenhum sintoma.

Doze navios transatlânticos, transportando 100 mil turistas, passarão pelo Píer Mauá, no Rio de Janeiro, a partir deste domingo (1º) até o dia 29 próximo. Desse total, oito navios são internacionais (Queen Victoria, Oceania Marina, Europa2, Hamburg, Island Princess, Volendam, Celebrity Eclipse e Azamara Pursuit).

É o maior número de transatlânticos internacionais dos últimos 20 anos que aportarão no Rio. O gerente de Operações do Píer Mauá, Alexandre Gomes, disse que esses cruzeiros vão movimentar “cerca de R$ 120 milhões na economia da cidade, em um mês”.

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No período do carnaval, de 22 a 25 de fevereiro, oito desses 12 transatlânticos estarão na capital fluminense, sendo que três passarão a noite de domingo no Rio e três a noite da segunda-feira, para que os passageiros possam ir ao Sambódromo ver os desfiles das escolas de samba do grupo especial. Desses oito navios que vão ficar para o carnaval, cinco são internacionais.

Hoje (1º), chegou ao Píer Mauá o MSC Fantasia que vai retornar ao Rio seis vezes durante o mês de fevereiro. Ele integra as embarcações que realizam viagens curtas com roteiros diversos pela América do Sul. Os outros são o Sovereign, que retornará à cidade sete vezes; o MSC Musica e o Costa Pacifica, que voltarão ao Rio três vezes cada um.

O gerente de Operações do Píer Mauá informou que, pela primeira vez, partindo do Rio, acontecerá a décima quarta edição do Projeto Emoções em Alto Mar, entre os dias 15 e 19 de fevereiro, no MSC Fantasia, com o cantor Roberto Carlos. O projeto foi iniciado em 2005 para reunir amigos e admiradores do artista a bordo de um cruzeiro.

Avaliação positiva

Alexandre Gomes destacou que o Queen Victoria está voltando à costa brasileira depois de dois anos. Para isso, contribuiu a avaliação dos turistas que vieram anteriormente à cidade.

“O Rio de Janeiro tem sido avaliado como o melhor destino da América do Sul. Isso está fazendo um diferencial. E como os armadores são grandes grupos, isso acaba disseminando para todas as empresas dos grupos”, explicou.

Destacou ainda que desde 2016, com a realização dos Jogos Olímpicos no Rio e a inauguração do Boulevard Olímpico, não há nenhuma ocorrência de furto ou roubo no entorno do terminal, que envolve também o centro histórico da capital.

O gerente de Operações salientou que, desde o início da marca, em 1999, o Píer Mauá foi eleito por sete vezes como "O Melhor Terminal de Passageiros da América do Sul" pelo ‘World Travel Awards’, considerado o Oscar do Turismo Mundial.

Temporada

A temporada de cruzeiros iniciada em outubro do ano passado e que se estenderá até abril deste ano engloba  112 atracações de 37 navios, sendo 27 internacionais e dez nacionais. Oito deles estão vindo ao Rio pela primeira vez.

Na última temporada, entre 2018 e 2019, o Píer Mauá recebeu 100 atracações, com a média de 380 mil turistas. Para a atual temporada houve aumento de 12 atracações; o número de navios foi ampliado em dez; e a previsão de turistas no embarque, desembarque e trânsito subiu de 380 mil para 425 mil, expansão de 12% em relação à temporada anterior. O número de navios internacionais também aumentou, passando de 19 para 27.

Empresas redescobriram a navegação de cabotagem como alternativa mais econômica ao frete rodoviário, depois do tabelamento que encareceu o transporte feito por caminhões. No ano passado, foram movimentados mais de um milhão de contêineres de 20 pés entre os portos ao longo da costa brasileira, segundo a Associação Brasileira dos Armadores de Cabotagem (Abac). É uma marca recorde que corresponde a mais de um milhão de viagens rodoviárias que deixaram de ser feitas em 2018. Historicamente, o custo do frete de cabotagem é até 20% mais barato do que o rodoviário. Mas responde por apenas 11% da movimentação de carga entre todo meios de transporte.

"Com a greve, empresas que já usavam a cabotagem aumentaram os volumes transportados e quem não usava passou a usar", afirma o presidente da Abac, Cleber Cordeiro Lucas. Ele diz que a greve dos caminhoneiros deu um impulso adicional à cabotagem, que vinha em expansão nos últimos anos. No primeiro semestre, antes dos desdobramentos da paralisação, os volumes transportados pela cabotagem cresciam 13,5% em relação ao ano anterior. Mas, depois da greve, o ritmo anual de expansão subiu para 15,6% até setembro, aponta a Abac.

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A Aliança, maior empresa de navegação de cabotagem, teve aumento de 28% no volume de cargas do primeiro para o segundo semestre de 2018. "Foi o maior crescimento para esse período da história da empresa", diz Marcus Voloch, diretor. O salto ocorreu porque houve migração de cargas rodoviárias para a cabotagem por causa da alta do custo do frete em razão do tabelamento. "Buscamos clientes novos, mas aumentou a conversão", diz o executivo, destacando que a empresa fez dois anos em um. A previsão inicial da companhia era ampliar em 8% o volume de cargas transportadas em 2018 em comparação com a o ano anterior. No final, o avanço foi de 16%.

Apesar de a empresa operar desde 1999, pela primeira vez em 2018 transportou em seus navios melancia, melão, laranja e tangerina, de São Paulo para Manaus (AM), em contêineres refrigerados. "Também nunca tínhamos transportado caixa d'água, levamos de Santa Catarina para o Nordeste."

Marcos Tourinho, diretor da Santos Brasil, que opera terminais logísticos, confirma que a movimentação de cargas de cabotagem da empresa nos Portos de Vila do Conde (PA) e Imbituba (SC) foi recorde no ano passado. "Com receio de que a greve se repita, empresas buscaram diversificar o frete e isso nos favoreceu."

Nordeste

As rotas de cabotagem mais procuradas são as que partem do Norte e Nordeste para o Sul e o Sudeste. Antes do tabelamento, o transporte de cargas em caminhões do Norte e Nordeste para o Sul e Sudeste era barato porque se tratava de frete de retorno. Como o polo de produção do País fica nos Estados do Sul e do Sudeste, os caminhões retornavam praticamente vazios do Norte e Nordeste. Por isso, o valor desse frete nessa rota era baixo. Mas com a obrigatoriedade da tabela, o frete de retorno deixou de existir e as empresas do Norte e Nordeste tiveram de buscar saídas econômicas.

Localizada em Maracanaú, a 24 quilômetros de Fortaleza (CE), a Esmaltec, fabricante de geladeiras e fogões, especialmente para o consumidor de menor renda, teve uma aumento de 80% do custo do frete rodoviário para Sul e Sudeste, após o tabelamento. A saída, conta o superintendente Aélio Silveira, foi despachar os produtos acabados de navio.

Hoje 40% dos eletrodomésticos são escoados de navio, especialmente para o Sul e Sudeste. A meta da companhia até dezembro é despachar 50% da produção por navios. A empresa nunca tinha usado cabotagem para transportar produto acabado, apenas as matérias-primas.

"Com o uso da cabotagem, conseguimos reduzir pela metade o impacto da alta do frete rodoviário, que subiu 80% por causa do tabelamento", diz Silveira. O frete responde por 7% do custo do eletrodoméstico.

Fornecedor local

A Leroy Merlin, gigante do varejo de materiais de construção com 41 lojas no País, decidiu regionalizar as compras de itens pesados e que ocupam grandes volumes nos caminhões, a fim de reduzir o impacto da alta do custo do frete. Tintas mais baratas, pisos e revestimentos de baixo valor passaram a ser comprados localmente para as lojas do Nordeste e Centro-Oeste. "Desde junho, aumentamos em 70% as compras regionais no Nordeste e em 50% no Centro-Oeste", conta Adriano Galoro, diretor de compras da rede varejista. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Rússia instalará uma nova divisão de mísseis antiaéreos S-400 na Península da Crimeia, informou nesta quarta-feira (28) um porta-voz militar russo. "Em breve o novo sistema de mísseis entrará em serviço", declarou à agência Interfax o coronel Vadim Astafiev, porta-voz da circunscrição militar sul.

Anteriormente, as autoridades russas tinham informado que três divisões de mísseis S-400 garantiam a segurança do espaço aéreo da península, anexada pela Rússia em 2014. Os sistemas de mísseis S-400 podem abater simultaneamente vários alvos a uma distância de até 400 quilômetros e a uma altura de até 30 quilômetros.

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O anúncio do posicionamento de novos mísseis acontece em meio à crise criada pela captura de três navios da Marinha ucraniana pela Guarda Costeira russa na região do Estreito de Kerch e pela detenção de 24 marinheiros ucranianos.

O Serviço Federal de Segurança (FSB, antiga KGB) da Rússia acusa os três navios de violar suas águas territoriais perto da Crimeia, de ignorar os alertas da Guarda Costeira russa para parar e de apontar suas armas contra as lanchas russas.

O presidente russo, Vladimir Putin, denunciou na terça-feira, 27, uma "grosseira violação" do direito internacional por parte dos navios ucranianos e garantiu que a Guarda Costeira russa está disposta a "oferecer explicações adicionais" sobre o ocorrido na região do Estreito de Kerch, que une o mar Negro e o Mar de Azov.

Por sua parte, Kiev teme que os marinheiros possam ser condenados a vários anos de prisão, embora também ressalte que sua sorte dependerá de futuras consultas "ao mais alto nível" entre Putin e o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, que poderiam optar por uma troca.

O incidente de Kerch pode ainda frustrar a anunciada reunião em Buenos Aires, durante a cúpula do G-20, entre o presidente russo e o seu homólogo dos Estados Unidos, Donald Trump.

"Talvez não tenha a reunião (com Putin). Talvez nem sequer tenha a reunião. Não gosto dessa agressão (russa contra a Ucrânia). Não quero essa agressão em absoluto", disse Trump em entrevista publicada pelo jornal "The Washington Post".

Reação de Kiev

Em resposta ao contexto de crescentes tensões com Moscou, o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, promulgou também nesta quarta-freira a lei marcial, anunciou seu porta-voz. "O presidente Poroshenko assinou a lei", anunciou no Facebook Svyatoslav Tsegolko sobre a lei aprovada na Segunda-feira (26) pelo Parlamento ucraniano e que deve valer por 30 dias em dez regiões fronteiriças e costeiras.

O texto adotado pelos deputados ratificou um decreto presidencial neste sentido assinado na Segunda-feira. No entanto, ainda há dúvidas sobre a entrada em vigor da lei marcial, com algumas estruturas oficiais ucranianas mencionando esta quarta-feira e outras afirmando que ela entrou em vigor na segunda-feira. O porta-voz da presidência não estava disponível para esclarecer esta situação.

"Devemos todos estar prontos para repelir a agressão de nosso inimigo que, até pouco tempo, era apenas nosso vizinho", declarou o chefe do governo ucraniano, Volodymyr Groisman, ao abrir o Conselho de ministros.

Este movimento levou a Uefa a anunciar na terça-feira a mudança da partida da Liga Europa entre o clube ucraniano FC Vorskla e o inglês Arsenal. Previsto para Poltava, que não será afetada peça lei marcial, a partida foi transferida para Kiev por "razões de segurança".

As autoridades ucranianas asseguraram que a lei marcial, que torna possível mobilizar os cidadãos, controlar os meios de comunicação e limitar os encontros públicos, é essencialmente "preventiva".

"O objetivo da lei marcial é mostrar que o inimigo vai pagar caro se decidir nos atacar. Esta será uma ducha fria que vai parar os loucos que pretendem atacar a Ucrânia", disse na terça-feira à noite o presidente Poroshenko.

O ministério da Defesa deve explicar ainda nesta quarta-feira como a lei marcial será aplicada nas forças armadas. (Com agências internacionais)

As autoridades chinesas temem que o petroleiro iraniano Sanchi e o navio-cargueiro CF Crystal, de Hong Kong, explodam por conta do incêndio que atingiu ambas as embarcações no último sábado (6).

Segundo a TV estatal de Pequim, "CCTV", autoridades locais já deram alarme para evitar a área no mar próximo à foz do rio Yangtze, perto da cidade de Xangai.

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No entanto, a busca pelos 32 desaparecidos (30 iranianos e dois cidadãos de Bangladesh) continuam no local, apesar de sofrer com atrasos por conta da nuvem tóxica. Também está em andamento a tentativa de controle do vazamento de petróleo no mar.

O Sanchi, que tinha registro no Panamá, estava a caminho da Coreia do Sul, mas colidiu com o navio de Hong Kong a cerca de 160 milhas do largo de Xangai, em um episódio que ainda não está claro para as autoridades.

De acordo com as autoridades chinesas, o Sanchi carregava 150 mil toneladas (quase um milhão de barris) de um tipo de refinado de petróleo. O temor é que a explosão torne a tragédia ambiental ainda mais grave. 

Da Ansa

Um navio de guerra russo colidiu com um navio cargueiro no Mar Negro, próximo a Istambul, nesta quinta-feira (27) e ao menos 15 pessoas estão desaparecidas, informa a mídia local. Entre 40 e 70 soldados teriam sido retirados com segurança da embarcação, de acordo com os jornais turcos. De acordo com o portal "Hurriyet", já há ao menos um morto.

O Ministério da Defesa russo emitiu uma nota em que informa que o navio "Liman", faz missões de reconhecimento para a Inteligência do país, colidiu com a embarcação "Ashot 7", que tem bandeira de Togo, a cerca de 40 quilômetros do estreito de Bósforo. Agora, o navio russo corre o risco de afundar por conta do buraco que está aberto em sua lateral e os soldados estão tentando "salvar" o barco.

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