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Dados do Departamento Penitenciário Nacional, divulgados nesta segunda-feira (19) no 14º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, mostram que a cada três presos em 2019, dois eram negros. Os negros representam 66,7% da população carcerária, estipulada em 755.274 reclusos no país. 

“As chances diferenciais a que negros estão submetidos socialmente e as condições de pobreza que enfrentam no cotidiano fazem com que se tornem os alvos preferenciais das políticas de encarceramento do país”, avalia o estudo.

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Os negros são a maioria - 66,7% - diante de 33,3% da população carcerária composta por brancos, amarelos e indígenas. “A taxa de variação nesse período [2005-2019] mostra o crescimento de 377,7% na população carcerária identificada pela raça/cor negra, valor bem superior à variação para os presos brancos, que foi de 239,5%”, informa o Anuário. A proporção de negros no cárcere cresceu 14% nos últimos 15 anos, enquanto a proporção de brancos sofreu ua queda de 19%.

Para os pesquisadores do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), “as chances diferenciais a que negros estão submetidos socialmente e as condições de pobreza que enfrentam no cotidiano fazem com que se tornem os alvos preferenciais das políticas de encarceramento do país”.

O levantamento do FBSP também destaca que 95,1% dos presos são homens, enquanto 4,9% são mulheres. Entretanto, nos últimos 11 anos houve um aumento de 70,9% de prisões do sexo feminino, alcançando a marca de 36.926 detentas.

A principal faixa etária nas prisões é a de 18 a 24 anos, equivalente a 26% do total de presos. Em seguida estão aqueles com idade entre 25 e 29, que representam 24% da população carcerária, segundo o estudo. "A população prisional do país segue um perfil muito semelhante aos das vítimas de homicídios", indica o Anuário.

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Ao perceber a postura atípica de perfis negros no Twitter em apoio ao presidente norte-americano Donald Trump, pesquisadores da Universidade Clemson descobriram que a campanha republicana é estimulada por contas falsas. Com narrativas enganosas e linguagem quase idêntica, os perfis alcançam milhares de usuários e depois desaparecem.

Chamadas de "blackface digital", geralmente as contas fake roubam fotos de homens negros para fortalecer o apoio ao candidato. Em um dos casos, no lugar da imagem de perfil foi publicado apenas as palavras "foto de homem negro", de acordo com o Washington Post.

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Em apenas seis dias de atividade, o perfil falso de um policial negro conquistou 24 mil seguidores. Embora a conta @CopJrCliff tenha sido aberta em 2017, a primeira das oito publicações só ocorreu no último dia 6 de outubro. Antes de desaparecer da rede, ele recebeu 75 mil curtida em um dos tweets. O perfil teria sido suspenso por quebrar as regras de manipulação da rede social.

“É uma guerra assimétrica [...] eles não precisam durar muito. E eles são tão baratos de produzir que você pode obter muita tração sem muito trabalho. Obrigado, Twitter”, criticou o pesquisador-chefe Darren Linvill.

Ele explica que encontrou evidências estrangeiras nas contas, com traços do alfabeto cirílico russo. Um dos perfis já havia promovido um serviço de acompanhantes da Turquia, aponta.

Em resposta, o representante do Twitter, Trenton Kennedy, reforçou o esforço da plataforma para evitar o blackface digital. “Nossas equipes estão trabalhando diligentemente para investigar esta atividade e tomarão medidas de acordo com as Regras do Twitter se os tweets forem considerados violadores”, informou.

Um vídeo mostra uma mulher fazendo ofensas racistas e dizendo que tem carta branca para isso. Segundo a página Revista Ébano Brasil, o caso ocorreu no distrito de Jabaquara, em São Paulo-SP.

De acordo com informações, a mulher que aparece nas imagens estava ofendendo negros na rua. Um homem decidiu filmá-la e também foi alvo das agressões verbais.

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"Posta, que eu vou te processar e pegar dinheiro. Eu tenho carta branca", diz a mulher. O rapaz que filma é xingado de "macaco", "orangotango", "chimpanzé", "lixo" e "fedido".

Essa não seria a primeira vez que ela faz agressões racistas contra moradores de Jabaquara. O vídeo viralizou no último domingo (13).

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A Accenture está ofertando 24 oportunidades de estágio para universitários negros e negras de todas as regiões do Brasil trabalharem, remotamente, em um desafio de inovação. Na proposta da empresa, serão criados quatros grupos que trabalharão no formato de Start-Up para criar novas soluções de negócios desenvolvidas no setor de Ventures da empresa, responsável pela integração da área de startups e de novos negócios no Brasil.

Podem se candidatar os estudantes que se autodeclararem negros e pardos, cursando ensino superior, comprovando conhecimento e se identificando com pelo menos um dos três perfis exigidos: tecnologia, design e negócios. Os discentes das áreas citadas podem se inscrever por meio do site de seleção.

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O programa AddVentures2Go está à procura de uma equipe de novos talentos negros em situação de vulnerabilidade social. "As inovações surgem quando conseguimos olhar para os problemas em diferentes ângulos para desenvolver novas soluções, e para nosso time, a diversidade é um elemento fundamental", pontua a diretora de Recursos Humanos da Accenture, Beatriz Sairafi, de acordo com a assessoria da instituição.

O diretor-executivo da Accenture Ventures, Vinícius Fontes, diz que o programa está procurando pessoas com diferentes realidades e novas opiniões para agregar aos projetos da empresa. "Estamos em busca de pessoas com diferentes histórias e novas perspectivas para enriquecer nossos projetos com seus olhares e inovar conosco. Além de abrir espaço para negros e negras, a interseccionalidade também conta pontos", afirma Fontes, de acordo com a assessoria da Accenture.

O estágio - que tem duração de um ano, no formato remoto, sendo seis meses dedicados à aceleração da startup – inicia em novembro. "O sucesso do programa será a taxa de empregabilidade dos candidatos. A Accenture espera que mais da metade dos estagiários sejam efetivados, na Accenture ou nos parceiros do programa", acrescenta o diretor-executivo, de acordo com a assessoria da empresa.

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Jacob Blake, o jovem negro que foi baleado pelas costas por um policial branco em Wisconsin, afirmou que "dói respirar" e que sente dor constante em uma mensagem de vídeo gravada em sua cama de hospital, onde se recupera.

Apesar dos ferimentos, que provavelmente o deixarão paraplégico, Blake disse a seus seguidores que "há muito mais vida para viver".

"Eles podem tirar sua vida assim (estalar de dedos), cara, e não apenas sua vida, suas pernas - algo que você precisa para andar e continuar a vida", disse Blake no vídeo postado no sábado por seu advogado Ben Crump.

"Vinte e quatro horas, as 24 horas eu tenho dor, apenas dor". "Dói respirar, dói dormir, dói quando sou virado, dói para comer", contou no vídeo, que foi visto mais de 400 mil vezes no Twitter.

"Por favor, mudem suas vidas aí fora. Podemos estar juntos, ganhar algum dinheiro, tornar tudo mais fácil para o nosso povo lá fora, cara, porque muito tempo foi perdido".

O jovem de 29 anos foi ferido por um policial que atirou nele sete ou oito vezes quando ele entrava em seu carro, no qual três de seus filhos estavam, no dia 23 de agosto, em Kenosha, no estado de Wisconsin.

A ação foi filmada por transeuntes e os dois policiais que tentaram prender Blake foram suspensos. Três meses após a morte de George Floyd, os tiros contra Blake geraram uma nova onda de manifestações em várias cidades.

Os protestos de Kenosha começaram pacificamente na noite em que Blake foi baleado, mas a violência aumentou nas noites seguintes.

Em 25 de agosto, duas pessoas morreram nas manifestações. Um jovem branco de 17 anos, partidário de Donald Trump, foi preso e acusado dos assassinatos.

O candidato democrata à presidência Joe Biden falou com Blake por telefone na quinta-feira e se encontrou com sua família.

A família de um homem negro baleado por um policial branco no último fim de semana pediu calma nesta terça-feira (25), ante o aumento da revolta nos Estados Unidos frente ao novo caso de violência policial contra a comunidade negra, que reacendeu os protestos contra o racismo.

"De verdade, precisamos apenas de orações", disse Julia Jackson sobre o ataque a seu filho Jacob Blake, que levou sete tiros da polícia no último domingo diante dos três filhos. "Enquanto caminhava por esta cidade, observei muitos estragos. Isto não reflete o meu filho, nem a minha família. Se Jacob soubesse o que está acontecendo, a violência e destruição, teria muito desgosto", afirmou Julia em entrevista coletiva.

Com a tensão ainda latente após a morte de George Floyd, cidadão negro morto por um policial branco, a cidade de Kenosha foi cenário de confrontos pela segunda noite consecutiva. Os protestos começaram após a divulgação, no último domingo (23), do vídeo que mostra a agressão a Blake.

Pouco depois da entrada em vigor do toque de recolher estabelecido entre 20H00 de segunda-feira e 7h de terça-feira, policiais da unidade antidistúrbios usaram gás lacrimogêneo contra os manifestantes. Os policiais responderam aos manifestantes que lançavam garrafas d'água e fogos de artifício em direção aos agentes. Horas antes, centenas de manifestantes gritaram diante dos policiais: "Sem justiça, não há paz!" e "Diga o nome dele, Jacob Blake".

A vítima estava internada, após passar por uma cirurgia no hospital de Milwaukee, a cerca de 40 km. O advogado Benjamin Crump, que também representa a família de George Floyd, informou hoje que "o diagnóstico médico é de que Blake está paralisado".

- Vídeos contra a impunidade -

Como ocorreu com George Floyd, afro-americano de 46 anos que morreu asfixiado em 25 de maio quando um policial branco ajoelhou por vários minutos em seu pescoço, a tentativa de detenção de Blake foi filmada por uma testemunha e o vídeo viralizou nas redes sociais.

"O que justifica esses tiros? O que justifica fazer isso na frente dos meus netos?", protestou hoje o pai de Blake, também chamado Jacob, em entrevista ao jornal "Chicago Sun Times". "Ele está paralisado da cintura para baixo."

Autoridades afirmaram que os dois policiais envolvidos foram suspensos e uma investigação foi iniciada após os distúrbios de domingo, quando vários veículos foram incendiados e os arredores de um tribunal foram destruídos.

"Se eu matasse alguém, seria condenado e tratado como um assassino. Acho que o mesmo deveria acontecer com a polícia", disse à AFP Sherese Lott, 37, que expressava sua indignação nas ruas de Kenosha, cidade de 170 mil habitantes localizada às margens do lago Michigan.

A polícia de Kenosha rechaçou as críticas e pediu que se aguarde os resultados da investigação feita pelo Departamento de Justiça de Wisconsin.

O presidente americano, Donald Trump, não comentou o caso. Já o candidato democrata à Casa Branca, Joe Biden, considerou que o racismo representa "uma crise de saúde pública" e exigiu uma investigação a fundo do ocorrido.

Os democratas pediram à Legislatura do estado, controlada pelos republicanos, que discuta o pacote de projetos apresentado no começo do ano visando a uma reforma da polícia.

A polícia usou gás lacrimogêneo contra centenas de manifestantes na segunda-feira (24) em Wisconsin, enquanto aumenta a revolta nos Estados Unidos depois que um homem negro foi baleado por um policial branco, um caso que reaviva os protestos contra o racismo registrados após a morte de George Floyd.

Esta foi a segunda noite de confrontos na cidade de Kenosha (sudeste de Wisconsin) após a divulgação no domingo (23) de um vídeo que mostra o momento em que um policial atira diversas vezes pelas costas de Jacob Blake, de 29 anos, diante de seus três filhos.

Pouco depois da entrada em vigor do toque de recolher estabelecido entre 20H00 de segunda-feira e 07H00 de terça-feira, policiais da unidade antidistúrbios usaram gás lacrimogêneo contra os manifestantes.

Os policiais responderam aos manifestantes que lançaram garrafas de água e fogos de artifício em direção aos agentes. Horas antes, centenas de manifestantes gritaram diante dos policiais: "Sem justiça, não há paz!" e "Diga o nome dele, Jacob Blake".

A imprensa local informou durante a tarde que a família de Blake indicou que o estado de saúde da vítima melhorou após uma cirurgia em um hospital de Milwaukee, 40 km ao norte da cidade, para onde foi levado de avião.

Como aconteceu com George Floyd, o afro-americano de 46 anos que morreu asfixiado em 25 de maio quando um policial branco ajoelhou por vários minutos em seu pescoço, a tentativa de detenção de Blake foi filmada por uma testemunha e o vídeo viralizou nas redes sociais.

As autoridades afirmaram que dois policiais foram suspensos e uma investigação foi iniciada após os distúrbios de domingo, quando vários veículos foram incendiados os arredores de um tribunal foram destruídos.

Antes do toque de recolher imposto no condado de Kenosha para preservar a ordem pública, os moradores pediram o fim da impunidade policial.

"Se eu matasse alguém, me condenariam e me considerariam uma assassina. Acho que deveria acontecer o mesmo para a polícia", afirmou Sherese Lott, uma mulher de 37 anos indignada com a brutalidade policial.

"Quero que meus filhos vejam como acontece a mudança e estou aqui para que nunca aconteça algo assim com eles", disse Michelle, que não revelou o sobrenome, ao participar no protesto ao lado do marido Kalvin e dos filhos, de oito e sete anos.

O governador de Wisconsin, Tony Evers, disse que enviaria 125 membros da Guarda Nacional à cidade para manter a ordem.

"Devemos estar à altura deste movimento e do momento e enfrentá-lo com nossa empatia, nossa humanidade e um férreo compromisso para interromper o ciclo de racismo e preconceito sistêmico que devasta as famílias e comunidades negras", afirmou, antes de pedir à população que organize manifestações pacíficas.

O vídeo do incidente gravado com um celular mostra que o homem negro foi seguido por dois policiais armados enquanto se dirigia a um veículo cinza. Quando ele abriu a porta e tentou sentar no banco do motorista, um dos policiais o agarrou pela camisa e atirou várias vezes em suas costas.

As autoridades não informaram se o outro policial também atirou.

Ben Crump, advogado dos direitos civis que representa a família de Floyd e assumiu a defesa de Blake, disse que os três filhos da vítima estavam no carro e que o homem estava apenas tentando "acalmar" um incidente doméstico.

A poderosa American Civil Liberties Union (ACLU) denunciou o que aconteceu a Blake como "mais um ato nojento de brutalidade policial".

"O fato de que uma violência policial como essa - os assassinatos de Breonna Taylor, George Floyd, Eric Garner e muitos outros - tenha se tornado algo comum mostra que a própria instituição policial americana está podre em sua essência", observou a ACLU no Twitter.

Sem praticar nenhum delito aparente, um homem negro, identificado como Jacob Blake, de 29 anos, foi baleado nas costas por policiais, nesse domingo (23), em Kenosha, cidade do Wisconsin, nos Estados Unidos. A tentativa de homicídio ocorreu diante de populares. Centenas de pessoas protestaram em frente ao departamento de polícia local.

Dois policiais foram acionados para um "incidente doméstico", por volta das 17h, quando efetuaram os disparos. Em um vídeo, Blake tenta entrar em um carro, mas é perseguido, agarrado pela camisa e baleado por um dos agentes.

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Informações apontam que a vítima tentava separar uma briga, quando os policiais chegaram. De acordo com a página de denúncias policiais Redfishstream, os três filhos de Blake estavam dentro do carro. O vídeo abaixo tem imagens fortes.

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Ele foi levado ao hospital e está em estado grave. As autoridades não explicaram o motivo dos disparos e afirmaram que o caso será apurado ela Justiça.

Centenas de pessoas uniram-se em protesto e incendiaram veículos. Policiais usaram gás lacrimogênio para dispersar os manifestantes, já na madrugada desta segunda-feira (24).

O governador Tony Evers lamentou o ocorrido, garantiu que torce pela recuperação de Blake e fez uma série de publicações sobre a atitude. "Embora não tenhamos todos os detalhes ainda, o que sabemos com certeza é que ele não é o primeiro homem negro ou pessoa a ser baleada, ferida ou impiedosamente morta nas mãos de indivíduos que fazem cumprir a lei em nosso estado ou país", escreveu.

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Depois que a juíza Inês Marchalek Zarpelon, da 1ª Vara Criminal de Curitiba, associou um homem negro a uma grupo criminoso em "razão de sua raça" e o condenou a 14 anos de prisão, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) quer que a conduta da magistrada seja investigada pela Corregedoria-Geral da Justiça do Paraná.

O ministro Humberto Martins, corregedor nacional de Justiça, foi quem instaurou o ofício pedindo providências sobre os fatos narrados. Em um trecho da sentença em que a juíza condena Nathan Vieira da Paz, de 42 anos, ela escreveu: "Seguramente integrante do grupo criminoso, em razão da sua raça, agia de forma extremamente discreta os delitos e o seu comportamento, juntamente com os demais, causavam o desassossego e a desesperança da população, pelo que deve ser valorada negativamente".

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Ao abrir o processo contra Inês, o ministro corregedor externou o seu "estarrecimento e inconformismo" com o teor da sentença proferida pela magistrada. "Não se pode tolerar, de nenhuma forma e de quem quer que seja, que a raça ou a cor da pele de uma pessoa seja motivo de valoração negativa ou influencie presunções sobre sua conduta e sua personalidade, tampouco que fundamente juízo condenatório ou maior repressão penal”, avalia Humberto Martins.

Assim, o corregedor nacional decidiu instaurar o pedido de providências considerando a necessidade de se averiguar os fatos que, em tese, podem caracterizar conduta que infringe os deveres dos magistrados estabelecidos na Loman e no Código de Ética da Magistratura. A Corregedoria-Geral de Justiça do Paraná tem um prazo de até 30 dias para comunicar o resultado da apuração à Corregedoria Nacional de Justiça.

Um jovem identificado como Lucas Morais da Trindade, 28 anos, preso por portar menos de 10g de maconha, morreu no último sábado (4), vítima do Covid-19. Lucas havia sido preso em flagrante delito em 2018 e cumpria pena em Manhumirim, interior de Minas Gerais. Na época, ele foi condenado, em primeira instância, a 5 anos e 4 meses de reclusão.

A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) confirma que o detento desmaiou na cela e foi encaminhado desacordado para ser atendido no Hospital Padre Júlio Maria. Lucas acabou não resistindo e morreu na unidade de saúde no início da tarde do sábado (4).

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Segundo a Carta Capital, o advogado do jovem entrou com três recursos no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), mas todos foram negados - o que vai de encontro ao que havia sido determinado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Devido a situação pandêmica que o mundo está atravessando, o órgão sugeriu a reavaliação de prisões preventivas que resultaram de crimes menos graves - como o porte de 10g de maconha.

Com a morte do Lucas, a família pretende entrar com um processo contra o Estado. Atualmente, detentos do presídio de Manhumirim testaram positivo para o Covid-19, de acordo com os dados da Sejusp.

A confirmação de Carlos Alberto Decotelli para assumir o Ministério da Educação (MEC) foi recebida por críticas direcionadas à sua capacidade para comandar o sistema educacional brasileiro. O presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, comentou sobre a nomeação do economista e afirmou que o mérito sobrepôs à raça.

Sérgio Camargo publicou no Twitter que a vinda do sucessor de Abraham Weintraub "não porque ele é negro como eu, mas por seu inquestionável preparo!". O presidente, conhecido por tentar apagar ícones históricos da cultura negra brasileira e contrariar a luta étnica por respeito, complementou que a nomeação "marca o triunfo do mérito sobre a raça como critério de escolha do governo Bolsonaro".

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Embora negro, Camargo relaciona o racismo à esquerda e classifica como vitimistas os que combatem o preconceito racial. Averso à cultura negra, ele chamou Alcione de ‘barraqueira’ e disse que seu trabalho era um “pesadelo auditivo” após ter sua gestão criticada pela sambista no início do mês.

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O movimento que promove a derrubada de estátuas de personalidades consideradas racistas ao redor do mundo mira um novo algo: o pacifista Mahatma Gandhi, conforme publicado pela BBC. O monumento em homenagem ao líder da independência indiana, localizado na cidade de Leicester, na Inglaterra, já recebeu 5.000 assinaturas de ativistas britânicos que exigem a remoção.

Gandhi entrou para história por sua determinação na luta não-violenta contra a colonização britânica, mas estudiosos apontam que ele chegou a criticar os negros africanos enquanto esteve na África do Sul, no fim do século XIX.

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"Gandhi também era um ser humano imperfeito, [mas] Gandhi imperfeito era mais radical e progressivo do que a maioria dos compatriotas contemporâneos", analisa o professor de História Indiana da Universidade de Oxford, Faisal Devji, à BBC.

Devji acredita que não se pode comparar o indiano a figuras como o traficante de escravos do século XVII, Edward Colston, que teve sua imagem jogada em um rio de Bristol por manifestantes do Black Lives Matter. “[Gandhi] é um homem falível como todos os homens, mas, para amontoá-lo com os proprietários de escravos, isso é um pouco demais”, acrescentou o professor.

 

Um homem de 57 anos foi preso por injúria racial e desacato após agredir física e verbalmente um policial militar em Maceió-AL na noite do domingo (7). O suspeito teria dito que "não seria preso por um negro safado" e desferido um soco no policial.

A Polícia Militar (PM) foi acionada para uma ocorrência de furto em supermercado. No local, foi informado que o acusado havia tentado furtar oito latas de cerveja.

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O acusado teria se alterado quando estava sendo levado à viatura, momento em que insultou e agrediu o PM. Ele foi encaminhado à Central de Flagrantes e deve responder por furto, injúria racial, desacato e resistência.



 

George Floyd, o americano negro que morreu esta semana asfixiado após um policial branco colocar o joelho em seu pescoço enquanto estava imobilizado deitado no chão, era uma alma generosa que havia deixado Houston para começar uma nova vida em Minnesota, onde perdeu o emprego durante a crise do coronavírus.

"Todo mundo amava meu irmão", disse Philonese Floyd na quinta-feira, um dia após a morte de George Floyd, que provocou protestos em massa e novas alegações de racismo nos Estados Unidos. "Ele era um bom gigante", disse Philonese à CNN. "Não maltratava ninguém".

Depois de se mudar para o norte em busca de um emprego como caminhoneiro, trabalhava como segurança no restaurante Conga Latin Bistro, que fechou durante a ordem de confinamento em Minnesota. 

"Ele nos mantinha seguros lá, sabia?", declarou Luz María González, frequentadora daquele restaurante, à Rádio Pública Nacional. "No fim da noite, ele dizia: 'Ei Luz, vou esperar contigo até que você pegue seu táxi.'"

Outras pessoas próximas a Floyd alegam que ele estava tentando ter uma vida melhor. "Queria fazer algo de impacto global", disse à emissora de televisão KPRC em Houston, Jonathan Veal, amigo de Floyd desde a sexta série no Instituto Jack Yates.

Floyd, imponente em seus dois metros de altura, foi jogador de destaque de basquete e futebol americano e artista de hip-hop. Mas decidiu sair de Houston porque estava tendo problemas para encontrar trabalho.

Veal disse que falou com Floyd pela última vez em janeiro, numa troca de mensagens de texto. "Há algumas coisas que preciso esclarecer para meus meninos", escreveu Floyd a Veal. "Minha fé está voltando para onde deveria estar."

Mas em 25 de maio, depois de nove minutos de agonia gravada em vídeo, ele morreu sob a pressão do joelho de um policial no pescoço, e ficou jogado na rua, desarmado e algemado.

"Por favor, por favor, não consigo respirar", implora Floyd ao policial, num apelo que é possível ouvir no vídeo que viralizou. A polícia o identificou como suspeito em um caso de falsificação em um supermercado. Um funcionário ligou para o 911 na segunda-feira depois que Floyd supostamente comprou cigarros com dinheiro falso.

- 'Mudando sua vida' -

Bridgett Floyd disse que seu irmão não era perfeito, embora seja "de partir o coração" que ele tenha sido morto pela polícia. "Foi exatamente o que eles fizeram", disse à NBC News. "Eles mataram meu irmão. Ele estava gritando por socorro."

Quatro policiais foram demitidos por este incidente. Um deles, Derek Chauvin, foi preso na sexta-feira (29) e acusado de assassinato em terceiro grau. A namorada de Floyd, Courtney Ross, afirmou que ele era uma luz brilhante na comunidade.

"Ele não passava de um anjo que foi enviado à Terra", declarou à CBS News. "E nós o demonizamos e o matamos." Floyd tinha dois filhos. Roxie Washington, mãe de sua filha de seis anos, que vive em Houston, o descreveu como um pai dedicado.

"As pessoas estavam erradas sobre ele porque ele era tão grande que sempre pensavam que ele era um lutador", afirmou Washington, de acordo com o Houston Chronicle. "Mas ele era uma pessoa adorável ... E ele amava a filha."

Stephen Jackson, um dos velhos amigos de Floyd, tornou-se uma estrela do basquete da NBA, mas Floyd nunca deixou isso mudar sua amizade. "Nos considerávamos gêmeos", afirmou emocionado Jackson em um vídeo publicado no Instagram.

"Ele estava mudando sua vida", ela se mudou para Minnesota para trabalhar e sustentar seus filhos, acrescentou Jackson. "Meu amigo estava fazendo o que deveria fazer, cara, e todos vocês chegam e matam meu irmão."

Os protestos contra a violência policial, que vêm transformando Minneapolis em praça de guerra, se espalharam nessa sexta-feira (29) por pelo menos dez cidades americanas. Os tumultos começaram na segunda-feira (25), após a divulgação de um vídeo que mostra o policial Derek Chauvin, que é branco, com o joelho no pescoço de George Floyd, negro - que morreu em seguida, após dar entrada no hospital.

Nesta sexta, Chauvin foi preso e acusado de homicídio culposo, que pode levar a uma pena de até 25 anos de prisão. No vídeo de 10 minutos, gravado por uma testemunha, ele passa pelo menos sete com o joelho no pescoço de Floyd, mesmo após ele dizer que não conseguia respirar. O policial, de 44 anos, foi demitido no dia seguinte - juntamente como outros três colegas que participaram da ação.

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De acordo com a polícia, os quatro foram designados para atender a um chamado em uma loja de conveniência às 20 horas (horário local) de segunda-feira. Floyd teria tentado usar um nota de US$ 20 falsa e resistido à prisão - todas as imagens divulgadas até agora, porém, desmentem a versão dos policiais.

Os protestos começaram quase imediatamente - a testemunha que gravou a abordagem transmitiu a ação ao vivo pelo Facebook. Nas duas primeiras noites, os manifestantes incendiaram prédios públicos e saquearam lojas. Na madrugada de ontem, colocaram fogo em uma delegacia de Minneapolis.

Manifestações contra a violência policial foram registradas também em outras cidades americanas. Em Nova York, a polícia prendeu 70 pessoas na Union Square. Em Louisville, cidade mais populosa de Kentucky, sete pessoas foram baleadas em um protesto que incluía a morte de Breonna Taylor, uma negra assassinada pela polícia em março.

A polícia de Denver registrou sete disparos durante uma manifestação na cidade, mas ninguém ficou ferido. Em Columbus, a multidão invadiu e depredou o Congresso do Estado de Ohio. Manifestações também foram registradas em Memphis, Los Angeles, Albuquerque, Portland e Saint Paul - vizinha a Minneapolis.

Em meio ao clima de desordem social, o presidente dos EUA, Donald Trump, insultou os manifestantes, chamando-os de "bandidos", e incentivou o uso da força para conter os protestos. No Twitter, ele postou uma frase usada nos anos 60 por Walter Headley, chefe de polícia de Miami. "Quando saques começarem, os tiros começam", escreveu o presidente.

Imediatamente, o Twitter marcou o post de Trump com um alerta, alegando que a mensagem enaltecia a violência. "Este tuíte violou as regras do Twitter por glorificar a violência. No entanto, o Twitter determinou que pode ser do interesse do público que o tuíte permaneça acessível", justificou a empresa.

Trump e o Twitter iniciaram então um novo capítulo da disputa que marcou a semana, que havia começado com a empresa marcando dois posts do presidente com um alerta para que os usuários checassem a veracidade da mensagem de Trump. Furioso, o presidente assinou uma ordem executiva, na quinta-feira, que muda as regras de proteção às redes sociais, que evitam que empresas de tecnologia - como Twitter, Facebook e Google - sejam processadas por moderarem publicações de usuários.

Enquanto o presidente disparava para todos os lados, os democratas tentaram marcar posição com um tom mais moderado. O ex-presidente Barack Obama afirmou que casos como o de Floyd não deveriam ser "normais" nos EUA em 2020". "Se quisermos que os nossos filhos cresçam num país à altura dos seus maiores ideais, podemos e devemos fazer melhor", escreveu o ex-presidente em uma carta publicada no Twitter.

Biden, que foi vice de Obama e será o candidato democrata na eleição presidencial de novembro, acusou Trump de incitar a violência. "Não é o momento para tuítes incendiários. Não é hora de incitar à violência", disse. "É hora de uma verdadeira liderança."

Prisão

Ontem, quando a polícia dispersava os manifestantes em Minneapolis, uma equipe de jornalistas da CNN foi detida durante a cobertura. O repórter Omar Jimenez, um produtor e um cinegrafista foram libertados uma hora depois com um pedido de desculpas do governador de Minnesota, Tim Walz.

PARA LEMBRAR

Em 1967, quando assaltos, furtos e homicídios tomavam conta dos bairros negros de Miami, Walter Headley, chefe de polícia da cidade, convocou a imprensa para declarar "guerra" ao crime. "Deixei claro que, quando os saques começarem, os tiros começam." Headley comandou a polícia de Miami por 20 anos. Na época, apenas brancos, como ele, eram chamados de "policiais" - os negros eram conhecidos como "patrulheiros". Um exemplo da truculência foi dado no ano seguinte. Em 1968, três dias de protestos durante a convenção do Partido Republicano, em agosto, deixaram 3 mortos e 18 feridos. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

O policial acusado de matar o afro-americano desarmado George Lloyd na cidade americana de Minneapolis foi preso, informou uma autoridade estadual nesta sexta-feira (29).

Derek Chauvin, que foi visto em um vídeo pressionando seu joelho contra o pescoço de Floyd, que estava algemado, por pelo menos cinco minutos na segunda-feira, foi preso nesta sexta-feira, disse John Harrington, comissário do Departamento de Segurança Pública de Minnesota.

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"Acabei de receber informações de Andrew Evans, superintendente do Departamento de Apreensão Criminal, de que o policial identificado como Derek Chauvin, envolvido na morte de Floyd, foi preso pela BCA", disse Harrington a repórteres.

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Na terceira noite de protestos pelo assassinato de George Floyd, na noite desta quinta-feira (28), manifestantes incendiaram uma delegacia. O homem negro, de 46 anos, não resistiu ao ser asfixiado por um policial de Minneapolis, Minnesota, Estados Unidos.

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Milhares de manifestantes derrubaram as barreiras de proteção do edifício e quebraram janelas. Os policiais em serviço precisaram sair do local, por volta das 22h. Nos atos anteriores, saques a lojas e estabelecimentos incendiados já havia sido registrado.

O governador de Minnesota, Tim Walz, assinou um decreto permitindo a intervenção da Guarda Nacional e o envio de 200 policiais e helicópteros.

Em alerta para novas manifestações, as autoridades garantiram a investigação do caso. "A morte de George Floyd deve trazer justiça e reformas fundamentais, sem mais mortes e destruição", afirma parte do comunicado feito por Walz.

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Centenas de manifestantes tomaram as ruas de Minneapolis, em Minnesota, nos Estados Unidos, pela segunda noite consecutiva nesta quarta-feira (27) com policiais usando gás lacrimogêneo e disparando balas de borracha contra a multidão. Imagens na televisão e nas redes sociais revelaram pelo menos uma empresa - uma loja de autopeças - em chamas e pessoas carregando mercadorias de um negócio que havia sido vandalizado.

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Os protestos estão ligados à morte de um homem negro que causou uma onda de indignação depois da divulgação de um vídeo que mostra um policial branco ajoelhado no pescoço dele. Nas imagens, o homem identificado como George Floyd, de 40 anos, reclama e diz repetidamente: "não consigo respirar", enquanto o policial que o rendeu continua ajoelhado sobre seu pescoço para imobilizá-lo.

Pouco depois, ele parece não se mexer, antes de ser colocado em uma maca e transferido para uma ambulância. A polícia local disse em comunicado que Floyd morreu "após um incidente médico durante uma interação policial". A polícia estava respondendo a uma chamada dizendo que um homem tentava usar cartões falsos em uma loja de conveniência.

Um porta-voz da polícia informou que os protestos de quarta-feira não foram tão pacíficos e que uma pessoa na área foi morta a tiros, embora não esteja claro se a morte está diretamente relacionada às manifestações. "Esta noite foi uma noite diferente de protestos", disse o porta-voz John Elder.

Na manhã desta quinta-feira (28) ainda havia locais em chamas e moradores próximos jogando água na frente de suas casas para impedir o avanço do fogo. Alguns manifestantes se reuniram na casa do policial que deteve George Floyd e na casa do promotor local, segundo o jornal The Star Tribune. Também houve protestos em Memphis e Los Angeles.

No vídeo de 10 minutos filmado por uma testemunha, um policial mantém Floyd no chão, que, a certa altura, diz: "não me mate". Testemunhas pedem ao policial que retire o joelho do pescoço do homem, observando que ele não estava se mexendo. Alguns dizem que "seu nariz está sangrando", enquanto outro pede: "saia do pescoço dele".

A polícia disse que nenhuma arma foi usada durante o episódio e que as imagens das câmeras foram enviadas para o Departamento de Execução Penal de Minnesota, que também iniciou uma investigação.

Em declarações à imprensa norte-americana na terça-feira, a chefe da polícia de Minneapolis, Medaria Arradondo, disse que a política de uso da força "para colocar alguém sob controle" será revisada.

O prefeito de Minneapolis, Jacob Frey, disse no Twitter na segunda-feira que "quatro policiais do MPD envolvidos na morte de George Floyd foram demitidos". Em entrevista coletiva na terça-feira, o prefeito descreveu o incidente como "completa e absolutamente desastroso". "Acredito no que vi e o que vi está errado em todos os níveis", disse Frey. "Ser negro nos EUA não deveria ser uma sentença de morte", completou. (Com agências internacionais).

A família de George Floyd, um americano negro que morreu após uma violenta prisão em Minneapolis, exigiu nesta quarta-feira (27) que os policiais envolvidos sejam acusados de homicídio.

A morte do homem de 46 anos levou centenas de pessoas a se manifestarem na noite de terça-feira exigindo "justiça" para Floyd.

Alguns participantes atacaram uma delegacia com pedras e a polícia respondeu com gás lacrimogêneo e balas de borracha.

"Quero que esses policiais sejam acusados de assassinato, porque foi exatamente isso que eles cometeram assassinato contra meu irmão", disse à NBC Bridgett Floyd, irmã de George Floyd. "Eu tenho fé e acredito que a justiça será feita".

Quatro policiais envolvidos na prisão foram demitidos na terça-feira e a polícia federal abriu uma investigação.

Floyd morreu na noite de segunda-feira, depois de ficar deitado de bruços por pelo menos 10 minutos, enquanto um policial pressionava seu pescoço com o joelho.

"Não consigo respirar", implorou o homem, segundo o áudio de um vídeo de vários minutos filmado por um transeunte que viralizou.

O policial, um homem branco, diz para ele ficar calmo. Um segundo policial mantém os transeuntes à distância enquanto Floyd não se mexe e parece inconsciente.

Um novo vídeo pode descartar as alegações da polícia de que o homem, suspeito de tentar passar uma nota falsa de US$ 20, resistiu à prisão.

Em imagens feitas pelas câmeras de um restaurante localizado em frente ao local da prisão, ele aparece com algemas nas costas sem oferecer resistência à polícia.

"Não podemos ter dois sistemas legais, um para negros e outro para brancos", disse o advogado da família Benjamin Crump à NBC.

- "Vidas negras importam" -

Muitas personalidades do mundo da política, da mídia e do esporte denunciaram a violência injustificada da polícia contra os negros.

"É um lembrete trágico de que este não é um incidente isolado, é parte de um ciclo de injustiça sistemática que ainda persiste em nosso país", disse o ex-vice-presidente e candidato democrata à Presidência Joe Biden.

Biden comparou esse caso à morte de Eric Garner, também negro, em Nova York em 2014, após ser sufocado quando foi detido por policiais brancos por suspeita de vender cigarros contrabandeados.

O caso de Garner contribuiu para a ascensão do movimento de protesto "Black lives Matter" (em português "Vidas negras importam").

Ao longo dos anos, outras mortes de negros americanos por policiais brancos causaram protestos em várias partes do país.

O mundo do esporte também se uniu aos protestos contra a violência policial contra a comunidade afro-americana. Um exemplo disso foi a ação de vários jogadores profissionais, como Colin Kaepernick, que se recusou a se levantar enquanto o hino dos Estados Unidos tocava em sinal protesto.

O astro da NBA, LeBron James, postou no Instagram a imagem do policial com o joelho no pescoço de um Flody algemado, juntamente com outra fotografia de Kaepernick, ajoelhado durante a execução do hino antes de um jogo. O líder do Los Angeles Lakers escreveu: "Você entende agora ou ainda é confuso para você?"

Quatro policiais de Minneapolis foram demitidos nesta terça-feira (26) após a morte de um cidadão americano negro após uma prisão violenta, o que provocou indignação nesta cidade do norte dos EUA.

A família de George Floyd denunciou uso "excessivo e desumano" de força contra ele, e acusou a polícia de racismo. "Todos os quatro policiais de Minneapolis envolvidos na morte de George Floyd foram demitidos", escreveu no Twitter o prefeito, Jacob Frey, ao considerar a demissão uma "boa decisão".

"Ser negro nos Estados Unidos não deveria ser uma sentença de morte", disse Frey pouco antes, durante uma coletiva de imprensa na qual concordou que era normal as pessoas ficarem com raiva.

Nesta terça, cidadãos de Minneapolis depositaram flores no local da prisão. Alguns carregavam cartazes nos quais estavam escrito: "Parem de matar negros".

Alguém que passava no local do ocorrido com Floyd filmou por 10 minutos a prisão na última segunda-feira à noite e a transmitiu ao vivo no Facebook Live.

Nas filmagens, um policial branco mantém o homem negro, de cerca de 40 anos, de bruços no chão, enquanto aperta o seu pescoço com o joelho.

O detido reclama por minutos sobre não conseguir respirar e estar sentindo dor, enquanto o policial diz para ele permanecer calmo. Um segundo policial teme que os pedestres acabem se aproximando, ao começarem a repreendê-los por perceber que Floyd não se mexia mais e parecia estar inconsciente.

"Ele não respirava mais, não se mexia mais, verifiquei o seu pulso", relatou uma testemunha enquanto a polícia esperava uma ambulância chegar ao local, que demorou vários minutos.

Floyd foi levado a um hospital, onde morreu pouco depois. Um porta-voz da polícia disse na segunda que o homem, que parecia bêbado ou drogado, resistiu ao ser preso por policiais por um crime de falsificação.

Depois de algemá-lo, o policial teria "percebido que o suspeito tinha um problema médico" e chamou a ambulância, segundo o porta-voz.

O caso lembra o de Eric Garner, um afro-americano que morreu asfixiado em Nova York durante sua prisão, também por policiais brancos, em 2014.

Esse caso contribuiu para o nascimento do movimento Black Lives Matter e provocou uma onda de protestos nos Estados Unidos.

Como resultado desse caso, a polícia de Nova York e Los Angeles proibiu métodos imobilização de suspeitos, como o que consiste mantê-lo de bruços no chão.

- "Um insulto" -

O advogado da família de Floyd, Benjamin Crump, denunciou "uso abusivo, excessivo e desumano da força" por um delito "não violento".

Crump também é advogado da família de Ahmaud Arbery, um homem negro morto por dois brancos em fevereiro, no estado da Geórgia, em um caso que causou indignação depois que o vídeo foi divulgado.

O chefe da polícia local indicou que o FBI investigará o ocorrido. A associação de direitos civis (ACLU) denunciou a violência policial sem justificativas contra os negros.

"O público viu o vídeo, dizer que se trata de 'um incidente médico' é um insulto", acrescentou.

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