Tópicos | Nelson Sargento

O samba perdeu, nesta quinta (27), um de seus mais importantes representantes: Nelson Sargento. Diagnosticado com Covid-19, o sambista foi hospitalizado na última quinta (20) e não resistiu às complicações da doença. Sargento já havia sido vacinado contra o coronavírus e, inclusive, foi o escolhido para simbolizar o início da imunização de idosos no Rio de Janeiro.  

Nelson Sargento tinha 96 anos e foi internado no Instituto Nacional de Câncer (INCA), na última quinta (20), com quadro de desidratação, anorexia e significativa queda no estado geral. Após a internação, o sambista foi diagnosticado com a Covid-19. Na manhã desta quinta (27), sete dias após a hospitalização do Sargento, ele não resistiu às complicações da doença e veio a óbito. Seu falecimento foi anunciado através de sua página oficial do Instagram. 

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Embora tenha testado positivo para Covid, o sambista, presidente de honra da Mangueira, já havia completado o esquema de imunização. Ele havia recebido a segunda dose da vacina contra o coronavírus no dia 26 de fevereiro, em sua residência. Em janeiro, Nelson marcou o início da vacinação dos idosos no Rio de Janeiro, quando recebeu a primeira dose do imunizante. Ainda não há informações sobre velório e enterro do sambista.

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Baluarte

Nelson Sargento sambista, cantor, compositor, artista plástico, ator e escritor. Considerado um dos nomes mais importantes do samba, ele era presidente de honra da escola de samba Estação Primeira de Mangueira. 

Sargento compôs ao lado de outras grandes figuras da música brasileira, como Cartola, Carlos Cachaça, Darcy da Mangueira, João de Aquino, Pedro Amorim, Daniel Gonzaga e Rô Fonseca. Ele ainda atuou no cinema, nos filmes O Primeiro Dia, de Walter Salles e Daniela Thomas; Orfeu, de Cacá Diegues; e Nélson Sargento da Mangueira, de Estêvão Pantoja. No último 12 de fevereiro, o sambista participou de um ato simbólico em defesa do Carnaval, no Museu do Samba. Foi uma de suas últimas aparições públicas. 

Na última terça-feira (25), foi informado que o sambista Nelson Sargento foi internado por complicações da Covid-19 no Instituto Nacional de Câncer, localizado no Rio de Janeiro. Nessa ocasião, as informações fornecidas pela equipe do artista em suas redes sociais era que seu quadro clínico era estável.

Já na noite da última quarta-feira (26), a assessoria de imprensa do sambista publicou novas informações, revelando que Nelson estava internado desde o último dia 20 e que seu quadro clínico havia evoluído negativamente. A publicação ainda informa que Sargento foi transferido para a UTI no último sábado (22).

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"O Instituto Nacional de Câncer (INCA) informa que o paciente Nelson Matos, 96 anos, está em estado grave e inspira cuidados na Unidade de Terapia Intensiva. O paciente foi transferido para a UTI, apresentando piora do padrão ventilatório e hipertensão, assim respirando com auxílio de máscara de oxigênio. O Instituto ainda esclarece que o paciente foi internado no último dia 20, com quadro de desidratação, anorexia e significativa queda do estado geral. Ao chegar na unidade, foi realizado o teste de Covid-19, que apontou positivo", diz o comunicado.

O post esclarece que o sambista é matriculado na instituição médica desde 2005, época em que foi diagnosticado com câncer de próstata - mas que já foi tratado. A equipe do presidente de honra da escola de samba Estação Primeira de Mangueira pede, ainda, orações pela melhora do artista.

O sambista Nelson Sargento, de 96 anos de idade, foi internado depois de testar positivo para a Covid-19. No Instagram, a equipe do sambista divulgou um comunicado oficial no dia 25 de maio com a informação:

A família do mestre Nelson Sargento comunica a todos os amigos e fãs sua internação hospitalar por ter contraído a Covid. A família pede reserva e orações nesse momento difícil.

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E continuou:

Segundo o mais recente boletim médico, o quadro clínico é estável, apesar da preocupação com a situação pulmonar, em função da Covid. Continuemos em orações e, tão logo tenhamos novas informações, levaremos ao conhecimento de todos!

Caetano, Bethânia, Beth Carvalho, Monarco, Nei Lopes, Nelson Sargento, Sombrinha, Diogo Nogueira, Áurea Martins, Luiza Dionizio, Delcio Carvalho, André Lara, Juninho Thybau. Artistas de gerações distintas, dos 25 aos 88 anos, amigos, parceiros e/ou devotos de Dona Ivone Lara, eles atenderam ao chamado do samba e registraram em CD composições pescadas em seu baú - gavetas, caixas e pastas com cadernos, rascunhos soltos e fitas guardadas havia pelo menos quatro décadas, além de composições mais recentes.

O "Baú da Dona Ivone" tem 12 faixas; entre as mais antigas, parcerias com Delcio Carvalho, o letrista preferencial há 38 anos. "Não É Miragem" é uma rara mensagem política no cancioneiro dos dois. De 1981, ainda na ditadura militar, fala que "nosso povo quer mudar/ a voz de quem sofreu/ não pode mais calar". À época, ninguém se animou a gravá-la. Agora, ficou com Beth, uma espécie de curadora do CD, conforme conta o produtor e compositor Bruno Castro.

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"Beth tinha muito coisa, é uma pesquisadora organizada. Logo disse que queria cantar essa e também me deu À Procura da Felicidade (só de Dona Ivone, e entregue ao pagodeiro Juninho Thybau, sobrinho de Zeca Pagodinho)", conta Bruno, antigo cavaquinista de Dona Ivone e seu parceiro em seis faixas.

Em outras duas da dupla Ivone/Delcio, "Vento da Tarde" (na voz de Nelson Sargento) e "Sombras na Parede" (de Monarco), mais recentes, o neto músico André Lara (um dos sete integrantes do grupo DNA do Samba, com outros herdeiros de bambas, como um neto de Silas de Oliveira e outro de Martinho da Vila), acrescentou sua assinatura. "Minha avó já fez a parte dela. Hoje, eu componho a melodia, levo para ela, que me explica o caminho certo. Aí o Delcio escreve a letra", explica André, que fez também, e canta, a biográfica "Luta Imperiana" ("pisei nesse barro que a vó pisou/ no terreiro que abrigou o amor e a saudade") .

O clima é de homenagem à baluarte de 91 anos, a quem os tributos vêm se sucedendo. No CD, Caetano a saúda como "a coisa mais linda do Brasil"; Nelson Sargento pontifica que "se a música tivesse forma humana, seria Dona Ivone Lara".

Dona Ivone não vai arriscar as músicas novas no show de lançamento, nesta quarta, às 19h30, no Teatro Rival. Só deve ser vista no palco ao fim, momento dos clássicos maiores da carreira. Já estão confirmadas participações de Nelson, Monarco, Delcio, Bruno, André, Juninho, Luiza e Áurea. Todos os presentes ganharão o CD, que ainda não tem comercialização e distribuição garantidas.

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