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Os fumantes que quiserem largar o vício do cigarro já podem recorrer a um aliado digital e gratuito. O bate-papo do assistente virtual da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) está ar no site da instituição. A nova plataforma está programada para atender os dependentes da nicotina por meio do chat que deve auxiliar os usuários a deixarem o fumo ou diminuírem a quantidade diária.

Elaborado com base na inteligência artificial, o conteúdo do sistema atua como uma conversa virtual com os fumantes. No bate-papo, o dependente pode enviar dúvidas e receber ajuda para o tratamento. Por meio do programa, os interessados em deixarem o vício recebem aconselhamento e orientação de como repor a nicotina com chicletes ou adesivos. A plataforma funciona 24 horas por dia, entre segunda-feira e sábado. Além de ser acessível pelo computador, o programa está disponível para tablets e smartphones.

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A SBC ainda ressalta que os fumantes, em sua grande maioria, têm menor capacidade no aparelho respiratório e podem integrar o grupo de risco da Covid-19. Dados da entidade apontam que mais de mil pessoas morrem em decorrência de doenças relacionadas ao cigarro.

Há 32 anos, a Organização Mundial de Saúde (OMS) instituiu o dia 31 de maio – esta sexta-feira – como o Dia Mundial sem Tabaco. O objetivo é alertar sobre o risco de doenças cardiovasculares, já que anualmente o consumo da substância é responsável por cerca de sete milhões de mortes, das quais mais de 600 mil são por exposição involuntária à fumaça. No Recife, o hábito de fumar registrou uma queda de 37,4% entre 2006 e 2017. A diminuição conta com o auxílio de políticas públicas de redução e disponibilidade de tratamento gratuito através dos cinco Centros de Atenção Psicossocial (Caps AD) espalhados pelo município.

De acordo com a OMS, existem mais de um bilhão de fumantes no mundo que consomem cerca de seis trilhões de cigarros ao ano. “Em um momento de nervoso, você pode fumar uma carteira em um só dia”, declarou o artista plástico Rafael Silva. Aos 38 anos, ele revela que começou a fumar aos 13 anos através da influência publicitária e da cultura de massa, “existia muita propaganda, além disso tem a questão da elegância. Eu comecei vendo em filmes e novelas”, explicou. É válido pontuar que desde 1996, o Brasil vetou a produção e a veiculação de anúncios relacionadas ao tabagismo.

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"Nicotina é uma droga muito forte"

A nicotina, presente no cigarro, altera o sistema nervoso central e chega ao cérebro entre sete e nove segundos, resultando em uma variação do estado emocional e comportamental. Tais modificações induzem a dependência, caracterizada pela necessidade física e psicológica da substância. Mesmo sem o desejo de parar, Rafael sente os problemas acarretados em 25 anos de cigarro na respiração e faz inalação com soro fisiológico duas vezes por semana. “A gente tanta reduzir, pois sabe que o cigarro é ruim. Todos tentam, mas nicotina é uma droga muito forte. Ela é uma das piores”, confessou.

Influenciada pelo marido – que morreu pelo uso abusivo de tabaco - a contadora Clêci Reis começou a fumar aos 19 anos. Hoje com 65, ela se orgulha de ter vencido a nicotina. “Iria fazer 52 anos e me conscientizei que, com a idade, ia vir problemas de saúde. Hoje eu odeio cigarro”. Para a contadora, o dia 2 de janeiro de 2005 é um troféu, já que esta foi a data que decidiu não fumar mais e até hoje mantém a decisão.

Em relação ao tratamento, desde 1989, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) articula a Rede de Tratamento do Tabagismo através do Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT), pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em parceria com os Estados e municípios. Na capital pernambucana, os Caps AD de Afogados, Rosarinho, Ipsep, Cordeiro e Tamarineira oferecem tratamento e acompanhamento gratuitos, além de medicamentos - adesivos de nicotina e Cloridrato de Bupropiona, para minimizar os sintomas das crises de abstinência.

A OMS aponta que em 20 minutos sem cigarro, a pressão sanguínea e a pulsação voltam ao normal                 Foto: Pixabay

O tratamento

O principal centro em combate ao tabagismo é o de Prevenção Tratamento e Reabilitação de Alcoolismo (CPTRA), na Tamarineira, Zona Norte do Recife. A unidade realiza acompanhamento terapêutico com profissionais especializados através de dinâmicas em grupo formados por cerca de 20 fumantes, a cada 4 meses. "Na abordagem grupo, a gente trabalha tanto questões objetivas inerentes ao uso, que são as possibilidades e recursos para a redução da quantidade, a identificação de gatilhos que disparam [o consumo], e também questões subjetivas. Você entende que as pessoas que procuram, geralmente, têm problemas graves com o cigarro, muitas vezes usam mais de 30 por dia, realmente são fumantes graves", explicou o gerente do CPTRA Luiz Carlos. Ele acredita que a ansiedade, desamparo e sentimento de solidão levam as pessoas a fumar. "O cigarro ocupa de certa forma um espaço significativo na vida dessas pessoas além da questão química", afirmou.

O tratamento tem a finalidade de apresentar um novo comportamento aos fumantes, através de desconstruções comportamentais relacionadas ao ato de fumar, combinadas a intervenções cognitivas com treinamento de habilidades. O INCA adverte que, à princípio, deve-se evitar café e bebidas alcoólicas, pois estimulam à vontade. "A pessoa bebendo, a mente vai pedindo mais nicotina e você chega a fumar duas carteiras em um fim de semana", declarou o artista plástico. Clêci concorda que o tabaco é facilmente atrelado ao consumo de álcool. "As vezes eu passava 15 dias sem fumar. Chegava fim de semana, eu pegava duas cervejas e já dava vontade. Eu acho que era mais para alcoólatra do que para fumante", brincou. 

Menos cigarro, mais saúde 

Independente da idade, parar de fumar é uma opção que maximiza os cuidados com a saúde e com o bolso. Hoje, o dinheiro que a contadora gastava com carteiras de cigarro é revertido na mensalidade da hidroginástica. A OMS aponta que em 20 minutos sem cigarro, a pressão sanguínea e a pulsação voltam ao normal; em duas horas, a nicotina é extinta do sangue; em oito horas, o nível de oxigênio no sangue é normalizado; entre 12 horas e um dia, os pulmões já apresentam uma melhora no funcionamento; após dois dias, o olfato já identifica melhor os cheiros e desperta o paladar; após um ano, o risco de morte por infarto é reduzido pela metade, e em 10 anos, o risco é igual ao de pessoas que nunca fumaram.

Serviço

Confira os endereços dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps AD)

CPTRA - Avenida Conselheiro Rosa e Silva, 2130, Tamarineira;

Caps AD do Rosarinho - Estação Vicente Araújo- Rua Couto Magalhães, 480;

Caps AD de Afogados - Espaço Travessia René Ribeiro, Rua Jacira, 210;

Caps AD do Ipsep - Professor José Lucena, Rua Santos Cosme e Damião, 186;

Caps AD Cordeiro - Rua Rondônia, 100.

Dúvidas ou informações podem ser obtidas através do telefone 3355-2821 ou pelo e-mail saúdementalal@gmail.com.

Esta quinta-feira (31) é tida como o Dia Mundial da Luta Contra o Tabaco, criado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), tendo como objetivo alertar os fumantes sobre o perigo que o cigarro traz para a saúde humana. Este vício está na origem de 90% dos casos de câncer de pulmão no mundo, tendo nos 10% restantes 1/3 dos chamados fumantes passivos. Apesar desses dados preocupantes, o país ainda registra um elevado número de casos de neoplasias malignas, popularmente conhecida como câncer, entre a população fumante. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o Brasil deverá somar 31.270 novos casos de tumores pulmonares em 2018 por conta do consumo do tabaco. 

A nicotina que está presente em cigarros, charutos, cachimbos, narguilé e também nos cigarros eletrônicos aumenta as chances de quem consome desenvolver ao menos outros 13 tipos de câncer: de boca, laringe, faringe, esôfago, estômago, pâncreas, fígado, intestino, rim, bexiga, colo de útero, ovário e alguns tipos de leucemia. O oncologista Eduardo Inojosa diz que a maioria dos pacientes com câncer de pulmão apresenta sintomas relacionados ao próprio aparelho respiratório, tais como: tosse, falta de ar e dor no peito. “Outros sintomas inespecíficos também podem surgir, entre eles, perda de peso e fraqueza. Em poucos casos, cerca de 15%, o tumor é diagnosticado por acaso, quando o paciente realiza exames por outros motivos. Por isso, a atenção aos primeiros sintomas é essencial para que seja realizado o diagnóstico precoce da doença”, diz.

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O tratamento do câncer de pulmão se baseia em cirurgia, tratamento sistêmico (quimioterapia, terapia alvo e imunoterapia) e radioterapia. Sempre que possível, a cirurgia é realizada na tentativa de se retirar uma parte do pulmão acometido. Atualmente, os procedimentos cirúrgicos minimamente invasivos por vídeo são cada vez mais realizados com um menor tempo de internação e retorno mais rápido do paciente às suas atividades. A indicação da cirurgia depende principalmente do tamanho e da localização do tumor, além do estado geral do paciente.

Quando você para de fumar o corpo responde positivamente

Segundo informações médicas, os benefícios à saúde começam apenas 20 minutos após interromper o vício: a pressão arterial volta ao normal e a frequência do pulso cai aos níveis adequados, assim como a temperatura das mãos e dos pés são normalizadas.

Em 8 horas, os níveis de monóxido de carbono no sangue ficam regulados e o de oxigênio aumenta. Passadas 24 horas, o risco de se ter um acidente cardíaco relacionado ao fumo diminui. E, após 48 horas, as terminações nervosas começam a se recuperar de novo e os sentidos de olfato e paladar melhoram. De duas semanas a três meses, a circulação sanguínea melhora consideravelmente. Caminhar torna-se mais fácil e a função pulmonar melhora em até 30% (trinta por cento).

A partir de um a nove meses, os sintomas comuns em fumantes como tosse, rouquidão, e falta de ar ficam mais tênues. A pessoa fica mais disposta para realizar atividades físicas. Em cinco anos, a taxa de mortalidade por câncer de pulmão de uma pessoa que fumou um maço de cigarros por dia diminui em pelo menos 50%. Quinze anos após parar de fumar, torna-se possível assegurar que os riscos de desenvolver câncer de pulmão se tornam praticamente iguais aos de uma pessoa que nunca fumou.

Com informações da assessoria

Fumantes correm mais riscos de sofrer obstrução arterial porque o tabagismo debilita um gene que protege estes importantes vasos sanguíneos, alertaram cientistas americanos nesta segunda-feira.

Suas descobertas apontam a uma explicação genética de como fumar pode levar ao acúmulo da placa que endurece as artérias e causa doenças cardíacas, segundo informe divulgado na revista Circulation.

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"Este foi um dos primeiros grandes passos rumo à resolução do complexo quebra-cabeça das interações genético-ambientais que levam a doenças coronarianas", disse o coautor do estudo, Danish Saleheen, professor assistente de bioestatística e epidemiologia da Perelm School of Medicine, da Universidade da Pensilvânia.

Os cientistas reuniram dados genéticos de mais de 140 mil pessoas, administrados em mais de duas dezenas de estudos anteriores, com foco particular em regiões do genoma previamente associadas com alto risco de acúmulo de placa nas artérias cardíacas.

"Uma mudança em uma única 'letra' do DNA no cromossomo 15, perto do gene que expõe uma enzima (ADAMTS7) produzida nos vasos sanguíneos, foi associada com 12% de redução do risco em não fumantes", destacou o informe.

"No entanto, os fumantes com a mesma variação tiveram apenas 5% menos risco de doenças coronarianas, reduzindo em mais da metade o efeito protetor desta variação genética", indicou-se.

Estudos científicos de acompanhamento mostraram que nas células que recobrem as artérias do coração humano, a produção da enzima ADAMTS7 diminuiu significativamente quando as células continham esta variante do DNA de uma única letra.

O cigarro eletrônico pode ter ajudado cerca de 18.000 pessoas a parar de fumar no ano passado na Inglaterra, segundo um estudo publicado nesta quarta-feira (15). O estudo, porém, não está fundamentado em nenhum ensaio clínico, de modo que não garante uma relação de causa e efeito entre o uso dos cigarros eletrônicos que contém nicotina e o número de pessoas que pararam de fumar.

Pesquisas anteriores colocaram em dúvida a eficácia dos cigarros eletrônicos como substitutos do tabaco. Alguns estudos afirmavam, inclusive, que o dispositivo representa para os adolescentes uma "porta de entrada" para o vício em cigarros.

Mas uma equipe de pesquisadores liderada por Emma Beard, da Universidade College London, assim como especialistas que não participaram do estudo, citam novas evidências convincentes de que usar o cigarro de vapor pode ajudar a parar de fumar.

"As tentativas de abandonar o cigarro passaram a ter mais sucesso no momento em que os cigarros eletrônicos ficaram populares", comenta Ann McNeill, especialista em dependência de tabaco na King's College de Londres, que não participou do estudo.

"Na minha opinião, os fumantes que lutam para parar de fumar deveriam tentar todos os métodos possíveis, incluindo os cigarros eletrônicos", acrescenta. Quase um em cada cinco adultos fuma no Reino Unido. Os serviços públicos propõem ajudas para abandonar o tabaco, que incluem conselhos e prescrições. Ao menos 2,8 milhões de britânicos utilizam o cigarro eletrônico.

Os 18.000 ex-fumantes no censo feito em 2015 por esta pesquisa representam um número "relativamente baixo", mas medicamente "significativo tendo em conta os enormes benefícios para a saúde de deixar o tabaco", afirmam os autores do estudo, publicado na revista British Medical Journal (BMJ).

Uma pessoa de 40 anos que para de fumar pode esperar viver nove anos a mais do que um fumante que sempre tenha fumado ao longo da sua vida, apontam os autores. Outro relatório sobre os cigarros eletrônicos, divulgado simultaneamente pela publicação Cochrane Library, também chega à conclusão de que este dispositivo pode ajudar os fumantes a abandonarem o tabaco.

A revista Cochrane constata, ainda, em uma atualização das suas conclusões de 2014, que o uso do cigarro eletrônico não está associado a efeitos colaterais indesejáveis graves.

“No início do ano passado, eu fumava três carteiras por dia. Acordava sufocado de madrugada, sem ar. No dia 25 de março de 2012, parei definitivamente de fumar, mas, até hoje, todo dia sinto vontade. Ter sido fumante é um dos poucos arrependimentos que tive na vida”. O relato do funcionário público Luiz Henrique Lira da Cunha exemplifica o desafio para aqueles que desejam vencer o tabagismo.

Neste Dia Mundial do Não Fumador, 17 de novembro, o LeiaJá mostra como os dependentes do cigarro podem largar o vício através de inúmeros métodos. Hoje com 53 anos, Luiz Henrique foi fumante durante 37 anos, mais da metade da sua vida. Tentou duas vezes, mas não conseguiu parar de fumar sozinho. A vontade de se ver livre do tabaco só se concretizou com a participação no grupo de tabagismo do Centro de Prevenção, Tratamento e Reabilitação do Alcoolismo (CPTRA), no bairro da Tamarineira.

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Coordenadora do grupo, Isabel Cristina da Silva conta que a orientação varia de caso a caso, com reuniões coletivas, atendimentos individuais e, quando necessário, psiquiátricos. Os trabalhos buscam estabelecer estratégias naturais para a prevenção de recaídas nos momentos de fissura (desejo intenso) e, segundo Isabel, a procura é muito grande. “Em cada caso, buscamos as melhores alternativas para a pessoa deixar o cigarro. Alguns, no início, usam adesivas de nicotina, goma de mascar à base de nicotina ou mesmo medicamentos”, afirma a coordenadora ao lembrar dos diferentes graus de dependência. 

Há Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) específicos para o tratamento contra o tabagismo. No Recife, além do CAPS da Tamarineira, tais serviços são oferecidos à população no CAPS Professor Luiz Cerqueira (bairro de Santo Amaro), CAPS Estação Vicente Araújo (Torreão), CAPS René Ribeiro (Afogados), CAPS Eulâmpio Cordeiro (Cordeiro) e no CAPS Professor José Lucena (Imbiribeira). 

Na opinião da coordenadora do grupo de tabagismo do CAPS Professor José Lucena, Rosângela de Souza Amaral, o fumante precisa avaliar seu convívio com a droga. “A relação do usuário com o cigarro é íntima, as vezes até mais forte do que com um companheiro. A droga sempre está ali, em todos os momentos, nas angústias, ansiedades, felicidades, na hora de dormir. Tivemos caso aqui de um usuário queimar o colchão da cama, porque dormiu com o cigarro aceso”, afirma.

Dicas para deixar de fumar

- Beber muita água gelada, vários copos ao dia, auxilia na eliminação da nicotina acumulada no organismo;

- Ter sempre algum alimento para pôr na boca, mastigar, a fim de “substituir” o cigarro. Frutas, bombons (sem açúcar, de preferência), cravo e gengibre têm tido bons resultados;

- Escovar os dentes depois das refeições. O gosto da comida na boca costuma deixar as pessoas com vontade de fumar após a refeição. É trocar o hábito: ao invés sair para fumar, ir ao banheiro e fazer a higiene bucal;

- Fazer atividades físicas, acompanhado por profissionais e após ter feito os exames necessários para avaliar situação cardíaca e pulmonar;

- Exercitar a respiração, através de métodos de relaxamento que ajudam a atravessar os períodos de abstinências;

- Economizar o dinheiro, anteriormente gasto com maços de cigarro, para presentear a si mesmo, amigos e familiares com o valor guardado.

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