Tópicos | OPERAÇÃO 12º TRABALHO

Segundo a Polícia Federal, o ex-governador do Tocantins Marcelo Miranda (MDB), preso no âmbito da Operação 12º Trabalho na quinta-feira passada, dia 26, presenteou o desembargador Ronaldo Eurípedes, ex-presidente do Tribunal de Justiça do Tocantins com uma caminhonete Toyota Hilux. O presente teria relação com contratos que somam mais de R$ 1,4 milhões celebrados entre o Tribunal e construtora controlada pela Família Miranda.

O caso foi um dos fatos destacados pelo Ministério Público Federal para pedir a prisão de Miranda, seu pai, Brito Miranda, e seu irmão, Brito Júnior. Na representação enviada à 4ª Vara Federal de Palmas, a Procuradoria apontou ainda que foi identificada possível participação do trio em "episódios de pistolagem, peculato, corrupção passiva, coação de testemunhas e lavagem de capitais".

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O pedido foi acolhido pelo juiz federal João Paulo Abe, da 4ª Vara de Palmas, que determinou o cumprimento de ordens de prisão contra a família Miranda e a realização de buscas em endereços dos investigados.

A investigação teve como base diferentes operações, entre elas Reis do Gado, Marcapasso, Pontes de Papel, Convergência, e a Lava Jato. O pedido enviado à 4ª Vara Federal de Palmas, no entanto, cita ainda elementos de outra investigação, a Operação Thot, que apura suposto esquema de venda de sentenças na Justiça do Tocantins.

A ação foi deflagrada em agosto de 2018 e tinha como principal alvo o desembargador Ronaldo Eurípides, suspeito de receber R$ 300 mil em troca da liberdade de um homem que havia sido condenado como a 76 anos de prisão mandante de quádruplo homicídio no interior do Estado.

Segundo relatado no despacho de 115 páginas do juiz federal João Paulo Abe, que deflagrou a operação, a Polícia Federal apontou que ao longo das investigações da Thot foram identificadas suspeitas de que a ligação entre Eurípedes e Miranda seria sustentada pela empresa Construarte, que celebrou, em 2016, os contratos 76, 96, 143 e 187 com o TJ-GO. A corporação indicou ainda que somados, os contratos totalizariam R$ 1.419.835,35.

Segundo o Portal da Transparência do Tribunal, os objetos dos contratos eram: a reforma do Fórum da Comarca de Araguacema; a reforma e ampliação do Fórum da Comarca de Itacajá; serviços de adequação das instalações elétricas para revitalização da climatização do hall central e modernização da iluminação das áreas comuns do Palácio Rio Tocantins, sede do Tribunal de Justiça do Estado; e execução de serviços de adequação do estacionamento privativo e do Espaço Saúde do TJ-TO.

O Ministério Público Federal indicou que em razão de tais contratos, o desembargador teria ganhado uma Toyota Hilux adquirida pela concessionária Umuarama. Segundo a Procuradoria, a empresa é de propriedade de Luiz Pires, apontado como operador de esquema de lavagem de capitais da família Miranda.

Defesas

Quando a 12º Trabalho foi deflagrada a defesa da família Miranda soltou nota. "Posso afirmar que não há razão para um decreto prisional. Os fatos investigados são passados, distantes da atualidade que justificasse uma prisão". Sobre os fatos da operação Thot, a defesa de Marcelo Miranda afirmou: "essa investigação tramita no STJ, por conta da prerrogativa do desembargador. Marcelo Miranda não é investigado lá, e nem a Justiça Federal pode se manifestar sobre isso porque não tem competência".

O Tribunal de Justiça do Tocantins (TJ-TO) disse, em nota, "que não se pronuncia sobre fatos que ainda estão sob investigação". A reportagem busca contato com o desembargador Ronaldo Eurípedes. O espaço está aberto para manifestação.

A Justiça Federal manteve na tarde desta quinta-feira, 26, o decreto de prisão preventiva do ex-governador do Tocantins Marcelo Miranda, sob suspeita de ligação com esquema de corrupção e lavagem de dinheiro que alcança a cifra de R$ 300 milhões. Em audiência de custódia, o juiz João Paulo Abe, da 4.ª Vara Federal de Palmas, apontou a existência de "graves elementos" envolvendo Miranda e decidiu encaminhar o ex-governador para uma sala de Estado Maior no Comando Geral da Polícia Militar do Tocantins.

Miranda é alvo maior da Operação 12.º Trabalho, deflagrada pela Polícia Federal para desarticular organização criminosa suspeita de manter sofisticado esquema de corrupção, peculato, fraudes em licitações, desvios de recursos públicos, recebimento de vantagens indevidas, falsificação de documentos e lavagem de capitais.

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Também tiveram a prisão decretada o pai do ex-governador, José Edmar Miranda, e um irmão do ex-governador, José Edmar Miranda Júnior.

Miranda foi preso no apartamento funcional de sua mulher, a deputada Dulce Miranda (MDB-TO), mas ela não é investigada.

A investigação tem como base diferentes operações, entre elas a "Reis do Gado", a "Marcapasso", a "Pontes de Papel", a "Convergência", e a Lava Jato.

Em outubro de 2018, Marcelo, seu pai, José Edmar Miranda, e seu irmão, José Edmar Miranda Júnior, se tornaram réus no âmbito da "Reis do Gado", que mirava crimes contra a administração pública.

Antes, em março daquele ano, Marcelo Miranda foi cassado pela segunda vez. Em agosto, o ex-governador foi condenado a 13 anos e nove meses de prisão por peculato e fraude à licitação pela contratação ilícita da OSCIP Brasil para gerir os hospitais estaduais nos anos de 2003 e 2004.

A Polícia Federal indicou que "um núcleo familiar de três pessoas influentes no meio político do Tocantins esteve no centro das investigações, com poderes suficientes para aparelhar o Estado, mediante a ocupação de cargos comissionados estratégicos para a atuação da organização criminosa".

Segundo a PF, a "12º Trabalho!’ visa obter "novas provas e interromper a continuidade do crime de lavagem de dinheiro".

A PF informou que "os investigados continuam utilizando laranjas para dissimular a origem ilícita de bens móveis e imóveis, frutos de propinas".

A Polícia Federal indicou que, para dissimular a natureza, a origem e a localização dos bens, o grupo realizou operações simuladas, como o comércio de gado de corte, utilização de empresas de fachada, construção e venda de imóveis, mesmo após as investigações se tornarem públicas.

A corporação anotou ainda que os crimes praticados pelo grupo estão agrupados ao redor de sete grandes eixos econômicos, que envolvem administração de fazendas e de atividades agropecuárias, compra de aeronaves, gestão de empresas de engenharia e construção civil, entre outros.

"As provas reunidas na ação penal decorrente da Operação Reis do Gado apontam que os suspeitos atuaram e ainda agem de maneira orgânica e sistematizada, com divisão de tarefas, cujos atos são detidamente planejados para assegurar o produto dos crimes", afirma a PF.

A corporação também alega que os investigados teriam manipulado provas, com a falsificação de documentos e compra de depoimentos.

A Polícia Federal indicou que o nome da operação faz referência um dos trabalhos de Hércules, personagem da mitologia grega. A corporação indicou que o 12º Trabalho do semideus, teria sido seu último e mais complexo desafio, que consistia em capturar Cérbero, um cão de três cabeças que segundo a mitologia guardaria a entrada para o mundo dos mortos.

Carotenóides mira 'testas de ferro' de lavagem

Na manhã desta quarta-feira, 25, a Polícia Federal realizou a Operação Carotenóides, outro desdobramento da "Reis do Gado", para desarticular um grupo que lavava dinheiro utilizando "laranjas" para registro de bens móveis e imóveis.

Agentes da PF cumpriram dois mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão temporária, expedidos pela 4ª Vara Federal de Palmas. As ações foram realizadas em Natividade, no Tocantins, e em Imperatriz, no Maranhão.

A corporação indicou que a ação visava aprofundar investigações e tinha como foco o escalão intermediário da organização criminosa. Segundo a PF, os investigados eram pessoas interpostas, "laranjas", nos registros de veículos, assim como procuradores e intermediadores na negociação de fazendas.

De acordo com a Polícia Federal, o nome da operação faz referência aos apelidos utilizados pelos "laranjas".

Defesa

Na manhã desta quinta-feira, 26, o advogado Jair Pereira, que defende Marcelo Miranda, informou à reportagem que ainda não teve acesso aos autos e à decisão e disse: "Posso afirmar que não há razão para um decreto prisional. Os fatos investigados são passados, distantes da atualidade que justificasse uma prisão."

A Polícia Federal (PF) prendeu, na manhã desta quinta-feira, 26, o ex-governador do Tocantins Marcelo Miranda (MDB), no âmbito da Operação "12º Trabalho", deflagrada para desarticular um organização criminosa "suspeita de manter sofisticado esquema" de corrupção, peculato, fraudes em licitações, desvios de recursos públicos, recebimento de vantagens indevidas, falsificação de documentos e lavagem de capitais. A Polícia Federal estima que o grupo causou prejuízos de mais de R$ 300 milhões à administração pública.

Cerca de 70 policiais cumprem 11 mandados de busca e apreensão e três mandados de prisão preventiva, todos expedidos pela 4ª Vara Federal de Palmas. Segundo a PF, além da ordem contra Marcelo Miranda, outro mandado de prisão já foi cumprido. O ex-governador foi preso no apartamento funcional de sua mulher, a deputada Dulce Miranda (MDB-TO), mas ela não é investigada.

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As ações são realizadas nas cidades de Palmas, Tocantínia, Tupirama e Araguaína, no Tocantins, em Goiânia, no Goiás, e em Santana do Araguaia, Sapucaia e São Felix do Xingu, no Pará. A ação é realizada em parceira com o Ministério Público Federal e a Receita Federal.

A investigação tem como base diferentes operações, entre elas a "Reis do Gado", a "Marcapasso", a "Pontes de Papel", a "Convergência", e a Lava Jato. Em outubro de 2018, Marcelo, seu pai, José Edmar Miranda, e seu irmão, José Edmar Miranda Júnior, se tornaram réus no âmbito da "Reis do Gado", que mirava em crimes contra a administração pública.

Antes, em março daquele ano, Marcelo Miranda foi cassado. Em agosto, o ex-governador foi condenado a 13 anos e nove meses de prisão por peculato e fraude à licitação pela contratação ilícita da OSCIP Brasil para gerir os hospitais estaduais nos anos de 2003 e 2004

A Polícia Federal indicou que um núcleo familiar de três pessoas influentes no meio político do Tocantins esteve no centro das investigações, "com poderes suficientes para aparelhar o Estado, mediante a ocupação de cargos comissionados estratégicos para a atuação da organização criminosa".

Segundo a PF, a "12º Trabalho" visa obter novas provas e interromper a continuidade do crime de lavagem de dinheiro. Os investigados continuam utilizando "laranjas" para dissimular a origem ilícita de bens móveis e imóveis, frutos de propinas, diz a corporação.

A Polícia Federal indicou que, para dissimular a natureza, a origem e a localização dos bens, o grupo realizou operações simuladas, como o comércio de gado de corte, utilização de empresas de fachada, construção e venda de imóveis, mesmo após as investigações se tornarem públicas.

A corporação anotou ainda que os crimes praticados pelo grupo estão agrupados ao redor de sete grandes eixos econômicos, que envolvem administração de fazendas e de atividades agropecuárias, compra de aeronaves, gestão de empresas de engenharia e construção civil, entre outros.

"As provas reunidas na ação penal decorrente da Operação Reis do Gado apontam que os suspeitos atuaram e ainda agem de maneira orgânica e sistematizada, com divisão de tarefas, cujos atos são detidamente planejados para assegurar o produto dos crimes", afirma a PF.

A corporação também alega que os investigados teriam manipulado provas, com a falsificação de documentos e compra de depoimentos.

A Polícia Federal indicou que o nome da operação faz referência a um dos trabalhos de Hércules, personagem da mitologia grega. A corporação indicou que o 12º Trabalho do semideus, teria sido seu último e mais complexo desafio, que consistia em capturar Cérbero, um cão de três cabeças que segundo a mitologia guardaria a entrada para o mundo dos mortos.

Outra operação

Nesta quarta-feira, 25, a Polícia Federal realizou a Operação Carotenóides, outro desdobramento da "Reis do Gado", para desarticular um grupo que lavava dinheiro utilizando "laranjas" para registro de bens móveis e imóveis.

Agentes da PF cumpriram dois mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão temporária expedidos pela 4ª Vara Federal de Palmas. As ações foram realizadas em Natividade, no Tocantins, e em Imperatriz, no Maranhão.

A corporação indicou que a ação visava aprofundar investigações e tinha como foco o escalão intermediário da organização criminosa. Segundo a PF, os investigados eram pessoas interpostas, "laranjas", nos registros de veículos, assim como procuradores e intermediadores na negociação de fazendas.

De acordo com a Polícia Federal, o nome da operação faz referência aos apelidos utilizados pelos "laranjas".

Defesa

O advogado de Marcelo Miranda informou à reportagem que ainda não teve acesso aos autos e à decisão. "Posso afirmar que não há razão para um decreto prisional. Os fatos investigados são passados, distantes da atualidade que justificasse uma prisão", afirmou.

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