Tópicos | Operação Água Branca

O prefeito Gilberto Kassab (PSD) enviou à Câmara Municipal um projeto de lei que prevê regras urbanísticas inéditas para a região da Barra Funda, na zona oeste. Planejada desde 2007, a revisão da Operação Urbana Água Branca incentiva o fluxo de pedestres nas ruas e o uso misto de prédios, com comércio no térreo e moradias em cima. Uma das principais novidades é a criação de um "corredor verde" de 3 quilômetros na Marginal do Tietê e 4 passarelas para pedestres e ciclistas sobre o rio.

A faixa verde terá aproximadamente 25 metros de largura e não será um parque público no sentido tradicional. Ela deverá ser feita pelos próprios donos dos terrenos e mantidas por eles, apesar de ser aberta ao público. A exigência está no novo Código Florestal, que obriga a preservação de até 100 metros das margens do rio. Como cerca de 75 metros já são ocupados pelas pistas da Marginal, as construções feitas a partir da entrada em vigor da nova lei deverão seguir as novas diretrizes.

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"Será como um parque linear. Teremos uma pequena fileira de prédios com gabarito baixo para atrair pedestres, comércios e serviços, como bares ou restaurantes", disse Miguel Bucalem, secretário municipal de Desenvolvimento Urbano.

As passarelas sobre o rio também têm o propósito de incentivar o trânsito de pessoas nas ruas e diminuir o uso do carro. "Esse é o conceito que permeia todo o projeto. Queremos um bairro que incentive o uso misto, ou seja, tenha empregos e moradias próximos e que tenha moradores de todas as faixas de renda", explica o secretário.

Para chegar a esse objetivo, o projeto - que precisa do aval dos vereadores - define regras urbanísticas completamente distintas do resto da cidade. Uma delas é a que limita o número de vagas nos prédios - hoje todos os empreendimentos são obrigados a ter um número mínimo de garagens. A ideia é de que, na Barra Funda, o limite seja de até duas vagas por apartamento.

Além disso, 50% de todo o estoque de construção residencial está reservado para apartamentos simples, voltados à classe média: 45 metros quadrados, com um banheiro e uma vaga. Haverá um incentivo para que os prédios tenham a fachada junto à calçada, para incentivar o comércio local. E grandes avenidas como a Marquês de São Vicente terão calçadas de até 10 metros de largura, como na Avenida Paulista.

Áreas verdes

Cerca de 320 mil metros quadrados de área verde serão entregues pela Prefeitura, que também abrirá novas ruas e entregará 2 mil habitações de interesse social no bairro. As obras serão financiadas pelo mercado imobiliário que pagará à Prefeitura pela permissão de construir prédios mais altos. A expectativa é de que o bairro ganhe 60 mil novos moradores e que a arrecadação total seja de R$ 900 milhões. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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