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O ex-auditor do Tribunal de Contas da União (TCU) Cyonil da Cunha Borges de Faria Junior teve medo de ser morto pela quadrilha do diretor afastado da Agência Nacional de Águas (ANA), Paulo Rodrigues Vieira, mesmo antes de delatar o esquema de corrupção que deu origem à Operação Porto Seguro.

Inseguro, ele fez uma procuração em nome da mulher, Vanessa de Faria, para o caso de algo de ruim lhe acontecer, de acordo com o depoimento dela à Polícia Federal. Ele também pediu que Paulo Vieira desistisse de lhe fazer algum mal, de acordo com e-mails interceptados pelos investigadores.

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Um ano antes de oferecer a notícia-crime à Superintendência da PF em São Paulo, o ex-auditor trocou mensagens com Paulo Vieira dizendo nunca antes ter se sentido tão mal na vida. Disse que já não dormia e que andava "muito preocupado com os últimos acontecimentos".

Casado com Cyonil há dez anos, Vanessa contou à polícia um episódio em que Paulo Vieira, em abril de 2010, interfonou diversas vezes para o apartamento do casal querendo subir. Ela pensava tratar-se do "editor de livros" do marido - que já teve três obras publicadas -, mas não sabia que, naquele caso, "livro" era um codinome para "propina".

Entre 2009 e 2010, estranhando o comportamento do marido, Vanessa vasculhou a casa em busca de algum indício de que Cyonil a traía. E encontrou um envelope com R$ 50 mil. Ela disse ter indagado o marido sobre o dinheiro e teve como resposta que se tratava de recebimentos por cursos que ele havia dado.

Vanessa contou à PF que pensou que o marido daria o dinheiro para alguma amante e em oito meses gastou, escondido, R$ 45 mil. Cyonil ficou furioso e ao receber a segunda parcela da propina sustentou para a mulher que a origem do dinheiro era o curso. O casal gastou todo o montante. Segundo ela, após a denúncia, Cyonil fez um empréstimo de R$ 100 mil para devolver à Justiça. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

Interceptações telefônicas feitas pela Polícia Federal em duas operações mostram que a ex-chefe de gabinete da Presidência Rosemary Nóvoa de Noronha fez gestões para ajudar pessoas próximas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Rose, como a ex-assessora é conhecida, citou os nomes do ex-presidente do PT José Genoino e do médico de Lula e da presidente Dilma Rousseff, Roberto Kalil.

Na Operação Overbox, em 2004, a PF tentava desarticular um grupo que facilitava a entrada de produtos contrabandeados no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos (SP). Rose foi flagrada em duas conversas com o delegado Wagner Castilho, um dos responsáveis pela segurança do aeroporto. Ele chegou a ser investigado, mas não foi indiciado.

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Em 5 de outubro, os investigadores anotaram no relatório uma conversa em que ela tentava resolver o trâmite de um porte de arma para o então segurança de Genoino, que à época presidia o partido. "Rose fala que está precisando de duas coisas. Uma é o porte de arma para o motorista do deputado, presidente do Partido dos Trabalhadores." Segundo a PF, Castilho explicou o procedimento e disse que "leva em mãos e se tiver algum óbice resolve". Ela disse que ficaria "no aguardo dessa coisa do Genoino".

No outro diálogo, em 14 de setembro, Rose repreende Castilho. Ela tentara falar com ele mais cedo sobre uma multa da Receita Federal aplicada à mãe de Kalil no desembarque de uma viagem a Paris, pela manhã.

Nos autos da Operação Porto Seguro, deflagrada na sexta-feira, constam dois e-mails em que Rose cobra do diretor afastado da Agência Nacional de Águas, Paulo Vieira, um favor para Cláudia Cozer, mulher de Kalil e médica pessoal de Rose. Ele deveria acessar Esmeraldo Malheiro dos Santos, consultor jurídico do Ministério da Educação que, segundo a PF, atuava com a quadrilha. O assunto do e-mail era "Faculdade-ES: Dra. Cláudia". O favor a ser feito não fica claro.

Tanto Genoino quanto Kalil disseram que Rose falou em seus nomes sem que eles tivessem feito qualquer pedido. A assessoria de Cláudia Cozer afirmou que não se manifestaria porque não teve acesso aos autos. Rose e Castilho não foram encontrados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

A ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo Rosemary Nóvoa de Noronha teria obtido um documento falso com o grupo investigado na Operação Porto Seguro para beneficiar uma construtora de sua família. De acordo com a Polícia Federal, ela pediu um atestado de capacidade técnica a favor da empreiteira para Paulo Vieira, diretor afastado da Agência Nacional de Águas (ANA) preso na semana passada.

De acordo com relatórios da PF, Rose obteve com a faculdade mantida pela família de Paulo documentos que comprovariam serviços supostamente prestados pela New Talent Construtora Ltda., que tem como sócios a sogra e um genro da ex-chefe de gabinete da Presidência.

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O documento teria sido usado para comprovar a qualificação técnica da construtora. Atestados desse tipo são exigidos para realizar o cadastramento de empresas interessadas em participar de licitações públicas.

No portal de compras do governo federal, a New Talent aparece como fornecedora cadastrada no sistema da Superintendência Federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento em São Paulo - vinculada ao Ministério da Agricultura. Não há, no entanto, registro de contratos ou pagamentos feitos à construtora por órgãos do governo federal.

Segundo os investigadores, Rose obteve o atestado de capacidade técnica para a New Talent com Paulo em abril de 2010, menos de um ano depois do registro de abertura da empresa na Receita Federal, em 27 de julho de 2009.

O documento, de acordo com os relatórios da Polícia Federal, afirma que a construtora prestou serviços no valor de R$ 2,8 milhões à Faculdade de Ciências Humanas de Cruzeiro (Facic), que é mantida por uma associação administrada pela mulher de Paulo.

Os investigadores afirmam que o atestado, com timbre da Facic e data de 17 de dezembro de 2009, é falso. Eles acusam Paulo e Rosemary por crime de falsidade ideológica.

O site da New Talent não contém o endereço da empresa. A página reservada à lista de clientes da construtora está em branco.

O Estado não conseguiu contato com a empresa, com seus sócios ou com Rosemary. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

Senadores atribuem ao ex-ministro José Dirceu a articulação pela aprovação dos irmãos Paulo e Rubens Rodrigues Vieira para as diretorias da Agência Nacional de Águas (ANA) e da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Parlamentares contaram ao Estado que a pressão para que aprovassem a indicação foi feita pelo próprio ex-ministro, no contato com líderes, e por servidores do governo falando em nome de Dirceu. Parte desses telefonemas foi feita por Rosemary Noronha, ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo. "A indicação é de José Dirceu. Vocês precisam aprovar", dizia Rosemary, segundo relatos de senadores.

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Nesta quarta-feira (28), Dirceu negou em seu blog envolvimento com o caso revelado pela Operação Porto Seguro, da Polícia Federal e disse que a citação a seu nome em escândalos de corrupção é uma "irresponsabilidade". O delator do esquema descoberto pela PF, o ex-auditor Cyonil Borges, disse aos investigadores que tinha ouvido o nome do ex-ministro em conversas com o ex-diretor da ANA.

O ex-ministro ainda criticou o noticiário da imprensa, que, segundo ele, estaria interessada no "sucesso midiático do escândalo". Em seu blog, Dirceu mencionou outros inquéritos em que foi citado e disse que se sente "caluniado". "As investigações ainda estão em curso e meu nome já é escandalosamente relacionado ao caso", escreveu, lembrando Francisco Daniel, irmão do ex-prefeito assassinado Celso Daniel - que o acusou e acabou se retratando em juízo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) designou o diretor-presidente do órgão, Marcelo Pacheco dos Guaranys, para proceder a relatoria dos processos originados da Superintendência de Infraestrutura Aeroportuária, cujo responsável, Rubens Carlos Vieira foi afastado, sob a acusação de integrar esquema de venda de pareceres técnicos fraudulentos. A decisão foi publicada nesta quinta-feira no Diário Oficial da União (DOU), por meio de portaria.

A Anac instaurou Comissão de Sindicância Investigativa para apurar eventuais irregularidades na diretoria. A comissão terá 30 dias, prorrogável por igual período, para a conclusão dos trabalhos. Rubens Carlos Vieira ocupava o cargo de diretor de Infraestrutura Aeroportuária na Anac. O irmão dele, Paulo Rodrigues Vieira, também foi afastado da diretoria da Agência Nacional de Águas (ANA), sob a mesma acusação.

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O ministro-chefe da Secretaria de Portos (SEP), Leônidas Cristino, disse à Agência Estado que sua pasta negou o pedido feito por integrantes do esquema flagrado pela Polícia Federal na operação Porto Seguro. Conversas interceptadas do diretor da Agência Nacional de Águas (ANA), Paulo Vieira, apontado como chefe do esquema, com o ex-senador Gilberto Miranda, revelam que o grupo tinha interesse em regularizar um empreendimento portuário na área de Santos (SP) chamado Complexo Bagres. Para tanto, reuniu-se com o número dois da SEP, Mário Lima, secretário executivo, conforme revelou o jornal O Estado de S.Paulo desta quarta-feira (28).

Vieira e Miranda queriam que a área onde o empreendimento será instalado fosse considerada de interesse público, requisito necessário para o licenciamento ambiental do projeto, pois a intenção é instalá-lo em uma área de mata atlântica. Segundo Cristino, o pedido foi negado porque o assunto não é da competência da SEP, e sim da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). O projeto encontra-se em análise na agência reguladora.

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Segundo o ministro Cristino, Mário Lima é membro do Conselho de Administração (Consad) do porto de Santos, assim como Paulo Vieira, que chegou ao colegiado por indicação do Ministério dos Transportes. Mas, sustentou, a única conversa que os dois tiveram fora do Consad foi na SEP. "Eles são colegas no Consad, o Paulo Vieira pediu para conversar sobre um investimento no porto de Santos, como é que o Mário não vai receber?", questionou o ministro.

Na reunião, Vieira teria telefonado para Gilberto Miranda e colocado o telefone no viva voz, para os três combinarem um encontro em Santos. Essa conversa foi interceptada pela PF. Nela, Mário Lima disse que seria um prazer encontrar-se com Miranda. "Ele é um rapaz educado", disse Cristino. "Mas o encontro não ocorreu." Essa conversa teria sido o único contato de Lima com Miranda, segundo a versão do ministro.

Nas conversas degravadas pela PF, Vieira e Miranda falam num encontro com Mário Lima no dia 26 de abril, às 16h. Miranda chega a oferecer um helicóptero para buscá-los, o que é rejeitado por Vieira.

Segundo Cristino, Lima de fato foi a Santos naquele dia, para uma reunião ordinária do Consad. "Mas o Paulo nem foi", disse. O ministro admitiu ainda que Lima fez, no mês seguinte, após a reunião ordinária do Consad, uma visita a áreas do porto de Santos, inclusive aquela onde Miranda pretende instalar o complexo Bagres. Ele estava acompanhado do presidente da Companhia Docas de Santos, Renato Barco, e do empresário Luis Awazu, que preside a SPE Empreendimentos Portuários, a responsável pelo projeto polêmico.

Em meio à crise política provocada pela operação Porto Seguro da Polícia Federal (PF) e o indiciamento por corrupção de sua amiga e ex-secretária Rosemary Nóvoa de Noronha, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi ao Rio de Janeiro na noite de terça-feira (27) para participar da festa de lançamento do Calendário Pirelli 2013 e receber um prêmio da empresa.

A presença de Lula no evento não foi divulgada e ele evitou a imprensa enquanto esteve na festa. Descontraído, apesar da crise, o ex-presidente conversou com a atriz italiana Sophia Loren, que entregou o prêmio a ele, e posou para fotos com o piloto de F1 Felipe Massa, o craque holandês do Botafogo, Clarence Seedorf, e o ator Owen Wilson.

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Lula chegou e saiu do evento com os governadores Sérgio Cabral (PMDB), do Rio, e Jaques Wagner (PT), da Bahia. Eles ficaram na mesa de honra do evento, na companhia do empresário Eike Batista e dos dirigentes da Pirelli.

Em seu discurso, o ex-presidente fez elogios a Sophia Loren e a sua gestão na presidência da República. Ao citar que, durante o seu governo, 28 milhões de pessoas saíram da pobreza extrema, Lula foi muito aplaudido. "O Brasil não vai desperdiçar o século XXI como fez com o século XX", disse.

Nesta quarta-feira (28), o ex-presidente permaneceu parte do dia no Rio. Mais uma vez sua agenda não foi divulgada. Novamente em companhia de Cabral, ele visitou o Centro de Diagnóstico por Imagem do governo do Estado (Rio Imagem), unidade pública de saúde, inaugurada há quase um ano, para realização de exames de tomografia, ressonância, ultrassonografia e mamografia.

Os partidos de oposição querem ouvir o secretário executivo da Secretaria dos Portos, Mário Lima Junior, que, segundo informou o jornal O Estado de S. Paulo na edição desta quarta-feira, negociou com a máfia dos pareceres a liberação de projeto de interesse do grupo ligado ao ex-senador Gilberto Miranda, investigado pela Operação Porto Seguro da Polícia Federal. "Nesta quinta-feira eu vou apresentar o requerimento de convocação do secretário", disse o líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR).

"Não podemos nos esquecer de que a Secretaria dos Portos é um órgão ligado diretamente à Presidência da República", acrescentou Rubens Bueno. "E um órgão da Presidência não pode confundir o público com o privado".

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De acordo com as informações da Polícia Federal, Lima Junior se reuniu com o ex-diretor da Agência Nacional de Águas (ANA) Paulo Vieira para negociar a construção de um porto na Ilha dos Bagres, em Santos, a ser explorado por empresa ligada a Miranda, um dos alvos da investigação. Paulo Vieira é considerado pela PF o chefe da quadrilha.

O PSDB também quer ouvir o número 2 da Secretaria dos Portos. "Nós já entramos com requerimento em todas as comissões, para ouvir todo mundo. Vamos chamar também o secretário executivo dos portos", disse o deputado Marcus Pestana, presidente do PSDB de Minas Gerais. Com relação à ex-chefe de Gabinete da Presidência, em São Paulo, Rosemary Noronha, o pedido é para que ela seja ouvida na Comissão de Controle e Inteligência do Congresso, que prevê a possibilidade de depoimento secreto.

Quatro anos depois de apresentado pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou nesta quarta-feira (28) o projeto de lei que cria 98 cargos comissionados em órgãos vinculados à Presidência da República.

Na discussão do projeto, a oposição lembrou o "estrago" provocado no governo por servidores ocupantes de cargos de confiança, como é o caso da ex-chefe do gabinete da Presidência da República em São Paulo Rosemary Nóvoa de Noronha, apontada pela Polícia Federal (PF) como uma das mais ativas participantes do esquema de venda de pareceres técnicos de órgãos do governo federal.

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O texto encampado pela presidente Dilma Rousseff pede autorização para criar, entre outros, 18 cargos de DAS 5; 25 de DAS 4; e 23 de DAS 3, com salários variáveis de cerca de R$ 9 mil a R$ 4 mil. O texto será votado no plenário na semana que vem.

O relator, senador Eduardo Braga (PMDB-AM), defendeu que os cargos "contribuirão para o aprimoramento dos mecanismos de articulação entre o governo e a sociedade, facilitando o cumprimento dos compromissos assumidos com relação às políticas públicas de desenvolvimento econômico e social".

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) defendeu a rejeição da proposta que, acredita, não aumentará a eficiência da administração". "O governo federal tem criado, nos últimos anos, milhares de cargos em comissão de livre provimento que não guardam compromisso com os critérios de qualidade e eficiência de seus ocupantes", alegou. No entender do senador, os cargos funcionam mais como "instrumento de aparelhamento político do que de real melhoria da gestão pública".

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), cobrou nesta quarta-feira (28) que seja feita uma investigação nas denúncias que deflagraram a Operação Porto Seguro da Polícia Federal (PF). E disse que é preciso haver transparência na condução das apurações.

"Não há melhor parceria para a sociedade do que a transparência", afirmou o governador sobre mais este escândalo que atingiu, dentre outros, a chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Nóvoa de Noronha, demitida da função pela presidente Dilma Rousseff após ser acusada nessa operação de tráfico de influências e de agir junto aos diretores das agências nacionais de Águas (ANA) e Aviação Civil (Anac) para favorecer empresas em trocas de supostos benefícios pessoais.

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A Operação Porto Seguro foi deflagrada na última sexta-feira (23) e investiga um esquema de favorecimento de interesses privados em processos públicos. As investigações apontam que os acusados cometeram crimes de corrupção ativa e passiva, tráfico de influência, falsidade ideológica, falsificação de documento particular, violação de sigilo funcional e formação de quadrilha. A presidente Dilma Rousseff determinou a exoneração e o afastamento de todos os servidores envolvidos.

Um cochilo do governo permitiu a aprovação, na Comissão de Infraestrutura do Senado (CI), do requerimento chamando para depor o ex-diretor da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) Rubens Rodrigues Vieira. Rubens e seu irmão, Paulo Rodrigues Vieira, ex-diretor da Agência Nacional de Águas (ANA), estão presos, acusados de comandar o esquema de venda de pareceres técnicos de órgãos federais investigado pela Operação Porto Seguro da Polícia Federal.

O líder do PSDB, senador Alvaro Dias (PR), apresentou seu requerimento no início da sessão, antes da chegada do líder do PT, senador Walter Pinheiro (BA), um dos governistas encarregado de impedir que a oposição convide para depor os envolvidos no escândalo. Estavam presentes apenas o senador tucano e Wilder Morais (DEM-GO). Dias também aprovou o convite para que o presidente da Anac, Marcelo Guaranys, compareça à comissão para falar dos procedimentos adotados no órgão contra a quadrilha da venda de pareceres. O comparecimento de Guranys também tinha sido aprovado, na terça-feira, na Comissão de Meio Ambiente e Fiscalização e Controle (CMA).

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Presente à CI, Pinheiro mobilizou seus aliados e rejeitaram o convite dirigido ao presidente da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Tiago Pereira Lima, e seus principais assessores. O líder petista prevê que Rubens Vieira não atenderá ao convite da comissão. "A Anac não tem nenhum problema em tirar o cara da cadeia para que ele venha depor. Ele não vem", ironizou.

Pinheiro reiterou a posição do governo de autorizar o depoimento no Congresso apenas dos dirigentes de órgãos atingidos pelo escândalo e não os servidores envolvidos. "Os ministros e dirigentes podem falar das providências que adotaram contra o esquema", justificou. Para Alvaro Dias, a estratégia do governo é outra, a de impedir que os servidores denunciados ajudem aprofundar a investigação. "Transparência é essencial quando temos o julgamento do mensalão", comparou.

O líder tucano protocolou e vai tentar aprovar na CI, na semana que vem, um convite para que a ex-chefe de gabinete da presidência da República em São Paulo Rosemary Nóvoa de Noronha compareça para depor. Ele considera Rose, como é chamada, "a principal estrela do escândalo, pela sua capacidade de influir nas contratações do governo e pela intimidade que mantém com os detentores do Poder".

Os aliados da presidente Dilma Rousseff cumpriram o roteiro e o governo manteve o controle, nesta quarta-feira, das votações dos requerimentos de convocação dos servidores e ex-servidores públicos envolvidos nas investigações da Polícia Federal. A operação denominada Porto Seguro desarticulou uma suposta quadrilha de venda de pareceres técnicos em órgãos federais para favorecer interesses privados.

Um único requerimento foi aprovado, o que convida o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para audiência pública na comissão de Fiscalização Financeira e Controle em conjunto com a de Segurança Pública, onde já estava acertada a presença do ministro para falar sobre a violência em São Paulo. Os requerimentos da oposição não foram sequer colocados em votação na comissão de Fiscalização e Controle.

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O PPS apresentou requerimentos para ouvir Rosemary Noronha, ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, Cyonil de Faria Júnior, ex-auditor do Tribunal de Contas da União (TCU), e José Weber Holanda, ex-advogado adjunto da Advocacia Geral da União. "Essa comissão tem o dever que acompanhar os fatos graves que estão sendo apurados pela Polícia Federal", afirmou o deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA). Ele insistiu na necessidade de os indiciados pela PF prestarem esclarecimentos no Congresso. "É fundamental para nós ouvirmos também as pessoas que estão sendo acusadas desses crimes, que não são crimes pequenos", completou.

"O ministro deve esclarecer esses fatos lamentáveis estampados nos jornais que mostram práticas incorretas de abuso de autoridade e desvio de recursos públicos no coração do poder", disse o deputado Mendonça Filho (DEM-PE), autor de um dos requerimentos para ouvir Cardozo.

O DEM, por meio do deputado Onyx Lorenzoni (RS), apresentou requerimentos na Comissão de Segurança Pública, que deve se reunir na tarde desta quarta-feira, convocando os ministros da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, e do advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, para falar sobre a suposta quadrilha que fraudava pareceres técnicos em órgãos federais. A expectativa é que o governo barre esses requerimentos.

O governo escalou os ministros Cardozo, ao qual a Polícia Federal é subordinada, e Luís Inácio Adams, superior hierárquico do advogado adjunto da AGU, para dar explicações nas comissões da Câmara e do Senado, na estratégia de evitar que o escândalo de corrupção atingindo a esfera federal chegue ao Palácio do Planalto e de reduzir danos políticos. A orientação é barrar o depoimento dos envolvidos.

O ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência da República, negou na manhã desta quarta-feira (28) que tenha recebido ligações de Rosemary Nóvoa de Noronha, investigada pela Polícia Federal (PF) por corrupção. As apurações indicavam que a ex-chefe de gabinete do escritório da Presidência em São Paulo teria ligado para o ministro após a ação da PF em sua residência. Ela também teria ligado para o ex-ministro José Dirceu.

"Ela não ligou para mim no dia da operação, não sei quem disse isso", afirmou Gilberto Carvalho, durante um encontro da organização da Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro. Carvalho evitou responder à imprensa sobre as investigações da PF e disse apenas que "estava dispensado" de falar sobre o tema, uma vez que o porta-voz da presidência é responsável pelo posicionamento do governo.

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Rosemary Noronha é acusada de comandar um esquema de corrupção juntamente com José Weber de Holanda, adjunto da Advocacia Geral da União (AGU). Eles foram demitidos após a divulgação das investigações, que indicam troca de favores e favorecimento em pareceres técnicos de agências reguladoras do governo federal.

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, disse nesta quarta-feira (28) que é preciso não cair no erro de achar que quem ocupa cargo de confiança é suspeito de corrupção. "É preciso separar as coisas", disse. "Primeiro, porque toda indicação é sempre política. De um Estado, de um governo, eleito democraticamente. Segundo, porque as pessoas envolvidas (em casos de corrupção), muitas vezes, são de carreira. O fato de ser de carreira, ou de confiança, em princípio não desabona ninguém", completou, em referência às investigações da Operação Porto Seguro da Polícia Federal.

Para Pimentel, a tentativa de envolver o nome dele com as denúncias é uma "'forçação' de barra". Ele disse também que ainda não conversou com a presidente Dilma sobre o suposto envolvimento do nome dele no caso.

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Relatório da PF revela que Rosemary Nóvoa de Noronha, então chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, intermediou reuniões de autoridades públicas, dentre elas a do ministro Fernando Pimentel com Alípio Gusmão, conselheiro da Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa). O ministro também é citado em grampo em um diálogo com o ex-diretor da Agência Nacional de Águas (ANA) Paulo Vieira.

Pimentel explicou que recebeu a Bracelpa várias vezes em seu gabinete e nunca houve intermediação de ninguém. Segundo ele, a própria Bracelpa fez uma nota sobre o assunto. Ele afirmou ainda que a menção de um ministro vindo de uma pessoa que é chefe de gabinete da Presidência em São Paulo com um diretor da ANA é mais do que natural. "São pessoas que interagem com o governo. Nunca houve nada que não pudesse ser público."

Indagado sobre a possibilidade de alguma ramificação de corrupção no âmbito do seu ministério, Pimentel ressaltou que "até onde se sabe" não há qualquer ligação ou interferência de esquemas clandestinos, ou outra coisa desse tipo, no Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. "E assim espero que continue", acrescentou.

O ministro está em Los Cardales, a 70 quilômetros de Buenos Aires, na Argentina, onde manterá uma reunião bilateral com a presidente Cristina Kirchner, durante a 18ª Conferência Industrial Argentina.

A ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, disse nesta quarta-feira (28) que a Comissão de Sindicância Investigativa, criada pelo governo para apurar as irregularidades identificadas pela Polícia Federal na Operação Porto Seguro, está tomando todas as medidas necessárias.

"A comissão foi criada há dois dias, (os membros) já estão analisando e têm trinta dias para apresentar resultados. Todas as medidas estão sendo tomadas e serão tomadas ao longo das reuniões", disse a ministra, após participar de evento na sede da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

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O Diário Oficial da União (DOU) da última segunda-feira (26) formalizou a criação da comissão, formada por três integrantes: o analista de finanças e controle Edson Daléscio, o procurador federal Paulo Cesar Wanke e o advogado da União Cesar Dutra Carrijo.

O escândalo já levou à demissão de Rosemary Nóvoa de Noronha, que ocupava a chefia do gabinete regional da Presidência da República em São Paulo, e de José Weber de Holanda, ex-número 2 da Advocacia-Geral da União (AGU).

O analista do TCU Cyonil Borges, que delatou a Operação Porto Seguro, afirmou que Paulo Vieira disse a ele que o dinheiro de propina (R$ 300 mil) seria pago pelo ex-ministro José Dirceu. Em entrevista ao Jornal Nacional da TV Globo, nesta terça-feira (27), ele declarou. "Uma hora ele (Vieira) falava que o dinheiro vinha da empresa (Tecondi). Outra hora falava que era interesse do Dirceu, esse dinheiro adviria de José Dirceu."

O ex-ministro, em nota, afirmou que "não tem relação pessoal nem profissional com Vieira, nem com Cyonil". Segundo Dirceu, se Vieira usou seu nome em conversas com terceiros "o fez de maneira indevida". Ele disse que "não tem nenhum interesse nas atividades da Tecondi" e que se sente "caluniado".

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Remoção

A Justiça Federal determinou a remoção de Paulo Vieira do Presídio da Papuda, em Brasília, para São Paulo, onde ele deverá ficar em sala de Estado Maior, provavelmente no quartel do Regimento de Polícia Montada da PM 9 de Julho, na Luz. Vieira é advogado, o que lhe confere o direito a sala especial, sem grades, até eventual condenação com trânsito em julgado. A decisão judicial acolheu pedido do criminalista Pierpaolo Bottini, que defende Vieira.

A Justiça indeferiu pedido de revogação da prisão de Rubens Vieira, irmão de Paulo. O advogado Fauzi Achôa estuda ingressar com habeas corpus. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

O secretário executivo da Secretaria de Portos da Presidência (SEP), Mário Lima Júnior, negociou com a quadrilha acusada de vender pareceres técnicos a liberação de um projeto de interesse do grupo investigado na Operação Porto Seguro, da Polícia Federal.

Número 2 da pasta chefiada pelo ministro Leônidas Cristino (PSB-CE), ele se reuniu com o ex-diretor da Agência Nacional de Águas (ANA) Paulo Vieira, apontado pela PF como chefe da quadrilha, para tratar da construção de um porto privativo na Ilha de Bagres, em Santos, a ser explorado por empresa ligada ao ex-senador Gilberto Miranda. E marcou encontro com o ex-parlamentar, em São Paulo, em viagem bancada com dinheiro público.

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As escutas mostram o roteiro traçado pelo ex-diretor da ANA para cooptar o secretário executivo. Segundo a PF, o porto seria explorado pela São Paulo Empreendimentos, ligada ao ex-senador, que tem como sócio o empresário Luís Awazu. O objetivo era que o governo o declarasse de utilidade ou interesse público, o que dependia do aval da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), da Advocacia-Geral da União (AGU) e da Secretaria de Patrimônio da União (SPU), além da SEP.

Confirma

A Secretaria de Portos da Presidência (SEP) confirmou nesta terça-feira (27) que o secretário-executivo Mário Lima Júnior esteve em Santos no dia 26 de abril deste ano, onde se encontrou com Luís Awazu, sócio da São Paulo Empreendimentos. Em nota, a pasta explicou que Lima visitou a área do porto privativo da Ilha de Bagres com o empresário, além do presidente da Companhia Docas de São Paulo (Codesp), Renato Barco. Mas negou, por meio da assessoria de imprensa, a reunião com o o ex-senador Gilberto Miranda.

A SEP informou que a viagem, contudo, não teve esse objetivo específico. O propósito principal seria participar de reunião ordinária do Conselho de Administração do Porto de Santos (Consad). O ex-diretor da Agência Nacional de Águas Paulo Rodrigues Vieira (ANA) também integrava o colegiado, daí a legitimidade para discutir o assunto.

A SEP afirmou ter sido consultada pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) em fevereiro de 2010 sobre a construção e exploração do terminal privativo de Bagres e não se opôs ao pleito apresentado. O ex-senador Gilberto Miranda não foi localizado ontem. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

A ex-chefe do gabinete regional da Presidência em São Paulo Rosemary Nóvoa de Noronha pediu à cúpula do Ministério das Comunicações que facilitasse o andamento de um processo de autorização de uma rádio da família de Paulo Vieira, diretor afastado da Agência Nacional de Águas (ANA), preso na Operação Porto Seguro da Polícia Federal.

Rose conversou em junho deste ano com o secretário executivo da pasta, Cezar Alvarez, sobre a liberação da Rádio RMS, de Capão Bonito (SP). A empresa tem como um dos sócios Marcelo Rodrigues Vieira, irmão de Paulo.

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O ministério confirmou que Alvarez discutiu o assunto com Rose duas vezes, mas alega que não deu nenhum benefício à rádio. "Reclamações deste tipo são constantes e habituais, e é obrigação deste ministério receber todos que nos procuram com questionamentos dessa natureza", afirmou a pasta, em nota. O ministério declarou ainda que Alvarez não conhece Paulo Vieira.

A Rádio RMS tem autorização de funcionamento provisório desde janeiro. Dois meses depois da conversa entre Rose e Alvarez, segundo o ministério, o processo foi enviado à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), "com base em um convênio que transferiu para a agência reguladora a competência de analisar pedidos de alterações técnicas nos processos de radiodifusão".

Segundo a investigação da Polícia Federal, Rose ajudava empresários ligados à quadrilha liderada por Paulo e intermediava encontros com autoridades. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

O DEM protocolou requerimentos em comissões da Câmara pedindo a convocação de quatro ministros para falar sobre a Operação Porto Seguro. Além do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e do advogado-geral da União, Luis Inácio Adams, o partido defendeu a convocação da ministra chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffman, e do ministro da secretaria-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho.

Os requerimentos foram apresentados pelos deputados Onyx Lorenzoni (RS) e Mendonça Filho (PE) nas comissões de Fiscalização e Controle e de Segurança Pública. Os pedidos de convocação dos quatro ministros têm a mesma fundamentação. "Tratam-se de graves suspeitas de favorecimento em setores que movimentam segmentos significativos (da economia), por isso é fundamental analisar todos os fatos, documentos e desdobramentos da operação Porto Seguro", diz trecho.

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Além dos representantes do Executivo, o DEM quer convidar Cyonil da Cunha Borges de Faria Jr, o auditor do Tribunal de Contas da União (TCU) que delatou o esquema. O líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), afirmou não ver motivo para os deputados ouvirem os indiciados pela PF na operação que desarticulou uma quadrilha de venda de pareceres técnicos em órgãos federais, atendendo interesses privados. Ele confirmou a presença do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, na Câmara para falar sobre a operação da PF e sobre a violência em São Paulo, nas comissões de Segurança e de Fiscalização e Controle.

"A resposta da presidente Dilma Rousseff foi cristalina. Ela demitiu os envolvidos e afastou os que a lei não permite a demissão e vai revisar todos os atos que foram tomados", disse Chinaglia. O líder considerou que a oposição exagera em querer chamar à Câmara pessoas que já foram demitidas. E criticou a oposição, que pretende convidar o ex-presidente Lula para falar do assunto na Câmara. "É uma tentativa de envolver o presidente Lula. A oposição precisa arranjar outro discurso", disse.

O governo montou sua estratégia no Congresso para evitar respingos no Palácio do Planalto resultantes da operação da Polícia Federal (PF) que desarticulou uma quadrilha de venda de pareceres técnicos em órgãos federais para favorecer interesses privados. Para reduzir danos políticos e abafar o mais novo escândalo de corrupção atingindo a esfera federal, a ordem é levar o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, ao qual a Polícia Federal é subordinada, e o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, às comissões na Câmara e no Senado para dar explicações.

Ao mesmo tempo, os partidos aliados vão barrar os requerimentos apresentados pela oposição para convidar os envolvidos nas investigações da PF. "A relação deles é com a polícia", afirmou o líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP). A estratégia foi acertada nesta terça-feira (27), em reunião dos líderes da base. A operação Porto Seguro atingiu a chefe do gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Nóvoa Noronha, e o segundo na hierarquia da Advocacia Geral da União (AGU), José Weber Holanda Alves. Os dois perderam os postos por decisão da presidente Dilma Rousseff.

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"A Polícia Federal investigou e abriu inquérito. O governo afastou os envolvidos para investigar e demitiu os que tinham cargo de confiança. Vamos esperar a PF concluir o inquérito", disse Tatto. "Não há problema em os ministros prestarem esclarecimentos. O governo é republicano e o Polícia Federal tem autonomia administrativa para investigar", afirmou.

O líder petista informou que o ministro da Justiça deverá participar de uma reunião conjunta das comissões de Fiscalização e Controle e de Segurança Pública, onde já estava prevista sua presença para falar da violência em São Paulo, e o advogado-geral da União será ouvido em comissão no Senado. Cardozo deverá ir à Câmara na próxima terça-feira.

O convite a Adams já foi aprovado na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle do Senado. Os senadores da comissão também aprovaram convite para ouvir os diretores presidentes da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu; e da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Marcelo Guaranys. Diretores dessas duas agências também foram indiciados pela PF, acusados de integrarem a organização para fraudar pareceres técnicos: Paulo Rodrigues Vieira (ANA) e Rubens Vieira (Anac).

A estratégia de antecipar iniciativas da oposição e levar ao Congresso os ministros para tratar de escândalos da esfera federal foi largamente usada no ano passado com o surgimento das denúncias que envolveram alguns ministros e levou a presidente Dilma a fazer a chamada "faxina" na Esplanada dos Ministérios. Na época, a determinação era evitar que os escândalos atingissem o Palácio do Planalto.

Pela manhã, o PPS formalizou o pedido à Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara para que sejam convidados em audiência servidores e ex-servidores públicos apontados pela Polícia Federal na operação: Rosemary, José Weber Holanda e Cyonil da Cunha Borges de Faria Júnior, auditor do Tribunal de Contas da União (TCU). O PSDB anunciou que pretende apresentar requerimento convidando também o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o advogado-geral da União na mesma comissão.

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