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Enquanto a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) se prepara para decidir se referenda ou não a decisão do ministro Ricardo Lewandowski, que compartilhou com a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) parte das mensagens hackeadas obtidas na Operação Spoofing, o deputado federal Paulo Teixeira (PT) decidiu usar o material para embasar uma ofensiva contra a força-tarefa da Operação Lava Jato no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).

Em representação formalizada nesta segunda-feira, 8, o petista cobra a abertura de um processo administrativo para apurar a conduta dos procuradores de Curitiba. Para isso, solicita que o conselho tome a iniciativa de pedir a íntegra das conversas ao STF. A ideia é que, uma vez que estiver em posse do acervo, o órgão separe as mensagens de caráter privado e aquelas trocadas no exercício do cargo. Estas últimas, defende o deputado, devem ser tornadas públicas em razão do direito à informação e ao princípio da supremacia do interesse público sobre o interesse privado.

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"Ao tratar de documentos e comunicações relativos ao exercício de função pública, a Constituição Federal estabelece que a regra é a publicidade e limita o sigilo às informações imprescindíveis à segurança da sociedade e do Estado", diz um trecho do documento assinado pelos advogados Fernando Hideo Lacerda, Marco Aurélio de Carvalho e Carol Proner, que representam o deputado. "Quando a comunicação funcional busca guarida em mecanismos sigilosos, os agentes públicos devem prestar contas sobre as razões da confidencialidade, sob pena de violação ao direito fundamental à informação", acrescentam.

Caso o Conselho Nacional do Ministério Público siga o roteiro proposto pelo deputado, mais mensagens atribuídas aos procuradores e ao ex-juiz Sérgio Moro podem vir à tona. Isso porque Lula não teve acesso a todo o material apreendido na Operação Spoofing, apenas aos trechos que pudessem ter relação com os processos aos quais responde na Lava Jato.

A sugestão é uma reação ao argumento trazido à baila pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), que na semana passada pediu ao Supremo 'sigilo absoluto' sobre novos diálogos.

Paulo Teixeira atribui uma série de infrações disciplinares aos procuradores, incluindo comunicações 'clandestinas e ilegais' com autoridades suíças e norte-americanas, revelação de segredos nacionais e improbidade administrativa. O parlamentar pede que, caso fiquem comprovados os desvios, o grupo perca os cargos públicos.

Na outra ponta, ex-juiz e procuradores insistem que não o material não foi periciado oficialmente e que a prova não tem validade jurídica por ter sido 'obtida por via criminosa'.

Esta não é a primeira vez que os diálogos roubados no ataque cibernético ensejam reclamações contra o grupo de trabalho da Lava Jato no CNMP. Em meados de 2019, o 'Conselhão' decidiu arquivar um pedido semelhante por considerar que a veracidade do material não ficou comprovada. Na ocasião, no entanto, a questão ainda não havia sido debatida a fundo pelo Supremo, como deve começar a ocorrer no julgamento de terça.

A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira, 8, o laudo preliminar de uma nova perícia feita nas mensagens apreendidas na Operação Spoofing contra o grupo de hackers que invadiu celulares e copiou conversas de autoridades - atingindo o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro e procuradores da força-tarefa da Lava Jato. Parte do material foi compartilhado com os advogados do petista e as análises têm sido feitas em etapas por um perito independente contratado pela defesa.

O envio acontece na véspera do julgamento, na Segunda Turma do tribunal, para decidir sobre a manutenção ou derrubada do parecer do ministro Ricardo Lewandowski, que autorizou Lula a acessar o material.

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No documento que acompanha a perícia, a defesa do ex-presidente observa que as mensagens encaminhadas nesta segunda foram selecionadas em razão de sua 'relevância'. "Esse novo conjunto de mensagens encontradas reforça que o então juiz Sergio Moro orientava e era consultado rotineiramente para a prática dos atos de persecução, notadamente em relação ao Reclamante [Lula]", diz um trecho do ofício.

O objetivo da defesa de Lula é justamente usar as conversas para reforçar as acusações de que Moro agiu com parcialidade e encarou o ex-presidente como 'inimigo' ao condená-lo a nove anos e meio de prisão no caso do triplex do Guarujá.

Na outra ponta, ex-juiz e procuradores insistem que não o material não foi periciado oficialmente e que a prova não tem validade jurídica por ter sido 'obtida por via criminosa'.

VEJA TRECHOS DESTACADOS PELA DEFESA DE LULA AO STF:

'No CPP de russo, tudo pode'

Em mensagem trocada em 23 de novembro de 2017, a procuradora Jerusa Viecili, ex-integrante da Lava Jato em Curitiba, diz ao colega Januário Paulo que 'no CPP de russo, tudo pode', em uma alusão ao Código de Processo Penal 'criado' pelo então juiz Sérgio Moro, afirma a defesa de Lula.

Interferência em acordos de colaboração com Palocci e Léo Pinheiro

Há trechos em que o ex-coordenador da força-tarefa, Deltan Dallagnol, sugere que o então juiz se envolvia na celebração de acordos de colaboração premiada, incluindo aqueles firmados com o ex-ministro dos governos petistas, Antônio Palocci, e com ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro.

"Após analisarmos Palocci, temos que falar pro Moro, que não vai querer a pena aliviada num caso dele sem justificativa e tem ponte com TRF", escreve Deltan no dia 3 de maio de 2018. "Segundo a Laura, o Moro quer um acordo com o Palocci pela mesma razão do Leo Pinheiro", acrescenta.

Em outra mensagem, trocada em 30 de agosto de 3018, a procuradora Jerusa Viecili é questionada, a pedido de Moro, sobre o andamento do acordo com Léo Pinheiro. "Olá, evoluiu o acordo do Leo Pinheiro? PGR esta andando com isso? Russo perguntando".

Escolha de procuradores em audiência e pedido para apagar mensagens

Em 13 de maio de 2017, Deltan pergunta a um colega, não identificado no documento, se também havia recebido mensagem de Moro sobre uma audiência a ser realizada.

"Não comenta com ninguém e me assegura que teu telegram não tá aberto aí no computador e que outras pessoas não estão vendo por aí, que falo. Você vai entender por que estou pedindo isso", escreveu o procurador. "Depois, apagamos o conteúdo", acrescenta.

Ao receber a confirmação do colega, Deltan transfere mensagem atribuída a Moro: "Prezado, a colega Laura Tessler de vocês é excelente profissional, mas para inquirição em audiência, ela não vai muito bem. Desculpe dizer isso, mas com discrição, tente dar uns conselhos a ela, para o próprio bem dela. Um treinamento faria bem. Favor manter reservada essa mensagem."

Em seguida, o então coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba diz: "No do Lula não podemos deixar acontecer."

Consultas a Moro e sugestões do ex-juiz em processos em tribunais superiores

Em uma série de mensagens, os procuradores afirmam ter conversado com o então juiz da Lava Jato sobre questões estratégicas das investigações - o momento mais oportuno para propor uma denúncia e a viabilidade de pedidos de acesso a informações relacionadas a processos no exterior, por exemplo.

Em 4 de julho de 2018, uma mensagem indica que Moro também palpitava em ações em tramitações em tribunais superiores. "O Russo sugere a operação no início de agosto em virtude da assunção de um novo presidente do STF durante as férias", diz a mensagem.

"Beleza. Se ele quer assim, não me oponho", responde a procuradora Laura Tessler.

Trocas com o FBI

Na origem, a defesa do ex-presidente acionou o STF para obter acesso à documentação relacionada ao acordo de leniência da Odebrecht - usada no processo em que o petista é acusado pela Lava Jato de receber R$ 12 milhões em propinas da construtora na compra do terreno em São Paulo para sediar o Instituto Lula. Depois é que os advogados solicitaram o compartilhamento do acervo da Operação Spoofing.

Entre as mensagens periciadas nesta etapa e destacadas pelos advogados do ex-presidente, há conversas que sugerem a existência de documentos envolvendo trocas com a Embaixada dos Estados Unidos, FBI, autoridades da Suíça e outras agências estrangeiras que teriam sido omitidos pela força-tarefa, segundo a defesa de Lula.

O impasse envolvendo o acordo com a construtora se alonga desde 2017, quando os advogados do ex-presidente começaram a entrar com sucessivos pedidos para ler toda a documentação. Desde então, a defesa sustenta que a íntegra não foi disponibilizada e acusa o juiz Luiz Antonio Bonat e os procuradores da Lava Jato de esconderem documentos. As acusações levaram Lewandowski a pedir a abertura de uma apuração na Corregedoria do Ministério Público Federal para saber se os registros estão sendo de fato 'suprimidos'.

O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou conceder ao ex-governador do Rio, Sérgio Cabral, acesso às mensagens obtidas na Operação Spoofing. A ação mirou um grupo de hackers que invadiu celulares de autoridades, incluindo procuradores da força-tarefa da Lava Jato e o ex-ministro Sérgio Moro.

Depois que o ministro determinou o compartilhamento do material com os advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a defesa de Cabral, condenado a mais de 300 anos de prisão em processos abertos a partir de investigações da Lava Jato, entrou com um pedido na tentativa de conseguir a extensão do benefício. O ex-presidente da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva, também embarcou no movimento e formalizou um requerimento.

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Na avaliação de Lewandowski, no entanto, como a ordem que beneficiou Lula prevê acesso apenas a mensagens relacionadas aos processos e investigações envolvendo o petista, não pode ser estendida a terceiros sem relação direta com os casos. Para isso, Sérgio Cabral e Othon Silva precisariam demonstrar semelhança entre seus casos e o do ex-presidente - o que, na avaliação do ministro, não ficou evidenciado.

"Ainda que se cogite da aplicação da benesse processual na reclamação, mostra-se imprescindível a demonstração da identidade fática entre a situação do paciente (ou beneficiário) e a do requerente", diz um trecho do despacho expedido nesta sexta-feira, 5.

Lewandowski já havia negado atender pedido semelhante apresentado pela defesa do ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT), João Vaccari Neto.

A decisão do ministro que ordenou o compartilhamento das conversas com Lula pode ser revista na próxima terça-feira, 9. Isso porque, a pedido próprio Lewandowski, a Segunda Turma vai julgar um agravo apresentado por procuradores para embargar a medida.

As decisões do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizaram a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a acessar as mensagens obtidas na Operação Spoofing e a obter a íntegra da documentação relacionada ao acordo de leniência firmado entre a força-tarefa da Lava Jato e a Odebrecht serão analisadas pela Segunda Turma na próxima terça-feira (9).

Os ministros vão decidir se mantém ou não a ordem de compartilhamento do material. O tema foi pautado pelo presidente da Segunda Turma, ministro Gilmar Mendes, a pedido do relator, em um momento de pressão por parte integrantes do Ministério Público Federal, que cobram a derrubada da autorização. Nos bastidores, há temor de que o conteúdo seja usado no julgamento sobre a suspeição do ex-ministro Sérgio Moro no caso do triplex do Guarujá (SP), como pretendem os advogados do ex-presidente.

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Na origem, o pedido da defesa de Lula foi para acessar a documentação relacionada ao acordo de leniência da Odebrecht. Depois é que os advogados solicitaram o compartilhamento do acervo da Operação Spoofing, processada em Brasília. A investigação apreendeu conversas hackeadas pelo grupo investigado por invadir o celular de autoridades, incluindo o ex-ministro Sérgio Moro e procuradores da força-tarefa da Lava Jato.

Parte das conversas havia sido revelada na semana passada, mas o restante do conteúdo ficou em sigilo por determinação de Lewandowski. Na segunda-feira (1º), porém, ele tornou o material público.

A divulgação provocou nova corrida ao Tribunal para embargar o conteúdo. Reclamações foram formalizadas pelo núcleo duro da força-tarefa Lava Jato em Curitiba, pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) e pela própria Procuradoria-Geral da República. Os pedidos vão desde a anulação de todo o acervo da Operação Spoofing até a decretação de "sigilo absoluto" sobre novos diálogos.

Lula não teve acesso a todo o material apreendido na Spoofing, apenas aos trechos que pudessem ter relação com os processos aos quais responde na Lava Jato. Os fundamentos usados por Lewandowski para atender ao pedido foram atenção aos princípios do contraditório e da ampla defesa.

Cresce a pressão de integrantes do Ministério Público Federal (MPF) pela derrubada da decisão do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a acessar as mensagens obtidas na Operação Spoofing. A investigação apreendeu conversas hackeadas pelo grupo investigado por invadir o celular de autoridades, incluindo o ex-ministro Sérgio Moro e procuradores da força-tarefa da Lava Jato.

Depois de reclamações apresentadas pelo núcleo duro da força-tarefa Lava Jato em Curitiba e pela própria Procuradoria-Geral da República, a Associação Nacional dos Procuradores da República se junta, agora formalmente, ao grupo que cobra a anulação do parecer.

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Em ofício enviado ao Supremo nesta quinta-feira, 4, a entidade de classe reproduz os argumentos repetidos à extensão desde que a existência de parte do material foi revelada, ainda em 2019, na série de reportagens conhecida como 'Vaza Jato', liderada pelo portal The Intercept Brasil em parceria com outros veículos de imprensa.

A ANPR alega, por exemplo, que o material não tem validade jurídica uma vez que foi obtido ilicitamente no ataque cibernético. Aponta também que a veracidade das conversas não é reconhecida pelos interlocutores e que nenhuma perícia constatou a autenticidade dos diálogos. Na época em que a Polícia Federal abriu investigação para apurar o ataque hacker, os procuradores que atuam na Operação Lava Jato não entregaram os celulares para inspeção.

Outro ponto levantado é o de, mesmo que sejam verdadeiras, as mensagens foram obtidas ilicitamente - o que, segundo defenda a entidade, invalida o uso do conteúdo como prova, salvo no processo que acusa os próprios hackers. O objetivo da defesa de Lula é justamente usar as conversas para reforçar as acusações de que Moro agiu com parcialidade e encarou o ex-presidente como 'inimigo' ao condená-lo a nove anos e meio de prisão no caso do triplex do Guarujá.

Nas conversas, o então juiz federal, que posteriormente abandou a carreira na magistratura para assumir o Ministério da Justiça e Segurança Pública no governo do presidente Jair Bolsonaro, chega a cobrar manifestações em processos e a sugerir uma fonte para os procuradores da Lava Jato conversarem sobre investigações envolvendo o filho do ex-presidente Lula. Também comunica sobre despachos que serão lançados por ele e dá conselhos ao então coordenador da força-tarefa, Deltan Dallagnol, sobre as investigações.

A associação traz ainda um argumento técnico sobre o alcance da decisão de Lewandowski. De acordo com a ANPR, houve uma ampliação indevida do objeto da reclamação inicial apresentada pela defesa de Lula. Na origem, o pedido do ex-presidente foi para acessar a íntegra da documentação relacionada ao acordo de leniência, estimado em R$ 3,8 bilhões, firmado entre a força-tarefa da Lava Jato no Paraná e a Odebrecht. Depois é que os advogados solicitaram o compartilhamento do acervo da Operação Spoofing, processada em Brasília.

"[A defesa de Lula] passou a tratar de matéria completamente alheia ao julgado paradigma e também ao objeto da presente Reclamação, buscando ampliar indevidamente o seu pleito na consecução de objetivo, data maxima venia, processual e materialmente impróprio", argumenta a associação.

Em outra ponto, a entidade demonstra preocupação com a exposição de terceiros, não relacionados às investigações contra Lula. Na avaliação da ANPR, houve violação da intimidade e do sigilo das comunicações de dezenas de pessoas que não fazem parte da força-tarefa.

"O que se verifica no caso vertente, portanto, é que para garantir ao Reclamante [Lula] o seu suposto direito de acesso às referidas mensagens - o que, em tese, se fez em atenção aos princípios do contraditório e da ampla defesa -, violou-se o direito à intimidade e ao sigilo de comunicações de um sem-número de pessoas, muitas das quais sequer possuem relação alguma com o Reclamante ou com os processos contra ele instaurados", diz outro trecho do documento.

Além da revogação da decisão de Lewandowski, a Associação Nacional dos Procuradores da República pede que seja determinado o 'sigilo absoluto' de eventuais novos diálogos que possam ser usados pela defesa do ex-presidente Lula.

Parte das conversas havia sido revelada na semana passada, mas o restante do conteúdo ficou em sigilo por determinação do próprio. Nesta segunda-feira, 1º, porém, ele tornou o material público.

A Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) rejeitou nesta terça-feira, 2, mais um recurso apresentado pelos advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no caso do tríplex do Guarujá, processo no qual o petista foi condenado a oito anos e dez meses de prisão. Os ministros acompanharam por unanimidade o voto do relator, Felix Fisher, que considerou que a defesa de Lula pleiteava 'rejulgamento do caso'.

No recurso ao STJ, a defesa de Lula pedia que a corte esclarecesse 'supostas obscuridades' de decisões anteriores quanto à solicitação para utilização, no processo, de mensagens atribuídas ao ex-juiz Sergio Moro e a procuradores da Lava Jato que foram acessadas pelos hackers presos na Operação Spoofing.

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No mês passado, o ministro Ricardo Lewandowski garantiu a defesa de Lula acesso à íntegra do material apreendido na investigação que mirou que invadiu celulares de autoridades. Nesta segunda, 1º, o ministro levantou o sigilo do processo, tornando pública uma perícia de 50 páginas feita em mensagens atribuídas ao ex-juiz da Lava Jato.

Ao analisar o recurso, Fisher considerou que, ao alegar a existência de fatos novos em razão da decisão do Supremo sobre o compartilhamento de dados apreendidos na Spoofing, os defensores do ex-presidente pretendiam o 'rejulgamento' do caso.

Nas palavras do relator, a 5ª turma do STJ, por unanimidade, já concluiu que a 'existência de ilegalidade e quebra de imparcialidade do juízo sentenciante na condução do feito não significa para fins do artigo 374 inciso 1º do Código de Processo Civil, uma vez que traz informações que foram obtidas por meios ilícitos e não foram submetidas a prova pericial'.

Após o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), levantar o sigilo de parte das mensagens obtidas na Operação Spoofing, que mirou o grupo de hackers responsável pela invasão dos celulares de autoridades, incluindo o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro e procuradores da Lava Jato em Curitiba, integrantes e ex-membros da força-tarefa renovaram o pedido para anular o material.

No documento, enviado ao gabinete do ministro nesta segunda-feira, 1º, o grupo pede que todo o acervo da Operação Spoofing seja declarado como prova 'ilícita e imprestável'.

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"Tal material pode ter sido objeto de múltiplas adulterações, é imprestável e constitui um nada jurídico, de modo que nenhuma perícia após a sua apreensão terá o condão de transformar a sua natureza como que por um passe de mágica", diz um trecho do pedido.

Procurados, os advogados Marcelo Knoepfelmacher e Felipe Locke Cavalcanti, que representam os procuradores, não se manifestaram à reportagem.

As mensagens vieram a público na esteira da decisão que autorizou o compartilhamento do material com a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Os advogados do petista pretendem usar as mensagens para reforçar as acusações de que Moro agiu com parcialidade e encarou o petista como 'inimigo' ao condená-lo a nove anos e meio de prisão no caso do triplex do Guarujá.

Ao Supremo, a força-tarefa da Lava Jato pede ainda que a ordem de compartilhamento seja revogada e que a defesa do ex-presidente seja proibida de usar o conteúdo 'para qualquer finalidade que seja, inclusive em defesas judiciais'.

No ofício, o grupo informa que, caso Lewandowski não analise o requerimento em até cinco dias, um mandado de segurança será formalizado. Isso porque os procuradores já haviam enviado uma petição ao ministro pedindo a reconsideração da decisão na semana passada.

VEJA QUEM ASSINA O PEDIDO:

Deltan Dallagnol

Januário Paludo

Laura Tessler

Orlando Martello

Júlio Carlos Motta Noronha

Paulo Roberto Galvão de Carvalho

Athayde Ribeiro Costa

O ex-juiz federal e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro afirmou nesta segunda, 1º, em nota oficial, não reconhecer a autenticidade das mensagens que teriam sido trocadas entre ele e procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba. A nota é em resposta à decisão do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a suspensão do sigilo das conversas.

De acordo com Moro, as mensagens, se verdadeiras, teriam sido foram obtidas "por meios criminosos". As mensagens, que tratavam de processo contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foram divulgadas pelo site The Intercept, em 2019. Moro foi o juiz responsável pela operação que levou o petista à prisão.

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Segundo a nota, Moro diz que "interações entre juízes, procuradores e advogados são comuns, não havendo nada de ilícito". O ex-juiz federal afirmou que todos os processos julgados na Lava Jato foram decididos com correção e imparcialidade. "Nenhuma das supostas mensagens retrata fraude processual, incriminação indevida de algum inocente, antecipação de julgamento, qualquer ato ilegal ou reprovável ou mesmo conluio para incriminar alguém ou para qualquer finalidade ilegal", diz o comunicado de Moro.

O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta segunda-feira, 1º, levantar o sigilo da ação em que garantiu à defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva acesso à íntegra do material apreendido na Operação Spoofing - investigação que mirou grupo de hackers que invadiu celulares de autoridades, atingindo o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro e procuradores da força-tarefa da Lava Jato.

"Retiro o sigilo dos presentes autos, remetendo-os à Secretaria Judiciária para as providências", determinou Lewandowski. O sigilo havia sido imposto pelo próprio Lewandowski no mês passado.

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O objetivo do petista é fazer um pente-fino nas mensagens para tentar reforçar as acusações de que o ex-juiz federal da Lava Jato o encarava como um "inimigo" ao condená-lo a nove anos e meio de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

No mês passado, Lewandowski determinou que a 10ª Vara Federal Criminal do DF compartilhasse com a defesa de Lula, em um prazo de até dez dias, as mensagens que "lhe digam respeito, direta ou indiretamente", bem assim as que tenham relação com investigações e ações penais contra ele movidas na Justiça Federal de Curitiba ou "qualquer outra jurisdição".

Na decisão de dezembro, o ministro do Supremo indicou ainda que os arquivos da Spoofing somam cerca de 7 TB de memória, 'envolvendo inclusive terceiras pessoas'. Nessa linha, o magistrado reforçou na ocasião que os dados e informações relacionados a tais pessoas "deverão permanecer sob rigoroso sigilo".

A defesa de Lula, no entanto, alegou a Lewandowski que aquela decisão não foi integralmente cumprida, o que levou o ministro a ampliar o acesso do petista às informações obtidas na investigação.

Novato no STF, o ministro Nunes Marques deve selar o destino do ex-presidente Lula no habeas corpus que discute se Moro agiu com parcialidade ao condenar o petista no processo do triplex do Guarujá.

Mensagens

Numa das mensagens que vieram a público, Deltan diz a Moro, em 14 de dezembro de 2016, que a denúncia contra o ex-presidente Lula está sendo "protocolada em breve". Moro responde: "Um bom dia afinal".

No dia 3 de fevereiro de 2017, Moro afirma a Deltan que nas ações penais contra Lula e o ex-ministro Antonio Palocci "tem dezenas de testemunhas arroladas pelas Defesas de executivos da Odebrecht".

"Depois da homologação isso não parece fazer mais sentido, salvo se os depoimentos forem para confirmar os crimes. Isso está trancando minha pauta. Podem ver com as Defesas se não podem desistir?", escreveu.

"Resolvemos sim. Falaremos com os advogados para desistirem", respondeu Deltan.

Um grupo de sete procuradores, entre eles integrantes e ex-membros da Operação Lava Jato, enviou ao ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), um pedido de reconsideração das decisões que garantiram à defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva acesso ao material apreendido na Operação Spoofing - investigação que mira grupo de hackers que invadiu celulares de autoridades.

Representado pelos advogados Marcelo Knopfelmacher e Felipe Locke Cavalcanti, o grupo é integrado pelos mesmos procuradores que pediram para participar como assistentes de acusação na ação penal contra os hackers que tramita junto à 10ª Vara Federal Criminal do Distrito Federal - Januário Paludo, Laura Gonçalves Tessler, Orlando Martello Júnior, Júlio Carlos Motta, Paulo Roberto Galvão de Carvalho, Athayde Ribeiro Costa e o ex-chefe da força-tarefa em Curitiba Deltan Dallagnol.

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Caso Lewandowski não reconsidere as decisões questionadas, os procuradores pedem ainda que o tema seja incluído na pauta do Plenário do Supremo. O grupo quer que a corte declare todo o acerco da Spoofing "como prova ilícita e imprestável para fins de compartilhamento, sendo sua utilização proibida".

Ao pedir a revogação do compartilhamento, os integrantes da Lava Jato e ex-membros da força-tarefa argumentam que o ex-presidente "não é vítima (dos hackers) e que aquilo que lhe diz respeito já consta em investigações e processos formais".

Investigadores acreditam que Lula vai utilizar o material para turbinar a ação em que acusa o ex-juiz Sérgio Moro de agir com parcialidade ao condená-lo no caso do tríplex do Guarujá (SP), levando ao STF indícios de que o magistrado e os procuradores mantiveram contatos fora dos autos que podem contaminar a operação. A análise do caso ainda não foi concluída pela Segunda Turma da Corte.

O grupo de integrantes da Lava Jato também sustenta que "não há demonstração de integridade ou autenticidade nem da cadeia de custódia" das mensagens interceptadas pelos hackers, alegando ainda que "o eventual acesso ao material amplia a lesão à intimidade das vítimas e seus familiares e coloca em risco a sua vida, integridade e segurança".

O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu autorizar que a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha acesso à íntegra do material apreendido na Operação Spoofing - investigação que mirou em grupo de hackers que invadiu celulares de autoridades, atingindo o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro e procuradores da força-tarefa da Lava Jato.

Um dos temores de investigadores é de que Lula utilize o material para turbinar a ação em que acusa Moro de agir com parcialidade ao condená-lo no caso do tríplex do Guarujá (SP). A análise do caso ainda não foi concluída pela Segunda Turma do STF.

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No mês passado, Lewandowski determinou que a 10ª Vara Federal Criminal do DF compartilhasse com a defesa de Lula, em um prazo de até dez dias, as mensagens que "lhe digam respeito, direta ou indiretamente", bem assim as que tenham relação com investigações e ações penais contra ele movidas na Justiça Federal de Curitiba ou "qualquer outra jurisdição".

Na decisão de dezembro de 2020, o ministro do Supremo indicou ainda que os arquivos da Spoofing somam cerca de 7 TB de memória, "envolvendo inclusive terceiras pessoas". Nessa linha, Lewandowski reforçou na ocasião que os dados e informações relacionados a tais pessoas "deverão permanecer sob rigoroso sigilo".

A defesa de Lula, no entanto, alegou a Lewandowski que aquela decisão não foi integralmente cumprida, o que levou o ministro a ampliar agora o acesso do petista às informações obtidas na investigação.

"Determino desta feita à Polícia Federal que franqueie à defesa do reclamante (Lula) o acesso, imediato e direto, à íntegra do material apreendido na Operação Spoofing, compreendendo aquele encontrado na posse de todos os investigados, sem restringir-se apenas aos dados achados em poder de Walter Delgatti Neto, o que deverá ocorrer na sede da Polícia Federal em Brasília-DF", decidiu Lewandowski.

O ministro é um dos quatro integrantes da Suprema Corte que decidiram manter normalmente as atividades durante o período de férias do Tribunal.

Ao analisar um pedido da defesa de Lula sobre uma ação da Lava Jato no ano passado, Lewandowski e o ministro Gilmar Mendes atacaram a atuação do ex-juiz federal Sérgio Moro à frente da Justiça Federal em Curitiba. Expoentes da ala do Supremo mais crítica à operação, os dois ministros indicaram voto para declarar a suspeição do ex-juiz ao condenar o petista.

Investigação

A Operação Spoofing, que prendeu quatro suspeitos de hackearem o aplicativo Telegram dos celulares de Moro, de delegados da Polícia Federal e de juízes, detalhou a forma como os investigados se aproveitaram de uma "vulnerabilidade da rede de telecomunicações comum a toda as operadoras".

Para invadir o Telegram dos alvos, segundo a PF, os suspeitos teriam conseguido capturar um código de acesso enviado aos usuários do aplicativo, que permite que eles acessem o serviço pelo computador. De acordo com a PF, esta chave de acesso pode ser recebida via ligação telefônica.

Os investigados, então, teriam feito "diversas ligações para o número alvo" para que a linha ficasse ocupada e o código de ativação do Telegram fosse direcionado para a caixa postal da vítima.

Spoofing, segundo a PF, é um tipo de falsificação tecnológica que tenta enganar uma rede ou pessoa fazendo-a acreditar que a fonte de uma informação é confiável. "As investigações seguem para que sejam apuradas todas as circunstâncias dos crimes praticados", informou a PF. A operação mira em organização criminosa que praticava crimes cibernéticos.

O juiz Gabriel Zago Capanema Vianna de Paiva, substituto de plantão na Justiça Federal do Distrito Federal, proferiu despacho na noite desta segunda-feira (4), determinando o cumprimento de decisão proferida pelo ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF) que garantiu ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acesso às mensagens arrecadadas na Operação Spoofing - investigação que mirou grupo de hackers que invadiu celulares de autoridades, incluindo procuradores da força-tarefa da Lava Jato, o ex-ministro Sergio Moro e o presidente Jair Bolsonaro.

Além de expedir o 'cumpra-se', o magistrado ainda oficiou a Divisão de Contrainteligência da Diretoria de Inteligência da Polícia Federal, registrando que o material deve ser entregue com cópia da decisão proferida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal.

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A decisão foi dada após Lewandowski intimar o juízo da 10ª Vara Federal Criminal do Distrito Federal a cumprir a ordem que proferiu no último dia 28, autorizando o 'compartilhamento das mensagens informais trocadas no âmbito da Força-tarefa Lava Jato, encontráveis nos arquivos arrecadados ao longo da Operação Spoofing'.

"À vista da íntegra da decisão juntada aos autos, prolatada pelo juiz federal Waldemar Cláudio de Carvalho, que responde pelo plantão judiciário da 10ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária do Distrito Federal, determino seja ele intimado das decisões proferidas por este Relator mediante oficial de justiça", diz o despacho.

Na quinta-feira, 31, o ministro já havia reiterado a ordem de compartilhamento depois que o advogado Cristiano Zanin, responsável pela defesa do petista, acusou a imposição de 'dificuldades' pelo juízo da capital federal e comunicou ao ministro que a 10ª Vara Federal Criminal do DF havia encaminhado os autos do processo ao Ministério Público Federal (MPF) para manifestação. Na ocasião, o ministro observou que o comando é 'expresso' e não cabe submetê-lo ao 'escrutínio' da Procuradoria.

Waldemar Cláudio de Carvalho descumpriu a decisão com base na resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que define as matérias a serem apreciadas durante o plantão judicial. "Não conheço do pedido formulado nos autos, por não se tratar de matéria passível de ser apreciada em regime de plantão, porquanto não demonstrada a urgência ou excepcionalidade necessária a justificar a subtração da análise da questão pelo juízo natural da casa", escreveu o magistrado ao negar o acesso.

Nos termos da decisão de Lewandowski, a defesa de Lula só poderá ter acesso as conversas que 'lhe digam respeito, direta ou indiretamente, bem assim as que tenham relação com investigações e ações penais contra ele movidas na 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba ou em qualquer outra jurisdição, ainda que estrangeira'.

O juiz substituto Waldermar Cláudio de Carvalho, responsável pelo plantão da 10ª Vara Federal de Brasília, negou à defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva o acesso às mensagens da Operação Spoofing, que apura a invasão de celulares de autoridades por hackers.

O acesso às mensagens foi determinado pelo ministro Ricardo Lewandowski, em 28 de dezembro. A defesa de Lula solicitou então que o conteúdo fosse entregue, mas Cláudio de Carvalho negou, sob o argumento de que esse tipo de pedido não pode ser apreciado durante o regime de plantão.

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O magistrado de primeira instância escreveu “não ter sido demonstrada a urgência ou excepcionalidade necessária” para que o pedido fosse atendido durante seu plantão. Para sustentar o argumento, ele citou resolução do CNJ que disciplina o tipo de matéria que devem ser decidida pelos juízes durante o recesso judicial. O juiz seguir parecer do Ministério Público Federal (MPF), que se posicionou contra o compartilhamento.

A decisão foi assinada em 31 de dezembro. No mesmo dia, a defesa de Lula acionou o Supremo, alegando que o juiz se negou a cumprir a decisão de Lewandowski. Os advogados do ex-presidente reclamaram que apenas oficiaram a 10ª Vara para que a liminar fosse cumprida, e que não caberia seque ter pedido manifestação do MPF sobre o assunto.

Após receber as informações da defesa, Lewandowski chegou a oficiar novamente, no último dia ano, o juízo da 10ª Vara Federal. O ministro escreveu que sua ordem de compartilhamento é expressa e “deve ser cumprida independentemente de prévia intimação ou manifestação do MPF”.

A defesa de Lula quer acesso às mensagens sob o argumento de que nelas há diferentes menções aos processos contra o ex-presidente na Operação Lava Jato, conforme série de reportagens da imprensa.

Nas conversas, há por exemplo trocas de mensagens entre o ex-coordenador da Lava Jato no Paraná, o procurador Deltan Dallagnol, e o ex-juiz Sergio Moro, antigo titular da 13ª Vara Federal de Curitiba, responsável pela operação.

Na decisão de 28 de dezembro, Lewandowski ordenou o compartilhamento no prazo de dez dias, sob supervisão de peritos da Polícia Federal (PF), das mensagens arrecadadas pela Operação Spoofing que digam respeito a Lula “direta ou indiretamente, bem assim as que tenham relação com investigações e ações penais contra ele movidas na 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba ou em qualquer outra jurisdição, ainda que estrangeira”.

 

O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), enviou ao plenário da Corte o recurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para acessar as mensagens obtidas pela Operação Spoofing. A apuração mirou hackers que invadiram os aparelhos telefônicos de autoridades brasileiras, entre elas figuras da Lava Jato como o ex-ministro e ex-juiz Sérgio Moro e o ex-coordenador da força-tarefa Deltan Dellagnol.

No despacho, Fachin relembra que o ministro Luiz Fux, atual presidente do STF, deferiu em agosto liminar que determinou a preservação do material obtido pela Spoofing até a Corte formar manifestação sobre a licitude dos dados. Como isso não ocorreu, Fachin afirmou que o plenário deve resolver essa pendência antes de decidir sobre o acesso de Lula às mensagens.

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A Spoofing foi deflagrada em julho e setembro do ano passado contra hackers que invadiram os celulares de mais de mil autoridades brasileiras. A primeira etapa prendeu quatro investigados, entre eles Walter Delgatti Neto, o 'Vermelho', que confessou o hackeamento e o repasse das informações para o portal The Intercept Brasil, que tem divulgado diálogos envolvendo Moro e os procuradores da Lava Jato em Curitiba. O hacker disse que não cobrou contrapartidas financeiras para repassar os dados.

Além de 'Vermelho', descrito como líder do grupo, a primeira fase da operação prendeu no dia 23 de julho Gustavo Henrique Santos, o 'DJ', sua mulher, Suellen Priscila de Oliveira e Danilo Cristiano Marques. Na segunda fase, foram presos o programador de computadores Thiago Martins, o 'Chiclete', e Luiz Molição.

O grupo foi denunciado por fraudes bancárias, lavagem de dinheiro e organização criminosa. O editor-fundador do site The Intercept Brasil, Glenn Greenwald, foi denunciado, mas o juiz Ricardo Augusto Soares Leite, da 10ª Vara Federal de Brasília, rejeitou as acusações do Ministério Público Federal.

Em setembro, o juiz Ricardo Leite, substituto da 10ª Vara Federal de Brasília, revogou as prisões de Walter Delgatti Neto, o 'Vermelho', e Thiago Eliezer Martins dos Santos, o 'Chiclete'. Na decisão, o magistrado levou em conta um habeas corpus concedido pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região que, a pedido da Defensoria Pública da União, anulou as audiências realizadas desde o início da instrução da Spoofing.

O juiz Ricardo Leite, substituto da 10ª Vara Federal de Brasília, revogou nesta segunda-feira, 28, as prisões de Walter Delgatti Neto, o 'Vermelho', e Thiago Eliezer Martins dos Santos, o 'Chiclete', denunciados na Operação Spoofing pela invasão de celulares de autoridades do País, incluindo o ex-ministro Sérgio Moro (Justiça e Segurança Pública) e o procurador da República Deltan Dallagnol.

Os dois foram presos preventivamente em julho do ano passado e denunciados como mentores dos crimes cibernéticos em janeiro deste ano ao lado de outras quatro pessoas. Além dos hackeamentos, o grupo é acusado por fraudes bancárias, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

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Na decisão, o juiz levou em conta um habeas corpus concedido pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região que, a pedido da Defensoria Pública da União, anulou as audiências realizadas desde o início da instrução da Spoofing. No entendimento do magistrado, manter as prisões preventivas durante toda a instrução criminal 'acarretará inevitável excesso de prazo'.

"Manter a prisão preventiva de Thiago Eliezer Martins dos Santos e de Walter Delgatti Neto durante toda a instrução criminal acarretará inevitável excesso de prazo. Mesmo tendo a defesa pugnado pela nulidade da instrução processual, tendo dado causa à demora na instrução processual, entendo que objetivamente há excesso de prazo na increpação dos custodiados sem que tenha havido o desenvolvimento da relação processual. Além disto, sequer houve oferta de denúncia em relação ao outro inquérito pelo qual constam como investigados", escreveu o magistrado.

Em substituição às preventivas, o juiz fixou medidas cautelares que incluem o uso de tornozeleiras eletrônicas e proibição de contato com outros réus, testemunhas ou pessoas relacionadas aos fatos investigados. Ricardo Leite ainda determinou a 'proibição absoluta de acessar endereços eletrônicos pela internet - inclusive com a utilização de smartphones -, redes sociais, aplicativos de mensagens tipo whatsapp ou outro, exceto para videoconferências e compromissos com a justiça'.

Gustavo Elias Santos, conhecido como DJ Guto, teve o pedido de liberdade concedido após a homologação de delação premiada feita pelo juiz titular da 10ª Vara Federal de Brasília, Vallisney de Souza Oliveira.

O relatório final da Operação Spoofing, da Polícia Federal, foi divulgado nesta semana, e apontou o envolvimento direto de Gustavo na invasão dos celulares do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, do procurador da República, Deltan Dallagnol, e de outros membros da esfera política e do poder público. O relatório indicia Gustavo por formação de quadrilha, invasão de dispositivo eletrônico e interceptação telemática.

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Durante as buscas realizadas na casa de Gustavo, a PF localizou cerca de R$ 90 mil em dinheiro. Inicialmente, o DJ não soube explicar a origem, que disse agora ser fruto de transações on-line de criptomoedas. Segundo a Defensoria Pública da União, que representa o acusado Danilo Marques - preso na primeira fase da operação -, um inquérito diferente investiga o envolvimento do DJ Guto e de Walter Delgatti Neto, conhecido como Vermelho, em lavagem de dinheiro, estelionato, obstrução de justiça e envolvimento com organizações criminosas.

Gustavo tem antecedentes criminais e já havia sido condenado pela Justiça. Ele tem passagens por roubo de veículos, posse de documentos adulterados e por portar réplicas de armas de fogo.

A reportagem entrou em contato com o advogado de Gustavo, Ariovaldo Moreira, mas não obteve retorno.

 

A Polícia Federal identificou, em uma perícia prévia, pelo menos 84 autoridades e jornalistas que foram alvos de investidas do grupo de hackers preso na Operação Spoofing. A informação é do jornal O Globo. 

Na lista estão, entre outros, o presidente Jair Bolsonaro (PSL), dos seus filhos Eduardo e Flávio, respectivamente deputado e senador; dos ex-procuradores-gerais da República Raquel Dodge e Rodrigo Janot, além de membros da força-tarefa da Lava Jato. Não há informações sobre até que ponto esses números foram invadidos, a não ser os que tiveram conversas vazadas pelo site The Intercept Brasil.

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Segundo a PF, os ataques foram orquestrados pelo hacker Walter Delgatti Neto, preso desde julho, e investiga o envolvimento de outras pessoas, como  Luiz Molição e Thiago Eliezer, presos na segunda fase da Spoofing na semana passada.

Veja a lista completa:

Rodrigo Janot (ex-PGR) 

Deltan Dallagnol 

Luciano (sobrenome não identificado) 

Thaméa Danelon (procuradora, ex-coordenadora da Lava-Jato de São Paulo) 

Orlando Martello Junior (procurador da Lava-Jato de Curitiba)

Alexandre de Moraes (ministro do STF) 

Nicolao Dino (subprocurador aliado de Janot) 

Claudio Dantas (jornalista do site O Antagonista) 

João Otávio de Noronha (atual presidente do STJ)

Eduardo Bolsonaro (deputado) 

Rodrigo Maia (presidente da Câmara) 

José Augusto Vagos (procurador da Lava-Jato do Rio) 

Márcio Barra Lima (ex-coordenador da Força-Tarefa Greenfield do MPF)

Paulo Gomes Ferreira Filho (procurador da Lava-Jato do Rio) 

Delegado Francischini (ex-deputado federal) 

Paulo (chefe de gabinete do presidente do Senado Davi Alcolumbre) 

André Wasilewski Dusczak (juiz federal) 

Roberson Pozzobon (procurador da Lava-Jato de Curitiba) 

Raquel Dodge (ex-PGR)

Thiago Lacerda Nobre (coordenador da Lava-Jato em SP)

Felipe Francischini (deputado federal)

DPF Edson (delegado da PF de SP)

Luiz Philippe O. Bragança (deputado federal) 

Januário Paludo (procurador da Lava-Jato em Curitiba) 

Wagner do Rosário (ministro da CGU) 

Luís Felipe Salomão (ministro do STJ) 

Gleisi Hoffmann (deputada) 

Paulo Teixeira (deputado) 

Joice Hasselmann (deputada)

Deltan (outro número do procurador) 

Eduardo Bolsonaro (deputado, outro número) 

Flávio Bolsonaro (senador) 

Presidente Bolsonaro Reservado (presidente da República) 

Presidente Bolsonaro telefone funcional (presidente da República) 

Coronel Hideo (não identificado)

Baleia Rossi (deputado)

Tiago Ayres (advogado do PSL e de Bolsonaro)

Cid Gomes (senador)

Marisa Ferrari (procuradora da Lava-Jato do Rio) 

Kim Kataguiri (deputado federal) 

Abel Desembargador (desembargador do TRF-2) 

Eduardo El Hage (coordenador da Lava-Jato do Rio) 

Júlio Carlos Noronha (procurador da Lava-Jato de Curitiba)

Isabel Groba (procuradora da Lava-Jato de Curitiba) 

Karen Louise (procuradora da Lava-Jato de Curitiba) 

Luiza Frischeisen (subprocuradora, foi candidata a PGR pela lista tríplice)

DGP SP Youssef (não identificado)

Ministro Sergio Moro (ministro da Justiça) 

Zampieri (ajudante de ordens da Presidência)

Carlos da Costa (secretário especial de Produtividade do Ministério da Economia) 

Gabriela Hardt (juíza federal da Lava-Jato de Curitiba) 

DPF Rafael Fernandes (delegado da PF)

Andrey Borges de Mendonça (procurador da Lava-Jato em SP) 

Eduardo Pelella (procurador e ex-chefe de gabinete de Janot) 

Flávia Cecília Blanco (não identificado) 

Abraham Weintraub (ministro da Educação)

Dep. Luiz Philippe Bragança (deputado)

Eduardo Paes (ex-prefeito do Rio) 

Lamoso (ajudante de ordens do governo de SP) 

Pezão (ex-governador do Rio)

Flávio Lucas (não identificado) 

Igor Gadelha Crusoé (jornalista da Crusoé) 

Pedro Bial (jornalista da TV Globo) 

André Luiz Morais de Menezes (não identificado) 

Danilo Dias (procurador e ex-coordenador da área criminal de Janot) 

Douglas Fischer (procurador e ex-coordenador da Lava-Jato de Janot) 

Rudson Coutinho da Silva (não identificado) 

Abílio Diniz (empresário) 

Davi Alcolumbre (presidente do Senado)

Dr. Francisco (não identificado)

Maira (não identificado)

Marcelo Barbieri SRI/Segov (foi secretário de Relações Institucionais do governo Michel Temer) 

Athayde Ribeiro da Costa (procurador da Lava-Jato de Curitiba) 

General Braga Neto (atual chefe do Estado-Maior do Exército) 

MRE Filipe (Ministério das Relações Exteriores) 

Mario Carvalho FSP (jornalista da Folha de S.Paulo)

Paulo Guedes (ministro da Economia) 

Reis Friede des TRF2 (atual presidente do TRF-2) 

Rosangela (mulher do ministro Sergio Moro) 

Diogo Castor de Mattos (ex-procurador da Lava-Jato de Curitiba)

Gabriel da Rocha (não identificado) 

Paulo Roberto Galvão (procurador da Lava-Jato de Curitiba) 

Silvio Amorim (não identificado)

Arolde de Oliveira (senador) 

Marcelo Bretas (juiz federal da Lava-Jato do Rio) 

Oswaldo José Barbosa da Silva (corregedor-geral do MPF)

O juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal em Brasília, determinou nesta sexta-feira (2) que a Polícia Federal (PF) envie para o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes cópia da investigação sobre as invasões aos telefones celulares do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e de outras autoridades.

O magistrado, que preside a investigação, cumpriu decisão proferida por Alexandre de Moraes, relator do inquérito aberto pelo STF para apurar a divulgação de notícias falsas contra integrantes da Corte.

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Moraes determinou na quinta-feira (1º) que todo material da investigação, incluindo mensagens de celulares, devem ser remetidos ao seu gabinete no prazo de 48 horas.

Ontem, o juiz Ricardo Leite atendeu pedido da PF e decretou a prisão preventiva dos quatro investigados presos na Operação Spoofing, que investiga os ataques de hackers.

Com a decisão, os investigados Danilo Cristiano Marques, Gustavo Henrique Elias Santos, Suelen Priscila de Oliveira e Walter Delgatti Neto vão continuar presos, mas por tempo indeterminado. Dessa forma, eles deverão ser transferidos para um presídio no Distrito Federal. De acordo com a PF, os acusados devem ser mantidos na prisão para não atrapalhar as investigações.

 

Os quatro presos na Operação Spoofing sob suspeita de terem invadido celulares de centenas de autoridades, entre elas o ministro Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública) e o procurador da Lava Jato Deltan Dallagnol, serão ouvidos na próxima quarta-feira, 30, em uma audiência de custódia em sigilo com o juiz Vallisney de Oliveira, da 10ª Vara Federal. O encontro está marcado para às 10h.

Na sexta feira, 26, o magistrado determinou a prorrogação da prisão temporária de Walter Delgatti Neto, o "Vermelho", Danilo Cristiano Marques, Gustavo Henrique Elias Santos e Suelen Priscila de Oliveiras. Os quatro estão detidos desde a última terça-feira, 23.

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Em sua decisão, o magistrado indicou que a continuidade das investigações seria necessária por conta das informações dadas pelos investigados nos interrogatórios. Em depoimento à PF revelado pela GloboNews, Walter confessou o crime.

O magistrado apontou ainda que se soltos, os investigados poderiam "apagar provas", "fazer contato com outros envolvidos" e "prejudicar o inquérito policial de algum modo".

Vallisney também destacou que a investigação ainda dependia de trabalho técnico pericial que demandaria mais alguns dias para ser concluído. A previsão é que nesta Segunda-feira, 29, a PF, por meio do Instituto Nacional de Criminalística, finalize as análises dos equipamentos de informática apreendidos na casa de Delgatti.

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) disse, neste sábado (27), que não cabe ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, a decisão de destruir as mensagens obtidas pelos hackers presos na operação Spoofing. Moro é uma das autoridades políticas hackeadas. Os celulares do presidente também foram alvos segundo a Polícia Federal.

 “A decisão de possível destruição não é dele. Podemos pensar e torcer por alguma coisa, mas o Moro não fará nada do que a lei não permite. Agora, foi uma invasão criminosa. Eu não tive esse problema porque nada trato de reservado nos meus telefones”, declarou o presidente, após participar da formatura de novos paraquedistas das Forças Armadas no 26º Batalhão de Infantaria Paraquedista, na Vila Militar, na Zona Oeste do Rio. 

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O ministro da Justiça, assim que os quatro suspeitos foram presos na última terça-feira (23), chegou a ligar para alvos do grupo e a afirmar o desejo de destruir o material coletado. O que gerou um imbróglio. Inclusive, na quarta (24), o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), João Otávio de Noronha,  confirmou ter recebido uma ligação dele e a conversa sobre descartar o conteúdo.

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