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As equipes de emergência estão a apenas cinco metros dos 41 operários presos pelo colapso parcial de um túnel no norte da Índia há duas semanas, anunciaram as autoridades, que esperam um resgate em "breve".

Um tubo de aço largo suficiente para permitir a saída dos homens "foi introduzido por 52 metros no túnel e deve atingir 57 metros", afirmou nesta terça-feira (28) o ministro-chefe do estado de Uttarakhand, Pushkar Singh Dhami.

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"A operação de resgate deve terminar em breve", acrescentou.

Depois de vários problemas, engenheiros militares e operários do setor de mineração estão cavando com as mãos para abrir caminho entre as rochas e os escombros até o túnel onde os 41 homens que trabalhavam em sua construção estão bloqueados há 17 dias.

Equipes de três pessoas atuam em rodízio para cavar e inserir as últimas peças do tubo de aço que deve permitir a saída dos trabalhadores. Os homens também precisam cortar barras de metal que bloqueiam o caminho.

Desde o colapso parcial do túnel, em 12 de novembro, os trabalhos de resgate foram prejudicados pela queda de escombros e pelas sucessivas avarias das máquinas de perfuração.

Os homens sobrevivem graças a um pequeno conduto pelo qual é bombeado oxigênio e que também é usado para o envio de alimentos, água e energia elétrica.

Uma câmera também foi introduzida no duto na semana passada, o que permitiu que as famílias observassem os trabalhadores dentro do túnel pela primeira vez desde o acidente.

O ministro das Comunicações, Fábio Faria (PSD-RN), minimizou uma foto que circulou nas redes sociais nesta quinta-feira, em que operários, em foto com o presidente Jair Bolsonaro, faziam a letra "L" com as mãos. "Estavam apontando para o céu, a pedido de Bolsonaro", disse o ministro, em live nas redes sociais ao lado do chefe do Planalto. O gesto foi entendido por muitos como demonstração de apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

De olho nas eleições de 2022, Bolsonaro ainda declarou que Lula "fica dizendo por aí" que foi inocentado. "Se delatores devolveram R$ 3 bi, é porque os chefes roubaram muito mais que isso", disse, em referência aos escândalos de corrupção envolvendo a administração petista. Lula e Bolsonaro devem se enfrentar na disputa presidencial do ano que vem.

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O ex-presidente Lula teve processos anulados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por irregularidade na competência do foro de Curitiba. A Corte, porém, não julgou o mérito das condenações agora anuladas.

Os operários de uma fábrica gigantesca de produção de iPhones no centro da China serão postos em quarentena por pelo menos uma semana, após suas férias, para evitar a propagação do novo coronavírus - anunciou nesta quinta-feira (6) o gigante taiwanês da eletrônica Foxconn, principal fornecedor do grupo americano Apple.

A Foxconn havia informado que uma de suas principais sedes de produção na China, em Zhengzhou (centro), apelidada de "cidade iPhone", retomaria suas atividades em 10 de fevereiro, depois do recesso pelo Ano Novo chinês. As férias de fim de ano acabaram sendo prolongadas pela epidemia.

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Hoje, o grupo anunciou que seus funcionários - qualquer que seja sua região de origem - serão submetidos a uma quarentena de uma a duas semanas, quando voltarem das férias.

A empresa ainda não informou quantos trabalhadores serão afetados pela medida. A Foxconn é o maior contratador privado de mão de obra na China. Conta com cerca de 1 milhão de operários que trabalham em 30 fábricas espalhadas pelo país.

As autoridades chinesas pediram a todas as companhias que permaneçam fechadas até 9 de fevereiro para tentar evitar a propagação do novo coronavírus. Até o momento, chega a 560 o número de mortos em todo país.

A Foxconn é líder mundial na montagem de aparelhos eletrônicos. Muitas empresas dependem dela para fabricar produtos como iPhones, televisores de tela plana, ou laptops.

O grupo taiwanês se esforça para tranquilizar seus clientes e garante que a cadeia de montagem não vai ser paralisada.

Nesse contexto, a Foxconn já revisou para baixo sua previsão de crescimento de vendas para 2020. Dos 3% a 5% previstos, caiu para uma margente entre 1% e 3%, segundo seu presidente, Young Liu, citado pela agência Bloomberg.

A empresa Le Bras Frères, responsável por montar os andaimes no teto da catedral Notre-Dame de Paris, que estava em reforma no momento do incêndio da semana passada, admitiu que alguns operários fumavam na obra, apesar da proibição.

"Efetivamente, alguns funcionários violavam esta proibição de vez em quando e lamentamos", afirmou à AFP o porta-voz da empresa, Marc Eskenazi. "Informamos a polícia", completou.

O porta-voz respondeu desta maneira a um texto da revista satírica Le Canard enchaîné, publicado nesta quarta-feira (24), que afirma que a polícia encontrou sete guimbas de cigarro perto dos andaimes.

Eskenazi, no entanto, descartou a possibilidade de uma guimba mal apagada ter provocado o incêndio que destruiu na segunda-feira da semana passada parte do teto da catedral gótica e derrubou seu emblemático pináculo (conhecido como flecha).

"Qualquer pessoa que já tentou alguma vez acender o fogo em uma chaminé (sabe que) não acontece muita coisa quando você lança uma guimba sobre um tronco de carvalho", disse, em referência aos 1.200 troncos que sustentavam o teto da catedral.

"Era proibido fumar nos andaimes. Mas era um pouco complicado descer porque levava tempo", declarou Eskenazi.

Questionado sobre a possibilidade do fogo ter começado nos motores elétricos dos elevadores instalados para montar os andaimes, Eskenazi disse que "não se identificou nenhum problema" nestes.

"De todas as maneiras ficam longe da flecha. E pelo que foi estabelecido, o incêndio começou dentro do edifício", afirmou.

"Sob nenhuma circunstância são responsáveis pelo incêndio", declarou.

Os primeiros indícios apontam que o fogo começou por acidente, provavelmente por um curto-circuito, mas os especialistas ainda precisam examinar minuciosamente todos os vestígios em busca de provas para determinar as causas exatas.

A catedral de Notre-Dame é o monumento histórico mais visitado da Europa, com entre 12 e 14 milhões de turistas por ano.

Nem Complexo Industrial, nem Porto. Suape, antes de tudo, significa “caminhos sinuosos”, em tupi-guarani. O termo foi cunhado pelos Caetés, em referência à constituição geomorfológica da região, que costumava ser marcada pelas exuberantes matas, mangues e rios. Embora dados de 2010 dos Indicadores de Desenvolvimento Sustentável (IDS) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) denunciem que o Rio Ipojuca, por exemplo, é o terceiro mais poluído do país, a sabedoria dos povos originários parecia antever o destino atravancado de suas terras. 

No ano de 2014, Suape, localizado na cidade do Cabo de Santo Agostinho, Região Metropolitana do Recife, assistiu à segunda maior desmobilização de trabalhadores da história do Brasil, com o desligamento de 42 mil funcionários, segundo dados do Governo do Pernambuco. Desses, a porcentagem de 42% é composta por pessoas de fora do Estado, que enxergaram na região uma espécie de Eldorado nordestina, onde lhes fora prometida, além de emprego com carteira assinada, a possibilidade de ocupar uma das áreas mais prósperas do país.

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 Estamos em 2018, onde o conto de fadas não chegou. No lugar da terra prometida, profissionais desempregados reuniram empréstimos e esforços desesperados para se aglutinarem em uma série de comunidades no entorno do Complexo Industrial. Em uma delas, batizada de Sítio Areal pelos próprios moradores, uma contagem informal estima a presença de cerca de mil pessoas. Desempregados e sem recursos para voltar aos locais de origem ou pagar aluguéis, eles avançaram para o interior do Parque Armando Holanda Cavalcanti, área de preservação histórica no Cabo de Santo Agostinho, que, segundo sua administração, é de propriedade de Suape. 

Há cerca de cinco anos, a comunidade cresce sem água, luz, saneamento ou qualquer infra-estrutura básica, e ainda tendo que enfrentar as investidas de Suape, que não permite a construção ou ampliação dos imóveis no perímetro do Parque. Com a maior parte de sua população composta por operários baianos demitidos pelo Complexo Industrial Portuário (CIP), privados da presença do Estado em todas as esferas, a comunidade parece reprisar a Canudos do início da república. Ao contrário dos conselheiristas, contudo, Areal tem cada dia menos fé.  

A terra  

Uma idosa e três adolescentes. O vão onde morava a aposentada Neusa Carvalho não tinha muito do que isso em seu interior quando, segundo ela, Suape, em ação conjunta com a Polícia Militar e a Prefeitura do Cabo, demoliram sua casa pela primeira vez. “Começaram a derrubar a estrutura comigo dentro, sem mandato, sem nada. Eu passei mal, uma de minhas filhas também e Suape disse que estávamos fazendo ‘manha’”, lembra. Em quatro anos, Neusa alega que já teve a casa demolida e reconstruída três vezes. A narrativa é sempre a mesma: após uma nova demolição, é tomado outro empréstimo e o imóvel levantado mais uma vez, com a mão-de-obra solidária dos vizinhos do Sítio Areal. Ex-funcionária do Complexo Industrial, Dona Neusa mora na comunidade desde que precisou se aposentar por invalidez, após um acidente no trabalho, e é uma das moradoras que denuncia a utilização arbitrária da lei do desforço imediato por parte dos agentes do Estado e da empresa. 

Dona de uma paz desconcertante, Neusa esconde no sorriso fácil o drama que compartilha com a maioria de seus novos vizinhos. Baiana de Camaçari, ela foi a Suape cheia de esperanças. Conseguiria em Pernambuco emprego de carteira assinada e o sonhado tratamento para o filho doente. O trabalho e a assistência médica de fato vieram, mas para marcar sua trajetória com duas tragédias. “De frente a uma porta de vidro do meu serviço, havia um batente de dois degraus que dava para uma porta de vidro. Tropecei e cortei uma parte do braço direito. Abriu artéria, nervos: tudo”, lembra. 

Neusa teve sua casa derrubada por três vezes. Três vezes o imóvel foi reconstruído. (Júlio Gomes/LeiaJáImagens)

Neusa perdeu completamente os movimentos do dedo mindinho e quase todo o domínio sob o anelar e o médio. “Me encostaram por três anos até que o INSS deu alta. Aí tive que trabalhar mais 11 meses na fábrica da Bacardi para poder pagar o tempo parada e me aposentar. O certo era me encostar e me dar um bom dinheiro. Ainda procurei advogados, mas não consegui”, lamenta. Se no trabalho as coisas não iam bem, em casa iam de mal a pior. Neusa precisou de toda a coragem que trouxe na mala quando o falecimento de seu filho veio acompanhado por novas demolições de sua casa. 

A assessora jurídica do Fórum Suape, Luísa Duque, que presta auxílio às famílias do Sítio Areal, afirma que, para realizar as demolições, Suape se vale de uma recomendação feita pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE). “Eles chegam e alegam que a população é invasora de uma área de preservação e precisa deixar o local, através da utilização da força, se necessário. Assim, avançam sobre as construções sem mandato judicial”, comenta. A advogada questiona ainda o posicionamento do MPPE diante da situação. “O desforço imediato só se aplica quando a construção ainda não foi acabada. No caso do Parque Armando Holanda, a gente tem a destruição de casas que já estão consolidadas há mais de cinco anos. É Suape se utilizando de um documento questionável para expandir seu alcance”, completa. 

Na recomendação a que se refere a advogada, um ofício de outubro de 2013, o Ministério Público, além de legitimar a utilização do desforço imediato por parte de Suape, aconselha a empresa a promover “a identificação dos dos invasores que já residem na área do PMAHC (Parque Armando Holanda Cavalcanti), ingressando com as ações judiciais necessárias para reaver as áreas invadidas”. Através de sua assessoria de imprensa, o MPPE comentou que sua “maior preocupação é evitar que mais pessoas construam no local”.

O Parque Armando Holanda Cavalcanti

Acontece que o Sítio Areal é uma das comunidades localizadas dentro dos 270 hectares do Parque Armando Holanda Cavalcanti, inaugurado no ano de 1979, a partir de um conjunto de desapropriações de populações nativas do Cabo promovidas pelo Governo do Estado, com o objetivo de “preservar os bens culturais, artísticos e históricos” da cidade. Sua área inclui a Vila Nazaré, uma pequena vila colonial datada do século XVI, onde estão localizados a Igreja de Nossa Senhora de Nazaré, o Farol Novo, além das ruínas do Convento Carmelita, antigo do Quartel e da Casa do Faroleiro. Embora guarde relevantíssimo patrimônio histórico e seu Plano Diretor exista há mais de vinte anos, “o Parque encontra-se em situação de abandono”,  segundo relatório da Agência Estadual do Meio Ambiente (CPRH).

De acordo com o documento, ainda na década de 1980, com sua expansão, o Complexo Industrial e Portuário de Suape (CIP) tornou-se responsável pelo Parque. Pouco tempo após ser iniciado seu período de administração da área, contudo, Suape apressou-se em ceder, a título de cessão de uso oneroso, 117 hectares ao fundo de pensão dos funcionários da Caixa Econômica Federal, a FUNCEF, onde foi construído um suntuoso resort, denominado Vila Galé. A contrapartida da FUNCEF seria tomar a responsabilidade de promover a manutenção dos monumentos históricos presentes no parque. Em posse da terra, contudo, a FUNCEF exigiu novo Plano Diretor, pois considerou desatualizado aquele que já existia há 20 anos. Estava criado o impasse administrativo da área. 

No ano de 1999, a FIDEM chegou a elaborar um Plano Estratégico contendo as indicações dos custos e prazos necessários para a implementação do Parque, mas quando “a FUNCEF foi acionada para implantar as ações que faltavam e iniciar o processo de gerenciamento, procurou destratar essa responsabilidade alegando não ter mais interesse em gerenciar o Parque, que entrou numa situação de abandono, com impactos aparentes nas praias de Calhetas e Paraíso, assim como na área do sítio histórico”, registrou a CPRH. 

O Resort Vila Galé visto de uma das casas de Areal. (Júlio Gomes/LeiaJáImagens)

Apesar da generosidade na concessão de terreno para o resort, Suape estabeleceu como prática a derrubada de qualquer novo vão residencial no perímetro do Parque Armando Holanda. Nem a sede da ONG Ame a Mãe Terra, fundada em 2009, escapou dos tratores da empresa. Utilizada como um Centro de Vivência Ecológica e Cultural, a estrutura era espaço de sensibilização e conscientização ambiental de adolescentes e jovens residentes nas comunidades do entorno e estava fechada, sem nenhum de seus responsáveis presente, quando foi derrubada. 

À reportagem, a população do Sítio Areal denunciou a presença quase diária de agentes de Suape no entorno da comunidade, fotografando e filmando as residências das famílias. “Eles monitoram as construções. Se virem alguém fazendo um novo cômodo, derrubam”, comenta uma moradora que prefere não se identificar. Para executar as derrubadas, alguns moradores afirmam que há serviço de policiais de outras cidades, fora do horário de expediente.

Através da assessoria de imprensa da empresa, o Diretor de Gestão Fundiária e Patrimônio de Suape, Luciano Monteiro, comunicou que “por se tratar de uma área de preservação é terminantemente proibida a construção de moradias no local (o Parque Armando Holanda Cavalcanti). A nota de Suape frisa ainda que a empresa promove fiscalizações mensais na área do Parque, em conjunto com a Prefeitura Municipal do Cabo de Santo Agostinho e a Companhia Independente de Policiamento Independente (Cipoma), “com o objetivo de coibir invasões nesta área que necessita de preservação e proteção”. O gestor informa ainda que “Suape está aberta ao diálogo e pode receber qualquer cidadão para mais esclarecimentos”. 

As mulheres e a luta

Patrícia foi atraída a Pernambuco pelo sonho de conseguir melhores condições de vida. (Júlio Gomes/LeiaJáImagens)

Patrícia Trindade resolveu vender tudo o que tinha na Bahia quando o marido, Ubaraí de Carvalho, conhecido em Areal por “Bira”, recebeu a primeira proposta para trabalhar em Suape. Era 2009, e ele finalmente conseguira garantir sua carteira assinada, além de plano de saúde e moradia para a família. “Aí perdeu o emprego pela primeira vez, porque as obras tinham acabado. Falaram que era muito tempo de serviço, mas acabei voltando para o meu Estado grávida, com as passagens pagas pela dona da casa onde a gente morava”, conta. Com uma nova oportunidade do companheiro na Petronave, o casal fez a viagem de volta a Pernambuco, onde passou a viver no aluguel. Veio uma nova demissão, sem que houvesse pagamento das rescisões trabalhistas, e, com ela, a impossibilidade de arcar com as despesas familiares. “Se não fosse a comunidade, que cedeu esse terreno, a gente tinha ido morar na rua. Todo mundo fazia um mutirão e levantava a casa. Só das mãos do meu marido subiu mais de dez casas”, afirma. 

Sem emprego, Patrícia e Bira foram à luta. “Todo mundo no Sítio Areal é trabalhador, tem experiência em obra e tudo. Pela necessidade, fomos vender coxinha e Cremosinho na praia. Enquanto os trabalhadores estavam aqui, o movimento era bom, mas agora só a misericórdia de Deus”, relata. À medida que a casa deixava de ser apenas o vão inicial e ganhava quartos, sala e cozinha, Patrícia transformava-se, de dona de casa, em liderança comunitária, a denunciar as demolições rotineiras na comunidade. “São ações irregulares. Quando vem, não vem com mandato nenhum. Em quatro anos aqui, nunca vi apresentarem nenhum documento, só dizem que a gente está em área imprópria”, expõe. 

Na dependência do Bolsa Família e da ajuda de uma igreja, Bira se vira com bicos e relata preconceito do mercado de trabalho pernambucano com a mão-de-obra baiana. “Estou há dois anos procurando, mas sem perspectiva de emprego. Os que surgem, funcionam na base da panelinha e, quando sobra vaga, é muito difícil colocarem alguém de fora, principalmente quando sabem que é da Bahia. Já ouvi alguns dizendo que baiano não presta, é preguiçoso e gosta de fazer greve”, queixa-se. 

Bira relata preconceito contra profissionais baianos no mercado de trabalho pernambucano. (Júlio Gomes/LeiaJáImagens)

Apharteid? 

Não bastasse a dificuldade de garantir o sustento da família, Patrícia e Bira ainda precisam dedicar atenção redobrada ao filho, que sofre de rinite alérgica. A doença demanda acompanhamento médico mensal, mas o posto de saúde mais próximo, em Gaibu, só reserva, segundo Patrícia, dez fichas diárias de atendimento para as comunidades não registradas. “Meu filho pode sufocar com inchaços da rinite e morrer. Preciso dar a medicação dele, mas ela só pode ser comprada com receita, porque depende de coisas como o peso, então tem que ter acompanhamento de um pediatra”, protesta. 

Como nunca consegue as fichas, Patrícia precisa assistir às crises mais fortes da criança para conduzi-lo à emergência e reclamar o atendimento. “Toda vez a atendente fala a mesma coisa, que eu sei que eles não atendem esses casos. Aí tenho que explicar de novo que não consigo atendimento”, completa. 

Por meio de nota, a Prefeitura do Cabo negou que haja limite de senhas para áreas descobertas. “Não procede este número limite de fichas para o atendimento de moradores Sítio Areal. O fato é que, o Ministério estabelece critérios para a instalação/criação de novas unidades de saúde. Um deles é que a área tenha a partir de 4 mil habitantes”, escreveu a assessoria de imprensa. A Prefeitura garante ainda que “os moradores da região contam com o acompanhamento dos agentes de saúde, regularmente, e quando há uma necessidade de consulta de rotina, são encaminhados para a Unidade de Saúde da Família, ou para o Centro do Cabo, a depender do tipo de atendimento”. De acordo com a instituição, “os casos de urgências são atendidos pelo SPA de Gaibu”. 

Falta de luz

De braços cruzados, comunidade exibe protocolo da Celpe com solicitação de posteamento, feita há três anos. (Júlio Gomes/LeiaJáImagens)

A narrativa de Patrícia se repete nos discursos de inúmeras outras mulheres do Sítio Areal, comandado majoritariamente por elas. Outra liderança da comunidade, a paraense Marcicléia Medeiros também veio ao Cabo no ano de 2012, a pedido do marido, que atuou como caldeireiro industrial de uma das empresas ligadas ao CIP. Inconformada com a falta de luz, água e saneamento básico da comunidade, que nem sequer teve as casas numeradas pela Prefeitura, ela batalha para criar a Associação de Moradores do Sítio Areal, da qual exibe orgulhosa o Estatuto Social redigido pelos moradores. Com a instituição, a população espera ser reconhecida pelo Cabo. 

Marcicleia relata o corte da energia elétrica clandestina efetuado no Sítio Areal, pela Companhia Energética de Pernambuco (Celpe), em operação conjunta com Suape, a Prefeitura do Cabo e a Polícia Militar, no dia 28 de junho deste ano. Com o protocolo da Celpe de número 9100595752, datado de 14/09/2015, solicitando a extensão da rede trifásica nas mãos, ela conta que a companhia chegou a instalar postes em metade do Sítio Areal. “Como a comunidade surgiu de dentro para fora, é possível visualizar que os postes começaram a ser colocados nesse sentido, ou seja, a rede atende a metade da comunidade, a outra está fora. A gente entende que a Celpe começou a ‘postear’ escondido e quando Suape viu, embargou o serviço”, comenta.

Ao lado do protocolo da Celpe, documento da Associação de Moradores, uma tentativa da população de ser reconhecida pelo Cabo. (Júlio Gomes/LeiaJáImagens)

Nem Marcicleia nem os demais moradores de Areal sabem ao certo dentro de quais prerrogativas o acordo entre Celpe e Suape se deu. “A gente não tem acesso a nenhum tipo de documento, não sabemos como Suape conseguiu o embargo, nem se foi embargado mesmo ou só uma ordem de boca”, completa.

Sem o prosseguimento do posteamento e com o protocolo ignorado há três anos, a comunidade se viu obrigada a instalar uma rede clandestina. Bambus, troncos e paus: a população pegou o material que pôde para construir os próprios postes. Em alguns deles, as linhas correm para mais de quatro casas diferentes, oferecendo grande perigo de curto-circuito e incêndio. “Se a Celpe vier aqui, exigir um padrão e fizer toda a parte de transmissão e iluminação pública, estamos dispostos a pagar as contas, porque não queremos ficar correndo risco. Não entendo porque a empresa se omite de nos atender. Um eletrodoméstico nosso queimando, nem temos como entrar na justiça, porque não estamos legalizados.”, protesta.

Precariedade dos postes "artesanais" oferece grande perigo à população. (Júlio Gomes/LeiaJáImagens)

Questionada pela reportagem a respeito da incompletude da instalação da rede, a Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) argumentou que o MPPE, por meio de ofício expedido em outubro de 2013, recomendou à concessionária que se abstivesse de realizar novas ligações de energia elétrica na área de reserva de Mata Atlântica e Mangue. No referido documento, o MPPE se refere a Suape como legítima proprietária da área e, embora reitere que se trata de uma área de preservação ambiental, permite que a Celpe volte a instalar novas ligações no perímetro do Parque Armando Holanda Cavalcanti caso seja de interesse de Suape.  

“Por medida de segurança, inspeções técnicas rotineiras promovidas pela empresa identificam e removem ligações clandestinas de energia na localidade. A prática ilegal, além de prejudicar o fornecimento regular de energia, coloca em risco a vida de pessoas”, completa o comunicado da Celpe. 

Crianças com dores de cabeça para estudar

Com os olhos em busca de algum movimento na ruazinha pacata, Valéria de Almeida aguarda que alguém precise de lençóis, picolés, cigarros ou isqueiros. O dinheiro que o marido recebeu das rescisões contratuais, investiu em material para construir uma pequena casa com uma espécie de bodega na frente. A exemplo de boa parte dos moradores de Areal, a família tenta sobreviver de uma atividade que possa ser celebrada no único recurso do qual dispõem: uma casa. 

Natural de Belém de São Francisco, no sertão de Pernambuco, Valéria conheceu o companheiro baiano, ex-funcionário da refinaria, no Recife. Gosta do sotaque dele e dos novos vizinhos. “É muito bom. Essa aqui mesmo tem um sotaque bem diferente (aponta para Marcicleia). A gente quer ficar aqui, essa casa é minha”, frisa. A convivência por lá é tão boa que ela garante  já ter recebido até cesta básica de morador de Areal quando passou necessidade. Apesar disso, reconhece a dificuldade trazida pela falta de infra-estrutura mínima enfrentada pelos três filhos pequenos.

“Meu filho mais velho é muito estudioso, mas faz a tarefa à luz de velas. Por isso, ele sente muita dor de cabeça, força muito a vista. É muito triste para uma mãe ver isso”, lamenta. Outros moradores, improvisam uma engenhoca colocando uma lanterna dentro de uma lata de alumínio de leite em pó e reiteram a dificuldade das crianças em estabelecer um horário de estudo. “Queria dizer aos gestores de Suape que amoleçam seus corações, porque somos pais e mães de família e só queremos uma moradia digna para criar nossos filhos e uma sociedade boa”, apela Valéria.  

Quem tem medo do bicho papão?

"Decididamente era indispensável que a campanha de Canudos tivesse um objetivo superior à função estúpida e bem pouco gloriosa de destruir um povoado dos sertões. Havia um inimigo mais sério a combater, em guerra mais demorada e digna. Toda aquela campanha seria um crime inútil e bárbaro, se não se aproveitassem os caminhos abertos à artilharia para uma propaganda tenaz, contínua e persistente, visando trazer para o nosso tempo e incorporar à nossa existência aqueles rudes compatriotas retardatários. Mas, sob a pressão de dificuldades exigindo solução imediata e segura, não havia lugar para essas visões longínquas do futuro",

Os Sertões, Euclides da Cunha. 

Téo* tem apenas sete anos de idade e, embora conheça praticamente toda vizinhança, não arrisca brincar em outra rua que não seja a de sua casa. “Porque chega Suape com a Polícia e ficam fazendo medo a todo mundo”, explica. Em caso de aproximação do agentes de ambas as instituições, são as crianças que costumam dar a notícia aos adultos. A mãe de Téo, que prefere não se identificar, conta que o garoto já presenciou várias operações nas quais a Polícia Militar entrou na comunidade fortemente armada. “Aquele Major Félix veio aqui querer entrar na minha casa, invadir de tudo que é jeito, aí abri a porta para ele ver que a gente morava aqui. Meu filho ficou desesperado, pedindo para não derrubarem. Nunca demoliram minha casa, mas vieram tirar fotos várias vezes ”, lembra. 

O “Major Félix” a que se refere a moradora é como se apresenta o Superintendente de Controle Urbano da Prefeitura do Cabo, João José Félix Júnior. Oficial aposentado da Polícia Militar de Pernambuco, ele é uma espécie de comandante tanto das ações de demolição executada pela Polícia Militar e Suape na comunidade quanto na recente operação em conjunto com a Celpe, em que o equipamento clandestino foi arrancado. 

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 “Eu disse que não era certo e que os fios foram comprados pelos moradores a partir de uma vaquinha, que ele deixasse, mas me respondeu que não”, conta Patrícia Trindade.  

A moradora relata ainda que, após a negativa, Félix agrediu um morador. “Dobrou, apertando com força, o dedo do menino e tomou um fio da mão dele”, completa. Bira também afirma ter presenciado o momento em que o major teria dado ordem de prisão a outro homem, que “saiu correndo para não ser preso”.

Quando assumiu o atual cargo, Félix já tinha sido alvo de procedimento da Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social, que submeteu o oficial a Conselho de Justificação, considerando que ele, em tese, “procedeu incorretamente, teve conduta irregular e praticou ato que feriu a honra pessoal, o pundonor militar e o decoro da classe”. A reportagem não teve acesso ao processo, que não está disponível para consulta popular.

Boletim da Corregedoria que aponta possível "conduta irregular" do Major Félix. (Clique AQUI

Em um vídeo gravado durante a operação, é possível assistir ao momento em que a população solicita a apresentação de uma “ordem”. O superintendente responde: “‘Existe’ várias ligações clandestinas aqui. Você só pode construir em área que você tenha propriedade. Tá todo mundo irregular aqui”, sem apresentar a documentação solicitada. 

A reportagem entrou em contato com o Major Félix, que argumentou não ser necessária a apresentação de mandato para demolições de imóveis que não tenham caracterização de moradia ou cortes de energia em Areal. “Um dos atributos da administração pública é o poder de polícia administrativo, que tem os atributos da discricionariedade, coercibilidade e autoexecutoriedade, você não precisa provocar o poder judiciário para tomar as providências naquela área”, comentou o superintendente. Ele nega, no entanto, que ocorreram derrubadas de casas com imóveis ou com moradores em seu interior, como no caso da aposentada Neusa Carvalho. “Claro que não. Nós estamos movendo processo administrativo para aquelas residências que já tem moradores, ou seja, a gente notifica, dá um auto de infração com multa e um prazo de oito dias para se defender por escrito. Quando a gente fecha esse processo, encaminha para a procuradoria do município que encaminha à Vara da Fazenda, para que a Justiça tome providência”, completou.

 

Recomendação do Ministério Público a respeito das comunidades do Parque Armando Holanda Cavalcanti. (MPPE/Cortesia).

Félix frisou ainda que é seu dever funcional, com base na recomendação do MPPE, executar as derrubadas e que a Celpe sempre o acompanha quando ele localiza construções irregulares, onde “sempre há clandestinidade na ligação”. Segundo ele, um relatório com cada ação é feito e encaminhado ao Ministério Público, de forma transparente. O Superintendente também se diz aberto a receber a comunidade na Prefeitura do Cabo, às segundas, quartas e sextas, das 8 às 13 horas, mas também declarou que não há interesse da população de Areal de compor o Conselho Gestor do Parque, grupo de instituições que rege sua administração, especificados no Termo de Ajustamento de Conduta de 2006. “Tem cadeira lá vaga para um representante da comunidade, já foram convidados. As pessoas não querem participar do processo democrático, não querem se comprometer com as decisões do Conselho”, opina.

O LeiaJá teve acesso ao TAC, que institui como membros do Conselho: a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe); CPRH; Condepe-FIDEM; Suape; FUNCEF; PMSCA e um representante das comunidades residentes no Parque. Diferentemente dos demais integrantes, o morador nem sequer tem suas atribuições especificadas pelo documento.  

O MPT avisou

Antevendo a vindoura desmobilização em massa dos trabalhadores de Suape, o Ministério Público do Trabalho (MPT) e o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) chegaram a criar o Fórum da Recolocação da Mão-de-Obra de Suape e questões afins (REMOS), com o objetivo de discutir políticas públicas que pudessem atender à população desempregada. 

Em uma tentativa preventiva de reduzir os impactos sócio-econômicos, o MPT fez recomendações às empresas, municípios e ao Estado de Pernambuco. A procuradora Débora Tito lamenta que o estado e os municípios não tenham atendido às suas reivindicações. “O estado se fez de morto”, resume. Em artigo publicado em março de 2014, no Jornal do Commercio, ela escreveu: “Meses depois de funcionamento do Fórum REMOS (cujo nome poético traduz sigla para Recolocação da Mão de Obra de Suape), ao invés de evoluirmos para a efetiva realocação dos obreiros em outros postos de trabalho, incrementando a empregabilidade dos mesmos, estamos às voltas com atrasos e não pagamentos generalizados de comezinhos direitos básicos, numa evidente involução”. 

Alguns das recomendações do MPT às empresas envolvidas nas desmobilizações.  (MPT/Cortesia).

Recomendações do MPT 

Aos municípios de Recife, Escada, Ipojuca, Cabo de Santo Agostinho, Jaboatão dos Guararapes, Sirinhaém e Ribeirão: 

-Criar, preferencialmente em parceria com Sintepav-PE e o Sinicon, com foco principal na recolocação de trabalhadores desmobilizados ou dispensados das obras de Suape.

Ao Estado de Pernambuco:

1) Manter e ampliar o funcionamento das agências de trabalho no municípios da região de Suape;

2) Criar políticas públicas que garantam a continuação do crescimento do estado, devendo apresentar ao MPT, mensalmente, listas das obras a serem iniciadas ou em andamento e a previsão do número de trabalhadores demandado para executá-las;

3) Apresentar, em conjunto com a Petrobrás, projeto de desmobilização no entorno de Suape, com alternativas viáveis de manutenção da empregabilidade dos cidadãos envolvidos;

Às empresas: 

1) Fazer todo o necessário para manter os contratos de trabalho existentes. Caso não fosse possível, encaminhar os trabalhadores dispensados a novos postos de labor, ao sindicato da categoria ou aos Centros Municipais de emprego;

2) Garantir a manutenção do alojamento, alimentação e demais condições de saúde e segurança aos trabalhadores migrantes até seu desligamento e concessão de passagens para seu retorno;

3) Pagar verbas rescisórias;

4) Monitorar o desligamento de trabalhadores e pagamento das verbas rescisórias pelas empresas terceirizadas.

“Similar a Belo Monte”, diz relator da DHESCA sobre Suape

Segundo relator da DHESCA, 116 Boletins de Ocorrência acusam abuso de autoridade de funcionários de Suape. (Júlio Gomes/LeiaJáImagens)

Preocupada com as violações aos direitos humanos em Suape, a plataforma Brasil DHESCA visitou os municípios que circundam o Complexo. Um dos relatores da missão, Guilherme Zagallo destaca a falta de diálogo com as comunidades nativas durante as obras. “O momento dos estudos de impacto ambiental foi muito pobre no sentido de oitiva da comunidade. Dois mais de setenta empreendimentos instalados em Suape, apenas um teve audiência pública, o que mostra a baixa participação da comunidade”, comenta. 

Zagallo também chama atenção para a existência de 116 Boletins de Ocorrência acusando abuso de autoridade dos funcionários de Suape nas cidades do Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca. “O volume de denúncias fez com que o Ministério Público abrisse inquérito para investigar a questão, mas ele logo foi arquivado”, afirma o relator. Em audiência celebrada com a polícia e o MPPE, em maio deste ano, a DHESCA ouviu ainda que a Secretaria de Segurança de Pernambuco designou um delegado para dar um tratamento uniformizado à questão. “Esse conjunto de denúncias tramitava separadamente, em diversas delegacias“, explica Zagallo.  

A DHESCA já investiu em uma missão nos mesmos moldes em Belo Monte, com a qual, para Zagallo, o mega empreendimento pernambucano cultiva várias similaridades. “As populações tradicionais são invisibilizadas e o discurso oficial é o de levar desenvolvimento desconhecendo-lhes. A construção mobiliza contingentes muito elevados de mão de obra, mas fica pouca gente na operação, o que aumenta a violência e causa uma série de desarranjos no tecido social", compara Zagallo.

Os funcionários da fábrica GM&S, na França, que atua como subcontratada da PSA e da Renault, colocaram bombas de gás por toda a planta da indústria e ameaçam explodir o local nesta quinta-feira (11). Eles protestam contra um plano de demissão e contra os atrasos nos salários dos funcionários que atuam na unidade de La Souterraine, em Creuse.

"Nós minamos a fábrica", disse um dos líderes sindicais que estão no local à imprensa francesa. De acordo com os jornais franceses, eles já destruíram uma das grandes máquinas que há na empresa e ameaçam quebrar mais equipamentos.

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"Não queríamos chegar até isso, mas não nos deram escolha. A média de idade aqui é de 49 anos, o que faremos? Nós temos famílias", disse Vincent Labrousse, que lidera outro sindicato.

Atualmente, 279 pessoas trabalham na empresa, que declarou falência em dezembro do ano passado. No entanto, as negociações para tentar garantir os direitos dos funcionários estão paralisadas. 

Pelo menos 21 operários morreram e vários estão internados em estado grave depois de ingerirem bebida alcoólica adulterada no norte da Índia, onde este tipo de acidente é bastante comum. Um homem suspeito de ter vendido a bebida para os trabalhadores foi preso e será acusado de homicídio, informou uma autoridade policial do estado de Uttar Pradesh.

"O vendedor misturou um produto químico com a bebida. A polícia está investigando", disse ele. Centenas de indianos morrem a cada ano devido ao consumo de álcool adulterado, vendido muito barato.

Mais de 100 pessoas morreram em Mumbai em 2015 depois que consumiram álcool adulterado em uma favela. Na Índia, um país de quase 1,3 bilhão de habitantes, são consumidos anualmente mais de 3 bilhões de litros de álcool legalizado, de acordo com estimativas da Associação Internacional de Vinhos e Licores.

Em paralelo, há um mercado de 2 bilhões de litros de bebida de fabricação caseira, de acordo com a mesma fonte.

A queda do muro de um prédio em obras soterrou cinco operários na manhã desta terça-feira (27), em Campinas, interior de São Paulo. Dois trabalhadores que ficaram completamente cobertos pelos escombros morreram no local, segundo a Defesa Civil Estadual.

Outras três vítimas foram resgatadas feridas, mas com vida, pelo Corpo de Bombeiros. Uma delas, em estado grave, foi levada para o Hospital de Clínicas da Unicamp por um helicóptero da Polícia Militar. Uma outra foi levada de ambulância para o Hospital Ouro Verde e a terceira, para o Pronto-Socorro São José.

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O acidente aconteceu no bairro São Bernardo e, segundo outros trabalhadores, o local estava encharcado por causa das últimas chuvas. Os homens trabalhavam em uma parte baixa da obra quando cinco metros do muro vieram abaixo.

Quatro trabalhadores ficaram soterrados por quase trinta minutos. Dois deles, os bombeiros conseguiram retirar com vida. Eles tiveram de serrar vergalhões de aço que estavam sobre os homens. Os corpos dos que já foram resgatados sem vida foram levados para o Instituto Médico Legal (IML) de Campinas.

No início da tarde, o estado da vítima levada ao hospital da Unicamp era estável. Os outros dois feridos estavam fora de risco. A obra, que tinha alvará da prefeitura, foi embargada para apuração das causas do desmoronamento.

A Polícia Civil abriu inquérito por homicídio culposo (quando não há intenção de matar) para investigar a morte de dois trabalhadores em uma obra de ampliação do Shopping Iguatemi, em Campinas (SP). O acidente que resultou na morte dos operários Francisco Célio Pereira da Silva e Manoel Bernardo da Silva, ambos nascidos no Piauí, aconteceu na noite de segunda-feira (19). De acordo com o delegado do 4º Distrito Policial, Mauricio Lucenti Geremonte, os depoimentos de testemunhas começaram a ser agendados. A Polícia Científica também fez uma perícia preliminar no local na manhã de desta terça-feira (20). A obra está interditada desde a noite do acidente. Os trabalhadores foram dispensados do serviço nesta manhã.

Segundo o procurador do Trabalho Everson Rossi, o acidente aconteceu após a ruptura de um console, que segura a laje que havia recebido a concretagem. O peso, de acordo com ele, fez com que a estrutura desabasse. "O que aconteceu foi que os trabalhadores estavam embaixo, fazendo a limpeza, e receberam esse impacto", disse. O acidente aconteceu por volta das 20h de segunda-feira. Os trabalhadores ficaram soterrados por quase três horas até que fossem encontrados pelos Bombeiros. Apesar do acidente, o shopping funcionou normalmente nesta terça-feira. A empresa responsável pela obra foi procurada, mas não retornou às ligações.

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Os trabalhadores das obras de ampliação do Shopping Iguatemi, em Campinas, foram dispensados do serviço na manhã desta terça-feira (20). Os operários Francisco Célio Pereira da Silva e Manoel Bernardo da Silva, ambos nascidos no Piauí, morreram por volta das 20h desta segunda-feira (19) quando parte da laje que cobre o prédio desabou. Apesar da paralisação das obras, o shopping está funcionando normalmente.

A obra havia sido embargada no dia 7 de agosto do ano passado por problemas nas instalações elétricas e risco de queda de grandes alturas. Segundo Sidnei Furtado, coordenador da Defesa Civil, a laje que desabou tem dimensões em torno de 15m x 15m. Segundo o coordenador, os operários que trabalhavam nas proximidades informaram que dois trabalhadores haviam ficado sob a laje. Ninguém mais ficou ferido.

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Soldados do Corpo de Bombeiros, integrantes da Defesa Civil do Município, além de policiais militares e cães farejadores do canil da corporação, foram acionados para fazer as buscas no local.

A assessoria de imprensa do centro comercial informou, por meio de nota, que acompanhará a "apuração do caso junto à empresa contratada e está à disposição das autoridades para colaborar na investigação do ocorrido".

Os trabalhadores da Construção Civil Pesada e do Mobiliário prometem cruzar os braços na próxima segunda-feira (16). Eles alegam que não estão conseguindo negociar com o sindicato patronal e por isso, para pressionar, devem paralisar as atividades.

Nesta sexta-feira, o sindicato das Indústrias da Construção Civil Pesada e do Mobiliário de Jaboatão dos Guararapes, Zona da Mata e Litoral Sul (Sintraincom-PE) participa de uma audiência de conciliação na Delegacia Regional do Trabalho (DRT), na sede da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE/PE). 

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Caso não haja acordo, a paralisação será deflagrada na segunda-feira. O impasse para chegar a um acordo compreende as cláusulas financeiras, uma vez que a negociação das cláusulas sociais, conforme o Sintraincom-PE, estão avançadas. 

O presidente do sindicato, Luiz Cavalcanti, garante que  a paralisação será por tempo indeterminado. “Nossa categoria toca obras importantes de grandes construtoras do estado. Com certeza, nossa paralisação vai causar um impacto grande e negativo na economia, já que muitas obras terão seus prazos de entrega adiados”, alertou.

Reivindicações – A categoria pede um reajuste de 12% no salário base, implementação da Participação nos Lucros e Resultados, concessão de cesta básica no valor de R$ 120,00 e pagamento de 100% de hora extra sábados, domingos e feriados. 

O Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Pernambuco (Sinduscon/PE), entretanto, ofereceu como contraproposta apenas um reajuste salarial de 7% e não está disposto a pagar cesta básica para os trabalhadores.

Com informações da assessoria

Os Operários da construção civil, em greve desde essa segunda-feira (28), realizaram uma assembleia na manhã desta terça (29) para definir o rumo da paralisação. A categoria busca reajuste de 25% e garante que só retomará as atividades após uma negociação com os patrões, ainda sem data para acontecer.

A presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil e Pesada (Marreta), Dulcilene Morais, está percorrendo as ruas do Recife para fiscalizar as obras e pedir para que os companheiros, ainda em trabalho, façam parte da mobilização. Ainda segundo ela, a greve por tempo indeterminado vai afetar as obras públicas, inclusive as de mobilidade para a Copa do Mundo de 2014.

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Procurada pela equipe do Portal LeiaJá, a Secretaria das Cidades garantiu que nenhuma das obras foram afetadas pela paralisação.

Durante a assembleia, a categoria também definiu interditar obras nos municípios de Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata Sul, e Gravatá, no Agreste de Pernambuco. Dulcilene acredita que estão paradas cerca de 790 obras públicas e privadas do Recife, Região Metropolinata, Goiana, Vitória e Gravatá. Hoje á tarde, a diretoria se reunirá para fazer um balanço dos dois dias de greve e divulgar novos direcionamentos.

Operários da construção civil realizaram uma manifestação na manhã desta segunda-feira (28), no centro do Recife. A passeata simboliza o início da greve organizada pela categoria com o apoio do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil e Pesada (Marreta).

Pela manhã, os operários saíram da sede do sindicato, localizada na Rua da Concórdia, e seguiram pelo centro a cidade. Eles percorreram a Avenida Guararapes, Avenida Conde da Boa Vista e a Rua do Sol, de onde retornaram para a sede do Marreta.

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Ao passarem pela Avenida Guararapes, houve um princípio de confusão, que foi rapidamente contornado. Os manifestantes pediram para que os companheiros que estavam trabalhando abandonassem uma obra, mas não foram atendidos.

A categoria busca reajuste de 25%, enquanto os patrões oferecem 4,5%. Além disso, os operários reivindicam vale-alimentação de R$ 350,00, implantação do plano de participação nos lucros e resultados (PLR) e 100% de hora extra aos sábados, domingos e feriados. 

Os operários também pedem melhores condições de trabalho, alimentação de qualidade e passagem de acordo com o local onde eles moram. A greve significa a paralisação de aproximadamente 700 canteiros de obras, em todo o Estado, sejam eles públicos ou privados.

"É greve por tempo indeterminado. Eles querem piorar a alimentação, quando muita gente teve problema de infecção intestinal por conta da comida. Também temos casos de acidentes dentro dos canteiros de obra. Um companheiro nosso está internado no Hospital da Restauração com traumatismo craniano desde a semana passada", concluiu Ducilene Morais, de 49 anos, presidente do Marreta.

Com informações de Luiza Lessa

Os operários da construção Civil em Pernambuco vão paralisar suas atividades nesta quinta-feira (5), o motivo é aprender sobre segurança. O Sindicato da Construção Civil de Pernambuco (Marreta) promove o 19° Congresso Estadual de Segurança e Saúde dos Operários da Construção de Pernambuco, que acontecerá das 8h às 17h, no Auditório da Fafire.

A iniciativa vai discutir a importância das proteções coletiva e individual nos canteiros de obras, além da inclusão das cláusulas de saúde e segurança na convenção coletiva de trabalho. O evento acontece em parceria com o Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil de Pernambuco.

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O primeiro ensaio da Itaipava Arena Pernambuco saiu tudo nos conformes. Os quesitos segurança, sistema de som e estrutura de lanchonetes foram aprovados. É bem verdade que o público não chegou aos 10 mil esperados. Foi bem menos do que isso. Mas já deu para ter uma noção de como será a partir da próxima quarta-feira, quando o Náutico vai enfrentar o Sporting, às 20h.

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Cerca de 800 pessoas trabalharam nesta tarde em toda a estrutura da Itaipava Arena Pernambuco como orientadores, serviços de limpeza, alimentação, entre outros. Logo na entrada, um forte esquema de segurança revistou todos os familiares dos operários e também a imprensa. O trabalho era realizado por vários funcionários com detectores de metal.

O sistema de som foi bastante elogiado pelo público presente, já que saudou as três torcidas por várias vezes. A voz era do locutor Fábbio Vila, o mesmo que anima os alvirrubros nos Aflitos. Os dois telões, que mostravam as imagens ao vivo dos familiares dos operários, também não passou despercebido.  

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Quando o relógio marcar 15h, no dia 20 desse mês (segunda-feira), o primeiro apito de um árbitro vai soar na Arena Pernambuco. O horário da partida entre os operários que participaram da construção do estádio, localizado em São Lourenço da Mata, foi divulgado nesta terça-feira (14).

O jogo será o primeiro evento-teste com os padrões de operações da Fifa antes da Copa das Confederações. Segurança, mobilidade, instalações, imprensa e outros aspectos estarão em análise pela entidade.

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O evento também vai contar com a presença da presidente Dilma Rousseff. Com isso, a solenidade pode sofrer algumas alterações.

Já o segundo e último evento-teste antes da competição internacional será realizado dois dias depois. Dessa vez às 20h. O Náutico, único clube que fechou uma parceria com o consórcio até o momento, fará um amistoso com o Sporting-POR.

Por terem contribuído com a construção da Arena Pernambuco, quatro trabalhadores, representando outros 4.600, receberam do Ministro do Esporte, Aldo Rebelo, e do membro do COL, Ronaldo Nazário, um ingresso simbólico para a Copa do Mundo. A partida em que os trabalhadores serão contemplados ainda não foi definida, mas todos receberão ingressos.

Os felizardos operários foram: José Wilson dos Santos, José Francisco Gomes, Cilene Inácio e Sandra Cristina. Um dos mais emocionados era José Francisco Gomes, de 62 anos. “Estou muito feliz por ter participado dessa obra. Vou trazer toda a minha família com orgulho e falar que ajudei a construir isso aqui”, afirmou.

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Com larga experiência em obras, o trabalhador nunca imaginou que um dia poderia receber esta homenagem. “Trabalho há dois anos nessa obra e há mais de 40 na construção civil e nunca tive uma oportunidade dessas. Hoje, com certeza, é o dia mais especial da minha vida. Só tenho a agradecer”, finalizou José Francisco Gomes.

O Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil e Pesada (Marreta) promete realizar uma manifestação, nesta quarta-feira (5), na sede do Ministério do Trabalho, no bairro do Espinheiro, Zona Norte do Recife. O protesto é contra o atraso no pagamento do salário de novembro e a primeira parcela do décimo terceiro dos cerca de mil operários que trabalham na construção do Centro Integrado de Ressocialização de Itaquitinga. .

De acordo com o sindicato, os trabalhadores também não receberam os valores referentes ao FGTS e INSS. Parada desde o meio do ano, a obra está a cargo da Advance Construções e Participações Ltda. Conforme a presidência do Marreta, o sindicato dará entrada a um documento sobre a obra no Ministério Público do Trabalho. 

O documento será encaminhado a Assembleia Legislativa com o objetivo de interferir no contrato do Governo de Pernambuco com a Advance Construções e Participações, já que a construção do presídio está sendo realizada a partir de uma parceria público-privada (PPP).

Com informações da assessoria 

Dois operários morreram devido à queda de uma laje durante a construção de um shopping em Jacarepaguá, na zona oeste do Rio, por volta das 10h30 desta sexta-feira (9). Segundo os bombeiros, um terceiro operário foi atingido, mas sobreviveu e não corre risco de morte. A obra foi temporariamente suspensa.

Conforme o Sindicato de Trabalhadores da Construção Civil, uma viga cedeu e a laje onde os operários estavam caiu. Wallace Carvalho, de 32 anos, e o auxiliar de montagem José Warley da Silva, de 20 anos, estavam presos ao cinto de segurança, em cima da laje, e foram soterrados. O operário que se salvou não estava preso ao cinto.

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Segundo a Secretaria Municipal da Defesa Civil, a obra não tem problema estrutural e houve um erro de execução. A Polícia Civil iria ouvir ainda nesta sexta o engenheiro responsável pela obra, que estava no local quando ocorreu o acidente. Ele pode ser indiciado por homicídio culposo (sem intenção).

Em nota, a construtora Fonseca & Mercadante, responsável pela obra do Shopping Metropolitano, lamentou o acidente e afirmou que presta a assistência necessária às vítimas e aos familiares. A empresa diz que segue todas as normas de segurança exigidas por lei e que os fatos serão apurados em conjunto com os órgãos competentes.

Os 1.500 operários que trabalham na construção da Arena das Dunas paralisaram os trabalhos nesta quarta-feira. Os trabalhadores reivindicam o aumento de 25% no salário e reajuste do vale-refeição, que é de 110 reais. O consórcio OAS, responsável pela obra, garante que vai tentar uma negociação para que a construção seja retomada.

O Consórcio disse, através da assessoria de imprensa, que "os diretores foram pegos de surpresa com a decisão dos trabalhadores, pois melhorias estão sendo negociadas com os operários há cerca de um mês e não havia necessidade de paralisação".

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O gerente de marketing da OAS, Arthur Couto, afirma que o mês de novembro será o período em que a empresa e os trabalhadores estão em negociação. Mas os operários afirmam que só irão voltar aos trabalhos quando as melhorias forem atingidas.

A Arena das Dunas fica no Rio Grande do Norte e terá capacidade para 42 mil pessoas. Natal receberá quatro jogos na primeira fase do Mundial, sendo um do grupo da Seleção Brasileira e outro envolvendo um dos cabeças-de-chave da competição. Atualmente, a arena está com 42% das obras concluídas.

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