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Um tribunal russo começou a julgar, nesta segunda-feira (19), o opositor detido Alexei Navalny, grande inimigo do Kremlin, em novo julgamento, agora por "extremismo", no qual ele poderá ser condenado a décadas de prisão, em um contexto de repressão na Rússia pelo conflito na Ucrânia.

Desde o início da campanha militar na Ucrânia, em fevereiro de 2022, muitos principais opositores que não fugiram da Rússia foram presos ou perseguidos, principalmente por críticas ao conflito.

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Navalny, conhecido por suas investigações anticorrupção, já cumpre pena de nove anos de prisão por "fraude", uma condenação que ele denuncia como política.

O opositor de 47 anos, que sobreviveu a uma tentativa de envenenamento em 2020, que ele atribui ao Kremlin, está preso desde janeiro de 2021.

Agora ele pode ser condenado a até 30 anos de prisão neste novo processo, no qual é acusado de "extremismo" e de ter "reabilitado a ideologia nazista".

O processo começou na colônia penal de alta segurança IK-6 em Melejovo, 250 quilômetros ao leste de Moscou, segundo um correspondente da AFP. Navalny estava na sala de audiência com seus advogados.

"Meus pais estão aqui, peço que os deixem entrar na sala", pediu o opositor no início do julgamento.

Navalny também afirma que pesa sobre ele um caso de "terrorismo" que pode levar à prisão perpétua, mas poucos detalhes foram divulgados sobre este caso.

Os termos da acusação de "extremismo" não são muito claros. A defesa de Navalny teve apenas 10 dias para examinar os 196 volumes do caso.

"Embora esteja claro, vendo a maior parte dos volumes, que sou um criminoso metódico e diligente, é impossível entender com precisão do que sou acusado", disse recentemente o opositor, com ironia.

O ativista acusa o Kremlin de querer mantê-lo atrás das grades por toda a vida para fazê-lo pagar por suas críticas, que ele não parou de alimentar apesar de estar preso. Por meio de sua equipe, Navalny continua divulgando suas opiniões nas redes sociais, principalmente para denunciar a ofensiva na Ucrânia.

Navalny "está sendo julgado por sua atividade política", disse à AFP uma de suas porta-vozes, Kira Yarmysh.

De acordo com pessoas próximas a ele, o opositor é submetido a um tratamento particularmente severo na prisão, onde perdeu peso e é colocado em regime de isolamento ao menor pretexto.

Assim como Navalny, adversários mais conhecidos que não foram para o exílio foram presos nos últimos anos, principalmente desde o início do conflito na Ucrânia.

É o caso, por exemplo, de Vladimir Kara-Murza, condenado em abril a 25 anos de prisão por "alta traição", ou o de Ilya Yashin, condenado em dezembro a oito anos e meio de prisão por ter criticado a ofensiva na Ucrânia.

Investigadores russos acusaram, nesta quarta-feira (11), o opositor russo preso Alexei Navalny de um novo crime que poderia prolongar seu tempo na prisão.

O Comitê de Investigação russo, encarregado de analisar os crimes mais importantes, o acusa de ter criado uma organização que viola os direitos dos russos porque seu Fundo contra a Corrupção (FBK) "incitou os cidadãos a cometerem atos ilícitos", especialmente "instando-os a participar de manifestações não autorizadas".

O FBK e outras organizações de Navalny foram classificadas como "extremistas" em junho pela Justiça russa e desde o início de agosto estão oficialmente proibidas.

Segundo o Comitê de Investigação, o opositor e seus colaboradores "organizaram a divulgação, em suas páginas pessoais na internet e nas páginas do FBK [...], de publicações que pediam aos cidadãos russos que participassem de manifestações não autorizadas em janeiro", quando ocorreram várias manifestações de apoio a Navalny, em protesto pela sua prisão.

"Navalny sabia que [esses protestos eram] de natureza ilegal", consideraram os investigadores.

O movimento do opositor está submetido a uma forte pressão desde que Navalny voltou para a Rússia em janeiro, depois de se recuperar de um suposto caso de envenenamento na Alemanha, pelo qual acusa o Kremlin.

Suas organizações foram liquidadas, os sites vinculados a ele foram bloqueados e vários de seus colaboradores são alvo de vários processos judiciais.

Alexei Navalny, de 45 anos, cumpre uma pena de dois anos e meio em uma colônia penitenciária por um caso de fraude, que ele classifica como "político".

Os aliados de Navalny afirmam que todas essas medidas são destinadas a atrapalhar as atividades da oposição nas eleições legislativas de setembro.

O principal opositor russo, Alexei Navalny, foi transferido do hospital da prisão onde foi internado após uma greve de fome para seu local de detenção habitual, informaram familiares e autoridades nesta segunda-feira(7).

"O blogueiro Navalny foi transferido para a colônia penal de Pokrov", relatou um porta-voz do Serviço Prisional Russo (FSIN), citado pela agência TASS.

A informação foi confirmada, pouco depois, por sua equipe de ativistas da oposição por meio de um tuíte.

De acordo com a agência Ria Novosti, o opositor também participou por videoconferência de uma reunião sobre suas denúncias contra a administração penitenciária, que acusa de "censurar" os jornais que recebe.

De acordo com as agências de notícias russas, Navalnyi retirou a queixa.

Preso desde janeiro, ao retornar da Alemanha, onde recebeu tratamento após um envenenamento pelo qual acusa o Kremlin, o ativista anticorrupção foi condenado a dois anos e meio de prisão por um caso de fraude, datado de 2014, e que denuncia como manobra política.

Navalny, de 45 anos, cumpre pena na região de Vladimir, a cerca de 100 quilômetros de Moscou.

Em abril, ele iniciou uma greve de fome de 24 dias para denunciar suas condições de detenção na colônia prisional de Pokrov, considerada uma das mais severas da Rússia.

Desde sua prisão, as autoridades também tentaram desmantelar seu movimento de oposição.

Um tribunal de Moscou determinou na terça-feira (2) a prisão do opositor russo Alexei Navalny por quase três anos, um caso que provocou manifestações em massa a seu favor em toda Rússia e novas tensões entre o Kremlin e o Ocidente.

A juíza Natalia Repnikova disse que Navalny, o principal crítico do Kremlin, violou as condições de um controle judicial e terá que cumprir a pena suspensa de prisão de 2014.

Para isso, terá de cumprir a pena original de três anos e meio, descontados os meses que passou em prisão domiciliar naquele ano.

Sua advogada, Olga Mijaylova, indicou que seu cliente terá de cumprir "cerca de" dois anos e 8 meses de prisão. Ele vai apelar da decisão, acrescentou.

Pelo menos 1.377 pessoas foram presas durante a terça-feira em manifestações pró-Navalny em 10 cidades, especialmente em Moscou (1.116) e São Petersburgo (246), de acordo com a ONG OVD-Info.

À noite, a polícia se mobilizou rapidamente na proximidade do Kremlin e em outros locais da capital.

Correspondentes da AFP viram dezenas de manifestantes moscovitas agredidos a golpes de cassetete.

A mídia russa também publicou vídeos em que se vê a polícia perseguindo manifestantes no metrô ou tirando outros à força de dentro de um táxi. Também foi registrada violência contra jornalistas.

"Putin, ladrão!", repetiam centenas de manifestantes em Moscou. "Não há justiça neste país", disse à AFP Oksana, de 36 anos.

Trata-se da primeira sentença longa do ativista anticorrupção de 44 anos.

Após o anúncio da sentença, sua organização, o Fundo Anticorrupção, convocou uma manifestação diante do Kremlin.

União Europeia, Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido, França, entre outros, pediram a libertação imediata do adversário político do presidente Vladimir Putin. O Conselho da Europa juntou-se a eles, chamando a condenação de "contrária às obrigações de direitos humanos da Rússia".

Moscou tachou estes apelos de "ingerência".

- "O envenenador de cuecas" -

Navalny ouviu a sentença de pé, com as mãos nos bolsos, no cubículo de vidro reservado aos detidos. Ele fez um gesto em forma de coração para sua esposa, Yulia. Durante a audiência, ele denunciou um caso destinado a amordaçar os oponentes de Putin.

"O mais importante neste julgamento é assustar um enorme número de pessoas. Prendem uma delas para assustar milhões", disse o opositor na audiência.

Ele também denunciou as milhares de detenções durante as concentrações da oposição mais importantes dos últimos anos.

"Não podem prender todo país!", acrescentou.

Em seguida, repetiu que Putin era quem tinha ordenado aos serviços de segurança matá-lo, envenenando-o em agosto na Sibéria com ajuda de um agente neurotóxico.

Putin "entrará para a História como o envenenador das cuecas", disse.

Em dezembro, Navalny afirmou em um vídeo que havia desmascarado um agente do FSB por telefone, que revelou que o veneno havia sido colocado em sua cueca.

O julgamento de terça-feira foi sobre uma demanda dos serviços penitenciários, segundo a qual Navalny não respeitou seu controle judicial no contexto de sua pena suspensa.

O ativista disse que não poderia ir aos controles devido à convalescença na Alemanha, mas o juiz avaliou que ele havia faltado a outras consultas antes de sua internação. Ele foi preso em 17 de janeiro, ao retornar à Rússia.

Sua tentativa de assassinato e sua detenção provocaram novas tensões entre Rússia e o Ocidente. O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, planejava viajar para Moscou na sexta-feira e pediu para ver Navalny.

O governo russo afirmou nesta terça-feira acreditar que a União Europeia (UE) não vai cometer a "insensatez" de condicionar suas relações com Moscou ao destino de "um preso em um centro de detenção", segundo palavras do porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

O presidente francês, Emmanuel Macron, denunciou o encarceramento de Navalny e reforçou que "um desacordo político nunca é um crime".

A chanceler alemã, Angela Merkel, pediu o fim da repressão às manifestações, e primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, denunciou um veredicto "covarde".

- Vários processos judiciais -

Navalny é alvo de vários processos judiciais.

Na sexta-feira ele comparecerá por "difamação" contra um ex-combatente. Ele também é acusado em investigação de fraude, crime passível de punição com até dez anos de detenção, por ter se desviado, segundo as autoridades, de doações direcionadas à sua organização.

Desde seu retorno a Moscou, a justiça russa multiplicou as ações contra Navalny e seus aliados políticos, dos quais quase todos estão em prisão domiciliar, presos ou processados por algumas semanas.

O adversário conseguiu mobilizar seus apoiadores por dois finais de semana consecutivos de manifestações em uma centena de localidades, não só em Moscou e São Petersburgo.

A resposta da polícia foi massiva: no domingo, houve mais de 5.400 prisões em todo o país, um recorde na história recente da Rússia, de acordo com a ONG OVD-Info.

Esses protestos também são alimentados pela disseminação de uma investigação da oposição acusando Putin de lucrar com um "palácio" nas margens do Mar Negro, um vídeo visto mais de 100 milhões de vezes no YouTube.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, teve sua primeira conversa por telefone com seu contraparte russo, Vladimir Putin, na qual expressou seu apoio à Ucrânia diante da "agressão" de Moscou e sua preocupação com o "envenenamento" do opositor russo Alexei Navalny.

A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, disse nesta terça-feira (26) que Biden ligou para Putin para discutir sua disposição de estender o tratado de desarmamento nuclear New START e que na conversa ele expressou preocupação com o "envenenamento de Navalny".

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Navalny foi preso em 17 de janeiro ao retornar a Moscou, depois de passar mais de cinco meses na Alemanha se recuperando de um quadro que, segundo ele, foi resultado de um envenenamento realizado por serviços russos por ordem do presidente, o que o Kremlin nega.

Nesta terça, os países do G7 condenaram sua detenção "por motivos políticos" e pediram sua "libertação imediata e incondicional", assim como a de seus apoiadores detidos no sábado durante manifestações em toda a Rússia.

Biden também se referiu ao "forte compromisso" de Washington com a soberania ucraniana frente à "contínua agressão da Rússia".

Os dois líderes também abordaram questões como a suposta interferência russa nas eleições americanas de 2020 e relatos de que Moscou está distribuindo recompensas ao Talibã por matar soldados americanos no Afeganistão.

“Sua intenção era deixar claro que os Estados Unidos agirão com firmeza na defesa de nossos interesses nacionais, em resposta a ações maliciosas por parte da Rússia”, concluiu a porta-voz.

Por sua vez, o Kremlin indicou que o presidente russo apoiava a "normalização" das relações russo-americanas e afirmou que isso "atenderia aos interesses de ambos os países e também de toda a comunidade internacional".

O Ministério britânico das Relações Exteriores manifestou, nesta segunda-feira (18), sua "profunda preocupação" com a detenção do opositor russo Alexei Navalny, preso no domingo (17) ao desembarcar em Moscou procedente da Alemanha.

"É assombroso que Alexei Navalny, vítima de um crime hediondo, seja detido pelas autoridades russas", tuitou o titular da pasta, Dominic Raab.

A Rússia deve investigar "o uso de uma arma química" em seu território, em vez de "perseguir Navalny", acrescentou o ministro, referindo-se ao envenenamento do opositor russo. Raab também pediu sua "libertação imediata".

Mais cedo, o ministro alemão das Relações Exteriores, Heiko Maas, já havia se pronunciado nessa mesma direção.

Navalny "tomou a decisão consciente de voltar para a Rússia, que considera sua casa pessoal e política", e o fato de que tenha sido detido pelas autoridades russas logo ao chegar "é totalmente incompreensível", afirmou Maas.

Lembrando que a Rússia está vinculada por sua própria Constituição e por suas obrigações internacionais ao Estado de direito e à proteção dos direitos civis, o ministro acrescentou: "certamente, estes princípios também devem ser aplicados" a Navalny, que "deve ser libertado imediatamente".

Depois que o opositor, um carismático ativista anticorrupção e inimigo do Kremlin, foi vítima de "um grave ataque de envenenamento" em território russo, a Alemanha pede à Rússia que "investigue a fundo este ataque e leve os autores à Justiça", insistiu Maas.

Ainda nesta segunda, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, também pediu sua "libertação imediata".

No domingo (17), o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, também reagiu à prisão de Alexei Navalny, detido ao retornar à Rússia pela primeira vez desde seu envenenamento no verão passado.

"Os Estados Unidos condenam veementemente a decisão da Rússia de prender Alexei Navalny", afirmou Pompeo em um comunicado.

"Notamos com grande preocupação que sua detenção é a última de uma série de tentativas de silenciar Navalny e outras figuras da oposição e vozes independentes que criticam as autoridades russas", completou.

Navalny foi detido no aeroporto de Sheremetyevo, em Moscou, menos de uma hora depois de chegar da Alemanha, onde estava se recuperando do envenenamento por uma substância neurotóxica que, segundo ele, foi encomendado pelo presidente Vladimir Putin.

Os EUA se uniram à União Europeia para condenar a medida, com Pompeo dizendo que "Navalny não é o problema. Exigimos sua libertação imediata e incondicional".

"Os líderes políticos confiantes não temem vozes concorrentes, nem cometem violência, nem detêm oponentes políticos injustamente", acrescentou.

- Sem acesso a advogados

De acordo com o Fundo da Luta contra a Corrupção, a organização fundada por Navalny, ele está sem acesso a seus advogados desde sua detenção "ilegal" ontem.

"Está detido ilegalmente, impedem que seus advogados o vejam", afirmou o Fundo.

Dois advogados conseguiram entrar na delegacia de Khimki, onde Navalny está, mas não puderam se reunir com ele, disse sua porta-voz Kira Yarmysh.

"Não lhes permitem ver Alexei", tuitou a porta-voz.

Em entrevista à Rádio Eco, de Moscou, uma de suas advogadas, Olga Mikhailova, afirmou que a polícia "viola a lei ao impedir a defesa" de se reunir com Navalny.

O opositor russo Alexei Navalny, que atualmente se recupera na Alemanha após ter sido vítima de envenenamento em agosto, anunciou nesta quarta-feira (13) que retornará à Rússia no domingo, 17 de janeiro, apesar da ameaça de uma sentença de prisão.

"Eu sobrevivi. E agora (o presidente russo, Vladimir) Putin, que ordenou meu assassinato (...) manda seus servos fazerem de tudo para que eu não volte", disse o opositor de 44 anos em um vídeo postado em sua página no Instagram.

Ele acrescentou que comprou uma passagem em um voo comercial para o dia 17 de janeiro.

"Nunca me perguntei 'voltar ou não voltar'. Simplesmente porque não parti. Encontrei-me na Alemanha depois de chegar em uma caixa de reanimação", disse ele.

Em agosto, Navalny, um feroz militante anticorrupção e inimigo declarado do Kremlin, sentiu-se mal num avião, em voo voltando de uma viagem na Sibéria.

O avião fez um pouso de emergência na cidade russa de Omsk, onde o ativista ficou hospitalizado por cerca de 48 horas antes de ser transferido para a Alemanha em estado de coma.

O opositor conseguiu se recuperar e três laboratórios europeus concluíram que ele havia sido envenenado por uma substância neurotóxica do tipo Novichok, concebida por especialistas soviéticos para fins militares.

Esses resultados foram confirmados pela Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) e uma investigação de diversos meios de comunicação apontou que os serviços especiais russos (FSB) eram os responsáveis pelo envenenamento.

Desde que saiu do coma, Navalny acusa Putin de ordenar seu assassinato, algo que o Kremlin nega.

O ativista corre o risco de ser preso na Rússia, já que a Justiça russa aceitou na terça-feira uma ação solicitando que uma suspensão da pena concedida ao opositor seja convertida em prisão.

De acordo com o site dos tribunais de Moscou, uma ação judicial reivindica "a anulação de uma sentença" de suspensão da pena concedida a Navalny por "desrespeito às obrigações exigidas".

Navalny alega que a denúncia foi apresentada pelos Serviços Penitenciários Russos (FSIN) sobre uma condenação proferida em 2014 e a considera uma manobra para impedi-lo de retornar ao seu país.

No final de dezembro, uma investigação foi aberta na Rússia contra ele "por fraude em larga escala" por ter supostamente gasto, para fins pessoais, doações recebidas no valor de 356 milhões de rublos (3,9 milhões de euros, 4,3 milhões de dólares correntes).

As autoridades mencionam em particular as doações ao Fundo de Combate à Corrupção, fundado pela oposição, e as de cinco outras organizações de direitos humanos das quais Navalni é o "diretor de fato".

A legislação russa prevê uma pena de até dez anos de prisão por este delito.

O principal opositor russo, Alexei Navalny, que se recupera de um envenenamento, afirmou que está melhor e espera voltar em alguns meses para seu país.

"As mãos tremem, se eu tomo uma garrafa de água é divertido, mas estou muito melhor", disse na entrevista, a primeira concedida pelo advogado e ativista anticorrupção de 44 anos a um jornalista russo, o youtuber Yury Dud, desde que recebeu alta do hospital de Berlim.

"Tive um período realmente desagradável, quando começava apenas a levantar da cama (...) Depois, me recuperei de maneira bastante rápida", completou o opositor, em um vídeo que já teve mais 1,8 milhão de visualizações.

Ao ser perguntado sobre o tempo de recuperação na Alemanha, Navalny respondeu que não sabe.

"Pergunto aos médicos quanto tempo vou precisar para que minhas mãos parem de tremer: eles respondem que têm pouca experiência no tema", declarou, em referência à substância neurotóxica Novichok.

"Um ano está quase descartado, mas dois meses acho possível", completou.

Ele também disse que descarta completamente a ideia de não retornar à Rússia.

Três laboratórios europeus concluíram que ele foi envenenado com um agente nervoso do tipo Novichok, desenvolvido com fins militares no período soviético. Vários países pediram à Rússia que apresente explicações e investigue o tema, mas Moscou rejeita todas as acusações.

Incansável ativista anticorrupção e crítico ferrenho do Kremlin, Navalny ficou gravemente doente em 20 de agosto, quando estava a bordo de um avião na Sibéria.

Nesta terça-feira, o opositor voltou a acusar o presidente russo, Vladimir Putin, de estar por trás do envenenamento, por meio do serviço secreto.

"Minha versão é que eram agentes do FSB (serviço de Inteligência interno), ou do SVR (serviço de Inteligência externo) sob ordem, certamente, de Putin", declarou.

Navalny recebeu alta do hospital no fim de setembro, após uma internação de um mês, e continua morando na Alemanha com a família.

O opositor russo Alexei Navalny acusou o presidente Vladimir Putin de estar "por trás" de seu envenenamento, na primeira entrevista concedida desde que recebeu alta de um hospital da Alemanha.

"Afirmo que Putin está por trás do ato, não vejo outra explicação", declarou à revista alemã Der Spiegel, que publicou nesta quinta-feira (30) trechos da entrevista em seu site.

"Meu dever agora é continuar sendo como sou, alguém que não tem medo. E não tenho medo, afirmou o principal opositor do Kremlin.

Navalny também confirmou a intenção de retornar à Rússia quando estiver totalmente recuperado, de acordo com o semanário alemão, que publicará nas próximas horas a entrevista na íntegra.

Ativista da luta contra a corrupção, Navalny, 44 anos, passou mal a bordo de um avião na Sibéria em 20 de agosto.

Três laboratórios europeus afirmaram que ele foi vítima de um envenenamento com uma substância neurotóxica do tipo Novichok, criada na época soviética com fins militares. Vários países ocidentais exigiram da Rússia uma investigação do caso. Moscou nega todas as acusações.

O líder opositor recebeu alta na semana passada do hospital de Berlim em que passou um mês internado. Navalny permanecerá na Alemanha durante o período de recuperação, que, segundo a sua porta-voz, "levará muito tempo".

O estado de saúde do líder opositor russo Alexei Navalny mostra "alguma melhoria", anunciou esta sexta-feira (28) o hospital de Berlim onde ele está internado, depois de ter sido vítima de um envenenamento na Rússia segundo as autoridades alemãs.

"Houve alguma melhora nos sintomas causados pela ingestão de uma substância do grupo dos inibidores da colinesterase", afirmou o Hospital da Caridade em um comunicado, no qual informa que Navalny permanece em coma induzido e sob assistência respiratória.

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A porta-voz de Navalny, Kira Yarmish, confirmou no Twitter que "não há atualmente uma grave ameaça para sua vida". "Os médicos, no entanto, se abstêm de qualquer prognóstico" completou a porta-voz.

O hospital reafirmou que não é possível no momento determinar se o russo de 44 anos terá sequelas após o "grave envenenamento". Os médicos alemães afirmaram que Navalny foi intoxicado por "uma substância do grupo dos inibidores de colinesterase".

Os produtos podem ser utilizados, em doses pequenas, contra o mal de Alzheimer. Mas em doses elevadas pode ser muito perigoso e se tornar um potente agente neurotóxico, similar ao Novichok

Navalny, muito conhecido por investigar a corrupção da elite russa e o entorno do presidente Vladimir Putin, sentiu um forte mal-estar na semana passada quando viajava de avião de Tomsk, na Sibéria, a Moscou. A aeronave fez um pouso de emergência para que o ativista fosse internado de urgência em um hospital de Omsk.

Sua equipe denunciou de modo imediato um envenenamento e defendeu uma transferência para a Alemanha. Nalvany foi levado a Berlim após alguns dias de elevada tensão com o governo russo.

"Nenhum veneno" foi descoberto no corpo do principal opositor russo, Alexei Navalny, hospitalizado em terapia intensiva na Sibéria após não ter se sentido bem, disse nesta sexta-feira (21) um dos médicos responsáveis pelo estabelecimento, especificando que sua condição ainda era "instável".

"Até o momento, nenhum veneno foi identificado no sangue e na urina, não há vestígios dessa presença", declarou Anatoly Kalinichenko, vice-diretor do hospital de emergência Nº1 de Omsk onde o opositor foi admitido.

"Não acreditamos que ele tenha sofrido um envenenamento", continuou ele, acrescentando que não poderia declarar o diagnóstico de Navalny devido à lei, mas que havia notificado a família.

Segundo ele, o estado de Navalny é "instável", o que não permite sua transferência para o exterior, apesar da chegada a Omsk de um avião médico, fretado por uma ONG que espera levar o adversário à Alemanha.

Alexei Navalny, um dos maiores críticos do Kremlin, viajava de avião de Tomsk para Moscou quando passou mal. A aeronave teve que fazer um pouso de emergência em Omsk.

O opositor foi internado, em coma natural, colocado na UTI e conectado a um respirador artificial.

Seus aliados afirmam acreditar que ele foi vítima de "envenenamento intencional", "com algo misturado ao seu chá".

O principal opositor ao Kremlin, Alexei Navalny, foi liberado nesta sexta-feira (23) depois de passar 30 dias na prisão por ter convocado os russos a participar no grande movimento de protesto que abala Moscou, anunciou seu porta-voz.

Navalny saiu da prisão sorridente, como demonstram duas fotografias publicadas no Twitter por seu porta-voz, Kira Yarmysh.

O opositor e ativista anticorrupção denunciou aos jornalistas "atos de terror destinados a amedrontar" por parte das autoridades russas em sua repressão do movimento de protesto em Moscou nas últimas semanas.

"O movimento vai continuar crescendo e este regime lamentará fortemente o que tem feito", disse Navalny.

Apesar da presença de policiais na saída de Navalny nesta sexta-feira, o ativista não foi detido novamente, com aconteceu com outros opositores liberados recentemente.

Alexei Navalny foi detido em 24 de julho em Moscou, ao sair de casa para correr e comprar flores para o aniversário de sua esposa, no auge dos protestos para criticar a exclusão das candidaturas de opositores às eleições locais previstas para 8 de setembro.

Ele foi condenado a 30 dias de prisão por "infrações reiteradas das regras de organização de manifestações".

Durante o período de detenção, Navalny recebeu atendimento para o que os médicos classificaram de "grave reação alérgica". O opositor não descartou a possibilidade de "envenenamento".

Várias manifestações não autorizadas para exigir eleições livres em Moscou terminaram com milhares de pessoas detidas nas últimas semanas.

Este é o maior movimento de protestos no país desde o retorno do presidente Vladimir Putin ao Kremlin em 2012.

Muitos opositores moscovitas cumprem atualmente curtas penas de prisão e a organização de Navalny, o Fundo de Luta contra a Corrupção, é investigado por "lavagem de dinheiro".

O opositor russo Alexei Navalny foi condenado a 30 dias de prisão nesta segunda-feira (12) por ter convocado manifestações contra a corrupção não autorizadas em toda a Rússia, informou seu porta-voz no Twitter. "Sentença: 30 dias" - escreveu Kira Iarmych.

Navalny, 41 anos, e quase mil de seus partidários foram detidos nesta segunda-feira antes do início de um protesto não autorizado no centro de Moscou.

Após uma mobilização que teve uma grande adesão em 26 de março, milhares de russos, incluindo muitos jovens, foram às ruas em dezenas de cidades, incluindo perto do Kremlin em Moscou, onde a tropa de choque tentava dispersar a multidão.

A ONG russa OVD-Info indicou à AFP que contabilizou ao menos 600 detidos em Moscou e 300 em São Petersburgo. Outras detenções aconteceram em cidades no interior, de Vladivostok (extremo-oriente) em Norilsk (norte), passando por Sochi (sul), indicou no Twitter.

"Putin está no poder há 17 anos e não pensa em partir", denunciou Alexandre Tiurin, 41 anos, durante o protesto na rua Tverskaïa, que vai até o Kremlin.

"Ele usurpou o poder, não existe sociedade civil no país, os tribunais não funcionam, a corrupção se transformou em sistema", completou.

A multidão gritava: "Rússia sem Putin!" e "Liberdade para Navalny!"

Alexei Navalny, que pretende disputar contra Vladimir Putin a presidência russa na eleição de março de 2018, foi detido quando saía de casa, informou sua esposa no Twitter.

"Olá, sou Yulia Navalnaya. Alexei foi detido na entrada do prédio. Pediu que informasse que nossos planos não mudaram: Tverskaya", escreveu, uma referência à rua do centro de Moscou onde está prevista a manifestação.

O blogueiro, cujos vídeos investigativos compartilhados nas redes sociais denunciam a corrupção das elites e oligarcas, convocou protestos em toda a Rússia para esta segunda-feira, feriado, quando o país comemora a sua independência em 1990 antes da queda da União Soviética.

O porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, pediu ao governo da Rússia para libertar imediatamente todos os manifestantes pacíficos detidos.

"O povo russo merece um governo que apoie as ideias de livre mercado, um governo transparente e responsável, tratamento igualitário sob a lei e capacidade de exercer seus direitos sem medo de represálias", disse Spicer.

- 'Alternância' -

Em Moscou, a concentração prevista para as 11H00 GMT (8H00 de Brasília) foi autorizada ao nordeste da cidade, mas Alexei Navalny decidiu, poucas horas antes, transferir o protesto para a avenida Tverskaya, onde estavam previstas várias atividades relacionadas com o feriado.

De acordo com o opositor, a prefeitura de Moscou tentou impedir que todos os fornecedores da cidade alugassem um palanque e equipamentos de som para sua equipe.

No momento do início dos atos, Vladimir Putin entregava a estudantes no Kremlin suas carteiras de identidade.

Nos arredores do palácio presidencial, os jovens, incluindo muitos menores de idade, eram numerosos na manifestação.

"Queremos uma alternância como em todos os países normais (...) Queremos uma resposta por parte das autoridades", disse Yegor, de 16 anos, que carregava um cartaz: "A corrupção rouba o futuro", e dizia estar preparado para uma possível prisão.

"Em qualquer país, não há necessidade de uma oposição para controlar os atos de poder", insistiu Arseni, outro estudante do ensino médio de 16 anos.

O opositor número 1 do Kremlin surpreendeu em 26 de março ao levar às ruas dezenas de milhares de pessoas, incluindo muitos jovens que conheceram apenas Putin no poder, em toda a Rússia.

Esta mobilização, de escala sem precedentes em vários anos, aconteceu após a publicação pela equipe de Navalny de um vídeo acusando o primeiro-ministro Dmitri Medvedev de liderar um império imobiliário financiado pelos oligarcas.

Na ocasião, a polícia prendeu mais de 1.000 pessoas, incluindo Navalny, que passou 15 dias na prisão.

Desde então, sete pessoas foram colocadas em prisão preventiva por violência contra a polícia. Dois foram condenados a penas de prisão.

Antes das manifestações desta segunda-feira, a equipe de Alexeï Navalny e a ONG Human Rights Watch denunciaram a pressão por parte das universidades e escolas para dissuadir os jovens a protestar, por vezes com ameaças de expulsão.

No final de maio, a presidente do Senado Valentina Matvienko indicou que o Parlamento estava considerando proibir menores de idade de participar em manifestações não autorizadas, sob pena de sanções para os pais.

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