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O presidente licenciado da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva, preso na manhã dessa terça-feira (28), no Rio, foi transferido para Curitiba, escoltado por agentes da Polícia Federal (PF). Também embarcou o empresário Flávio Barra, presidente da AG Energia, subsidiária da Andrade Gutierrez. Ambos foram presos na décima sexta fase da Operação Lava Jato.

Othon e Flávio embarcaram separadamente dos demais passageiros. Ele foram colocados em um ônibus da Empresa Brasileira de Intraestrutura Aeroportuária (Infraero), na companhia de sete agentes federais. Também foram embarcados malotes e cerca de 15 caixas de papelão apreendidos durante a operação.

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Os dois presos não estavam algemados. O advogado do presidente licenciado da Eletronuclear, Helton Pinto, disse que não poderia se pronunciar sobre a prisão do cliente, pois ainda não tinha tido acesso aos autos do processo. "Não temos como nos pronunciar no momento, porque ainda não tivemos acesso aos autos. Como não temos conhecimento da acusação, não temos como nos pronunciar. Eu tenho que analisar o caso. Não li nada do processo ainda".

Othon foi preso em casa, no Rio de Janeiro, e depois levado para a sede regional da PF no Rio. Ele se afastou do cargo em 29 de abril, após ser citado na Lava Jato por suspeita de irregularidades em contratos para a construção de Angra 3.

Na ocasião em que foi citado nas investigações da Lava Jato, Othon Silva negou ter participado ou ter conhecimento de qualquer irregularidade. Em nota à época, ele afirmou que jamais recebeu propina e que vive de sua aposentadoria como vice-almirante da Marinha e de seus vencimentos como presidente da Eletronuclear.

Procurada pela Agência Brasil, a Eletronuclear informou que a Eletrobras é que deve se pronunciar sobre o caso. Em comunicado ao mercado, divulgado ontem à tarde, a Eletrobras disse que está buscando as informações para defesa de seus interesses e investidores, e que vai manter o mercado informado "oportunamente". A seguir, a íntegra da nota:

"Em atenção ao procedimento realizado, nesta data, pela Polícia Federal, na 16ª Fase da Operação “Lava Jato”, denominada “Radioatividade”, que culminou na prisão temporária do Sr. Othon Luiz Pinheiro, diretor presidente licenciado da controlada Eletrobras Termonuclear S.A – Eletronuclear, a Companhia vem esclarecer aos senhores acionistas e mercado em geral o que se segue: Os trabalhos de investigação interna independente conduzidos pelo escritório Hogan Lovells - objeto de comunicados ao mercado divulgados em 29 de abril de 2015, 14 de maio de 2015, 10 de junho de 2015, 13 de julho de 2015 e 21 de julho de 2015 - os quais incluem o empreendimento da Usina Nuclear de Angra 3, desenvolvidos pela Eletronuclear, ainda não foram concluídos. Quanto à Operação citada, a Eletrobras está buscando obter as informações necessárias à defesa de seus interesses e de seus investidores e manterá o mercado informado oportunamente".  O texto é assinado pelo diretor Financeiro e de Relação com Investidores da empresa, Armando Casado de Araújo.

A Andrade Gutierrez, também em nota, informou que está acompanhando a décima sexta fase da operação e destacou “que sempre esteve à disposição da Justiça”. Os advogados da empresa estão analisando a ação da PF para se pronunciar.

 

O procurador da República Athayde Ribeiro Costa afirmou nesta terça-feira, 28, que o presidente licenciado da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva, recebeu R$ 4,5 milhões de empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato. Ele foi preso temporariamente nesta terça-feira, 28, na 16ª fase da operação, batizada de Radioatividade.

A empresa de Othon da Silva, a Aratec Engenharia, "recebeu pagamentos vultuosos" também de empresas que compõem o Consórcio Angramon. A Aratec recebeu no mesmo período pagamento das empreiteiras Andrade Gutierrez e Engevix, ambas com contratos com a Eletronuclear, por meio de empresas intermediárias CG Consultoria, JNobre Engenharia, Link Projetos e Participações Ltda. e a Deutschebras Comercial e Engenharia Ltda., "algumas com características de serem de fachada".

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"No caso mais claro, foi constatado que a empresa CG Consultoria, Construções e Representação Comercial Eireli recebeu entre 2009 e 2012 R$ 2.930.000,00 da Construtora Andrade Gutierrez e transferiu, entre 2009 a 2014, R$ 2.699.730,00 para a Aratec. A CG Consultoria não tem qualquer empregado e na prática, descontados os custos tributários, repassou o recebido pela Andrade Gutierrez à Aratec, empresa controlada por Othon Luiz", apontou o juiz federal Sérgio Moro, que determinou a prisão temporária do presidente licenciado da Eletronuclear.

"A JNobre Engenharia e Consultoria Ltda., que tem o mesmo endereço que a CG Consultoria, depositou R$ 792.500,00 nos anos de 2012 a 2013 na conta da Aratec Engenharia. Nestes mesmos anos, recebeu R$ 1.400.000,00 da Andrade Gutierrez. A aparente utilização dessas empresas como intermediárias de repasses também é evidenciada pela análise dos pagamentos individualizados. A título de exemplo, a CG Consultoria recebeu da Andrade Gutierrez, em 03/2012 e 06/2012, R$ 300.000,00 em cada um desses meses e repassou R$ 220.000,00 em cada um desses mesmos meses à Aratec Engenharia (evento 25, out12 e out13). Em 08/2011, a CG recebeu também R$ 300.000,00 da Andrade Gutierrez e repassou em 09/2011 R$ 220.000,00 à Aratec."

Segundo despacho do magistrado, em abril de 2009, tendo recebido da Andrade R$ 300 mil e repassado R$ 250 mil à Aratec em maio de 2009. A Deutschebras recebeu, em novembro de 2014, R$ 330 mil da Andrade Gutierrez e, em dezembro de 2014, repassou R$ 252.300 para a Aratec.

Alvos dos mandados de condução coercitiva são os executivos Renato Ribeiro Abreu, da MPE Participações, Fábio Adriani Gandolfo, da Odebrecht, Petrônio Braz Júnior, da Queiroz Galvão, Ricardo Ouriques Marques, da Techint Engenharia, Clóvis Renato Peixoto Primoi, da Andrade Gutierrez.

Defesa

A Andrade Gutierrez está acompanhando a 16ª fase da Operação Lava Jato e destaca que sempre esteve à disposição da Justiça. Seus advogados estão analisando os termos desta ação da Polícia Federal para se pronunciar.

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