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Em meio a explosão de internações por Covid-19 no Brasil e o histórico da tragédia em Manaus, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu que as empresas fabricantes do oxigênio medicinal devem manter o órgão informado sobre os estoques desse item, importante para pacientes internados com o novo coronavírus.

Publicado pela Anvisa em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) deste sábado, o edital estabelece que, semanalmente, essas empresas precisam repassar informações sobre a capacidade de fabricação, envase e distribuição, estoques disponíveis e quantidade demandada pelo setor público e privado, considerando os escopos de atuação de cada uma. A orientação vale para fabricantes, envasadoras e distribuidoras do equipamento, nas formas líquida e de gás.

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Segundo a agência, a medida visa minimizar o risco de desabastecimento do produto. Com isso, informou a Anvisa, o Ministério da Saúde poderá ter previsibilidade sobre o abastecimento de mercado, permitindo a adoção, em tempo hábil, das medidas necessárias à garantia de fornecimento do oxigênio medicinal.

A capital do Amazonas, Manaus, foi palco de uma grande colapso pela falta de oxigênio no início do ano. O governo federal enfrenta no Supremo Tribunal Federal (STF) um inquérito que apura se o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, foi omisso no enfrentamento da pandemia na localidade. Pazuello prestou depoimento à Polícia Federal em fevereiro para explicar a sua atuação na crise, onde dezenas de pacientes morreram asfixiados em razão do desabastecimento de oxigênio.

Como revelou o Estadão/Broadcast, na oitiva, o ministro da Saúde disse que não soube do problema no fornecimento de oxigênio a capital no dia 8 de janeiro, diferentemente do que a Advocacia-Geral da União (AGU) havia informado ao STF.

Segundo a Anvisa, a coleta de informações sobre o estoque de oxigênio acontecerá pelos próximos 120 dias, a contar da data de publicação do edital, e os dados, de caráter confidencial, deverão ser apresentados pelas empresas para cada um de seus estabelecimentos. O envio desses números deverá ocorrer todas as quartas-feiras, e o primeiro precisará trazer os dados dos últimos sessenta dias.

A tragédia da escassez de oxigênio, que acometeu Manaus nos últimos dias, fez com que a cidade batesse um mórbido recorde. A capital amazonense registrou, entre quarta (13) e sexta-feira (15), 213 sepultamentos em seus cemitérios. O número é maior do que quando o município enfrentou seu ápice de mortes por Covid-19, com 198 pessoas sepultadas, em 2020.

O Estado do Amazonas tem enfrentado um colapso no sistema de saúde, agravado pela quantidade de infectados após as festas de final de ano. Além das mortes por conta da falta de oxigênio, muitas pessoas têm morrido em casa, segundo o monitoramento da Prefeitura de Manaus. 

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De acordo com a White Martins Gases Industriais do Norte Ltda, responsável por fornecer oxigênio à rede de saúde do Estado, houve um aumento no consumo diário de oxigênio, que saltou de 40 mil metros cúbicos em 30 de dezembro, para 76,5 mil metros cúbicos. Com a falta do insumo para o tratamento adequado muitos pacientes morreram asfixiados. 

Artistas se unem para conseguir oxigênio

Encorajados pelo humorista Whindersson Nunes, diversos artistas fizeram a compra de oxigênio para Manaus. Whindersson se prontificou a doar 20 cilindros de 50L de oxigênio para hospitais da capital amazonense e cutucou os colegas famosos. "Alô, meus amigos artistas! Na hora de fazer show é tão bom quando o público nos recebe com carinho, né. Vamos retribuir?". Assim como ele, Tirulipa, Simone e Simaria, Tatá Werneck, Luciano Huck, Marília Mendonça, Bruno Gagliasso, Paola Carosella, Paulo Coelho, Marcelo Adnet e o sertanejo Gusttavo Lima fizeram suas contribuições.

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