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A Secretaria Estadual de Saúde divulgou, nesta sexta-feira (30), que, de 2012 amostras positivas para a Covid-19 analisadas na mais recente rodada de sequenciamento genético, a variante P.1, derivada da Amazônia, é a linhagem do vírus que prevalece em Pernambuco com 97% das amostras.

No restante dos genomas foram identificadas as linhagens B.1.1.525 (1), B.1.222 (1), P.1.1 (2), P.1.2 (2) e um caso da cepa Alpha (B.1.1.7), relatada primeiramente no Reino Unido, identificada em um paciente residente no município de Caruaru, no Agreste. A amostra foi coletada no fim de abril.

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“Sabemos que a P.1 é preocupante, mas, independente das cepas identificadas, os cuidados precisam e devem continuar. Uso correto de máscaras, distanciamento e higienização das mãos é fundamental. Relaxar nas práticas pode causar aumento de casos e internações. Não podemos descuidar. Só com cuidados e vacinação conseguiremos vencer a pandemia", salienta o secretário de Saúde André Longo.

Variante Delta

Até o momento, os sequenciamentos genéticos de amostras de pacientes pernambucanos positivos para a Covid-19 não identificaram a linhagem Delta (B.1.617.2) do novo coronavírus, detectada inicialmente na Índia. Os três casos registrados são importados, todos envolvendo tripulantes filipinos.

A análise das coletas de 96 pacientes que testaram positivo para a Covid-19 em Pernambuco reforçou que a variante gama (P.1) do novo coronavírus é a linhagem prevalente do vírus no Estado. A cepa foi relatada primeiramente no Amazonas.

Os dados, divulgados nesta terça-feira (15), foram analisados pelo Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami (LIKA/UFPE), em pacientes residentes em municípios do Agreste e Zona da Mata de Pernambuco.

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O resultado apontou que mais da metade dos exames (56,25%) apresentaram a cepa P.1, seguido da B.1.1 (19%) e da B.1.1.406 (10%). A Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE) afirma que um novo sequenciamento genético já está programado para os próximos dias. 

Nos municípios do Agreste, do total de exames com a cepa P.1 identificada, 20% das amostras eram de pacientes residentes em Garanhuns; 15% de moradores de Caruaru; 6% do município de Cumaru; e 2% cada de pacientes residentes em Agrestina e Bom Jardim. Apenas o município de Cachoeirinha não teve a presença da P.1 detectada em suas amostras biológicas.

Já 7% dos genomas positivos para a P.1 foram de amostras biológicas de pacientes residentes no município de Paudalho, na Zona da Mata Norte de Pernambuco. A variante gama foi detectada no Estado pela primeira vez no mês de fevereiro em dois pacientes do Amazonas que vieram para Pernambuco dar continuidade no tratamento, em decorrência da crise sanitária que aquele estado vivia na época.

Já em abril, cinco amostras biológicas de pernambucanos confirmados para a Covid-19 apresentaram, em sequenciamento genético, a variante P.1 da doença. No início deste mês, o sequenciamento genético de 233 amostras, realizado pelo LIKA e pelo Instituto Aggeu Magalhães (IAM/Fiocruz PE), também detectou a presença da P.1 na maioria das coletas.

Cinco amostras biológicas de pernambucanos confirmadas para a Covid-19 apresentaram a variante P.1 do vírus, considerada mais contagiosa. Os pacientes identificados, após sequenciamento genético, são quatro mulheres e um homem, com idades de 21 a 70 anos, residentes dos municípios do Recife, Jaboatão dos Guararapes e Petrolina.

No trabalho científico realizado pelo Instituto Aggeu Magalhães (IAM/Fiocruz PE) a pedido da Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), 90 amostras foram submetidas. Dessas, 80 foram encaminhadas à Fiocruz-PE pelo Laboratório Central de Saúde Pública de Pernambuco (Lacen-PE), de todas  as regiões do Estado e escolhidas de forma aleatória.

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As outras dez amostras foram de funcionários do próprio Aggeu Magalhães. Contudo, apenas 45 tiveram condições para finalizar o processo. Segundo a Fiocruz, todo o trabalho foi desenvolvido no laboratório de nível de biossegurança 3 (NB3) e na central de sequenciamento dessa unidade da instituição. O preparo das amostras, a extração do RNA e posterior sequenciamento e análise dos dados levam cerca de duas semanas.

O secretário de saúde de pernambuco, André Longo, afirma que já aguardava a identificação da variante P1 no Estado e reforça as medidas de segurança para prevenção do contágio. "Esse é um achado científico que já esperávamos, pela circulação da variante em diversos Estados e a constante circulação de pessoas no nosso território. É importante ter essa confirmação, mas nosso trabalho contra a Covid-19 continua sendo através do uso correto da máscara, da higienização das mãos e do distanciamento e isolamento social, além da vacinação”, declarou o secretário estadual de Saúde.

André Longo também comentou a propagação dos casos de Covid-19 em Pernambuco, no momento em que o Estado lida com a superlotação de leitos de UTI para atender aos pacientes de Covid-19. "Nas últimas semanas, estamos vendo uma crescente de casos em todas as regiões do Estado e um aumento expressivo nas solicitações de leitos. Também estamos abrindo novas vagas hospitalares diariamente, mas precisamos do apoio de todos nessa luta pela vida. Só com o seguimento correto de todas as medidas sanitárias conseguiremos superar essa grave crise de saúde pública e evitar ainda mais mortes de entes queridos", afirmou.

Para o pesquisador da Fiocruz-PE, Gabriel Wallau, o resultado da pesquisa certifica que “a variante P.1 é a que domina a pandemia em Pernambuco”, conforme anunciou o Observatório Covid-19 da Fiocruz. “Até o momento, analisamos poucas sequências dos meses de fevereiro e março, porém esse trabalho prossegue e aumentará o volume de informações disponíveis", acrescentou Wallau.

Outros casos da nova variante em Pernambuco

Segundo a Fiocruz PE, em fevereiro deste ano, o Instituto Aggeu Magalhães havia identificado a variante P.1 do coronavírus nas amostras biológicas de dois pacientes de Manaus que receberam atendimento hospitalar no Estado. Na época, foram analisadas 44 amostras biológicas que tinham confirmação para a Covid-19. Quatro eram de pacientes do Amazonas; dentre esses estavam as duas conformações da nova variante. Outras 36 amostras - todas negativas para a P.1, mas com outras linhagens que circulavam previamente do Brasil - foram escolhidas de forma aleatória, com pernambucanos de todas as 12 Gerências Regionais de Saúde (Geres), inclusive do arquipélago de Fernando de Noronha.

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