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O número de falências requeridas em janeiro atingiu o maior nível em três anos. Foram 72 pedidos no mês passado, ante 46 em 2022 e 40 em 2021, segundo a Serasa Experian.

Os pedidos de falência geralmente acompanham o de recuperação judicial e refletem as dificuldades financeiras. Normalmente, observa o economista Luiz Rabi, da Serasa Experian, a falência é usada como instrumento de pressão. Uma empresa pede a falência da qual é credora para receber o que lhe é devido.

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Mas também há casos nos quais esse instrumento jurídico é usado em ocasiões extremas. O primeiro estágio é a companhia ficar inadimplente, diz o economista. O segundo é quando a companhia pede recuperação judicial. Isto é, quando consegue a proteção da Justiça para negociar as dívidas e os prazos de pagamentos. O terceiro estágio é quando não há mais alternativas, e a falência é decretada.

Na primeira quinzena deste mês, a Pan Produtos Alimentícios, em recuperação judicial desde 2021, com dívidas de R$ 260 milhões, por exemplo, pediu a autofalência. A Livraria Cultura, que não conseguiu honrar as dívidas no plano de recuperação judicial, teve a falência decretada no começo de fevereiro. Mas uma liminar reverteu a falência.

Segundo especialistas, o número de falências pode continuar subindo ao longo do ano. "Podemos ter um novo pico de pedidos de recuperação judicial e de falências neste ano. Esses primeiros meses devem mostrar como será 2023. O endurecimento dos bancos com prazos e taxas pode aumentar esse número", afirma Renato Leopoldo e Silva, líder de contencioso empresarial do escritório DSA Advogados.

Para Aracy Barbara, sócia do VBD, especialista em contratos e recuperação judicial, o fim dos benefícios que foram concedidos pela Justiça e pelas instituições financeiras durante o período da pandemia, como a rolagem das dívida, pode acelerar as recuperações judiciais e, potencialmente, as falências. A lei, diz ela, tem avançado para diminuir as falências. Porém os processos são longos e o Judiciário, lento.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após dois anos sem Carnaval, devido à pandemia de Covid-19, pais e filhos marcaram presença, nesta segunda-feira (20), em Olinda, para acompanhar a saída do Eu Acho é Pouquinho, versão infantil do bloco. Com um ano e quatro meses, este é o primeiro contato de Benjamin com os festejos de Momo. À reportagem, o pai, Breno Perez, ressaltou que o clima é de segurança "na medida do possível", já que o filho está com o esquema vacinal completo.

"A gente esperou a segunda dose dele e ainda bem que esse desgoverno negacionista acabou. A gente conseguiu vaciná-lo com as duas [vacina] da Covid e com a segurança necessária para trazer ele para o Carnaval, depois de três anos, praticamente, sem folia, depois de ter um filho na pandemia, de todo perrengue", disse.

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Este também é o primeiro carnaval de Felipe, de 3 anos, que veio com a mãe, Luana Albuquerque, para a Cidade Alta. "Seis meses após o nascimento dele, veio a pandemia, e ele nunca conheceu o Carnaval", conta. Luana ressalta que se sente segura com relação à pandemia, já que o filho está vacinado, mas faz ressalvas sobre a segurança na festa. "Meu medo hoje é a violência, por isso, escolhi o dia mais tranquilo para vir com ele e meu filho está adorando".

Débora Caroline também aproveitou a segunda de Carnaval para apresentar a festa à filha, Luna Beatriz, de 1 ano e 10 meses. "Ela nasceu durante a pandemia e eu sempre quis trazer, mas não tive a oportunidade antes por causa da doença. Agora, estamos aqui aproveitando", revelou.

Após dois anos de paralisação em decorrência da Covid-19, o desfile dos papangus, bloco carnavalesco mais tradicional do interior de Pernambuco, saiu às ruas, neste domingo (19). A cidade de Bezerros, Agreste do Estado, voltou a ser colorida pela magia de homens, mulheres, jovens, crianças e idosos, mascarados e fantasiados, em uma atmosfera de alegria e exaltação ao Carnaval.

A história diz que, em meados dos anos 1900, jovens se fantasiaram e colocaram máscaras para esconderem suas identidades. Dessa forma, corriam e brincavam pelas casas da cidade, pedindo angu, uma comida à base de milho. As crianças da residência gritavam “Lá vêm os papa-angus”, e o nome acabou batizando esses brincantes.

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O costume foi ganhando força ao longo dos anos e, atualmente, o Bloco dos Papangus de Bezerros é considerado uma das maiores e importantes expressões culturais do Brasil. Mais que folia, o evento representa uma celebração à vida, uma vez que o desfile volta a abrilhantar as ruas após o crítico cenário do novo coronavírus.

A reportagem do LeiaJá acompanhou todos os detalhes. Confira a folia de Bezerros, sentindo a magia e força cultural dos papangus.

Neste domingo (19), a população de Bezerros, no agreste pernambucano, se reencontrou com a Folia do Papangu, um dos carnavais mais conhecidos do estado. Após dois anos de pandemia de covid-19, a emoção tomou conta de ruas lotadas por foliões de toda a região.

No tradicional Bloco do Papangu, que circula pelas principais ruas do centro da cidade, a orquestra de frevo animou os mascarados. "Faz trinta anos que saio no bloco. Graças a Deus, estamos voltando depois de dois anos parados. O carnaval tá de volta e a gente com toda saúde", celebrou a foliã Fátima Silva, que costuma desfilar como Papangu ao lado do cunhado, Wando Silva.

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Circulando pela folia, um Papangu saiu de casa pronto para garantir a a segurança dos foliões. Vestido com roupas brancas em referência aos profissionais de saúde que trabalharam durante a pandemia, ele borrifa álcool gel nas mãos de quem puder. "A pandemia não acabou. A gente não pode evitar a aglomeração do carnaval, que é uma festa muito popular, mas a gente continua se prevenindo, lavando as mãos e usando álcool gel", destaca ele, que prefere se identificar apenas como "Papangu".

No polo Ronaldo Solto Maior, na praça São Sebastião, os grupos de Cultura popular apresentaram a tradição do município. A confeiteira Milena Vasconcelos levou a filha  Mariana, de cinco anos, para conhecer os papangus. "Eu sou de Bezerros, mas a gente mora no Recife, onde ela nasceu. Os papangus são nossa principal tradição e a gente não pode deixar de incentivar nossos filhos a conhecer nossa cultura" afirma.

Folia do Papangu

A tradição dos papangus surgiu em Bezerros, nos anos 1900, através de uma brincadeira promovida pelos familiares dos senhores de engenho. Mascaradas e mal vestidas, essas pessoas saíam pelas ruas da cidade pedindo angu de milho aos moradores. As crianças logo adquiriram o hábito de anunciar a chegada dos mascarados aos familiares, gritando: "lá vem os papa-angu". A prática passou a ser repetida nos carnavais da cidade, transformando-se em um dos símbolos da folia pernambucana.

O tráfego mundial de passageiros voltará neste ano ao nível pré-pandemia, estimou, nesta quarta-feira (8), a Organização da Aviação Civil Internacional (Icao, sigla em inglês).

A estimativa prevê um novo aumento do transporte aéreo, após um ano de 2022 em que o número de passageiros alcançou 74% do volume de 2019, último ano completo antes da Covid-19.

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O tráfego de passageiros diminuiu 60% em 2020 em relação ao ano anterior. Em 2021, ainda foi 49% menor do que em 2019, segundo a agência da ONU, com sede em Montreal (Canadá).

A Icao estima que "a demanda voltará rapidamente aos níveis anteriores à pandemia na maioria dos destinos no primeiro trimestre" de 2023. Calcula que, até o fim do ano, o número de viajantes será cerca de 3% superior ao de 2019, e espera que o mesmo aumente até 4% acima deste ano em 2024.

A organização espera que o setor recupere a rentabilidade operacional (lucro antes de impostos, depreciação e amortização) no último trimestre de 2023, “após três anos consecutivos de prejuízo”.

Várias companhias aéreas voltaram a ter lucro, devido ao apetite renovado pelo turismo e as viagens de avião, que não diminuiu com os aumentos acentuados das tarifas.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) decidiu manter o nível máximo de alerta para a pandemia de Covid-19, exatamente três anos depois de declarar a doença como uma emergência de saúde pública internacional.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, seguiu as recomendações do comitê de emergência da Covid-19, formado por especialistas que se reuniram na sexta-feira, afirma um comunicado.

O comitê declarou a epidemia de Covid-19 como uma emergência de saúde pública de importância internacional em 30 de janeiro de 2020, em um momento em que havia apenas 100 casos fora da China e nenhuma morte registrada.

Na sexta-feira, a OMS registrou no total mais de 752 milhões de infectados e quase 7 milhões de mortes, segundo dados oficiais, que a própria organização admite estarem muito aquém da realidade.

"Ao entrarmos no quarto ano da pandemia, não há dúvida de que estamos em uma situação muito melhor agora do que há um ano, quando a onda ômicron estava no auge", disse Tedros na abertura da reunião de seu Comitê Executivo, reunido em Genebra.

Mas reiterou imediatamente: "Desde o início de dezembro, as mortes semanais relatadas aumentaram. Nas últimas oito semanas, mais de 170.000 pessoas morreram de covid-19".

- "Não subestimem" o vírus -

"Minha mensagem é clara: Não subestimem esse vírus, ele nos surpreendeu e continuará nos surpreendendo e matando, a menos que façamos mais para fornecer assistência médica a quem precisa e combater a desinformação em escala global", disse na semana passada.

Na semana de 16 a 22 de janeiro, metade das 40.000 mortes contabilizadas oficialmente ocorreram na China, que recentemente abandonou sua política de "covid zero", uma das mais rígidas do mundo, diante do descontentamento popular.

O Comitê avalia que "a pandemia de Covid-19 provavelmente está em fase de transição".

O diretor da OMS lamentou que pouquíssimas pessoas estejam vacinadas contra o vírus, seja por falta de vacinas ou por desconfiança, apesar de vários estudos comprovarem seus efeitos positivos.

"Não podemos controlar o vírus da Covid-19, mas podemos fazer mais para lidar com as vulnerabilidades das populações e dos sistemas de saúde", disse Tedros nesta segunda-feira.

O mundo continua "perigosamente despreparado" para a próxima pandemia, alertou a Cruz Vermelha em um relatório sobre as lições da Covid-19, publicado nesta segunda-feira.

"A próxima pandemia pode ser iminente e, se a experiência da Covid-19 não acelerar os preparativos, o que vai acelerar?", questionou Jagan Chapagain, secretário-geral da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (FICV).

"A preparação global para a pandemia de Covid-19 foi inadequada e ainda estamos sofrendo as consequências. Não haverá desculpa" se não nos prepararmos, acrescentou.

O mundo continua "perigosamente mal preparado" para a próxima pandemia – alertou a Cruz Vermelha nesta segunda-feira (30), acrescentando que futuras crises de saúde ocorrerão, provavelmente, ao mesmo tempo que desastres naturais relacionados com as mudanças climáticas.

Segundo a Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (FICV), existe uma "grave falta" de sistemas fortes de prevenção e de preparação, apesar das deficiências que se tornaram evidentes nos três anos de pandemia da Covid-19.

A maior rede humanitária do mundo acredita que confiança, igualdade e ação local devem ser a base para se preparar para a próxima crise.

Para a FICV, os governos não estão mais preparados agora do que estavam em 2019, quando o vírus da Covid-19 foi descoberto na China.

Por isso, pede aos países que se preparem para "vários riscos, não apenas um", já que duas crises podem ocorrer simultaneamente, como um desastre natural relacionado com o clima e com uma epidemia.

"A pandemia da Covid-19 deve ser um alerta para a comunidade mundial se preparar agora para a próxima crise de saúde", disse o secretário-geral da FICV, Jagan Chapagain.

"A próxima pandemia pode ser iminente e, se a experiência da covid-19 não acelerar os preparativos, o que vai acelerar?", questionou.

O FICV também pede o desenvolvimento de produtos mais baratos, mais fáceis de armazenar e administrar para enfrentar a pandemia. Segundo suas estimativas, os países devem aumentar o financiamento nacional da saúde em 1% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2025.

O governo japonês vai suspender a recomendação do uso de máscaras em ambientes fechados e rebaixar a classificação da Covid-19 – anunciou o primeiro-ministro Fumio Kishida, nesta sexta-feira (27).

As mudanças, que entram em vigor no início de maio, vão rebaixar a classificação da doença à mesma da gripe. Atualmente, ela está no mesmo nível da tuberculose e da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars).

"Em relação ao uso de máscaras, tanto em locais fechados quanto abertos, a decisão dependerá de cada pessoa", disse Kishida em uma reunião do governo.

"Tomaremos outras decisões sobre 'a vida com o coronavírus' e vamos voltar gradualmente à normalidade", acrescentou.

No Japão, onde o uso de máscaras ainda é indicado em locais públicos, mesmo antes da pandemia, muitas pessoas já usavam a proteção quando acometidos por um resfriado, ou para se protegerem dos vírus no inverno.

Segundo pesquisas, a maioria da população manterá o hábito por motivos de saúde pública.

Com a mudança na classificação da doença, é esperado que pessoas com covid-19 e as que tiveram contato com o vírus não precisem mais ficar isoladas.

Na Coreia do Sul, o uso de máscaras também deixará de ser obrigatório, a partir da próxima segunda-feira (30). Já a China abandonou sua rigorosa política de "covid zero" no mês passado.

No meio da crise sanitária da pandemia da Covid-19, a então ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos Damares Alves pediu que o então presidente Jair Bolsonaro (PL) rejeitasse leitos de UTI e produtos de limpeza a indígenas, em nota técnica enviada ao Planalto no dia 6 de julho de 2020. Damares justificou o pedido com a explicação de que os povos não foram “diretamente consultados pelo Congresso Nacional”. 

A nota foi assinada pelo secretário adjunto da Igualdade Racial Ezequiel Roque, e solicitava que Bolsonaro retirasse da lei de proteção aos indígenas a obrigação da União, estados e municípios fornecerem itens como água potável, materiais de limpeza, higiene e desinfecção, leitos de UTI, ventiladores pulmonares e materiais informativos sobre a Covid-19. Segundo a coluna de Guilherme Amado, do O Globo, à época, Bolsonaro concordou com o pedido. 

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“Mesmo cientes da situação de excepcionalidade vivida pelo País e da celeridade em aprovar projetos de lei que beneficiem e projetam os povos tradicionais, os povos indígenas, quilombolas e demais povos tradicionais não foram diretamente consultados pelo Congresso Nacional”, endossou Damares no documento. 

No dia da publicação dos vetos presidenciais, em 8 de junho, o ministro Luís Roberto Barroso mandou o governo adotar medidas para evitar mortes de indígenas pela doença. A decisão de Barroso foi referendada um mês depois pelo plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), e o Congresso Nacional derrubou os vetos de Bolsonaro com as solicitações de Damares. 

 

A China, criticada por sua falta de transparência sobre a epidemia de covid-19, anunciou neste sábado (14) pelo menos 60.000 mortes relacionadas ao vírus desde que retirou as restrições de saúde no país há um mês.

Após três anos impondo algumas das restrições mais draconianas do mundo, a China suspendeu abruptamente a maior parte de suas disposições de saúde contra o coronavírus no início de dezembro, após protestos contra a gravidade dessas medidas em várias cidades do país.

Desde então, o número de pacientes aumentou consideravelmente. Os hospitais estão sobrecarregados com pacientes idosos e os crematórios registram um grande número de corpos. Apesar disso, as autoridades até agora relataram apenas um pequeno saldo de mortes.

Em dezembro, Pequim revisou sua metodologia de contagem de mortes por covid-19 e agora apenas pessoas que morreram diretamente de insuficiência respiratória relacionada ao coronavírus estão incluídas nas estatísticas.

Essa mudança controversa de metodologia significa que um grande número de falecimentos não é mais registrado como causado pela covid-19.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) criticou esta nova definição chinesa de morte por covid como "muito limitada".

O diretor-geral da organização internacional, Tedros Adhanom Ghebreyesus, solicitou neste sábado "um seleção cronológica mais detalhada dos dados por província”, em conversa telefônica com Ma Xiaowei, segundo um comunicado da entidade.

- Primeiro balanço após nova metodologia -

Em uma conversa telefônica com Ma Xiaowei, diretor da Comissão Nacional de Saúde da China, Tedros pediu que "este tipo de dado detalhado continue a ser compartilhado" com a OMS e com a sociedade.

No sábado, as autoridades de saúde divulgaram sua primeira avaliação da pandemia desde a suspensão das restrições sanitárias no mês passado.

"Um total de 59.938" mortes relacionadas com a covid-19 foram registradas "entre 8 de dezembro de 2022 e 12 de janeiro de 2023", disse Jiao Yahui, chefe do gabinete de administração médica da Comissão.

O número inclui 5.503 mortes causadas por insuficiência respiratória diretamente devido ao vírus e 54.435 mortes provocadas por doenças subjacentes combinadas com a covid, explicou Jiao. Este saldo, porém, que não inclui os óbitos registrados fora dos hospitais, está provavelmente subnotificado.

A OMS expressou várias dúvidas sobre os dados epidemiológicos de Pequim, solicitando informações mais rápidas, regulares e confiáveis sobre o número de hospitalizações, mortes e um sequenciamento mais completo do vírus em tempo real.

O governo chinês rejeitou as críticas e pediu à OMS que assuma uma postura "imparcial" em relação à covid-19.

Na quarta-feira, as autoridades de saúde chinesas disseram que "não era necessário" no momento focar no número exato de mortes relacionadas ao vírus.

"A principal tarefa durante a pandemia é tratar os pacientes", disse o epidemiologista Liang Wannian.

Liang Wannian também argumentou que não havia consenso internacional sobre como classificar uma morte relacionada à covid.

Se "não for possível chegar a um consenso, cada país classificará de acordo com sua própria situação", afirmou Liang.

A China poderia determinar os números de falecimentos examinando o excesso de mortalidade após o fato, sugeriu Wang Guiqiang, chefe do departamento de doenças infecciosas do Hospital nº 1 da Universidade de Pequim.

No momento da coletiva de imprensa da última quarta-feira, apenas 37 mortes relacionadas à covid haviam sido contabilizadas desde o mês passado na China, que tem uma população de 1,4 bilhão de habitantes.

A prefeitura do Rio de Janeiro vai suspender, a partir desta sexta-feira (6), a aplicação de doses da vacina contra a Covid-19. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, acabaram os estoques do imunizante e apenas crianças de 5 a 11 anos seguem sendo vacinadas.

O secretário de Saúde, Daniel Soranz, disse que as doses para as crianças também devem acabar em breve. “Há poucas doses de vacina para covid ainda no dia de hoje. Muito provavelmente amanhã seremos obrigados a suspender a vacina para covid de adultos. Também há poucas doses de vacina para crianças. Então, procure se vacinar no dia de hoje, enquanto a gente ainda tem doses disponíveis”, afirmou.

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Ele disse que está em Brasília hoje e vai conversar sobre a questão com a ministra da Saúde, Nísia Trindade.

“A gente deve encerrar os estoques [de vacinas] no dia de hoje, as últimas doses. A previsão é de retomar na próxima semana. Eu estou em contato direto aqui com o Ministério da Saúde, hoje eu tenho uma reunião com a ministra Nísia, para que a gente possa organizar esse fluxo de entrega de vacinas para o Rio nesse próximo período”, explicou.

Doses de reforço

O secretário ressaltou, ainda, a importância do reforço na imunização e disse que muitas pessoas procuraram os postos nas últimas semanas.

“Hoje, há um milhão de cariocas que não voltaram para tomar as doses de reforço. Felizmente, com as festas de fim de ano, muitos cariocas procuraram se vacinar. Hoje, a gente tem um cenário epidemiológico muito favorável por conta da nossa alta cobertura vacinal. Só que essa proteção não dura para sempre e é importante que os cariocas saibam disso. Então, a nossa recomendação é que procurem se vacinar o quanto antes, procurem se proteger”, enfatizou.

De acordo com secretário Soranz, os detalhes sobre a entrega dos próximos lotes devem ser definidos ainda hoje com o Ministério da Saúde. O ministério foi procurado pela reportagem, mas ainda não retornou o contato.

Cobertura vacional

Até o momento, a cobertura vacinal contra a Covid-19 no Rio de Janeiro atingiu 90,2% da população total com as duas doses do esquema básico, subindo para 99,8% dos adultos, a partir dos 18 anos.

Entre as crianças de 5 a 11 anos, apenas 64% completaram o esquema e ainda há 88,8 mil pessoas nessa faixa etária que não receberam nenhuma dose.

Pelo menos uma dose de reforço da vacina foi aplicada em 59,9% da população total, mas apenas 38,3% dos adultos voltaram para receber a quarta dose.

O governo de Pequim criticou, nesta terça-feira (3), a imposição de testes de Covid-19 em vários países a viajantes provenientes da China, que enfrenta uma onda de casos sem precedentes.

"Alguns países estabeleceram restrições de entrada visando apenas viajantes chineses. Isso não tem base científica e algumas práticas são inaceitáveis", denunciou Mao Ning, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores.

Neste contexto, a China poderia "adotar contramedidas, de acordo com o princípio da reciprocidade", alertou.

Em 7 de dezembro, as autoridades chinesas levantaram as rígidas restrições sanitárias de sua estratégia de "covid zero", decisão que provocou uma avalanche de doentes nos hospitais e vítimas da covid nos crematórios.

A partir de domingo, Pequim não vai mais impor quarentena às pessoas que chegam do exterior, mas continuará exigindo um teste de PCR negativo para os viajantes.

O país não emite visto de turismo há quase três anos.

Uma dezena de países impôs testes de covid a passageiros da China nos últimos dias, diante da preocupação com a falta de transparência sobre os números de infectados e por medo do aparecimento de novas variantes.

Em Xangai, dois terços dos residentes podem ter contraído covid nas últimas semanas, segundo um funcionário de um dos principais hospitais da cidade.

"Atualmente, o surto em Xangai é muito grande e pode ter afetado 70% da população, o que é entre 20 e 30 vezes mais" do que o surto anterior no início de 2022, declarou nesta terça-feira Chen Erzhen, vice-presidente do hospital Ruijin, a um blog publicado pelo Diário do Povo.

A cidade de 25 milhões de habitantes, capital econômica da China, foi colocada sob estrito confinamento por dois meses a partir de abril. Muitos habitantes foram transferidos para centros de quarentena.

Agora, a variante ômicron se espalha muito rapidamente.

- 100 ambulâncias -

Em outras grandes cidades chinesas, como Pequim, Tianjin (norte), Chongqing (sudoeste) e Guangzhou (sul), as autoridades sanitárias acreditam que o pico já passou.

Chen, que também é membro do Conselho de Especialistas em Covid de Xangai, informou que seu hospital recebe 1.600 admissões de emergência por dia - o dobro do número antes do levantamento das restrições - 80% das quais são pacientes com covid.

"Todos os dias chegam mais de 100 ambulâncias ao hospital", explica, apontando que metade dos doentes tem mais de 65 anos e, por isso, são mais vulneráveis.

Repórteres da AFP no hospital Tongren de Xangai observaram nesta terça-feira pacientes recebendo tratamento de emergência do lado de fora do prédio, sobrecarregado com o fluxo de pacientes.

Os corredores estavam cheios de idosos deitados em leitos recebendo soro. Alguns usavam máscaras de oxigênio.

Em outro hospital de Xangai, a AFP testemunhou uma discussão. "Cheguei primeiro", gritou um paciente a outro paciente.

A onda de casos de covid nas grandes cidades deve chegar em breve às zonas rurais na China, para onde milhões de pessoas devem retornar para celebrar o Ano Novo Lunar a partir de 21 de janeiro.

Nessas áreas, os serviços de saúde estão em piores condições do que nas cidades.

Jiao Yahui, funcionário da Comissão Nacional de Saúde (CNS), reconheceu na segunda-feira em entrevista à televisão estatal CCTV que a previsão para o interior representa um "enorme desafio".

Quando a pandemia da Covid-19 parecia estar controlada, o mundo reacendeu o estado de alerta com a varíola dos macacos. No Brasil, a primeira confirmação ocorreu dia 9 de junho, em São Paulo. Nessa altura, a Organização Mundial de Saúde (OMS) havia registrado mais de 1.000 casos em 29 países. 

Em julho, a doença já estava fora de controle e foi classificada pela OMS como uma emergência de saúde global. Desde a alta na proliferação, em maio, a epidemia já havia alcançado 15.800 pessoas em 72 países. 

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Em setembro, as Américas se tornaram o epicentro da doença e a primeira morte no Brasil foi confirmada no dia 12 do mês seguinte. Em um anúncio feito pela OMS no último dia 28, a nomenclatura da varíola foi alterada para 'mpox' -uma abreviação de monkeypox.  

Os últimos registros indicaram que 81.107 pessoas foram infectadas em 110 países, e 55 mortes foram relatadas à OMS. Contudo, os números ainda crescem enquanto os serviços de saúda ainda encontrar dificuldades para controlar a transmissão.

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Na China, em hospitais saturados pela pior onda de Covid-19 que o país já viveu, médicos infectados trabalham sem trégua no tratamento de pacientes idosos.

Três anos após a detecção dos primeiros casos de coronavírus em Wuhan (centro), o país enfrenta uma explosão de contágios, desde o fim súbito da maioria das restrições de saúde no início de dezembro.

As autoridades já admitiram que a extensão da epidemia atualmente é "impossível" de determinar: os testes não são mais obrigatórios e os dados fragmentados.

Em pouco tempo, o sistema de saúde se viu sobrecarregado, as farmácias ficaram sem medicamentos contra a febre, enquanto os crematórios enfrentam um grande fluxo de corpos.

No hospital Nankai de Tianjin (norte), cidade portuária localizada a 140 quilômetros de Pequim, a AFP contabilizou 20 idosos deitados em macas no serviço de emergência.

A maioria recebe medicação intravenosa, outros apresentam grande dificuldade respiratória, enquanto alguns parecem meio ou totalmente inconscientes.

"Todos têm covid", disse um médico à AFP, enquanto um colega lamentava a falta de leitos disponíveis.

O serviço de emergência está mais congestionado do que o habitual "por causa da epidemia", ressalta outro médico.

Depois de testar positivo para o coronavírus, ele precisa continuar trabalhando, como "quase todos".

Apesar de uma onda de contaminação em escala sem precedentes, as autoridades de saúde chinesas acabaram com a publicação diária dos números da covid.

Com o fim dos testes generalizados e a decisão das autoridades de alterar a definição de morte por coronavírus, as estatísticas parecem estar totalmente desfasadas da realidade.

Em um departamento específico para pacientes com febre, médicos se esforçam para supervisionar quase 30 pacientes por vez, a maioria idosos.

De seu leito, uma senhora idosa geme. "Tente não se mexer muito", sussurra um homem a ela.

- "Quatro horas de espera" -

Em um hospital próximo, a AFP observou uma pessoa morta sendo retirada do ambulatório.

Mais de 25 pessoas, também de idade avançada, estavam deitadas em leitos improvisados nos corredores estreitos do pronto-socorro.

Entre elas, pacientes em soro ou inerte. Mas também pessoas tremendo de frio, apesar de seus gorros de lã e cobertores grossos.

Alguns sufocam um ataque de tosse em suas máscaras. Cilindros de oxigênio azuis são visíveis.

Os enfermeiros movimentam os pacientes em macas ou cadeiras de rodas, tentando não esbarrar em outros pacientes.

Na sala de reanimação, os médicos estão ocupados ao redor de um paciente idoso, conectado a máquinas que medem seus sinais de vida.

Seguranças garantem do lado de fora que a espera por uma consulta ocorra em paz.

Um funcionário do hospital confirmou à AFP que a maioria dos pacientes internados no pronto-socorro desenvolveu complicações relacionadas à covid.

Num canto, um homem passa um chumaço de algodão embebido em água nos lábios ressecados de uma senhora idosa. Deitada numa maca, ela respira com dificuldade.

No meio do incessante balé de ambulâncias, um idoso, que diz estar com covid, apresenta-se à entrada do hospital.

"Há uma espera de quatro horas para consultar um médico", responde um funcionário. À sua frente, já aguardam "300 pessoas", aponta.

As cenas estão longe de serem casos isolados. A AFP testemunhou situações semelhantes em Xangai, a capital econômica, assim como em Chongqing, uma grande cidade-metrópole no sudoeste da China, onde o fluxo de pacientes também está sobrecarregando o sistema de saúde.

As mortes causadas pela pandemia de Covid-19 deixaram 40.830 crianças e adolescentes órfãos de mãe no Brasil, segundo estudo publicado por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Para os autores da pesquisa, divulgada nesta segunda-feira (26) pela Fiocruz, houve atraso na adoção de medidas necessárias para o controle da doença, e isso provocou grande número de mortes evitáveis.

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Os resultados obtidos pelos pesquisadores podem ser consultados em artigo publicado em inglês, em 19 de dezembro. As fontes de dados utilizadas foram o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), em 2020 e 2021, e o Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc) entre 2003 e 2020.

Coordenador do Observatório de Saúde na Infância, iniciativa da Fiocruz com a Faculdade de Medicina de Petrópolis do Centro Arthur de Sá Earp Neto (Unifase), Cristiano Boccolini alerta que essas crianças e adolescentes necessitam, com urgência, da adoção de políticas públicas intersetoriais de proteção.

"Considerando a crise sanitária e econômica instalada no país, com a volta da fome, o aumento da insegurança alimentar, o crescimento do desemprego, a intensificação da precarização do trabalho e a crescente fila para o ingresso nos programas sociais, é urgente a mobilização da sociedade para proteção da infância, com atenção prioritária a este grupo de 40.830 crianças e adolescentes que perderam suas mães em decorrência da covid-19 nos dois primeiros anos da pandemia", afirma o pesquisador, que é um dos autores da pesquisa.

A morte de um dos pais, e em particular da mãe, está ligada a desfechos adversos ao longo da vida e tem graves consequências para o bem-estar da família, acrescenta a pesquisadora do Laboratório de Informação e Saúde do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), Celia Landmann Szwarcwald. 

"As crianças órfãs são mais vulneráveis a problemas emocionais e comportamentais, o que exige programas de intervenção para atenuar as consequências psicológicas da orfandade."

O dado sobre órfãos é uma parte da análise dos pesquisadores sobre a mortalidade causada pela pandemia de covid-19 em toda a população. Outro ponto destacado pelo estudo é que a covid-19 foi responsável por mais que um terço de todas as mortes de mulheres relacionadas a complicações no parto e no nascimento.

Os pesquisadores calculam que, em 2020 e 2021, a covid-19 foi responsável por quase um quinto (19%) de todas as mortes registradas no Brasil. Durante o pico da pandemia, em março de 2021, o país chegou a contabilizar quase 4 mil óbitos pela doença por dia, número que supera a média diária de mortes por todas as causas em 2019, que foi de 3,7 mil.

Desigualdades

O estudo indica ainda que a mortalidade entre analfabetos chegou a ser de 38,8 mortes a cada 10 mil pessoas, enquanto a média da população brasileira foi de 14,8 mortes para cada 10 mil pessoas.

Para estimar o impacto da escolaridade na mortalidade por covid-19, os pesquisadores utilizaram dados de óbitos pela doença e a distribuição da população brasileira por nível de escolaridade da Pesquisa Nacional de Saúde. Os resultados mostram que entre adultos analfabetos a mortalidade por covid-19 foi três vezes maior que entre aqueles que concluíram o ensino superior.

A pesquisadora da Fiocruz Wanessa da Silva de Almeida lembra que a escolaridade e outras características socioeconômicas afetam o prognóstico da covid-19 e outras doenças. "A desigualdade socioeconômica acarreta iniquidades no acesso aos serviços de saúde e, consequentemente, dificuldades no diagnóstico oportuno e no tratamento dos casos."

Os autores do estudo destacam que o maior peso da mortalidade nos indivíduos de menor escolaridade reflete o impacto desigual da epidemia nas famílias brasileiras socialmente desfavorecidas, sendo ainda maior entre as crianças e adolescentes que se tornaram órfãs e perderam um dos provedores do sustento da família. 

A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) atualizou, nesta segunda-feira (26), os números da pandemia do coronavírus em Pernambuco, com dados acumulados do final de semana. Foram confirmados 1.066 novos casos da Covid-19, além de três óbitos.

Dos novos registros, 15 são de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e 1.051 são leves. Pernambuco totaliza 1.118.075 casos confirmados da doença, sendo 60.560 graves e 1.057.515 leves.

No boletim de hoje também constam três mortes, ocorridas entre os dias 24 de novembro deste ano e 4 de dezembro. Com isso, o Estado totaliza 22.560 mortes pela Covid-19.

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“Se as coisas são inatingíveis… ora! Não é motivo para não querê-las”, indicou a psicóloga e professora universitária Larissa de Oliveira, de Mário Quintana, ao falar sobre sonhos. Dentre os bons sentimentos do Natal e do final do ano, está a realização de sonhos. É a época em que se cria as metas para o ano seguinte e se analisa as que foram cumpridas ou não no ano vigente e, entre elas, os sonhos. 

A psicóloga explicou que são os sonhos que nos motivam a continuar e não desistir mesmo diante das dificuldades da vida. “Os sonhos dão cor à vida, nos proporcionam dar sentido às nossas vidas. Nos dão um propósito pelo qual significaremos a nossa existência. São eles que nos motivam a continuar a caminhada da vida e fazem parte do que Heidegger chamou de: vida autêntica”, disse. 

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Para Larissa de Oliveira, uma vida sem sonhos e metas é sem significado e propósito. “ E uma vida sem significado é uma vida vazia e angustiante. Pessoas sem objetivos e sonhos são como barcos à deriva: não sabem para onde devem seguir e qual devem ancorar. Apenas se deixam levar pela correnteza e pelo vento”, afirmou. 

Sendo assim, a reportagem do LeiaJá falou com pessoas que realizaram sonhos neste ano, depois de toda a angústia e perdas ocasionadas pela pandemia da Covid-19 e várias outras tragédias que aconteceram no Brasil, no mundo e no Recife.

O autônomo Leandro Silva e o enfermeiro Joseildo Silva realizaram o sonho de adotar o segundo filho neste ano, Silas Silva, de 13 anos. O casal já tinha um filho, Paulo Matheus Silva, de 18 anos, também por via adotiva. “Sempre foi um sonho nosso ser pai. Sabiamos que seríamos pais e escolhemos pela via da adoção. Sempre foi um sonho com muita vontade que acontecesse. E a gente correu atrás tanto de Matheus quanto de Silas”, contou. 

Para Leandro, a realização do sonho foi “uma alegria imensa, um prazer imensurável”. “Desde quando começamos o processo da adoção não tivemos pensamento negativo em momento nenhum, ou deixamos de acreditar que o nosso sonho se tornaria realidade. O nosso pensamento era de que o nosso filho já estava nos esperando, só não sabíamos onde e nem quando o telefone tocaria para nos avisar dele”, revelou. 

Agora, o objetivo de Leandro e Joseildo é dar todo o suporte necessário no crescimento e desenvolvimento dos filhos. “Queremos curtir cada momento com eles. Viajar, auxiliar nas tarefas, brincar e dar a atenção necessária a cada um”. 

Já a executiva de negócios Rosinha Lima, realizou neste ano de 2022 o sonho de escrever e publicar um livro de poesia, que não tem lá tanto a ver com a sua vida profissional, pautada pelo atendimento aos clientes. Ela desenvolveu a escrita já na adolescência. “Gostava de escrever textos sobre os sentimentos e já apresentava muita fluidez para escrever cartas, sendo muito explorada quando minhas amigas, por algum motivo nos seus relacionamentos, pediam-me para escrever o que elas queriam transmitir aos namorados”, contou. 

Mas foi em 2008 que Rosinha começou a escrever poemas, no período em que o marido viajava e ela ficava sozinha, “relatando meus sentimentos no papel”, e o sonho começou a ser idealizado.

“Sempre vinha à mente que eu poderia ter um livro de poesias. Nada obstante, igualmente aos meus poemas, era mera imaginação. O tempo passou, teve uma longa pausa e eu retomei de modo vívido esse sonho. No entanto, era um desejo, uma vontade de efetivar esse potencial como escritora, mas nada fazia rumo à essa realização. Em certo momento, em março deste ano, eu parei e pensei: eu quero muito que isso aconteça. Preciso ter atitude. Preciso agir nesse processo e só depende de mim buscar as alternativas. Assim o fiz”, disse. 

E foi no intervalo de nove meses, entre março e dezembro, que Rosinha Lima escreveu o livro “Gotas de Sensibilidade”, que já está na pré-venda. A realização foi uma meta para 2022. “Era uma das minhas metas de vida emergir para o mundo literário. A ideia era ter o meu livro disponível como opção de presente de Natal. Uma maneira de falar de amor em momento bem oportuno e de forma mais abrangente. Como o processo de produção/finalização é demorado, não foi possível”, afirmou.

A sensação da realização para a agora - e oficialmente - escritora é de felicidade e gratidão. “Saber que a semente daquilo que você tanto quis, brotou, vai se transformando e permanecerá disponível a todos é muito gratificante. Tenho um objetivo maior por trás desses sentimentos em versos, que é o estímulo à leitura”, confessou. 

Agora, a espera e a nova meta de Rosinha Lima é o lançamento do livro, que ainda não tem data. “É um clichê necessário: é como esperar um filho nascer e apresentá-lo ao mundo. Uma ansiedade benéfica, promovida pela alegria de poder compartilhar um momento único com pessoas queridas. Ocasião da realidade. Meu sonho no modo físico, palpável, transmitindo ‘Gotas de Sensibilidade’”, relatou. 

Árvore de Natal gigante, balões coloridos nas ruas e selfies na Basílica da Natividade: turistas voltam a Belém para celebrar o Natal após anos de ausência pela pandemia.

Berço de Cristo segundo a tradição cristã, a cidade de Belém recebe todos os anos milhares de peregrinos e turistas no Natal, mas essas visitas foram reduzidas nos dois últimos anos devido à pandemia de covid e às restrições sanitárias, que complicaram as viagens.

Agora que as restrições foram suspensas nos territórios palestinos e em Israel, onde fica o aeroporto internacional mais próximo de Belém, a cidade palestina ganha ares de festa.

"O Natal é a festa da cidade, gastamos muito tempo e nos esforçamos muito para prepará-lo", disse à AFP a prefeita do município, Hanna Hanania.

“Queríamos ter uma participação internacional e preparamos canções e espetáculos para crianças com cantores da França, África do Sul e Malta”, acrescenta.

As ruas, lojas e edifícios de pedra desta cidade palestina, onde convivem cristãos e muçulmanos, atraem muitos turistas como James Wittenberger, um americano de 70 anos de Michigan, com seus quatro filhos.

- "Um lugar importante" -

"É um lugar maravilhoso. Estamos aqui há três dias e o tempo está bom. Temos sorte de estar aqui, longe da tempestade", que atinge os Estados Unidos neste fim de semana, diz Paul, seu filho de 40 anos.

"Ando por esta cidade maravilhosa e reflito sobre o fato de que é um lugar sagrado, do nascimento de Cristo, é um lugar importante, principalmente no Natal", suspira John Haves, 22, de Vancouver, no Canadá.

Dono de uma oficina de cerâmica, Michael Al-Sirani fica encantado com o retorno dos turistas depois de dois Natais difíceis que obrigaram os hotéis locais a fechar as portas.

“Começamos a sentir que as coisas estão melhorando depois do coronavírus. Além disso, os turistas voltaram a dormir na cidade”, afirmou.

Uma observação confirmada pela Autoridade Palestina com sede na Cisjordânia, território ocupado desde 1967 por Israel e onde fica a cidade de Belém.

"Desde o início deste ano, mas mais precisamente a partir de março, começamos a receber turistas e peregrinos de todo o mundo. O número de turistas continuou a aumentar para um total de 700.000 turistas de todo o mundo", explica Rola Maayah, ministra do Turismo da Palestina.

Peregrinos meditam na Basílica da Natividade enquanto outros multiplicam as selfies, com as cabeças cobertas por gorros de Papai Noel, poucas horas antes da tradicional missa da meia-noite e dos desejos de paz.

Meio milhão de pessoas são infectadas diariamente com a Covid-19 na cidade chinesa de Qingdao, informou uma autoridade local de saúde, em um raro e rapidamente censurado reconhecimento da onda de infecções que não aparece nas estatísticas oficiais.

A China começou a suspender este mês os principais elementos de sua estratégia de 'covid zero', com o fim dos confinamentos, quarentenas e restrições de viagens.

As prateleiras das farmácias em todo o país estão quase vazias, os hospitais lotados e os crematórios e funerárias mal conseguem acompanhar o surto da doença.

O fim dos testes obrigatórios impossibilita o rastreamento dos contágios. As autoridades modificaram a definição médica de morte por Covid-19, o que, segundo especialistas, reduzirá o número de óbitos atribuídos ao vírus.

Um veículo de comunicação ligado ao Partido Comunista em Qingdao, leste do país, citou na sexta-feira uma declaração do secretário municipal de Saúde, segundo a qual a cidade registra "entre 490.000 e 530.000" novos casos diários de Covid-19.

- "Rápida transmissão" -

A localidade costeira, de quase 10 milhões de habitantes, enfrenta "um período de rápida transmissão e se aproxima do pico", declarou Bo Tao. O secretário projeta a aceleração da taxa de infecção a 10% durante o fim de semana.

A informação sobre Qingdao foi compartilhada por vários meios de comunicação, mas neste sábado parecia ter sido editada para suprimir o número de contágios.

A Comissão Nacional da Saúde (CNS) informou neste sábado que o país registrou na sexta-feira 4.103 novos contágios de coronavírus, sem mortes.

Na província de Shangdong, onde fica Qingdao, as autoridades anunciaram oficialmente apenas 31 novos contágios.

O governo chinês controla a imprensa, com legiões de censores na internet que suprimem os conteúdos considerados politicamente sensíveis.

A maior parte da imprensa controlada pelo governo minimiza a gravidade da onda de contágios e ressalta uma mudança de política apontada como lógica e coordenada.

Mas o governo da província de Jiangxi (leste) anunciou nas redes sociais na sexta-feira que 80% de sua população - quase 36 milhões de pessoas - pode ser infectada até março.

Nas últimas duas semanas, até quinta-feira, mais de 18.000 pacientes foram internados em centros médicos da província, incluindo quase 500 casos graves, mas nenhuma morte foi registrada, segundo as autoridades.

- "Sem precedentes" -

Vários indícios apontam que o sistema de saúde está sob pressão, como o fato de algumas autoridades regionais terem alertado recentemente que o pior ainda está por vir.

A cidade industrial de Dongguan, sul do país, anunciou na sexta-feira que, segundo os dados recebidos, até 300.0000 novas infecções estão sendo registradas a cada dia. Além disso, o ritmo "é cada vez mais rápido".

"Muitos recursos e profissionais da saúde estão enfrentando desafios muito duros e uma pressão gigantesca, algo que não tem precedentes", destacou a secretaria de Saúde da cidade, 10,5 milhões de habitantes, em um comunicado.

A secretaria também publicou um vídeo que mostra pacientes conectados a soros, em uma fila do lado de fora de uma clínica, e um médico dormindo em sua mesa após longas jornadas de trabalho.

Uma autoridade de saúde de Hainan disse na sexta-feira que a província pode atingir o pico de infecções "em breve". Em Xangai (leste), mais de 40.000 pacientes estão sendo tratados por "febre", informou o Diário do Povo, jornal ligado ao governo, neste sábado.

Em Chongqing, cidade de de 32 milhões de habitantes, as autoridades iniciaram uma campanha para administrar vacinas inaláveis nos moradores, enquanto os hospitais estão superlotados, com muitos idosos infectados pela covid-19.

Os municípios pernambucanos estão autorizados, a partir desta sexta-feira (23), a iniciar a imunização de todas as crianças de 6 meses a 2 anos (2 anos, 11 meses e 29 dias), independente de comorbidades, contra a Covid-19. A definição foi discutida e aprovada pelos membros do Comitê Técnico Estadual de Acompanhamento da Vacinação e pactuada com os representantes municipais. A estratégia de vacinação foi ampliada devido à baixa procura nos postos de vacinação e a presença de doses do imunizante nos estoques dos municípios. Em Pernambuco, 330.378 crianças estão contempladas por fazer parte desta faixa etária.

“Com um pouco mais de 1 mês do início da vacinação das crianças de 6 meses a 2 anos, mesmo com algumas especificidades dentro dessa faixa etária, foi identificada a baixa procura pela proteção ofertada pela vacina, e consequentemente, a cobertura vacinal não tem avançado em nosso território. Gestores municipais buscaram o Programa Estadual de Imunizações para solicitar uma análise quanto ao avanço da estratégia estadual em relação à vacinação infantil contra a Covid-19, e, diante do baixo número de vacinados, o Comitê Técnico analisou e decidiu ampliar para toda a população contemplada para estimular o acesso ao imunizante e proteger um contingente populacional suscetível a doença respiratória”, afirmou a superintende de Imunizações do Estado, Ana Catarina de Melo.

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Diferentemente dos demais grupos populacionais, as crianças menores de 3 anos devem receber a proteção contra o novo coronavírus em três doses, sendo as duas primeiras com intervalo de, no mínimo, 3 semanas (21 dias), seguidas por uma terceira dose que deve ser administrada pelo menos 2 meses (8 semanas) após a segunda dose.

“A ampliação da vacinação para este público já era uma pauta de recomendação da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI), porém o baixo quantitativo de doses disponíveis nos impedia de fazer grandes avanços de imediatos. Analisando nosso cenário atual, com baixa cobertura vacinal e doses disponíveis, além da circulação do vírus, se faz necessária essa ampliação do acesso para promoção da proteção dos meninos e meninas de nosso Estado”, explica o secretário estadual de Saúde, André Longo.

A única remessa do imunobiológico Pfizer Baby, encaminhada pelo Ministério da Saúde (MS) para uso exclusivo desta população, com 47 mil doses foi recebida no último mês de novembro. Anteriormente, estava autorizada em Pernambuco a vacinação de crianças de 6 meses a menores de 2 anos com comorbidades e bebês de 6 a 11 meses de idade sem comorbidades. Considerando este contexto, até esta quinta-feira (22), os municípios informaram ao Programa Estadual de Imunizações a aplicação de apenas 5.342 doses, atingindo 1,62% de cobertura vacinal para a primeira dose.

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