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O papa Francisco, de 86 anos e internado desde quarta-feira por uma infecção respiratória, teve "uma boa noite" no hospital Gemelli de Roma, uma notícia tranquilizadora depois das preocupações da véspera com as notícias de seus problemas de saúde.

Os próximos compromissos do líder da Igreja Católica foram cancelados. O Vaticano informou que Francisco permanecerá hospitalizado por vários dias para receber tratamento.

O pontífice argentino passou uma noite "tranquila" e os funcionários que o atendem estão "muito otimistas", afirmou nesta quinta-feira a agência italiana de notícias ANSA, que cita fontes médicas.

O anúncio de sua inesperada hospitalização provocou muitas perguntas sobre o estado de saúde do primeiro papa latino-americano da história.

Depois de afirmar que a internação era motivada por "exames programados", o porta-voz do Vaticano finalmente anunciou, após várias horas de silêncio, que o pontífice sofria de uma "infecção respiratória".

"Nos últimos dias ele reclamava de dificuldades respiratórias e foi submetido a exames médicos durante o dia", afirmou em um comunicado o diretor da secretaria de imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni.

Os exames médicos "mostraram uma infecção respiratória". O diagnóstico de covid-19 foi descartado, mas Francisco precisará de "vários dias de tratamento médico hospitalar adequado", explicou.

Fontes do hospital afirmaram que é possível que o pontífice possa comandar a missa do Domingo de Ramos no Vaticano, "salvo imprevistos".

A missa abre as celebrações da Semana Santa, que tem como ponto máximo o Domingo de Páscoa, a data mais importante do cristianismo.

As cerimônias, no entanto, são longas e cansativas para uma pessoa que passou vários dias internado.

Francisco tem uma viagem programada para a Hungria no fim de abril, à cidade de Budapeste, para acompanhar o encerramento de um Encontro Eucarístico Internacional.

- Renúncia não está descartada -

A hospitalização surpreendeu a opinião pública, ainda mais porque na quarta-feira Jorge Bergoglio participou de maneira normal da tradicional audiência geral na Praça de São Pedro, durante a qual apareceu sorridente e saudou os fiéis do "papamóvel".

"Papa: O grande medo": a manchete desta quinta-feira do jornal La Stampa descreve momentos dramáticos, depois que o pontífice revelou "uma forte dor no peito", o que levou os auxiliares a chamar uma ambulância com urgência e decidir pela internação imediata.

Francisco, que utiliza uma cadeira de rodas desde maio de 2022 devido à artrite em um joelho, passou por uma cirurgia no cólon em julho de 2021 no mesmo hospital de Roma, onde permaneceu internado por 10 dias.

O papa já afirmou que a operação deixou "sequelas" devido à anestesia e que, por este motivo, descartou uma nova cirurgia no joelho.

Os problemas médicos o obrigaram a cancelar várias audiências em 2022 e a adiar uma viagem à África, o que provocou muitos questionamentos sobre uma possível renúncia.

Em várias entrevistas concedidas nos últimos meses, o papa mencionou a possibilidade de renunciar, assim como fez em 2013 seu antecessor, Bento XVI, que faleceu em dezembro de 2022.

"É verdade que escrevi a minha renúncia dois meses depois de minha eleição (em março de 2013)... Eu fiz isso para o caso de ter algum problema de saúde que me impeça de exercer meu ministério", revelou Francisco, embora depois tenha esclarecido que ainda não havia pensado em renunciar ao cargo.

Em julho do ano passado, ele confessou que já não podia viajar no mesmo ritmo de antes e declarou que poderia optar pelo afastamento.

No mês passado, ele voltou a abordar o tema para explicar que a renúncia de um papa "não deve virar uma moda" e destacou que a ideia "não estava em sua agenda no momento".

O pontífice é atendido com frequência por uma equipe de médicos e enfermeiros, seja no Vaticano ou durante as viagens ao exterior.

Uma medida mais do que necessária devido a sua idade e ao seu histórico médico, já que aos 21 anos ele ficou à beira da morte por uma pleurisia e sofreu uma retira parcial de um dos pulmões.

O papa Francisco, de 86 anos, foi internado nesta quarta-feira (29) em um hospital de Roma para ser submetido a "exames médicos programados", informou o Vaticano em uma breve nota, o que levou o pontífice argentino a cancelar as audiências previstas para quinta-feira (30).

"O Santo Padre está no (hospital) Gemelli desde esta tarde para exames previamente programados", afirmou o diretor da secretaria de imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni.

"A agenda do papa foi suspensa caso ele tenha que fazer mais exames", acrescentou uma fonte do Vaticano à AFP, acrescentando que é "possível" que o papa passe a noite no hospital.

Francisco, que comemorou 10 anos de papado em março, participou da audiência geral na manhã de quarta-feira na Praça de São Pedro, durante a qual apareceu sorrindo enquanto cumprimentava os fiéis em seu "papamóvel".

No entanto, segundo os fotógrafos da AFP, se movimentava com dificuldade e parecia sentir fortes dores.

Francisco, que usa cadeira de rodas desde maio de 2022 devido a fortes dores no joelho direito, passou 10 dias no hospital Gemelli em julho de 2021 para uma delicada operação de cólon.

O papa explicou mais tarde que esta operação o deixou com "sequelas", então decidiu descartar a cirurgia no joelho, conforme aconselhado por seus médicos.

O mundo já sabia de seus diversos males pelo fato de sofrer de uma dor ciática crônica que o obrigava a mancar, motivo pelo qual teve que renunciar às cerimônias oficiais em algumas ocasiões.

O hospital Gemelli é o centro médico onde o papa João Paulo II também foi hospitalizado em várias ocasiões e teve um tumor benigno no cólon removido em 1992.

- Especulações e segredos -

A saúde do papa, sobretudo devido à idade de Francisco e a seus problemas para andar, costumam levantar todo tipo de especulações.

Nas várias entrevistas concedidas nos últimos meses, o papa latino-americano evocou a possibilidade de renunciar, tal como fez seu antecessor em 2013, Bento XVI, que morreu no final de 2022.

Em julho passado, Francisco confessou que "já não podia viajar" com o mesmo ritmo de antes e inclusive mencionou que poderia se afastar. Em fevereiro, esclareceu que a renúncia de um papa "não deve virar moda" e que essa ideia "no momento não estava em sua agenda".

Há um ano, Francisco conta com um "assistente pessoal de saúde", uma enfermeira, que o acompanha de forma permanente.

A saúde dos papas tem sido sempre uma "matéria reservada" para o Vaticano e mantida geralmente em segredo.

O médico e jornalista argentino Nelson Castro apresentou recentemente em Roma um livro sobre a saúde dos papas e as doenças sofridas por eles desde Leão XIII e falou em particular sobre o tema com Francisco.

Ele afirmou a Castro que havia se "recuperado por completo" e que "não havia se sentido limitado desde então".

Também confessou que quando residia na Argentina tratou dores nas costas com acupuntura chinesa, que sofria de "cálculos na vesícula biliar" e que, em 2004, teve um problema cardíaco "temporário" devido a um ligeiro estreitamento de uma artéria.

O papa Francisco pediu nesta quarta-feira (22) ajuda para preservar a água, com uma gestão mais eficiente dos recursos hídricos do planeta, um bem que que não pode ser objeto de "desperdício" ou "motivo de guerras".

"Rezo por um bom resultado do trabalho da conferência que acontece sobre o tema na sede da ONU em Nova York e espero que este evento importante possa acelerar iniciativas a favor dos que sofrem pela falta de água, um recurso essencial", declarou durante a audiência geral.

"A água não pode ser objeto de desperdício, abuso ou motivo de guerras, e sim deve ser preservado para o nosso bem o das gerações futuras", acrescentou.

A conferência da ONU sobre a água é um evento sem precedentes em quase meio século e conta com a participação de 6.500 pessoas, incluindo uma centenas de ministros e uma dezena de chefes de Estado e de Governo.

Em um relatório publicado para a reunião, o secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, criticou o modelo de consumo atual que caminha para "esgotar, gota a gota, esta fonte de vida para a humanidade".

O pontífice fez o apelo porque nesta quarta-feira também é celebrado o Dia Mundial da Água e citou o Cântico das Criaturas de São Francisco, que define a água como "humilde, preciosa e casta".

O Papa Francisco deu as boas-vindas neste sábado (18) a milhares de refugiados que chegaram à Europa com a ajuda de organizações cristãs, reconhecendo as dificuldades do trajeto e celebrando o desejo dos migrantes de viverem "sem medo ou insegurança".

O pontífice de 86 anos também agradeceu às pessoas que ajudaram os refugiados a se estabelecerem em sua nova vida, dizendo que "o acolhimento é o primeiro passo para a paz".

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"Estou feliz por encontrar tantos refugiados e suas famílias (...) cada um de vocês merece atenção pela dura história que têm vivido", disse o papa argentino.

Cerca de 6.000 migrantes participaram do encontro.

Os corredores humanitários foram criados para oferecer uma alternativa à perigosa viagem pelo Mar Mediterrâneo.

Administrados por associações cristãs desde 2016, foram implementados pela Comunidade de Santo Egídio, na Itália, e posteriormente, se espalharam para a França e Bélgica.

Através de vistos emitidos pelos governos europeus para pessoas em situação de vulnerabilidade, as instituições voluntárias passam a atuar, principalmente, na chegada destes migrantes na continente europeu, fornecendo alojamento, acesso a cursos de idiomas e auxílio na solicitação de asilo.

A iniciativa beneficia cidadãos da Síria, Iraque, Afeganistão, Somália, Sudão do Sul, Líbia e Ucrânia, entre outros países.

O papa Francisco comemorou o décimo aniversário de seu pontificado nesta segunda-feira (13) com uma série de entrevistas e um podcast no qual critica os Estados totalitários, particularmente a Nicarágua de Daniel Ortega, que ameaça suspender suas relações com o Vaticano.

O jesuíta argentino, Jorge Bergoglio, tornou-se o 266º pontífice da Igreja Católica em 13 de março de 2013, sucedendo ao alemão Bento XVI, o primeiro papa a renunciar desde a Idade Média.

"Parece que foi ontem", confessou Francisco, o primeiro papa latino-americano da história, em um podcast transmitido nesta segunda-feira pelo canal oficial do Vaticano, Vatican News.

Líder de uma igreja em crise, o ex-arcebispo de Buenos Aires, pastor que não fez parte da influente Cúria Romana, optou pela transparência econômica e "tolerância zero" para abusos sexuais, respeitando as posturas mais tradicionais em relação ao celibato, aborto, casamento homoafetivo e homossexualidade.

Crítico severo do neoliberalismo, do imperialismo e dos conflitos militares, o papa argentino se identifica com uma Igreja que pede acima de tudo justiça social, que defende os migrantes que fogem da guerra e da miséria e que é sensível à ecologia e à natureza.

Durante esses 10 anos, o chefe da Igreja Católica se posicionou sobre a atual política internacional, denunciou a situação na Ucrânia desde o início da guerra e se ofereceu como um grande mediador.

- "Paz para a Ucrânia" -

Esta semana começou um novo conflito um país de sua região, a Nicarágua, ao criticar seus excessos autoritários e os ataques contra a Igreja após a condenação do bispo nicaraguense Rolando Álvarez a 26 anos e 4 meses de prisão. Essa reação levou o governo da Nicarágua a considerar romper relações com o Vaticano.

Nas inúmeras entrevistas concedidas por ocasião do décimo aniversário de seu pontificado, ele voltou a abordar o tema da guerra, especialmente na Ucrânia.

"Paz. Paz para a martirizada Ucrânia e para todos os outros países que sofrem o horror da guerra, que é sempre um fracasso para todos", respondeu ele em entrevista ao jornal italiano Il Fatto Quotidiano.

Todos os seus apelos à paz para a Ucrânia foram ignorados. "Precisamos de paz", insistiu ele no podcast do Vatican News.

- "Que o Senhor tenha misericórdia de mim" -

Durante a década bergogliana, o diálogo inter-religioso aumentou notavelmente, especialmente com o Islã. O papa Francisco, em particular, melhorou os laços com o grande imã da prestigiosa mesquita Al-Azhar, no Cairo, entre os muitos líderes que lhe enviaram mensagens de felicitações.

Em uma carta publicada pelo Vatican News, o xeique Ahmed al-Tayebal elogiou os esforços do papa para "construir pontes de amor e fraternidade entre todos os seres humanos".

Mensagens também foram enviadas pelo patriarca ecumênico Bartolomneu, líder dos cristãos ortodoxos, e pelo líder anglicano Justin Welby, arcebispo de Canterbury.

"Ele é um papa deste tempo. Ele soube captar as necessidades de hoje e propô-las a toda a Igreja universal (...). Está impulsionando a igreja dos próximos tempos", afirmou Don Roberto, um padre que viajou ao Vaticano no domingo para comemorar o décimo aniversário do pontificado de Francisco.

A batalha contra a cultura do abuso sexual cometido contra menores por membros da igreja tem sido um dos desafios mais dolorosos de seu papado.

Embora tenha levantado o segredo pontifício, encontrado vítimas e obrigado os religiosos a denunciar os casos à hierarquia, a pedofilia continua sendo a pedra no sapato de seu pontificado. As associações de vítimas exigem medidas mais fortes.

E o que ele deseja para si? "Que o Senhor tenha misericórdia de mim. Ser papa não é um trabalho fácil. Você não pode estudar para fazer este trabalho", respondeu ele.

Aos 86 anos e com uma saúde frágil que o obriga a usar uma cadeira de rodas, Francisco não descarta a possibilidade de renunciar, como seu antecessor Bento XVI.

"Mas no momento não tenho isso em minha agenda", disse ele à revista jesuíta Civita Cattolica no mês passado.

O papa Francisco pediu o fim do tráfico de pessoas neste domingo (05), uma semana após o naufrágio de um barco que matou pelo menos 70 pessoas no sul da Itália.

"Que os traficantes de seres humanos sejam detidos, que não continuem dispondo da vida de tantos inocentes!", pediu o papa argentino, fervoroso defensor dos refugiados, no final da oração do Angelus.

O papa, de 86 anos, pediu para "que as viagens de esperança nunca mais se transformem em viagens de morte! Que as águas límpidas do Mediterrâneo não sejam mais ensanguentadas por acidentes tão dramáticos!".

Ao discursar, o papa Francisco ficou muito comovido e depois calou-se perante a multidão reunida em frente à Praça de São Pedro, em Roma.

A tragédia ocorrida no último domingo (26) na costa de Crotone, na Calábria, deixou aproximadamente 70 mortos, entre eles, cerca de 15 menores. Os socorristas ainda procuram vítimas.

Três suspeitos de tráfico de pessoas foram presos.

Segundo os meios de comunicação italianos, cada um dos migrantes pagou entre 5.000 e 8.000 euros ( 27.000 a 44.000 reais) ao embarcarem na Turquia, três dias antes.

O papa Francisco fez um apelo nesta quarta-feira (8) por solidariedade internacional com Turquia e Síria, dois dias após o terremoto devastador que provocou mais de 11.200 mortes.

"Encorajo todos a se solidarizarem com estes territórios, alguns deles já martirizados por uma longa guerra", disse o pontífice ao final da audiência geral.

Francisco também pediu orações para os integrantes das equipes de emergência, que enfrentam condições meteorológicas adversas e rodovias com graves danos.

"Oremos juntos para que estes irmãos e irmãs possam avançar diante da tragédia", afirmou.

"Meus pensamentos estão voltados neste momento para as populações da Turquia e da Síria, muito afetadas pelo terremoto que provocou milhares de mortos e feridos", acrescentou.

"Com emoção eu rezo por eles e expresso minha proximidade com estas populações, com as famílias das vítimas e todos os que sofrem com esta calamidade devastadora".

O pontífice também pediu que a comunidade internacional não esqueça o "sofrimento do povo ucraniano, tão martirizado por este frio, sem luz, sem calefação e em guerra".

Na segunda-feira, o líder da Igreja Católica expressou condolências à Turquia e Síria, ao mesmo tempo que expressou "profunda tristeza" com as consequências do terremoto de 7,8 graus de magnitude.

As equipes de emergência na Turquia e Síria enfrentam horas "cruciais" nesta quarta-feira para encontrar sobreviventes entre os escombros.

Durante viagem de retorno ao Vaticano, após visita à África, o papa Francisco afirmou neste domingo (5) que a criminalização de homossexuais "é uma injustiça e um pecado que não se pode deixar passar". A afirmação, reiterando declarações anteriores, ocorreu durante a tradicional conferência de imprensa em voos posteriores a visitas internacionais, quando foi indagado sobre a perseguição que sofrem os homossexuais em alguns países africanos.

Ele relembrou a célebre afirmação: "Se uma pessoa é de tendência homossexual e acredita e busca a Deus, quem sou eu para julgá-la?". "Já havia dito que a criminalização da homossexualidade é um problema que não deve ser deixado para depois. Acredito que existam cerca de 50 países que, de um modo ou de outro, criminalizam a homossexualidade e dez inclusive preveem pena de morte; isto não é justo", disse o pontífice

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O chefe da Igreja Católica também reiterou que "pessoas de tendência homossexual são filhas de Deus". "Deus as quer, Deus as acompanha e condenar essa pessoa por isso é um pecado. Não estou falando de grupos, lobbies, mas de pessoas. E o Catecismo da Igreja diz que ninguém deve ser marginalizado."

Instrumentação

Ele também aproveitou a conversa com jornalistas para lamentar que a morte de seu antecessor, o papa emérito Bento XVI, em 31 de dezembro, tenha sido "instrumentalizada" por alguns grupos dentro da Igreja Católica. "Foi instrumentalizada por gente que deseja 'levar água para o seu moinho'. Essa gente não tem ética, é gente de partido, não de Igreja", afirmou Francisco. "Deixo de lado essas coisas, porque não prosperam, caem por si, como de resto ocorreu em toda a história da Igreja." O bispo alemão Georg Ganswein, que acompanhou os últimos anos de Bento XVI, publicou há um mês um livro com críticas a Francisco, em que relata que a decisão de proibir missas em latim "partiu o coração" do antecessor.

Foi a primeira vez que Francisco deu uma resposta mais enfática dirigida a setores mais conservadores do catolicismo que criticam sua condução da "cátedra" de São Pedro. Um ponto a se observar na disputa interna da Igreja Católica envolve agora a sucessão próxima do prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, Luis Ladaria Ferrer. O departamento teve entre seus chefes Bento XVI, no papado de João Paulo II. Agora, teme-se a colocação no posto de alguém mais liberal, justamente quando cresce a pressão no Vaticano por uma encíclica moral voltada para sexualidade e crítica à ideologia de gênero. Nesse ponto, os acenos de Francisco ao acolhimento à comunidade LGBT+ têm provocado críticas cada vez mais abertas. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O papa Francisco se reúne neste sábado (4) com deslocados internos do Sudão do Sul, depois de exortar os líderes a dar um "novo salto" aos esforços de paz neste empobrecido país africano devastado por lutas pelo poder.

Acompanhado por líderes das Igrejas da Inglaterra e da Escócia, representantes das outras duas confissões cristãs do Estado mais jovem do mundo, o pontífice destacou em discurso às autoridades de Juba, a capital, que o caminho "tortuoso " da paz não pode mais ser adiado.

Este país de 12 milhões de habitantes, de maioria católica, conquistou em 2011 a independência do Sudão, de maioria muçulmana, após décadas de conflito. De 2013 a 2018, uma guerra civil entre apoiadores dos líderes Salva Kiir e Riek Machar deixou 380.000 mortos.

Apesar de um acordo de paz assinado em 2018, a violência persiste e o país registrou 2,2 milhões de deslocados em dezembro, segundo o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha).

O papa argentino, muito empenhado na defesa dos migrantes, se reunirá com alguns deles na tarde deste sábado.

O papa chegou em uma cadeira de rodas e em meio a canções à Catedral de Santa Teresa pela manhã.

Cerca de 4.000 pessoas, segundo as autoridades, reuniram-se desde cedo para esperar o sumo pontífice no pátio da catedral, muitas delas agitando bandeiras nacionais, em clima de festa.

"Viemos aqui para receber suas bênçãos. É tudo uma questão de paz. O papa Francisco não pode nem andar, mas vem encorajar nossos líderes", disse à AFP John Makuei, 24 anos, que chegou antes do amanhecer para não perder esse "dia histórico".

"Estou muito feliz", disse Adongpiny Harriet, 36 anos, enxugando o suor da testa depois de dançar em frente à catedral. "Esta é a primeira vez que vejo o papa em meu país. Me sinto muito privilegiada!"

No final do dia, o papa fará seu terceiro e último discurso do dia durante uma oração ecumênica. Ao seu lado estarão o Arcebispo de Canterbury, Justin Welby, chefe espiritual da Igreja Anglicana, e Iain Greenshields, a personalidade mais importante da Igreja da Escócia.

- "Basta de destruição" -

Na sexta-feira, o santo padre exortou as autoridades deste país de 60 grupos étnicos, atormentado pela fome e pela miséria, a tomar medidas concretas.

"As gerações futuras honrarão ou apagarão a memória dos vossos nomes com base naquilo que agora fizerdes", advertiu Francisco às autoridades.

"Basta de sangue derramado, basta de conflitos, basta de violências e recíprocas acusações sobre quem as comete, basta de deixar à míngua de paz este povo dela sedento. Basta de destruição, é a hora de construir", clamou Francisco.

A Igreja Católica preenche um vazio em áreas sem serviços governamentais e onde os trabalhadores humanitários costumam ser vítimas de ataques ou mortos violentamente.

A ONG Human Rights Watch pediu aos líderes religiosos que pressionem dirigentes do Sudão do Sul a "resolverem a atual crise de direitos humanos do país e a impunidade generalizada".

"A visita do papa chega em um momento oportuno (...) Pedimos aos líderes e ao povo do Sudão do Sul que atendam a seu apelo por paz e estabilidade duradouras", tuitou Workneh Gebeyehu, secretário-executivo da Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (IGAD).

Após seu encontro com o papa, o presidente Salva Kiir anunciou um decreto para o indulto de 71 presos, 36 deles condenados à morte, mas sem dar mais detalhes.

"Quando pousou em Juba, todos nos sentimos abençoados. Sua presença nos trará uma paz duradoura", disse Gladys Mananyu, 62 anos, depois de ver o papamóvel passar.

Em 2019, um ano após a assinatura do acordo de paz, Francisco recebeu os dois inimigos, Salva Kiir e Riek Mashar, no Vaticano e se ajoelhou para beijar-lhes os pés, suplicando que fizessem as pazes.

O Sudão do Sul é a segunda e última etapa desta terceira viagem de Francisco pela África subsaariana.

A jornada começou na terça-feira na República Democrática do Congo (RDC), onde condenou as ações de grupos armados durante décadas, que deixaram centenas de milhares de mortos e milhões de deslocados.

Esta viagem deveria ter sido realizada em julho de 2022, mas foi adiada por problemas no joelho de Francisco.

O papa Francisco exortou os líderes sul-sudaneses nesta sexta-feira (3) a dar "um novo salto" pela paz, alertando que a história se lembrará deles por suas ações, ao iniciar uma visita de três dias ao conturbado país africano.

"O processo de paz e reconciliação exige um novo salto", declarou o pontífice de 86 anos em um discurso no palácio presidencial de Juba, capital do Sudão do Sul.

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E esse pode ser um "caminho tortuoso, mas inadiável", acrescentou.

É a primeira visita de um pontífice ao Sudão do Sul desde que o país, de maioria cristã, conseguiu sua independência do Sudão, de maioria muçulmana, após décadas de conflito.

A guerra civil na qual o país mergulhou entre 2013 e 2018 deixou 380.000 mortos e milhões de deslocados.

"As gerações futuras honrarão ou apagarão a memória dos vossos nomes com base naquilo que agora fizerdes", advertiu Francisco às autoridades.

"Basta de sangue derramado, basta de conflitos, basta de violências e recíprocas acusações sobre quem as comete, basta de deixar à míngua de paz este povo dela sedento. Basta de destruição, é a hora de construir", clamou Francisco.

O pontífice argentino está acompanhado por líderes das Igrejas da Inglaterra e da Escócia, representantes das outras duas confissões cristãs deste país de 12 milhões de habitantes.

- "Resolver a crise atual" -

Francisco, que se desloca em uma cadeira de rodas, chegou a Juba após uma viagem de quatro dias na República Democrática do Congo (RDC). Ao chegar ao aeroporto, foi recebido pelo presidente Salva Kiir.

O presidente sul-sudanês anunciou que seu governo estava disposto a retomar as negociações de paz com uma coalizão de grupos rebeldes, que não assinaram o acordo de 2018 para encerrar a guerra civil.

O Executivo se retirou em novembro destas discussões iniciadas em Roma em 2019.

Horas antes da chegada do pontífice, as ruas -- que foram asfaltadas para a ocasião -- foram tomadas na capital. Muitos fiéis levavam cartazes dando boas-vindas a Francisco.

"Estou muito emocionada por vê-lo", disse à AFP Hanah Zachariah, de 20 anos. A jovem é parte de um grupo de cerca de 60 jovens que caminharam 400 km até a capital, pregando uma mensagem de unidade em um país com mais de 60 grupos étnicos.

A Igreja Católica preenche um vazio em áreas sem serviços governamentais e onde os trabalhadores humanitários costumam ser vítimas de ataques ou mortos violentamente.

A ONG Human Rights Watch pediu aos líderes religiosos que pressionem dirigentes do Sudão do Sul a "resolverem a atual crise de direitos humanos do país e a impunidade generalizada".

- Crimes de guerra -

Em 2019, um ano após a assinatura do acordo de paz, Francisco recebeu os dois inimigos, Salva Kiir e Riek Mashar, no Vaticano e se ajoelhou para beijar-lhes os pés, suplicando que fizessem as pazes.

Apesar dos pedidos do papa por reconciliação, a violência continua, incentivada por elites políticas.

Muitos esperam que sua visita contenha os confrontos. "Já sofremos muito. Agora queremos alcançar a paz", declarou Robert Michael, de 36 anos, que esperava vê-lo.

Para a visita de Francisco, foram mobilizados cerca de 5.000 policiais e soldados adicionais e a sexta-feira foi decretada feriado nacional.

Esta viagem deveria ter sido realizada em julho de 2022, mas foi adiada por problemas no joelho de Francisco.

Na RDC, outro país africano afetado pela violência, Francisco fez um discurso aos bispos congoleses na capital Kinshasa. O argentino pediu então que não se limitassem a "ação política" e se concentrassem no povo.

Na terça, ao iniciar sua visita, denunciou o "colonialismo econômico", que impede a RDC de se "beneficiar suficientemente de seus imensos recursos" naturais.

Esta é a quadragésima viagem internacional do chefe da Igreja Católica desde que foi eleito em 2013 e a terceira à África subsaariana.

O papa Francisco viaja nesta sexta-feira (3) da República Democrática do Congo (RDC), após uma visita marcada pelos apelos à paz, para o Sudão do Sul, outro país africano muito afetado pela violência.

Em Kinshasa, capital do país com o maior número de católicos na África, o pontífice argentino condenou o conflito no leste da RDC, pediu aos governantes que lutem contra a corrupção e fez um apelo aos jovens para que se envolvam no futuro da nação.

Antes do fim da visita ao país, Francisco fará um discurso para os bispos.

Em seguida ele fará uma "peregrinação da paz" no Sudão do Sul, país mais jovem do mundo (conquistou a independência em 2011), de maioria cristã, que está entre os mais pobres do planeta e sofre com a devastação provocada por uma guerra civil.

Em Juba, o papa, de 86 anos, será acompanhado pelos líderes das Igrejas da Inglaterra e da Escócia, representantes das outras duas confissões cristãs deste país de 12 milhões de habitantes.

Os três líderes religiosos se envolveram pessoalmente no processo de paz - os dirigentes políticos, no entanto, ignoraram os apelos à reconciliação.

Depois de décadas de luta com o Sudão, e dois anos após sua independência, o país iniciou em 2013 uma guerra civil de cinco entre os grupos de Salva Kiir (atual presidente do país) e Riek Mashar (atual primeiro vice-presidente).

Quase 380.000 pessoas morreram no conflito, que deixou milhões de deslocados e uma economia em ruínas.

Apesar do acordo de paz de 2018, a violência prossegue, estimulada pelas elites políticas.

A Igreja preenche um vazio em áreas sem serviços governamentais e onde os trabalhadores humanitários são vítimas frequentes de ataques violentos.

Em 2019, Francisco recebeu os dois inimigos no Vaticano, se ajoelhou e suplicou pela paz.

O pontífice deve chegar ao país às 15H00 (10 de Brasília) e fará uma visita de cortesia ao presidente e aos vice-presidentes. Também fará um discurso no palácio presidencial.

No sábado, ele se reunirá com religiosos católicos e deslocados internos para uma oração ecumênica. No domingo celebrará uma missa.

Centenas de pessoas viajaram a Juba de outras partes do país.

Quase 60 jovens caminharam 400 quilômetros até a capital para divulgar uma mensagem de unidade, em um país com mais de 60 grupos étnicos.

Quase 5.000 policiais e soldados foram mobilizados para a visita e esta sexta-feira foi declarado feriado nacional.

Até o momento a viagem do papa foi marcada pelo apelo de Francisco pelo fim das "cruéis atrocidades" no leste da República Democrática do Congo, assim como da corrupção.

Na terça-feira, primeiro dia da visita, ele criticou o "colonialismo econômico", que impede a RDC "de "aproveitar de modo suficiente de seus imensos recursos naturais".

Esta é 40ª viagem internacional de Francisco desde que foi eleito papa em 2013 e a terceira para a África subsaariana.

O papa Francisco criticou o "colonialismo econômico", nesta terça-feira (31), durante visita à capital da República Democrática do Congo (RDC), onde foi recebido com fervor, na primeira etapa de uma viagem pela África que também o levará ao Sudão do Sul.

Diante de políticos e diplomatas e acompanhado pelo presidente congolês, Felix Tshisekedi, o pontífice argentino fez um forte apelo contra a "ganância" e a depredação dos recursos naturais.

"Não toque na República Democrática do Congo, não toque na África. Pare de sufocá-la, porque a África não é uma mina para explorar ou uma terra para saquear. Deixe a África ser protagonista de seu próprio destino", declarou Francisco em um discurso no palácio presidencial em Kinshasa.

"Depois do colonialismo político, desencadeou-se um 'colonialismo econômico', igualmente escravizador. Assim, este país, abundantemente depredado, não consegue se beneficiar suficientemente de seus imensos recursos", disse o religioso de 86 anos.

Com riquezas como cobre, cobalto, ouro, diamantes, urânio, coltan e estanho, a RDC tem uma história marcada por colonialismo, escravidão e abusos.

"O veneno da ganância ensanguentou seus diamantes. É um drama diante do qual o mundo economicamente mais avançado tende a fechar os olhos, os ouvidos e a boca. Este país e este continente merecem ser respeitados e ouvidos", acrescentou o bispo de Roma, em seu aclamado discurso.

O papa iniciou nesta terça uma visita de quatro dias à RDC, um enorme país da África central que conquistou a independência da Bélgica em 1960 e onde a Igreja Católica teve grande influência política.

Desde o meio da manhã, os moradores de Kinshasa tinham começado a se reunir em torno do aeroporto internacional, onde o avião do papa aterrissou às 14h35 locais (10h35 em Brasília).

Ao som de cânticos, tambores, fanfarras e outros instrumentos típicos, a multidão foi aumentando na medida em que as horas se passavam, cada vez mais densa e impaciente.

No trajeto de cerca de 25 km até o centro da cidade, o comboio oficial foi recebido por dezenas de milhares de pessoas que se aglomeravam nas principais avenidas desta grande cidade de aproximadamente 15 milhões de habitantes.

"Não queria perder a oportunidade de vê-lo de frente", declarou à AFP Maggie Kayembe, uma mulher com cerca de 30 anos. "Onde quer que ele vá, ele sempre reza pela paz, e paz é o que necessitamos de verdade", acrescentou.

Inicialmente prevista para julho de 2022, a visita foi adiada devido às dores no joelho que afetam Francisco, que utiliza uma cadeira de rodas em seus deslocamentos, assim como pelos problemas de segurança em Goma, no nordeste do país, etapa da viagem que foi cancelada.

- Violência e Pobreza -

Em sua 40º viagem internacional desde que assumiu o papado em 2013, e a quinta ao continente-mãe, o pontífice argentino pediu que se silenciem as armas em um país abalado pela violência e no qual dois terços de seus 100 milhões de habitantes vivem com menos de 2,15 dólares por dia.

O país africano enfrenta há vários meses o ressurgimento do grupo armado M23, que conquistou amplas faixas do território de Kivu Norte, na fronteira com Ruanda, que o governo da RDC acusa de interferência.

Nesse sentido, Francisco encorajou os esforços de paz, nos quais Angola e Quênia estão tentando promover iniciativas, e enfatizou que "não podemos nos acostumar com o sangue que corre neste país há décadas".

Dirigindo-se às elites locais, Francisco pediu ainda "eleições livres, transparentes e credíveis".

O país prevê a realização de eleições em 20 de dezembro, cinco anos depois das contestadas eleições de 2018, que permitiram a chegada ao poder de Felix Tshisekedi, agora candidato à reeleição.

"Não devemos nos deixar manipular ou comprar por quem quer manter o país na violência, explorá-lo e fazer negócios vergonhosos", disse Francisco em seu discurso no palácio presidencial.

- Vigília e missa multitudinária -

Durante a noite, dezenas de milhares de pessoas devem participar de uma vigília de oração no aeroporto N'dolo de Kinshasa, onde passarão a noite, antes de uma grande missa na quarta-feira, com a previsão de mais de um milhão de fiéis.

Com 52 milhões de católicos, a ex-colônia belga representa o futuro para o catolicismo, que está perdendo fiéis na Europa e na América Latina.

Na sexta-feira, o papa viajará para Juba, capital do Sudão do Sul, o país mais jovem do mundo e um dos mais pobres do planeta, onde permanecerá até 5 de fevereiro.

O papa Francisco viajou nesta terça-feira (31) para a a República Democrática do Congo (RDC) para uma visita de quatro dias, a primeira etapa de sua quinta viagem ao continente africano, que também o levará ao Sudão do Sul.

O avião com o pontífice decolou de Roma às 8h28 (4h28 de Brasília) e deve pousar às 15h00 (11h00 de Brasília) no aeroporto de Kinshasa, a capital do maior país católico do continente.

Inicialmente prevista para julho de 2022, a visita foi adiada devido às dores no joelho que afetam Francisco, 86 anos, que utiliza uma cadeira de rodas em seus deslocamentos, assim como pelos problemas de segurança em Goma, nordeste do país, etapa da viagem que foi cancelada.

Em sua 40º viagem internacional, o pontífice argentino pretende levar uma mensagem de paz e reconciliação ao país abalado pela violência e miséria.

- Contra a violência e a exploração -

Na RDC, que tem quase 100 milhões de habitantes, o papa deve abordar os confrontos armados e a exploração que este país rico em recursos naturais enfrenta, mas com uma população empobrecida - dois terços vivem com menos de 2,15 dólares por dia -, como o próprio Francisco antecipou no domingo.

O país africano enfrenta há vários meses o ressurgimento do grupo armado M23, que conquistou amplas faixas do território de Kivu do Norte, província na fronteira com Ruanda, que o governo da RDC acusa de interferência.

A visita papal acontece duas semanas depois de um ataque mortal reivindicado pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI) em uma igreja pentecostal em Kivu do Norte.

Anteriormente conhecido como Zaire, com riquezas como cobre, cobalto, ouro, diamantes, urânio, coltan e estanho, a RDC tem uma história marcada pelo colonialismo, escravidão e abusos.

Também é a terra de Patrice Lumumba, líder anticolonialista africano, que foi o primeiro-ministro do Congo independente em 1960, derrubado e assassinado.

- Vigília e grande missa -

O líder da Igreja Católica será recebido com uma cerimônia oficial no aeroporto e depois percorrerá, no papamóvel, as ruas que seguem até o Palácio da Nação, onde participará em uma recepção com o presidente Félix Tshisekedi.

Ele pronunciará o primeiro discurso diante das autoridades, do corpo diplomático e de representantes da sociedade civil.

"Será a oportunidade para enviar uma mensagem forte aos políticos e abordar o tema da corrupção", afirmou Samuel Pommeret, da ONG CCFD Terre Solidaire, em referência a um dos grandes males do país.

Durante a noite, dezenas de milhares de pessoas devem participar em uma vigília de oração no aeroporto N'dolo de Kinshasa, onde passarão a noite, antes de uma grande missa na quarta-feira, com a previsão de mais de um milhão de fiéis.

Francisco também se reunirá com vítimas da violência, deslocados, membros do clero e representantes de instituições de caridade.

Com 52 milhões de católicos, a ex-colônia belga representa o futuro para o catolicismo, que está perdendo fiéis na Europa e na América Latina.

O papa viajará na sexta-feira para Juba, capital do Sudão do Sul, o país mais jovem do mundo e um dos mais pobres do planeta, onde permanecerá até 5 de fevereiro.

O papa Francisco embarca em sua quinta viagem à África na terça-feira (31), durante a qual visitará a República Democrática do Congo e o Sudão do Sul, para pedir o fim da violência nesses dois países devastados por conflitos.

Apesar dos problemas no joelho que o obrigam a usar uma cadeira de rodas, o pontífice argentino de 86 anos realiza sua 40ª viagem ao exterior de 31 de janeiro a 5 de fevereiro.

Francisco visitará as capitais, Kinshasa, de 31 de janeiro a 3 de fevereiro, e Juba, até 5 de fevereiro, segundo o programa divulgado pelo Vaticano.

Essa viagem é considerada difícil por problemas de segurança e foi adiada em julho por dores no joelho de Francisco que o impediam de andar.

O Vaticano descartou uma visita inicialmente prevista a Goma, uma das cidades da RDC para onde os hutus ruandeses fugiram durante o genocídio de 1994.

"Não há nenhuma ameaça específica ao pontífice", enfatizou seu porta-voz, Matteo Bruni.

No total, o papa fará 12 discursos e se reunirá com vítimas de violência, deslocados, membros do clero e representantes de instituições de caridade. Entre os temas que o pontífice argentino abordará estão o aquecimento global e o desmatamento, além dos problemas sociais e de saúde sofridos por esses países, ricos em recursos naturais, especialmente minerais e ouro, mas assolados pela miséria.

Nos dois países africanos, o papa defenderá, sobretudo, a paz e discursará contra os "senhores da guerra", que dominam vastos territórios do Sudão do Sul.

Em seus discursos, ele convidará a não esquecer as vítimas de todas as guerras africanas e que fazem parte dessa "guerra mundial em pedaços" que ele denuncia desde o início de seu pontificado, em 2013.

Em Kinshasa, a capital do país mais católico da África, onde a Igreja Católica desempenha um papel fundamental, são esperados mais de um milhão de fiéis para assistir à missa, uma das maiores do papado.

No Sudão do Sul, independente desde 2011, o papa se juntará ao arcebispo de Canterbury, Justin Welby, e ao moderador da Igreja da Escócia, Jim Wallace, para o que ele chamou de "uma peregrinação ecumênica da paz".

O país enfrenta uma crise humanitária catastrófica causada por quatro anos de guerra civil. Metade de sua população (11 milhões) sofre de fome extrema e precisa de ajuda urgente, segundo dados do Banco Mundial.

Apesar de um acordo de paz assinado em 2018, as disputas entre facções rivais persistem, e a violência reina.

O papa Francisco declarou nesta terça-feira (25) que ser homossexual não é um crime e classificou as leis que criminalizam a homossexualidade como "injustas".

    "Ser homossexual não é crime, mas é pecado", declarou o Pontífice em entrevista à Associated Press nesta terça-feira (25).

O religioso disse ainda que Deus ama todos os seus filhos como eles são e pediu aos bispos católicos que recebam as pessoas da comunidade LGBTQIA+ na Igreja.

    Na conversa, Francisco lembrou que é preciso fazer a distinção entre pecado e crime, reforçando que "também é pecado faltar à caridade uns com os outros", e reconheceu que os bispos apoiam as leis que criminalizam a homossexualidade ou discriminam a população LGBTQIA+.

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Segundo o argentino, este tipo de atitude, no entanto, está relacionada às origens culturais, o que faz com que os bispos precisem passar por um processo de mudança para reconhecer a dignidade de todos os cidadãos.

"Estes bispos devem passar por um processo de conversão", disse Jorge Bergoglio, acrescentando que os religiosos devem usar "ternura, por favor, como Deus tem por cada um de nós".

De acordo com a publicação, pelo menos 67 países ou jurisdições em todo o mundo criminalizam a atividade sexual consensual entre pessoas do mesmo sexo. Destas, 11 podem ou impõem a pena de morte, conforme a The Human Dignity Trust, responsável por lutar contra esse tipo de legislação.

Para o Papa, essas leis são "injustas" e, portanto, a Igreja pode e deve lutar para acabar com elas.

Citando o Catecismo da Igreja Católica, ele ressaltou que os homossexuais devem ser bem-vindos e respeitados, e não devem ser marginalizados ou discriminados.

"Somos todos filhos de Deus, e Deus nos ama como somos e pela força que cada um de nós luta pela nossa dignidade", enfatizou Francisco à AP.

No último dia 20 de janeiro, o Santo Padre já havia dado outro sinal de abertura a homossexuais na Igreja Católica ao afirmar que "Deus não renega nenhum de seus filhos".

A Igreja Católica ensina que a homossexualidade é um pecado, mas Bergoglio implantou uma postura mais aberta ao longo de seu pontificado. Entretanto, essa postura já lhe rendeu até acusações de heresia por parte dos bispos ultraconservadores.

Saúde e Bento XVI - Durante a entrevista, o Papa falou sobre seu estado de saúde, a morte de Bento XVI, no último dia 31 de dezembro, e explicou que não cogitou emitir normas para regular futuras renúncias papais.

"Estou bem de saúde. Para a minha idade, sou normal", afirmou o Pontífice, de 86 anos, que revelou que a "diverticulose - protuberâncias na parede intestinal - voltou".

O Pontífice também revelou que sofreu uma pequena fratura óssea no joelho devido a uma queda e que ela cicatrizou sem cirurgia após laser e terapia magnética. " "Posso morrer amanhã, mas está tudo sob controle. Estou bem de saúde", acrescentou ele com seu habitual senso de humor.

Já sobre Bento XVI, Francisco elogiou o papa emérito como um "cavalheiro". "Perdi um pai". "Para mim, ele era um segurança.

Diante de uma dúvida, eu pedia o carro e ia ao mosteiro e perguntava", contou o religioso sobre suas visitas à casa de Joseph Ratzinger para obter aconselhamentos.

Da Ansa

O Papa Francisco pediu, neste domingo (22), para rezar pelo fim dos "atos de violência no Peru", que vive uma profunda crise política devido aos protestos contra o governo, que já deixaram 46 mortos.

"Peço-lhes que rezem para que cessem os atos de violência no Peru", disse o pontífice, após a oração do Angelus na Praça de São Pedro, em no Vaticano.

"Me uno aos bispos peruanos para dizer: 'Não à violência, venha ela de onde vier, chega de mortes'", afirmou o Papa, pronunciando a última parte em espanhol.

A onda de protestos para exigir a renúncia da presidente peruana, Dina Boluarte, começou no início de dezembro e já deixou 46 mortos, obrigando o governo a impor estado de emergência em algumas regiões.

Os distúrbios tiveram início após após a destituição e detenção do presidente de esquerda Pedro Castillo, em 7 de dezembro. Ele foi acusado de tentar um golpe de Estado, ao querer dissolver o Congresso, controlado pela direita, que estava a ponto de destituí-lo do poder por suspeita de corrupção.

"Encorajo todas as partes envolvidas a embarcar no caminho do diálogo entre irmãos da mesma nação, no pleno respeito pelos direitos humanos e pelo Estado de direito", disse o papa.

O papa Francisco voltou a dar um sinal de abertura a homossexuais na Igreja Católica e afirmou que "Deus não renega nenhum de seus filhos".

A declaração está no livro "La paura come dono" ("O medo como presente", em tradução literal), que chega à livrarias italianas na semana que vem e traz diálogos do pontífice com o psicólogo Salvo Noé.

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"Deus é pai e não renega nenhum de seus filhos. O estilo de Deus é proximidade, misericórdia e ternura, e não julgamento e marginalização. Deus se aproxima com amor de todos os seus filhos. Seu coração está aberto a todos. O amor não divide, mas une", diz o Papa ao falar sobre homossexuais.

A Igreja Católica ensina que a homossexualidade é um pecado, mas Francisco implantou uma postura mais aberta ao longo de seu pontificado, o que já lhe rendeu até acusações de heresia por parte de bispos ultraconservadores.

Ao mesmo tempo, no entanto, Jorge Bergoglio declarou uma vez que a "homossexualidade parece estar na moda", enquanto o Vaticano fez pressão para o Parlamento da Itália engavetar um projeto de lei que criminalizava a homofobia e a transfobia.

Da Ansa

O papa Francisco expressou nesta segunda-feira (9) preocupação com os episódios de violência praticados por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em Brasília no último domingo (8).

"Penso nas várias crises políticas em diversos países do continente americano, com sua carga de tensão e formas de violência que agravam os conflitos sociais", disse o líder da Igreja Católica em um discurso para o corpo diplomático no Vaticano.

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"Penso especialmente no que aconteceu recentemente no Peru e, nas últimas horas, no Brasil, e na preocupante situação no Haiti", acrescentou.

No mesmo discurso, o pontífice expressou sua preocupação com o "enfraquecimento da democracia" em muitas partes do mundo. "Em várias áreas, um sinal de enfraquecimento da democracia é dado pelas crescentes polarizações políticas e sociais, que não ajudam a resolver os problemas urgentes dos cidadãos", afirmou.

Na noite anterior, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) já havia se dito "perplexa" com os "atos antidemocráticos" em Brasília, definindo como "vândalos" os bolsonaristas que invadiram o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto.

"A presidência da CNBB pede serenidade, paz e o imediato cessar dos ataques criminosos ao Estado Democrático de Direito", declarou a entidade episcopal, acrescentando que os organizadores da insurreição devem ser "responsabilizados com os rigores da lei". 

Da Ansa

O papa Francisco se despediu nesta quinta-feira (5) de seu antecessor Bento XVI, falecido no sábado (31) aos 95 anos, em funeral solene realizado diante de milhares de fiéis e de personalidades do mundo todo reunidos na Praça de São Pedro.

"Bento (...) que a tua alegria seja perfeita escutando definitivamente, e para sempre, a voz" do Senhor, pediu o papa durante a missa presidida em cadeira de rodas.

No último adeus, Francisco destacou sua "entrega contínua nas mãos de seu Pai. Mãos de perdão e compaixão, de cura e misericórdia, mãos de unção e de bênção", pouco antes de o caixão ser transportado para o interior da Basílica de São Pedro para sepultamento.

O papa argentino falou diante do caixão de madeira, onde jaz o corpo de Joseph Ratzinger, com uma cópia dos Evangelhos em cima e colocado no átrio da Basílica.

A presença de um papa no funeral de seu predecessor não tem precedentes na história recente da Igreja.

Francisco esteve rodeado por cinco cardeais no altar instalado no átrio que domina a imensa esplanada.

Terminada a missa, de pé, apoiado por uma bengala e sem paramentos, Francisco abençoou o caixão e tocou-o com a mão para se despedir.

- "Santo subito" -

Entre os fiéis que assistiram à cerimônia estavam muitos padres e freiras, que fizeram fila desde a madrugada para entrar na Praça.

"Para mim, ele é um grande 'doutor' (título para santos eruditos) da Igreja. Sempre pensei assim", disse à AFP a freira mexicana Erica Merino Peña, uma das primeiras a entrar.

Um cartaz com "Santo subito" se destacava entre a multidão, lembrando os cânticos da multidão, em 2005, que pedia a rápida canonização de João Paulo II.

O funeral do pontífice alemão, que renunciou ao trono de Pedro em 2013 após oito anos de pontificado, foi "solene, mas sóbrio", como desejava Bento XVI.

A cerimônia teve início às 9h30 (5h30 de Brasília). Durou uma hora e 20 minutos e foi concelebrada por pelo menos 4.000 religiosos, entre cardeais e bispos de todo mundo.

Entre os presentes, estavam vários chefes de Estado e de Governo, incluindo os presidentes de Itália, Polônia, Hungria, Portugal, o rei Felipe da Bélgica e a rainha emérita espanhola Sofia, além de diplomatas de várias nacionalidades.

Cerca de 50.000 pessoas compareceram, segundo fontes do Vaticano.

No total, 195 mil pessoas passaram durante três dias pelo velório, de segunda a quarta-feira. O corpo de Joseph Ratzinger foi colocado em um catafalco coberto por um pano dourado, rodeado por dois guardas suíços vestidos de gala, em frente ao altar-mor da Basílica de São Pedro.

Bento XVI, que nos últimos dez anos se manteve afastado da vida pública em um mosteiro no Vaticano, será sepultado na cripta da Basílica.

- Medalhas -

Como Joseph Ratzinger renunciou ao ministério antes de morrer, seu funeral respeitou parte da liturgia reservada aos papas, mas "com algumas diferenças", observou o porta-voz da Santa Sé, Matteo Bruni.

Manteve-se a tradição de colocar sobre o caixão de cipreste as medalhas e moedas cunhadas durante seu reinado, bem como os pálios.

Um breve resumo do pontificado também foi colocado dentro do caixão, antes de ser selado e colocado em um de zinco.

Nesta quinta-feira, o Vaticano divulgou o texto, no qual se refere a Bento XVI como "papa emérito" e cita a frase em latim por ele pronunciada durante sua renúncia em 11 de fevereiro de 2013.

Será sepultado nas Grutas do Vaticano, no túmulo que pertenceu a João Paulo II até que ele fosse transferido para uma capela em São Pedro, após ser beatificado.

Na Alemanha, a conferência episcopal convidou as igrejas do país a tocarem os sinos às 11h, em homenagem ao primeiro papa alemão da era moderna.

Nascido em 1927, Joseph Ratzinger ensinou teologia por 25 anos na Alemanha, antes de ser nomeado arcebispo de Munique.

Após um pontificado marcado por múltiplos escândalos e intrigas e tendo passado os últimos dez anos de sua vida rezando e estudando, Bento XVI foi acusado no início de 2022 de ter acobertado quatro padres pedófilos quando era arcebispo na Alemanha. Ele negou este caso até o fim de sua vida.

O papa Francisco inaugurou o ano de 2023, neste domingo (1º), com uma homenagem ao “amado” pontífice emérito Bento XVI, falecido na véspera (31), cujo funeral será presidido pelo argentino na próxima quinta-feira (5), no Vaticano.

"Hoje confiamos à Santíssima Madre o amado papa emérito Bento XVI para que o acompanhe em sua passagem deste mundo para Deus", disse o papa durante a missa solene do primeiro dia do ano na Basílica de São Pedro.

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"Nos unimos todos juntos, com um só coração e uma só alma, para dar graças a Deus pelo dom deste fiel servidor do Evangelho e da Igreja", afirmou o pontífice argentino da janela do palácio apostólico ao meio-dia (horário local), por ocasião do Ângelus dominical.

A multidão reunida na Praça de São Pedro, incluindo vários representantes de países em guerra com suas bandeiras, aplaudiu as palavras de Francisco, que depois fez um minuto de silêncio.

"Bento XVI foi uma grande pessoa, muito simples e humilde", disse à AFP a professora italiana Paola Filippa, de 58 anos.

Ontem, Francisco fez uma comovente homenagem a seu antecessor, o alemão Joseph Ratzinger, primeiro papa a renunciar na história moderna.

O brilhante teólogo e ferrenho guardião do dogma morreu no sábado, aos 95 anos, após vários dias de agonia no mosteiro dentro do Vaticano, onde residia desde sua renúncia, em 2013

"Com emoção, recordamos com emoção uma pessoa tão nobre e bondosa", disse Francisco durante as orações de Ano Novo na Basílica de São Pedro, evento depois do qual agradeceu ao pontífice emérito "por todo bem que fez".

"Apenas Deus conhece o valor e a força de seus sacrifícios oferecidos pelo bem da Igreja", afirmou, em suas primeiras palavras públicas sobre a morte de Bento XVI.

- Um funeral inédito -

Será a primeira vez na história milenar da Igreja Católica que um papa em exercício enterrará outro papa. Dezenas de milhares de pessoas são esperadas, incluindo chefes de estado e líderes de outras religiões, ao funeral do 265º papa da história.

A cerimônia começará às 5h30 (horário de Brasília) e será sóbria, conforme desejo de Bento XVI.

Com esse ato, encerra-se também encerrará a saga dos "dois papas", que conviveram por quase uma década no menor Estado do mundo.

Será "uma cerimônia simples", disse o diretor da assessoria de imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni.

A partir de segunda-feira (2), os fiéis poderão velar o corpo de Joseph Ratzinger na capela que será aberta na Basílica de São Pedro.

Ontem, muitos católicos presentes no Vaticano expressaram sua tristeza pela morte do pontífice alemão, que representava uma visão conservadora da Igreja, menos sensível aos conflitos e problemas dos mais pobres do mundo.

"É uma dor muito grande. Era uma pessoa muito reservada, mas percebemos sua profundidade, e ele fez muito pela Igreja", disse Milo Cecchetto, um romano presente na praça.

Em seu testamento espiritual, escrito em 2006 e divulgado no sábado, Bento XVI pediu "perdão de coração" a todos aqueles a quem possa ter ofendido em sua vida. Também agradeceu aos seus pais por terem-lhe dado a vida "em uma época difícil", na Alemanha em 1927, que caminhava para o nazismo.

- Nova etapa -

Sua morte provocou reações em todo mundo, desde o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, aos presidentes de Estados Unidos, França e Rússia, que enviaram mensagens de pêsames.

O falecimento de Bento XVI também abre uma nova etapa para o pontificado de Francisco, de 86 anos, que confessou, em várias ocasiões, que não descarta renunciar, se ficar incapacitado. Uma opção impossível com dois papas no Vaticano, um emérito e outro reinante. Três pontífices seriam impensáveis até para os mais anticlericais.

Para muitos observadores e apoiadores do Vaticano, Francisco está empenhado em fazer uma série de reformas internas e não pensa em abdicar por enquanto. E poderia, inclusive, estabelecer normas para os papas eméritos, após o precedente estabelecido por Bento XVI, o primeiro a renunciar em seis séculos de história.

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