No Sudeste, região ainda mais rica do País, que hoje sofre o mesmo drama da falta de água como o Nordeste, os governadores do Rio, São Paulo e Minas foram rápidos no gatilho para buscar uma solução duradoura a curto prazo: a transposição do rio Paraíba do Sul.
Na pressão, o Governo Federal aprovou a inclusão do projeto no PAC – Programa de Aceleração do Crescimento. Por meio de canal dos reservatórios Jaguari e Atibainha custará R$ 830,5 milhões, quase uma transposição do São Francisco, inicialmente cotada em R$ 1,1 bilhão.
A obra faz parte dos projetos de segurança hídrica que o governo de São Paulo apresentou à presidenta Dilma para reforçar o abastecimento de água. A Sabesp será a responsável pela obra, que aumentará a disponibilidade hídrica no sistema Cantareira em 5,1 metros cúbicos por segundo.
O sistema Cantareira atende a região da Grande São Paulo e já está usando o segundo volume morto, abaixo do nível da barragem, e o seu nível continua caindo enquanto as previsões de chuva ainda são escassas. A bacia do Paraíba do Sul também enfrenta dificuldades, sendo que uma de suas represas, a Paraibuna, esgotou o seu volume útil.
O Paraíba do Sul é também importante fonte de abastecimento de água do Rio de Janeiro. Segundo a Agência Nacional de Águas (ANA), a interligação não vai ocorrer no atual período hidrológico, mas apenas após a conclusão das obras e quando estiverem em vigor as novas regras de operação dos reservatórios do Paraíba do Sul.
As licitações para as obras já estão autorizadas. O consenso foi firmado em uma reunião convocada pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), que atuou como mediador. Os governadores se comprometeram a respeitar, nas obras, estudos de impacto ambiental e também a realizar ações de compensação ao meio ambiente, como a recuperação de matas ciliares.
Os governadores também concordaram que qualquer obra só poderá ser realizada com a anuência dos três Estados. A discussão chegou ao tribunal por meio de uma ação em que a Procuradoria Geral da República pede que os três estados sejam proibidos de realizar obras de captação de águas do Rio Paraíba do Sul para abastecer o sistema Cantareira.
Se o Governo agisse tão rápido assim também no Nordeste, certamente as obras hídricas que emperram o desenvolvimento de região já estariam em outro patamar, inclusive a mãe delas – a transposição do São Francisco, que anda devagar, quase parando.
FICA FORA– O ministro Armando Monteiro (Desenvolvimento) diz que mantém sua posição contrária à reeleição na Assembleia, mas ressalta que não pretende influenciar o voto da bancada do PTB na Casa. “Eu converso com os companheiros, mas esta não é uma decisão”, disse em visita, ontem, ao polo automobilístico de Goiana, quando foi provocado a tratar também de política.
Boêmios se rebelam– A lei que regulamenta o funcionamento de bares e restaurantes no sítio histórico de Olinda, sancionada, ontem, pelo prefeito Renildo Calheiros, impondo, sem misericórdia, o fechamento, impreterivelmente, às 23 horas, foi recebida com profunda tristeza pelos boêmios. Há quem aposte num protesto bem-humorado pelas ladeiras da cidade.
Exportações– Armando disse, ontem, em Goiana, que o Plano Nacional de Exportações (PNE) deverá ser apresentado em um prazo máximo de 30 dias. O PNE, segundo ele, vai alavancar as exportações e reduzir o déficit da balança comercial brasileira, que chegou a R$ 4 bilhões em 2014, é uma das prioridades do governo da presidente Dilma Rousseff.
Briga na justiça– O ex-deputado Pedro Corrêa ingressou com representação contra o juiz da 1ª Vara de Execuções Penais, Luiz Rocha. Acusa o magistrado de autoritarismo e abuso de poder. Corrêa entrou com um pedido de autorização para passar o fim de ano junto à família, seguindo o mesmo ritual feito pelos advogados de José Dirceu, José Genoíno e João Paulo Cunha, também condenados na Ação Penal 470, mas Rocha negou.
Boa notícia– A prefeita de Arcoverde, Madalena Brito (PTB), assinou, ontem, a carta de anuência para instalação de uma fábrica com tecnologia italiana para produção de blocos de cimento expandido. Trata-se de um investimento da ordem de R$ 5 milhões, gerando mais de 50 empregos diretos e uma centena de indiretos, do grupo Isoltech.
CURTAS
INFRAESTRUTURA– O prefeito de Goiana, Fred da Caixa (PTB), acompanhou o ministro Armando Monteiro, ontem, na visita ao polo automotivo da Fiat e aproveitou para encaminhar alguns pleitos para melhorar a infraestrutura da cidade e dar suporte aos novos investimentos.
TREVO– A Justiça Federal recebeu, ontem, denúncia oferecida pelo MP contra o segundo grupo da Operação Trevo, denominado “A Paraibana”. Mais cinco investigados viraram réus na Ação Penal nº 0001389-48.2015.4.05.8300, sendo um gerente de instituição financeira e quatro integrantes de suposta organização criminosa.
Perguntar não ofende: Fernando Bezerra antecipou a campanha para governador em 2018?