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Ao menos 18 fuzis foram apreendidos pela Polícia Militar no sábado, 23, em Paraisópolis, na zona sul da capital paulista. De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), o "arsenal de guerra" estava escondido dentro de um carro blindado. "Foram apreendidos 18 fuzis, a maior quantidade do ano no Estado, além de munições e entorpecentes", disse, em comunicado. Ninguém foi preso durante a ação.

Conforme as investigações, o carro estava na Rua Melchior Giola. Policiais do 16º Batalhão receberam a informação sobre um estacionamento aberto com vários veículos, entre eles dois blindados.

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"Durante a averiguação, os PMs localizaram um sedan no qual havia várias armas. Foram apreendidos 18 fuzis de grosso calibre, carregadores, munições, drogas, balança de precisão e até máscara de gás", afirmou a SSP.

Segundo a pasta, outro carro de luxo, uma BMW blindada, também foi apreendida. Havia uma queixa de furto em relação ao veículo.

O caso segue em investigação no 34º DP (Vila Sônia), para onde o carro e o material apreendidos foram levados e a ocorrência será registrada.

"A Polícia Civil vai abrir inquérito para investigar os envolvidos no transporte e armazenamento das armas e munições", acrescentou a SSP.

O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, comparou nesta sexta-feira (1º) o massacre de Paraisópolis, ocorrido em 2019, aos crimes praticados por agentes do estado na ditadura militar. “A ditadura militar está presente em fatos como o que ocorreu em Paraisópolis”, enfatizou ao participar do evento Mulheres em Luta por Memória, Justiça e Verdade, no Memorial da Resistência, na região central da capital. 

Em dezembro de 2019, uma ação da Polícia Militar (PM) em um baile funk na comunidade de Paraisópolis, zona sul paulistana, resultou na morte de nove jovens. Os policiais que participaram da operação afirmam que as mortes foram causadas por pisoteamento, resultado da confusão instaurada no local.  Um relatório elaborado pela Defensoria Pública de São Paulo contesta essa versão e aponta como causa da morte asfixia. A partir de exames periciais, o documento aponta que as vítimas teriam sido encurraladas em uma viela e sufocadas com o uso de gás lacrimogêneo. 

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Memória

Para quebrar os ciclos de violações de direitos, Almeida ressaltou a necessidade de se manter viva a memória desses fatos. “Nós não queremos mais que se repita a escravidão, não queremos mais que se repita a ditadura militar”, disse o ministro ao discursar. “Tudo que nós vimos em 1964, durante 21 anos, ainda está presente na sociedade brasileira, está muito forte. Estou falando do 8 de janeiro [com a invasão da sede dos três poderes em Brasília por manifestantes de extrema-direita], que foi o ápice disso, mas, eu quero lembrar que nós tivemos quatro anos de um governo que exaltou a ditadura militar no Brasil”, disse. 

Estado repressor

A própria estrutura do Estado brasileiro, segundo Almeida, dificulta a universalização de direitos básicos. De acordo com o ministro, o Brasil sofre de uma “falta de soberania econômica” que causa uma “desigualdade profunda”. “A gente só consegue sustentar esse tipo de ambiente, essa falta de soberania econômica, se junto a isso vier também um Estado profundamente autoritário, violento, repressor, um Estado infenso à democracia”, relacionou. 

Na visão de Almeida, essa situação dificulta mudanças, mesmo quando pessoas progressistas estão à frente dos governos. “Aqueles que já estiveram na administração pública sabem, boa vontade não é suficiente. Há uma série de dificuldades para que haja, de fato, um espaço para que as vozes do povo possam participar das políticas governamentais”, acrescentou. 

Depoimento

Mãe de um dos jovens mortos no Massacre de Paraisópolis, Maria Cristina Quirino também questionou até que ponto existe democracia no país. “Essa democracia que matou meu filho, porque é assim que eu entendo essa democracia. Hoje, eu não consigo enxergar essa democracia de outra forma a não ser enxergando a morte do meu filho”, disse ao fazer uma fala emocionada durante o evento. 

“Eu sei que existe lei. Eu sou cumpridora dessas leis. Eu respeito as leis, mas eles não respeitaram as minhas leis. Eles me tiraram o direito de criar o meu filho. Meu filho tinha 16 anos. Meu filho que ia crescer, que ia florescer. Ele estava na juventude. Meu filho era uma criança que não se formou no adulto. Ele tinha 16 anos. Ele era um ser humano, era muito importante pra mim, para minha família inteira. Hoje, a minha família está vivendo todos os minutos aquele dia, aquele maldito dia”, disse ao lembrar de Denys Quirino, uma das vítimas do massacre.

Um tiroteio em Paraisópolis, zona sul de São Paulo, entre policiais militares e suspeitos de um roubo, deixou cinco feridos na tarde desta segunda-feira (3). Todas as pessoas atingidas, sendo dois comerciantes que moram na comunidade, precisaram ser socorridas e encaminhadas para hospitais da região.

Segundo a Polícia Militar, o tiroteio começou após uma equipe de patrulhamento da PM flagrar dois homens praticando roubos na região. Depois de serem abordados, os suspeitos fugiram, entraram na comunidade de Paraisópolis e começaram a fazer os disparos, de acordo com os policiais.

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"Em determinado momento, um dos policiais sofreu uma queda da motocicleta e o outro policial, que estava mais à frente, continuou no acompanhamento até que os infratores caíram da motocicleta, e um deles sacou uma arma de fogo, ao que o policial militar se defendeu efetuando disparos", informou a PM, em nota.

Na sequência, outros policias teriam entrado na comunidade para ajudar o colega que teria caído da moto e, ao avistarem outro suspeito com uma arma, também começaram a atirar, dando início a um segundo tiroteio.

De acordo com a Polícia Militar, as cinco pessoas feridas na ocorrência foram socorridas e levadas "para hospitais da região". A PM não informa no comunicado se todas as vítimas que precisaram de atendimento estavam envolvidas no confronto. Moradores da região, porém, dizem que dois comerciantes, que não estavam participando da perseguição, teriam sido atingidos.

Em entrevista ao programa Brasil Urgente, da TV Bandeirantes, o coronel da PM Carlos Former confirmou a informação sobre os dois comerciantes e informou que os outros dois feridos são os homens que a polícia estava perseguindo.

"Estamos analisando se o quinto é um criminoso ou não. Fomos levados a adentrar a comunidade pelos policiais estarem no encalço dos criminosos", disse o coronel ao apresentador José Luiz Datena.

O caso foi encaminhado para o 34º DP (Distrito Policial) da cidade, no bairro da Vila Sônia.

O candidato do PT ao governo de São Paulo deixou como "carta na manga" para o último bloco do debate promovido pela TV Globo o episódio envolvendo seu adversário, Tarcísio de Freitas (Republicanos), cujo um auxiliar de campanha pediu para que um cinegrafista apagasse imagens do tiroteio no bairro de Paraisópolis que interromperam a agenda do ex-ministro na região.

Haddad acusou o ex-ministro de não ser transparente e afirmou que a atitude gera "suspeição". "Não se destrói provas, evidências, se confia na autoridade policial", disse o petista, durante debate. Ele declarou que as imagens poderiam ser úteis para investigação, e que não deveriam ser apagadas.

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Em resposta, Tarcísio afirmou que "lamenta" que o adversário faça "sensacionalismo com uma coisa séria". "Primeira coisa: você sabe onde foi feito esse pedido? Foi feito dentro do nosso escritório na Vila Mariana. E sabe por que a gente estava lá com o cinegrafista? Porque a gente não deixou ninguém ficar pra trás", disse Tarcísio ao se defender sobre o tema.

Segundo o ex-ministro, foi pedido para que as imagens fossem apagadas foram feitas por preocupação com pessoas.

Nesta semana, a Folha de S.Paulo publicou um áudio em que mostra que um integrante da campanha do Tarcísio mandou um cinegrafista da Jovem Pan apagar imagens do tiroteio de Paraisópolis, no dia 17. Já na noite de quarta-feira, 26, o jornal revelou que, logo após a publicação da matéria, a equipe de Tarcísio teria pedido o desligamento do funcionário e que a emissora teria sugerido que ele gravasse um vídeo para o candidato.

Na justificativa, Tarcísio explicou que o funcionário mandou apagar o conteúdo por causa da "preocupação com a segurança das pessoas" que estavam presentes no incidente.

Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) investiram, nessa segunda (17), na tese de "atentado" contra o candidato ao governo de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos), que teve de interromper uma agenda de campanha após um tiroteio em Paraisópolis, na capital paulista. No Twitter, o próprio Tarcísio escreveu que ele e a sua equipe foram "atacados por criminosos". Depois, a assessoria do candidato mudou o tom e passou a classificar o episódio como uma "tentativa de intimidação". O governador Rodrigo Garcia (PSDB), que declarou voto no ex-ministro da Infraestrutura no segundo turno, afirmou, também pelo Twitter, que determinou "a imediata investigação do ocorrido".

Houve uma série de postagens de bolsonaristas na sequência do episódio, insinuando que o mando do suposto ataque seria da "esquerda" ou do adversário do ex-ministro no segundo turno, o ex-prefeito Fernando Haddad (PT). Outros ironizaram a agenda do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, que ocorreu sem incidentes, na semana passada. O termo "atentado" entrou nos trending topics (assuntos mais comentados) do Twitter e acumulou mais de 170 mil mensagens em poucas horas.

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"Ao que parece trata-se de um atentado de traficantes fortemente armados contra o Ministro Tarcísio em SP", escreveu o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), filho do presidente. "Graças a Deus o atentado em Paraisópolis/SP não fez vítimas fatais", postou o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

A associação direta com Lula, Haddad e o PT foi feita por bolsonaristas radicais, como a deputada federal Carla Zambelli (PL-DF). "Lula disse no debate que ele é o único candidato que entra na favela sem colete e sem precisar de polícia. Hoje: Tarcísio Freitas sofre atentado em Paraisópolis. Tire suas conclusões", postou a deputada no Twitter, em referência à visita recente do petista ao Complexo do Alemão.

A campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) frequentemente associa o partido a facções criminosas e já teve conteúdos removidos a mando do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O candidato do Republicanos ao governo do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas, avalia que o tiroteio que paralisou sua agenda na manhã desta segunda-feira, 17, foi uma "ação de intimidação" territorial. Ele evita falar que a troca de tiros foi de cunho político, mas reitera que foi intencional.

"Bandidos notaram nossa presença ali desde cedo", declarou o candidato, em coletiva de imprensa nesta segunda-feira. Ao classificar quem fez a troca de tiros como "criminosos", Tarcísio afirmou que a ação foi um recado de que ele não é "bem-vindo". "Criminosos querem dizer que têm um lado, mas 'não é o seu'."

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O candidato teve de interromper a agenda no Polo Universitário de Paraisópolis, na zona sul de São Paulo, na manhã desta segunda-feira por causa de um tiroteio. Nas redes sociais, ele disse ter sido alvo de "ataque de criminosos", mas afirmou que todos da sua comitiva estão bem e que um "bandido foi baleado". Tarcísio deixou o local em segurança, com a equipe e jornalistas. A Polícia Militar informou que uma pessoa foi baleada.

O candidato afirmou que estava visitando instalações de um centro universitário e que começou a ouvir trocas de tiros. Mais tarde, os tiros se intensificaram e ouviu-se uma gritaria. Após ter a segurança retomada, o candidato saiu do local juntamente com sua equipe. Ele disse que foram avistadas quatro motos com dois "elementos" em cada uma que rondaram o lugar e tiraram fotos desde cedo.

Tarcísio afirmou que a equipe de segurança disse que a troca de tiro não é comum naquela região e, portanto, em sua avaliação, foi um ato de intimidação.

"Na minha visão, dizer que foi um tiroteio corriqueiro, não é assim que funciona", disse, emendando que, em sua análise, o ato quis dizer: "Você não entra sem a nossa permissão."

O candidato do Republicanos enfatizou a importância da presença do Estado para que episódios como este não ocorram. Segundo ele, caso eleito, será aumentada a presença do Estado. "Estado tem que libertar as pessoas do crime organizado."

Por fim, o ex-ministro declarou que a agenda de campanha não sofrerá mudanças.

Tarcísio também anunciou o apoio do diretório estadual do Cidadania a sua candidatura.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que ainda é cedo para dizer que há motivação política no tiroteio que obrigou a comitiva do candidato Tarcísio Gomes de Freitas a sair de Paraisópolis, na zona Sul de São Paulo, na manhã desta segunda-feira, 17. Bolsonaro afirmou que, mesmo assim, a segurança do candidato precisa ser reforçada.

"Eu recebi um telefonema do Tarcísio, algumas imagens também, tudo é preliminar ainda, então, eu não quero me antecipar, se foi uma ação contra a equipe dele, se foi uma ação isolada, se algum conflito já estava havendo na região. Então, seria prematuro eu falar sobre isso", declarou Bolsonaro, no Palácio do Alvorada durante pronunciamento ao lado do ex-senadores Arthur Virgílio (PSDB-AM) e Agripino Maia (União-RN), que declararam apoio a ele contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno.

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O presidente ressaltou que na semana passada houve tiros contra uma igreja, em Fortaleza, onde a primeira-dama Michelle e a senadora eleita Damares Alves (Republicanos) participariam de um ato religioso. "O que eu sei é que há poucos dias teve uma ação de dois tiros numa igreja onde a primeira-dama se faria presente. O elemento foi preso, detido, confessou ser do Comando Vermelho e que os dois tiros foram para intimidar e evitar que muita gente comparecesse a esse evento da primeira-dama com a senhora Damares", afirmou Bolsonaro. "Então, isso está acontecendo, a gente lamenta, um caso já comprovado que tem a ver com questão política. O caso do Tarcísio, ainda não", emendou.

Pelo Twitter, Tarcísio informou que ele e sua equipe estavam "bem" e haviam sido "atacados por criminosos", sem dar detalhes. "O Tarcísio pode requerer aos órgãos competentes a segurança. Tenho conversado com ele sobre isso. Esse evento de hoje, sendo ou não contra ele, é um sinal de que ele deve se preocupar mais ainda com a sua segurança", disse o presidente.

De acordo com o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, Tarcísio e sua equipe foram retirados do local sem ferimentos. "O Tarcísio de Freitas já foi evacuado, não sofreu nenhum ferimento, nem ele nem a equipe que estava com ele. Pelas notícias, o único apreendido, não se sabe se é menor ou não, foi um dos atiradores e não houve maiores ferimentos, maiores problemas com outras pessoas", afirmou o ministro.

Bolsonaro e Heleno esclareceram, contudo, que o GSI não é responsável pela segurança do candidato ao governo de São Paulo. (COM BROADCAST)

O candidato ao governo de São Paulo pelo PT, Fernando Haddad, ao ser questionado sobre o tiroteio envolvendo seu adversário na disputa, Tarcísio de Freitas (Republicanos), expressou surpresa e disse não estar sabendo sobre o ocorrido. Após ser informado por jornalistas, ele disse repudiar "toda e qualquer forma de violência".

"Não tenho o menor conhecimento sobre isso", disse o petista após ser questionado por jornalistas sobre o ocorrido. Haddad cumpria agenda na manhã desta segunda-feira (17) em São Mateus, na zona leste de São Paulo, com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o vice de chapa Geraldo Alckmin (PSB). Mesmo sem saber sobre o episódio, Haddad disse fazer uma "campanha de paz e muito respeitosa" e destacou que sempre tratou Tarcísio na base do respeito.

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"Eu repudio toda e qualquer forma de violência. Isso vale para [20]18, [20]20 e [20]22", afirmou. "Sempre trabalhei no campo da dignidade da política, na contribuição com propostas, é assim que tenho me portado desde que entrei na vida pública.", disse.

Apesar de pregar o respeito ao ocorrido, Haddad aproveitou para alfinetar Tarcísio, que faltou no debate ao governo de São Paulo na sexta-feira (14). "É a quarta campanha que faço sem nenhum incidente, falando educado e sem me recusar a debater com ninguém", finalizou o candidato.

Um tiroteio na comunidade em Paraisópolis interrompeu a agenda de Tarcísio na manhã desta segunda-feira. O candidato deixou o local em segurança, com a equipe e jornalistas. A Polícia Militar informou que uma pessoa foi baleada. O motivo do tiroteio ainda está sendo investigado pelas autoridades.

O governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), determinou a abertura de uma investigação sobre um tiroteio na manhã desta segunda-feira (17), durante agenda do candidato ao governo do Estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em Paraisópolis.

"Acabei de falar com Tarcísio de Freitas e ele e sua equipe estão bem. A polícia militar agiu rápido e garantiu a segurança de todos. Determinei a imediata investigação do ocorrido", escreveu o governador no Twitter. Após o acontecido, Tarcísio deixou o local escoltado por seguranças.

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Em uma postagem também no microblog, Tarcísio afirmou que ele e sua equipe estavam bem e que um bandido havia sido baleado. "Em primeiro lugar, estamos todos bem. Durante visita ao 1º Polo Universitário de Paraisópolis, fomos atacados por criminosos. Nossa equipe de segurança foi reforçada rapidamente com atuação brilhante da PMESP [Polícia Militar de São Paulo]. Um bandido foi baleado. Estamos apurando detalhes sobre a situação", detalhou o candidato.

Um tiroteio na comunidade de Paraisópolis, na zona sul de São Paulo, na manhã desta segunda-feira (17), interrompeu a agenda do candidato ao governo paulista pelo Republicanos, Tarcísio de Freitas. O candidato deixou o local em segurança, com a equipe e jornalistas. A Polícia Militar (PM) informou que uma pessoa foi baleada. O motivo do tiroteio ainda está sendo investigado.

Pelo Twitter, Tarcísio informou que todos estavam bem e que foram "atacados por criminosos", sem dar detalhes. "Nossa equipe de segurança foi reforçada rapidamente com atuação brilhante da @PMESP (Polícia Militar do Estado de São Paulo)", relatou. "Um bandido foi baleado. Estamos apurando detalhes sobre a situação."

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Também pelo Twitter, o senador Flávio Bolsonaro (PL) afirmou que conversou com o candidato ao governo de São Paulo pelo Republicanos após o ocorrido e que o ex-ministro "está bem". O parlamentar, um dos filhos do presidente Jair Bolsonaro (PL), aliado de Tarcísio, classificou o tiroteio como "atentado" também sem dar fundamentos, não ressaltou que não houve vítimas fatais.

Um sobrado desabou em Paraisópolis, na zona sul de São Paulo, na tarde deste sábado, 16, deixando um morto e quatro feridos. Casas vizinhas ao imóvel foram danificadas, entre as ruas Itajubaquara e Hebert Spencer, e há moradores desabrigados.

A vítima tinha 55 anos e havia ficado presa nos escombros do sobrado, em um local de difícil resgate. Bombeiros informaram que, durante a operação de resgate, chegaram a ouvir o telefone do homem tocar. Pelo Twitter, a corporação pediu a moradores que fizessem silêncio e que helicópteros parassem de sobrevoar a região, para facilitar as buscas. O corpo, no entanto, só foi encontrado perto das 21 horas.

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Dois dos feridos foram socorridos pelos próprios moradores, antes da chegada do resgate. E outros dois homens, de 48 e 49 anos, sofreram fraturas e contusões nos membros inferiores e foram levados para o Hospital Campo Limpo, segundo o Corpo de Bombeiros.

Cinquenta e quatro bombeiros participaram da operação de resgate, com ajuda de um cão farejador.

"Catorze casas foram atingidas pelo desabamento", diz o presidente da Rua, Israel Joaquim dos Santos, de 30 anos. "Agora, temos dez pessoas desabrigadas e estamos conseguindo doações para ajudar todos que precisam."

O Ministério Público de São Paulo denunciou nesta segunda-feira, 19, doze policiais militares por homicídio triplamente qualificado de nove pessoas que morreram pisoteadas após ação da PM em um baile funk na comunidade de Paraisópolis, zona sul de São Paulo, no dia 1º de dezembro de 2019. De acordo com a Promotoria, denunciados 'agiram por motivo torpe e meio que resultou em perigo comum, atuando de surpresa, recurso este que dificultou a defesa' das vítimas, matando os jovens por asfixia por sufocação indireta.

"Deliberadamente [os PMs] deixaram de observar regras mínimas para a contenção de distúrbios civis e dispersão de multidões e, com intuito de provocar pânico e sofrimento nas pessoas que participavam de evento cultural no local dos fatos, agiram com violência, confinando as vítimas no quarteirão da Rua Ernest Renan, entre as ruas Herbert Spencer e Rodolf Lotze, o que causou suas mortes", registra a denúncia.

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Os 12 PMs denunciados pelos homicídios também são acusados das lesões corporais de duas jovens, Giovanna Ferraz da Silva e Miryan de Araújo Macário. A primeira foi atingida no rosto por uma das garrafas, com vidros quebrados, que eram atiradas pelos policiais em direção da população. Já Miryan foi alvejada por uma bala de borracha que permaneceu alojada em sua perna.

A peça é assinada pelos promotores Neudival Mascarenhas Filho, Luciana André Jordão Dias e Alexandre Rocha Almeida de Moraes, da Promotoria de Justiça do I Tribunal do Júri da Capital. O trio denunciou ainda um 13º policial por colocar a vida alheia em perigo mediante explosão - durante a ação ele jogou três 'morteiros' (bomba caseira) em direção a um grupo de pessoas. Com relação a ele, a Promotoria ofereceu a suspensão condicional do processo pelo prazo de 2 anos - possibilidade de o acusado cumprir certas condições em troca da extinção da ação.

A denúncia narra que a ação dos PMs tratou-se de uma operação com 'verdadeira violação dos direitos dos cidadãos que estavam no baile e moradores de Paraisópolis' frisando que os agentes 'de forma livre e consciente, se omitiram em cumprir com as normas previstas no Manual de Controle de Distúrbios e nos Procedimentos de Operação Padrão da Polícia Militar, em especial os da Força Tática e de uso de granadas, embora tivessem o dever legal de garantir a segurança daquela população'.

A peça de 11 páginas apresentada ao juízo da do 1º Tribunal do Júri de São Paulo narra que os 12 PMs denunciados jogaram granadas contra as pessoas que estavam no baile, além de as terem agredido com cassetetes, tonfas e um bastão de ferro. Os denunciados também dispararam balas de borracha contra a população e jogaram garrafas, objetos e gás de pimenta para o interior da viela do Louro - onde nove pessoas foram encontradas desacordadas. "[Os PMs] fizeram uso de desmedida violência e armas não letais, confinando a multidão, em verdadeiro desespero, obrigando-a a sair por vias que não comportavam aquele número de pessoas", registra o documento.

De acordo com os promotores, os denunciados tinham conhecimento de que não havia rotas fuga suficientes para o escoamento da multidão e por isso foi considerado que o resultado da operação 'foi previsto pelos acusados, policiais militares e profissionais preparados para a atuação em Contenção de Distúrbios Civis e dispersão de multidões'. "Todas as pessoas que estavam no baile da DZ7, na madrugada de 01 de dezembro de 2019, foram expostas ao perigo de vida, já que ficaram confinadas, expostas aos disparos de armas não letais e à violência policial praticada e aos riscos do escoamento da multidão por via inadequada", argumenta o MP-SP.

A promotoria também indica que depois que as vítimas foram encontradas 'desacordadas' não foi efetuado nenhum socorro imediato a elas. Os corpos permaneceram na rua por cerca de 40 minutos, enquanto a tenente Aline Ferreira Inácio, comandante da tropa, 'buscava socorro por ambulâncias, sem que nenhuma medida de reanimação fosse procedida'.

Na denúncia, a promotoria pede, além da condenação dos policiais, a fixação de valor mínimo para reparação dos danos materiais e morais causados pelos crimes. O MP-SP enviou uma cópia da peça de acusação ao Tribunal de Justiça Militar, considerando que há inquérito policial militar em curso sobre o caso, e pediu ainda, ao promotor que atual em tal procedimento providências para o afastamento dos policiais militares denunciados das atividades de rua até o fim do processo'.

A morte de nove jovens pisoteados durante um baile funk em Paraisópolis, na zona sul de São Paulo, completa um ano nesta terça-feira, 1º. O principal inquérito do caso, conduzido pela Polícia Civil, ainda não foi concluído, mas o Ministério Público já antecipou que enxerga culpa de parte dos policiais militares que atuaram no caso. As famílias vão realizar nesta tarde um ato em memória das vítimas e por responsabilização pelas mortes.

Os nove jovens foram pisoteados após a polícia atuar para dispersar o baile da DZ7 na comunidade de Paraisópolis. Esse pancadão, na época, costumava reunir entre 3 mil e 5 mil pessoas nos fins de semana. Os agentes dizem que perseguiam um suspeito e foram alvo de disparos. A ação causou tumulto e levou as vítimas para duas vielas da comunidade, onde as pessoas se aglomeraram. Testemunhas relatam truculência na ação policial, o que teria colaborado para aumentar o tumulto e dificultar a dispersão pelas ruas estreitas do local.

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A principal investigação do caso é conduzida desde dezembro pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil. Em nota enviada na segunda-feira, 30, a Secretaria da Segurança Pública informou que a apuração segue em andamento, sob sigilo, "com o cumprimento de solicitações feitas pela promotoria". A pasta disse também que os policiais envolvidos seguem afastados do serviço operacional. Trinta e um deles haviam sido afastados pouco tempo depois da ocorrência.

O inquérito poderá esclarecer como atuou cada agente durante a ocorrência e qual foi o papel deles para as mortes dos jovens. Após o encerramento da investigação, essa apuração deverá ser submetida ao Ministério Público, que avaliará apresentação de denúncia formal à Justiça contra os policiais.

O MP já havia antecipado que enxerga culpa de parte dos policiais envolvidos nas mortes em Paraisópolis. Em nota enviada na segunda-feira, o órgão reforçou essa posição. "Os elementos dos autos apontam o dolo dos policiais militares, na modalidade dolo eventual, para as nove vítimas, pois se trata de uma única situação fática. Todavia, à primeira vista, não seriam os 31 policiais militares responsabilizados, sendo necessária a análise de cada conduta", informou, por nota, a promotora Luciana André Jordão Dias.

Ela classificou o trabalho da Polícia Civil como "bastante criterioso" e lembrou que a apuração está "ocorrendo ininterruptamente desde a prática dos fatos". "Acreditamos que o inquérito policial está próximo de seu encerramento. A demora decorre da complexidade do caso, com 31 policiais envolvidos e nove vítimas fatais, além de outras que também sofreram agressões e lesões, e da pandemia de covid-19, que, assim como nas demais áreas, dificultou a apuração dos fatos", acrescentou.

Uma outra apuração foi conduzida pela Corregedoria da Polícia Militar e enviada para a Justiça Militar, que analisa a prática de eventuais crimes militares dos agentes. Esse inquérito concluiu que as mortes aconteceu também em virtude da ação da PM naquele local. Apesar disso, o capitão que investigou a atuação dos agentes disse que eles não devem ser punidos porque agiram em legítima defesa.

Na tarde desta terça-feira, as famílias das nove vítimas deverão se reunir em frente ao Palácio do Bandeirantes, sede do governo paulista no Morumbi, em um ato em memória dos jovens e para pedir justiça no caso.

"A nossa ideia é continuar na luta por justiça, o que temos feito ao longo deste ano, com uma cobrança enfática. Eram jovens com um futuro muito bonito pela frente e que foram brutalmente arrancados de nós", disse o estudante Danylo Amilcar, de 20 anos, irmão de Denys Henrique, de 16 anos, uma das vítimas. Ele cobra responsabilização não só para os agentes, mas também para os comandantes da tropa que atuou no baile.

"É muito difícil expressar todo esse sofrimento. Além de perder um irmão com 16 anos, nas circunstâncias que nos foram impostas, há um trabalho árduo e longo para mostrar para a sociedade que ele tinha um valor, que trabalhava, que se esforçava para estudar. Esse trabalho é um desafio. O que a polícia tentou fazer foi dizer que eles eram culpados pela própria morte. Quem perdeu ali não foi somente a gente, foi toda a sociedade ao ver um jovem que saiu para se divertir e foi morto. Pedimos respostas e reparações", reforçou Danylo.

Indícios de um novo aumento de Covid-19 já preocupam Paraisópolis, uma das maiores favelas de São Paulo, na zona sul da capital. Moradores relatam guinada no número de atendimentos por síndrome respiratória na última semana e descrevem que o atual cenário começa a lembrar fases mais agudas da pandemia. Já o Hospital Israelita Albert Einstein, referência no tratamento de Covid no País, está em "situação de alerta" em relação aos casos.

Para enfrentar o coronavírus, a associação de moradores contratou ambulância particular, recolhendo os pacientes mais graves e levando a unidades de saúde, desde o dia 23 de março. Segundo a equipe de resgate, os chamados atingiram pico em meados de julho, mas a demanda chegou a cair nos meses seguintes, antes de voltar a crescer de forma acelerada.

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O líder comunitário Gilson Rodrigues relata que, só na última semana, 89 pessoas foram removidas no bairro por quadros de síndrome respiratória. "O número aumentou bastante nos últimos dias. Antes, a média de atendimentos estava entre dez e 13 casos até o feriado do dia 2."

A equipe da ambulância é composta por um médico, um enfermeiro, dois socorristas e pela diretora da associação Renata Alves, de 40 anos, que por conhecer os becos e vielas da favela atua como uma espécie de GPS do veículo e faz a comunicação com os pacientes. A associação também distribui cestas básicas e oferece assistência, como orientações para receitas ou atestados médicos, às famílias que precisam ficar isoladas. "Para a gente que está há quase oito meses trabalhando no resgate, é desesperador."

Renata recebe os chamados por telefone e até por WhatsApp. Imediatamente, ela pergunta endereço, idade e se há alguma comorbidade - a confirmação se é covid ou não, entretanto, só acontece após teste, realizado em equipamentos públicos. "Nos últimos dias, a maioria dos casos era de pessoas que estavam se prevenindo, mas tiveram de sair para trabalhar e pegaram transporte público lotado. Não é de gente frequentando festa", diz.

Segundo conta, entre as faixas etárias mais atendidas, jovens são minoria - ao contrário da tendência que se percebe em outros locais, onde o grupo é o principal afetado pela nova onda de covid. Na sexta-feira passada, chamou a atenção de Renata o caso de uma idosa de 75 anos, já acamada e fazendo uso de sonda, com quadro de pneumonia. Após o socorro da ambulância, ela foi levada ao Hospital do Campo Limpo. Nesta semana, a família informou que a paciente morreu.

"Em algum momento pareceu que estava tudo brando. É muito frustrante", diz a diretora da associação. "O cenário de hoje está se igualando muito ao do início da pandemia, com esses feriados frequentes e a liberação para retomar aula, abrir shopping ou ir trabalhar."

O Estadão procurou líderes comunitários de outras regiões, mas eles relataram não ter percebido mudanças representativas. "Sem grandes variações", diz Henrique Deloste, da Brasilândia. "Eu acredito que o povo da periferia já estava muito mais exposto desde o começo", afirma Neuza Meneghello, do Socorro, na zona sul. Anteontem, o governo de São Paulo confirmou um aumento de 18% nas internações nas redes pública e privada.

Einstein

O Hospital Israelita Albert Einstein está em "situação de alerta", segundo o presidente, Sidney Klajner. Mas ele prefere aguardar os dados das próximas semanas. "Ainda não é possível dizer se há aumento consistente. É preciso ao menos uma semana de análise da média móvel de casos para uma afirmação mais precisa. Mas estamos numa situação de alerta", diz o médico.

O aumento de casos, no entanto, chega a 80%. Hoje, o Einstein tem 93 leitos confirmados com covid. Entre o final de setembro e o dia 12 de novembro, a média de internações era de 55. "Ao longo do tempo, vamos ter a noção se isso é uma oscilação", disse ele. O hospital destaca, porém, a necessidade de manutenção das medidas de proteção. "Os novos números alertam para a necessidade da manutenção das medidas: usar máscaras em qualquer ambiente, fechado ou ao ar livre, respeitar o distanciamento."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após conseguir bons resultados no início da pandemia, a favela de Paraisópolis, segunda maior da capital paulista, teve um aumento de quase 240% na taxa de mortalidade por Covid-19 em três meses.

Em maio, no distrito da Vila Andrade, onde está localizada Paraisópolis, a taxa de mortes por Covid-19 era de 50 vítimas para cada 100 mil habitantes. Em relação apenas à favela, a taxa era de 16 mortes para cada 100 mil. Em agosto, o índice passou para 54 óbitos por covid-19 a cada 100 mil habitantes, um aumento de 237,5%.

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O levantamento foi feito pelo Instituto Polis e pelo Laboratório Espaço Público e Direito à Cidade (LabCidade) da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (USP) com base em dados da Secretaria Municipal de Saúde, fornecidos por meio da Lei de Acesso a Informação.

A secretaria de Saúde, no entanto, informou por meio de nota que o distrito da Vila Andrade vem “apresentando queda dos óbitos nos últimos meses”. Segundo o comunicado, foram registradas, até agosto, 123 mortes confirmadas ou suspeitas de covid-19, sendo que 39 das vítimas morreram em maio e oito em agosto.

A secretaria diz ainda que Paraisópolis está 100% coberta pela estratégia saúde da família, com 59,9 mil pessoas cadastradas através de três unidades básicas de saúde.

Organização comunitária

A comunidade da favela da zona sul paulistana, onde vivem cerca de 100 mil pessoas em 21 mil residências, organizou um sistema chamado de “presidentes de rua” no qual agentes voluntários eram responsáveis por “cuidar” de 50 casas. Esses voluntários reforçavam as instruções de isolamento social, além de apoiar a entrega das doações de mantimentos e material de higiene.

Para o médico sanitarista e pesquisador do Instituto Polis, Jorge Kayano, houve um esgotamento das ações comunitárias com o passar dos meses. “Todas as medidas que foram adotadas acabam se esgotando ao longo do tempo por não conseguirem conter mais a população dentro das suas casas esperando acabar a pandemia”, aponta.

Além disso, ele destaca que o fluxo de doações tende a diminuir depois de algum tempo. “Não há filantropia ou poder de contribuição que permaneça indefinidamente. Precisam de ação complementar do setor público”, acrescenta.

Falta de apoio

A falta de apoio do Poder Público é, na avaliação do médico, a principal razão para que, mesmo com uma boa contenção da pandemia nos primeiros meses, o número de mortes tenha crescido tanto na comunidade. “A ação pública poderia ao menos fazer uma contribuição efetiva para que as iniciativas feitas pela própria comunidade tivessem mais alcance e poder de fogo”, enfatiza.

A própria medida adotada na comunidade é, de acordo com o médico, uma reação à falta de apoio dos governos e da prefeitura. “Agora está claro que não foi suficiente para manter essa situação de baixa taxa de mortalidade. Isso não pode ser cobrado dos moradores de Paraisópolis”, ressalta.

Testagem e rastreamento

Kayano defende que o Sistema Único de Saúde (SUS) deveria ter atuado de forma mais enérgica, mobilizando os agentes da atenção básica em um modelo semelhante ao feito no Uruguai.

No país vizinho, segundo o médico, houve um esforço de testagem, permitindo localizar as pessoas infectadas e fornecer condições para que elas fizessem o isolamento social. Além disso, o especialista destaca a importância de rastrear os casos, testando as pessoas que tiveram contato com a pessoa confirmada com o vírus.

“Isso poderia ser feito em vários bairros de São Paulo que tem iniciativas parecidas com Paraisópolis”, afirma.

O Ministério Público de São Paulo (MPSP) afirmou, nesta quinta (27), que já existem provas suficientes para a denúncia por homicídio doloso por parte dos policiais que participaram da ação na favela de Paraisópolis, na Zona Sul da capital paulista, em dezembro do ano passado.

Durante baile funk, a Polícia Militar realizou uma operação que resultou na morte de nove jovens e ainda deixou 12 feridos, das cinco mil pessoas que frequentavam o evento. O laudo da perícia confirmou que as vítimas morreram por asfixia, causada pelo pisoteamento durante a confusão.

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Para a promotora Luciana André Jordão Dias, titular da ação penal que investiga o caso, os policiais agiram com “dolo eventual”, que se configura na tomada de risco óbvio, aceitando que a ação realizada poderia resultar em tragédia. As informações foram cedidas em entrevista ao G1.

A promotoria de São Paulo já havia pedido quebra de sigilo telefônico dos 31 policiais envolvidos na ação, e foi com base nessas informações, nas imagens do dia do ocorrido e na comunicação dos PMs com o Comando de Policiamento da Polícia Militar (COPOM), que pôde-se chegar à conclusão da existência de dolo na operação em Paraisópolis.

“Em primeiro lugar, [a PM] tem o dever de proteção, e se alguém chega e dá fuga em massa a cerca de 5 mil pessoas em vielas que só passam quatro pessoas, obviamente se antevê a possibilidade da morte daquelas pessoas pisoteadas ou asfixiadas porque elas não têm como sair por aquelas vias de acesso”. A promotora ainda comentou sobre a ação ter sido “intencional” e com o objetivo de “encurralar” os frequentadores do baile funk.

Apesar de 31 policiais terem participado da operação, Luciana diz que é possível individualizar a conduta dos agentes e que nem todos serão denunciados pela Promotoria. “As condutas estão praticamente individualizadas e faltam apenas algumas diligências para que esse inquérito se encerre”, finalizou.

A Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo diverge da conclusão da promotora, e alega que os policiais estavam em perseguição de dois suspeitos na data, durante a Operação Pancadão, realizada na região. A versão dos policiais é questionada pelos moradores da favela desde que o caso veio à tona, e ainda há imagens de alguns dos feridos sendo espancados por PMs nas vielas de Paraisópolis.

Os laudos com a análise sobre a causa das mortes de nove jovens em Paraisópolis há duas semanas apontaram traumas compatíveis com pisoteamento. De acordo com a Secretaria da Segurança Pública, os documentos foram recebidos pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil, e anexados ao inquérito que investiga o caso.

O teor dos laudos não foi detalhado pela pasta. Em entrevista coletiva à imprensa nesta sexta-feira (13) o governador de São Paulo, João Doria e o secretário da Segurança, general João Camilo Pires de Campos, não comentaram a conclusão da análise conduzida pelo Instituto Médico Legal (IML). A forma como as mortes aconteceram no baile funk é fator-chave para entender a responsabilidade dos policiais militares que atuavam em uma operação no local.

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Segundo a secretaria, até o momento cerca de 40 oitivas já foram anexadas ao inquérito e a equipe analisa imagens, áudios e outras informações da investigação. "A Corregedoria da Polícia Militar também apura todas as circunstâncias relativas à ocorrência em um IPM (inquérito policial militar)", informou.

Os policiais dizem que a confusão no local começou após ocupantes de uma moto terem disparado contra os agentes e se protegido em meio à multidão que participava da festa. A perseguição e os tiros dos criminosos teriam assustado os frequentadores do baile.

Testemunhas contestam a versão dos policiais, alegando que eles já chegaram na festa de forma truculenta. Os agentes teriam dificultado a dispersão ao fechar as duas saídas da rua onde ocorria a festa, levando as pessoas a se amontoarem em vielas. As mortes aconteceram em dois desses becos.

Ao jornal O Estado de S. Paulo, uma testemunha afirmou que os policiais jogaram bombas nessas vielas, enquanto pessoas gritavam e desmaiavam. Essa jovem ficou com um ferimento no rosto após ter sido atingida por uma garrafa lançada, segundo ela, por um policial.

O governo afastou 31 policiais militares do serviço operacional das ruas enquanto a investigação é realizada. Eles deverão permanecer realizando atividades administrativas nesse período. O afastamento foi um pedido dos parentes das vítimas ao governador João Doria. Elas temiam que os agentes prejudicassem as investigações ou incorressem em casos similares. O governo diz que os policiais estão "preservados" e a medida não representa uma punição a eles.

O desembargador Luiz Antônio Godoy, da 1ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, determinou que o cantor Marcelo D2 deverá apagar três tweets em que critica o atual governador de São Paulo João Doria (PSDB) como 'mandante' pela ação polícial em Paraisópolis, em que nove jovens foram mortos.

Segundo a decisão do magistrado, o artista teria cometido abuso do direito de liberdade de expressão e proibiu o cantor de vincular o nome do político às mortes ocorridas na ação policial.

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A solicitação foi feita por Doria, que alegou ter sido vítima de comentários que atacaram sua honra e imagem, o vinculando como responsável direto pelo ocorrido em Paraisópolis.

No twitter, D2 publicou dizendo que Doria era o ‘mandante’ da ação, devido a suas declarações no ano passado à Rádio Bandeirantes, em que afirmou que a partir de janeiro deste ano a ‘polícia ia tiraria para matar’ e em um vídeo divulgado no próprio perfil do governador em 1° de janeiro em que ele diz para não fazerem enfrentamento com a polícia “ou se rendem ou vão pro chão”.

Moradores de Paraisópolis, na zona sul paulistana, querem que o poder público ajude a organizar o Baile da Dz7, pancadão em que nove pessoas morreram após uma ação policial na semana passada. Com a medida, o Prefeitura e o Estado seriam responsáveis por fornecer a estrutura do evento, mas o baile funk também passaria a ter regras definidas, como horários para começar e terminar.

A proposta foi apresentada por líderes comunitários nesta segunda-feira (4) a uma comitiva formada por 20 representantes das gestões do governador João Doria (PSDB) e do prefeito Bruno Covas (PSDB), entre secretários e presidentes de autarquias. Entre as reivindicações, há, ainda, a criação da Subprefeitura de Paraisópolis, que englobaria a comunidade e o bairro vizinho do Morumbi. Os governos devem responder às demandas em dez dias.

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O mais famoso pancadão de Paraisópolis, o Baile da Dz7 reúne, em média, entre 3 mil e 5 mil pessoas. A maior parte fica concentrada na Rua Ernest Renan, mas o público também se espalha por vielas e ruas do entorno. Sem organizadores oficiais, o evento começa na quinta-feira e só termina no domingo - e motiva reclamações de barulho e de comércio de álcool e drogas. O baile acontece a partir de carros ou paredões de som que somam ao fluxo, além de bares da região, abertos durante a madrugada.

"Um evento da cidade de São Paulo que pode chegar a ter até 30 mil pessoas deve ser estruturado", afirma o líder comunitário Gilson Rodrigues, representante dos moradores de Paraisópolis. Na reunião com representantes dos governos, ele cobrou apoio na logística, além de instalação de banheiros químicos e de palco no baile funk.

"Queremos que nossos bailes, já que são uma realidade, possam ser organizados, com horário para começar e terminar. Mas também com infraestrutura até que se crie condições de migrar para um espaço mais adequado."

Presente na reunião, o secretário municipal de Cultura, Alê Youssef, diz que é necessário "criar uma série de ações voltadas para infraestrutura, mas também para valorização".

"É fundamental termos, por parte do poder publico, a noção da importância do funk enquanto gênero cultural expressivo e protagonizado pela juventude", afirma. "A gente vai, juntamente com todos os órgãos, buscar ações para garantir a presença do Estado."

Já o secretário estadual de Cultura e Economia Criativa, Sérgio Sá Leitão, afirma que é preciso fixar regras para qualquer evento em áreas públicas de Paraisópolis.

"Não apenas o baile funk, mas qualquer outra manifestação cultural que aconteça na comunidade", diz. "Tem de ter qual é o horário de funcionamento, o padrão em relação a decibéis e por aí vai. É perfeitamente factível fazer isso."

Na reunião, também foram expostas demandas de educação, habitação, infraestrutura, emprego, entre outros temas. Segundo a secretária estadual de Desenvolvimento Econômico, Patricia Ellen, a ideia é que as ações direcionadas para Paraisópolis também sejam replicadas.

"Hoje, foi dia de ouvir", afirma. "Vamos trabalhar em comissões técnicas nos próximos dez dias para retornar com um programa para Paraisópolis que, provavelmente, também vai ser utilizado para atender outras comunidades."

Subprefeitura

Hoje, Paraisópolis está dividida entre duas subprefeituras, já que o distrito da Vila Andrade, onde está a maior parte da comunidade, pertence à Subprefeitura do Campo Limpo, na zona sul; enquanto o distrito do Morumbi, à Subprefeitura do Butantã, na zona oeste.

"Hoje, as subprefeituras do Butantã e do Campo limpo recebem muita demanda e não conseguem absorver as demandas daqui", diz Rodrigues. "A instalação de uma subprefeitura para Paraisópolis e Morumbi é muito necessária, para que essas ações possam ser centralizadas e a gente consiga ter uma proximidade."

Conforme o secretário municipal das Subprefeituras, Alexandre Modonezi, a proposta será discutida com Bruno Covas. "Vamos fazer um estudo técnico e voltar a debater com a sociedade."

Parque

Após a reunião, a gestão Covas também anunciou que as obras para o Parque Paraisópolis devem começar em fevereiro. "É um parque em implementação há alguns anos. O prefeito determinou que nós encerrássemos o período licitatório e iniciássemos as obras, diz o secretário municipal do Verde e Meio Ambiente, Eduardo de Castro.

Segundo Castro, o projeto já estaria aprovado e a previsão de entrega é até o fim de agosto. "São 68 mil m², um investimento inicial de R$ 3,1 milhões."

Entre moradores, há queixas de que a área seria insuficiente para atender a comunidade. "Existe a possibilidade de incorporarmos mais duas áreas da Secretaria de Habitação, mas isso é uma tratativa de governo ainda", diz ele.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), atendeu a um pedido de parentes das vítimas pisoteadas em Paraisópolis e afastou mais 32 policiais militares que atuaram na ocorrência. Seis agentes já haviam sido afastados no dia seguinte ao caso, ocorrido na madrugada do dia 1º. Os agentes deverão passar a atuar exclusivamente em atividades administrativas até a conclusão das investigações. As famílias relataram receio de que os Pms prejudicassem as investigações e até mesmo se envolvessem em casos similares.

A reunião com os parentes ocorreu nesta segunda-feira (9), no Palácio dos Bandeirantes. O afastamento integrou uma série de reivindicações apresentada pelas famílias. Danylo Amílcar, de 19 anos, irmão de Denys Henrique Quirino da Silva, morto em Paraisópolis, disse que o afastamento significa um avanço na luta por justiça. "Tínhamos medo de represálias e que eles interferissem nas provas do crime. O governador atendeu o nosso pedido porque entendeu que ele é justo, que não era uma exigência maluca", disse Amílcar.

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Os 32 policiais fazem parte da tropa do 16º Batalhão, que atua na área de Paraisópolis. As investigações são conduzidas pela Corregedoria da Polícia Militar e pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil. Uma comissão externa, formada por membros da sociedade civil, já havia sido criada para acompanhar a investigação, o que também foi um pedido das famílias.

Os parentes apresentaram ao governador ainda o pedido para que o general João Camilo Pires de Campos, secretário da Segurança, realize uma audiência pública explicando a operação em Paraisópolis. Nela, o secretário responderia a questões da sociedade civil e de especialistas sobre o caso. Segundo Amílcar, Doria disse que veria a possibilidade de isso ocorrer.

Por fim, as famílias também pediram que as próximas ações da PM sejam precedidas por um diálogo com as comunidades envolvidas. "A comunidade tem medo da polícia, sempre teve. Uma das nossas reivindicações é que ocorra um diálogo para que o aconteceu no baile não se repita. Para que o Estado não chegue impondo violência", disse o jovem. Uma nova reunião começou a ser planejada, mas não foi definida uma data.

A procuradora-geral do Estado, Lia Porto Corona, participou do encontro desta segunda. "Foi uma reunião para escutar as famílias e mostrar a postura do Estado em relação à situação e ao que estamos fazendo. As palavras principais foram respeito, transparência e providência."

O governador João Doria não participou da entrevista coletiva que foi concedida após o encontro. Em nota, o governador disse reafirmar o "comprometimento do Governo de São Paulo para que as investigações das mortes sejam transparentes e rigorosas, com acompanhamento de órgãos independentes de fiscalização, como o Ministério Público e a Defensoria Pública".

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